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Arroz Irrigado CURSO: Técnico Em Agropecuária DISCIPLINA: Culturas Anuais II PROFESSOR: Rafael Roberto Dallegrave Negretti TURMA: 2017/2 ALUNOS: Alessandro Pichetti, Cleonice Teles, Fernanda Cavazzola, Raquel Cossetim “…Nenhuma outra atividade econômica alimenta tantas pessoas, sustenta tantas famílias, é tão crucial para o desenvolvimento de tantas nações e apresenta mais impacto sobre o nosso meio ambiente. A produção de arroz alimenta quase a metade do planeta todos os dias, fornece a maior parte da renda principal para milhões de habitações rurais pobres, pode derrubar governos e cobre 11% da terra arável do planeta.” (Ronald Cantrell, 2002). IMPORTÂNCIA ECONÔMICA, AGRÍCOLA E ALIMENTAR DO ARROZ Principais Estados Produtores Principais estados produtores Produção (%) Área cultivada (%) Rio Grande do Sul 44,5 25,6 Mato Grosso 14 16,4 Em termos da produtividade o estado campeão é SC, com média de 6.150 kg/ha. Cerca de 150 milhões de hectares de arroz são cultivados anualmente no mundo, produzindo 590 milhões de toneladas, sendo que mais de 75% desta produção é oriunda do sistema de cultivo irrigado; É um dos mais importantes grãos em termos de valor econômico. Considerado o cultivo alimentar de maior importância em muitos países em desenvolvimento, principalmente na Ásia e Oceania, onde vivem 70% da população total dos países em desenvolvimento e cerca de dois terços da população subnutrida mundial; É alimento básico para cerca de 2,4 bilhões de pessoas e, segundo estimativas, até 2050, atenderá ao dobro desta população; A América Latina ocupa o segundo lugar em produção e o terceiro em consumo. O cultivo do arroz irrigado presente em todas as Regiões brasileiras, destaca-se na Região Sul que é responsável, atualmente, por 60% da produção total deste cereal. O arroz possui pouco glúten, e por isso não é utilizado para a fabricação de pães; O arroz não contém colesterol nem glúten (é recomendado para celíacos). E ainda é recomendado para alimentação de atletas, pois possui médio valor calórico e lenta absorção. No Ocidente - e, em todo o mundo - tem aplicações econômicas importantes: ótimo componente para a ração animal, é também usada em indústrias de bebidas, para fermentação, e na agricultura, como fertilizante e cobertura em plantações. Em certos países, como o Japão, a palha de arroz é empregada na confecção de esteiras, cestas e calçados. Fabrica-se ainda uma bebida com o arroz, o saquê, muito apreciada no Japão, e de elevada graduação alcoólica. Também usado na fabricação de vinagres. Como produto da Cesta Básica Brasileira, o arroz é responsável por 12% das proteínas e 18% das calorias da dieta básica; No Brasil, o arroz é consumido preferencialmente nas formas branco polido, parboilizado (25% do consumo) e integral; É um cereal muito versátil, podendo ser consumido também na forma de cereais matinais, macarrão, biscoitos, pães, snacks, farinhas, pastas, sorvetes, doces e bebidas; Do farelo extrai-se o óleo (rico em gama-orizanol) SISTEMAS DE CULTIVO Os sistemas de cultivo utilizados na cultura do arroz irrigado diferenciam-se, quanto a forma de preparo do solo, aos métodos de semeadura e ao manejo inicial da água, são esses: • Sistema convencional; • Cultivo mínimo; • Plantio direto; • Pré-germinado; Sistema convencional Consiste em operações mais profundas normalmente realizadas com arado, para o rompimento das camadas compactadas do solo. Cultivo mínimo Sistema no qual é utilizado uma menor mobilização do solo quando comparado ao sistema convencional. A semeadura é realizada sobre cobertura vegetal dessecada. Plantio Direto Sistema de semeadura no qual a semente é colocada diretamente no solo não revolvido. Pré Germinado Sistema que consiste em umedecer as semente com água, então, quando as sementes começarem a apresentar a formação de raízes, serão espalhadas em solo previamente inundados e com formação de lama. SEMEADURA Nas condições do sul do Brasil, a ocorrência de baixas temperaturas entre os meses de maio a setembro constitui fator limitante para a cultura do arroz irrigado, sendo assim, o cultivo normalmente se desenvolve fora desse período. A melhor época para a semeadura na Região Sul, para a maioria