Buscar

PROJETO DE PESQUISA CLAUDINEI 15.05.2018 teste

Prévia do material em texto

FACULDADE MONTES BELOS 
CLAUDINEI LUIZ GOMIDE
PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO
SÃO LUÍS DE MONTES BELOS – GO
2018
CLAUDINEI LUIZ GOMIDE
ADICIONAIS DE PENOSIDADE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE E SUA POSSÍVEL CUMULAÇÃO
Projeto de Pesquisa Científica apresentado à Banca de Qualificação da turma C9/DN do Curso de Direito da Faculdade Montes Belos, de São Luís de Montes Belos, Goiás, a ser utilizado como diretriz na elaboração do correspondente Artigo Científico, exigido como requisito parcial para a obtenção do certificado de Bacharelado em Direito, sob a orientação da Professora, Mestra Dinair Flor de Miranda, orientadora de Trabalhos de Curso I e II.
SÃO LUÍS DE MONTES BELOS – GO
2018
�
1. Introdução
	A Constituição Federal de 1988 prevê em seu artigo 7°, inciso XXIII, como direito fundamental ao trabalhador os adicionais de remuneração a atividades, penosas insalubres e perigosas, na forma da lei. 
	No entanto, o trabalho penoso diferentemente dos demais não foi regulado pela legislação complementar. 
	Diante dessa lacuna não há dúvida de que se trata de adicionais distintos com pagamentos desvinculados, vez que cada adicional tem seu fato gerador, inexistindo base jurídica que justifique a exclusão de um deles. 
2. Justificativa
	A pesquisa se justifica pelos seguintes fatores:
2.1 Delimitação
	O tema abordará:
Área: Direito do Trabalho e Direito Constitucional.
Tema: Os adicionais de penosidade insalubridade e periculosidade.
Delimitação: A possível cumulação dos adicionais.
Título: Os adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade e sua possível cumulação.
	A delimitação do tema permite uma melhor desenvoltura da pesquisa.
2.2 Relevância
	É notório que cada adicional tem seu próprio fator gerador inexistindo base jurídica que justifique a exclusão de um deles, pois a cumulação dos adicionais é garantida de forma clara pela Carta Magma em seu artigo 7°, XXIII o recebimento dos adicionais de penosidade insalubridade e periculosidade sem qualquer impedimento quanto a sua cumulação.
2.3 Viabilidade
A viabilidade da presente pesquisa está no caráter exploratório desenvolvido com base em doutrinas, artigos científicos, teses, publicações, julgados e informações dos adicionais de penosidade, periculosidade e insalubridade. 
	 Por este modo é possível abordar o proposto tema, por meio de pesquisa bibliográfica, legislação como a lei n. 5.452/1943 e cumulação dos julgados da 18° Região que sirva de base fundante às conclusões pertinentes, a fim de reforçar a ideia de que cada agente nocivo deve ser tratado de forma individualmente, sendo direito dos colaboradores por meio de aplicação das normas de saúde e segurança do trabalho a neutralização e ou a minimização dos riscos inerentes ao trabalho. 
3. Roteiro provisório 
Assunto …………………………………………………………………………………Página
1. Introdução.............................................................................................................................(..)
2. Penosidade............................................................................................................................(..)
2.2 Insalubridade......................................................................................................................(..)
2.3 Periculosidade....................................................................................................................(..)
3. Recentes Alterações Jurisprudenciais...................................................................................(..)
4. Conclusão.............................................................................................................................(..)
5. Referências ..........................................................................................................................(..)
4. Referencial Teórico 
A Constituição Federal de 1988, artigo 7º, inciso XXIII, diz que:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
A Consolidação das Leis do Trabalho, CLT em seu artigo 189, preceitua que “Serão considerados atividades e operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde”. 
Já a penosidade não há legislação complementar que a regulamente.
Entretanto, é de estrema relevância que seja discutido o adicional de penosidade e apresentadas algumas conclusões que possam vir a esclarecer dúvidas, uma vez que não tem havido aplicabilidade efetiva no ordenamento jurídico do Tribunal Regional da 18ª Região.
A Constituição Federal de 1988 estabelece que seja pago aos trabalhadores que esteja exposto as condições penosas de trabalho assim como os que trabalhem em condições insalubres ou perigosas. 
No entanto, existe uma ausência de lei complementar que proporciona diversos entendimentos a respeito do trabalho penoso, dificultando a atuação do judiciário no julgamento de reclamações trabalhistas. Devido a essas falhas na lei, há diversos entendimentos diferentes de região para região, ficando o trabalhador desamparado quanto à falta de aplicabilidade do instituto jurídico no Sistema Judiciário Trabalhista. 
	Já a insalubridade segundo Pantaleão (2017) “como o próprio nome diz, insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao trabalhador por conta de sua atividade laboral”.
	Seguindo a linha de raciocínio citada pelo estudioso acima mencionado, não seria de bom grado que esses adicionais sejam considerados um benefício ao trabalhador, mas sim uma punição ao empregador que não consegue eliminar do ambiente de trabalho as condições pelos laudos que diagnosticam a insalubridade. 
Será devido o adicional de insalubridade aos trabalhadores que, em exercício do trabalho, estejam expostos aos agentes químicos, físicos ou biológicos (art. 189 da CLT e art. 192 da CLT) acima dos limites te tolerância estabelecidos pela Norma regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho e emprego, a saber: “São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: 15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n. 1, 2, 3, 5, 11 e 12”.
