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1
 
JULIANE LEIVA MELLO 
MARIELE CARINA CAVENAGHI 
THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ 
ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE 
AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Banca Examinadora do 
Centro Universitário Católico Salesiano 
Auxilium, curso de Educação Física sob a 
orientação da Profª. Esp. Ana Cláudia de 
Souza Costa e orientação da Profª. Esp. 
Jovira Maria Sarraceni 
LINS SP 
2007 
 
 
 
2
 
JULIANE LEIVA MELLO 
MARIELE CARINA CAVENAGHI 
THAÍS CRISTINA SILVEIRA VAZ 
ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE 
AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR 
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, 
para obtenção do título de Licenciatura Plena em Educação Física. 
Aprovado em : __/__/____. 
Banca Examinadora: 
Profº Orientador: Ana Cláudia de Souza Costa 
Titulação: Educadora física e fisioterapeuta especialista em neurologia 
 Assinatura:_________________________________
 
1º Prof(a): ______________________________________________________ 
Titulação:_______________________________________________________ 
_______________________________________________________________
 
 Assinatura:_________________________________ 
2º Prof(a): ______________________________________________________ 
Titulação:_______________________________________________________ 
_______________________________________________________________
 
 Assinatura:_________________________________ 
 
 
 
3
 
DEDICATÓRIA 
À minha mãe Márcia, 
Apesar de todas as brigas e confusões em nossas vidas, quero dizer à 
você, que te amo muito, e que você é a responsável pela minha formação. Se 
hoje sou o que sou é devido a você, e te agradeço muito por tudo. Esta fase de 
minha vida eu dedico à você, minha mãe guerreira. Te amo. 
Juliane 
Às minhas irmãs Lidiane, Bianca e Bruna, 
Agradeço a vocês por tudo, todas as fases de nossa vida valeu para dar 
valor a tudo em nossas vidas. Amo vocês. 
Juliane 
Ao meu pai Paulo, 
Obrigada, pela força que me deu durante estes anos de faculdade, 
devido à ela consegui dar um grande passo em minha vida. Te amo. 
Juliane 
Ao meu companheiro para toda vida Anderson, 
Nenê, esta monografia dedico à você, por toda paciência que teve 
comigo, devido a minha ausência, aos domingos que fiquei até altas horas 
concluindo mais esta etapa de minha vida, às ajudas do nosso word , aos dias 
que me ajudou , que correu junto comigo e esteve presente em todos os 
momentos. Desculpe-me por ter me agüentado neste tempo de estresse. Você 
chegou em minha vida para melhorar 100% e nossa história está apenas 
começando. Amo muito você, meu nenê lindo!!! 
Juliane 
Às minhas parceiras Mariele e Thaís, 
Quem diria hein meninas... Conseguimos passar por esta fase tão difícil. 
Quantas brigas tivemos, quantas caras feias fizemos uma para as outras, 
mas nada que uma grande amizade não supere tudo isso. Vocês farão parte da 
minha história e hoje podemos olhar para trás e dar risadas de todas as 
 
 
 
4
 
besteirinhas que fizemos. Dedico esta monografia principalmente a todas nós, 
porque nós merecemos e se tudo ocorreu desta maneira, foi para nos unirmos 
ainda mais. Graças a Deus chegamos até aqui e podemos gritar VIVAAAA!!! 
Amo vocês. Obrigada por tudo. 
Juliane 
Aos meus segundos pais Bene e Terezinha, 
Obrigada pela paciência que tiveram comigo neste tempo e quero 
agradecer à vocês por colocarem no mundo a pessoa que me faz a mulher 
mais feliz do mundo. Muito obrigada. 
Juliane 
Aos meus pais Solange e Mário, 
Que batalharam muito para que eu conseguisse realizar todos os meus 
sonhos. Que me auxiliaram em minha caminhada até aqui e se privaram de 
muitas coisas para que eu me tornasse a pessoa que sou. A vocês devo tudo 
que tenho e o que sou hoje. Muito obrigada por tudo. Amo vocês. 
Mariele 
À minha irmã Mariane, 
Que sempre esteve pronta para me ajudar, principalmente nesta etapa 
da minha vida que está se encerrando, você teve grande participação, tirou 
muitas dúvidas que eu tinha e me ajudou em tudo que precisei. Obrigada. Te 
amo. 
 Mariele 
Ao meu grande amor Renato, 
Agradeço-te por todos os momentos em que esteve ao meu lado, por 
todas as horas em que me apoiou e me aconselhou. Com você aprendi que 
nem sempre o que as pessoas julgam ser o melhor para nós, é o que 
realmente precisamos. Muito obrigada pela paciência e atenção que você me 
concedeu. Em pouco tempo você já se tornou muito especial e importante em 
minha vida, te amo cada dia mais. 
Mariele 
 
 
 
5
 
À amiga Larissa, 
Que ao longo de dois anos esteve ao meu lado escutando meus 
desabafos e me aconselhando. Muito obrigada por tudo. 
Mariele 
Às parceiras de monografia Juliane e Thaís, 
Falar de vocês em poucas linhas é praticamente impossível. Se eu fosse 
descrever tudo que vivemos durante esses quatro anos... Houve momentos em 
que rimos muito e também momentos em que choramos juntas. Graças à Deus 
chegamos até aqui, juntas, apesar de muitas brigas. Vocês estarão presentes 
em minha vida pra sempre. 
Mariele 
Ao meu pai Mário, 
Exemplo de pessoa íntegra, correta, grande amigo, de uma humildade 
tamanha, que me ensinou muito do que possui. Agradeço-lhe os exemplos que 
tem mostrado de como deve ser o verdadeiro caráter de um ser humano e por 
tudo aquilo que me transmitiu e continuará transmitindo. O meu muito, muito 
obrigada. Te amo pai. 
Thaís 
À minha mãe Dalva, 
Exemplo vivo de uma pessoa lutadora, detentora de características que 
marcam qualquer filho. O meu muito obrigada por tudo aquilo que tens me 
transmitido e por todos os valores que só se adquirem com uma boa educação. 
Te amo mãe. 
Thaís 
À minha irmã Andreza, 
Que me apóia em tudo e sempre será minha melhor amiga. Te amo 
maninha. 
Thaís 
 
 
 
6
 
Ao meu noivo Marcos Rogério, 
Que neste momento tem sido a luz da minha vida e que faz com que 
meu dia se torne melhor. Obrigada pelo carinho, companheirismo e paciência 
em tolerar meu mau humor e minha ausência no decorrer dessa monografia. 
Amo você vida. 
Thaís 
Às parceiras Mariele e Juliane, 
Uma amizade incondicional num exercício pleno de cooperação e 
disponibilidade. Pelas brigas, críticas, sugestões e apoio que me ajudaram a 
transmitir idéias em palavras. Só Deus pode explicar o tamanho do carinho, 
respeito e admiração que tenho por vocês. Amo vocês meninas, minha eterna 
gratidão. 
Thaís 
 
 
 
7
 
AGRADECIMENTOS 
À Deus, 
Que nos iluminou em mais uma jornada. Pelos privilégios que nos foram 
dados em compartilhar tamanha experiência e, ao freqüentar este curso, 
perceber e atentar para a relevância de temas que não faziam parte de nossasvidas. 
À orientadora Prof°. Ana Cláudia, 
Pelo incentivo, simpatia e presteza no auxílio ás atividades e discussões 
sobre o andamento desta monografia. 
Aos professores Leandro (Hilinho) e Giseli 
Que dispuseram tempo e atenção para que pudéssemos realizar todo 
este trabalho em nosso período de estágio na clinica. O nosso muito obrigado. 
À amiga Marcelle 
Pela espontaneidade e alegria na troca de informações e materiais numa 
rara demonstração de amizade e solidariedade. Obrigada Má, essa vitória 
também é sua. 
À todos que, de uma forma ou de outra nos ajudaram a chegar até aqui. 
Obrigada 
Juliane, Mariele e Thaís 
 
 
 
