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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO - O Sistema Tributário Nacional. Limitações constitucionais ao poder de tributar. A repartição de competências na federação brasileira. Delegação de arrecadação. Discriminação constitucional das rendas tributárias. Legislação sobre o Sistema Tributário Brasileiro. Definição de tributo. Espécies de tributos.
O Sistema Tributário Nacional
- Conceito: conjunto de normas jurídicas constitucionais que disciplinam a tributação em caráter nacional. Para alguns, incluem-se as normas jurídicas infraconstitucionais.
- Constituição Federal: traz normas de estrutura do STN e competência dos entes da Federação.
- Código Tributário Nacional: traz normas gerais, em atendimento ao art. 146 da CF/1988.
- Leis ordinárias: editadas por cada um dos entes da Federação no exercício de suas competências, para a instituição e regulação de cada um dos tributos.
- Normas infralegais: regulamentação.
Limitações constitucionais ao poder de tributar
- O poder de tributar está associado à competência tributária, que é de titularidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É o poder de criar tributos em abstrato.
- Como esse poder de invasão patrimonial tem índole compulsória, é imprescindível a existência de balizamentos constitucionais, que são as limitações ao poder de tributar, as quais se referem aos princípios constitucionais tributários e às imunidades tributárias.
- Garantias como rol não exaustivo: o art. 150 da CF estatui as principais limitações ao poder de tributar, mas não todas. Exemplo de outra limitação: inciso XXXIV do art. 5º da CF: “são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
- Algumas limitações podem configurar cláusulas pétreas (leading case: ADI 939-7 DF). Ex: imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, CF); imunidade de templos de qualquer culto (art. 150, VI, b); imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (todos reconhecidos no aludido julgamento), denominado de imunidade cultural. 
PRINCÍPIOS:
a) Princípio da legalidade: a criação e majoração de tributos só pode ser feita por lei. 
Origem: na primeira Constituição inglesa, denominada “Magna Carta Libertatum” do Reio João Sem Terra, em 1215. Fruto da necessidade de haver um prévio consentimento dos súditos para o poder público se imiscuir na riqueza alheia (princípio do consentimento antecipado dos tributos pelos súditos), tendo em vista o peso e as injustiças nas exigências financeiras do Rei sobre os barões.
Exceção: para a majoração de alíquotas: II, IE, IOF, IPI (alíquotas fixadas por decreto, dentro dos limites fixados em lei), CIDE-combustíveis (o Poder Executivo pode reduzir e restabelecer as alíquotas – art. 177, § 4º, I, b, da CF/88) e ICMS monofásico sobre combustíveis (alíquotas fixadas por convênio celebrado entre Estados e DF – CONFAZ – art. 155, § 4º, IV, da CF).
- Alguns autores fazem referência ao PRINCÍPIO DA TIPICIDADE, que seria derivado da legalidade. A tipicidade significa a necessidade de que os tributos sejam descritos em tipos fechados, contendo todos os aspectos necessários à precisa identificação de todos os elementos que compõem a relação jurídico-tributária (fato imponível, base de cálculo e contribuintes) (ÁVILA, Alexandre Rossato, Curso de direito tributário. 6. ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2011, p. 44).
- Legalidade e delegação legislativa: nada impede a utilização de lei delegada em matéria tributária. Contudo, a grande liberdade na edição de medidas provisórias acaba inutilizando o instrumento.
- Legalidade e regulamentos: STF: “os decretos regulamentadores, ao tratarem da atividade econômica preponderante e do grau de risco acidentário, delimitaram conceitos necessários à aplicação concreta da Lei 8.212/91, não exorbitando o poder regulamentar conferido pela norma ... (STF, RE 343.446-2/SC, j. 20.3.2003). Assim, é possível que o legislador atribua ao regulamento a incumbência de complementar conceitos jurídicos indeterminados, sem que com isto se fira o princípio da legalidade. 
O princípio restringe-se aos elementos do tributo previstos no art. 97 do CTN (fato gerador, base de cálculo, alíquotas, sujeitos penalidades, disciplina relativa ao crédito tributário e à obrigação tributária), salvo exceções constitucionais acima mencionadas. O Senado, através de Resoluções, também pode fixar a alíquota máxima do ITCMD (art. 155, § 1º, IV, CF), as alíquotas mínimas do IPVA (art. 155, § 6º, I, CF) e as alíquotas do ICMS em determinadas situações (art. 155, § 2º, IV e V, CF)�. Não se trata de exceção ao princípio da legalidade, porque lei específica do tributo deverá prever as alíquotas máximas e mínimas, respeitando o piso ou teto fixados pelo Senado.
Segundo o STF, não estão sujeitas à reserva legal as seguintes matérias: a) obrigações acessórias; b) prazos para pagamento de tributos; c) atualização monetária da base de cálculo do tributo. Em relação a esta última, tanto o STF quanto o STJ entendem ser possível a fixação de índice local para a correção monetária, o qual somente teria como limite o índice oficial de correção monetária. Neste sentido, Sumula 160 do STJ.
Alguns tributos devem ser instituídos por lei complementar somente: imposto sobre grandes fortunas, empréstimos compulsórios, impostos residuais da União e contribuições sociais residuais da União.
- Legalidade e medida provisória: a EC 32/2001 veio constitucionalizar a medida provisória como meio adequado para criar ou aumentar tributo (embora se refira apenas a impostos: ÁVILA, p. 53). No entanto, antes mesmo da EC, o STF entendia ser a MP veículo normativo hábil a criar ou majorar tributos. Restrição: regulação dos conteúdos cuja disciplina esteja reserva à lei complementar (art. 62, § 1º, CF), ou seja, Imposto sobre Grandes Fortunas, Empréstimos Compulsório no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (art. 148, inciso II, CF), Impostos Residuais e Contribuições Previdenciárias Residuais não podem ser instituídos ou majorados por MP, pois exigem LC. Também não podem ser tratadas por MP as matérias do art. 146 CF.
- Não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, podendo uma lei ordinária revogar uma lei complementar, se esta regulamenta matéria que a ela não foi reservada pela CF (STF, ADC n. 1).
- A CF/88 adotou a corrente tricotômica, pois determinou que a lei complementar regulasse as limitações constitucionais ao poder de tributar, os conflitos de competência e as normas gerais de direito tributário, superando a corrente dicotômica (LC: limitações + conflitos), segundo o STF no RE 361.829. 
- De acordo com o art. 146, II, da CF, cabe à Lei Complementar regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. Não obstante, o texto constitucional, ao disciplinar as imunidades do art. 150, VI, c e do art. 195, § 7º, faz referência apenas aos requisitos estabelecidos em “lei”, sem qualificá-lo como “complementar”. Assim, alguns julgados e doutrinadores entendem que a lei complementar demarcaria os limites da imunidade, mas a lei ordinária poderia regular a constituição e funcionamento da entidade imune (STF, ADI 1802 e 2028).
- A CF outorga competência legislativa concorrente à União, Estados e Distrito Federal para legislar sobre direito tributário (art. 24, I). A competência da União fica limitada a fixar as normas gerais, que tem o escopo de conferir unidade ao sistema tributário, observado o princípio federativo (Alexandre Rossato Ávila, ed. 6., p. 31).
- No CTN estão disciplinados os fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos nominados. A alíquota pode ser definida por lei ordinária (ÁVILA, p. 31). No casodo IPVA, que não está no CTN, o STF decidiu que a falta de normas gerais pela União autoriza os Estados a exercerem a competência legislativa plena, com base no art. 24, § 3º, CF (RE AgRg 206.500).
- Também as contribuições estão submetidas à lei complementar de normas gerais (art. 149, CF). Porém, o STF entende que não há necessidade de que os seus fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes estejam definidos em lei complementar, porque elas não são impostos (RE 148.754). 
- É possível a coincidência de fator gerador ou de base de cálculo de uma nova contribuição com imposto já existente (ÁVILA, p. 33).
- Para o STF incumbe à lei complementar nacional (não apenas federal) regulamentar integralmente a matéria relativa à decadência e prescrição tributárias, sendo vedada às entidades políticas fixarem hipóteses de suspensão, interrupção ou redução de prazos de forma diversa (RE 560.626). 
