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LEITURA, ESCOLA E PROFESSOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CCE/FAED 
CURSO DE PEDAGOGIA – HABILITAÇÃO MAGISTÉRIO DAS SÉRIES INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA, ESCOLA E PROFESSOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A 
FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLAUDIA REGINA DUTRA 
CLEUSA MARIA DOS SANTOS 
FLÁVIA TEREZINHA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2006 
CLÁUDIA REGINA DUTRA 
CLEUSA MARIA DOS SANTOS 
FLÁVIA TEREZINHA COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA, ESCOLA E PROFESSOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A 
FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito da 
disciplina de Prática de Ensino IV – 
Habilitação Magistério das Séries Iniciais do 
Curso de Pedagogia do Centro de Ciências 
da Educação – CCE/FAED, da Universidade 
do Estado de Santa Catarina – UDESC, sob 
a orientação da Profa Izabel Cristina Feijó de 
Andrade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLORIANÓPOLIS, JULHO DE 2006 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CCE/FAED 
CURSO DE PEDAGOGIA – HABILITAÇÃO MAGISTÉRIO DAS SÉRIES INICIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEITURA, ESCOLA E PROFESSOR: UMA REFLEXÃO SOBRE A 
FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenadora Geral de Estágios 
Nadir Esperança Azibeiro 
 
Professora Orientadora de Estágio 
Msc. Izabel Cristina Feijó Andrade 
 
Supervisora de Estágio: 
Silvania dos Santos Folster 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nós, Cláudia, Cleusa, Flávia dedicamos este trabalho aos nossos 
familiares, professores(as) e amigos que tanto nos ajudaram com seu 
apoio e afeto nos momentos mais importantes de nossa graduação. 
 
VIAJANDO NO MUNDO DA LEITURA 
 
 
Na leitura se viaja... 
Se descobre o mundo, 
Se sonha, se vive, se descobre tudo! 
Se é príncipe; se é rei; 
Se é mocinho; se é bandido; 
Se é herói; se é cowboy; 
Se é palhaço; se é amigo; 
Se é velho; se é moço; 
Se é monstro, se é tudo, 
Que se pode ser! 
Na leitura se constrói um mundo só... 
Seu faz de conta, 
Onde se apronta mil estripulias, 
Se ri, se chora, se tem alegria... 
A leitura, viagem mágica, 
Onde todos estão convidados a entrar, 
a sair, a se encantar... 
A voar, voar... 
Não é só criança que entra nessa viagem encantada, 
Todos estão convidados; 
O adulto, a criança, a vovó, o vovô... 
Todos lendo livros, 
se emocionando, 
se educando e reeducando, 
Descobrindo a cultura, a poesia... 
Se encantando com a vida... 
Com muito amor e harmonia 
(Dutra, Santos, Costa, 2006) 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho “Leitura, escola e professor: uma reflexão sobre a formação do aluno 
leitor”, é resultado da experiência vivenciada durante o estágio de docência desenvolvido na 
turma de segunda série do Ensino Fundamental, no Colégio Municipal Maria Luíza de Melo, 
no Kobrasol, município de São José, Santa Catarina. Teve como objetivo promover situações 
de leitura, escrita e produção de texto dentro de uma proposta interdisciplinar, buscando a 
formação de um cidadão crítico, capaz de ler, interpretar, escrever estabelecendo relações 
entre as diversas áreas de conhecimento e a realidade onde vive. Acredita-se que ser leitor é 
muito mais que apenas encontrar respostas em um texto. Ser leitor significa ir além do texto, é 
introduzir-se em seu próprio contexto, é perceber a mensagem nas entrelinhas e contextualizá-
la. Deve-se considerar, no entanto que a leitura e a escrita estão ligadas a uma prática social, e 
que vai depender da maneira de como cada um fará uso de cada uma dessas habilidades, de 
leitura e escrita, dependendo do seu contexto social. Tendo-se em vista o andamento deste 
trabalho numa perspectiva de parceria, cooperação, respeito e coletividade, buscando a 
interação dos diversos conteúdos curriculares, propôs-se a realizar as seguintes atividades: 
Dinâmicas de grupo: desenvolvendo o espírito de equipe, respeito mútuo, sensibilidade, 
autonomia e responsabilidade; aulas expositivas, dialogadas, integradas, participativas, 
contextualizadas, dinamizando os conteúdos e as respectivas atividades de forma 
interdisciplinar, proporcionando maior interesse dos alunos e o grau de significância do 
conhecimento para os mesmos. Atividades lúdicas: vídeos, musicalização e brincadeiras. 
Como tudo o que é “novo” é preciso coragem de enfrentar, foi necessário superar-se os 
próprios limites, indo em busca de alternativas para que essa prática acontecesse de maneira 
bastante significativa e que fosse de encontro aos ideais de uma docência comprometida na 
busca de uma educação com qualidade para o futuro cidadão. 
 
 
Palavras-chave: Leitura. Escrita. Leitor. Docência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 LISTA DE FIGURAS 
 LISTA DE ANEXOS 
 LISTA DE APÊNDICES 
 
1 INÍCIO DA CAMINHADA ................................................................... 11 
1.1 O POR QUÊ DESTA CAMINHADA ........................................ 11 
1.2 LOCAL DO ESTÁGIO ............................................................... 12 
1.2.1 QUEM FOI MARIA LUÍZA DE MELO ............................ 15 
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................ 16 
1.4 PERFIL DA PROFESSORA ...................................................... 17 
1.5 PERFIL DO GRUPO DE ALUNOS ........................................... 18 
1.6 PERFIL DO GESTOR ................................................................. 19 
 
2 NOSSOS ÚLTIMOS OLHARES SOBRE O ESTÁGIO ..................... 22 
2.1 REGISTRO DAS ATIVIDADES ................................................ 22 
 
3 ARTIGOS INDIVIDUAIS ..................................................................... 26 
3.1 ARTIGO 1 ................................................................................... 26 
3.2 ARTIGO 2 ................................................................................... 37 
3.3 ARTIGO 3 ................................................................................... 44 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 51 
 
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 53 
 
ANEXOS 
 
APÊNDICES 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01 – Foto da Instituição ....................................................................................... 14 
Figura 02 – Foto Maria Luíza de Melo .......................................................................... 15 
Figura 03 – Foto Diretora do Segmento das Séries Iniciais/Rosicléia ........................... 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
Anexo A - Questionário realizado com a Professora Supervisora 
Anexo B - Cartinhas recebidas por alunos da 2ª Série B 
Anexo C - Relatório “Projeto de Pesquisa – Prática de Ensino em Séries Iniciais” 
Anexo D - Textos produzidos por alunos da 2ª Série B 
Anexo E - Texto “A Síndrome de Desistência do Educador e a necessidade do 
reencantamento nos limites do fazer pedagógico” (Jéferson Silveira Dantas) 
Anexo F - Letra da música “Planeta Água” de Guilherme Arantes 
Anexo G - O ciclo da água 
Anexo H - As Fábulas Naturais do Tio ‘Quim (“A gota de água que precisava tomar banho”) 
Anexo I – “Água boa de beber” (site daMônica – apresentando a origem, os cuidados, onde e 
como deve-se usar a água) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE APÊNDICES 
 
Apêndice A - Conceito e tipos de Solo 
Apêndice B - Cuidados com o Solo 
Apêndice C - Doenças transmitidas pelo Solo 
Apêndice D - Sinais de pontuação 
Apêndice E - Exercícios com sinais de pontuação 
Apêndice F - Dicionário 
Apêndice G - Atividade (Fixação do conteúdo sobre o Solo) 
Apêndice H - Conceito de Antecessor e Sucessor 
Apêndice I - Atividade (Fixação dos números antecessores e sucessores) 
Apêndice J - Trilha (Trabalhando com os números antecessores e sucessores) 
Apêndice K - Números romanos 
Apêndice L - Atividade com números romanos 
Apêndice M - Atividade (Exercícios de fixação com números romanos) 
Apêndice N - Trabalhando com figuras representando o Ciclo da água 
Apêndice O - Ampliando vocabulário (Trabalhando com o dicionário) 
Apêndice P - Trabalhando os gêneros (masculino/feminino) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INÍCIO DA CAMINHADA 
 
 
“O saber não é estático e unilateral 
mas deve ser visto como um fazer e um fazer-se, 
com vida e movimento, 
por meio do compreender.” 
(Grissoni E Maggiori) 
 
