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ARTIGO ALFABETIZAÇÃO

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1 Pedagoga Licenciada pela UNIP – Universidade Paulista; Professora do Ensino 
Fundamental e Educação Infantil na Rede Municipal de São Paulo 
 
ESEF / PAULISTA 
Escola Paulista de Educação, Filosofia e Política 
 
A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NAS SÉRIES 
INICIAIS 
CAMILA CREPALLI GARNECHO¹ 
 
RESUMO 
 
 O tema letramento nas séries iniciais é um dos temas que mais vem 
preocupando e sendo debatido nos cursos de formação e capacitação de educadores. 
Visando problematizar o papel do professor de trabalhar os conceitos e reflexões dos 
conhecimentos, as práticas sociais de como ensinar e aprender a leitura e a escrita, é 
colocado em questão uma forma de chegar a algumas conclusões sobre o mundo 
letrado. A importância da leitura e escrita está presente no cotidiano das pessoas, 
sendo fatores fundamentais para o exercício da Cidadania. Mas não basta saber ler e 
escrever, mas devemos saber fazer uso de acordo com as exigências impostas pela 
sociedade. O letramento é um tema fundamental nas práticas pedagógicas pelos 
educadores na formação dos alunos. Há necessidades de mudanças contínuas no 
processo de alfabetização revendo as metodologias de ensino, analisando recursos e 
informações, na possibilidade de oferecer soluções cabíveis. O objetivo deste trabalho 
e apresentar a discussão de autores a respeito do tema. 
 
Palavras-chave:Diversidade cultural, alfabetização e letramento. 
ABSTRACT 
The literacy theme in the early grades is one of the issues that has been of 
major concern and being debated in educator training courses. Aiming to problematize 
the teacher's role of working the concepts and reflections of knowledge, the social 
practices of how to teach and learn reading and writing, is put in question a way to 
reach some conclusions about the literate world. The importance of reading and 
writing is present in people's daily lives, being fundamental factors for the exercise of 
citizenship. But it is not enough to know how to read and write, but we must know how 
to use it according to the demands imposed by society. Literacy is a fundamental 
theme in pedagogical practices by educators in the formation of students. There is a 
need for continual changes in the literacy process by reviewing teaching 
methodologies, analyzing resources and information, to provide appropriate solutions. 
The purpose of this paper is to present the authors' discussion about the theme. 
Palavras-chave:Diversidade cultural, alfabetização e letramento 
1. INTRODUÇÃO 
Dentro do ensino fundamental percebe-se como que um professor deve se 
impor em sala de aula para manter um ambiente educativo enriquecedor, onde as 
crianças possam produzir o seu saber. 
O professor tem um papel fundamental nos primeiros anos escolares das 
crianças, pois é onde se contrói o alicerce para uma extensa vida educacional. 
Nas escolas, é comum perceber como as pessoas confundem letramento e 
alfabetização. As vezes querem falar difícil e acabam colocando estes termos na 
boca sem saber realmente o que cada um significa. 
O tema letramento surgiu destas situações que foram encontradas no dia-a-
dia, em sala de aula, onde muitas vezes as ciranças conhecem letras, mas tem 
muita dificuldade de interpretá-las no meio em que vivem. 
Conceituar alfabetização e letramento é muito importante, pois só assim dá 
para se analisar suas diferenças e perceber que os dois andam juntos. 
A pesquisa bibliográfica foi usada para poder mostrar as variadas linguagens 
de estudiosos da área. Tendo em vista que nos últimos anos pesquisadores estão 
demonstrando significativa preocupação com a leitura e a escrita dos alunos que 
ingressam na faculdade na hora de fazer uma resenha, um resumo e até mesmo 
uma TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Esta resposta pode estar no ensino 
fundamental. 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 2.1 - O LETRAMENTO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 A palavra letramento era pouco conhecida por educadores e profissionais da 
educação, alguns acabam confundindo com alfabetização, pois para um aluno se 
tornar letrado ele passa por alguns processos. Ser alfabetizado, conhecer letras é 
fácil, difícil e saber usá-las no nosso dia-a-dia. 
 O termo letramento veio da palavra da língua inglesa “literacy”, que vem de um 
ser literate, que é definido como educado, que sabe ler e escrever. 
Quando a sociedade percebe que não basta apenas ler, mas sim saber usar da 
escrita no dia-a-dia, para interpretar e realizar variadas situações, nos deparamos 
com a importância e o surgimento do letramento. Enquanto o letramento trabalha nos 
níveis sócio-históricos de como usar a leitura e a escrita, a alfabetização trabalha 
somente a aquisição da leitura e da escrita. 
Eles podem ser trabalhados em conjunto, sem dizer uma ordem certa, e o mais 
importante também é saber que todos os indivíduos possuem um grau de letramento 
já inicializado precisando somente ser trabalhado. 
No livro “Letramento: um tema em três gêneros” de Magda Soares (2003: 47), 
a autora faz um apanhado geral do assunto mostrando um exemplo que diz que até 
um adulto analfabeto pode estar em condições de letrado, pois não aprendeu ler e 
escrever, mas consegue fazer uso da escrita através da orientação de algum 
indivíduo que seja alfabetizado. Até quando o analfabeto pede para alguém ler para 
ele algo do seu interesse ele esta usando experiências socias então possui algum 
nível de letramento. 
Outro exemplo que Magda coloca no livro é que mesmo antes de uma criança 
entrar na escola ela pode se interessar por livros, revistas, jornais, então mesmo que 
não saiba ler ela sozinha monta seus textos usando sua imaginação, representa a 
história só de ver as figuras, assim pode ser considerada letrada. 
Existe também exemplos de crianças que são alfabetizadas e que não 
alcançam nenhum índice de letramento, pois ficaram somente concentradas em ler e 
escrever sem mostrar interesse e nem ser estimuladas de procurar livros revista, não 
são capazes de escrever nem um bilhete... 
 