- O STJ vem afastando as disposições da LEF acerca da suspensão da prescrição por 180 dias e da interrupção pelo despacho do juiz que ordenasse a citação, uma vez que o CTN trata de modo diverso, aplicando-se apenas aos créditos não-tributários (REsp 178.500).
- STF: não pode ser admitido que a lei ordinária de qualquer ente político institua modalidade de extinção do crédito tributário que não esteja prevista em lei complementar de caráter nacional (ADI 1917).
- STF: a exigência de lei complementar não se estende às simples regras que disciplinam os depósitos judicias e extrajudiciais, sem interferir na sua natureza (ADI 2214).
- Cabe à lei complementar dar adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas cooperativas (art. 146, III, c, CF: não se trata de imunidade). Enquanto não sobrevier LC, às cooperativas será dispensado o mesmo tratamento tributário dos contribuintes em geral (ÁVILA, p. 37).
- À LC da União cabe definir, para efeitos de incidência do ISS, os serviços de qualquer natureza que não estejam compreendidos no âmbito do ICMS, bem como fixar suas alíquotas máximas e mínimas, excluir, da sua incidência, as exportações de serviços para o exterior e regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (art. 156, III e § 3º, I a III, CF).
- A EC 42/03 atribuiu à LC a tarefa de estabelecer critérios especiais de tributação com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo (art. 146-A).
- Publicada a lei no DO, fixa-se a sua existência e identifica-se o momento da sua vigência, importando a data da publicação da lei, pouco interessando que não recaia em dia útil (STF, RE 226.451).
b) Princípio da isonomia (art. 150 , II, CF): 
Aplicável aos TRIBUTOS.
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Acepção horizontal: refere-se a pessoas que estão niveladas, na mesma situação, e que, portanto, devem ser tratadas da mesma forma.
Acepção vertical: refere-se a pessoas que se encontram em situações distintas e que, justamente por isso, devem ser tratadas de maneira diferenciada, na medida em que se diferenciam.
Também conhecido como princípio da igualdade, veda o tratamento tributário diferenciado para pessoas que estão na mesma condição. Não há exceções constitucionais a este princípio (ATENÇÃO: o § 1º do art. 34 da ADCT ressalvou expressamente a aplicação do princípio da isonomia tributária da vigência futura do sistema tributário). A CF foi explícita, ainda, ao dispor ser vedado aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Isso significa que pessoas em condições diferentes podem ter tratamento tributário diferente, senão vejamos:
- Tratamento jurídico diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. O STF considerou constitucional a proibição de pessoas jurídicas prestadoras de serviços, constituídas por profissões cuja atividade dependa de habilitação legalmente exigida, a opções pelo SIMPLES, por entender que a lei tributária pode discriminar por motivo extrafiscal ramos de atividade econômica, desde que a distinção seja razoável (ADI 1643).
- As contribuições sociais previstas no inciso I do caput do art. 195 poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
- É admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País (art. 151, I).
- Deduções da base de cálculo do imposto de renda (saúde, educação, dependentes).
- Vale frisar que o STF tem jurisprudência consagrada segundo a qual não é possível ao Judiciário, por força da isonomia, atuar como legislador positivo para colmatar lacunas que representam inconstitucionalidades decorrentes de exclusão discriminatória de benefício tributário, sob pena de violar o princípio da separação dos poderes.
- São desdobramentos do princípio da isonomia:
i) Princípio da interpretação objetiva do fato gerador, ou princípio do pecunia non olet (arts. 118 e 126 do CTN).
ii) Princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º, CF)
c) Princípio da capacidade contributiva. 
- Princípio da capacidade contributiva (art. 145, § 1º , CF) (IMPOSTOS): trata-se de um desdobramento do princípio da isonomia em relação aos impostos (ÁVILA, p. 72). Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Isso significa que quem pode mais, paga mais. Segundo Bernardo Ribeiro de Moraes, o princípio em tela origina-se do ideal de justiça distributiva (ÁVILA, p. 73). A maioria dos autores entende que esse princípio só se aplica aos impostos ditos “pessoais” (ex.: Imposto de Renda, não o ITR). O STF no julgamento do RE 423.768 relativizou essa diferença de impostos pessoais e reais para fins de incidência do princípio da capacidade contributiva, aduzindo que, esta tradicional dicotomia deve ceder ante o teor do §1º do art. 145 da CF. 
No julgamento do RE 562.045 em 6.2.2013, o STF entendeu que é constitucional o sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD adotado pelo Estado do RS, afirmando que “todos os impostos estariam sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, mesmo o que não tivessem caráter pessoal” (INFO 694). Para o STF, nos impostos reais, o princípio da capacidade contributiva pode expressar progressividade ou regressividade direta.
Apesar de o texto constitucional só determinar a aplicação desse princípio aos impostos, a jurisprudência do STF entende que tal princípio é extensível às outras espécies tributárias.(“1. Todos os tributos submetem-se ao princípio da capacidade contributiva (precedentes), ao menos em relação a um de seus três aspectos (objetivo, subjetivo e proporcional), independentemente de classificação extraída de critérios puramente econômicos.” - RE 406955 AgR, 2ª Turma, j. 04/10/2011)
 As técnicas mais importantes para sua efetivação são:
a) autorização legal para exclusão, da base de cálculo, de gastos essenciais (deduções): procura-se tributar somente a renda disponível.
b) progressividade (PRINCÍPIO DA PROGRESSIVIDADE: vinculado ao princípio da capacidade contributiva, ÁVILA, p. 77): significa incidência de maiores alíquotasquanto maior for a base de cálculo. Os impostos progressivos, segundo a CF, são:
o IR (art. 153, §2º, I)
o IPTU: antes da EC 29/00, a progressividade variava apenas com base na função social da propriedade (art. 182, §4º, II). Após, passou a poder variar com base no valor do imóvel, seu uso e localização (art.156, §1º, I e II). Súmula 668, STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.
o ITR: progressividade com o fito de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, trazida pela EC 42/2003 (art. 153, §4º, I). Tem caráter extrafiscal, para prestigiar a função social da propriedade.
“A multa moratória de 20% (vinte por cento) do valor do imposto devido, não se mostra abusiva ou desarrazoada, inexistindo ofensa aos princípios da capacidade contributiva e da vedação ao confisco.” (RE 239.964, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 15-4-03, DJ de 9-5-03)
d) Princípio da irretroatividade (art. 150, III, a, CF): 
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
A nova lei só alcança fatos geradores futuros. Não alcança fatos geradores totalmente concluídos, mas alcança fatos pendentes (art. 105 do CTN: “A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116”.). 
Tal princípio é absoluto no que pertine à criação ou ao aumento do tributo. Porém, não existe óbice para que a lei que reduza o tributo tenha efeito retroativo, desde que o faça de modo expresso (ÁVILA, p. 53/54).
- Fatos instantâneos: fatos geradores que ocorrem em um momento preciso da linha do tempo. Ex: Imposto de Importação.
- Fatos periódicos: fatos geradores que se prolongam no tempo, sendo considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados. Ex: IPVA. Podem ser divididos em simples e compostos (complexivos). Os fatos periódicos simples tomam por base um único evento que se prolonga no tempo (Ex: IPTU e IPVA). Já os fatos periódicos compostos são fatos geradores compostos de diversos eventos que devem ser considerados de maneira global, dentro de um determinado período de tempo legalmente definido (Ex: IR e CSLL).
Obs: existe doutrina que defende que jamais os fatos poderiam ser considerados como pendentes, uma vez que, mesmo nos fatos periódicos compostos ou complexivos, existe determinação (legal) do instante da completude e perfeição de tais fatos, o que faz com que possam ser tratados como instantâneos.
- Irretroatividade e CSLL: “se o fato gerador relativo à contribuição social reputa-se ocorrido em 31 de dezembro, conforme a orientação do STF, a lei que esteja em vigor nessa data é aplicável imediatamente ... (AI – AgR-ED 333.209/PR – Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 02.03.2007).
- Irretroatividade e IR: SÚMULA Nº 584 do STF: Ao Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. Tal súmula parece desprezar tanto a anterioridade quanto a irretroatividade. Não obstante, ainda é aplicada pelo STF, embora a matéria esteja sendo rediscutida no RE 183.130 (suspenso em razão de pedido de vista). Vale registrar que, no âmbito do STJ, existem precedentes afirmando a inaplicabilidade da referida Sumula. 
