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Turbinas a Vapor Profª Fernanda Mazuco Clain Fundamentos • Triângulo de Velocidades Fundamentos • Quedas entálpicas (estáticas) Fundamentos • Coeficiente de reação – É a relação entre a queda de entalpia estática nas palhetas móveis e a queda de entalpia estática no estágio inteiro; – Nas turbinas modernas pode ser de zero (estágio de ação) a 0,5 ou mais. 𝜎 = ∆ℎ02 ∆ℎ0 Fundamentos • Trabalho específico 𝑤 𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜 = 𝑢 𝑐1𝑢 − 𝑐2𝑢 Perdas • Há uma série de irreversibilidades, presentes nos estágios, que fazem com que essas máquinas não funcionem de forma ideal: – Perdas por bocal; – Perdas nas palhetas móveis; – Perdas com velocidade de saída; – Perdas por atrito e ventilação; – Perdas por fugas; – Perdas por vapor úmido; Perdas • Perdas por bocal – A velocidade real na saída do bocal é menor do que a teórica por causa do atrito; 𝜑 = 𝑐1 𝑐2 0,97 ≤ ϕ ≤ 0,98 ∆ℎ𝑏= 𝑐1𝑡² 2 − 𝑐1² 2 Perdas • Perdas nas palhetas móveis – A velocidade real na saída da palheta é menor do que a teórica por causa do atrito; ψ = 𝑤2 𝑤2𝑡 0,95 ≤ ψ ≤ 0,98 ∆ℎ𝑝= 𝑤2𝑡² 2 − 𝑤2² 2 Perdas • Perdas por velocidade de saída – A velocidade do fluxo que deixa a palheta constitui perdas por energia cinética; ∆ℎ𝑣𝑠= 𝑐2² 2 Perdas • Perdas por atrito e ventilação no disco – Possuem naturezas diferentes mas dependem dos mesmos parâmetros; – As perdas por atrito aparecem durante a rotação do disco da turbina e são particularmente grandes nos cilindros de alta pressão (altas massas específicas); Perdas • Perdas por atrito e ventilação no disco – As perdas por ventilação aparecem nos estágios com injeção parcial de vapor e são provocadas pelo deslocamento do vapor em zonas onde não há bocais e as palhetas móveis trabalham semelhante a um ventilador; Perdas • Perdas por atrito e ventilação no disco Perdas • Perdas por atrito e ventilação no disco Perdas • Perdas por fugas – Fugas do vapor através dos sistemas de vedação nas interfaces do diafragma com o eixo e no espaçamento de interface das fitas de recobrimento das palhetas móveis com a parte fixa da parede do cilindro; Perdas • Perdas por fugas – Fugas através dos selos dos diafragmas Gráfico para determinação de μs Perdas • Perdas por fugas – Fugas entre o estator e as fitas das palhetas móveis Perdas • Perdas por fugas – Determinação da folga equivalente Perdas • Perdas com vapor úmido – Comum nos últimos estágios das turbinas de condensação das CTE e CN; – As gotas de água possuem movimentos retardados em relação ao vapor nos bocais, por sua maior inércia; Perdas • Perdas com vapor úmido – Parte da fase líquida não só não realiza trabalho útil como também “freia” as palhetas móveis; – As gotas causam uma erosão intensa que diminui a resistência das palhetas; Rendimento relativo interno • Considerando as perdas mencionadas que podem ocorrer em cada estágio: • η𝑟𝑖/𝑒𝑠𝑡á𝑔𝑖𝑜 = ∆0− ∆𝑏+∆𝑝+∆𝑣𝑠+∆𝑎𝑣+∆𝑓+∆𝑢 ∆0 Rendimento relativo interno • Caracteriza o grau de perfeição da seção de fluxo da turbina η𝑟𝑖 = 𝑊𝑖 𝑊0 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 0,83 ≤ η𝑟𝑖 ≤ 0,92 Rendimento mecânico • Devido às perdas nos mancais, eixo, vibração, acoplamento e outras; η𝑚 = 𝑊𝑒 𝑊𝑖 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑛𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 0,992 ≤ η𝑚 ≤ 0,998 Rendimento relativo efetivo • Caracteriza o grau de perfeição das turbinas considerando as perdas mecânicas; η𝑟𝑒 = 𝑊𝑒 