 Mesmo antes de se iniciar o ensino formal, a criança já construiu 
interpretações, elaborações internas, que não dependem da interferência do adulto e não devem ser 
entendidas como confusões perceptivas. As garatujas nunca são simples rabiscos sem nexo, por isso 
cabe ao professor observar o que o aluno já sabe, ou seja, estar atento para a maneira pela qual ele 
interpreta os sinais ao seu redor e não para aquilo que a escola pensa que ele deve ser. (ARANHA, 
1996, p. 185) 
 
Não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo com a 
alfabetização, mas sim alertarmos à todos que a educação pode melhora e muito, 
basta nos conscientizarmos que ser professor não é só ter uma profissão, mas sim 
que estão formando novos pensadores, que poderão um dia lembrar de como 
levamos a sério a alfabetização e sempre estarem valorizando o ensino, a educação 
como primordial para a vida do ser humano. 
 
2.2 CONCEITO E DIFERENÇA 
 
Devemos considerar a Alfabetização e Letramento não apenas como 
aprendizado da leitura e da escrita, mas também valorizarmos a importância de todo o 
seu contexto social, cultural, histórico e econômico, onde está inserido o sujeito. 
Alfabetizar não é apenas ensinar a ler e escrever, são práticas sociais de linguagem e 
bens culturais. É a leitura de mundo nas nossas práticas sociais. 
A alfabetização e letramento são conceitos frequentemente confundidos ou 
sobrepostos, são processos distintos,porém indissociáveis, embora possam caminhar 
simultaneamente; mas devemos distinguí-los e ao mesmo tempo aproximá-los, para 
que dentro do campo educacional que o conceito de letramento não ameaça o 
processo de alfabetização. 
Quando o educando, lê, escreve e interpreta o que lê, podemos dizer que está 
vivenciando um mundo letrado. Nem sempre a criança alfabetizada esta letrada, pois 
se alfabetizar é saber ler e escrever, para ser letrado requer itens a mais, pois a 
criança letrada sabe usar a escrita e a leitura emdiversas situações,sociais da leitura 
e da escrita. 
No artigo da professora Amélia Hamze, ela coloca que “o letramento é 
descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrtita, é entender quem a gente é e 
descobrir quem podemos ser.” 
Ela ainda coloca que “ Não podemos separar os dois processos, pois a 
princípio o estudo do aluno no universo da escrita se dá concomitantemente por meio 
desses dois processos: a alfabetização, e pelo desenvolvimento de habilidades da 
leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita , o letramento.” 
No mesmo artigo ela cita de Magda Soares, dizendo que “No Brasil os 
conceitos de alfabetização e letramento se mesclam e se confundem. A discussão do 
letramento surge sempre envolvida no conceito de alfabetização, o que tem levado a 
uma inadequada e imprópria síntese dos dois procedimentos, prevalecendo o 
conceito de letramento sobre o de alfabetização.” 
Magda Soares continua fazendo suas colocações: “Durante o processo de 
alfabetização o professor deve criar situações didáticas que permitam aos seus 
alunos pensar sobre a escrita e deve estar atento às especificidades do trabalho com 
letras, com palavras e com textos. Seus objetivos para os três não são os mesmos e 
todos são igualmente importantes”. 
 
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, 
no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas 
e psicolonguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança 
(e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre 
simultaneamente por esses dois processo: pela aquisição 
do sistema convencional de escrita – a alfabetização – e 
pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema 
em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que 
envolvem a língua escrita (SOARES, 2004, p. 14) 
 