Neste caso, o adicional de insalubridade será devido aos trabalhadores que atuem continuamente com exposição ao risco e devidamente pago, após ser feito um levantamento por profissional qualificado e devidamente comprovado em laudo técnico qualitativo e/ou quantitativo e após exauridas todas as possibilidades de eliminar o risco encontrado no ambiente laboral. Só então, após comprovar que não será possível eliminar por completo o risco, ou minimizado a um nível aceitável abaixo dos limites estabelecidos em lei aplicando a utilização de Equipamento de Proteção coletiva EPC e ou a utilização de Equipamento de Proteção Individual o empregado com atividades consideradas insalubres será penalizado a pagar o adicional de insalubridade na Proporão de 10% (dez por cento), 20% (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento) da remuneração do colaborador, conforme prevê artigo 192 da CLT.
Já a definição da base de cálculo é polêmica, vez que existem diferentes decisões judiciais, que determinam o cálculo sobre o salário mínimo, sobre o salário base do trabalhador, sobre o piso da categoria ou sobre a remuneração total do empregado que atue em are classificada.
	Por fim a periculosidade é apresentada na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) em seu artigo 193, previa apenas duas atividades perigosas: que são elas: inflamáveis e explosivos. Com o advindo da OJ 345 da SDI-1, estipulou que as atividades que esteja em contato com radiação ionizante, fará jus ao recebimento desse adicional.Com o advindo da Lei n. 7.369/1985, foi fixado como atividade perigosa as que por sua natureza ou atuação exponha o trabalhador ao contato com eletricidade como atividade perigosa, a qual foi revogada pela Lei n. 12.740/2012. No entanto a eletricidade não deixou de ser uma atividade perigosa, pois ela foi acrescentada no rol do art. 193 da CLT, ao qual foi acrescentada ainda como atividade perigosa as que exponham os profissionais de segurança pessoal ou patrimonial a roubos ou outras espécies de violência física em suas atividades diárias, in verbis:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 12.740, de 2012)
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei nº 12.997, de 2014.
	Deve-se ressaltar a Súmula n. 248 do TST que traz a seguinte redação:
A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.
Como se pode perceber pela simples leitura textual da Súmula com a interrupção do risco, não há mais o que se falar em adicional de periculosidade assim como se pode perceber nos demais adicionais. 
Não obstante esse raciocínio, a norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego traz o seguinte:
16.3 É responsabilidade do empregador a caracterização ou a descaracterização da periculosidade, mediante laudo técnico elaborado por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho, nos termos do artigo 195 da CLT.
Sendo assim basta que o empregador faça um o levantamento qualitativo e ou quantitativo para que seja avaliada a necessidade do respectivo adicional como bem diz a Norma Regulamentadora NR-16 em seu item 16.3.
A possibilidade de cumulação dos adicionais pode ser encontrada no Código Civil em seu artigo 944, no qual estabelece a indenização como medida pela extensão do dano, de forma que, existindo mais de um dano deve ser pago um adicional para cada um.
Em 2016 a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais – SDI-I pacificou a matéria com a seguinte tese: “se a causa de pedir é idêntica, ou seja, se um mesmo agente nocivo gera insalubridade e periculosidade, não é possível a cumulação dos adicionais”. Assim esse entendimento abriu caminho para o deferimento da cumulação dos adicionais, desde que tenha causas de pedir distintas.
5. Problemática
Quais as consequências à vida e à saúde do trabalhador exposto cotidianamente aos riscos de penosidade, insalubridade e periculosidade?
6. Hipóteses
A saúde é deteriorada de forma silenciosa pendendo a qualidade de vida no trabalho.
 A falta de comprometimento dos empregadores e do estado consubstancia no retardamento de maiores avanços no sentido de erradicar os ricos do ambiente de trabalho.
O grande índice de indenizações ao por conta de trabalhadores debilitados por conta de um problema de saúde decorrente do trabalho.
7. Objetivos
	A pesquisa pretende alcançar os seguintes objetivos:
7.1 Objetivo geral
Fazer um estudo sobre a possibilidade de se cumularem os adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade.
7.2 Objetivos específicos
Abrir prerrogativas para se discutirem o adicional de penosidade, que é um tanto esquecido pela legislação.
Demonstrar que a possibilidade de cumulação dos adicionais onde existe mais de um risco caracterizado por agentes diferentes no mesmo ambiente e no mesmo momento.
Provar que o trabalhador está sendo prejudicado quanto a sua saúde e segurança na execução de suas atividades laborais.
8. Metodologia
Trata se de uma pesquisa exploratória e descritiva que pretende expor a possibilidade de ser aplicada a cumulação dos adicionais, sendo estes apenas uma compensação do qual está exposto, sendo que é assegurado ao trabalhador o direito dos adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade de forma plena, sem qualquer ressalva quanto a sua cumulação. 
9. Cronograma (2018)
Fig. 1: Cronograma para elaboração do Projeto de Pesquisa e respectivo Artigo Científico.
	Atividades
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	10
	11
	12
	Conhecendo o Material de Apoio (RTCD e MTCD)
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Escolha do Tema e elaboração do Projeto de Pesquisa
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Finalização e entrega do Projeto de Pesquisa
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Bancas de Qualificação de TC I (Defesa Oral)
	