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. FATO GERADOR COMPLEXIVO. DECLARAÇÃO NO EXERCÍCIO SEGUINTE. SÚMULA 584 DO STF. 1. "Ao Imposto de Renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração." Súmula nº 584 do STF. 2. Apelo e remessa oficial providos. (TRF4, APELREEX 96.04.03139-2, Primeira Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, D.E. 18/04/2012)
 - Exceção ao princípio (art. 106 do CTN): A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática
e) Princípio da anterioridade (TRIBUTOS): É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. Diz respeito à publicação, não à vigência da lei. Não se aplica quando benéfica ao contribuinte. Há três modalidades: anterioridade de exercício, anterioridade mínima de 90 dias e anterioridade especial (também de 90 dias, chamado também de nonagesimal ou mitigada), este último aplicado exclusivamente em relações às contribuições para a Seguridade Social (ÁVILA, p. 58)�. Na primeira, exige-se que a lei que institua ou aumente o tributo tenha sido publicada no exercício anterior. Na segunda, exige-se o decurso de um prazo de 90 dias, contados da data em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou o tributo. 
Exceções : Anterioridade de exercício: II, IE, IPI, IOF, CIDE-combustíveis (no que tange apenas ao restabelecimento da alíquota), Empréstimo Compulsório para custear guerra ou calamidade, impostos extraordinários de guerra, ICMS monofásico sobre combustíveis (no que tange apenas ao restabelecimento da alíquota) e contribuições para o financiamento da Seguridade Social.
- Anterioridade nonagesimal: II, IE, IOF, Imposto de Renda, Empréstimo Compulsório para custear guerra ou calamidade, impostos extraordinários de guerra, alterações da base de cálculo do IPVA e IPTU.
- Enquanto que para os demais tributos exige-se que a lei que os tenha criado ou aumento deva ser publicada no exercício anterior e também respeite os 90 dias, com as exceções acima, para as contribuições previdenciárias basta apenas a observância ao prazo de 90 dias, contado da data da publicação da lei. Se for por MP, conta-se o prazo da primeira publicada, sem necessidade de ser convertida em lei no mesmo ano daquela em que foi editada e nem aguardar a anterioridade de exercício financeiro.
Anterioridade e medida provisória: medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto o II, IE, IPI, IOF e o IE de guerra só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Não se aplica tal regra a outros tributos, só impostos.
STF (RE 232.526): MP: força de lei: idoneidade para instituir tributo, inclusive contribuição social: instituição ou aumento por MP: prazo de anterioridade (art. 195, 6º, CF). O termo a quo do prazo de anterioridade da contribuição social criada ou aumentada por MP é a data da sua primitiva edição, e não aquela que, após sucessivas reedições, tenha sido convertida em lei.
Portanto, contribuição social instituída mediante MP, sucessivamente reeditada, poderá ser exigida 90 dias após publicação do ato normativo inaugural, independentemente de sua conversão em lei. 
Ricardo Alexandre: a restrição relativa à necessidade de conversão em lei no exercício da edição da MP aplica-se exclusivamente aos impostos, de forma q, no tocante às d+ espécies tributárias, a regra da anterioridade deve ser observada tomando como referência a data da publicação da MP, e não da sua conversão em lei.
Obs: II, IE, IPI, IOF e IEG não precisam observar anterioridade.
- O prazo de 90 dias da anterioridade nonagesimal, segundo o STF, é contado da data de publicação da MP, não havendo interrupção sempre que ela for convertida sem alteração substancial. Caso haja mudança substancial no texto da medida provisória, no momentode sua conversão em lei, o prazo deve ser contado da publicação da lei de conversão (RE 169.740).
- Ainda sobre MP, caso a medida provisória seja rejeitada ou perca a eficácia por decurso de prazo (120 dias), o tributo (ou a majoração) deixa imediatamente de ser cobrado, cabendo ao Congresso Nacional disciplinar por decreto legislativo as relações jurídicas geradas (CF, art. 62, § 3º).
- Para o STF, a modificação do prazo para pagamento é exigível de imediato, pois não é aumento (RE AgR 274.949, 1ª Turma, j. 13.11.2001). Mesmo raciocínio no que tange à atualização monetária do valor do tributo ou da sua base de cálculo (RE-AgR 200.844/PR, 2ª Turma, j. 25.06.2002).
- Para o STF não incide o princípio nos casos de simples prorrogação de alíquotas já aplicadas anteriormente (RE 584.100).
- Para o STF, o princípio em tela é cláusula pétrea.
- Não existe mais o princípio da anualidade (CF/46), em que se exige a prévia autorização orçamentária.
- Revogação de isenção e anterioridade: segundo o art. 104, III do CTN, lei que extinga ou reduza isenção relativa a imposto sobre o patrimônio ou a renda entra em vigor apenas no exercício seguinte. O STF, no entanto, tem precedentes no sentido de que a revogação de isenção não se submete à anterioridade tributária, sendo imediatamente exigível (RE 204.062 – a decisão é antiga e um tanto quanto nebulosa). Cabe ressaltar, porém, que esses precedentes versavam, no caso concreto, sobre o antigo ICM (atual ICMS), que é imposto sobre a produção e circulação, enquanto que o CTN trata de imposto sobre patrimônio e renda.
- No TRF4, há precedentes pela necessidade de respeito ao princípio da anterioridade: Inexistindo direito adquirido ao benefício isencional, dado o seu caráter geral e prazo indeterminado (arts. 176 e 178 do CTN), e respeitado o princípio da anterioridade, é de se rejeitar a pretensão da impetrante de eximir-se do recolhimento da exação, cuja imposição traduz a universalidade do custeio para a Seguridade Social (art. 195, caput, da Constituição). (TRF4, AMS 2005.72.05.005099-4, Primeira Turma, Relatora Vivian Josete Pantaleão Caminha, D.E. 30/04/2007); No julgamento da repercussão geral, o STF já se manifestou no sentido de que houve extinção do crédito-prêmio de IPI em 5/10/90. 2. Não há afronta ao princípio da anterioridade, pois a lei revogadora do incentivo fiscal/ isenção objetiva foi publicada 2 anos antes e o contribuinte não foi pego de surpresa com o início da tributação. 3. É constitucional a cobrança de TR/TRD após a edição da lei 8177/91. (TRF4, APELREEX 2005.04.01.036316-4, Primeira Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, D.E. 17/11/2009)
	Classe: AC - APELAÇÃO CIVEL
	Processo: 2004.70.06.000924-6
	UF: PR
	Data da Decisão: 02/09/2009
	Orgão Julgador: PRIMEIRA TURMA
Fonte D.E. 15/09/2009 Relator ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA Decisão Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo legal, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Ementa TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. SUSPENSÃO. MP Nº 1807-2. INCONSTITUCIONALIDADE NÃO CONFIGURADA.
1. A edição de medida provisória com o escopo de suspender benefício fiscal instituído por lei não possui vício de ilegalidade ou inconstitucionalidade. 2. A urgência e relevância para a edição de medida provisória constituem requisitos afetos ao poder discricionário do Presidente da República. Somente quando o abuso de poder torna-se evidente, cabe ao Poder Judiciário aferir esses requisitos. 3. Não há afronta ao princípio da anterioridade, pois a supressão de benefício fiscal não pode ser equiparada à majoração de tributo.
O STF aplicou o princípio da anterioridade quando, no ICMS, há modificação do sistema de creditamento, quer implique redução de natureza fiscal, quer configure majoração do tributo, criando um ônus para o contribuinte (ADI 2.325).
f) Princípio do não-confisco (TRIBUTOS e MULTAS): veda a exigência de tributos que tenham caráter confiscatório, sendo tal termo de difícil definição. Porém, pode-se adotar a definição de confisco como sendo a exigência tributária que inviabiliza a existência ou o desenvolvimento das pessoas jurídicas, ou que priva as pessoas físicas de suas necessidades básicas. Por isso o STF já decidiu que o caráter de confisco deve ser avaliado não apenas em função de um determinado tributo, isoladamente, e sim tendo em conta a totalidade da carga tributária suportada (todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado período, à mesma pessoa política que os houver instituído) ADC 8 – MC (“Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar substancialmente , de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os rendimentos do contribuinte”).