 
1.1 O POR QUÊ DESTA CAMINHADA 
 
 O processo de aprendizagem do código é lento e gradativo. A esse processo deu-se o 
nome de alfabetização que consiste, em sentido restrito, do ensino do código da língua escrita 
para que a criança adquira as habilidades de ler e escrever. Num sentido mais amplo pode-se 
dizer que alfabetização é entendida como um fator de mudança de comportamento diante do 
universo, que possibilita ao homem integrar-se à sociedade de forma crítica e dinâmica. 
 Ao ingressar na escola a criança já traz consigo sua leitura de mundo e seu próprio 
vocabulário. A língua escrita deverá ser apresentada à criança a partir de suas produções orais 
e com base em seu universo lingüístico. Uma vez introduzida no mundo das letras, a criança 
terá, por certo, a sua leitura da realidade cada vez mais ampliada. Com sua visão mais 
ampliada, deverá o professor conduzir o desenvolvimento da leitura, ou melhor, ensinar a ler e 
a gostar de ler. 
 O material de leitura deve ser selecionado obedecendo à faixa etária, o gosto e a 
preferência dos alunos, não esquecendo de fazer a correlação com o real de suas vidas, o 
contexto sócio-cultural em que vivem. Os vários tipos de linguagem devem estar ao alcance 
dos pequenos leitores, tanto no vocabulário quanto na gramática. Entende-se que o processo 
de leitura deve promover situações significativas, produtivas e desafiadoras onde a criança, 
por meio de seus esforços, sua capacidade e juntamente com o auxílio do educador, 
aperfeiçoe sua linguagem e sua forma de comunicação na sociedade onde está inserida. 
Alfabetizar é, na sua essência, ensinar a alguém a ler, ou seja, a decifrar a escrita. 
Escrever é uma decorrência desse conhecimento, e não o inverso. Na prática escolar, parte-se 
sempre do pressuposto de que o aluno já sabe decifrar a escrita, por isso o termo “leitura” 
adquire outro sentido. Trata-se, então, da leitura para conhecer um texto escrito. Na 
alfabetização, a leitura como decifração é o objetivo maior a ser atingido. 
Depois que o aluno se tornou fluente na leitura, ou seja, sabe decifrar a escrita com 
facilidade, o uso da leitura como busca de informação torna-se objetivo mais importante na 
escola, e a simples decifração deixa de ser uma preocupação constante nos estudos. 
Refletindo-se sobre o assunto, crer-se que uma pessoa para desenvolver o processo de 
leitura, precisa saber a língua portuguesa, a diferença entre desenho e escrita, o que são letras 
e como as diferentes formas de letras dão origem aos diferentes alfabetos usados. 
Assim sendo, conclui-se que, sendo o indivíduo um ser social é importante ensiná-lo a 
ler e fazer dele um leitor, onde se torna necessário realçar as colossais diferenças entre “saber 
ler”, isto é, decifrar a mensagem simbólica expressa pelas sílabas e palavras. Fazer um aluno 
leitor é tão importante quanto a grandeza dessa missão é percebê-la literalmente 
interdisciplinar e, dessa forma, praticá-la com frases, mensagens e textos desta e daquela 
disciplina, até mesmo para que o aluno progressivamente perceba que cada ciência ou arte 
possui forma peculiar de leitura. 
É essencial que se mostre aos alunos a diferença entre ser “capaz de ler” e “ser um 
verdadeiro leitor”, mais ainda é praticar inúmeras vezes a experiência de se compartilhar 
leituras e, por suas estruturas, um quase e novo aprender a caminhar, descobrindo segredos, 
percebendo desafios, identificando atalhos. 
Desse modo, a maneira de ensinar e aprender precisa ser inovada, transformada, para 
atender de forma ética e moral as próprias necessidades do ser humano, como ser pensante, 
criativo e social. Compreende-se que a educação tem como finalidade cada vez maior, a de 
formar indivíduo capaz de se situar corretamente no mundo e de influir para que se 
aperfeiçoem as relações humanas como um todo, onde a solidariedade seja uma prática 
constante, e a ética seja articulada na busca de um mundo mais justo e mais humano. Como 
também respeitando este como sujeito, autor e protagonista de sua história. Diante do exposto 
teve-se como propósito identificar e estimular as práticas de leitura em sala de aula. 
 
 
1.2 LOCAL DO ESTÁGIO 
 
 O local escolhido para executar este projeto foi o Colégio Municipal Maria Luíza de 
Melo, que se situa à Rua José Fermino de Novaes s/n.º, no Bairro do Kobrasol, no Município 
de São José, fundado no dia 12 de novembro de 1988. Iniciou suas atividades em agosto de 
1989, com a finalidade de ser uma Escola Pública com garantia de um ensino de qualidade. A 
instituição surgiu com a necessidade de atender a comunidade local, na tentativa de evitar que 
os alunos fossem estudar em municípios vizinhos. O aumento da população e falta de escola 
do ensino fundamental e segundo grau (Ensino Médio), também contribuíram para que a 
construção do colégio iniciasse com êxito. 
 Mediante alguns obstáculos, a administração municipal no período de 1983 a 1998, 
desenvolveu um projeto efetivando seus compromissos. O primeiro prédio foi construído com 
1.594,32m², denominado de Bloco A, dentre uma área de 3.840m². Devido à necessidade de 
atender um maior número de alunos da comunidade local foi construído o Bloco B, com 
2.821,17m², mas a população do bairro continuou crescendo e com ela a necessidade de um 
número maior de vagas na Instituição. Mediante este motivo, em caráter urgente e pensando-
se em uma escola de futuro, foram realizados alguns investimentos e no ano de 1999 foi 
entregue o Bloco C com 1.685,59m². 
 Buscando um melhor aprimoramento, o Colégio, hoje possui como recursos 
pedagógicos: Biblioteca, Laboratório de Comunicação, Ciências e Informática. Possui 
também uma sala de dança, Videoteca, Auditório e Quadras Poli Esportivas. 
 No final do ano de 2005 e início de 2006, a escola passou por uma reforma geral, a 
fim de otimizar seu espaço físico: 
 - Passou por pintura interna e externa; 
 - Ganhou duas quadras poliesportivas (sendo uma coberta), o que totaliza três quadras, 
possuindo, duas delas, marcação para todos os esportes; 
 Re-inauguração da biblioteca, passando do terceiro piso para o térreo, local onde se 
situavam as salas da pré-escola, que tiveram suas paredes quebradas para a construção de um 
espaço amplo a fim de comportar a Biblioteca Escolar cujo nome é Biblioteca Escolar 
Professora Maria da Glória Matos; 
 As salas da pré-escola, anteriormente situadas no térreo, estãoagora no primeiro piso, 
no prédio onde funcionam as séries iniciais do ensino fundamental; 
 A merenda escolar assim como nas demais escolas da rede municipal de São José, foi 
terceirizada, pela empresa COAN, e de acordo com a direção escolar melhorou muito a 
qualidade da alimentação dos alunos. As merendeiras são sempre acompanhadas por 
nutricionista que recolhem uma amostra da merenda, a qual é encaminhada a um especialista. 
Existe um cardápio semanal, colocado no mural da escola, onde se encontra relacionado os 
tipos de merenda a ser oferecida para que as crianças tenham conhecimento do que será 
servido. Foi constatado que a procura das crianças pela merenda aumentou bastante e a cada 
dia percebe-se isso visivelmente. 
Neste ano o Colégio Municipal Maria Luiza de Melo, completa 18 anos de serviço ao 
município de São José. Durante esses anos vem trabalhando visando à formação de um 
cidadão consciente, comprometido capaz de atuar e participar na transformação de uma 
melhor sociedade com um olhar direcionado para todos. 
 
Figura 01: Foto da Instituição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Maio de 2005 
 
 Quanto à estrutura administrativa do Colégio Municipal Maria Luíza de Melo, 
encontra-se assim organizada: 
- Diretora Geral – Darci Terezinha Meincheim Gesser 
 - Diretora das Séries Iniciais – Maria Rosicléia da Silva Guarezi 
 - Diretora do Ensino Fundamental – Simone Fabro Hasckel 
 - Diretora do Ensino Médio – Rosangela Regina de Oliveira Caldas 
 O Colégio conta com aproximadamente 200 profissionais, sendo especialistas em 
Assuntos Educacionais (administrador, orientadores e supervisores escolares), professores, 
funcionários e APP. Lembramos, todavia, que cada segmento possui um Orientador e um 
Supervisor e em cada piso um Coordenador Pedagógico. 
 O quadro docente conta, de acordo com os dados fornecidos pelo responsável do 
Recurso Humano, Júlio César, com 189 professores, sendo 74 ACTs, 4 diretores, 8 
orientadores, 2 secretários, 7 supervisores, 2 fonoaudiólogos, 1 administrador e 115 
funcionários, incluindo o setor de serviços gerais e o setor administrativo. 
 O número de alunos se aproxima a 4.000, distribuídos nos períodos matutino, 
vespertino e noturno. Constituindo-se, assim em 4 turmas de pré-escolar, 70 turmas do Ensino 
Fundamental (1.ª à 8.ª séries), 27 turmas de Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos. 
Ressaltamos que a Instituição oferece, ainda, atividades extra-curriculares como 
dança, capoeira e futebol. 
 
1.2.1 Quem foi Maria Luíza de Melo 
 
Maria Luíza de Melo foi uma mulher que estava sempre a frente do seu tempo. Era 
culta, moralmente correta e muito voltada às causas religiosas, tinha uma preocupação 
especial com o desenvolvimento cultural de seus filhos e das crianças da comunidade local. 
Nasceu em Garcia, município de Angelina, no Estado de Santa Catarina no dia 6 de janeiro de 
1899, onde morou e cresceu, filha de Germano Bernardo e Melo e de Luíza Waldrich. 
 
Figura: Maria Luiza de Melo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Informativo histórico/biblioteca 
 
Em 1915, com 26 anos de idade, casou-se com João Ludovino Vieira, e passaram a 
residir em Rio São João, distrito também de Angelina, até então pertencente ao Município de 
São José. 
 Desta união nasceram 12 filhos naturais e o casal ainda criou uma filha adotiva. Como 
tradição, os filhos quando completavam 6 anos de idade aprendiam a ter responsabilidades, 
ajudando seus pais no trabalho da roça, em casa e no comércio, para o sustento da família. 
Maria Luíza de Melo então contratou uma professora, Margarida Ventura, para que seus 
filhos e a comunidade tivessem acesso ao ensino e as aulas eram ministradas em sua casa. O 
casal sempre fez de sua casa um grande espaço de confraternizações, acolhendo a comunidade 
para participar de orações, teatros educativos e palestras. 
Em reconhecimento no ano de 1988, o filho Germano João Vieira, então prefeito do 
município de São José/SC, que acompanhou a luta de sua mãe em prol de causas nobres, 
apresentou um projeto no legislativo determinando que o colégio recebesse o nome de Maria 
Luíza de Melo. Homenagem justa a esta mulher que sempre educou, não só a seus filhos, mas 
também a comunidade, demonstrando imensa sabedoria e determinação. 
 
