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Direito Constitucional Aula 06 Organização Político Administrativa Repartição de Competências

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Professor - Marcelo Sobral 
 
 
 
Papa Concursos – GE TRT Brasil 2017 – Direito Constitucional – Aula 06 (22.07.2017) 
7. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRAYIVA: REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
TÍTULO III 
Da Organização do Estado 
CAPÍTULO I 
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos 
termos desta Constituição. 
§ 1º - Brasília é a Capital Federal. 
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado 
ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação 
da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei 
complementar. 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por 
lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de 
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após 
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou 
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
CAPÍTULO II 
DA UNIÃO 
Art. 21. Compete à União: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
 
 
 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza 
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de 
previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços 
de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a 
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 8, de 15/08/95:) 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos 
de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, 
de 2012) (Produção de efeito) 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do 
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução 
de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia 
de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas 
de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, 
especialmente as secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de 
outorga de direitos de seu uso; (Regulamento) 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento 
básico e transportes urbanos; 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
 
 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes 
princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e 
mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de 
radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 49, de 2006) 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006) 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, 
em forma associativa. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de 
profissões; 
 
 
 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da 
Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito) 
XVIII - sistemaestatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e 
mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as 
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades 
de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização 
nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o 
patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras 
de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, 
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros 
bens de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à 
pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015); 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
 
 
 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a 
integração social dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração 
de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento 
e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 
2006) 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente 
sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de 
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e 
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015); 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
 
 
 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário. 
CAPÍTULO III 
DOS ESTADOS FEDERADOS 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, 
observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta 
Constituição. 
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais 
de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua 
regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995) 
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios 
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de 
interesse comum. 
CAPÍTULO IV 
Dos Municípios 
Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, 
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em 
lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; 
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os 
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter 
essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de 
educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, 
de 2006) 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de 
atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento 
e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a 
ação fiscalizadora federal e estadual. 
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, 
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, 
na forma da lei. 
 
 
 
§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais 
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios, onde houver. 
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito 
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da 
Câmara Municipal. 
§ 3º - As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição 
de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a 
legitimidade, nos termos da lei. 
§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.CAPÍTULO V 
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS 
Seção I 
DO DISTRITO FEDERAL 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, 
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da 
Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos 
Estados e Municípios. 
§ 2º - A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e 
dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para 
mandato de igual duração. 
§ 3º - Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27. 
§ 4º - Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias 
civil e militar e do corpo de bombeiros militar. 
Seção II 
DOS TERRITÓRIOS 
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. 
§ 1º - Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que 
couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. 
§ 2º - As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com 
parecer prévio do Tribunal de Contas da União. 
§ 3º - Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador 
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda 
instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as 
eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. 
CAPÍTULO VI 
DA INTERVENÇÃO 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
 
 
 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo 
motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, 
dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 
2000) 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios 
localizados em Território Federal, exceto quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida 
fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância 
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem 
ou de decisão judicial. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo 
coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida 
contra o Poder Judiciário; 
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo 
Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; 
 
 
 
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-
Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de 
execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso 
Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. 
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-
se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. 
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo 
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a 
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a 
estes voltarão, salvo impedimento legal. 
 
Informativos STF 
 
ADI e competência estadual - 1 (Prazo para pagamento dos vencimentos) 
O Plenário confirmou medida cautelar e julgou procedente, em parte, pedido formulado em 
ação direta para declarar a inconstitucionalidade das expressões municipais e de empresa 
pública e de sociedade de economia mista, constantes do § 5º do art. 28 da Constituição do 
Estado do Rio Grande do Norte (Os vencimentos dos servidores públicos estaduais e 
municipais, da administração direta, indireta autárquica, fundacional, de empresa pública 
e de sociedade de economia mista são pagos até o último dia de cada mês, corrigindo-se 
monetariamente os seus valores, se o pagamento se der além desse prazo). O Tribunal 
asseverou, à época, que, ao incluir os municípios, a norma estadual estaria a afrontar a 
autonomia municipal, consagrada nos artigos 29 e 30 da CF. Aduziu, ainda, que os 
Estados-membros não poderiam impor obrigações de natureza civil, comercial ou 
trabalhista às empresas públicas e às sociedades de economia mista, porquanto 
sujeitas ao regime das empresas privadas. 
ADI 144/RN, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.2.2014. (ADI-144) 
(Informativo 736, Plenário) 
 