- Pena de perdimento e confisco: a pena de perdimento de bens foi recepcionada pela CF (art. 5º, XLVI, b), razão pela qual nada impede que, em casos de comprovação de graves infrações tributárias, a legislação específica preveja o perdimento como punição. Neste sentido, STF.
- Taxas e principio do não- confisco: A taxa tem caráter contraprestacional. A verificação do caráter confiscatório é feita comparando o custo da atividade com o valor cobrado a título de taxa (STF, ADI-MC-QO 2.551/MG, j. 02.04.2003).
- Multas e princípio do não-confisco: aplica-se o princípio em relação às multas (ADI 551).
TRF4: 4. A multa no montante de 75% é adequada, pois visa a impedir a prática ou omissão de atos que frustrem o interesse da administração tributária. Descabida a redução para 20 % por não se tratar de multa de mora. (TRF4, AC 2005.72.04.011597-9, Primeira Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, D.E. 20/07/2010)
g) Princípio da liberdade de tráfego (inciso V do art. 150 da CF: “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”). O trânsito de pessoas e mercadorias não pode ser restringido por meio da imposição de tributos. 
A regra possui exceções: a) ICMS interestadual; b) pedágio.
A ressalva feita ao pedágio no dispositivo constitucional parece indicar que, para o constituinte, o pedágio se afigura como tributo. O STF entende que o pedágio-tributo tem natureza de taxa de serviço (RE 181.475-6). Entretanto, é cediço que o pedágio tem sido cobrado por particulares em regime de concessão, permissão ou autorização. Nestes casos, terá natureza de tarifa ou preço público. Nesses termos decidiu o STF na ADI 800, entendendo que não se aplica ao pedágio, mero preço público pela utilização de bem público, os princípios da legalidade e da anterioridade.
h) Princípio da uniformidade geográfica (inciso I do art. 151 da CF) (TRIBUTO): a tributação deve ser uniforme em todo o território geográfico do ente da Federação, mas são permitidos os incentivos para desenvolvimento regional. O STF têm precedentes não admitindo a instituição de alíquotas diferenciadas de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional (ROMS 10906). Porém, a EC 42/03 acrescentou o § 6º ao art. 155 da CF, passando a admitir que o IPVA possa ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização (inciso II).
i) Princípio da uniformidade da tributação da renda (inciso II do art. 151 da CF: “tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes”). 
Perceba-se que não se está a tributar o rendimento do ente federado que emitiu o título da dívida pública (o que é vedado pelo art. 150, VI, a, da CF), mas sim a rendagerada pela operação (juros), que é rendimento do particular adquirente do título. 
j) Princípio da vedação às isenções heterônomas (inciso III do art. 151 da CF: “instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios”).
Duas exceções expressas:
- Art. 155, § 2º, XII, e, CF: permite que a União conceda, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior. A partir da EC 42/2003, está exceção perdeu a utilidade, uma vez que tal emenda estendeu tal isenção (rectius, imunidade) a todas as operações que destinem bens e serviços para o exterior.
- Art. 156, § 3º, II, CF: permite que a União conceda, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ISS nas exportações de serviços para o exterior.
Exceção implícita (jurisprudência do STF): possibilidade de tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais. Isto porque o Presidente da República, quando firma tratados, age como Chefe de Estado, em nome da soberana República Federativa do Brasil, e não em nome da União. Ex: GATT – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que prevê a regra do tratamento tributário nacional ao produto importado.
k) Princípio da não-discriminação tributária em razão da procedência ou do destino dos bens (art. 152, CF: “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino”). Procura evitar a “guerra fiscal”.
Aplica-se também para bem ou serviço procedente do exterior: cláusula do tratamento nacional.
l) Exigência de lei específica para concessão de benefícios fiscais (art. 150, § 6º, CF): “Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g”.
Esse § 6º promove o que a doutrina chama de equiparação entre privilégio fiscal e financeiro. O tributo é a porta de entrada dos recursos do Estado, sendo que uma diminuição de arrecadação de tributo repercute no direito financeiro. 
Ler c/c art. 165, 6º, CF.
Obs: art. 155-A CTN: parcelamento também exige lei específica.
STJ: nos termos do art. 176 CTN, a isenção só pode ser concedida mediante lei específica, com EXCEÇÃO do ICMS, que se dá mediante convênio firmado entre todos os Estados.
ISENÇÃO. RESOLUÇÃO LEGISLATIVA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.
Não é válida a resolução legislativa que aprova convênio para conceder isenção tributária. O termo “lei” contido no art. 176 do CTN deve ser interpretado restritivamente em atenção ao princípio da legalidade. Tem-se como EXCEÇÃO apenas a hipótese do art 155, § 2º, XII, g, da CF/1988, que trata da ISENÇÃO DE ICMS CONCEDIDA POR CONVÊNIO FIRMADO ENTRE TODOS OS ESTADOS (art. 150, § 6º, da mesma constituição). REsp 723.575-MG, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 26/6/2007.
IMUNIDADES: são normas constitucionais de estrutura que delimitam a competência tributária, impedindo a atuação do legislador.
- Diferenciação de institutos assemelhados.
- Não incidência: refere-se a situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação. Pode ocorrer de três formas: a) o ente tributante, podendo fazer, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária; b) o ente tributário não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo; c) a própria Constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos. As duas primeiras formas configuram não incidência pura e simples. A última, não incidencia qualificada ou imunidade.
- Isenção: dispensa legal de pagamento do tributo. O ente tributante tem competência para instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por dispensar o pagamento;
- Alíquota zero: o ente tributante tem competência para instituir o tributo – e o faz -, o fato gerador ocorre no mundo concreto, mas a obrigação tributária dele decorrente, por uma questão de cálculo, é nula.
As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar consistentes na delimitação da competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos. As normas imunizantes atuam no âmbito da delimitação da competência, e não no seu exercício. A isenção opera no âmbito do exercício da competência.
As imunidades não abrangem todos os tributos indiscriminadamente. Existem imunidades apenas para os impostos, algumas taxas, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico e contribuições previdenciárias (ÁVILA, p. 137).
A distinção entre impostos diretos e indiretos assume relevância na aferição da imunidade, tendo em vista que o STF entendia que a imunidade não se aplicava aos impostos indiretos, pouco importando se a entidade pública fosse a vendedora ou compradora da mercadoria (RE 68.741). Atualmente o STF entende aplicável a imunidade tributária aos impostos indiretos (ICMS e IPI) (AI 669257). Nada impede que a lei atribua à pessoa que goza de imunidade tributária o dever de proceder à retenção e recolhimento de tributos, na condição de substituta tributária do contribuinte, podendo ser responsabilizada pelo pagamento do tributo, não na condição de contribuinte, mas de responsável (ÁVILA, p. 138/139).
ATENÇÃO. O TRF4 (TRF5 também) admite a imunidade tributária nos impostos indiretos:
A imunidade abrange os chamados "impostos indiretos", como ICMS e o IPI, uma vez que o patrimônio destes entes deve ser preservado e que, destinando o bem importado para o próprio uso ou consumo da entidade, não se verifica o repasse do ônus tributário, incorporando-se o bem ao seu patrimônio e adquirindo o tributo característica dos impostos diretos. (TRF4 5033465-54.2010.404.7100, Segunda Turma, Relator p/ Acórdão Rômulo Pizzolatti, D.E. 12/06/2013)****************
7.7 Imunidade e isenção
A imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar, é uma limitação da competência legislativa. Já a isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo, por limitação de um dos critérios da hipótese de incidência. Ou, como mais comumente se diz: é a dispensa de recolhimento de tributo que o Estado concede a determinadas pessoas e em determinadas situações, através de leis infraconstitucionais. A norma isentiva constitui norma de estrutura, de modo que alterará a matriz de incidência tributária (PAULO DE BARROS CARVALHO). A competência para isentar é conseqüência lógica da competência para tributar (Sainz de Bujanda e José Souto Maior Borges)
	Imunidade
	Isenção
	* prevista na Constituição Federal
* é vedação ao poder de legislar sobre o tributo em determinados casos e em relação a determinadas pessoas
* é ausência de competência
	* prevista nas leis de cada ente da Federação
* é a dispensa legal do pagamento do tributo
* é causa de exclusão do crédito tributário
O CTN enumera a isenção ao lado da anistia, como formas de exclusão do crédito tributário. Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição. Ou seja, não obstante a ocorrência do fato gerador e o conseqüente nascimento da obrigação tributária, não pode haver lançamento. Doutrina autorizada, no entanto, sustenta que a isenção é norma que reduz o campo de abrangência da norma tributária impositiva, o que implicaria na inexistência de incidência. O STF perfilha a literalidade do CTN, entendendo que há a incidência da norma, ocorre o fato gerador e surge a obrigação tributária, com posterior dispensa do pagamento do tributo em razão da isenção. (visão clássica de Rubens Gomes de Souza).