 
 
“A instrução deve ser adquirida pela experiência, 
o mestre deve mostrar aos discípulos o exterior das coisas; 
fazendo-os experimentar, escolher e discernir por si mesmos, 
preparando-lhes o caminho, 
deixando-lhes liberdade de buscá-lo.” 
(Montaigne) 
 
 
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Dentre os procedimentos metodológicos, deu-se preferência a trabalhar com Projetos 
de Trabalho, pois o mesmo tem como função favorecer a criação de estratégias de 
organização dos conhecimentos escolares de uma forma mais globalizada, e com a 
participação de todos. Deste modo, fazendo que os alunos possam adquirir e aprender por 
meio de pesquisa novos conteúdos, novos esclarecimentos de algum fato ou problema, 
transformando em novos conhecimentos juntando com os demais já apreendidos por eles. 
Consistem esses Projetos, em desenvolver trabalhos capazes de vincular a sala de aula 
à realidade social na qual o aluno vive, para que ele possa compreendê-la melhor, mostrando, 
desta forma, que o processo de aprendizagem é um processo global que integra o saber com o 
fazer, a prática com a teoria. 
Possui como objetivo buscar a estrutura cogniscitiva, isto é, o problema fim, para que 
vincule as diferentes informações, as quais convergem num tema facilitando o estudo e a 
compreensão dos alunos. 
Estabelece o equilíbrio entre o pensamento científico e o desenvolvimento humano por 
meio da aplicação de uma metodologia estabelecida no tripé: curiosidade, investigação e 
descoberta. 
A curiosidade despertada e motivada pelo professor conduzirá o aluno a ter o desejo 
de saber e conhecer melhor o assunto a ser investigado. A investigação devidamente orientada 
pelo professor por meio de procedimentos sistematizados, tem o objetivo de levar o aluno a 
explorar o assunto, através de leituras, entrevistas e observações da realidade. A descoberta, 
como alvo, é a realização maior do prazer cultural e da satisfação do próprio aluno em, por ele 
mesmo, ter atingido o conhecimento desejado. 
Os Projetos de Trabalho são altamente educativos, pois envolve o aluno, fazendo que 
o mesmo deixe de ser meramente um ouvinte repetidor de conteúdos e passe a agir e a refletir 
com consciência crítica diante dos fatos estudados. 
A característica principal dessa prática é a passagem do aluno passivo, receptor 
apenas, para o papel de sujeito participativo e operante no desenvolvimento de seu 
conhecimento, aquele que aprende a superar a condição de “massa de manobra”, para se 
transformar em agente da própria aprendizagem, como sujeito crítico e inovador. 
Trabalhar com Projetos é ensinar a aprender, o professor tem o papel de incentivar, 
ensinando os alunos pesquisar e a explorar seus impulsos criativos, para que possam dar 
respostas ao que lhes é solicitado sobre o tema. 
A realização dos Projetos de Trabalho serve para conduzir os alunos à elaboração e à 
reconstrução de seus conhecimentos, à mudança de suas concepções sobre os fatos do mundo, 
fazendo com que tenham uma visão mais crítica e diferente em relação às coisas que o 
cercam. E como cidadão, possam desenvolver a capacidade de aprender; possam compreender 
o ambiente natural e social onde vive; possam desenvolver sua capacidade de aprendizagem e 
possam fortalecer os laços de solidariedade e de relações inter-pessoais. 
 
 
1.4 PERFIL DA PROFESSORA 
 
A professora, supervisora, daturma a qual se realizou o estágio tem como formação 
profissional Magistério, Pedagogia com Habilitação em Séries Iniciais e Educação Infantil do 
Ensino Fundamental. Costuma sempre participar de Cursos de aperfeiçoamento que 
geralmente são disponibilizados pelas Instituições onde é funcionária – Prefeitura de São José 
(Colégio Municipal Maria Luíza de Melo) e Estado de Santa Catarina, (Fundação Catarinense 
de Educação Especial – FCEE). 
Durante as paradas pedagógicas, onde se encontram reunidos professores, 
especialistas, direção e outros, participa na discussão do Projeto Político Pedagógico – PPP, 
da escola. 
Percebe-se que a professora é uma profissional que busca subsídios para sua prática 
pedagógica promovendo assim, uma aprendizagem mais significativa. Possui excelente 
domínio de classe. Em relação a sua postura, mostra-se ética, atenciosa com os alunos 
demonstrando ter autoridade sem ser autoritária, além de se perceber sempre uma grande 
afetividade e respeito pelos educandos. 
Utiliza linguagem clara e objetiva ao relacionar-se com seus alunos. É uma 
profissional comprometida e muito organizada, fazendo seus alunos perceberem que por meio 
desta organização a rotina da sala flui com mais tranqüilidade. 
Em sua linha de trabalho procura desenvolver as habilidades cognitivas e afetivas das 
crianças. Constatou-se também que ela considera e respeita, muito, a realidade dos alunos, 
diversificando na medida do possível as atividades propostas. 
Mostrou-se muito disposta em auxiliar as estagiárias disponibilizando materiais usado 
por ela, como também oportunizando ver o planejamento da 2.ª série, bem como os livros 
didáticos que compra no intuito de proporcionar aos seus alunos, melhores conhecimentos e 
conseqüentemente enriquecendo mais sua prática pedagógica. (ANEXO A) 
 
 
1.5 PERFIL DO GRUPO DE ALUNOS 
 
A turma é composta por 34 alunos, atualmente matriculados na 2.ª série B das Séries 
Iniciais, do período matutino com idade entre 7 e 8 anos, provenientes de diversos bairros e 
localidades vizinhas do município de São José e Florianópolis. Do total de alunos, 18 são 
meninos e 16 são meninas, em sua maioria alunos do colégio desde a 1.ª série. Em conversa 
com a professora supervisora, a mesma relatou que somente dois (2) alunos é que eram 
repetentes. 
Observou-se que a turma é muito organizada e participativa, respeitam a educadora, 
funcionários e demais pessoas que de alguma forma interferem em sua rotina. A classe 
demonstra grande interesse e disposição, quando a atividade proposta envolve trabalhos em 
equipes com apresentações para o grande grupo, além de participarem efetivamente de todas 
as atividades propostas. 
Durante o estágio levou-se às crianças ao laboratório de informática para apresentar 
em powerpoint o “ciclo da água”, por meio da história da “gotinha d’água” chamada 
“Salpico” e os cuidados e preservação da mesma com história em quadrinhos com o título 
“Água boa de beber” retirada do site da Mônica. Percebeu-se que essa atividade foi bastante 
significativa para o grupo, despertando neles um interesse maior em visualizar outros 
conteúdos. 
No dia do encerramento da prática de ensino as estagiárias foram recebidas 
calorosamente pelas crianças, demonstrando seu carinho por meio de abraços e entrega de 
bilhetes e cartinhas por elas escritas, contendo lindas mensagens de agradecimentos. 
(ANEXOS B). 
 
 
1.6 PERFIL DO GESTOR 
 
A Diretora das Séries Iniciais, tem como formação profissional Magistério das Séries 
Iniciais, Magistério Adicional para Educação Infantil e Pedagogia com Habilitação nas Séries 
Iniciais. Atua na área da educação há dezesseis anos sempre no Colégio Maria Luíza de Melo, 
sendo que treze anos atuou como regente das turmas de terceira série, sua grande paixão. 
 
Figura 03: Diretora do Segmento das Séries Iniciais/Rosicléia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Maio 2005 
 
Ao ser indicada para a direção geral, hoje, a diretora geral do colégio, só aceitou o 
cargo com a condição de formar sua própria equipe. Assim, indicou para o Segmento Pré 
Escolar/Séries Iniciais a Diretora atual das Séries Iniciais, bem como as outras diretoras 
citadas no quadro administrativo dessa Instituição, formando assim uma equipe onde todas as 
diretoras são efetivas. 
O objetivo principal da Diretora das Séries Iniciais é de trabalhar a questão pedagógica 
em primeiro lugar, devendo este superar o administrativo. Embora existam obstáculos, busca 
sempre trabalhar com os educadores, nas reuniões pedagógicas, temas como leitura e 
interpretação, proporcionando subsídios para que estes repassem aos alunos e todos avancem 
na aprendizagem e preparação para a vida. Apesar da questão hierárquica e das dificuldades 
em administrar uma escola deste porte, trabalha com os professores pela união do grupo por 
meio de transparência e de um clima de companheirismo e amizade. 
Sua paixão e comprometimento pela educação são rapidamente observados quando 
fala das crianças e na falta que sente em atuar em sala de aula. Preocupa-se muito com a 
questão da formação continuada dos professores, com a acomodação e desunião de alguns 
deles, embora respeite as diferentes opiniões. Mesmo sabendo da precariedade dos salários 
que desmotivam muito educadores, não aceita o conformismo e o individualismo, pois na sua 
opinião enfraquece a classe num todo. Acredita que a boa vontade e o diálogo são à base de 
tudo e que a participação ativa é que levará as mudanças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho Final de Estágio faz parte da disciplina de Prática de Ensino do Curso de 
Pedagogia em séries Iniciais da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e se 
compõe de 295 horas, sendo 90 dispensadas as observações e 205 para a Prática de Ensino. 
Para tanto, este se estrutura em quatro partes. Na primeira, descreve-se a introdução, 
na qual, explicam-se os motivos da escolha do tema, que por sinal é bastante relevante para as 
discussões educacionais da atualidade. Além disso, apresenta-se a trajetória de Estágio em 
que se relata o processo de estágio com uma breve caracterização da instituição-campo de 
estágio, localizando o tema central da equipe, a prática vivenciada, os procedimentos, 
atividades e os recursos metodológicos adotados. 
Na segunda parte, tem-se a descrição das atividades desenvolvidas no Estágio e o 
planejamento da prática de ensino que teve como base a pedagogia de projetos. Optou-se por 
esta metodologia, por acreditar que esta é uma possibilidade real de se tornar à aprendizagem 
mais significativa para as crianças de qualquer idade. 
Na terceira parte, apresentam-se artigos individuais das estagiárias e que representam 
umas reflexões críticas, particulares e teóricas sobre uma temática ou sub-tema específico, 
desdobrado do tema central trabalhado. 
E, por fim, na quarta parte, apresenta-se às considerações finais sobre a problemática 
investigada e vivenciada durante o Estágio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. NOSSOS ÚLTIMOS OLHARES SOBRE O ESTÁGIO 
 