8
 
RESUMO 
Amputação pode ser definida como a retirada total ou parcial de um 
membro. Cerca de 85% das cirurgias de amputações são realizadas no 
membro inferior. As indicações para as amputações decorrentes das lesões 
traumáticas, são as lesões com comprometimento vascular importante e as que 
impedem a reconstrução do membro ou o restabelecimento adequado da 
função. A forma mais freqüente de amputação é a transtibial. Para que se 
tenha uma boa reabilitação é necessário conseguir um bom equilíbrio 
muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, recuperar a função 
muscular prévia, impedir e eliminar contraturas, impedir deformidades 
secundárias, diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto, 
colocar uma prótese em perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar 
treinamento de marcha e corrigir possíveis defeitos de marcha encontrados. A 
atividade física recreativa ou esportiva pode colaborar no processo de 
reabilitação modificando a maneira com que as pessoas amputadas percebem 
a si mesma, e a maneira em que a sociedade as percebe. Os exercícios físicos 
também podem melhorar as condições de controle da prótese pelo indivíduo, 
pois melhoram o trofismo muscular e aprimoram a propriocepção. A ausência 
de um membro afeta o centro de gravidade, principalmente nas amputações de 
membros inferiores. O resultado disso é uma dificuldade nas tarefas que 
requerem equilíbrio. Os indivíduos amputados podem se beneficiar com as 
atividades ligadas à educação física e aos esportes. As adaptações 
necessárias serão determinadas pelo tipo e grau de comprometimento físico, 
experiência motora, nível de interesse e objetivos educacionais em geral. O 
ensino da educação deverá ser individualizado e personalizado, especialmente 
no caso de pessoas com necessidades especiais nas áreas física e motora. 
Quatro casos foram avaliados e reavaliados, sendo três do sexo masculino e 
um feminino, tendo idades variadas entre 23 e 31 anos, todos apresentando 
amputações de membro inferior esquerdo por lesões traumáticas. Dois 
indivíduos obtiveram melhoras em sua qualidade de vida e outros, devido às 
intercorrências, não foram possíveis de se observar. 
Palavras-chaves: Amputação. Atividade física. Amputados-Reabilitação. 
Educação física adaptada. 
 
 
 
9
 
ABSTRACT 
Amputation can be defined as the total or partial withdrawal of a member. 
About 85% of the surgeries of amputations are carried through in the inferior 
member .The indications to the current amputations of the traumatic injuries are 
the injuries with important vascular compromise and the ones that prevent the 
reconstruction of the member or the suitable reestablishment of the function. 
The most common way of amputation is the transtibial. To have a good 
rehabilitation, it is necessary to have a good balance, to potencialize the 
weakened muscular groups, ragain the function of the previous muscular 
function, to decrease and eliminate contractures, to prevent secondary 
deformities, to decrease and eliminate painful conditions, to model and mature 
the quote, put a prosthesis in perfect adjusted and aligned conditions, to do a 
pace training and correct possible pace defectes. Physical or sporting activies 
can contribute in the rehabititation process, changing the way that the society 
and even the amputated people look to themselves. Physical acitivies can also 
improve the prosthesis control conditions by the individual because they 
improve muscular tropism and the proprioception. The absence of a member 
affects the gravity center, especially in inferior members amputations. That 
result in difficulty doing exercises that require balance. Amputated people can 
do physical activities and sports. The necessary adaptations are determined 
accordingly to the physical compromise, coordination experience, education 
goals and interests in general. The education should be personalized, 
especially to people with physical and coordinated problems. Four cases were 
evaluated and reevaluated; 3 of the male gender and 1 the female gender, 
between 23 and 31 years old, all of them with left inferior member amputated. 
Two of them had a good improvement in their lives, in others it was not possible 
to evaluate because of the intercurrences. 
Keywords: Amputation. Physical Acitivity. Amputated 
 
Rehabilitation. Adapt 
Physical Education. 
 
 
 
10
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO...............................................................................................
 
CAPÍTULO I - AMPUTAÇÃO........................................................................ 
1 DEFINIÇÃO......................................................................................... 
1.1 Tipos.................................................................................................... 
1.2 Níveis................................................................................................... 
1.3 Amputações traumáticas de membro inferior...................................... 
1.3.1 Transtibiais...........................................................................................
 
1.3.2 Desarticulação de Quadril.................................................................... 
CAPÍTULO II REABILITAÇÃO E PROTETIZAÇÃO..................................
 
CAPÍTULO III 
 
ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE 
AMPUTADOS................................................................................................ 
CAPÍTULO IV A PESQUISA...................................................................... 
4 Introdução............................................................................................. 
4.1 Quatro casos em estudo...................................................................... 
4.1.1 Caso 1.................................................................................................. 
4.1.2 Caso 2.................................................................................................. 
4.1.3 Caso 3.................................................................................................. 
4.1.4 Caso 4.................................................................................................. 
4.1.5 Resultados SF-36................................................................................
 
4.2 Opinião dos profissionais.................................................................... 
4.3 Discussão............................................................................................
 
4.4 Parecer final........................................................................................ 
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..................................................................CONCLUSÃO................................................................................................
 
REFERÊNCIAS............................................................................................. 
APÊNDICES.................................................................................................. 
12
 
15
 
15
 
17
 
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22
 
22
 
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30
 
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33
 
33
 
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40
 
 
 
11
 
ANEXOS........................................................................................................
 
46
 
 
 
12
 
INTRODUÇÃO 
O termo amputação designa a perda de um membro inteiro ou de um 
segmento específico do membro. As amputações podem ser classificadas em 
adquiridas ou congênitas: amputações adquiridas podem resultar de doença, 
tumor ou trauma; as congênitas ocorrem quando o feto não se desenvolve nos 
três primeiros meses de gestação. 
A história das amputações é quase tão antiga quanto a história da 
humanidade. As primeiras amputações são atribuídas a Hipócrates e foram 
indicadas para os casos de gangrena. As amputações sempre estiveram 
associadas às guerras na história do homem. Foi a cirurgia mais utilizada 
durante a Guerra Civil Americana. Até a Primeira Guerra Mundial, o conceito de 
um bom coto de amputação era o de um coto cônico, sem preocupação com a 
musculatura. As desarticulações eram pouco indicadas, por não haver solução 
protética naquela época. 
Hoje em dia, as principais indicações de amputações, em ordem 
decrescente de freqüência, são: traumática, tumoral, infecciosa, congênita e 
vascular. 
É importante lembrar que apenas salvar um membro não é o mesmo 
que manter sua função. A cirurgia de amputação tem dois objetivos: a retirada 
do membro lesado e o ganho de perspectivas para o retorno da funcionalidade 
da região amputada, criando assim, um novo órgão de contato com o meio 
exterior, o coto de amputação. 
Os músculos são muito importantes no tratamento funcional dos cotos 
de amputação, são o coxim natural para a proteção das partes ósseas e, se 
bem tratados, desenvolvem função ativa no controle e na suspensão da 
prótese, bem como melhoram a propriocepção e estimulam a circulação local 
distal. 
A atividade física, seja com fins recreativos ou esportivos, pode 
colaborar no processo de reabilitação ao modificar a maneira pela qual as 
pessoas com amputações percebem a si mesmas, e a maneira pela qual a 
sociedade as percebe. Além disso, os exercícios físicos melhoram as 
condições de controle de prótese pelo indivíduo, porque diminuem a atrofia 
 
 
13
 
muscular e aprimoram a propriocepção. 
Exercícios de alongamento e fortalecimento localizados, com adaptação 
das cargas e da mecânica do movimento, evitam que a musculatura 
remanescente no coto atrofie, perca sua funcionalidade, bem como permitem 
que o coto se mantenha em condições de movimentar uma prótese com 
conforto. Além disso, nas amputações unilaterais, a estimulação do coto pode 
proporcionar melhor adequação postural, atenuando dessa forma 
desequilíbrios laterais. 
Quanto às atividades aquáticas, em geral são fortemente recomendadas 
para pessoas com amputação, já que não traumatizam o membro residual. Nos 
casos de amputações unilaterais, podem ocorrer distúrbios no equilíbrio na 
água, em especial nas flutuações dorsais e ventrais. A adaptação ao 
desequilíbrio nesse caso só é possível com o treinamento, em que cada 
individuo descobrirá formas diferentes de ajustar seu corpo na água. 
As atividades físicas contribuem de forma positiva no processo de 
reabilitação dos indivíduos com amputação, não apenas nas adaptações 
físicas, na atividade circulatória e na função muscular remanescente, mas 
também aos benefícios psicossociais advindos de tal prática. 
Será realizado estudo de quatro casos na Clínica de Educação Física, 
analisando as atividades realizadas com amputados para melhora em sua 
qualidade de vida, onde haverá um programa de musculação e um programa 
de natação a ser seguido. 
Diante da pesquisa exploratória, surge o seguinte questionamento: até 
que ponto a atividade física pode influenciar na qualidade de vida de uma 
pessoa amputada de membro inferior? 
Em resposta a esta questão, surge a seguinte hipótese: as atividades 
físicas contribuem de forma positiva no processo de reabilitação dos indivíduos 
com amputação de membro inferior, não apenas nas adaptações físicas, na 
atividade circulatória e na função muscular remanescente, mas também aos 
benefícios psicossociais advindos de tal prática. 
O presente trabalho está assim dividido: 
Capítulo I Amputação 
Capítulo II Reabilitação e protetização 
Capítulo III Atividade física na reabilitação de amputados 
 
 
14
 
Capítulo IV A pesquisa 
Finalizando o trabalho vem a proposta de intervenção, conclusão e 
apêndices. 
 