	
	
	X
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	Desenvolvimento da Metodologia do Artigo Científico 
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	Desenvolvimento da Conclusão do Artigo Científico
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	
	
	Entrega do Artigo Científico
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	Bancas Finais de TC II (Defesa Pública)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	Fonte: Manual de Trabalhos de Curso do Curso de Direito da FMB.
10 Referências 
ACÓRDÃO DA 7ª TURMA DO TST PROCSSO Nº TST-RR-776-12.2011.5.04.0411. Disponível em: <https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/190543608/recurso-de-revista-rr-7761220115040411/inteiro-teor-190543647>. Acesso em 17 Abr. 2018.
A SAÚDE DO TRABALHADOR FRENTE ÀS CONDIÇÕES INSALUBRES QUE O TRABALHO PROPORCIONA POR RAFAEL DONADIO DE FARIAS. Disponível em: <https://rafaelsenado.jusbrasil.com.br/artigos/245215601/a-saude-do-trabalhador-frente-as-condicoes-insalubres-que-o-trabalho-proporciona>. Acesso em 15 Abr. 2018.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, 1990, 168 p. 
_______ Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017. Teletrabalho. Consolidação das Leis Trabalhistas. Brasília: Editora Senado Federal, 2017, 96 pp.
CISNEIROS, Gustavo. Direito do Trabalho Sintetizado. São Paulo: Editora Método, 2016, 309 p.
GARCIA, Gustavo Felipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 11. ed., rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017, 816 pp.
INSALUBRIDADE NÃO BASTA SOMENTE O LAUDO PERICIAL, POR SERGIO PANTALEÃO 2017. Disponível em: < http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/insalubridade.htm>. Acesso em 17 Abr. 2018.
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho.7. ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2016, 1.904 pp.
O TRABALHO PENOSO SOB A ÓTICA DO JUDICIÁRIO TRABALHISTA DE SÃO PAULO POR VERONICA GUILHERME ANCELMO DE OLIVEIRA. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v25n4/1984-0470-sausoc-25-04-01064.pdf>. Acesso 17 Abr. 2018.

Continue navegando