A isenção está submetida à reservalegal (lei específica). A lei deve especificar as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Frise-se que, em relação ao ICMS, há a necessidade, para a concessão de qualquer benefício fiscal (incluindo isenção), de prévia autorização em convênio celebrado no âmbito do CONFAZ. 
Salvo disposição legal em contrário, a isenção genérica não se aplica às taxas e contribuições de melhoria, que têm caráter contraprestacional, e aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão (art. 177 do CTN)
As isenções e imunidades estão no ponto 4. Aqui será visto apenas algumas observações.
Obs: a imunidade não exime as pessoas por ela protegidas da condição de responsáveis pela retenção de tributo.
SÚMULA Nº 583 do STF: O promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do Imposto Predial Territorial Urbano.
O entendimento da Corte Excelsa somente abrange as entidades quando a mesma se encontra na posição de contribuinte de direito, e não contribuinte de fato. Com base nesse entendimento, o STF negou o pedido de um município que invocava direito a imunidade quanto ao ICMS incidente no fornecimento de energia elétrica para iluminação pública, por estar o município na posição de contribuinte de fato, logo a imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato (AI-AgR 671.412/SP, 2ª Turma, 1º/04/2008)
No mesmo sentido, o voto vencedor: “Nesse contexto resta claro que, o contribuinte apenas de fato do tributo carece de legitimidade para pleitear a repetição do indébito, visto que o art. 165, caput, do CTN, é inequívoco ao outorgar tal faculdade apenas ao sujeito passivo da obrigação tributária, a quem é imputada a obrigação legal de pagamento do tributo, nos termos do art. 121 do CTN. Imperativo repisar, que o autor só teria legitimidade ativa para postular a repetição dos valores cobrados a título de IPI se ele mesmo realizasse a operação de importação, pois nesta hipótese ele, evidentemente, seria a contribuinte de direito.” (TRF4, AC 5000183-34.2011.404.7118, Primeira Turma, Relatora p/ Acórdão Maria de Fátima Freitas Labarrère, D.E. 25/04/2013)�
Pode-se concluir, conforme entendimento de Sasha Calmon Navarro Coelho, que a Corte, quanto ao alcance da imunidade tributária recíproca, já assentou que não é restrita aos impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda ou o serviço, senão que alcança todo e qualquer imposto que possa comprometer o funcionamento do ente imune. 
No mesmo sentido, o TRF4 e o STF:
IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, VI, A, DA CF. ICMS. EMPRESA PÚBLICA. ABRANGÊNCIA. 2. A jurisprudência tem entendido que a imunidade não se restringe aos impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, abrangendo, ainda, impostos indiretos, in casu, o ICMS. Precedentes do STF. (TRF4, APELREEX 5033652-62.2010.404.7100, Segunda Turma, Relator p/ Acórdão Otávio Roberto Pamplona, D.E. 17/01/2013)
Imunidade do ente público como contribuinte de fato: A jurisprudência do STF já decidiu nos dois sentidos, que existe a imunidade e que inexiste. (Baleeiro, limitações), O Ministro Bilac Pinto posicionou-se contrariamente à imunidade como contribuinte de fato, na doutrina Paulo de Barros Carvalho também é contra. A argumento favorável é de que a imunidade é matéria constitucional, não podendo, assim, valer-se de sutilezas o legislador ordinário, instituindo um contribuinte de direito que não seja o que expressou a capacidade econômica, em fraude à disposição constitucional (Aliomar Baleeiro é favorável a imunidade). Ver mais a respeito no ponto 03, na parte relativa ao IPI.
Aliomar Baleeiro: o fenômeno da repercussão tributária (transferência do ônus tributário ao contribuinte de fato. Ex: ICMS: quem paga é o comerciante, mas na realidade quem arca é o consumidor) sobre tributos indiretos deve ser interpretado sob ótica econômica (interpretação substancial). A repercussão econômica tem relevo. 
- O STF entendeu que o Estado está amparado pela imunidade recíproca quando faz aplicações no mercado financeiro
b) Imunidade religiosa: é vedado instituir impostos sobre templos de qualquer culto, regra que abrange apenas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais das entidades (art. 150, VI, b, CF). O ônus da prova é do contribuinte e não do fisco (STF, RE 206.169). Fundada na liberdade religiosa. Trata-se de imunidade incondicional, bastando a observância do § 4º do art. 150. É de natureza mista, pois sendo subjetiva, a CF impõem limites objetivos (ÁVILA, p. 144). Se a entidade religiosa estiver estruturada como uma instituição de assistência social (STF, RE 237.718) haverá imunidade relativa à alínea “c” e não “b” do inc. VI do art. 150 (ÁVILA, p. 144). O STF tem uma visão ampla, reconhecendo imunidade de imóveis alugados, desde que o produto seja revertido em prol das atividades essenciais (STF, RE 325.822/SP). No caso de ICMS, havia acirrada controvérsia, mas o STF entendeu pela não incidência do imposto nas vendas de mercadorias, desde que o lucro fosse destinado às finalidades do templo (pena de implicar subvenção aos cultos religiosos e às igrejas, ÁVILA, p. 147). Incluem-se também, na regra de imunidade, os cemitérios que funcionem como extensão de entidades religiosas, sem fins lucrativos, e dedicado exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários.�
c) Imunidade dos partidos políticos e sindicatos dos trabalhadores: é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações, e das entidades sindicais dos trabalhadores (não abrange sindicatos patronais). Súmula 724, STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. A ideia tem sido estendida a outras hipóteses de imunidade.
d) Imunidade das instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos: é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades, atendidos os requisitos da lei. Ex. escolas e colégios particulares que não tenham finalidade lucrativa. O objetivo das entidades assistenciais deve ser o de atender as pessoas carentes (ÁVILA, p. 149). A doutrina entende que os requisitos devem estar previstos em lei complementar (também neste sentido, STF ADI-MC 1.802/DF). O art. 14 do CTN delineia o conteúdo da expressão “sem fins lucrativos” (I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão). No caso das entidades de assistência social, existe outra regra específica de imunidade, aplicável a todas as contribuições de seguridade social, desde que atendam às exigências legais (art. 195, §7º). Não se aplica às entidades fechadas de previdência social privada (fundos de pensão), quando exista contribuição por parte do futuro beneficiário. Súmula 730, STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
- Seguindo a mesma linha de raciocínio, o STF entendeu aplicável a imunidade a livraria de entidade beneficente (RE 345.830) e nos casos de venda de ingressos de cinema ao público em geral, realizada por serviço social autônomo (ex. SENAC, SESC; AI 155.822-AgR), ao hospital que explora serviços de estacionamento no seu pátio interno (ISS; RE 144.900), sobre os imóveis destinados ao escritório e residência dos membrosda entidade (RE 221.395), quanto ao IOF, mesmo que a entidade aplique seus recursos no mercado financeiro (RE 241.090) e às atividade de recreação e lazer (RE 236.174). Abrange o ICMS sobre a comercialização de bens por ela produzidos (RE 210.251). 
OBS.: o art. 150, VI, c, da CF dispõe que a imunidade dos partidos, sindicatos e instituições de educação e assistência social depende do atendimento dos requisitos da “lei”, sem qualifica-la como “complementar”. Considerando que a imunidade tributária é espécie das limitações gerais ao poder de tributar, cuja regulamentação é restrita à lei complementar (art. 146, II), há divergência doutrinária e sem decisão definitiva do STF. No entanto, a questão parece se encaminhar para a exigência de lei complementar para demarcar os limites da imunidade (requisitos materiais), enquanto a lei ordinária trataria do funcionamento das entidades imunes (requisitos formais), conforme julgamento do RE 93.770 e voto do relator na ADI 1802.