ADI e competência estadual - 2 (Isonomia de remuneração em EP/SEM – competência 
privativa da União) 
O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para confirmar medida 
cautelar e declarar a inconstitucionalidade do art. 40 do ADCT da Constituição do Estado 
 
 
 
de Minas Gerais (Fica assegurada isonomia de remuneração entre os servidores das 
entidades Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais e Banco de Desenvolvimento de 
Minas Gerais para os cargos, empregos e funções de atribuições iguais ou assemelhadas). 
O Tribunal consignou que as empresas em questão estariam sujeitas a regime 
trabalhista, razão pela qual o constituinte estadual não poderia tratar de temática 
relativa a direito do trabalho no âmbito de empresas públicas e de sociedades de 
economia mista. 
ADI 318/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.2.2014. (ADI-318) 
(Informativo 736, Plenário) 
 
ADI: lei estadual e regras para empresas de planos de saúde (Prazo máximo para 
autorização de exame médico – plano de saúde) 
Afronta a regra de competência privativa da União para legislar sobre direito civil e 
comercial, e sobre política de seguros (CF, art. 22, I e VII, respectivamente), a norma 
estadual que determina prazos máximos para a autorização de exames, que necessitem 
de análise prévia, a serem cumpridos por empresas de planosde saúde, de acordo com 
a faixa etária do usuário. Com base nessa orientação, o Plenário julgou procedente pedido 
formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade da Lei pernambucana 
14.464/2011. Preliminarmente, o Tribunal reconheceu a legitimidade ativa da Unidas – 
União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde, porque teria como membros 
pessoas e entidades com um propósito específico. No mérito, asseverou que a lei 
questionada disporia sobre matéria contratual, portanto, de direito civil e, na hipótese, tema 
assimilável a seguros, da competência privativa da União. 
ADI 4701/PE, rel. Min. Roberto Barroso, 13.8.2014. (ADI-4701) 
(Informativo 754, Plenário) 
Carteira de identidade: tipo sanguíneo e fator Rh - 1 (Conteúdo da cédula de identidade – 
registro público) 
O Plenário, por maioria, julgou improcedentes pedidos formulados em ações diretas de 
inconstitucionalidade ajuizadas contra a Lei 12.282/2006, do Estado de São Paulo, e a Lei 
14.851/2009, do Estado de Santa Catarina, que dispõem sobre a inclusão dos dados 
sanguíneos na carteira de identidade emitida pelo órgão de identificação do Estado-
membro. O Tribunal observou que o devido equacionamento da distribuição 
constitucional de competências legislativas entre a União, os Estados-membros, o 
Distrito Federal e os Municípios levaria sempre em conta o princípio federativo. 
Sublinhou que a exigência de conformação legislativa uniforme da matéria no território 
nacional emergiria da própria finalidade social da manutenção de registros. Constatou que a 
natureza jurídica da cédula de identidade seria de registro público e sua disciplina 
legislativa competiria privativamente à União (CF, art. 22, XXV). Salientou que, ao 
fixar a competência privativa da União no tocante à natureza, à forma, à validade e aos 
efeitos dos registros públicos em geral e da carteira de identidade em particular, a 
 
 
 
Constituição imporia aos Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios a 
observância do quanto disciplinado pela União sobre a matéria. 
ADI 4007/SP, rel. Min. Rosa Weber, 13.8.2014. (ADI-4007) 
ADI 4343/SC, rel. Min. Rosa Weber, 13.8.2014. (ADI-4343) 
(Informativo 754, Plenário) 
 
ADI e venda de produtos de conveniência em farmácias e drogarias - 1 (Venda de artigos 
de conveniência em farmácias e dograrias) 
O Plenário julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade 
ajuizada contra a Lei 2.149/2009, do Estado do Acre, que disciplina o comércio varejista 
de artigos de conveniência em farmácias e drogarias. O Tribunal, preliminarmente, 
afastou a alegação de que a via eleita seria inadequada por ser imprescindível o exame de 
compatibilidade entre a norma estadual impugnada e a legislação federal, para concluir-se 
pela usurpação ou não de competência da União. Aduziu que, à vista da regra constitucional 
do § 1º do art. 24 da CF, bastaria o exame do ato normativo atacado, mediante a ação direta, 
para saber se o Estado-membro adentrara o campo reservado à União. Observou que, nos 
autos, se discutiria se a lei estadual usurpara a competência da União para legislar 
sobre normas gerais de proteção e de defesa da saúde, além de violar o direito à saúde 
(CF, artigos 6º, “caput”; 24, XII, §§ 1º e 2º; e 196). Reconheceu que o sistema de 
distribuição de competências materiais e legislativas privativas, concorrentes e comuns 
entre os três entes da Federação, assim como estabelecido na Constituição e tendo em vista 
a aplicação do princípio da predominância do interesse, seria marcado pela complexidade, e 
não seria incomum acionar-se o STF para solucionar problemas de coordenação e 
sobreposição de atos legislativos, especialmente federais e estaduais. 
ADI 4954/AC, rel. Min. Marco Aurélio, 20.8.2014. (ADI-4954) 
(Informativo 755, Plenário) 
 