 Segundo Ana Elisa Ribeiro (2005), professora do Centro Universitário UNA, 
doutoranda pela UFMG e autora de Letramento digital: aspectos sociais e 
possibilidades pedagógicas, o conceito de letramento, muito divulgado no Brasil, nas 
pesquisas da área de educação pela professora Magda Soares (entre outras), deixou 
de lado o contraste entre pessoas que sabem e que não sabem ler. O letramento 
considera graus de intimidade do indivíduo com materiais de escrita e de leitura. Para 
não assustar ninguém, é bom deixar claro que o letramento é algo que está em nosso 
dia-a-dia. Nada mais é do que parte de nossa necessidade diária de ação pela 
linguagem, especialmente lendo e escrevendo. 
Ana Elisa diz também que: “Quando alguém sabe ler, mas não consegue 
compreender sequer textos curtos, essa pessoa pode ser alfabetizada, mas tem um 
nível de letramento muito baixo. Esse nível pode aumentar à medida que o indivíduo 
aprende a lidar com mais e diferentes materiais de leitura e de escrita. Quanto mais 
textos alguém é capaz de ler e entender, mais letrado é. Assim também funciona com 
a escrita. Quanto mais material escrito alguém é capaz de produzir, mais letramento 
tem. E não adianta produzir apenas em quantidade. É preciso ampliar o leque de 
possibilidades, ou seja, ler muitas coisas diferentes e saber o que fazer com elas.” 
 Por exemplo: você é capaz de ler bem uma tirinha? Sabe lidar com o texto do 
rótulo de uma lata de ervilhas? Consegue produzir um bom bilhete para um familiar? 
Pode se mover na cidade lendo as placas de rua? Sabe como procurar informações 
numa bula de remédio? Então você tem letramento suficiente para o dia-a-dia. O 
caixa eletrônico do banco é mais uma possibilidade de letramento. Já que está numa 
máquina, ficou sendo chamado de letramento digital. As pessoas que entraram nesse 
tipo de letramento podem atuar na linguagem por meio da leitura e da escrita de 
textos produzidos para o computador, estejam eles na internet ou nos programas de 
produção e leitura de material textual. 
 Uma instituição de ensino é a responsável, em grande medida, pelo aumento do 
letramento das pessoas. É lá que o indivíduo deixa de ler e escrever apenas os textos 
do dia-a-dia e passa a ter contato com materiais elaborados de maneira diferente, às 
vezes mais complexo e menos comuns no cotidiano. Na escola, aprendemos a 
escrever as famosas dissertações. Na faculdade, chovem os resumos, as resenhas e 
as tenebrosas monografias. Os artigos científicos tornam-se a leitura predileta de 
quem resolve se especializar na carreira. E, mais tarde, para quem se aprofunda, 
chegam às dissertações e teses. A leitura literária faz parte da ampliação do 
letramento. Tudo isso faz aumentar, também, a quantidade e a qualidade das 
informações na nossa memória, ou seja, nossa bagagem cultural. Isso é letramento. E 
quando alguém também domina os textos feitos na e para a tela do computador, isso 
é letramento digital. 
 Quando o indivíduo entra numa agência bancária e não consegue lidar com as 
orientações escritas na máquina, é preciso introduzi-lo nessa nova possibilidade de 
leitura. As escolas há vários anos, têm oferecido computadores e laboratórios de 
informática aos alunos para que todos tenham acesso às novas maneiras de ler e 
escrever. No entanto, nem sempre apenas as máquinas bastam. É preciso que o 
professor planeje uma nova maneira de dar aulas, um novo jeito de ensinar, com 
novas tecnologias. Isso é aumentar o letramento e entrar no mundo das 
possibilidades digitais. 
 
3. REALIDADE LINGUÍSTICA DA CRIANÇA 
 
 A professora Prof. Ms. Daniela Boccardi Goerl relata em seu artigo Percepção 
do pedagogo sobre a importância do desenvolvimento psicomotor na primeira infância 
que: “A criança usa suas habilidades linguísticas desde seus primeiros anos de vida, 
pois com suas características primordias ela entra no ensino fundamental com as 
necessidades básicas da linguagem prontas, esperando o melhor momento de serem 
usadas para se alfabetizar e já consegue entender o que é lhe dito”. 
 E continua dizendo que “Hoje é possível saber que, assim como as hipóteses 
sobre como se escreve são contribuições originais das crianças, a distinção entre o 
que está escrito e o que se pode ler também resulta de uma elaboração do aprendiz. 
Isso não significa que as informações recebidas tanto dentro como fora da escola 
deixem de ter um papel nesta construção, e sim que a compreensão de que se 
escreve cada seguimento do que se fala, por exemplo, não é passível de transmissão 
direta nem é, como se pensava, evidente por si mesma.” 
 As informações sobre as “hipóteses de leitura” indicam que as ideias dos 
alunos sobre o que está escrito e o que se pode ler evoluem de acordo com as 
oportunidades de contato com a escrita; portanto, promover variadas situações de 
leitura- em que os alunos participem de forma ativa, ou testemunhem atos de leitura e 
escrita como parte interessada, favorece a conquista da correspondência exaustiva 
entre os seguimentos do enunciado oral e os seguimentos gráficos. 
 Ler em voz alta uma oração ou um texto marcado oralmente de forma artificial 
as fronteiras de cada um dos seguimentos escritos, ou solicitar que os alunos pintem 
os espaços entre as palavras (como se eles tivessem dificuldades para perceber o 
“vazio” que separa graficamente as palavras) não garante sua compreensão de que 
tudo o que foi dito deve estar escrito, e escrito na mesma ordem emitida. As 
informações fornecidas pelo professor são processadas pelo aprendiz de acordo com 
suas próprias concepções. 
 Pode-se dizer os alfabetizandos não possuem problemas de percepção 
quando não compreendem esse fato tão óbvio ao olhar alfabetizado - o de que tudo o 
que se diz deve estar escrito na mesma ordem da emissão. Mas a conceitualização o 
que possuem ainda não dá conta da questão e avançarão na medida em que tiverem 
oportunidade de participar em situações de aprendizagem que demandem refletir 
sobre o que deve estar escrito em cada “pedaço” dos textos.Oferecer textos que os alunos conhecem de cor (parlendas, poesias, canções, 
quadrinhas etc) e solicitar que acompanhem a leitura indicando com o dedo costuma 
ser uma boa situação para que possam reorganizar suas idéias sobre o que está 
escrito e o que se pode ler. 
Solicitar que localizem nesses textos determinados substantivos, adjetivos, 
verbos e até “partes pequenas” – artigos, preposições etc- pode ser uma boa 
intervenção por parte do professor. Por exemplo, ao realizar uma atividade de leitura 
de uma quadrinha ou canção que as crianças sabem de cor, é interessante que, 
enquanto elas vão dando conta de localizar as palavras que acreditam estarem 
escritas, o professor vá propondo a localização de outras mais “difíceis”. 
Sempre que se encontra em situação difícil essa criança pergunta, tirando 
dúvidas sobre aquilo que não conhece, pois ela usa a linguagem que aprendeu no 
meio em que vive. 
Não há uma série certa para o aluno se alfabetizar, o ensino da leitura e da 
escrita segue pelos anos de estudo do indivíduo, pois a cada ano ele estará mais 
madura para receber novidades da língua portuguesa. 
A deficiência na leitura é um problema que atinge muitas crianças, nas séries 
iniciais, fazendo com que muitas não consigam alcançar o mundo da escrita e da 
leitura. Perante a esse problema o educador deve desenvolver estratégias 
estimulando as crianças no hábito da leitura, possibilitando o contato com diversas 
informaçãoes e conhecimetnos e também estratégias na prática pedagógica, 
tornando-os leitores eficientes e escritores eficazes. Deve promover horários para 
leitura, propondo um ambiente aconchegante, expor diversos livros e deixar que as 
crianças possam manipulá-los e lê-los, levá-los para casa para ler junto com seus 
familiares. Ensinar a ler e a escrever, mesmo com os problemas que as instituições 
de ensino enfrentam, é sempre sua função principal, e que deve sempre acontecer de 
forma natural, de acordo com a realidade do aluno. A linguística leva os alunos em 
todas as matérias e situações do cotidiano, em todas ela está presente. 
Nesse processo de aprendizagem o professor pode levar o aluno a crescer 
melhorando sua variedade linguística na hora da leitura, da escrita e principalmente 
na hora de falar. 
 