No caso das entidades de assistência social, existe outra regra específica de imunidade, aplicável a todas as contribuições de seguridade social, desde que atendam às exigências legais (art. 195, §7º: lei ordinária).
No TRF4, exige-se o atendimento à legislação ordinária acerca das contribuições sociais: 1. O art. 195, § 7º, da CF, cuida de hipótese de imunidade, passível de esmiuçamento por lei ordinária, desnecessária a via complementar para tal desiderato. 2. A Lei 9.732/98, que deu nova feição aos requisitos insculpidos no art. 55 da Lei 8.212/91, foi objeto de ADIn, já havendo pronunciamento do e. Supremo Tribunal Federal a respeito do tema, tendo o Plenário daquela Corte suspendido a eficácia do artigo 1º, na parte que alterou a redação do artigo 55, inciso III, da Lei nº 8.212/91, e acrescentou-lhe os §§ 3º, 4º e 5º, bem como dos artigos 4º, 5º e 7º do citado diploma legal (ADIn - Medida Liminar - 2.028-5, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 16/06/2000). 3. A e. Corte Especial deste Tribunal, em julgamento da Argüição de Inconstitucionalidade nº 2002.71.00.005645-6, em sessão realizada na data de 22 de fevereiro de 2007 (DJU de 29/03/2007), sob a relatoria da Desª. Federal Marga Inge Barth Tessler, entendeu pela constitucionalidade da exigência dos requisitos específicos quanto à constituição e ao funcionamento das entidades beneficentes de assistência social previstos no art. 55 da Lei nº 8.212/91 e alterações dadas pelos arts.5º da Lei nº 9.429/96, 1º da Lei nº 9.528/97 e 3º da MP nº 2.187/01, para que a entidade assistencial faça jus à imunidade conferida pelo art. 195, §7º, da CF/88. (TRF4, APELREEX 5002516-13.2011.404.7100, Primeira Turma, Relator p/ Acórdão Joel Ilan Paciornik, D.E. 08/08/2013)
e) Imunidade cultural: é vedado instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Das imunidades previstas no inciso VI do art. 150, é única puramente objetiva. Conforme STF, não alcança o serviço de composição gráfica, nem a renda da entidade. Alcança, todavia, os serviços prestados pela empresa jornalística na veiculação de anúncios e propagandas, desde que estejam impressos no corpo do jornal ou do periódico (folheto separado, não). A extensão da imunidade a publicações em meios eletrônicos, a softwares, CD´s, DVD´s ou qualquer outro meio que não seja o papel não é aceita pelo STF. 
Súmula 657, STF: A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
	ALCANÇA
	NÃO ALCANÇA
	As operações de importação, produção e circulação de bens enunciados como imunes (IPI, II e ICMS)
	Os rendimentos decorrentes das atividades das empresas que produzem ou comercializam os bens imunes
	Papel fotográfico, inclusive para a fotocomposição por laser, e papel para telefoto (STF, RE 273.308/SP)
	Publicações em meio diferente de papel (softwares, CD, DVD)
	Filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas
	Tinta, solução de base alcalina concentrada e quaisquer máquinas, utilizados na impressão ou fabricação dos bens imunes
	Películas de polímero de propileno utilizadas em capas de livros, integrando-se ao produto final
	Tiras de plástico para amarrar jornais
	Listas telefônicas, ainda que veiculem anúncios e publicidade, pela inegável utilidade pública (STF, RE 199.183/SP)
	Encartes ou folhetos de propaganda comercial separados do corpo do jornal e distribuídos com ele (STF, RE 213.094/ES)
	Serviço de veiculação de anúncios e propaganda em jornais e revistas, impressos em seu corpo
	Calendários, manuais ou papéis impressos de propaganda mercantil, industrial ou profissional
	Apostilas didáticas (STF, RE 183.403/SP) e álbuns de figurinha.
	Agenda de anotações
- Por ser imunidade aplicável aos impostos, não se aplica ao antigo FINSOCIAL e a COFINS (STF, RE 217.252, 211.782 e 141.715).
O STF declarou, em liminar, inconstitucional a ampliação da imunidade aos veículos de radiofusão pelo Estado do RJ (ADI 773-4).
O TRF4, em interpretação teleológica, admite a imunidade cultural às mídias eletrônicas (CD, DVD, etc.): APELREEX 5002864-53.2010.404.7201, Relator p/ Acórdão Otávio Roberto Pamplona, D.E. 05/11/2012. No entanto, o tema está com repercussão geral no STF: Tema 593.
f) Outras imunidades: 
- Imunidade de custas judiciais, na ação popular, salvo comprovada má-fé (art. 5º, LXXIII)
- Imunidade de emolumentos referentes ao registro civil de nascimento e certidão de óbito, para os reconhecidamente pobres (art. 5º LXXVI, CF)
- Imunidade das receitas decorrentes de exportação a contribuições sociais (CSSLL) e de CIDE (Art. 149, § 2º, I, CF). Ou seja, há imunidade de PIS e COFINS. Tal imunidade não se estende à CSLL e à CPMF, haja vista a distinção ontológica entre os conceitos de lucro (não há imunidade: CSLL) e receita (há imunidade: PIS/COFINS). Neste sentido, recente decisão proferida pelo pleno do STF nos RE 474.132/SC e RE 564.413/SC (Info STF 565).
- O ISS não incide sobre as exportações de serviços para o exterior, nos termos da lei complementar (art. 156, § 3º, II, CF). Segundo o STJ, “para que haja efetiva exportação do serviço desenvolvido no Brasil, ele não poderá aqui ter consequências ou produzir efeitos” (REsp 474.132).
- Imunidade ao ITR das pequenas glebas rurais definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II, CF). Excetuadas as glebas rurais situadas na Amazônia, no pantanal mato-grossense e no polígono das Secas, são consideradas pequenas glebas rurais os imóveis com área inferior a 30 hectares (Lei 9393/96).
- Imunidade ao IPI das exportações de produtos industrializados (art. 153, § 3º, III, CF)
- Imunidade do ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, que se sujeita apenas ao IOF e à extinta CPMF (art. 153, § 5º, CF).
- Imunidade ao ICMS de operações que destinem mercadorias para o exterior e sobre serviços prestados a destinatários no exterior (art. 155, § 2º, X).
- Imunidade ao ICMS nas prestações de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, § 2º, X).
- Sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica (art. 155, § 2º, X, “b). O STF decidiu que a não-incidência se destina a beneficia o Estado destinatário da mercadoria, a quem cabe todo o ICMS e não ao consumidor, o que faz com que a empresa que adquire combustível em outro Estado, para uso próprio, se sujeita ao ICMS (RE198088).
- Nenhum outro imposto (exceto ICMS, II e IE) poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis minerais do País, não havendo qualquer restrição para a incidência de contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, nos termos do art. 155, § 3º c/c 149, § 2º, II daCF.
- Segundo o art. 156, § 2º, I, da CF, o ITBI “não incide sobre a transmissão de bens e direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil”.
- Imunidade a todos os impostos nas operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, § 5º). Não se estende à negociação dos Títulos da Dívida Agrária que estejam em poder de terceiros (STF, 179.696).
- Imunidade (STF: apesar de constar “isenção”) das entidades beneficentes de assistência social às contribuições para financiamento da seguridade social (art. 195, § 7º, CF). Existe para estimular a prestação de assistência social (ÁVILA, p. 164). Para o STF, abrange as entidades de saúde e educação (ADI 2028). Abrange as contribuições do art. 22 da Lei n.º 8.212/91, a COFINS, o PIS e o PIS/COFINS nas importações (ÁVILA, p. 163). O STF decidiu que é possível a entidade de assistência social mesclar a prestação de serviços, fazendo-o gratuitamente aos menos favorecidos e de forma onerosa aos mais afortunados (ADI 2028/DF).