 
15
 
CAPÍTULO I 
AMPUTAÇÃO 
1 INTRODUÇÃO 
Amputação deriva do latim e significa: ambi = ao redor de/ em volta de e 
putatio = podar/retirar. 
O termo amputação pode ser definido como a retirada, geralmente 
cirúrgica, total ou parcial de um membro. Para os menos esclarecidos, 
amputação está relacionada com terror, derrota e mutilação, trazendo analogia 
com a incapacidade e a dependência. 
As amputações, antigamente, eram causadas por diversos motivos. 
Deformidades congênitas eram comuns, especialmente nos países árabes, 
onde casamentos entre primos de primeiro grau eram incentivados. Durante as 
batalhas, nos momento de capturas dos indivíduos ou de punição judicial, eram 
onde ocorriam as maiores incidências de amputações traumáticas. As 
amputações eram ainda causadas por doenças como gangrena, tuberculose e 
lepra. (CARVALHO, 2003) 
As cirurgias eram realizadas com ou sem anestesias, analgésicos e 
instrumentos próprios, também se utilizava a técnica da guilhotina com 
machado e sem anestesia nas punições judiciais. Extratos de plantas como 
ópio, cânhamo, cicuta e álcool eram utilizados nos curativos cirúrgicos, como 
anti-sépticos usavam-se fumo, mel e vinagre, a cauterização era feita com óleo 
quente e as fibras de algodão e os fios de cabelo humano eram utilizados para 
a realização das ligaduras. Os instrumentos cirúrgicos eram feitos de materiais 
de bronze, machados de pedra e ossos animais. 
A mais antiga descrição técnica de amputação é de Hipócrates (século V 
a.C.), considerado o pai da medicina científica. Realizavam-se amputações por 
meio das articulações com guilhotinas, sempre em tecidos necróticos sem 
sensibilidade. Para Hipócrates, gangrena era a única indicação para 
amputações. (CARVALHO, 2003) 
Celsus (25 a.C. 50 d.C), também conhecido pela formulação dos sinais 
 
 
16
 
inflamatórios, realizouamputações em planos mais proximais, com secções 
ósseas e em tecidos vivos, utilizando ligadura dos vasos por amarria. A 
amputação, para ele, era indicada somente em casos de gangrena. 
Houve pequena evolução científica na Era das Trevas (entre os séculos 
V e XV). As técnicas primitivas de amputação foram novamente utilizadas, 
quando as técnicas cirúrgicas desenvolvidas por gregos e romanos pararam de 
ser incentivadas. Como não havia anestesias, a mesma era realizada por 
ingestão de bebidas alcoólicas para que a amputação pudesse ser feita através 
da guilhotina. Na época utilizavam-se óleo ou ferro quente para cauterizar a 
região amputada, mas muitas vezes não havia soluções para estancar as 
hemorragias. Quanto mais proximal fosse o nível da amputação, maior o risco 
de levar os pacientes a óbito através de choques ou por processos infecciosos, 
devido aos meios utilizados para estancar as amputações. 
Em 1517 Hans Von Gersdolf de Straussburg recomendou o uso de 
torniquete com bexiga de porco ou vaca e técnicas de cauterização. 
(CARVALHO, 2003) 
Ambroise Parè (1510-1590), um cirurgião do Exército Francês, 
contribuiu para as amputações e protetizações da época, reintroduzindo o uso 
das ligaduras, proposto inicialmente por Celsus e Hipócrates. 
As amputações passaram a ser realizadas com mais cuidado, com a 
descoberta da anestesia por Morton em 1846 e da anti-sepsia por Lister em 
1867, favorecendo as aplicações protéticas subseqüentes. Antes disto, as 
desarticulações eram preferidas por serem mais rápidas, menos traumáticas e 
dolorosas quando comparadas com as amputações realizadas com secções 
ósseas. 
As próteses da época medieval eram extremamente pesadas, já que 
componentes metálicos utilizados para construção de armaduras começaram a 
fazer parte das próteses confeccionadas na época. As primeiras articulações 
exoesqueléticas de joelho e de tornozelo datam da época medieval. A primeira 
prótese endoesquelética, foi construída por Ambroise Parè no século XVI, com 
possibilidade de bloqueio para a articulação do joelho, desenvolvendo também 
sistemas mecânicos para próteses de membros inferiores e superiores. 
Com o surgimento das guerras o número de pessoas amputadas 
aumentou bruscamente, acarretando, dessa forma, o desenvolvimento de 
 
 
17
 
técnicas cirúrgicas mais avançadas, novos dispositivos mecânicos e técnicas 
de protetização. 
Como não poderia ser diferente, novas técnicas cirúrgicas, novos 
medicamentos e novos conceitos de reabilitação, aliados a um trabalho 
multidisciplinar, também evoluíram e continuam em desenvolvimento, 
proporcionando uma melhora na qualidade de vida dos amputados, os quais, 
nos dias de hoje, já são encontrados totalmente reintegrados à vida social e 
profissional. (CARVALHO, 2003) 
É importante ressaltar que, as amputações, muitas vezes, propiciam 
uma qualidade de vida relativamente melhor, sem dor e sem o sofrimento antes 
presente. 
Durante muitos anos as amputações foram consideradas cirurgias pouco 
nobres, sendo realizadas apenas por residentes inexperientes ou iniciantes, já 
que a mesma era concebida como fim de um processo mórbido, nunca 
desejado e sempre evitado. Os bons cirurgiões se afastaram dessas operações 
e, como conseqüência, os pacientes amputados sofreram por estarem 
desprovidos de boas condições cirúrgicas e de processos de reabilitação, os 
quais se iniciavam durante a cirurgia. Complicações, má adaptação às próteses 
e até mesmo reamputações com exagerada freqüência, eram causadas devido 
membros residuais mal acabados externa e internamente. O membro 
acometido pode ser impossibilitado em qualquer tipo de função em pessoas 
que apresentam seqüelas. 
1.1 Tipos 
Os tipos mais freqüentes nas amputações de membros inferiores são: 
a) Vasculares: ocorrem em pacientes com uma faixa etária mais 
avançada, pois tem maior incidência nas amputações de membros 
inferiores causadas por doenças vasculares periféricas, os quais 
estão mais suscetíveis a doenças degenerativas como a 
arteriosclerose. Durante as atividades as dores aumentam devido a 
maior necessidade de oxigênio nos músculos. Dentre as patologias 
vasculares, pode-se citar as doenças arteriais, venosas ou linfáticas. 
b) Neuropáticos: inúmeras doenças podem levar à neuropatia periférica, 
 
 
18
 
dentre elas estão relacionadas às doenças sistêmicas (diabetes 
mellitus), distúrbio nutricional (alcoolismo), doenças infecciosas 
(Hansen e a Pólio) e alterações medulares (trauma medular). 
c) Traumáticos: acometem principalmente em pacientes adolescentes e 
adultos jovens, os quais estão mais expostos aos acidentes de 
trabalho e acidentes por meio de transporte, frutos da tecnologia 
moderna. Em alguns países ainda há ocorrência de amputações por 
batalhas e minas perdidas. Podem ser também por armas de fogo, 
queimaduras severas e descarga elétrica. 
d) Tumorais: afetam principalmente crianças e adolescentes. Devido 
aos bons resultados obtidos com diagnóstico precoce, radioterapia, 
quimioterapia, utilização de endoprótese, enxertos e outras cirurgias 
conservadoras, o índice de amputações tumorais tem diminuído. 
e) Infecciosos: em vista dos grandes avanços laboratoriais e do 
desenvolvimento de medicamentos mais específicos, a ocorrência da 
mesma tem sido menos freqüente. As infecções estão relacionadas a 
processos traumáticos e vasculares e também a meningite 
meningococcica, caracterizada por lesões cutâneas importantes que 
podem causar necroses das extremidades. 
f) Congênitos: apresentam deformidades importante que podem 
impossibilitar a protetização ou dificultar a função do membro 
residual. Para que haja uma maior aceitação por parte do paciente e 
uma melhor reabilitação, este tipo de amputação deve ser realizada 
nos primeiros anos de vida. 
g) Iatrogênicos: estão associadas a complicações adquiridas pelo 
paciente durante o curso do tratamento. 
1.2 Níveis 
O coto de amputação, ou seja, o membro residual de amputação é o 
responsável pelo controle da prótese durante o ortostatismo e deambulação. 
Ele deve apresentar algumas características como o nível adequado, coto 
estável, presença de um bom coxim com mioplastia e miodese, bom estado da 
pele, ausência de neuromas terminais e espículas ósseas, boa circulação 
 