Ao iniciar-se o estágio no “Colégio Municipal Maria Luíza de Melo”, era inevitável 
não se criar expectativas em relação ao trabalho novo que surgia. A curiosidade e ansiedade 
passaram a ser parceira nesta etapa do curso. 
 Entretanto, ao chegar na instituição tudo se transformou, a ansiedade se tornou 
tranqüilidade e a curiosidade em plena harmonia. Observou-se uma grande interação entre 
Gestor e Professores e os mesmos em relação aos seus alunos e vice-versa. Todo esse 
entrosamento foi de extrema relevância para as estagiárias, inclusive na relaçãoexistente entre 
a professora supervisora e seus alunos, proporcionando as mesmas experiências que 
permitiram uma maior compreensão sobre o processo ensino-aprendizagem. 
 O ambiente investigado ofereceu uma melhor visibilidade sobre a rotina de uma sala 
de aula, onde a integração entre aluno e professor é possível e desta forma fica visível que 
este é o caminho para uma prática, consciente, reflexiva, humana e de respeito mútuo. 
 
 
2.1 REGISTROS DAS ATIVIDADES 
 
Os procedimentos metodológicos foram realizados por meio de projetos pré-
elaborados pelas estagiárias, sobre os seguintes temas: Solo e Água. 
 
Primeiro Tema: Solo 
 
Período previsto: De 3 a 4 semanas 
 
Justificativa: A importância do Solo na vida do homem, dos animais e plantas, 
apresentando as transformações que o mesmo sofre por interferência do homem e os cuidados 
que temos que ter para a própria sobrevivência. 
 
Problematização: 
 
O que é o Solo? 
Quais os tipos de Solo? E quais as diferenças entre eles? 
Quais os cuidados com o Solo? 
Quais os tipos de doenças transmitidas pelo Solo? 
 
Objetivos 
 
Objetivo Geral: Construir com as crianças o conceito de Solo, sua importância e 
preservação. 
 
Objetivos Específicos: 
- Identificar os diversos tipos de Solo; 
- Estimular os alunos a preservar o Solo; 
- Apresentar as diversas transformações ocorridas no Solo, 
- Pesquisar quais as doenças transmitidas pelo Solo. 
 
Dimensões dos Conteúdos: 
 
Conceito, produção de texto, interpretação, leitura, pontuação e ampliação de 
vocabulário. Na área de matemática trabalhar o antecessor e sucessor de um número. 
 
Procedimentos Didáticos: 
 
Partindo de um questionamento, alunos e professora explanarão seus conhecimentos 
sobre o Solo, os tipos de solo, bem como os cuidados e as doenças transmissíveis por ele. Em 
seguida será proposto a turma se dividirem em 4 grupos de 8 pessoas, cada um orientado pelas 
professoras estagiárias e a professora supervisora. Cada grupo receberá um tipo de solo e 
deverá elaborar um texto sobre o mesmo e no final deverá ser socializado com toda a turma. 
Após a socialização serão trabalhadas as palavras desconhecidas por meio de um dicionário 
confeccionado pelas professoras estagiárias. Seguidamente serão apresentados aos alunos os 
seguintes sinais de pontuação: o ponto, a vírgula; o ponto de exclamação; o ponto de 
interrogação, dois pontos e o travessão. Posteriormente, será solicitado aos alunos trabalharem 
novamente em grupos para então se trabalhar os cuidados com o solo e as doenças 
transmitidas pelo mesmo, por meio de pesquisa em revistas e livros didáticos, alguns levados 
pelas professoras estagiárias e outros cedidos pela biblioteca do Colégio. Terminada a 
pesquisa será elaborado um texto e este será socializado para a turma. Para fixação do 
conteúdo dado sobre o solo, será proposto aos alunos realizarem um exercício incluindo fotos 
em quadrinhos, onde os alunos terão que colocar numa seqüência e depois elaborarem um 
texto individualmente. Para descontrair um pouco, será realizada uma brincadeira com cartões 
numerados trabalhando-se com antecessor e sucessor dos números apresentados. Em outro 
momento será trabalhado, com um dos textos produzidos pelos alunos, a reestruturação deste 
coletivamente. 
 
Segundo Tema: Água 
 
Período previsto: De 3 a 4 semanas. 
 
Justificativa: A origem da água e sua vital importância na vida do planeta, do homem, 
dos animais e plantas. Os cuidados e preservação para que não venha a faltar. 
 
Problematização: 
 
- O que é a água? 
- Como acontece o ciclo da água? 
- Qual a origem da água? 
- Quais os cuidados que devemos ter com a água ? 
- O que podemos fazer para economizar a água? 
 
Objetivos 
 
Objetivo Geral: Apresentar para as crianças a origem da água, sua importância na vida 
do homem, os cuidados essenciais na sua utilização para que a tenhamos sempre, pois precisa-
sela para sobreviver. 
 
Objetivos Específicos: 
- Possibilitar o conhecimento da origem da água e a compreensão do seu ciclo na 
natureza; 
- Reconhecer a importância, os cuidados e a preservação com a água; 
- Identificar as diversas maneiras de sua utilização. 
 
Dimensões dos conteúdos: 
 
Conceito, produções de textos individuais e coletivos, ampliação de vocabulário, 
reestruturação de texto e gêneros masculino e feminino. Na área da matemática dar 
prosseguimento aos exercícios dos números antecessores e sucessores, bem como os 
algarismos romanos. 
 
Procedimentos Didáticos: 
 
Inicialmente, irá se apresentar às crianças um DVD com apresentação da música 
“Planeta Água” de autoria de Guilherme Arantes. Em seguida se trabalhará com a letra da 
música, ampliando o vocabulário das mesmas por meio de um dicionário. Será narrada a 
história da “gotinha que precisava tomar banho”. Levar as crianças na sala de informática para 
verem o “ciclo da água”, como também a origem, a importância, os cuidados e a preservação 
da água, retirado do site > www.monica.com.br, contado através de uma história em 
quadrinhos com o título “água boa de beber. Em retorno a sala de aula, elaboração de um 
texto coletivo sobre tudo que foi visualizado pelas crianças com a fala das mesmas. Realizar 
exercícios de fixação dos números antecessores e sucessores. Propor atividade, por meio de 
um texto sobre gênero masculino e feminino solicitando aos alunos que refaçam o mesmo 
num gênero diferente do que foi apresentado a eles. 
 
Avaliação: 
 
Será realizada de forma processual e contínua, observando a participação, iniciativa e 
o desenvolvimento no processo de aprendizagem do aluno e do grupo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 ARTIGOS 
 
 
3.1 ARTIGO 1 
 
A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM ORAL E LEITURA NA PRODUÇÃO DE 
TEXTO NAS SÉRIES INICIAIS1 
 
SANTOS, Cleusa Maria dos2 
 
RESUMO: Este artigo relata sobre a capacidade do homem em se comunicar e as várias 
formas da comunicação acontecer na sociedade, em momentos distintos. Mostra as variações 
lingüísticas e os preconceitos impostos pela sociedade, trazendo assim conseqüências 
econômicas, políticas e sociais, interferindo na vida das pessoas. Indica a leitura como sendo 
uma função imprescindível na vida do homem, pois por seu intermédio é que se têm 
conhecimentos do passado e do presente em relação a todos os acontecimentos produzidos em 
épocas distantes. Por conseguinte, é por meio da leitura que a criança amplia conhecimentos 
aprende a pensar, a refletir e a questionar e cria seu próprio referencial em relação a fatos e 
ocorrências do dia-a-dia. A saber, das principais diferenças entre a comunicação oral e a 
escrita, as diversas maneiras de fazê-las, bem como a dificuldade que a criança enfrenta nessa 
passagem de leitor para ser o próprio autor da história. 
 
Palavras-chave: Comunicação. Linguagem. Leitura. Escrita. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Este trabalho tem por objetivo verificar como se dá o processo de ensino da Língua 
Portuguesa nas séries iniciais do ensino fundamental. Sabendo-se que falar corretamente é um 
fator importante na comunicação entre pessoas, é imprescindível e necessário mostrar às 
crianças os diversos modos de linguagem para que possam se comunicar de maneira simples e 
compreensiva. Devem ser informadas da existência da grande variedade de dialetos 
existentes, bem como das diferenciadas formas de comunicação, que podem ser: oralmente 
 
1 Artigo produzido na disciplina de Didática da Língua Portuguesa II, sob a orientação da Professora Daniella 
Cássia Yano, em julho de 2006. 
 