- O art. 153, § 3º, III da CF consagra a imunidade do IPI sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
- Os aposentados e pensionistas pelo RGPS gozam de imunidade tributária relativamente às contribuições previdenciárias sobre os benefícios percebidos (art. 195, II, CF). Está pendendo de julgamento no STF o RE 437.640 que discute a constitucionalidade da contribuição do aposentado que volta a trabalhar, com voto do Relator pela constitucionalidade. Os servidores públicos sujeitos ao RPPS também estão imunes ao pagamento da contribuição previdenciária sobre seus proventos de aposentadoria e pensão, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, tendo o STF considerado legítima a incidência da CP sobre os servidores públicos aposentados, mesmo os que já estejam aposentados à data da publicação da EC 41/2003 (ADI 3105 e 3128).
- Relativas a taxas (inciso XXXIV do art. 5º da CF) : 	“são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal”.
Delegação da Arrecadação
- A competência tributária é indelegável. Por isso, a fata de seu exercício pelo titular não a transfere para pessoa diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído (art. 8º, CTN).
- Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
- Ou seja: é possível delegar a arrecadação, inclusive para pessoas jurídicas de direito privado, como acontece usualmente em relação aos bancos, que formam a rede arrecadadora.
- Não é delegação de fiscalização! Só de arrecadação.
- O art. 7º do CTN admite a delegação das funções de arrecadação ou fiscalização dos tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
- É revogável a qualquer tempo por ato unilateral.
Discriminação constitucional das rendas tributárias
O princípio da autonomia constitui o cerne do regime federativo, do qual a discriminação de rendas é o principal sustentáculo. Esta é a tese correta. A discriminação de rendas é o sustentáculo do princípio da autonomia que, por seu turno, constitui consequência necessária da descentralização política, cerne do Estado federal (José Afonso da Silva).
“Numa Federação, especialmente na brasileira, em que mesmo os Municípios têm sua esfera própria de atribuições exercidas com autonomia, a Constituição preocupa-se com prover de recursos os vários entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – a fim de que cada qual possa atender aos seus respectivos dispêndios.”
A rigor, não se pode falar de autonomia política sem autonomia financeira, e como a Federação caracteriza-se pela autonomia política das entidades que a compõem, pode-se afirmar que a discriminação constitucional das rendas tributárias é uma exigência da Federação.
Discriminação constitucional de rendas é expressão genérica. Compreende a atribuição de competência, ou partilha do poder tributário, e a distribuição de receitas tributárias. 
Pela atribuição de competência divide-se o próprio poder de instituir e cobrar tributos. Entrega-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, parcelas do próprio poder de tributar. Os artigos 153 a 156, da Constituição Federal, tratam da atribuição de competência tributária à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Repartição de competências na federação brasileira
Não se confunde com sujeito ativo da obrigação tributária. A competência é do criador do tributo, já a sujeição ativa é do credor (ÁVILA, p. 85).
A atribuição de competências tributárias à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios, definindo os fatos jurídicos de incidência que cabe a cada um destes entes federados, é uma técnica constitucional denominada de discriminação de rendas tributárias, uma peculiaridade do federalismo.
De acordo com a técnica constitucional adotada no federalismo brasileiro, combinam-se dois aspectos: (1°) da rigidez; e (2°) do cooperativismo. 
O primeiro é representado pela rigidez com que são discriminadas constitucionalmente tanto as fontes tributárias quanto a repartição das receitas tributárias. Trata-se da discriminação de rendas tributárias pela fonte e pelo produto respectivamente.
A discriminação de rendas tributárias pela fonte se realiza em três planos: (a) da competência tributária comum; (b) da competência tributária exclusiva; e (c) competência tributária residual. 
O segundo aspecto, representado pela repartição das receitas tributárias, comporta três modalidades: (a) a participação em impostos de decretação de uma entidade e percepção por outras; (b) a participação em impostos de receita partilhada segundo a capacidade da entidade beneficiada; (c) participação em fundos. 
A combinação dos dois aspectos não é uma novidade introduzida pelo constituinte de 1988, mas sim fruto da evolução da técnica constitucional iniciada a partir de seu primeiro esboço no Ato Adicional de 1834 (Lei n° 16, de 12 de agosto de 1834) – primeira revisão da Constituição de 1824.
- Impostos: a competência é discriminada exaustivamente na Constituição, que faculta apenas à União Federal criar impostos residuais, mas por lei complementar, não-cumulativos e desde que não incidam sobre a mesma base de cálculo ou fato gerador dos demais impostos já discriminados. A Constituição Federal identifica os impostos pelo aspecto material da hipótese de incidência, ou seja, são as situações descritas na Constituição que autorizam a instituição de um imposto que recaia sobre a “renda”, a “propriedade territorial rural”, as quais servem de limite para a criação da norma tributária (ÁVILA, p. 95).
- Taxas: a competência é concorrente, ou seja, todos os entes podem instituir taxas, bastando que tenham competência para prestar o serviço ou exercer o poder de polícia (ex.: taxa de emissão de passaporte só a União Federal pode criar, pois só ela tem a competência para tanto). 
- Contribuições de melhoria: competência concorrente. Institui a contribuição de melhoria o ente de realiza a obra pública.
- Empréstimos compulsórios: competência exclusiva da União Federal.
- Contribuições gerais: a competência é, em regra, da União Federal. Exceção para as contribuições para iluminação pública, de competência dos municípios e do DF, bem como para o custeio da previdência dos servidores(Estados, DF e Municípios).
- Impostos:
- Federais: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados, IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguros e Títulos e Valores Mobiliários), Imposto sobre a Renda, Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, Imposto sobre Grandes Fortunas, impostos residuais, impostos extraordinários.
- Estados: Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior), Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doações de quaisquer bens e direitos.
- Municípios: Imposto sobre Serviços, Imposto sobre a Propriedade Territorial e Predial Urbana, Imposto sobre a Transmissão “Inter Vivos” por ato oneroso de bens imóveis e direitos reais sobre imóveis (exceto os de garantia).
Terminologias de competências tributárias para os impostos:
	COMPETÊNCIA PRIVATIVA
	É a competência “exclusiva” da entidade impositora.
	Todos os entes políticos
	COMPETÊNCIA RESIDUAL (impostos)
	É a competência “remanescente” dada com exclusividade à União para a instituição de impostos “novos” (inominados).
	Só a União tem a competência residual
	COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA
	É a competência afeta à União no tocante à instituição do IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG – artigo 154, CF)
	Só a União tem a competência extraordinária.
	COMPETÊNCIA CUMULATIVA
	É a competência afeta aos IMPOSTOS no DF e nos territórios.
	DF 
(artigo 155, caput, c/c artigo 147, in fine) 
(impostos estaduais e municipais)
	
	
	TERRITÓRIOS
	
	
	Sem Municípios
	Com Municípios
	
	
	União é competente para a instituição dos impostos estaduais e municipais
	União competente para a instituição somente dos impostos estaduais
	COMPETÊNCIA
COMUM
	É a competência afeta a todos os entes federativos para instituir taxas, contribuições de melhoria e previdenciária própria dos servidores público. 
	União, Estados, DF, Territórios e Municípios
- Competência extraordinária (IEG) – regras gerais:
- Guerra externa ou sua iminência: são circunstâncias que permitem a criação do imposto, mas jamais serão seus fatos geradores.
- Terão a mesma hipótese de incidência, base de cálculo e fato gerador de imposto ordinário já instituído pela União, Estados, DF ou Municípios; ou seja, ele é repetitivo, é uma clonagem tributária, que vai conviver, simultaneamente, com o imposto ordinário ou residual já existente. Ou seja, poderá haver a bitributação (quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador) sobre a mesma hipótese de incidência) e o bis in idem (quando o mesmo ente tributante institui mais de tributo decorrente do mesmo fato gerador).
- Não exige não-cumulatividade.
- Devem ser transitórios, mas podem perdurar por 5 anos depois da celebração da paz (art. 76 do CTN).
- Podem ser instituídos por lei ordinária ou MP.
- Não se submetem ao princípio da anterioridade simples e nem à nonagesimal.
- Competência residual – regras gerais:
- Pode ser utilizada a qualquer tempo.
- Exige lei complementar.
- Exige não-cumulatividade
- Exige inovação do fato gerador e base de cálculo (segundo o STF, só existe dentro da própria espécie tributária. Ex.: uma contribuição só pode ser criada se o seu fato gerador e a sua base de cálculo forem diferentes daqueles definidos para as contribuições já criadas).