 
19
 
arterial e venosa, boa cicatrização e ausência de edemas. 
Há alguns níveis de amputação que são os mais indicados para uma 
melhor protetização, locais de cicatrização, entre eles estão: 
a) Desarticulação interfalangiana: geralmente não causa problemas 
funcionais e estéticos aos pacientes. Em sua maioria ocorrem por 
processos traumáticos ou vasculares. Essa amputação não altera o 
equilíbrio e a deambulação dos pacientes. 
b) Desarticulação metatarsofalangiana: as causas que levam a uma 
amputação neste nível são processos traumáticos ou vasculares. 
Quando a mesma ocorrer do 2° ao 5° podálico não causam 
alterações significativas na marcha, entretanto se houver uma 
amputação do 2° ao 3° podálico ocorrerá uma deformidade em hálux-
valgo. 
c) Amputação transmetatarsiana: em sua maioria é causada por 
processos traumáticos ou vasculares; em processos infecciosos, 
pode-se optar pela incisão somente de um raio deixando o pé 
funcional, porem assimétrico. A marcha fica prejudicada 
principalmente na fase de desprendimento do antepé, porém a 
descarga continua sendo realizada distalmente.d) Desarticulação de Lisfranc: corresponde à desarticulação dos 
metatarsos com os ossos cubóide e cuneiforme. As incidências 
continuam sendo por problemas vasculares. Tem como 
desvantagens as comuns deformidades em flexão plantar, 
dificultando a protetização, limitando a descarga total distal, podendo 
levar a revisões cirúrgicas. 
e) Amputação naviculocuneiforme-transcuboide: encontra-se entre os 
níveis de Lisfranc e Chopart, mantendo todo o osso navicular 
e secção parcial do cubóide ao nível da articulação 
naviculocuneiforme. 
f) Desarticulação de Chopart: conhecida também como amputação do 
retropé, consiste na desarticulação entre os ossos navicular e 
cubóide com o tálus e o calcâneo. Geralmente é recomendada, 
porém nem sempre apresenta bons resultados, tornando esse nível 
de amputação não-funcional. É indicada por patologias vasculares, 
 
 
20
 
infecciosas, traumáticas e tumorais. 
g) Desarticulação de Syme: em geral, é causada por patologias 
vasculares, processos traumáticos, anomalias congênitas, 
deformidades adquiridas ou quando as amputações 
transmetatarsianas, de Lisfranc, ou de Chopart não são possíveis. 
Esta amputação permite descarga distal sobre o coto, e a presença 
de espaço entre o coto e o solo possibilita uma protetização futura 
com pé mecânico. Ela é desfavorável com relação à cosmética, em 
virtude do grande volume encontrado na região distal. 
h) Amputação de Pirogoff: é similar a de Syme, sendo mais difícil 
tecnicamente e mais demorada. Há um espaço menor entre o coto e 
o solo, quando comparada com a amputação de Syme. 
i) Amputação de Boyd: é bastante similar a amputação de Pirogoff. 
Neste nível de amputação também é indicada a descarga de peso 
sobre o coto e a discrepância no comprimento dos membros continua 
presente. 
j) Amputação transtibial: é realizada entre a desarticulação tibiotársica 
e a de joelho. Pode ser dividida em três níveis, sendo eles, 
amputação transtibial em terço proximal, médio e distal, devendo 
considerar a importância funcional da articulação do joelho na 
reabilitação e na deambulação dos pacientes amputados. Podem ser 
causadas por patologias vasculares, processos traumáticos, 
infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. Em geral as 
amputações por patologias vasculares acometem pacientes idosos e 
as traumáticas, na sua maioria, pacientes mais jovens. Neste tipo de 
amputação, a descarga de peso deverá ser realizada no tendão 
patelar, entre a borda inferior da patela e a tuberosidade da tíbia, e 
nas regiões com tecidos moles localizadas nas faces lateral, medial e 
posterior do coto. Deve-se realizar mioplastia, onde os músculos 
antagonistas serão fixados aos agonistas, e a miodese, onde a 
musculatura será reinserida ao tecido ósseo, melhorando assim o 
controle do coto, a propriocepção e a circulação local, além de 
diminuir incômodos como a dor fantasma. Na amputação transtibial 
distal, o coto apresenta-se longo resultando um bom controle sobre a 
 
 
21
 
prótese, porém não apresenta um bom suprimento sanguíneo e os 
tecidos subcutâneos e musculares resultam em um coxim escasso. A 
amputação transtibial medial é considerada ideal para esse nível, 
tendo bom coxim terminal e bom comprimento do coto, facilitando a 
reabilitação dos pacientes. Na amputação transtibial proximal, o 
nível mais aceito é logo abaixo do tubérculo tibial com preservação 
do tendão do quadríceps para extensão. 
k) Desarticulação de joelho: é indicada a pacientes com traumatismos 
ortopédicos irreversíveis, para casos de anomalias congênitas de 
tíbia e/ou fíbula e para alguns tumores mais distais. Para esse nível é 
indicada a descarga distal proporcionando maior propriocepção ao 
paciente amputado. Devido ao comprimento total do fêmur o paciente 
apresenta uma boa alavanca de movimento resultando em grande 
controle sobre a prótese. 
l) Amputação transfemoral: pode ser dividida em três níveis, ou seja, 
amputação transfemoral em terço proximal, médio e distal. Podem 
ser causadas por patologias vasculares, processos traumáticos, 
infecciosos e neoplásicos ou anomalias congênitas. O coto tende a 
apresentar uma deformidade em flexão e abdução do quadril. Os 
pacientes apresentam durante a marcha um gasto energético 65% 
maior que cidadãos não-amputados. 
m) Desarticulação de quadril: consiste na retirada de todo o membro 
inferior, inclusive da cabeça do fêmur. É indicada principalmente para 
traumatismos complexos e processos tumorais. Não apresenta coto 
ósseo, tendo apenas uma cobertura músculocutânea do glúteo 
máximo. A descarga de peso é realizada na tuberosidade isquiática. 
n) Desarticulação sacroiliaca: é uma cirurgia radical, onde é realizada a 
remoção de metade da pelve de todo o membro inferior homolateral. 
As indicações estão relacionadas a neoplasias ósseas, de tecidos 
moles com invasão para a região pélvica, e a metástases regionais. 
Os pacientes apresentam como locais para descarga de peso o 
ísquio contralateral à amputação e a região torácica. 
1.3 Amputações traumáticas de membro inferior 
 
 
22
 
Cerca de 85% das cirurgias de amputações são realizadas no membro 
inferior. As amputações decorrentes devido a problemas das doenças crônico-
degenerativas ocorrem em sua maioria em idosos, e as por lesões traumáticas 
acometem o sexo masculino com idade inferior a 50 anos, jovens e crianças, 
significativamente. (CARVALHO, 2003) 
São caracterizadas amputações traumáticas as que ocorrem em 
decorrência do comprometimento vascular e as que impedem a reconstrução 
do membro ou o restabelecimento adequado da função. 
O objetivo da cirurgia de amputação tem por finalidade a retirada do 
membro acometido, fazendo com que o indivíduo tenha perspectivas para um 
retorno da função da região amputada. A tática cirúrgica deve ser planejada 
prevendo assim, um determinado processo de reabilitação. Após a amputação 
do segmento corporal do paciente cria-se um novo órgão de contato com o 
meio exterior, o coto de amputação. 
O exame clínico define o nível de amputação através da medida da 
temperatura e avaliação da cor da pele, distribuição dos pelos, presença ou 
ausência de pulso periférico, presença ou ausência de perfusão distal (sinal de 
compressão), extensão da necrose superficial nas áreas ulcerosas, presença 
de áreas com alterações sensitivas e o índice isquêmico nos membros 
superiores e inferiores. 
1.3.1 Amputações Transtibiais 
A forma mais freqüente de amputação é a transtibial. Segundo estudos 
de Gonzáles em 1970, as amputações transtibiais curtas necessitavam de 
maior energia no andar do que as transtibiais longas. (CARVALHO, 2003) 
Este tipo de amputação tem como nível ideal a junção músculo-tendínea 
dos gastrocnêmios. A preservação da fíbula é importante para a prevenção da 
rotação da prótese. Quando o coto tibial é mais curto, pode ser necessária para 
dar melhor forma ao coto e evitar áreas de ulceração, a ressecção da cabeça 
da fíbula e a reinserção dos ligamentos colateral e das estruturas anexas na 
tíbia. 
Nas amputações transtibiais eletivas é utilizada a técnica 
 