𝑊0 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑛𝑜 𝑒𝑖𝑥𝑜 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 0,823 ≤ η𝑟𝑒 ≤ 0,918 Operação em carga de regime variável • Potencia nominal: é a potência que a turbina pode produzir de forma prolongada; • Potência calculada ou econômica: é a potência na qual se obtém o rendimento máximo (90 a 95% da potência nominal nas turbinas de média e grande potência); • Potência máxima: é a potência acima da nominal que a turbina pode produzir por um curto período de tempo; Operação em carga de regime variável • São utilizados 4 métodos de regulagem de potência: – Sistema de regulagem por estrangulamento da vazão; – Sistema de regulagem por bocais; – Sistema de regulagem por by-pass; – Sistema de regulagem por parâmetros deslizantes; Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por estrangulamento da vazão – Todo o vapor fornecido à turbina passa através de uma única válvula de regulagem; – É simples e seguro; – Na potência nominal fornece um alto rendimento pois a válvula de regulagem está totalmente aberta; – A desvantagem é que em cargas parciais o estrangulamento do vapor causa perdas irreversíveis; Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por estrangulamento da vazão – É usado em turbinas a vapor mais potentes e modernas em CTE e CN, pois essas turbinas operam com carga base na potência nominal. Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por bocais; – É o mais difundido nas CTEs; – O fornecimento de vapor à turbina realiza-se através de várias válvulas de regulagem; – As válvulas vão se abrindo sucessivamente, variando a vazão mássica e, por consequência, a potência. – Possui alto rendimento em cargas parciais, mas é relativamente complexo construtivamente e, por isso, tem menor confiabilidade e um alto custo. Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por bocais; Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por by-pass; – Utilizado geralmente em turbinas de reação; – Em baixas cargas o vapor é fornecido apenas pela válvula de regulagem 1 (VR1) e com o aumento da carga começa-se a abrir a VR2. – Em comparação com o por bocais, possui um rendimento mais alto em baixas cargas (menores de 60% da nominal), no entanto é inferior ao sistema por bocais em altas cargas (incluindo as cargas econômica e nominal) Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por by-pass; Operação em carga de regime variável • Sistema de regulagem por parâmetros deslizantes; – Diminui-se a pressão criada pela bomba de alimentação, consequentemente, diminui-se a pressão na saída da caldeira e a turbina vai operar a carga parcial com todas as válvulas de regulagem completamente abertas; – Com esse sistema dispensa-se totalmente o estrangulamento, diminui-se a potência consumida pela bomba de alimentação e aumenta-se a mobilidade, mantendo-se constante a temperatura do vapor antes da turbina em diferentes regimes. Planta de Potência a Vapor • Termelétrica Planta de Potência a Vapor • Central Nuclear Planta de Potência a Vapor • Rendimento Térmico η𝑡 = 𝑊𝑙í𝑞 𝑄𝑒𝑛𝑡 = 𝑊𝑡 − 𝑊𝑏 𝑄𝑒𝑛𝑡 0,42 ≤ ηt ≤ 0,45 Planta de Potência a Vapor • Rendimento Interno Absoluto da Turbina – Considera o grau de perfeição da turbina e do ciclo η𝑖 = 𝑊𝑖 𝑄𝑒𝑛𝑡 ηi = ηt . ηri Planta de Potência a Vapor • Rendimento Efetivo Absoluto η𝑒 = 𝑊𝑒 𝑄𝑒𝑛𝑡 = 𝑊𝑖 . η𝑚 𝑄𝑒𝑛𝑡 ηe = ηt . ηri. ηm Planta de Potência a Vapor • Rendimento do Gerador η𝑔 = 𝑊𝑒𝑙𝑒 𝑊𝑒 ηg = 0,986 – resfriados a ar ηg = 