2 SANTOS. Acadêmica da 8ª fase do Curso dePedagogia da Universidade do Estado de Santa Catarina – 
UDESC/FAED 
e/ou por meio da escrita, e fazê-las perceber como acontece o processo na passagem da 
oralidade para a escrita. Quanto ao seu uso, no que, e como ela poderá ajudá-los. E, 
finalmente, identificar com que finalidade se escreve e para quem se escreve. Além disso, 
questioná-las sobre o que pensam das diferentes formas de linguagem usadas pelas 
comunidades, despertando nelas o interesse pela escrita e leitura. 
Esta verificação foi oportunizada por meio do estágio de observação participativa e 
docência, realizado nas 8.ª fase do Curso de Pedagogia, Séries iniciais do ensino fundamental, 
na Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Centro de Ciências da Educação – 
FAED. O estágio foi realizado no Colégio Municipal Maria Luíza de Melo, na 2.ª série B, 
situado no Kobrasol, Município de São José, contendo 34 alunos, sendo 18 meninos e 16 
meninas, com faixa etária entre 7 e 8 anos de idade. Os dias para a observação participativa e 
a docência eram somente nas terças e quartas-feiras, das 07h45min às 11h45min, e a 
professora responsável pela turma recebeu as estagiárias para realização do mesmo. 
 
COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM 
 
A linguagem é a capacidade que o homem tem de se comunicar por meio de um 
sistema de signos vocais chamados língua. (SAUSSURE, apud MAROTE, 1987). É um 
processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de 
uma sociedade em distintos momentos de sua história. A linguagem verbal torna possível ao 
homem representar a sua realidade física e social. Possibilita o controle do pensamento e da 
ação, próprios e alheios como também a comunicação de idéias, pensamentos e intenções de 
diversas naturezas e, assim influenciando o outro e estabelecendo relações interpessoais. 
(CAGLIARI, 1997). 
Durante todo o estágio participativo e a docência observou-se com satisfação uma 
excelente integração entre professor e aluno. Todos muito participativos, espontâneos e com 
liberdade de expressão. Sendo este procedimento muito relevante já que é sabido que a 
comunicação entre as pessoas permite a construção de novos modos de se compreender o 
mundo e de novas representações dele. Como se observa nos PCNs (1997), toda vez que se 
produz linguagem aprende-se linguagem. Produzir linguagem significa produzir discursos. 
Isso quer dizer que quando se fala alguma coisa a alguém, de uma determinada forma, e em 
um determinado contexto, conclui-se que as escolhas feitas ao produzir-se um discurso não 
são aleatórias, mas, sim decorrentes das condições em que esse discurso é realizado. 
Assim, pode-se considerar que o professor deve ensinar aos seus alunos que a 
linguagem humana possui uma função que é comunicar. Mas que essa é apenas uma entre 
uma série de outras funções que a linguagem nos proporciona e coloca a nossa disposição 
para se fazer uso dela. 
 
VARIEDADES LINGÜÍSTICAS 
 
A língua sofre várias intervenções dependendo da região onde se encontram devido à 
vinda de povos oriundos de outros países. Por isso, concorda-se com o que diz Cagliari 
(1997), quando fala que qualquer criança que entra na escola aprendeu a falar e a entender a 
linguagem, sem precisar de treinamento, ela foi exposta ao mundo lingüístico e foi criando o 
que lhe era possível criar. Ao se falar em ensino da língua materna não se pode olvidar que o 
aluno já é um falante dessa língua, portanto tem conhecimentos lingüísticos, aprendeu a falar, 
agindo sobre a linguagem e refletindo sobre ela. Assim, todo falante nativo usa sua língua de 
acordo com as regras próprias de seu dialeto, espelho da comunidade lingüística a que está 
ligado. 
 Assim, a escola também deverá respeitar as variedades de dialetos, entendê-los e até 
mesmo ensinar como essas variedades da língua funciona comparando-as entre si. Mostrar 
que a sociedade atribui valores sociais diferenciados aos diversos modos de falar a língua e 
que esses valores, embora interpretados erroneamente, têm conseqüências econômicas, 
políticas e sociais bastante sérias para as pessoas (MAROTE, 2000). Também se concorda 
com Marote (2000, p. 38), quando este afirma que: 
 
Os professores mais esclarecidos e comprometidos deveriam explanar aos seus 
alunos o problema da variação lingüística, mostrando-lhes como são os diferentes 
dialetos, por que é diferente o que isso representa em termos das estruturas 
lingüísticas das línguas e, como é que a sociedade considera esta variação 
lingüística, os seus preconceitos e a conseqüência disso na vida de cada um. 
 
 De acordo com o que traz os PCNs (1997), a questão não é falar “certo ou errado”, 
mas sim saber qual a maneira apropriada de utilizar a fala, considerando as características do 
contexto de comunicação, ou seja, saber qual a fala adequada dependendo da situação. Saber 
coordenar o que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada 
coisa. É conhecer, portanto, quais variedades e registros da língua oral são pertinentes em 
função da intenção comunicativa, referente ao contexto e aos interlocutores a quem o texto é 
dirigido. É preciso uma adequação conforme as circunstâncias, isto é, utilização eficaz da 
linguagem: falar bem e adequadamente, para a compreensão da mensagem. Sobre a questão 
de ‘certo ou errado’ Cagliari (1997, p. 35), fala que: 
 
A língua portuguesa, como qualquer língua, tem o certo e o errado somente em 
relação à sua estrutura. Com relação a seu uso pelas comunidades falantes, não 
existe o certo e o errado lingüisticamente, mas o diferente. [...] É bom observar que 
um falante nativo não comete erros lingüísticos a não ser em situações raríssimas, e 
mesmo nesse caso sabe que errou e procura se corrigir imediatamente. Agem dessa 
forma não só os adultos como também as crianças. 
 
Contudo, concorda-se novamente com Marote (2000), que na escola os professores 
são os únicos transmissores de mensagens e reprodutores da língua por ela adotada. A língua 
usada na escola é o dialeto que os professores dominam – dialetos geográfico, social, etário, 
masculino ou feminino – e algumas variedades de grau de formalismo e particular. 
Portanto, nem sempre coincidem com os dialetos usados pelas crianças. Pode-se 
considerar como fala-padrão a língua aplicada na escola, a qual se reflete na escrita e obedece 
às regras da gramática normativa. Mas, nem sempre esta linguagem é simples e natural e de 
fácil apropriação para a criança. Sendo a escola, um espaço institucional de acesso ao 
conhecimento, quando comprometida com a verdadeira educação voltada no exercício da 
cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade do uso eficaz da 
linguagem que satisfaça as necessidades pessoais relacionadas às ações efetivas do cotidiano, 
como também, na transmissão e busca de informação, ao exercício de reflexão. Cientes da 
importância e do valor dos usos da linguagem que são determinados historicamente conforme 
as demandas sociais de cada momento. (PCN, 1997). 
 
LINGUAGEM ORAL 
 
No período de observação participativa e docência no que se refere à linguagem oral, 
pode-se visualizar a preocupação da professora, supervisora, em destacar para as crianças a 
importância da língua e linguagem, como também algumas de suas variedades nas diversas 
situações que elas poderão vir a vivenciar. Segundo Marote (2000, p. 36), 
 
...um dos princípios de fundamentação lingüística no ensino de uma língua é o da 
prioridade da língua falada. Por isso, as atividades de língua oral têm um fim em si 
mesmas. [...] as atividades de língua falada deverão levar a criança a falar para 
melhorar o seu desempenho oral e aprender a ouvir quando o professor(a) ou o(a)colega, por sua vez, também falarem. [...] a escola deverá apresentar-lhe formas 
novas, de outros níveis, onde se exige mais cuidado na construção das frases, na 
escolha das palavras e pronúncia. 
 
 Assim, para que a criança se expresse oralmente é necessário que ela tenha confiança 
em si mesma. Essa confiança é conquistada em ambientes favoráveis quanto à manifestação 
do que se pensa, do que se sente e do que se é. Desta forma, pode-se dizer que o 
desenvolvimento da capacidade de expressão oral da criança depende consideravelmente de a 
escola constituir-se num ambiente que respeite e acolha a vez e a voz, a diferença e a 
diversidade. Já que existe uma dificuldade, por parte da criança, na passagem da linguagem 
oral para a escrita, quando esta vai transcrever para o papel as suas palavras e histórias 
contadas na oralidade. Conforme os PCNs (1997, p. 40), 
 
O trabalho com linguagem oral deve acontecer no interior de atividades 
significativas: seminários, dramatização de textos teatrais, simulação de programas 
de rádio e televisão, de discursos políticos e de outros usos públicos da língua oral. 
Só em atividades desse tipo é possível dar sentido e função ao trabalho com 
aspectos como entonação, dicção, gesto e postura que, no caso da linguagem oral, 
têm papel complementar para conferir sentido aos textos. [...] é preciso, às vezes, 
criar um ambiente que convide à escuta atenta e mobilize a expectativa: é o caso, 
por exemplo, dos momentos de contar histórias ou relatos (o professor ou os 
próprios alunos). A escuta e demais regras do intercâmbio comunicativo devem ser 
aprendidas em contextos significativos, nos quais ficar quieto, esperar a vez de falar 
e respeitar a fala do outro tenham função e sentido, e não sejam apenas solicitações 
ou exigências do professor. 
 