ADI e venda de produtos de conveniência em farmácias e drogarias - 2 
A Corte verificou que a harmonia do sistema federativo encontraria no STF momento 
exegético determinante, com destaque para os conflitos surgidos ante o condomínio 
legislativo previsto no art. 24 da CF — a competência da União para dispor acerca de 
normas gerais sobre as matérias previstas no § 1º, e a concorrente dos Estados-membros e 
do Distrito Federal para, em caráter suplementar, fazer observar a realidade própria de cada 
unidade federativa contida no § 2º. Mencionou que o inciso XII do aludido art. 24 versaria a 
competência concorrente entre a União e os Estados-membros no campo da proteção e 
defesa da saúde. Ressaltou que cumpriria ao ente central editar normas gerais e diretrizes 
fundamentais, e aos locais, as suplementares, em face do que estabelecesse o legislativo 
federal. Recordou que, na inicial, o Procurador-Geral da República apontara que a União 
 
 
 
teria exercido a competência geral, relativa ao tema do processo, por meio da Lei 
5.991/1973, segundo a qual o comércio de drogas, medicamentos e de insumos 
farmacêuticos seria privativo de farmácias e drogarias. Concluiu que os Estados-membros 
e o Distrito Federal poderiam autorizar, mediante lei e em observância ao que disposto 
no mencionado diploma federal, a comercialização dos chamados artigos de 
conveniência pelos aludidos estabelecimentos sem que isso representasse invasão da 
esfera de ação legislativa da União. O Pleno explicou que a norma impugnada não 
cuidaria de proteção e defesa da saúde, mas sim de local de venda de certos produtos. 
Além disso, ainda que se entendesse existente a disciplina relativa à saúde, esta se dera no 
campo suplementar, e descaberia cogitar da edição de normas gerais pelo Estado do Acre. 
ADI 4954/AC, rel. Min. Marco Aurélio, 20.8.2014. (ADI-4954) 
(Informativo 755, Plenário) 
 
ADI e venda de produtos de conveniência em farmácias e drogarias - 3 
O Tribunal explicitou que, ao autorizar a venda de artigos de conveniência por 
farmácias e drogarias, o legislador estadual nada dispusera sobre saúde, e sim acerca 
do comércio local. Ponderou que não se trataria de operações de venda interestadual, em 
relação às quais incumbiria à União a disciplina (CF, art. 22, VIII), e que inexistiria norma 
constitucional específica a respeito da regulação do comércio de artigos de conveniência. 
Desse modo, remanesceria a competência dos Estados-membros para legislar sobre o 
tema (CF, art. 25, § 1º), permitido aos Municípios disporem de forma complementar, 
caso imprescindível diante de particularidades e interesses locais, em observância a 
normas federais e estaduais. Rememorou que, por meio da Lei 5.991/1973, regulamentada 
pelo Decreto 74.170/1974, a União estabelecera normas gerais sobre o controle sanitário do 
comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Entretanto, nada 
dispusera acerca da venda de bens de conveniência por farmácias e drogarias. Ao contrário 
do que afirmado na peça inicial, a disciplina federal não seria abrangente a ponto de ter 
excluído do legislador estadual margem política para editar atos dessa natureza e com esse 
conteúdo. Consignou que, apesar de ser privativo das farmácias e drogarias o comércio de 
drogas, medicamentos e de insumos farmacêuticos, não existiria proibição de esses 
estabelecimentos comercializarem outros produtos. Afirmou que, por meio da norma 
federal, procurara-se garantir a segurança da saúde do consumidor e, como diretriz essencial 
nesse campo, que esses produtos fossem vendidos apenas por estabelecimentos 
especializados, nos quais atuaria profissional habilitado — o farmacêutico. Contudo, isso 
não autorizaria interpretação no sentido de que a especialização necessária excluiria a 
possibilidade de farmácias e drogarias comercializarem bens diversos. Na realidade,esse 
entendimento implicaria situação inversa à alegada na ação direta — a de invasão de 
competência dos Estados-membros pela União, haja vista que norma com esse conteúdo, ao 
entrar em pormenores, viria a extrapolar o campo de normas gerais, princípios e questões 
fundamentais. 
ADI 4954/AC, rel. Min. Marco Aurélio, 20.8.2014. (ADI-4954) 
 