das cultivares, situa-se entre 15 de outubro e 15 de novembro. Entretanto, em função de cultivares e na existência de microclimas, esse período pode ser ampliado. O espaçamento entre linhas é de 17 a 20 cm, com uma população de 50 plântulas por metro linear, o que corresponde a um gasto de 80 a 120 kg de sementes por hectare. Este é o sistema mais empregado no Brasil. Quanto a adubação, o pH ideal para a cultura do arroz está entre 6,0 a 6,5, tendo que conter P, K, Ca e N. Necessitando de complemento conforme análise de solo. PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS Capim-arroz Dentre as plantas daninhas que ocorrem na lavoura arrozeira, o capim-arroz (Echinochloa spp.), é uma das espécies mais estudadas. Trabalhos já realizados, verificaram que cada planta de capim-arroz reduz a produtividade do arroz em até 64 kg ha. Angiquinho O angiquinho (Aeschynomene rudis) é uma planta daninha bastante competitiva. A interferência negativa de angiquinho pode reduzir em 26% a produtividade de arroz. Arroz-vermelho O arroz-vermelho, Oryza sativa L., recebe essa denominação pela coloração vermelho-amarronzada do pericarpo do grão. Constituí-se na principal planta daninha da lavoura arrozeira irrigada e é responsável pela redução na produtividade e na qualidade do grão. Por pertencer à mesma espécie do arroz cultivado (Oryza sativa L.) possui características genéticas, morfológicas e bioquímicas semelhantes, se configurando numa planta daninha de difícil controle. Manejo e controle Angiquinho: controle VÍDEO: PRINCIPAIS PRAGAS Cascudo preto (Euetheola humilis): é um inseto de ocorrência cíclica, causa danos às raízes antes da inundação da lavoura. Na fase larval, alimentam-se das raízes e na fase adulta danificam a base da planta. O inseto adulto após a hibernação favorecido pelo aumento da temperatura e irrigação entra na lavoura. Cascudo preto Manejo e controle Recomenda-se amostrar a lavoura antes da semeadura ou após a instalação da lavoura, sobre as fileiras de planta. Em cada ponto, contar os insetos num volume de solo de 0,2 x 0,2 x 0,25 m. Efetuar o controle químico quando forem encontradas médias de 0,1 adulto e 0,8 larvas por amostra. Pulgão da raiz Pulgão da raiz (Rhopalosiphum rufiabdominale) é um inseto-praga de grande importância para a agricultura, provoca danos diretos ao se alimentar da planta e injeta toxinas e suga a seiva, causando o amarelecimento das folhas, paralisando o crescimento da planta. Manejo e controle O pulgão da raiz é de difícil controle e, por isso, há necessidade de se fazer a aplicação de inseticida dirigido para a base da planta quando 10% das plantas apresentarem as raízes infestadas. Pulga do arroz Pulga do arroz (Chaetocnema sp.) de ocorrência cíclica, prejudica e causa danos às plantas desde a emergência até o perfilhamento (emissão de hastes laterais), raspa as folhas reduzindo a população de plantas. Manejo e controle Controle físico: armadilhas luminosas são relativamente eficientes para a coleta maçal do inseto, quando instaladas próximo a canais de irrigação e açudes. Controle químico: não existem inseticidas registrados no MAPA para controle da pulga-do-arroz, contudo alguns extratos e óleos vegetaispodem ser utilizados no controle como, por exemplo, o Óleo de Neem. Lagarta da folha Lagarta da folha (Spodoptera frugiperda) alimentam-se das folhas e cortam os colmos (caule) novos rentes ao solo. O ataque vai desde a emergência até a inundação da lavoura, os colmos são cortados acima do nível do solo, pois as lagartas se mantêm em baixo de torrões, próximo às plantas, em conseqüência das altas temperaturas e solo seco na época de sua ocorrência. Nessa situação as lagartas abrigam-se durante o dia, atacando as plantas no crepúsculo e a noite. Manejo e controle 1. Maiores cuidados com arrozais próximos a áreas que foram ou estão sendo cultivadas com milho e sorgo; 2. Destruição de restos culturais de plantas nativas hospedeiras; 3. Adequar a fertilidade do solo a um rápido crescimento das plantas, para reduzir o período de maior suscetibilidade ao ataque do inseto e criar maiores condições de recuperação dos danos causados; 4. Inundar as áreas infectadas; 5. Preservar parasitóides e predadores do inseto, somente aplicando inseticidas