- São permanentes (não há exigência de natureza temporária)
- Submetem-se ao princípio da anterioridade e à noventena.
- Bis in Idem (ou bitributação econômica) - quando o mesmo ente tributante institui mais de tributo decorrente do mesmo fato gerador.
Não há no texto constitucional uma genérica vedação expressa ao bis in idem. Exemplo de bis in idem: COFINS e PIS; II e IPI/Importação (REsp 846.667/RJ).
- Bitributação (ou bitributação jurídica) - quando entes tributantes diversos exigem do mesmo sujeito passivo tributos decorrentes do mesmo fato gerador
Em regra, é proibida no Brasil.
Ex: ISS e Município competente para a cobrança do tributo – local do estabelecimento prestador (LC 116/2003) ou o da prestação do serviço (STJ)? 
Duas situações em que a bitributação é legítima: 1) Instituição, pela União, de impostos extraordinários de guerra com fato gerador próprio de tributos de competência estadual ou municipal; 2) casos envolvendo Estados-nações diversos (ex: possibilidade de cobrança de IR por Estados-Nações diversos)
Competência tributária plena
A competência tributária plena é aquela outorgada à pessoa política não só para cobrar (arrecadar) e fiscalizar o tributo (“função fiscal” ligada ao Poder Executivo), mas especialmente para criá-lo e legislar (“poder fiscal�” ligado ao Poder Legislativo) sobre ele. Art. 6.° do CTN: “A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.” Segundo Aliomar Baleeiro, “a ênfase da adjetivação – ‘plena’ – quer significar que não há outras limitações ao legislador, senão aquelas de ordem constitucional”. Somente os entes federados possuem competência tributária. Somente a CF pode estabelecer competências tributárias.
-	Limites para o exercício da competência: são apenas aqueles constantes na Constituição Federal, mas alguns autores entendem que Estados e Municípios podem criar restrições próprias (auto-limitações), por meio de suas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas. Tributo com receita distribuída: é o caso do IOF sobre o ouro como ativo financeiro, em que a União é competente para instituí-lo, mas a receita vai toda para Estados e municípios. Apesar do ente competente não ficar com a receita, ele mantém a competência plena. As regras constitucionais de repartição de receitas tributárias não têm nenhuma influência sobre a competência tributária, conforme art. 6º. parágrafo único, do CTN: “Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.”
-	A competência tributária é mutável, podendo ser alterada por emenda constitucional, pois não configura, a priori, cláusula pétrea. Ela decorre, entretanto, de uma cláusula pétrea, o princípio federativo. (Na ADI 2381, o STF reforçou a existência do princípio). Então, a competência pode ser modificada por emenda constitucional, desde que não prejudique a autonomia do ente federativo (financeira e de auto-gestão).
7.2 Indelegabilidade da competência
Em sentido estrito, a competência tributária é política, referindo-se à possibilidade de editar lei instituindo o tributo, definido seus elementos essenciais (fato gerador, contribuintes, alíquotas e base de cálculo). 
A capacidade ativa decorre da competência tributária, mas possui natureza administrativa, referindo-se às funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária. Nestes termos, conclui-se que, em sentido amplo, a competência é soma de quatro atribuições: instituir, arrecadar, fiscalizar e executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas relativas ao tributo.
A indelegabilidade da competência tributária, contudo, refere-se apenas à primeira atribuição, a de instituir o tributo. As demais funções seriam delegáveis, portanto. Assim, utilizando-se a expressão em sentido estrito, pode-se afirmar que a competência tributária (política) é indelegável, seja expressa (CTN, art. 7º), seja tacitamente (CTN, art. 8º); já a capacidade ativa (administrativa) é delegável de uma pessoa jurídica de direito pública a outra.Não confundir com o encargo ou função de mera arrecadação exercido por pessoas jurídicas de direito privado, como os bancos (art. 7º, §3º, do CTN), concessionária de energia elétrica (art. 149-A CF) e 84 CTN (Art. 84. A lei federal pode cometer aos Estados, ao Distrito Federal ou aos Municípios o encargo de arrecadar os impostos de competência da União cujo produto lhes seja distribuído no todo ou em parte. Parágrafo único. O disposto neste artigo, aplica-se à arrecadação dos impostos de competência dos Estados, cujo produto estes venham a distribuir, no todo ou em parte, aos respectivos Municípios.)
Não obstante, vale registrar que alguns doutrinadores, como Paulo de Barros Carvalho, afirmam a imprestabilidade do texto literal do CTN, por conflitar com o sistema constitucional, onde se albergam, no campo da parafiscalidade (delegação da capacidade tributária ativa), entidades não públicas credenciadas à titularidade ativa de relações jurídico-tributárias.
7.3 Não exercício da competência
CTN: Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
-	O não-exercício tampouco implica decadência da competência.
-	Com a LC 101/00, o não exercício da competência tributária passou a ter um ônus. Com efeito, o art. 11 da citada lei veda a realização de transferências voluntárias (entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira) para entes que não exerçam as competências tributárias que lhe foram atribuídas pela Constituição em relação aos impostos. Como já dito, há quem entenda por inconstitucional tal disposição, por trazer restrição não prevista na CF.
O exercício do poder atribuído é uma faculdade, não uma imposição constitucional. Cada ente decide, de acordo com seus critérios de oportunidade e conveniência política, e, principalmente, econômica, sobre o exercício da competência tributária. Apesar de reconhecer a lógica do postulado, na qual se um ente possui competência para criar um imposto e não o faz, presume-se que não precise de receita proveniente de transferência voluntária, para Ricardo Alexandre trata-se a vedação legal de uma sanção institucional que parece caminhar em sentido contrário à lição de que o exercício da competência tributária é facultativo.
7.4 Competência residual e extraordinária
Competência residual (Constituição Federal) – é sempre da União Federal em matéria de impostos e contribuições sociais:
-	Impostos: Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.
-	Contribuições: Art. 195: § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
-	Competência residual – regras gerais:
o	Pode ser utilizada a qualquer tempo.
o	Exige lei complementar.
o	Exige não-cumulatividade
o	Exige inovação do fato gerador e base de cálculo
o	São permanentes (não há exigência de natureza temporária)
o	Submetem-se ao princípio da anterioridade e à noventena.
-	Entende-se que, em matéria de taxas, a competência residual pertence aos Estados, haja vista sua competência residual político-administrativa.
Competência extraordinária (Constituição Federal): Art. 154. A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
-	Competência extraordinária – regras gerais:
o	Guerra externa ou sua eminência: são circunstâncias que permitem a criação do imposto, mas jamais serão seus fatos geradores.
o	Terão a mesma hipótese de incidência, base de cálculo e fato gerador de imposto ordinário já instituído pela União, Estados, DF ou Municípios; ou seja, ele é repetitivo, é uma clonagem tributária, poderá haver a bitributação (quando duas pessoas exigem tributo do mesmo sujeito passivo sobre a mesma hipótese de incidência) e o bis in idem (quando a mesma pessoa exige tributos sobre o mesmo fato gerador).
o	Não exige não-cumulatividade.
o	Devem ser transitórios, mas podem perdurar por 5 anos depois da celebração da paz (art. 76 do CTN).
o	Podem ser instituídos por lei ordinária ou MP.
o	Não se submetem ao princípio da anterioridade simples e nonagesimal.
Distribuição de receitas
Pela distribuição de receitas o que se divide entre as referidas entidades é o produto da arrecadação do tributo por uma delas instituído e cobrado. Não a competência tributária. 
Por isto o parágrafo único, do art. 6º, do Código Tributário Nacional, explicitou que os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
Teria de ser assim ainda que o Código Tributário Nacional não o dissesse. Mas é bom que o tenha dito, porque a afirmação tem efeitos didáticos. Não é raro, aliás, o questionamento em torno do assunto, a demonstrar que os desejáveis efeitos didáticos dessa norma do Código Tributário Nacional ainda não se produziram na extensão desejada.
A técnica da distribuição de receitas tributárias é fundamental na Federação. Tendo à União sido reservada parcela maior da competência tributária, os Estados-membros e os Municípios, todavia, participam do produto da arrecadação de diversos impostos federais. Dessa distribuição de receitas tributárias cuidam os artigos 157 a 162 da vigente Constituição:
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito

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