 
 
(Informativo 755, Plenário) 
 
Regulamentação de atividade profissional e competência legislativa 
O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 8.107/1992 e dos Decretos 37.420/1993 e 37. 421/1993, todos 
do Estado de São Paulo. As normas regulamentam a atividade de despachante perante os 
órgãos da Administração Pública estadual. O Colegiado asseverou que os diplomas 
estabelecem requisitos para o exercício da atividade profissional, o que implicaria 
violação da competência legislativa da União, à qual cabe privativamente editar leis 
sobre direito do trabalho e sobre condições para o exercício profissional. Pontuou que o 
art. 5º, XIII, da CF (“XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”) teria caráter nacional, e não 
se admitiriam diferenças entre os entes federados quanto a requisitos ou condições para 
exercer atividade profissional. Frisou que as normas em comento teriam imposto limites 
excessivos ao exercício do ofício de despachante e submetido esses profissionais liberais a 
regime jurídico assemelhado ao de função delegada da Administração Pública, em 
confronto material com a Constituição. 
ADI 4387/SP, rel. Min. Dias Toffoli, 4.9.2014. (ADI-4387) 
(Informativo 757, Plenário) 
ADI e competência legislativa - 1 (populações indígenas) 
O Plenário confirmou medida cautelar (noticiada no Informativo 43) e julgou procedente 
pedido formulado em ação direta para declarar a inconstitucionalidade do art. 300 da 
Constituição do Estado do Pará e da Lei Complementar paraense 31/1996. As normas 
impugnadas dispõem, respectivamente, sobre populações indígenas e instituição do 
Conselho Estadual Indigenista - Conei, com a imposição de atribuições ao Ministério 
Público estadual. O Tribunal reiterou a competência privativa da União para legislar 
sobre a matéria, bem como a missão institucional do Ministério Público Federal para a 
defesa dos direitos e interesses dessas populações. 
ADI 1499/PA, rel. Min. Gilmar Mendes, 17.9.2014. (ADI-1499) 
(Informativo 759, Plenário) 
 
ADI e competência legislativa - 2 (Inspeção técnica de veículos nos Estados) 
Por afronta ao art. 22, XI, da CF, o Plenário confirmou medida cautelar (noticiada no 
Informativo 153) e julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 11.311/1999, do Estado do Rio Grande do Sul, que dispõe 
sobre a inspeção técnica de veículos naquela unidade federada. O Tribunal destacou que 
a assembleia legislativa, ao disciplinar tema inserido na noção conceitual de trânsito, atuara 
com excesso no exercício de sua competência normativa. Salientou, ainda, que a matéria 
 
 
 
não se confundiria com a denominada “política de educação para segurança no trânsito”, 
prevista no art. 23, XII, da CF. 
ADI 1972/RS, rel. Min. Teori Zavascki, 18.9.2014. (ADI-1972) 
(Informativo 759, Plenário) 
Telefonia fixa e proibição de assinatura mensal (Proibição de cobrança de assinatura 
mensal por serviços de telecomunicações). 
Por reputar usurpada a competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações 
(CF, art. 22, IV), o Plenário confirmou medida acauteladora (noticiada no Informativo 592) 
para julgar procedente pedido formulado em ação direta ajuizada em face da Lei 
13.854/2009 do Estado de São Paulo. A norma proíbe a cobrança de assinatura mensal 
pelas concessionárias de serviços de telecomunicações. 
ADI 4369/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 15.10.2014. (ADI-4369) 
(Informativo 763, Plenário) 
Agrotóxico: lei estadual e competência privativa da União - 1 
 