químicos registrados quando o nível populacional de controle econômico (NCE) for atingido. Lagarta boiadeira Lagarta boiadeira (Nymphula indomitalis), corta as folhas das plantas novas coincidindo com as inundações, utilizam as folhas cortadas para enrolar-se formando cartuchos que flutuam na água espalhando-se por toda a lavoura. Manejo e controle Quando houver ocorrência de surtos populacionais, ou nos casos de infestações crônicas que tendem a se agravar, podem ser empregadas as seguintes medidas para manejo da lagarta-boiadeira: 1. Evitar a entrada ou reposição de água (irrigação contínua) em lavouras infestadas, pois a água é um excelente veículo de disseminação das lagartas; 2. Empregar inseticidas biológicos (Bacillus thuringiensis) no início do ataque e outros inseticidas somente quando houver incremento das infestações; 3. Fazer controle químico somente nas reboleiras, onde as populações de adultos e lagartas são altas. Bicheira da raiz Bicheira da raiz (Oryzophagus oryzae), é uma importante praga da cultura no RS, causando redução no rendimento dos grãos pelo ataque de larvas. A denominação “Bicheira da raiz” é dada porque às larvas danificam o sistema radicular. Os adultos atacam as folhas e as larvas atacam as raízes. Manejo e controle Quando for constatada a presença de cinco ou mais larvas por amostragem na lavoura, sugere-se a aplicação de inseticidas registrados e recomendados para o controle da bicheira-da-raiz. Os inseticidas granulados são aplicados a lanço, enquanto que aqueles preparados em calda líquida são pulverizados nas plantas ou aplicados nas sementes. Broca-do-colo Broca-do-colo (Ochetina uniformis), ocorre na fase vegetativa e perfura a base dos colmos, as larvas se alimentam no interior do colmo em formação provocando redução na população das plantas. Manejo e controle ● Nivelar bem a lavoura e mantê-la sempre com uma lâmina de água adequada; ● Vistoriar periodicamente a lavoura para verificar a ocorrência e os locais de maior concentração da praga (reboleiras); ● Reforçar a adubação nitrogenada nas reboleiras, para forçar um maior perfilhamento das plantas; ● Eliminar as plantas aquáticas hospedeiras que estejam nas quadras ou nos valos; ● Eliminar os restos de cultura após a colheita e proceder à limpeza ou roçada de taipas, valas e estradas internas, para reduzir possíveis sítios de hibernação. PRINCIPAIS DOENÇAS Brusone Brusone é a principal doença do arroz, cujos danos podem comprometer até 100% da produtividade de grãos. O agente causal é denominado de Pyricularia grisea (Cooke) Sacc e pode infectar várias gramíneas. A enfermidade se desenvolve rapidamente quando há condições adequadas, como períodos longos de orvalho, nublados e associados às chuvas leves, as quais mantêm a umidade sobre as folhas. Manejo e controle A inundação contínua no período entre 20 dias após a emergência e 15 dias após a floração pode minimizar a maioria dos casos de brusone na região subtropical. Nos casos restantes, as medidas recomendadas que se destacam abaixo contribuirão para a maior resistência das cultivares semeadas e a eficácia dos fungicidas: 1. Dimensionamento adequado das fontes de água, canais de irrigação e realização da irrigação no momento necessário; 2. Destruição dos restos de cultura; 3. Uso de sementes de boa qualidade fitossanitária; 4. Semeaduras na época recomendada; 5. Uso de cultivares resistentes ou tolerantes; 6. Troca de cultivares suscetíveis a cada 3-4 anos; 7. Adubação equilibrada, sem provocar um crescimento vegetativo muito vigoroso das plantas; 8. Controle de plantas daninhas; 9. Uso de fungicidas Escaldadura O organismo causador da doença é conhecido pelo nome de Gerlachia oryzae. A severidade dessa enfermidade no Brasil tem sido agravada nos últimos anos com uso das cultivares modernas, mais suscetíveis e com adubações com doses elevadas de nitrogênio. • Evitar adubação com dose elevada de nitrogênio; • Usar variedades resistentes ou tolerantes; • Usar de sementes de boa qualidade fitossanitária. Manejo e controle Queima-da-bainha Nos últimos anos, a queima-da-bainha, causada pelo fungo Rhizoctonia solani Kühn, vem aumentando no Rio Grande do Sul. A doença ocorre nas bainhas das folhas e colmos das plantas de arroz. Os