 
[...] a escola, a mais importante das agências de letramento, 
preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas com 
apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o 
processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico), 
processo geralmente concebido em termos de uma competência 
individual necessária para o sucesso e promoção na escola. Já 
outras agências de letramento, como a família, a igreja, a rua 
como, lugar de trabalho, mostram orientações de letramento 
muito diferentes. (KLEIMAN, 1995, p. 20). 
 
 
Devemos respeitar nossos alunos, aceitando toda a cultura que ele trás de 
casa e sempre estar usando-a dentro da escola como exemplo, sempre fazendo 
dessa cultura algo importante para o desenvolvimento do aluno, pois a partir daí 
teremos uma nova concepção de ensino, o letramento. 
 
4. O LETRAMENTO DENTRO DA ESCOLA 
 
A escola é um importante lugar para ser desenvolvido o letramento, mas pena 
que muitas vezes visa apenas a alfabetização, deixando de lado o que seria 
primordial no processo de ensino aprendizagem. 
Quando falamos de Alfabetização uma das palavras que vem a cabeça é 
Emilia Ferreiro. Junto com suas colaboradoras em publicações de livros e grupo de 
pesquisas sobre alfabetização: Ana Teberosky, Alicia Lenzi, Suzana Fernandez, Ana 
Maria Kaufman, Lílian Tolchinsk e Margarida Gómez Palácio. A mestre Ferreiro 
psicolingüistica argentina revolucionou o conceito de alfabetização com seus métodos 
construtivistas/sócio-interacionista dos grandes Pensadores Vigotsky e Piaget, o ato 
de ensinar desloca-se pelo ato de aprender através da construção do conhecimento 
do educando absorvendo o que lhe é ensinado, mediado pelo educador intervindo e 
trabalhando os aspectos afetivos, cognitivos e motores.Antes centrado no professor 
que ensina, passou a ser no aluno que aprende, método da cnstrução do saber, 
respeitando o tempo do aluno e ao mesmo tempo valorizando o seu rítmo de 
aprendizagem e o meio no qual está inserido. Desviou o enfoque do “como se ensina” 
para “como se aprende”, colocando a escrita no seu devido lugar, tirando da escola o 
monopólio da alfabetização no no centro dessa questão que o sujeito ativo e 
inteligente descrito por Piaget. Ferreiro lançou com Ana Teberosky, o livro 
“Psicogênese da Língua Escrita”, onde aborda os níveis estruturais da linguagem 
escrita durante o processo de alfabetização que os alunos se encontram e se 
desenvolvem em diferentes rítimos. Emília Ferreiro divide os estágios pelos quais a 
criança passa durante o processo em nível pré-silábico ( o início da fonetização da 
escrita), onde criança escolhe as letras que familiariza de acordo com suas hipóteses 
de escrita. 
 A palavra que está escrita representa o nome da figura desenhada e que está 
sendo mostrada. Associa as pessoas, não preocupando com o som da letra. Usa uma 
quantidade de letras menores que tem cada palara (usa duas ou três letras ), percebe 
que é preciso variar caracteres para obter diferentes palavras. O nível silábico onde a 
criança já tem consciência das diferenças na representação da escrita das palavras, 
relaciona-se com o som.Usa letras aleatórias ou usa só vogal ou apenas consoantes, 
letras inventadas ou também repete letras que entendem devido o número de sílabas 
das palavras. Fazem correspondencias aos sons e escolhem letras de forma 
ortográfica ou fonética. O nível alfabético que é a etapa final da evolução. A criança já 
sabe assimilar que as sílabas são apenas uma unidade, mas que pode ser separadas 
em unidades menores. Ela ainda não tem uma identificação garantida do som com a 
identificação da letra, e pode ter dificuldades de ortografia na escrita, supondo 
necessidade de análise fonética das palavras. 
 A pré-escola recebe este nome justamente para que todos entendam que ela é 
um período preparatório para que o aluno receba as primeiras informações formais, 
pois ele já trás de casa uma grande bagagem que deve ser usada dentro do contexto 
escolar. 
 A criança para aprender ela precisa estar em um ambiete que a torne feliz e 
que a deixe a vontade, para assim exercitar suas habilidades. Se ela se sentir segura 
ela poderá enfrentar todas as dificuldades que encontrará no processo de ensino 
aprendizagem com êxito, pois se mostrará que tem equilíbrio emocional e que sabe 
respeitar os limites a qual foi colocada, adquirindo também sua independência. 
 
Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas “o ideal seria 
alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto 
das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o 
indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado” 
(Soares, 1998, p. 47). 
 
A pré-escola deve trabalhar todos os conhecimentos prévios, pois é lá que a 
criança começará o processo de ensino aprendizagem e é de lá que crescerão os 
futuros donos deste país. 
A criança deve brincar para assim desenvolver suas habilidades de nível 
global, como, jogos, brincadeiras, brinquedos, histórias, músicas, dramatizações, 
entre outros estímulos concretos. A psicomotricidade também será muito importante, 
pois os movimentos corporais são habilidades que devem ser desenvolvidas na pré-
escola, pois é nela que se inicia a alfabetização e o letramento. O desenvolvimento do 
raciocínio lógico está dentro de todas estas atividades que farão do aluno um ser 
pensante capaz de ir atrás de seus conhecimentos prévios. 
A pré-escola pode ser considerada o ponta pé inicial para colocar em prática as 
habilidades adquiridas na sociedade dentro da escola com maior direcionamento, por 
isso é muito importante que a criança a frequente. 
 Quanto mais estimularmos nossas atividadescerebrais maior será o 
desempenho do indivíduo no processo de ensino aprendizagem. 
 Os pais precisam pesquisar muito na hora de escolher a primeira escola de seus 
filhos, pois infelizmente ainda encontramos escola que esquecem o lúdico e passam a 
encarar a alfabetização como fator único dentro da pré-escola. 
Com certeza os pais que incentivam uma boa educação dos seus filhos, seja 
dentro ou fora da escola estarão contribuindo para o futuro deles e da nação. 
A deficiência na leitura é um problema que atinge muitas crianças, nas séries 
iniciais, fazendo com que muitas não consigam alcançar o mundo da escrita e da 
leitura. Perante a esse problema o educador deve desenvolver estratégias 
estimulando as crianças no hábito da leitura, possibilitando o contato com diversas 
informaçãoes e conhecimetnos e também estratégias na prática pedagógica, 
tornando-os leitores eficientes e escritores eficazes. Deve promover horários para 
leitura,propondo um ambiente aconchegante, expor diversos livros e deixar que as 
crianças possam manipulá-los e lê-los, levá-los para casa para ler junto com seus 
familiares. Ensinar a ler e a escrever, mesmo com os problemas que as instituições 
de ensino enfrentam, é sempre sua função principal, e que deve sempre acontecer de 
forma natural, de acordo com a realidade do aluno. 
A leitura possibilita a compreensão do mundo, a comunicação com os outros, a 
formação pessaoal e profissional, questionamento de idéias, momentos de lazer e 
prazer, de estímulo à imaginação ampliando assim nossos conhecimentos de mundo. 
È na escola que a criança tem mais contato com a leitura e com a escrita; desse 
modo, a escola precisa assumir essa responsabilidade, priorizando o ensino da 
leitura, bem como da escrita (Kleiman, 2004). 
Percebendo que muitas crianças lêem e escrevem abaixo do nível escolar 
esperado e também perdem o gosto pela leitura, podendo muitas vezes abandonar os 
estudos, Cíntia Alves Pereira e Eli Santiago Júnior, colocaram as seguintes perguntas 
para se entender esse processo alfabético: 
 “Por que é difícil aprender a ler e escrever”? Qual o melhor modo de se 
aprender a ler e escrever? Como conseguimos fazer com que a aprendizagem da 
leitura e da escrita seja realizada com êxito pela criança, fazendo do processo da 
leitura um momento de busca prazerosa sem a dor da angústia e do medo? 
A escola é, ainda hoje, uma das principais agências de letramento, então 
podemos dizer que as inúmeras formas de se utilizar a atividade de leitura estão no 
período escolar. 
A partir da leitura de variados autores poderemos refletir e saber o que 
poderemos fazer para resgatar a autoestima e trazer esse aluno para as salas de aula 
mostrando que entender a alfabetização é possível e que todos são capazes. Mostrar 
também que a postura da escola e do professor pode influenciar nesse processo. 
O indivíduo que faz uso de jornal, ouvindo o que os outros leem, se vivem em 
um meio onde há presença forte da escrita, ele é analfabeto, mas, porém letrada, pois 
se envolve em práticas sociais da leitura. Da mesma forma que a criança que ainda 
não foi alfabetizada, mas já vive em um mundo enriquecedor, onde ouve história e as 
interpreta, brinca de escrever, finge ler os livros através das figuras que conhece essa 
criança também é letrada, antes mesmo de ser alfabetizada. Essas colocações 
explicam as diferenças entre alfabetização e letramento: investigar as práticas sociais 
que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos 
a serem trabalhados; planejar suas ações visando ensinar para que serve a 
linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la; desenvolver no aluno, através da 
leitura, interpretação e produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de 
leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade; incentivar o aluno a praticar 
socialmente a leitura e a escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e 
ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação 
transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam; recognição, por parte do professor, 
implicando assim o reconhecimento daquilo que o educando já possui de 
conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, 
esse conhecimento; não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa 
com certa sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de 
discursos e linguagens diferentes; avaliar de forma individual, levando em 
consideração as peculiaridades de cada indivíduo; trabalhar a percepção de seu 
próprio valor e promover a auto-estima e a alegria de conviver e cooperar; ativar mais 
do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser professor-aprendiz tanto 
quanto os seus educandos; e reconhecer a importância do letramento, e abandonar 
os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização. 
 