Por reputar usurpada a competência privativa da União para legislar sobre comércio exterior 
(CF, art. 22, VIII), o Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direita para 
declarar a inconstitucionalidade da Lei 12.427/2006 do Estado do Rio Grande do Sul (“Art. 
1º - Fica proibida a comercialização, a estocagem e o trânsito de arroz, trigo, feijão, cebola, 
cevada e aveia e seus derivados importados de outros países, para consumo e 
comercialização no Estado do Rio Grande do Sul, que não tenham sido submetidos à análise 
de resíduos químicos de agrotóxicos ou de princípios ativos usados, também, na 
industrialização dos referidos produtos. § 1º - Compreende-se como agrotóxicos o definido 
conforme a legislação federal. § 2º - O certificado ou laudo técnico será o documento hábil 
para atestar a realização da inspeção de que trata o ‘caput’, de forma a evitar a presença de 
toxinas prejudiciais à saúde humana. Art. 2º - Fica obrigatória a pesagem de veículo que 
ingresse ou trafegue no âmbito do território do Estado, transportando os produtos, aos quais 
se refere o art. 1º desta Lei, destinados à comercialização em estabelecimento ou ao 
consumidor final, no Estado do Rio Grande do Sul. Parágrafo único. Quando da pesagem, 
será obrigatória a apresentação da documentação fiscal exigida, bem como do documento 
de que trata o § 2º do art. 1º desta Lei”). 
ADI 3813/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 12.2.2015. (ADI-3813) 
 
 Agrotóxico: lei estadual e competência privativa da União - 2 
 
O Colegiado consignou que competiria à União a definição dos requisitos para o ingresso 
de produtos estrangeiros no País, visto se tratar de típica questão de comércio exterior (CF, 
 
 
 
art. 22, VIII). Recordou que, de acordo com a exposição de motivos da mencionada lei, a 
proibição em questão teria objetivo claro de evitar que a população gaúcha consumisse 
produtos contaminados por agrotóxicos que, pela legislação federal, seriam de uso proibido 
no País, por serem nocivos à saúde, mas que teriam uso regular na Argentina e no Uruguai. 
Entretanto, em que pese a relevância das preocupações do Poder Legislativo gaúcho, a lei 
não esconderia o propósito de criar requisitos especiais ao ingresso naquele Estado-membro 
de produtos agrícolas provindos do exterior. Ao fazê-lo, a lei, por consequência lógica, 
restringiria a entrada desses produtos não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o 
País. Frisou que não seria possível compreender a matéria como pertencente ao âmbito 
legislativo concorrente dos Estados-membros, sob o argumento de tratar-se de legislação 
concernente à proteção da saúde dos consumidores (CF, art. 24, V e XII, §§ 1º e 2º). Ainda 
que se tratasse de questão, sob certo ponto de vista, de competência concorrente (consumo e 
proteção à saúde), predominariam, na hipótese, os limites da competência privativa da 
União para legislar sobre comércio exterior e interestadual. No caso, a norma impugnada, 
ao criar um certificado estadual para os produtos agrícolas, de modo a permitir que as 
próprias autoridades estaduais fiscalizassem a existência de resíduos de agrotóxicos, teria 
invadido competência que seria própria das autoridades federais. 
ADI 3813/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 12.2.2015. (ADI-3813) 
(Informativo 774, Plenário) 
Energia elétrica e competência para legislar 
 
As competências para legislar sobre energia elétrica e para definir os termos da exploração 
do serviço de seu fornecimento, inclusive sob regime de concessão, cabem privativamente à 
União (CF, artigos 21, XII, b; 22, IV e 175). Com base nesse entendimento, o Plenário 
julgou procedente pedido formulado em ação diretapara declarar a inconstitucionalidade do 
art. 2º da Lei 12.635/2005 do Estado de São Paulo (“Art. 2º Os postes de sustentação à rede 
elétrica, que estejam causando transtornos ou impedimentos aos proprietários e aos 
compromissários compradores de terrenos, serão removidos, sem qualquer ônus para os 
interessados, desde que não tenham sofrido remoção anterior”). A Corte, em questão de 
ordem, por entender não haver necessidade de acréscimos instrutórios mais aprofundados, 
converteu o exame da cautelar em julgamento de mérito. Apontou que a norma questionada, 
ao criar para as empresas obrigação significativamente onerosa, a ser prestada em hipóteses 
de conteúdo vago (“que estejam causando transtornos ou impedimentos”), para o proveito 
de interesses individuais dos proprietários de terrenos, teria se imiscuído nos termos da 
relação contratual estabelecida entre o poder federal e as concessionárias que exploram o 
serviço de fornecimento de energia elétrica no Estado-membro. 
ADI 4925/SP, rel. Min. Teori Zavascki, 12.2.2015. (ADI-4925) 
(Informativo 774, Plenário) 
 
 
 