 
23
 
osteoperiostoplastia que consiste na formação de um túnel periostal unindo a 
tíbia àfíbula, esta permite o apoio distal completo, melhorando a distribuição de 
carga no coto, facilitando a propriocepção, impedindo a migração da fíbula para 
trás da tíbia e também melhorando a circulação local. 
1.3.2 Desarticulação de Quadril 
Este tipo de amputação é realizado mais freqüentemente no tratamento 
de doenças neoplásicas. Quando possível, deve-se amputar através do 
trocanter menor para preservar o trocanter maior, que será útil para a 
adaptação do coto à prótese e prevenir rotações não desejadas durante a 
caminhada, também facilita o ato de sentar sem a prótese, porque mantém 
uma base larga de apoio. O retalho de pele para a cobertura do coto, deve ser 
com o retalho posterior aproximadamente quatro vezes maior do que o anterior. 
(CARVALHO, 2003) 
No pós-operatório é utilizado um dreno de aspiração contínua nos cotos 
para evitar o aumento de volume, causada pela dificuldade de retorno venoso e 
linfático. O curativo utilizado é sempre o rígido, que se estende à articulação 
proximal e deve permanecer fechado por alguns dias, ajudando no controle de 
deformidades articulares, da dor e do edema pós-operatório. 
 
 
24
 
CAPÍTULO II 
REABILITAÇÃO E PROTETIZAÇÃO 
É indispensável que o amputado tenha um processo de reabilitação pré 
e pós-amputação, e pré e pós-protetização. A reabilitação para candidatos à 
utilização de próteses termina no momento em que eles estiverem fazendo uso 
das mesmas, com total controle e independência nas atividades diárias, 
profissionais e recreativas. 
Para que se tenha uma boa reabilitação é necessário conseguir um bom 
equilíbrio muscular, potencializar os grupos musculares debilitados, recuperar a 
função muscular prévia, impedir e eliminar contraturas, impedir deformidades 
secundárias, diminuir e eliminar estados dolorosos, modelar e maturar o coto, 
colocar uma prótese em perfeitas condições de ajuste e alinhamento, realizar 
treinamento de marcha e corrigir possíveis defeitos de marcha encontrados. 
A reabilitação pré-amputação ocorre na maioria das vezes em pacientes 
que já apresentam uma patologia em evolução e ainda lutam pela não 
amputação, como, por exemplo, os portadores de vasculopatias, neoplasias e 
processos infecciosos, associados à presença de outras patologias ou não. É 
importante neste tipo de tratamento aliviar o quadro de ansiedade e depressão 
do paciente, conscientizar o paciente sobre os recursos protéticos, mobilidade 
no leito, exercícios de fortalecimento, manter ou aumentar amplitude de 
movimentos de todos os membros, estabelecer as reservas 
cardiorrespiratórias, treinar independência nas atividades da vida diária e 
treinar transferências, equilíbrio e marcha. 
Na fase de reabilitação pós-amputação deve-se prevenir as contraturas 
articulares, fortalecer e coordenar o controle muscular do membro amputado, 
fortalecer e mobilizar a perna não afetada, fortalecer e mobilizar o tronco, 
controlar edema do coto, estimular independência e estimular a deambulação 
precoce com auxiliares de marcha. É importante que a cicatrização seja lisa e 
livre, sendo dependente do procedimento cirúrgico. 
A reabilitação pré-protetização consiste em proporcionar ao paciente 
amputado habilidades para a realização de todas as atividades possíveis sem o 
 
 
25
 
uso da prótese, preparar o coto de amputação para que possa ser protetizado, 
e desenvolver programas de alongamento, fortalecimento, propriocepção, 
equilíbrio e coordenação visando a uma deambulação independente futura. 
Porém, podem-se encontrar problemas cicatriciais, neuromas, edemas, dores 
fantasmas, deformidades e contraturas, as quais terão de ser sanadas com 
técnicas específicas. 
Em amputações transtibiais a faixa deve envolver todo o coto e a região 
distal da coxa, deixando a patela e o movimento de flexão do joelho livres, 
evitando que a faixa elástica desça. Além de diminuir o edema, o enfaixamento 
previne a estase venosa, auxilia a modelagem do coto, protege a pele de 
traumas e diminui o desconforto causado pelos neuromas, pela dor e pela 
sensação fantasma. É importante orientar o paciente a manter o enfaixamento 
durante 24 horas, retirando-o apenas durante o banho ou para inspeção do 
coto. Deve-se utilizar o enfaixamento até o dia da protetização, porém o 
paciente só deverá fazer uso da prótese quando não houver uma flutuação 
volumétrica do coto. 
A reabilitação pós-protética consiste no período de aprendizado para a 
utilização da prótese definitiva. Após este período é verificado com o paciente, 
vestindo a prótese, se não existem defeitos no ajuste, comprimento, tamanho 
do soquete, áreas de hiperpressão, desvios rotacionais e de alinhamento. 
Deve-se orientar o paciente quanto à colocação da prótese, sendo a mesma 
facilitada com auxílio de uma meia e/ou talco de enfaixamento inverso. Na sua 
retirada, o paciente, não terá nenhum tipo de dificuldade. 
Há também o programa de protetização imediata, pós-operatória, que é 
executada por médicos cirurgiões e técnicos ortopédicos no próprio centro 
cirúrgico. Geralmente, é realizada em pacientes com amputações programadas 
e tem por objetivo acelerar o processo de reabilitação em todos os sentidos. É 
indicado para pacientes jovens e com amputações traumáticas transtibiais. 
Este tipo de protetização inicia-se logo após sutura cirúrgica, realizando um 
curativo rígido, ou seja, um enfaixamento gessado após uma preparação do 
coto com alivio das extremidades ósseas e dos pontos de descarga de peso, 
confeccionada com manta de algodão e malha tubular. O curativo gessado 
deve ser trocado após alguns dias do pós-operatório, para uma avaliação do 
estado da pele e da cicatrização. Durante este tempo, deve-se observar se não 
 
 
26
 
há sinais infecciosos, como febre, dor e mau cheiro, pois o controle e o acesso 
do coto ficam impossibilitados pelo curativo rígido. Esse processo, desde a 
amputação até a protetização final, pode levar de 30 a 45 dias. 
 
 
27
 
CAPÍTULO III 
ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE AMPUTADOS 
Nos últimos anos, a atenção dedicada à educação física e esportes 
adaptados tem aumentado. A habilidade de pessoas especiais pode variar 
entre muito baixa e extremamente alta. A Educação Física Adaptada é um 
ramo da educação física, onde o estudo e a intervenção profissional no 
universo das pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a 
prática das atividades físicas, são os objetivos. Seu foco é o desenvolvimento 
da cultura corporal de movimento, onde qualquer programa de atividade física 
deve ser considerado tendo em vista o potencial de desenvolvimento pessoal, 
ou seja, um programa elaborado para suprir as necessidades especiais dos 
indivíduos. 
A atividade física como forma recreativa ou esportiva pode colaborar no 
processo de reabilitação ao modificar a maneira com que as pessoas 
amputadas percebem a si mesma, e a maneira em que a sociedade as 
percebe. Os exercícios físicos também podem melhorar as condições de 
controle da prótese pelo indivíduo, pois diminuem a atrofia muscular e 
aprimoram a propriocepção. 
Os indivíduos amputados podem se beneficiar com as atividades ligadas 
à educação física e aos esportes. As adaptações necessárias serão 
determinadaspelo tipo e grau de comprometimento físico, experiência motora, 
nível de interesse e objetivos educacionais em geral. O ensino da educação 
deverá ser individualizado e personalizado, especialmente no caso de pessoas 
com necessidades especiais nas áreas física e motora. 
Programa de educação física para pessoas com amputações pode 
seguir as mesmas diretrizes de um programa para não-portadores de 
deficiência, exceto pela falta de um ou mais membros, os amputados são 
considerados pessoas sem deficiência. Porém o local e extensão das 
amputações podem exigir modificações em algumas atividades. 
Hoje em dia há próteses que são desenvolvidas para a prática de 
atividades físicas e esportivas, podendo ser uma boa opção para aquelas 
 