 Segundo os PCNs (1997), quando a escola elege a língua oral como conteúdo escolar, 
isso exige um planejamento da ação pedagógica de maneira a garantir, na sala de aula, 
atividades sistemáticas de fala de escuta e reflexão sobre a língua. Pois, é por meio dessas 
atividades que se pode converter em boas situações de aprendizagem sobre os usos e as forma 
de língua oral: atividades de produção e interpretação de uma ampla variedade de textos orais, 
de observação de diferentes usos, de reflexão sobre os recursos que a língua oferece para 
alcançar diferentes finalidades comunicativas. Sendo necessária para isso, a diversificação das 
situações propostas tanto em relação ao tipo de assunto como em relação aos aspectos formais 
e ao tipo de atividade que demandam – fala, escuta e/ou reflexão sobre a língua. 
É importante que as crianças contem histórias aos colegas e ao professor. Dessa forma, 
ensina-se aos pequenos, por meio de contínuas negociações, como se dá a complexa passagem 
da fala, da língua oral para a escrita. Essa passagem não é automática e exige várias operações 
cognitivas e lingüísticas, já que a escrita é uma representação simbólica da fala. 
A criança deve saber identificar a diferença entre a comunicação escrita e a 
comunicação oral. Sendo que uma das principais diferenças entre o oral e o escrito é que no 
texto escrito há necessidade de maior explicitação daquilo que é comunicado. O que o autor 
considera importante para o entendimento da mensagem é explicado pormenorizadamente. Na 
oralidade, esses pormenores, de forma geral, não precisam ser ditos, pois são substituídos por 
olhares, gestos, etc. 
 
LEITURA 
 
Na escola, uma outra atividade também fundamental é a leitura. É por intermédio desta 
que se tem conhecimento do passado, do presente e aprende-se a entender o dia-a-dia. No 
estágio, as leituras realizadas pela professora eram oriundas de livros trazidos por ela mesma, 
contendo histórias de acordo com o conteúdo que está sendo dado em sala de aula, além disso, 
apresentando valores morais para aprimoramento da educação das crianças. Segundo Cagliari 
(1997, p. 149), “ler é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só 
semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonéticos.” 
Diante deste fato, cabe ao professor (a escola) saber ensinar a criança, além de ler, a 
saber, interpretar o que lê. Não somente o ato de ler por ler, mas sim de ler e entender as 
palavras, as histórias e todos os textos independentes de que disciplina seja. Sobretudo 
compreender que ensinar a ler é, fundamentalmente, um ato de amor calmo, paciente, 
persuasivo e confiante. Dessa forma, a criança irá ter interesse e prazer de ler os textos, 
possibilitando haver uma interação com os mesmos e, assim nascendo um desejo de realizar 
outras leituras. 
Uns dos problemas mais observados que o aluno tem, no decorrer dos seus anos de 
estudo, por causa da leitura, pois o mesmo aprende a ler, mas não compreende aquilo que lê. 
O que é observado no período escolar é o crescimento substancial no interesse de ensino da 
leitura, sendo esta mais exigida do que ensinada. 
Ainda falando sobre leitura, devemos ter consciência de que todo o material para 
realizá-la deve ser selecionado obedecendo a uma gradação e seqüência, de acordo com a 
faixa etária, o gosto e a preferência dos alunos, bem como não esquecendo de fazer uma 
correlação com o contexto sócio-cultural em que vivem. Não esquecer de que a linguagem 
desse material deve estar ao alcance dos pequenos leitores, tanto no vocabulário quanto na 
gramática. 
 Quanto à forma de leitura, essa pode ser oral ou silenciosa. A leitura silenciosa é a 
leitura da compreensão, já a leitura oral é uma leitura expressiva que pode ser individual ou 
coletiva. Quando coletiva a leitura oral divide-se em três modalidades: a) simultânea; b) um 
aluno lê e os outros seguem; c) um aluno lê e os outros ouvem. 
 De acordo com Marote (2000), existem três tipos de leitura: 
a) leitura intensiva – Consiste na leitura silenciosa ou oral de um pequeno trecho e do 
estudo das suas particularidades (vocabulário, estilo e gramática), culminando com uma 
síntese e a aplicação das noções e conhecimentos adquiridos. É o tipo de leitura geralmente 
praticado em quase todas as escolas. Para obter-se um bom êxito de uma aula de leitura 
intensiva é necessário seguir-se alguns passos: 1 – preparação para a leitura; 2 – leitura; 3 – 
entendimento ou interpretação; 4 – aplicação. 
 b) leitura extensiva – Consiste na leitura de um texto bastante longo, tendo como 
objetivo: a compreensão e a rapidez. Esse tipo de leitura poderá ser feito em classe ou em 
casa. Quando realizada em classe, o importante é que a leitura vá até o fim sem interrupções e 
só no fim seja avaliada por meio de algumas perguntas. Já quando é feita em casa pode 
retornar para a sala de aula, para verificação e controle dos progressos realizados. Esse tipo de 
leitura quando bem preparada e bem conduzida, é o meio mais indicado para inocular no 
coração e na alma dos alunos o amor pela leitura. 
 c) leitura suplementar – É a leitura extensiva em ponto maior, isto é, a leitura de um 
livro inteiro com o objetivo apenas da compreensão e da fruição completa. 
 Nos últimos dois séculos, a leitura passou a estar indissociavelmente ligada a escrita, 
pois a história de vida do homem se faz registrar por uma inumerável quantidade de letras. Os 
escritos que circulam no meio social no espaço urbano e no ambiente mais fechado das 
próprias casas, são escritos variados, de múltiplas naturezas. E mesmo antes de ler, o ser 
humano está profundamente ligados à escrita, dependentes dessa escrita, quase que o tempo 
todo. 
O professor que trabalha com leitura e escrita deve atender a uma premissa básica: ele 
tem que ser, antes de tudo, um bom leitor e deve gostar de produzir escrita. Ele precisa ler 
textos diferentes, já que se lêpara se distrair, para ampliar o conhecimento, para sentir prazer 
com os textos literários de ficção e poemas. 
 De tudo que a escola pode oferecer de bom aos seus alunos, o mais importante é a 
leitura, sem dúvida, pois é a grande herança da educação. Quanto mais oportunidades o 
educando tiver de ler e discutir, maior será o seu referencial para realizar uma produção 
escrita e oral própria; assim ele não será um mero reprodutor de idéias dos outros. 
 