 
Porte de arma de magistrado e competência - 3 
O STF tem competência para processar e julgar causas em que se discute prerrogativa dos 
juízes de portar arma de defesa pessoal, por se tratar de ação em que todos os membros da 
magistratura são direta ou indiretamente interessados (CF, art. 102, I, n). (...) 
Rcl 11323 AgR/SP, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
22.4.2015. (Rcl-11323) 
Competência concorrente para legislar sobre educação 
Lei editada por Estado-membro, que disponha sobre número máximo de alunos em sala de 
aula na educação infantil, fundamental e média, não usurpa a competência da União para 
legislar sobre normas gerais de educação (CF, art. 24, IX, e § 3º). 
ADI 4060/SC, rel. Min. Luiz Fux, 25.2.2015. (ADI-4060) (Informativo 775, Plenário) 
Telecomunicações: competência legislativa - 4 
Em conclusão, o Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta 
para declarar a inconstitucionalidade da Lei 11.908/2001 do Estado de Santa Catarina. A 
norma fixa as condições de cobrança dos valores da assinatura básica residencial dos 
serviços de telefonia fixa — v. Informativos 378 e 610. O Colegiado reputou caracterizada 
ofensa aos artigos 21, XI; e 22, IV, da CF, tendo em vista que a competência para legislar 
sobre telecomunicações seria privativa da União. Vencido o Ministro Ayres Britto, que 
julgava o pedido improcedente. 
ADI 2615/SC, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 11.3.2015. 
(ADI-2615) (Informativo 777, Plenário) 
Norma processual e competência legislativa da União 
A previsão em lei estadual de depósito prévio para interposição de recursos nos juizados 
especiais cíveis viola a competência legislativa privativa da União para tratar de direito 
processual (CF, art. 22, I). 
ADI 2699/PE, rel. Min. Celso de Mello, 20.5.2015. (ADI-2699) (Informativo 786, Plenário) 
Legislação sobre meio ambiente e competência municipal - 1 
O município é competente para legislar sobre o meio ambiente, com a União e o Estado-
membro, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico com a 
disciplina estabelecida pelos demais entes federados (CF, art. 24, VI, c/c o art. 30, I e II). 
Legislação sobre meio ambiente e competência municipal - 2 
O Plenário asseverou que, na espécie, não seria permitida uma interpretação na qual não se 
reconhecesse o interesse municipal em fazer com que sua população gozasse de um meio 
ambiente equilibrado. Mas, neste caso, tratar-se-ia de uma questão de identificação da 
preponderância desses interesses notadamente comuns. A partir desse impasse recorrer-se-
ia ao texto constitucional para extrair a “mens legis” da distribuição de competência 
 
 
 
legislativa. Nesse sentido, o art. 24 da CF estabeleceria uma competência concorrente entre 
União e Estados-membros, a determinar a edição de norma de caráter genérico pela União e 
de caráter específico pelos Estados-membros. Sendo assim, o constituinte originário teria 
definido que o sistema formado pela combinação da legislação estadual com a edição de um 
diploma legal federal traduziria a disciplina de todos os interesses socialmente relevantes 
para os temas discriminados no citado dispositivo. Destarte, interessaria analisar a questão 
do ponto de vista sistêmico, visto que no âmbito das normas gerais federais, a orientação do 
legislador seguiria no mesmo sentido da disciplina estabelecida em nível estadual (Lei 
estadual paulista 11.241/2002). As normas federais paradigmáticas a tratar do assunto, 
expressamente, apontariam para a necessidade de se traçar um planejamento com o intuito 
de se extinguir gradativamente o uso do fogo como método despalhador e facilitador para o 
corte da cana (Lei 12.651/2012, art. 40, e Decreto 2.661/1998). Portanto, seria forçoso 
admitir que todo o sistema do meio ambiente, no tocante à situação dos autos, proporia 
determinada solução estrita, qual seja, planejar a diminuição gradual da queima da cana, 
enquanto que o diploma normativo atacado disciplinaria de maneira completamente diversa, 
na contramão da intenção que se extrairia do plano nacional. Seria, pois, cristalino que o 
tratamento dispensado pela legislação municipal iria de encontro ao sistema estruturado de 
maneira harmônica entre as esferas federal e estadual. Outrossim, não se poderia enquadrar 
a matéria como de interesse local, específico de um único município. O interesse seria 
abrangente, a atrair, portanto, para a disciplina do tema, a competência do Estado-membro, 
a apanhar outros municípios. Contudo, não haveria dúvida de que os municípios disporiam 
de competência para tratar da questão do meio ambiente. Esse seria um tema materialmente 
partilhado, seja no plano legislativo, seja no plano administrativo, entre as diversas 
entidades de direito público. Por fim, a solução trazida pela norma impugnada encontraria 
óbice na análise de sua proporcionalidade, porquanto já seria prevista pelo ordenamento 
solução menos gravosa, que equilibraria de maneira mais correta a relação custo-benefício. 
Desta feita, seria intransponível a conclusão pela sua inconstitucionalidade material. 
Vencida a Ministra Rosa Weber, que negava provimento ao recurso, considerado o que 
disposto no art. 23, VI, da CF (“Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em 
qualquer de suas formas”). 
RE 586224/SP, rel. Min. Luiz Fux, 5.3.2015. (RE-586224) (Informativo 776, Plenário, 
Repercussão Geral) 
 