 
28
 
pessoas que pretendem dar prosseguimento ou iniciar um programa de 
condicionamento físico. Nas amputações do membro inferior, em especial, há 
uma difusão do uso de componentes hidráulicos de controle articular 
permitindo a adequação do apoio e da oscilação articular em diferentes 
velocidades de movimento fornecendo estabilidade durante o uso do membro, 
sendo joelhos e tornozelos hidráulicos os mais utilizados. (GORGATTI, 2005) 
Geralmente, a maioria dos indivíduos amputados usam próteses nas 
atividades de educação física, por exemplo, uma pessoa com amputação 
unilateral de membro inferior não tira a prótese para jogar futebol, basquetebol 
e voleibol. Logicamente, a prótese tem de ser removida em algumas atividades 
como a natação. 
A participação em atividades de educação física e esportes pode 
requerer adaptações, dependendo do local e da extensão da amputação e do 
tipo de atividade. 
Os amputados podem precisar aumentar seus níveis de aptidão física. 
Dependendo do local da amputação, é possível escolher diversos itens de teste 
para avaliar função aeróbia, composição corporal e função musculoesquelética. 
A atividade física é considerada adequada se a sua intensidade for suficiente 
para atingir uma freqüência cardíaca mínima, dentro de uma determinada zona 
alvo. O padrão mínimo para jovens com amputações corresponde a sustentar 
um nível moderado de atividade física por pelo menos 15 minutos. A medição 
das dobras cutâneas no tríceps e na subescapular (composição corporal) e o 
supino (força e resistência muscular) seriam outros itens adequados para um 
jovem com amputação unilateral acima do joelho. Indivíduos com amputações 
bilaterais acima ou abaixo do joelho normalmente tem níveis mais baixos de 
função aeróbia em comparação com os amputados de membro superior, já que 
as atividades locomotoras podem sofrer graves restrições. 
A força muscular, a flexibilidade e a resistência de todas as partes do 
corpo (inclusive o local da amputação/coto) devem ser desenvolvidas. Os 
músculos remanescentes em torno do coto também precisam se desenvolver, 
de modo a permanecer em equilíbrio com o lado não afetado. No caso de uma 
amputação apenas parcial do membro, devem-se programar atividades e 
exercícios que incentivem o uso mais normal possível do segmento 
remanescente do membro. A ausência de um membro também pode afetar o 
 
 
29
 
equilíbrio e a alavanca ao se executar exercícios de resistência. Algumas 
atividades de força muscular são realizadas de forma mais eficiente e segura 
sem a prótese. 
A falta de membros pode afetar o nível de habilidade motora. 
Amputações adquiridas podem resultar inicialmente em prejuízo ou falta de 
jeito no desempenho das habilidades motoras. Esse fato pode ser mais 
acentuado em adolescentes e adultos que já aprenderam essas habilidades 
com seus membros dominantes. A ausência de um membro afeta o centro de 
gravidade, principalmente nas amputações de membros inferiores. O resultado 
disso é uma dificuldade nas tarefas que requerem equilíbrio. O 
desenvolvimento do equilíbrio estático e dinâmico é crucial para a execução de 
habilidades locomotoras como andar, correr, pular num pé só, ou sentar. As 
atividades que promovem o desenvolvimento do equilíbrio e do alinhamento 
correto do corpo devem ser incentivadas. A velocidade e agilidade também 
podem ser prejudicadas, particularmente nas deficiências de membro inferior. 
As pessoas com amputação unilateral acima do joelho e bilateral abaixo ou 
acima do joelho são mais afetadas e podem ter dificuldade em atividades 
locomotoras que exijam mudança rápida de direção. 
Enquanto os indivíduos com amputações abaixo do joelho podem 
participar da educação física e dos esportes de competição com muita 
eficiência, as pessoas que sofreram amputações bilaterais superiores ou 
inferiores às articulações costumam encontrar restrições específicas nas 
atividades. 
Os amputados unilaterais acima do joelho podem participar com 
eficiência de atividades aquáticas, além de certas provas de campo, que não 
enfatizam a locomoção e a agilidade. As pessoas com amputações bilaterais 
abaixo do joelho têm mais limitações em atividades que requerem saltos, pulos 
com um pé só ou contato corporal, como em provas de pista. Os amputados 
bilaterais acima do joelho têm restrições muito maiores nas atividades e 
dependem do uso de muletas ou cadeiras de rodas, de acordo com a ocasião. 
 
 
30
 
CAPÍTULO IV 
A PESQUISA 
4 INTRODUÇÃO 
O trabalho foi realizado na Clínica de Educação Física localizada no 
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, situada à Rua Nove de Julho 
1010, na cidade de Lins, estado de São Paulo. A pesquisa teve início no mês 
de março e término no mês de setembro do ano de 2007. 
Estudo de caso: acompanhou-se quatro casos, que foram avaliados e 
reavaliados, sendo três do sexo masculino e um do sexo feminino, tendo 
idades variadas de 23 a 31 anos, todos apresentando amputação de membro 
inferior esquerdo por lesão traumática. 
Os métodos e técnicas utilizados para a realização desta pesquisa 
foram: 
a) Roteiro de Estudo de Caso (APÊNDICE A) 
b) Termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE B) 
c) Roteiro de entrevista para fisioterapeuta (APÊNDICE C) 
d) Roteiro de entrevista para educador físico (APÊNDICE D) 
e) Questionário de qualidade de vida SF - 36 (ANEXO A) 
f) Cálculo do Escore do Questionário SF-36 (ANEXO B) 
g) Cálculo do Raw Scale (ANEXO C) 
4.1 Quatro casos em estudo 
Foram avaliados e acompanhados quatro casos que serão chamados de 
caso 1, caso 2, caso 3 e caso 4. Utilizou-se o protocolo de avaliação de 
composição corporal, teste de equilíbrio posição flamingo e questionário de 
qualidade de vida SF 36. 
As atividades propostas para o suposto trabalho foram as seguintes: 
musculação três vezes por semana, natação duas vezes por semana e teste de 
equilíbrio (posição flamingo) uma vez na semana. 
 
 
31
 
O teste de posição flamingo consiste num teste de equilíbrio, onde o 
indivíduo deve permanecer em um único pé sobre uma trave com dimensões 
reduzidas durante um minuto, sendo este tempo não regressivo, automático, ao 
ponto zero a fim de ser possível acioná-lo, travá-lo e acioná-lo novamente para 
registro de tempos consecutivos. Neste período deve ser registrada todas as 
penalidades, não podendo ultrapassar de quinze quedas da trave. Caso isso 
ocorra o teste deve ser anulado. 
4.1.1 Caso 1 
Indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, apresentandoamputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio. 
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio 
postural. 
A pesquisa foi realizada no período de março 2007 à setembro de 2007, 
onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência 
muscular localizada e hipertrofia muscular, iniciação à natação objetivando 
adaptação ao meio líquido, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio 
(posição flamingo). 
Após seis meses de treino o indivíduo foi reavaliado, e observou-se 
aumento da massa muscular (massa magra) e diminuição de gordura (massa 
gorda). Houve melhora também no equilíbrio, sendo registradas no início da 
pesquisa quatorze penalidades, diminuindo esta para sete, de acordo com o 
teste de posição flamingo. Na natação o sujeito obteve êxito, já que o mesmo 
apresentava pânico de água no início das atividades. 
4.1.2 Caso 2 
Indivíduo do sexo masculino, com 28 anos de idade, apresentando 
amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio. 
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio 
postural. 
A pesquisa foi realizada no período de junho 2007 à setembro de 2007, 
onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência 
 
 
32
 
muscular localizada e hipertrofia muscular, iniciação à natação objetivando 
adaptação ao meio líquido, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio 
(posição flamingo). 
Após três meses de treino o indivíduo foi reavaliado, e observou-se 
aumento da massa muscular (massa magra) e aumento de gordura (massa 
gorda) em decorrência de um repouso prolongado devido uma má cicatrização 
do coto. No equilíbrio houve melhora, sendo registradas no início da pesquisa 
cinco penalidades, diminuindo esta para uma, de acordo com o teste de 
posição flamingo. Na natação o sujeito não obteve alterações, já que o mesmo 
só realizou duas sessões de treinamento. 
4.1.3 Caso 3 
Indivíduo do sexo masculino, com 23 anos de idade, apresentando 
amputação de membro inferior esquerdo, no nível desarticulação de quadril. 
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentava desequilíbrio postural 
e distúrbios neurológicos. 
A pesquisa foi realizada no período de julho 2007 à setembro de 2007, 
onde foram efetuados um treinamento de musculação, objetivando resistência 
muscular localizada, iniciação à natação objetivando adaptação ao meio 
líquido. 
Em função dos distúrbios neurológicos, não foi possível obter resultados 
com o indivíduo, já que o mesmo não correspondia às atividades propostas. 
4.1.4 Caso 4 
Indivíduo do sexo feminino, com 31 anos de idade, apresentando 
amputação de membro inferior esquerdo, no nível transtibial em terço médio. 
Em função da perda do membro, o indivíduo apresentou grande desequilíbrio 
postural. 
A pesquisa foi realizada no período de abril 2007 à junho de 2007, onde 
iniciou-se apenas um treinamento de musculação, objetivando resistência 
muscular localizada, e a cada semana foi executado o teste de equilíbrio 
(posição flamingo). 
 