 A criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros, finge lê-los, 
brinca de escrever, ouve histórias que lhe são lidas, está rodeada de 
material escrito e percebe seu uso e função, essa criança é ainda 
‘analfabeta’, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no 
mundo do letramento, já é, de certa forma, letrada. (SOARES, 2002,p.24) 
4.1 O PAPEL DO PROFESSOR 
É muito importante que ao formar um corpo docente a escola esteja preparada 
para receber professores com a capacidade de explorar o trabalho dentro de sala de 
aula com espontaniedade e com a responsabilidade de alfabetizar letrando, ou seja 
que leve o aluno a conviver em um ambiente enriquecedor cheio de estímulos que 
levem o aluno a produzir a cada dia meios para ser um indivíduo letrado. 
O papel do professor deixou de ser de mero transmissor de conhecimento, mas 
sim de assumir um papel de orientador no qual leve o aluno a aprender com maior 
clareza e facilidade. 
Para que o professor facilite o processo de ensino-aprendizagem é necessário 
que ele conheça seus alunos, suas habilidades prévias, sua realidade social e nível 
cultural de cada um. 
Este processo é difícil, mas com esforço e amor ao que lhe compete o 
educador consegue chegar lá. O professor deve conhecer um a um seus alunos para 
depois poder gerar uma estratégia de trabalho que os envolva. 
A melhor prática a ser usada é aquela que leve o aluno não somente a 
perceber a aprendizagem, mas sim que a leve a usar esta prática no dia-a-dia. 
Segundo Paulo Freire afirma que para o educador, o ato de aprender “é 
construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e 
à aventura do espírito”. 
O educador deve sempre estar procurando meios de se reciclar para poder 
adquirir novos conceitos e aprendizagem para passar aos educandos. Cada vez que 
o educador faz um curso envolvendo temas educacionais, ele trás para dentro da sala 
de aula algo novo, diferente para acrescentar na alfabetização dos alunos, 
envolvendo questões que levem ao letramento. 
É uma pena que ainda vemos que existem professores que se recusam se 
reciclar, pois acham que o que aprenderam lá no passado, naqueles cadernos 
amarelados ainda fazem parte do cotidiano do aluno. 
A escola deve manter seus educadores sempre atualizados, matendo-se 
ligados aos últimos acontecimentos educacionais. 
O letramento não acontece só dentro da escola, mas é dentro dela que o 
educando desenvolverá este processo com certo direcionamento, envolvendo-os em 
um processo mais profundo de aprendizagem. 
Para que tudo isso ocorra com certo controle é importante que o professor 
saiba o que é letramento e que saiba também como praticar ele em sala de aula. 
 
 As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não 
necessariamente incorporam a prática da leitura da escrita, não 
necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a escrita, 
para envolver-se com práticas sociais de leitura e a escrita, para envolver-
se com práticas sociais de escuta: Não lêem livros, jornais, revistas, não 
sabem redigir um ofício,um requerimento (SOARES, 2006, p. 45-46). 
 
Para tanto é necessário que o educador conheça o cotidiano do aluno, suas 
referências sociais e culturais, para assim trabalhar com o contexto próprio de cada 
aluno como um todo, mas respeitando as partes. Trabalhar com textos que envolvam 
fatos reais e fatos que se associam à sua realidade. Trabalhar também com 
atividades contextualizadas, onde o aluno tem que pensar para resolver. 
O educador deve saber atuar o que é importante para que seus alunos 
aprendam a ler e a escrever. Sendo sensível, instigar novos passos, valorizar cada 
avanço uma conquista da criança. Levar os alunos a lerem com entusiasmo, amor, 
serenidade, demonstrando a importância da da leitura e fazer com que sintam 
realizados ao lerem. Deve o educador buscar auxílio em reuniões pedagógicas, na 
troca de experiências e discussão nos trabalhos pedagógicos, repensando os papéis 
na educação, cursos de extensão e formação continuada. Investigar dentro da sala 
de aula sendo uma professora pesquisadora no cotidiano escolar, produzindo a cada 
dia novas teorias sobre o complexo de ensinar seus alunos a aprender a ler e a 
escrever, sendo um modelo de leitor para eles. O método não importa, mas sim ser 
um bom professior, ou seja aquele que supre com competência e dedicação mesmo 
com as deficiências enfrentadas no cotidiano. É um desafio para o educador. 
“Uma estudante norte-americana, de origem asiática, Kate M. Chong, ao 
escrever sua história pessoal de letramento, define-o em um poema”: 
 