Informativos STF – 2017 
Meio ambiente e poluição: competência municipal O Município tem competência para 
legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de interesse local. 
Com esse entendimento, o Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, negou 
provimento a recurso extraordinário em que se debateu a competência dos Municípios 
para legislar sobre proteção do meio ambiente e controle da poluição. Cuida-se, na 
espécie, de recurso extraordinário contra acórdão de tribunal estadual que, ao julgar 
apelação em mandado de segurança, reconheceu a legitimidade de legislação municipal 
com base na qual se aplicaram multas por poluição do meio ambiente, decorrente da 
 
 
 
emissão de fumaça por veículos automotores no perímetro urbano (vide Informativos 347, 
431 e 807). O Colegiado, preliminarmente e por decisão majoritária, conheceu do recurso. 
Entendeu viável a utilização de mandado de segurança, uma vez ter sido impugnado, no 
caso, ato concreto fundado na legislação municipal, cuja alegada não recepçãopelo 
ordenamento constitucional vigente é objeto de controvérsia no recurso. Vencido, no 
ponto, o ministro Dias Toffoli, que reputou extinto o mandado de segurança e, 
subsequentemente, prejudicado o recurso. Aduziu não caber mandado de segurança 
contra lei em tese (1). No mérito, o Plenário considerou que as expressões “interesse 
local”, do art. 30, I, da Constituição Federal (CF), e “peculiar interesse”, das Constituições 
anteriores, se equivalem e não significam interesse exclusivo do Município, mas 
preponderante. Assim, a matéria é de competência concorrente (CF, art. 24, VI), sobre a 
qual a União expede normas gerais. Os Estados e o Distrito Federal editam normas 
suplementares e, na ausência de lei federal sobre normas gerais, editam normas para 
atender a suas peculiaridades (2). Por sua vez, os Municípios, com base no art. 30, I e II, da 
CF (3), legislam naquilo que for de interesse local, suplementando a legislação federal e a 
estadual no que couber. Vencidos os ministros Cezar Peluso, Eros Grau e Gilmar Mendes, 
que proveram o recurso. Asseveraram que a matéria de fundo diz respeito ao art. 22, XI, 
da CF (4). (1) Enunciado 266 da Súmula do STF: “Não cabe mandado de segurança contra 
lei em tese.” (2) Constituição Federal/1988: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao 
Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: (...) VI – florestas, caça, pesca, fauna, 
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio 
ambiente e controle da poluição. § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência 
da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. § 2º A competência da União para 
legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. § 3º 
Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa 
plena, para atender a suas peculiaridades.” (3) Constituição Federal/1988: “Art. 30. 
Compete aos Municípios: I – legislar sobre assuntos de interesse local; II – suplementar a 
legislação federal e a estadual no que couber.” (4) Constituição Federal/1988: “Art. 22. 
Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XI – trânsito e transporte. RE 
194704/MG, rel. orig. Min. Carlos Velloso, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 
29.6.2017. 
Informativos STF - 2016 
Administração municipal e publicidade de bebidas alcoólicas ou de cigarros 
A Segunda Turma, em conclusão de julgamento e por maioria, deu provimento a recurso 
extraordinário interposto contra acórdão que declarava a inconstitucionalidade da Lei 
12.643/1998 do Município de São Paulo. De iniciativa parlamentar, o normativo veda a 
realização, em bens imóveis do Município, de eventos patrocinados ou copatrocinados por 
empresas produtoras, distribuidoras, importadoras ou representantes de bebidas alcoólicas ou 
de cigarros, com a utilização de propaganda — v. Informativo 381. O recorrente alegava que as 
hipóteses de iniciativa legislativa do prefeito para deflagrar o processo legislativo no Município 
deveriam ser interpretadas de forma restritiva e não ampliativa, sob pena de afronta ao 
 