PRODUÇÃO DE TEXTO 
 
A alfabetização, anteriormente tomada pela teoria associacionista como mera atividade 
mecânica, individualista e desvinculada de outros conhecimentos, priorizava apenas a 
percepção auditiva e visual. Hoje, assumindo um sentido mais amplo, alfabetizar é interagir 
com o mundo por intermédio da língua escrita. 
É necessário entender a alfabetização como um processo de apropriação do 
conhecimento da língua escrita, em que o aluno, gradativamente, irá ampliar e rever suas 
formas de ler o mundo e representá-lo. Com o domínio de um sistema de código, a criança 
ampliará indefinidamente sua possibilidade de cognição. 
A aprendizagem da linguagem escrita, embora tenha início fora da escola, encontra 
nela o lugar de sistematização e ampliação. Entre outras funções, cabe à escola a tarefa básica 
de ensinar a ler e a escrever aos que nela ingressam. Mas ler e escrever com interlocução 
significa apropriação e produção de uma linguagem em que o sujeito possa estabelecer pontes 
com o outro, dialogando e produzindo sentido. O importante é transmitir a mensagem de 
forma clara e objetiva e que o receptor tenha a compreensão dessa mensagem. A ortografia 
nesse sentido se reduz para segundo plano. 
 A função da escrita deve ser trabalhada. Para isso é necessário que sejam lidos para as 
crianças livros de literatura infantil, jornais, revistas, cartas etc., além de incentivá-las a 
escrever histórias, notícias sobre assuntos que lhes interessem cartas, bilhetes etc., em sala de 
aula. 
O trabalho com o texto é sempre norteador de todo trabalho com a alfabetização e a 
língua. Desde os textos orais que a criança produz e que o professor transcreve para mostrar a 
direção da escrita e as correspondências da oralidade, até os textos autônomos que a criança 
deve fazer presente sua própria voz, seus pontos de vista, suas opiniões, enfim, a linguagem 
na sua dimensão discursiva. 
Na escola devem ser trabalhados diferentes tipos de textos, pois cada um tem uma 
função específica e é escrito de forma diferenciada: “a produção de um texto escrito envolve 
problemas específicos de estruturação do discurso, de coesão, de argumentação, de 
organização, de idéias e escolha de palavras, do objetivo e do destinatário do texto, etc...” 
(Cagliari, 1997, p. 122). 
 Quando as crianças vão escrever, não é necessário que se estabeleça um roteiro 
anterior, pois nesta fase, só atrapalham. Elas precisam escrever o mais livremente possível. 
Deixar com que as crianças tenham iniciativa própria, e elas mesmas possam fazer sua 
reflexão. É preciso não corrigir demais as crianças: deve-se dar tempo para que aprendam e 
incentivar a autocorreção, a autocrítica. Motivar as crianças é desafiá-las a fazer suas tarefas. 
Não esquecendo que, mesmo que os alunos não dominem a mecânica da escrita, ou 
não conheçam nem saibam traçar as letras, ainda assim é possível trabalhar a linguagem 
escrita. É necessário que as crianças aprendam a importância do uso da escrita, no que ela 
poderá ajudá-las e qual o benefício que poderá trazer na sua vida presente e futura. No 
processo de aprendizagem de produção de textos é imprescindível que o professor deixe claro 
a finalidade de cada produção. Os educadores precisam apontar a importância da escrita, 
salientando que o homem, por meio dela, escreve a história da humanidade da qual a criança 
faz parte e que, possuindo ela o código da escrita, poderá ela mesma escrever sua própria 
história. Juntamente com os alunos, os professores devem refletir sobre as possibilidades da 
escrita, e que para uma boa comunicação entre as pessoas de uma mesma sociedade, é que se 
estabeleceu um código, isto é, convencionou-se um desenho para as letras. 
Torna-se importante inspirar na criança o desejo de escrever, oferecendo-lhe motivos 
concretos para a elaboração de textos e ainda esclarecer que por meio da escrita podemos 
comunicar com quem não está próximo a nós. De acordo com Marote (2000), “a escrita exige 
treino sistemático e, mesmo assim, os resultados são lentos.” 
 Assim sendo, cabe a escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que 
circulam socialmente ensinando-os a produzi-los e a interpretá-los. Deverá para isso, todas as 
disciplinas terem a responsabilidade de ensinar e utilizar os textos que fazem uso, mas não 
esquecendo que é na Língua Portuguesa que deverá fazê-lo de modo mais sistemático para 
que o aluno possa ter capacidade de utilizar vários textos, possibilitando a aprendizagem dos 
diferentes conteúdos. (PCN, 1997). 
 A criança deve ser levada a escrever em situações concretas que reflitam efetivamente 
o uso da escrita na sociedade. Uma delas é a transmissão de informações que normalmente se 
dá por meio de cartas, bilhetes, convites, avisos, cartazes, anúncios, etc. Não esquecendo que 
em qualquer forma de comunicação algumas normas deverão ser obedecidas. 
Segundo Koegler, (2002), é pela interação verbal que a língua é falada, penetrada e 
constituída. Toda enunciação é “determinada tanto pelo fato que procede de alguém, como 
pelo fato de que se dirige para alguém” (BAKTHIN, apud KOEGLER, 1982). Portanto, o 
trabalho com a língua é um trabalho dialógico entre locutor/autor e ouvinte/leitor em que a 
compreensão é um processo ativo e produtivo. Essa interlocução é constituinte tanto da 
própria linguagem, e das línguas em particular, quanto dos sujeitos. A escola é o espaço desta 
interlocução onde a criança deverá ter oportunidade de interagir com uma infinidade de textos 
orais e escritos que tenham características lingüísticas particulares e que possam ser em 
muitos aspectos, diferentes dos que fazem parte do seu dia-a-dia. 
 Desta forma, pode-se considerar que é somente por meio da vivência das formas de 
comunicação, em situações reais e concretas de uso social da escrita, que o aluno apreenderá a 
noção do que é escrever. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Considera-se que o objetivo deste trabalho foi alcançado, pois foi possível visualizar-
se com prazer à dedicação, comprometimento, amor e zelo de uma professora que cumpre sua 
docência com gosto pelo que faz, esmerando-se nas pequeninas coisas para proporcionar aos 
seus alunos o melhor do melhor. Uma profissional dedicada e comprometida com sua tarefa 
de educar. Educar, no sentido amplo da palavra permitindo que seus alunos pudessem 
conhecer e entender a importância da linguagem, das diversas maneiras de como essa se faz 
presente em nossa sociedade. Apresentou também os diversos modos de expressar-se tanto na 
oralidade como na escrita e de como usá-los de modo adequado e eficaz. 
Além disso, pode-se constatar, uma relação afetiva, onde educador e educando são 
amigos e trabalham de forma cooperativa, numa relação horizontal, sem imposições, na qual o 
aluno pode compor e ampliar seu repertório de significados. Onde, ambos selecionam 
conteúdos, assimilam, processam, interpretam e juntos aprendem e ensinam possibilitando 
assim que o educador se torne educando e o educando, educador. Lamenta-se, somente, por 
não se conseguir contemplar numa seqüência de dias como era praticado o segmento das 
demais atividades. 
Entretanto, refletindo-se sobre a educação numa totalidade pode-se considerá-la ainda 
muito “fraca”, pois nossas criançasmerecem uma educação com maior qualidade e não 
quantidade de informações fragmentadas. Pensamos que deveria haver uma conscientização 
mais apurada daqueles que elaboram, estabelecem e ditam quais as normas a serem seguidas 
pelas Instituições Escolares. É preciso modificar o caminho que a educação percorre nos dias 
atuais. A educação “pede socorro”, e este não pode tardar, já que o tempo corre muito rápido 
e as nossas crianças não podem permanecer no meio do caminho, como uma folha que cai e o 
vento fica sendo seu guia... 
 
REFERÊNCIAS 
 
Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa /Secretaria de Educação Fundamental 
Brasília: MEC/SEF, 1997. 144p. 
 
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Lingüística. São Paulo: Scipione, 1997. 
 
MAROTE, João Teodoro D’Olim & FERRO, Gláucia D’Olim Marote. Didática da Língua 
Portuguesa. São Paulo: Ática, 2000. 
 
KOEGLER, Cleonice E. Refletindo sobre a linguagem. Disponível em 
http://geocities.yahoo.com.br/ciberliteratura/psicolinguistica/cleonice.htm 
 
 
 
 
3.2 ARTIGO 2 
 
PRÁTICAS REFLEXIVAS SOBRE O ENSINO DA ESRITA E DA LEITURA NAS 
SÉRIES INICIAIS3 
 
COSTA, Flávia Terezinha4 
 
RESUMO: Constata-se que o ato de ler não é apenas uma decodificação de letras. Deverá ser 
trabalhado sob uma ótica significativa com totalidade textual, objetivando a compreensão dos 
princípios que norteiam a língua escrita de natureza alfabética, e não mera alienada 
memorização de letras e sílabas. Uma proposta de alfabetização que pressupões 
desenvolvimento da prática de leitura como forma de produção de sentido, através da 
interação do leitor ativo com o texto, ler dialogando com o texto, e não apenas codificando. 
Escrever é entender o que se lê, transcrever para o papel fazendo com que as palavras criem 
vida, transcendam, entrem na mente e no coração daquele que lê. A Escrita e a leitura é um 
processo admirável que precisa ser bem explorado, contextualizado, significativo, prazeroso e 
reflexivo. Sendo assim o presente trabalho visa ilustrar que o ato de ler não é uma mágica, 
mas um processo árduo e significativo. 
 
Palavras-chave: Escrita. Leitura. Reflexão. 
 
INTRODUÇÃO 
 
(...) e pensando a criticamente a prática de hoje ou de 
ontem é que se pode melhorar a próxima prática. Os 
próprios discursos teóricos, necessários à reflexão 
crítica, têm que ser de tal modo concreto que quase se 
confunda com a prática. 
(Freire, Paulo). 
 
 O Campo de estágio concentra-se no Colégio Maria Luiza de Melo, situado no Bairro 
Kobrassol, no Município de São José. A turma observada foi uma Segunda Série, composta 
 
3 Artigo produzido na disciplina de Didática da Língua Portuguesa II, sob a orientação da Professora Daniella 
Cássia Yano, em julho de 2006. 
 
4 COSTA. Acadêmica da oitava fase do curso de Pedagogia - Séries Iniciais da Universidade do Estado de Santa 
Catarina – UDESC/FAED. 
 
de 34 alunos, na faixa entre 8 a 9 anos de idade, no período matutino, das 7:45 ás 11:45, todas 
as terças e Quartas feiras, iniciando no dia 23/03/2006 até o dia 14/06/2006. 
 O presente trabalho visa relatar as experiências vividas nestes dias de Estágio 
Supervisionado e de Docência, que foram de grande relevância para as acadêmicas da oitava 
fase do curso de Pedagogia, incluí observações entre a teoria e a prática no processo de ensino 
aprendizagem e análise das estratégias empregadas pela professora supervisora no processo de 
alfabetização. O artigo busca também, um aprofundamento teórico reflexivo sobre o processo 
de aquisição da escrita e de leitura nas séries iniciais. 
 Observou-se que alguns alunos estavam no processo silábico (uma letra para cada 
sílaba) e a maioria estava no silábico alfabético, (caracterizado pelo de apresentar sílabas e 
fonemas, pode ser um período de transição que carece de maturidade interna) e outros já liam 
com grande perfeição. As letras para esse último grupo, ainda não tinham valores sonoros, por 
exemplo, a palavra MAPA tem essa grafia, se fosse trocado M por C que palavra formaria? 
Conseqüentemente a leitura era prejudicada. Os questionamentos giram em torno do Ato de 
Ler, o que é ler? Como poderiam ser as aulas para que as crianças desenvolvessem a leitura e 
a escrita? Que recursos auxiliariam os alunos nesse processo? 
 Sabendo que, a compreensão atual da relação entre aquisição das capacidades de 
redigir e grafar rompe com a crença irraigada de que o domínio da leitura e da escrita se dá 
pela “decodificação do Bê-á-Bá”, pré-requisito para o início do ensino da língua, e nos mostra 
que esses dois processos de aprendizagem podem e devem acontecer simultaneamente. Um 
diz respeito a aprendizagem de um conhecimento de natureza notacional: a escrita alfabética, 
outro se refere á aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. 
O processo de escrita e leitura podem ser prazeroso e simultâneo, partindo das 
experiências vividas no ambiente social da criança, da observação de sua cultura, respeitando 
sua trajetória e, em seguida, criar condições para que novos elementos sejam incorporados 
visando a sua inclusão na sociedade letrada. O professor deve assumir o papel de mediador da 
leitura em uma perspectiva de que o ato de ler extrapole e sala de aula. 
 