O QUE É LETRAMENTO? 
“Letramento não é um gancho 
em que se pendura cada som enunciado, 
não é treinamento repetitivo 
de uma habilidade, 
nem um martelo 
quebrando blocos de gramática. 
Letramento é diversão 
é leitura à luz de vela 
ou lá fora, à luz do sol. 
São notícias sobre o presidente 
O tempo, os artistas da TV 
e mesmo Mônica e Cebolinha 
nos jornais de domingo. 
É uma receita de biscoito, 
uma lista de compras, recados colados na geladeira, 
um bilhete de amor, 
telegramas de parabéns e cartas 
de velhos amigos. 
É viajar para países desconhecidos, 
sem deixar sua cama, 
é rir e chorar 
com personagens, heróis e grandes amigos. 
É um atlas do mundo, 
sinais de trânsito, caças ao tesouro, 
manuais, instruções, guias, 
e orientações em bulas de remédios, 
para que você não fique perdido. 
Letramento é, sobretudo, 
um mapa do coração do homem, 
um mapa de quem você é, 
e de tudo que você pode ser. “ 
 
4.2 O PAPEL DA ESCOLA 
 
Quando todos perceberem que o processo de ensino aprendizagem se dá 
naturalmente, que não é necessário forçar este aluno a aprender, que perceberem 
que isto acontece gradativamente, seremos todos a favor do letramento. 
 
"O ato de ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão 
muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres 
humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo historicamente, 
os seres humanos primeiro mudaram o mundo, depois revelaram o 
mundo e a seguir escreveram as palavras". (Paulo Freire,1990) 
 Paulo Freire (1990) afirma que para o educador, o ato de aprender "é 
construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e 
à aventura do espírito". Esta constatação não está relacionada somente ao educando, 
pois sabemos que o educador tem que estar sempre adquirindo novos aprendizados, 
lançando-se a novos saberes e isto resulta em mudanças de vários aspectos, 
gerando também o enriquecimento, tanto para o educador quanto para o educando, 
que com certeza lucrará com esse desenvolvimento. Então, necessário é que o 
educador atente-se para aquilo que é sumariamente importante na sua formação, 
Paulo Freire diz: 
 "o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a 
prática", e, "quanto mais inquieta for uma pedagogia, mais 
crítica ela se tornará". (Freire, 1990). 
 