 
 
princípio da harmonia e independência entre os Poderes. Para o Colegiado, a Lei 12.643/1998 
não invadiu a esfera de atribuição própria do Poder Executivo. A competência do prefeito para 
exercer a administração do patrimônio municipal não impede que o Poder Legislativo 
estabeleça, mediante lei, limitações à realização, em imóveis do Município, de eventos 
patrocinados por empresas ligadas ao comércio de cigarros e de bebidas alcoólicas. Além 
disso, consignou que a realização de eventos não se enquadra nas atividades de mera 
administração dos bens públicos, sendo legítima sua regulamentação por lei. A Turma decidiu, 
ainda, que não houve desrespeito ao art. 22, XXIX, da Constituição Federal — que atribui à 
União a competência privativa para legislar sobre propaganda comercial. A Lei municipal 
12.643/1998 não limita a veiculação de propagandas comerciais por distribuidoras de cigarro e 
de bebidas alcoólicas, mas apenas proíbe a realização, em imóveis do Município, de eventos 
patrocinados por empresas envolvidas no comércio dessas substâncias. Concluiu, dessa forma, 
que a restrição imposta pela lei local recai sobre a Administração Pública municipal e não 
sobre as empresas comercializadoras de cigarros e bebidas alcóolicas, encontrando-se, por 
conseguinte, no âmbito de competência do Poder Legislativo local. Vencida a ministra Ellen 
Gracie (relatora), que negava provimento ao recurso. RE 305470/SP, rel. orig. Min. Ellen 
Gracie, rel. p/ o ac. Min. Teori Zavascki, 18.10.2016. (RE-305470) (Informativo 844, 2ª Turma) 
Competência da União em telefonia 
Compete à União explorar os serviços de telecomunicações, bem como legislar privativamente 
sobre essa matéria (CF, artigos 21, XI e 22, IV). Com base nessa orientação, o Plenário 
reafirmou sua reiterada jurisprudência sobre o tema e julgou procedente pedido formulado 
em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada em face da Lei 12.239/2006 do Estado de São 
Paulo. A norma estadual declarada inconstitucional dispõe sobre a instituição de cadastro 
com os números das linhas telefônicas dos assinantes do serviço de telefonia interessados 
no sistema de venda por via telefônica. ADI 3959/SP, rel. Min. Roberto Barroso, 20.4.2016. 
(ADI-3959) (Informativo 822, Plenário) 
Lei estadual e bloqueadores de sinal de celular 
Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a 
competência da União para legislar sobre telecomunicações. (…) 
ADI 3835/MS, rel. Min. Marco Aurélio, 3.8.2016. (ADI-3835) ADI 5356/MS, rel. orig. Min. Edson 
Fachin, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 3.8.2016. (ADI-5356) ADI 5253 /BA, rel. Min. 
Dias Toffoli, 3.8.2016. (ADI-5253) ADI 5327/PR, rel. Min Dias Toffoli, 3.8.2016. (ADI-5327) ADI 
4861/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, 3.8.2016. (ADI-4861) (Informativo 833, Plenário) 
Cobrança de estacionamento de veículos: competência e livre iniciativa 
O Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar a 
inconstitucionalidade da Lei 16.785/2011, do Estado do Paraná. O diploma regulamenta a 
cobrança de estacionamento de veículos no Estado-Membro. 
O Ministro Gilmar Mendes (relator), no que acompanhado pelo Ministro Marco Aurélio, 
concluiu pela inconstitucionalidade formal da lei. Remeteu a precedentes do STF para 
reafirmar que a disciplina acerca da exploração econômica de estacionamentos privados 
 
 
 
refere-se a direito civil. Em jogo, portanto, a competência privativa da União (CF, art. 22, I). O 
Ministro Marco Aurélio também frisou a indevida intervenção da norma na iniciativa privada, a 
implicar vício material. (...) 
ADI 4862/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, 18.8.2016. (ADI-4862) (Informativo 835, 
Plenário) 
 
SÚMULAS 
Súmula Vinculante 2/STF É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou 
distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e 
loterias. 
Súmula Vinculante 38/STF É competente o Município para fixar o horário de 
funcionamento de estabelecimento comercial. 
Súmula Vinculante 39/STF Compete privativamente à União legislar sobre 
vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar 
do Distrito Federal. 
Súmula Vinculante 46/STF A definição dos crimes de responsabilidade e o 
estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da 
competência legislativa privativa da União. 
Súmula Vinculante 53/STF A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 
114, VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições 
previdenciárias relativas ao objetoda condenação constante das sentenças que 
proferir e acordos por ela homologados. 
Súmula 19/STJ Horário Bancário - Fixação – Competência. A fixação do horário bancário, para 
atendimento ao público, é da competência da União.

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