 
 
 
RELATO REFLEXIVO SOBRE PRÁTICA DE ENSINO 
 
 As aulas ministradas nestes dias de Estágio foram expositivas dialogadas, a professora 
deixava com que os alunos participassem oralmente dos assuntos que seriam abordados na 
aula. Sabe-se que o desenvolvimento da oralidade é de suma importância no processo de 
alfabetização. 
Segundo Cagliari (1997 p. 52), “se a escola tem por objetivo ensinar como a língua 
funciona, deve incentivar a fala e mostrar como ela funciona”. Na verdade, uma língua vive 
na fala das pessoas e só aí se realiza plenamente, ou seja, as línguas vivas, espontâneas, cheias 
de significados, vivências e culturas, haja vista que, muitos dialetos, modos diferentes de 
pronunciar uma mesma palavra e as gírias tão constantes nos ambientes escolares. A fala do 
aluno não pode ser discriminada e nem expulsa da sala de aula, mas o professor deve ter a 
sensibilidade suficiente para acrescentá-las e enriquecê-las com novos elementos lingüísticos. 
Da mesma forma a escrita deve ser tratada. A escola deve observar a fala das crianças para 
poder compreender a sua produção escrita. 
 Na sala observada as práticas de leitura eram prazerosas, os alunos liam em silêncio e 
em voz alta. A professora sempre trazia histórias relacionadas ao tema da aula pra ler para os 
alunos, por exemplo, quando o assunto da aula foi o órgão dos sentidos ela trouxe um livro de 
literatura infantil, chamado OLAVO E OS SONS. Toda semana uma história é contada pela 
professora, sempre contextualizada com os conteúdos propostos para a série que eles 
freqüentam. Toda a terça-feira, também, os alunos são incentivados a levar um livro para 
casa, e trocá-lo por outro, na terça feira seguinte, é o Projeto Troca-Troca implantado pela 
escola. Sabemos que os professores também são desafiados a ler um livro por mês, que será 
discutido nas reuniões pedagógicas. 
Os PCNs (1997), mostram que o trabalho com leitura tem como finalidade a formação 
de leitores competentes e, conseqüentemente, a formação de escritores, pois a possibilidade de 
produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção da 
intertextualidade e fonte de referências modelizadoras. 
 Um bom professor é sempre um bom leitor e um incentivador da leitura, ele sempre 
fará com que os alunos gostem de ler. Recomenda-se uma avaliação constante observando e 
registrando todas as reações dos alunos aos textos lidos. A afetividadeé muito importante no 
processo de leitura, o aluno se sente mais seguro, confiante, tranqüilo para ler, como diz 
Marote, (2000, p. 55), “que por parte do professor não se pode esquecer que ensinar a ler é um 
ato de amor. Calmo, paciente, persuasivo e confiante”. 
A sala era composta da mesa da professora, quadro negro, armários para colocar 
materiais usados em sala de aula, vários cartazes com dizeres de boas vindas e um calendário 
que foi trabalhado por algumas semanas. 
O alfabeto de letra em caixa alta e letra cursiva estavam colados em cima do quadro 
negro. As carteiras eram compostas em fileiras, em algumas ocasiões mudavam de posição, 
sendo colocadas em duplas aumentando o espaço dentro da sala de aula, sendo mais fácil para 
a professora, circular entre as carteiras. Ela estava sempre circulando entre as carteiras, 
verificando o caderno dos alunos e verificando como escreviam as palavras que ela passava 
no quadro e como estavam os cadernos, sempre exigia o caderno limpo e organizado, com a 
matéria copiada. Preocupa-se com a estética do caderno dos alunos, sua escrita e a leitura do 
que estava sendo escrito no caderno. 
Silva (1948), diz que a leitura em voz alta pode ser mais bem trabalhada. Geralmente 
as pessoas que lêem em voz alta fora da escola, têm vergonha do dialeto, da entonação, ou 
seja, a leitura oral, é vista devido aos preconceitos lingüísticos da sociedade, como devendo 
ser realização plena do dialeto-padrão no seu nível mais formal. Os primeiros contatos das 
crianças com as leituras acontecem desse modo, os adultos lêem historias para as crianças, 
dessa forma de ler a leitura oral tem duas maneiras de ser realizada, individual ou 
coletivamente, ou ainda, grupos de alunos se alternam na leitura, um aluno lê e os outros 
seguem o livro, ou um aluno lê e os outros não têm livro e apenas ouvem. De qualquer forma, 
a leitura expressiva, animada por mímica e entonações marcantes é significativa para a 
criança. 
A leitura silenciosa permite ao leitor concentra-se antes no conteúdo do que na forma, 
ela facilita muito, a compreensão e reflexão do texto. A leitura silenciosa visual tem grandes 
vantagens sobre os outros tipos de leituras, não só não inibi o leitor por questões lingüísticas, 
como permite, ainda, uma velocidade de leitura maior, podendo ele parar onde quiser e 
recuperar passagens, já lidas, o que a leitura oral de um texto não costuma permitir. 
A leitura oral, falada ou ouvida, processa-se foneticamente de maneira semelhante à 
percepção auditiva da fala. A leitura visual, falada ou silenciosa, além de pôr em 
funcionamento o mesmo mecanismo de percepção auditiva da fala para decodificação do 
texto, precisa pôr em ação os mecanismos de decifração da escrita. Uma criança que vai 
aprender a ler traz problemas anteriores, que é dominar as estratégias de decifração. Para ela 
isso é difícil. Seria como um adulto aprender uma língua estrangeira. Para apropriar-se dos 
códigos de decifração é complicadíssimo, fazem-se relações com que já se conhece. É preciso 
pensar como as crianças, isso é muito difícil para o adulto. 
Emília Ferreiro (1995), diz que foi Piaget que nos obrigou a livrar-nos do 
“adulcentrismo”, de que nosso modo de pensar é único legítimo e obrigou-nos a pensar do 
ponto de vista do sujeito em desenvolvimento. Para conseguir ler, deve-se, pois, decifrar 
foneticamente a escrita, processá-la, para falar e realizar todas as etapas necessárias para a 
produção do que se vai dizer e da maneira como se vai dizer. 
Cagliari (1997), relata que a maioria das pessoas aprende a ler com facilidade e 
perfeição, mas o próprio ato de ler constitui numa tarefa muito delicada, que se for feita em 
bloco, leituras de pequenas partes para se juntar a um todo, acompanhado letras escritas, o 
resultado será uma leitura feita aos “trancos e barrancos” não será espontâneos. A criança 
precisa de todo o tempo necessário para decifrar e analisar a escrita. Depois que chegou a uma 
conclusão, então diz que leu. À medida que se torna hábil nessa tarefa, irá necessitar de menos 
tempo entre uma atividade e outra, chegando idealmente ao ponto em que a interpretação 
visual e a realização fadada sejam feitas em um espaço de tempo curto, como se espera da 
leitura fluente. 
Mas, porque a leitura é tão importante no processo de alfabetização? A resposta pode 
ser dada por meio de outra pergunta, como uma criança pode estar feliz e realizada, não 
sabendo as regras e códigos do mundo letrado, ou seja, o mundo que ela vive? Cagliari (1997, 
p. 184), explica que “tudo que a escola oferece de bom aos alunos é a leitura, sem dúvida, a 
melhor e grande herança da Educação”. No dia a dia a maioria das pessoas lê mais do que 
escreve. Por isso, a leitura deve ter prioridade no ensino de Português, desde a alfabetização. 
É de muita importância ensinar os alunos a ler não só historinhas, mas problemas de 
matemática, entrevistas de emprego, bulas de remédio, anúncios, cartas, etc. 
Os projetos são situações em que a linguagem oral, linguagem escrita, leitura e 
produção de texto se inter-relacionam de forma contextualizada, pois quase sempre envolvem 
tarefas que articulam esses diferentes conteúdos. São situações lingüisticamente significativas. 
Nos projetos em que é preciso expor oralmente para uma gravação que se destina a pessoas 
ausentes, a criança precisa utilizar estratégias de entonação de voz, dicção, postura, 
planejando as pausas e entonação para favorecer a compreensão da mensagem que se está 
querendo transmitir. Os projetos de leitura são excelentes situações para contextualizar a 
necessidade de ler e, em determinados casos, a própria leitura oral e suas convenções. 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ESCRITA 
 
 Na observação feita, verificou-se que algumas crianças estavam no processo silábico e 
outras no pré-silábico. Em suas pesquisas, Ferreiro (1995), relata que a escrita silábica é 
resultado de um esquema mais importante e complexo que se constroem durante o 
desenvolvimento da leitura-escrita. Esse esquema permite a criança relacionar, pela primeira 
vez, a escrita, a pauta sonora da palavra: uma letra para cada sílaba, tantas letras quanto 
silabas. 
As crianças que estão no período silábico alfabético estão em um período de transição, 
não vão permanecer nesse nível ela passaram para o alfabético até o final do ano escolar. As 
crianças que estão com mais dificuldade de lembrar as letras podem ter mais atenção do 
professor, que trará atividades adequadas para esses alunos, como jogos, dicionários 
confeccionados, pelos alunos com gravuras de desenhos, alfabetos móveis e etc. 
A maioria das escolas permite que a criança faça o aprendizado da escrita como faz na 
fala. Ela não tem liberdade de perguntar, de errar, de comparar, de corrigir, tudo dever ser 
feito certinho. Os alunos, de início, devem escrever como querem, aos poucos a professora 
deve orientar quanto à forma de escrever um bilhete uma carta uma história, etc. a partir dos 
textos produzidos, pode-se fazer comentários a respeito de tudo o que achar relevante, da 
ortografia a análise discursiva. A correção dos textos deve ser feita de uma maneira cuidadosa 
para que a criança não se sinta inibida a escrever, devem-se buscar atividades prazerosas e 
significativas para as correções possam ocorrer de forma espontânea. 
As crianças, que desde o inicio tem liberdade para escrever textos espontâneos, da 
extensão que desejam, conseguem desenvolver na escrita a mesma força para se auto-corrigir 
que usam quando aprendem a falar em ambos os casos, o excesso de controle dos pais e 
professores causa danos irreparáveis. Os PCNs (1997), nos mostra que o trabalho de produção 
de textos tem como finalidade formar

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