O mesmo afirma que a pedagogia se tornará crítica se for investigativa e 
menos certa de certezas, pois o ato de educar não é uma doação de conhecimento 
do professor aos educandos, nem transmissão de idéias, mesmo que estas sejam 
consideradas muito boas. Ao contrário, é uma contribuição no “processo de 
humanização”. Processo este de fundamental papel no exercício de educador que 
acredita na construção de saberes e de conhecimentos para o desenvolvimento 
humano, e que para isso se torna um instrumento de cooperação para o crescimento 
dos seus educandos, levando-os a criar seus próprios conceitos e conhecimento. 
 Ao enfatizarmos a importância da prática do letramento, foram destacados 
alguns passos fundamentais para o desempenho do papel do “professor-letrador”: 
1) investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, 
adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados; 
2) planejar suas ações visando ensinar para que serve a linguagem escrita e 
como o aluno poderá utilizá-la; 
3) desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e produção de 
diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da 
sociedade; 
4) incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a escrita, de forma 
criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, 
como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam; 
5) recognição, por parte do professor, implicando assim o reconhecimento 
daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de 
tudo, esse conhecimento; 
6) não ser julgativo, mas desenvolver uma metodologia avaliativa com certa 
sensibilidade, atentando-se para a pluralidade de vozes, a variedade de discursos e 
linguagens diferentes; 
7) avaliar de forma individual, levando em consideração as peculiaridades de 
cada indivíduo; 
8) trabalhar a percepção de seu próprio valor e promover a auto-estima e a 
alegria de conviver e cooperar; 
9) ativar mais do que o intelecto em um ambiente de aprendizagem, ser 
professor-aprendiz tanto quanto os seus educandos; e 
10) reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de 
aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização. 
Isto se dá através da reciclagem do educador, quando ele procura novos 
aprendizados para mudar sempre visando a melhor qualidade de ensino. 
Cabe às instituições de ensino e seus representantes motivar seus corpo 
docente a fim de procurar sempre estarem se reciclando, provendo assim o 
crescimento do aproveitamento educacional. O professor só tem a ganhar com isso, 
pois deixa sua aula mais agradável e produtiva. 
O letramento se torna ainda mais claro onde a variedade de gêneros de textos 
escritos que o indivíduo reconhece, sendo eles, livros, jornais, revistas, bulas de 
remédios, receitas culinárias entre outros, quando conversa sobre o que se leu, ou 
lêem para , o nível de letramento será maior do que o de uma criança que os pais não 
são alfabetizados. A escola pode tirar esta diferença. 
Paulo Freire (1984) afirma que “na verdade, o domínio sobre os signos 
lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma 
experiência social que o precede – a da ‘leitura’ do mundo, que aqui chamamos de 
letramento.” 
 De acordo com (Regina Leite(Org.) 2004,pg.11), título “Novos olhares sobre 
Alfabetização”, segundo a autora diz que sempre se repete o grande problema da 
educação no país, que a anos vem sendo feito pesquisas sobre o tema alfabetização, 
que cada ano que passa, crianças engrossam os índices de analfabetismo, 
retornando a escola quando jovens e adultos quando sentem que a falta da leitura e 
da escrita, representa um grande obstáculo na inclusão no campo de trabalho no 
mundo da sociedade global, pelo fato de não serem alfabetizados em tempo de 
escolaridade obrigatória.Os iletrados são excluídos e discriminados por pobres e 
ricos, e vivem consequências sociais, políticas e econômicas por não saber ler e 
escrever. Diz que uma boa escolaridade,a possibilidade da escola tornar um espaço 
de potencialização das classes populares, para que possam ampliar aprofundar 
novos conhecimetos que já trazem quando entram e que sejam validado esses 
conhecimentos, garantindo uma grande melhoria das condições de vida. A luta que 
Regina defende é alfabetizar todos e a todas, não apenas alguns e algumas. Uma 
Cidadania que inclua o direito ao conhecimento mais amplo. A autora ressalta o que 
aconteceria ao imaginarmos se um dia toda a população brasileira alfabetizada 
potencializada. Se não fosse os iletrados o que seria do voto de cabresto. E os que 
vencem eleições ao apreço de uma dentadura, camiseta, etc. No Brasil há um grande 
número de analfabetos jovens e adultos , e crianças em idade escolar que freqüentam 
a escola mais ainda não dominam ou não desenvolveram a capacidade de leitura. A 
que se deve esse índice? Provável que seja pela Política Pública de ensino, a falta de 
investimentos na Educão (formação de professores e possibilitar que tenham 
condições de trabalhar dignamente, materiais pedagógicos, didáticos e paradidáticos, 
escolas em condições adequadas de receberem os alunos, uma boa qualidade de 
vida para os alunos dentro do ambiente escolar, alimentação e saúde, etc). Fatos 
para Silva(1991) que coopera para as estruturas sociais injustas, onde para a classe 
dominante não é interessante manter o povo ao acesso as informações e aos 
conhecimentos e sim mantê-los ignorantes. 
Não se pode deixar de ressaltar que o letramento vem de um fator social. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Um indivíduo pode não saber ler e escrever, mas se estiver dentro de um 
ambiente onde a leitura e a escrita estão presentes, se ele se interessa por estímulos 
como jornal, revista entre outros, ele é um ser letrado, pois prática atividades que 
levam a alfabetização. No trabalho em classes de alfabetização não existe uma 
ordem fixa em que as coisas têm de ser feitas. Os alunos não aprendem aos 
pedaços, um item depois do outro, do mais fácil para o mais difícil. Pelo contrário, eles 
aprendem fazendo muitas relações entre tudo o que faz parte do que chamamos de 
campo conceitual da alfabetização. Para que o estudo tenha sucesso é necessário 
que o professor se interesse e se aprofunde em todos os estudos que faz para assim 
buscar novos conhecimento e mostrar para ele mesmo que ama o que faz e acredita 
no futuro da educação brasileira. 
Muitas vezes os alunos vivem em uma realidade muito diferente das que são 
trabalhadas na escola e as mesmas não são usadas lá dentro como ponto de partida 
para o processo alfabetizador. O papel do professor nesse momento é muito 
importante, pois ele pode facilitar o processo de ensino aprendizagem da leitura e da 
escrita. 
Se os educadores estiverem prontos e dispostos a conhecer e considerar o 
mundo da criança, chegaremos ao auge da educação, pois estaremos dando 
oportunidade ao aluno de se apropriar gradativamente dos meios necessários para 
aquisição da leitura, escrita, raciocínio lógico, conhecendo o mundo que o cerca e 
quando este educando chegar à universidade não terá dificuldades de interpretar e 
nem de escrever bons textos mais técnicos. 
Trabalhar a leitura é fundamental é onde o educando entra em contato com 
inúmeras informações de conhecimento. Estão em contato com uma infinadade de 
textos no seu cotidiano como: livros, jornais revistas, panfletos, anúncios, folders, 
revistas em quadrinhos, manuais, etc, até chegar a obras literárias e artigos 
universitários. E cabe ao professor e a escola trabalhar, promover e possibilitar e 
desenvolver a leitura na escola. 
É necessário que o professor em sala de aula se esforce cada vez mais para 
que consiga um desenvolvimento promissor de sua turma, pois se utilizar dos 
recursos que levam ao letramento, os futuros leitores estarão saindo de um mundo 
iletrado, de coisas complexas, para entrar em um mundo letrado, onde entende o que 
faz, que interage com o professor e com o mundo em sua volta. 
A preocupação é muito grande quando se trata do letramento acadêmco como 
forma de compreender como os alunos estão construindo condições de letramento 
exigida para frequentar a universidade. As orientações baseadas no letramento não 
minimiza os problemas, pois muitas vezes esse aluno não está preparado para 
produzir um texto de nível acadêmico, pois está além do seu nível de compreensão. 
REFERÊNCIAS 
 
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n. 2, pp. 157-16, June, 1998. 
 
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RIBEIRO, V. M. (org.) Letramento no Brasil. São Paulo: Global, 2003. 
 
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 2ªed. 6ª 
reimpr. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 
 
TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e alfabetização. 6ª ed. São Paulo: 
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Fontes, 4a. Edição, 1991. 
 
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5a. Reimpressão 1993.

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