 
33
 
Não foi possível reavaliar o indivíduo, pois houve uma intercorrência 
quando o mesmo efetuou sua protetização. 
4.1.5 Resultados SF-36 
Tabela 1 Média dos domínios de Q.V do SF-36 dos amputados (n 4) 
Domínios do SF-36 Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 
CF 65 55 65 
AF 25 0 0 
Dor 72 62 84 
EGS 95 60 100 
VIT 100 65 90 
AS 100 87,5 12,5 
AE 33,3 33,3 0 
SM 100 84 80 
Fonte: elaborada pelas autoras 
De acordo com os resultados obtidos através da escala SF-36, o 
domínio que compreende CF, apresentaram uma qualidade de vida média, os 
domínios de AF e AE, estão abaixo da média, os domínios SM, Dor, VIT e EGS 
estão acima da média e no domínio AS, os casos 1 e 2 estão acima da média, 
e o caso 4 está abaixo da média (conforme observado durante os treinos, uma 
dificuldade na aceitação da amputação). O caso 3, não contém os resultados, 
pois não foi possível a realização deste questionário, devido a falta de 
compreensão do indivíduo e do acompanhante. 
4.2 Opinião dos profissionais 
Segundo a fisioterapeuta, todo tipo de atividade física é de extrema 
importância para portadores de amputação, visto que após a cirurgia essas 
pessoas vão apresentar várias alterações músculo-esqueléticas. Afirma 
também, que a atividade física promove benefícios, tais como, melhora do 
equilíbrio e do trofismo. Para ela, a educação física e a fisioterapia se 
completam, pois juntas podem almejar objetivos semelhantes, sendo estes 
 
 
34
 
trabalhados de maneiras específicas por cada profissional. 
Para o profissional de educação física, a atividade física tem importância 
para amputados em suas adaptações e vínculos sociais, melhoras nas 
atividades de vida diária, e um importante fator para a auto-estima. Além de 
melhorar a estética, influencia na independência, equilíbrio, ganho de tônus 
muscular e minimiza também doenças crônicas provindas do sedentarismo. E 
propõe também que sejam realizadas atividades que envolvam 
desenvolvimento motor na área aquática, esportes e principalmente nas 
atividades de resistência muscular, como a musculação. 
4.3 Discussão 
De acordo com Caromano et al (1992), em seu estudo de incidência de 
amputação de membro inferior, unilateral, análise de prontuários, uma 
realidade é certa para todos os amputados, a sua estrutura corporal foi 
irreversivelmente alterada, e os sentimentos de raiva, ansiedade, frustração e 
pena de si próprio estão presentes durante as primeiras semanas ou meses 
após a cirurgia. 
O proposto trabalho vem de encontro com esta afirmação, mostrando 
que a atividade física auxilia estas pessoas a saírem do estado psicológico em 
que se encontram. 
Caromano et al (1992), no mesmo estudo citado anteriormente, afirma 
ainda que entre as causas traumáticas há uma maior incidência em indivíduos 
jovens que, teoricamente, estariam em sua fase de vida de maior produtividade 
e atividade física. Dentre estes observa-se predomínio em indivíduos do sexo 
masculino. 
Foi observado no trabalho, que dos quatro casos estudados, 100% (cem 
por cento) das amputações ocorreram por lesões traumáticas, sendo três dos 
quatro casos analisados, do sexo masculino. 
Gorgatti (2005), afirma em seu livro Atividade física adaptada, que 
exercícios de alongamento e fortalecimento localizados, com adaptação das 
cargas e da mecânica do movimento evitam que a musculatura remanescente 
no coto atrofie, perca sua funcionalidade, bem como permitem que o coto se 
mantenha em condições de movimentar uma prótese com conforto. Além disso, 
 
 
35
 
nas amputações, unilaterais, a estimulação do coto pode proporcionar melhor 
adequação postural, atenuando dessa forma desequilíbrios laterais. 
Esta afirmação pôde ser observada em nosso estudo com o indivíduo 
amputado que realizou todas as atividades pelo tempo proposto. 
4.4 Parecer final 
Dentro do proposto trabalho, apenas um amputado obteve o resultado 
esperado, já que o mesmo foi o único que realizou todas as atividades pelo 
período de tempo sugerido. Os outros não apresentaram melhoras devido à 
intercorrências.36
 
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 
Para os indivíduos que sofreram amputação de membro inferior, foram 
utilizados protocolos de avaliação contendo composição corporal, teste de 
equilíbrio e questionário de qualidade de vida, proporcionando assim, uma 
melhora na qualidade de vida em dois dos quatro casos analisados. 
Diante desses resultados propõe-se o seguinte plano de intervenção: 
Que seja feito um trabalho mais minucioso, respeitando a individualidade 
e os limites de cada amputado e por um período de tempo maior. 
E que os educadores físicos realizem reavaliações para observar até 
que ponto o treinamento está surtindo efeito ou se há necessidade de 
modificações no planejamento de treinamento para o desenvolvimento de 
metas mais realísticas para os indivíduos. 
É proposto também que façam mais pesquisas sobre o assunto, devido 
a falta de publicações sobre o tema. 
O trabalho não termina aqui. Que futuras pesquisas sejam realizadas 
utilizando outros tipos e níveis de amputação. 
Sendo assim, a idéia proposta é que sejam realizados estudos futuros, 
focando outros tipos de amputações e por um período maior de tempo. 
 
 
37
 
CONCLUSÃO 
Após analisar os resultados obtidos por meio das avaliações 
desenvolvidas na pesquisa, pode-se observar que a atividade física para 
pessoas portadoras de amputação de membro inferior pode ajudar na melhora 
da qualidade de vida e equilíbrio postural, sendo dependente do interesse de 
cada indivíduo. 
A atividade física tem plena importância para os indivíduos amputados, 
tanto no aspecto de qualidade de vida, quanto no psicológico. O trabalho 
desenvolvido com os indivíduos também teve por objetivo a socialização, 
fazendo com que eles se respeitassem como são e que pudessem aceitar a 
realidade em que se encontravam, podendo assim, mostrar as outras pessoas 
que eles são capazes de superar seus próprios limites. 
 
 
38
 
REFERÊNCIAS 
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Revista Terapia Ocupacional Universidade São Paulo, v. 8, n. 2/3, p. 81-6, 
maio/dez., 1997. 
ASTON, J.N. Ortopedia e traumatologia. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara 
Koogan, 1981. 
BARSOTTI, J.; DUJARDIN, C.; CANCEL, J. Guia prático de traumatologia. 
Barueri, SP: Manole, 2002. 
BOCOLINI, F. Reabilitação: amputados, amputações e próteses. 2. ed. São 
Paulo: Robe, 2000. 
CARVALHO, J.A. Amputações de membros inferiores: em busca da plena 
reabilitação. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2003. 
CAROMANO, F.A. et al. Incidência de amputação de membro inferior, 
unilateral, análise de prontuários. Revista Terapia Ocupacional Universidade 
São Paulo, 3 (1/2): 44-53, jan/dez, 1992. 
CASTGLIONI, M.C. Corpo e deficiência: o confronto entre os conceitos 
espontâneos e científicos. Revista Terapia Ocupacional Universidade São 
Paulo, v.10, n. 1, p. 17-21, jan/abr., 1999. 
CHAMLIAN, T.R. Medicina física e reabilitação: parte 1 e 2. São Paulo, 1999. 
DUARTE, E.; LIMA, S.M.T. Atividades físicas para pessoas com 
necessidades especiais: experiências e intervenções pedagógicas. Rio de 
Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2003. 
FERNANDES, A.C.; et al. AACD Medicina e Reabilitação: princípios e 
prática. São Paulo, SP: Artes Médicas, 2007. 
 
