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1 Poder Judiciário – Disposições Gerais DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online PODER JUDICIÁRIO – DISPOSIÇÕES GERAIS Relembrando! Uma das diferenças entre o estável e o vitalício se refere à possibilidade da perda do cargo. O servidor estável pode perder o cargo em quatro hipóteses: Sentença Transitada em Julgado, Processo Administrativo Disciplinar, sobrelevação do limite de gastos com pessoal e Avaliação Periódica de Desempenho, nos termos de lei complementar. Por sua vez, o Magistrado vitalício só pode perder seu cargo, via de regra, em uma hipótese. Para quem ingressa por meio de concurso público, o prazo necessário para se tornar vitalício é de dois anos. Já aqueles que entram no quinto constitucional, no terço constitucional ou ainda diretamente no Supremo são vitalícios desde a posse. HIPÓTESES DE PERDA DO CARGO Antes de se tornar vitalício, o Juiz pode perder o cargo em duas hipóteses: decisão administrativa do próprio tribunal e sentença judicial transitada em jul- gado. Do ponto de vista administrativo, a punição máxima para um Juiz é a aposen- tadoria compulsória. Na esfera judicial, entretanto, o Juiz pode perder seu cargo. Após o vitaliciamento, em regra, a perda do cargo só será possível por Sen- tença Judicial transitada em Julgado. 2 Poder Judiciário – Disposições Gerais DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Atenção! Em prova do TRF 2ª Região, determinado item questionava se a única hipótese de o Juiz vitalício perder o cargo seria por sentença judicial transitada em julgado. Esse item estava incorreto, pois alguns Magistrados podem perder o cargo, por decisão do Senado Federal, em caso de crime de responsabilidade. De acordo com o artigo 52 da Constituição Federal, compete ao Senado Federal processar e julgar, nos crimes de responsabilidade, Ministros do Supremo Tribunal Federal e membros do CNJ e do CNMP. Dessa forma, alguns Magistrados também podem perder o cargo, por sentença do Senado, ainda que sejam vitalícios. QUINTO CONSTITUCIONAL • Função e origem: O quinto constitucional tem a função de oxigenar os tri- bunais. No entanto, ele tem sido utilizado de forma desvirtuada como meio de acesso político fácil a tribunais onde é aplicável. 3 Poder Judiciário – Disposições Gerais DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O quinto constitucional tem origem na Constituição de 1937, outorgada por Getúlio Vargas, após seu golpe denominado Estado Novo. Vargas fechou o Congresso Nacional e passou a legislar utilizando decreto-lei, hoje conhecido como medida provisória. A medida provisória se destina a casos de urgência e relevância, enquanto o decreto-lei era utilizado em casos de urgência ou relevância, ou seja, era cabível em diversas hipóteses. Assim como a medida provisória, este tinha prazo, com a diferença de que ela é rejeitada tacitamente quando não apreciada dentro do tempo estabelecido, e o decreto-lei era aprovado nessa hipótese. Getúlio Vargas era ao mesmo tempo executivo e legislativo, perdendo algu- mas vezes para o judiciário. Por essa razão, ele criou o quinto constitucional, que estabelecia que um quinto das vagas do Poder Judiciário seriam de pessoas inseridas por ele. Portanto, o surgimento do instituto do quinto constitucional não é muito demo- crático. • A quais Tribunais se aplica: TST, TRTs, TRFs e TJs. • O STJ e o terço constitucional: No STJ, se aplica o terço constitucional. Dos 33 Ministros que o compõem, 1/3 advém de TJ, 1/3 de TRF e 1/3 alter- nadamente entre membros do MP e da OAB. Logo, não há que se falar em quinto constitucional no STJ, mas em terço constitucional. • O que fazer com as frações: arredonda-se para o número acima. O TST, por exemplo, tem 27 Ministros. Um quinto de suas vagas deve ser com- posta por membros do MP e da OAB, e as demais, por Juízes de Trabalho da Carreira. Um quinto de 27 é igual a 5,4 membros. Nesse caso, arre- donda-se esse número para cima, a fim de que se ocupe 1/5 das vagas. Portanto, nesse caso, há 6 vagas para o MP e para a OAB. As demais, ou seja, as vinte e uma restantes, são destinadas a Juízes de Carreira. • A (des)necessidade de motivar a recusa da lista sêxtupla: conforme o STF, não é necessário que o Poder Judiciário motive a recusa de lista sêx- tupla. • A (in)constitucionalidade de norma estadual que preveja sabatina pela Assembleia Legislativa: segundo o Supremo Tribunal Federal, é incons- 4 Poder Judiciário – Disposições Gerais DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online titucional norma de constituição estadual que preveja sabatina por assem- bleia legislativa em lista tríplice, em razão de violação do princípio de sepa- ração dos poderes. DISPOSIÇÕES GERAIS • Fim das férias coletivas: as férias coletivas foram extintas na primeira e na segunda instância, ou seja, a atividade de juízes e tribunais de segundo grau é ininterrupta. Contudo, em tribunais superiores e no Supremo Tri- bunal Federal, ainda existem férias coletivas, que ocorrem de 2 a 31 de janeiro e de 2 a 31 de julho. • Decisões administrativas dos Tribunais: anteriormente, as sessões de julgamento eram reservadas. Atualmente, como regra, as sessões adminis- trativas de tribunais são públicas em decisões sempre motivadas, salvos casos em que o princípio da publicidade admite exceções. • O princípio do Juiz Natural e os órgãos fracionários compostos majo- ritariamente por convocados: conforme a Emenda Constitucional n. 45, a distribuição de processos deve ser imediata em todos os graus de juris- dição. Ao surgir essa emenda, os processos represados, que demoravam aproxi- madamente quatro anos para serem julgados, foram enviados de uma só vez para a primeira instância. Por essa razão, o TJ de São Paulo criou câmaras extraordinárias, desdo- brando as câmaras existentes, que normalmente eram compostas por seis Desembargadores, em seis câmaras, cada uma formada por um Desembarga- dor e cinco juízes, que receberiam gratificação por processo julgado. Alegava-se, entretanto, que essa solução ofendia o Princípio do Juiz Natural, uma vez que os julgamentos estavam sendo realizados por profissionais menos experientes que os Desembargadores. 5 Poder Judiciário – Disposições Gerais DIREITO CONSTITUCIONAL www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Todavia, conforme o Supremo Tribunal Federal, o fato de o órgão fracionário ser composto majoritariamente ou mesmo exclusivamente por juízes convoca- dos não viola o Princípio do Juiz Natural, desde que essa convocação esteja amparada por lei. Obss:� Órgãos fracionários são Turmas, Câmaras ou Sessões. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Aragonê.
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