0,990 – resfriados a hidrogênio Planta de Potência a Vapor • Rendimento do Elétrico Relativo η𝑟𝑒𝑙𝑒 = 𝑊𝑒𝑙𝑒 𝑊0 = 𝑊𝑒. η𝑔 𝑊0 ηrele = ηre . ηg = ηri . ηg . ηm Planta de Potência a Vapor • Rendimento do Elétrico Absoluto η𝑟𝑒𝑙𝑒 = 𝑊𝑒𝑙𝑒 𝑄𝑒𝑛𝑡 = 𝑊𝑒. η𝑔 𝑄𝑒𝑛𝑡 ηele = ηe . ηg = ηt . ηri . ηm . ηg Planta de Potência a Vapor • Resumo de Rendimentos para Turbinas a Vapor Rendimento Relativo Absoluto Turbina ideal 1 ηt Interno ηri ηi = ηt . ηri Efetivo ηre= ηm . ηri ηre = ηt . ηri . ηm Elétrico ηrele = ηri . ηm . ηg ηele = ηt . ηri . ηm . ηg Planta de Potência a Vapor • Consumo Específico de Calor (heat rate – HR) • Usado para avaliar o rendimento econômico de uma instalação. 𝐻𝑅 = 1 η𝑒𝑙𝑒 = 𝑄 𝑒𝑛𝑡 𝑊 𝑒𝑙𝑒 𝑘𝐽 𝑘𝑊ℎ Planta de Potência a Vapor • Razão de Trabalho Reverso (bwr) – Usado com menor frequência para a avaliação do rendimento econômico da instalação, pois não costuma ser maior do que 4 % para plantas a vapor, mas é muitas vezes superior para plantas de potência a gás. 𝑏𝑤𝑟 = 𝑊 𝑏 𝑊 𝑡 Planta de Potência a Vapor • Ciclo de Rankine Planta de Potência a Vapor • Ciclo de Rankine Qe Qs Wt Wb Planta de Potência a Vapor • Ciclo de Rankine – 1ª Lei da Termodinâmica 𝑑𝐸 𝑑𝑡 = 𝑄𝑣𝑐 −𝑊𝑣𝑐 + Σ𝑚𝑒 ℎ + 𝑣2 2 + 𝑔𝑧 𝑒 − Σ𝑚𝑠 ℎ + 𝑣2 2 + 𝑔𝑧 𝑠 𝑄𝑣𝑐 −𝑊𝑣𝑐 = 𝑚 ℎ𝑠 − ℎ𝑒 Qe Qs Wt Wb Planta de Potência a Vapor • Ciclo de Rankine Qe Qs Wt Wb Turbina Condensador 𝑊 𝑡 𝑚 = ℎ1 − ℎ2 𝑄 𝑠 𝑚 = ℎ3 − ℎ2 Bomba Caldeira 𝑊 𝑏 𝑚 = ℎ3 − ℎ4 ≈ 𝜈3 𝑝4 − 𝑝3 𝑄 𝑒 𝑚 = ℎ1 − ℎ4 Planta de Potência a Vapor • Ciclo de Rankine 𝜂 = 1 − 𝑄 𝑠 𝑚 𝑄 𝑒 𝑚 = 1 − 𝑇𝑠 𝑇 𝑒 𝑇𝑠 = 𝐶𝑡𝑒 ∴ ↑ 𝑇 𝑒 ⇒ ↑ 𝜂 𝑇 𝑒 = 𝐶𝑡𝑒 ∴ ↑ 𝑇𝑠 ⇒ ↑ 𝜂 Planta de Potência a Vapor • Ciclo de Rankine O ciclo de Carnot é impraticável porque: • Envolve o bombeamento de duas fases do FT, o que é muito difícil de ser realizado; • Parte da energia dos gases, sai em forma de calor, consumindo mais combustível. 𝑇𝑒𝐶𝑎𝑟𝑛𝑜𝑡 >𝑇𝑒𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 𝜂𝐶𝑎𝑟𝑛𝑜𝑡 >𝜂𝑅𝑎𝑛𝑘𝑖𝑛𝑒 Planta de Potência a Vapor • Perdas e Irreversibilidades Externas – Combustão e posterior transferência de calor dos gases ao FT; – Transferência de calor para a água de resfriamento, sendo que a mesma está sujeita a um aumento de temperatura de apenas alguns graus (o vapor condensa a temperaturas próximas a ambiente no condensador), tendo utilidade limitada; – Perdas de calor e pressão em tubulações e equipamentos Planta de Potência a Vapor • Perdas e Irreversibilidades Internas 𝜂𝑖𝑠𝑜,𝑏 = 𝑊 𝑏 𝑚 𝑊 𝑏 𝑚 𝑠 𝜂𝑖𝑠𝑜,𝑡 = 𝑊 𝑡 𝑚 𝑊 𝑡 𝑚 𝑠 Planta de Potência a Vapor • Superaquecimento e Reaquecimento Planta de Potência a Vapor • Regeneração com Aquecedor Aberto Planta de Potência a Vapor • Regeneração com Aquecedor Fechado Planta de Potência a Vapor • Regeneração com Aquecedor Fechado Planta de Potência a Vapor • Regeneração com Aquecedor Fechado Planta de Potência a Vapor • Potência Elétrica Gerador Bomba 𝜂𝐺 = 𝑊 𝑒𝑙𝑒𝐺 𝑊 𝑒 𝜂𝑀𝐸 = 𝑊 𝑒𝑏 𝑊 𝑒𝑙𝑒𝑀𝐸 𝜂𝑚𝑏 = 𝑊 𝑖𝑏 𝑊 𝑒𝑏 𝑊 𝑒𝑙𝑒𝐺 = 𝑊 𝑖𝑡 . 𝜂𝑚𝑡. 𝜂𝐺 𝑊 𝑒𝑙𝑒𝑀𝐸 = 𝑊 𝑖𝑏 𝜂𝑚𝑏 . 𝜂𝑀𝐸 Planta de Potência a Vapor • Calor do Combustível 𝜂𝐺𝑉 = 𝑄 𝑒𝑖 𝑄 𝑒𝑐 𝑄 𝑒𝑐 = 𝑚 𝑐 . 𝑃𝐶𝐼 Referências Bibliográficas • MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N.. Princípios de Termodinâmica para a Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2009. • LORA, Electo Eduardo Silva; NASCIMENTO, Marco Antônio Rosa do. Geração Termelétrica: Planejamento, Projeto e Operação. Volume 1 Rio de Janeiro: Interciência, 2004. • MACINTYRE, Archibald Joseph. Equipamentos Industriais e de Processo. Rio de Janeiro: LTC, 2007;
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