 
39
 
GORGATTI, M.G.; COSTA, R.F. Atividade Física adaptada: qualidade de vida 
para pessoas com necessidades especiais. Barueri, SP: Manole, 2005. 
GUEDES, D.P.; GUEDES, J. E. R. P. Manual prático para avaliação em 
educação física. Barueri, SP: 2006. 
Lazer, atividades física e esportiva para portadores de deficiência. 
 
Brasília: SESI DN: Ministério do Esporte e Turismo, 2001. 
PASTRE, C.M.;SALIONI, J.F.;OLIVEIRA, B.A.F.; MICHELETTO,M.;NETTO,J.J. 
- Fisioterapia e amputação transtibial. Arquivo Ciência e Saúde abr./jun. 
2005;12(2):120-24. Disponível em: http:// www. cienciasdasaude. famerp.br/
 
racs_ol/Vol-12-2/11.pdf.
 
PINTO, M.C.G.S.; et al 
 
Ponte óssea na amputação transtibial. Revista 
Brasileira de Ortopedia, julho 1998,vol.33, n.7. 
RAMACIOTTI, O.; DE LUCCIA, N. Amputações de membros. Rio de Janeiro. 
Medsi, 1995. 
WINNICK, J.P. Educação física e esportes adaptados. 3. ed. Barueri, SP: 
Manole, 2004. 
 
 
40
 
APÊNDICES 
 
 
 
41
 
APÊNDICE A 
Roteiro de estudo de caso 
1 INTRODUÇÃO 
O estudo será realizado na Clínica de Educação Física, situada na Rua 
Nove de Julho n°1010, na cidade de Lins, onde serão realizados programas de 
treinamento de musculação e atividades aquáticas, sendo analisadas melhoras 
na qualidade de vida de quatro amputados de membro inferior. 
2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO 
ESTUDADO 
a) Serão utilizados materiais como espaguete, flutuadores, prancha, 
halteres, tornozeleiras e aparelhos de musculação em geral. 
3 DISCUSSÃO 
Serão realizadas diversas pesquisas na teoria e prática para 
esclarecimento, conscientização e divulgação da importância das atividades 
físicas na melhora da qualidade de vida de amputados de membro inferior. 
4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE 
MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS 
 
 
 
42
 
APÊNDICE B 
Termo de consentimento livre e esclarecido 
Estudo: 
ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DE 
AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR
 
Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima 
citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a 
pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita 
importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará 
nenhum prejuízo a você. 
Eu,............................................................................................................... 
residente e domiciliado(a)........................................................portador(a) da 
Cédula de Identidade, RG................................................e inscrito(a) no 
CPFR/MF...................................................nascido(a) em _____/_____/_____ 
abaixo assinado, concordo e autorizo de livre e espontânea vontade a minha 
participação como voluntário(a) do estudo ATIVIDADE FÍSICA NA MELHORA 
DA QUALIDADE DE VIDA DE AMPUTADOS DE MEMBRO INFERIOR . 
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os 
eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. 
Estou ciente que: 
I) O estudo se faz necessário para que se possa demonstrar a 
importância do trabalho individualizado de acordo com a 
necessidade em retornar à função desejada; 
II) A participação neste projeto tem o objetivo de me submeter a um 
trabalho, porém não me acarretará qualquer ônus pecuniário com 
relação aos procedimentos médico-clínico-terâpeuticos efetuados 
com o estudo; 
III) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração 
neste estudo no momento em quedesejar, sem necessidade de 
 
 
 
43
 
qualquer explicação; 
IV) A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou 
bem estar físico; 
V) Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em 
sigilo, mas concordo que sejam divulgados em publicações 
científicas, desde que meus dados pessoais não sejam 
mencionados; 
VI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos 
resultados, ao final da pesquisa. 
( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. 
( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa 
Lins, _________de_______________de 2007 
 ( ) Responsável:................................................................. 
Testemunha 
1:............................................................................................................... 
Nome/RG/Telefone 
Testemunha 
2:............................................................................................................... 
Nome/RG/Telefone 
Responsável pelo projeto: 
Profª Ana Cláudia de Souza Costa 
 RG: 25.192.642-4 
Telefone: (14) 3523-4603 ou (14) 9777-9794 
 
 
 
44
 
APÊNDICE C 
Roteiro de Entrevista para o Fisioterapeuta 
I Dados de Identificação 
Sexo: Data de nascimento: 
Local de trabalho: 
Especialização: 
Experiências profissionais anteriores: 
Experiências profissionais atuais: 
Endereço: 
Cidade: Estado: 
II Perguntas Específicas 
1 Qual a importância da atividade física para amputados? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
2 
 
Como a atividade física e a fisioterapia se relacionam para melhor 
reabilitação do amputado? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
3 No que a atividade física interfere na protetização? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
45
 
APÊNDICE D 
Roteiro de Entrevista para o Educador Físico 
I Dados de Identificação 
Sexo: Data de nascimento: 
Local de trabalho: 
Especialização: 
Experiências profissionais anteriores: 
Experiências profissionais atuais: 
Endereço: 
Cidade: Estado: 
II Perguntas Específicas 
1 - Qual a importância da atividade física para amputados? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
2 - O que a atividade física interfere na melhora da qualidade de vida para 
amputados? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
3 Quais são as atividades propostas para uma pessoa amputada? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
46
 
ANEXOS 
 
 
 
47
 
ANEXO A 
QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA SF - 36 
Paciente: ______________Idade: ________ Sexo: ( )Feminino ( )Masculino 
Instruções: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas informações 
nos manterão informados de como você se sente e quão bem você é capaz em 
suas atividades de vida diária. Responda cada questão marcando a resposta 
como indicado. Caso você esteja inseguro de como responder, tente fazer o 
melhor que puder. 
[Domínio 1: Capacidade Funcional] 
1. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente 
durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem dificuldade para 
fazer essas atividades? Nesse caso, quanto? 
Atividades 
Sim, 
dificulta 
muito 
Sim, 
dificulta 
pouco 
Não, 
não 
dificulta 
de modo 
algum 
A. atividades vigorosas, que exigem muito 
esforço, tais como correr, levantar objetos 
pesados, participar de esportes árduos... 
1 2 3 
B. atividades moderadas, tais como mover 
uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, 
varrer a casa... 
1 2 3 
C. levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 
D. subir vários lances de escadas 1 2 3 
E. subir um lance de escada 1 2 3 
F. curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3 
G. andar mais que um quilômetro 1 2 3 
H. andar vários quarteirões 1 2 3 
I. andar um quarteirão 1 2 3 
 
 
 
48
 
J. tomar banho ou vestir-se 1 2 3 
[Domínio 2: Limitação por aspectos físicos] 
2. Durante as últimas quatro semanas, você teve algum dos seguintes 
problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, 
como conseqüência de sua saúde física? 
Sim não
 
A. Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu 
trabalho ou a outras atividades? 
1 2 
B. Realizou menos tarefas do que gostaria? 1 2 
C. Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras 
atividades? 
1 2 
D. Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. 
ex. necessitou de um esforço extra?) 1 2 
[Domínio 3: Dor] 
3. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas quatro semanas? 
Nenhuma(1) muito leve(2) leve(3) moderada(4) grave(5) muito grave(6) 
Definitivamente 
verdadeiro 
A maioria 
das vezes 
verdadeiro 
Não sei 
A 
maioria 
das 
vezes 
falsa 
Definitiva
mente 
falsa 
A. Eu costumo 
adoecer um 
pouco mais 
facilmente que 
as outras 
pessoas 
1 2 3 4 5 
B. Eu sou tão 
saudável 
quanto 
qualquer 
pessoa que eu 
1 2 3 4 5 
 
 
 
49
 
4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu em seu trabalho 
normal (incluindo o trabalho fora e dentro de casa)? 
De maneira alguma (1) um pouco (2) moderadamente (3) bastante (4) 
extremamente (5) 
[Domínio 4: Estado Geral de Saúde] 
5. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? 
6. Em geral, você diria que sua saúde é: 
Excelente (1) muito boa (2) boa (3) ruim (4) muito ruim (5) 
[Domínio 5: Vitalidade] 
7. Essas questões são como você se sente

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