sintomas são caracterizados pelas manchas não bem definidas, com aspecto de queimado, sobre as quais surgem esclerócios de coloração escura. Manejo e controle • Destruição dos restos de cultura e drenagem das áreas durante a entressafra; • Rotação de cultura; • Uso equilibrado da adubação nitrogenada para evitar crescimento muito vigoroso das plantas; • Controle biológico natural com Trichoderma sp. prática que em algumas situações tem-se mostrado mais eficiente no controle da doença do que as aplicações de fungicidas; • Uso de cultivares tolerantes ou resistentes. Mancha-de-grãos A mancha-de-grãos geralmente ocorre nas lavouras semeadas em épocas tardias (dezembro), porém, pode surgir em menor frequência nas demais épocas. As glumas mostram sintomas caracterizados por manchas marrom-avermelhadas ou escurecimento total. Em alguns casos, as manchas restringem-se à parte superior ou inferior das glumas e apresentam centro mais claro. Manejo e controle Efetuar a semeadura na época adequada e usar cultivares tolerantes. Outras doenças do arroz: • Mancha-parda • Podridão-do-colmo • Mancha-da-bainha • Mancha-estreita COLHEITA A colheita é uma das etapas mais importantes do processo de produção e, quando mal conduzida, acarreta perda de grãos e compromete os esforços e os investimentos dedicados à cultura. A época adequada de colheita corresponde à fase de maturação do arroz, em que se obtém maior rendimento de grãos inteiros no beneficiamento e menor perda de grãos no campo. Maturação do arroz – ponto de colheita O ponto de colheita é um dentre os fatores mais importantes que podem afetar a produção do arroz irrigado. A época de colheita pode ser dividida em: • Colheita prematura é efetuada quando os grãos ou sementes atingirem o máximo peso seco; • Colheita ótima (ponto ideal de colheita), é aquela efetuada no período em que o número máximo de sementes ou grãos encontra-se maduro; • Colheita tardia, é o período em que a umidade dos grãos ou sementes apresenta-se mais baixa. Nesta fase, os grãos são mais facilmente colhidos e apresentam baixa perda na trilhagem. Secagem do arroz O arroz recém-colhido, vindo do campo, usualmente apresenta um grau de umidade excessivo paraser armazenado com segurança, então é necessário secá-lo. Esta tarefa se torna imperativa, porque um grau de umidade elevado provoca perdas da qualidade, do poder germinativo e do vigor, durante a armazenagem. Tipos de secagem Secagem natural Caracteriza-se pela utilização do sol como fonte de calor para aceleração do processo de secagem. Na secagem natural, temos duas etapas distintas: • Esparramação, aquecimento, movimentação e aeração; • Abafamento para homogeneização da umidade. Ar quente forçado Na utilização do ar aquecido, em movimentação através da semente, o ar eleva seu ponto de saturação gerando condições de absorção rápida de umidade. Ar forçado sem aquecimento Este tipo de secagem é realizado nos próprios locais de armazenamento, isto é, em silos ou tulhas, quando a umidade relativa do ar é inferior a 70%. É um método lento, exigindo o máximo de tempo permissível para completar a secagem sem que haja deterioração por agentes fitopatogênicos. Para isso, empregam-se ventiladores para forçar o ar ambiente, a fim de remover a umidade das sementes. Ar forçado com aquecimento suplementar É um método indicado durante os períodos relativamente frios e úmidos ou durante períodos úmidos prolongados, quando a umidade do ar está acima de 75%. Métodos de colheita Colheita manual A colheita manual do arroz requer em torno de dez dias de trabalho de um homem para cortar um hectare, sendo mais difundida em pequenas lavouras. Colheita semi-mecanizada Nesse método, pelo menos uma das etapas do processo é feita manualmente. Geralmente, o corte e o recolhimento das plantas são manuais e o trilhamento mecanicamente, usando trilhadoras estacionárias. Colheita mecanizada Na colheita mecanizada empregam-se diversos modelos e tipos de máquinas, desde as de pequeno porte tracionadas por trator, até as colhedoras automotrizes. Essas máquinas realizam, em sequência, as operações de corte, trilhamento, separação, limpeza e armazenamento dos grãos a granel ou em sacaria. Oɐˀɸɯȵɗʞ!
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