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DIREITO EMPRESARIAL III -5 ano Direito

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DIREITO FALIMENTAR – PRIMEIRO SEMESTRE 
 
1. O pedido de falência é uma ação coletiva pela qual se visa, em regra, busca a satisfação do crédito no 
patrimônio do devedor. 
2. Diante do caráter coletivo, haverá concurso de credores, observando a ordem preferencial dos créditos. 
3. Vale mencionar que o autor do pedido de falência não tem qualquer preferência em receber. 
4. A falência é forma de constrição/execução coletiva, sendo o modo de proceder à liquidação dos bens do 
devedor para satisfazer os créditos dos credores. 
5. Uma vez decreta a falência, todo patrimônio existente vai para a massa falida a fim de quitar os créditos 
existentes. 
6. A falência é a solução jurídica do devedor na qualidade de empresário ou de sociedade empresária que deixa 
de pagar no vencimento uma dívida líquida, certa e exigível. 
7. A falência é um procedimento drástico e muitos credores requerem a falência como forma de execução 
forçada, pois o devedor no processo de falência poderá pagar o valor da dívida. 
8. Falência é a liquidação judicial da situação jurídica do empresário impontual. 
9. Falência é o processo através do qual se apreende o patrimônio do executado para extrair um valor 
econômico para se pagar os créditos. 
 
10. O Estado como credor, em tese, pode pedir a falência de determinada empresa, mas o ato seria imoral, pois 
a função do Estado tange a preservação da empresa e de sua função social. Pode receber por meio da 
execução fiscal. 
 
11. O poder público pode se habilitar nos autos da falência. 
 
12. Princípio do par conditio creditorum: tal princípio, originário do direito romano, estabelece igualdade de 
condições para satisfação do crédito, de modo que todos os credores receberão o valor equivalente e 
proporcional, no caso de insuficiência patrimonial para quitação dos créditos de determinada categoria. 
Trata-se da possibilidade de participação equalizada perante os créditos existentes. 
 
13. Existem alguns títulos que não se admitem o pedido de falência, como os créditos decorrentes de obrigação 
alimentar. 
 
14. Recuperação judicial: visa trazer uma vinculação maior entre o devedor e seus credores, além de dar o 
poder de decisão definitiva ao juiz de direito. Compete à assembleia de credores autorizarem, como voto de 
confiança, a recuperação judicial, pois a falência não traz benefício a ninguém. Tem-se base na preservação 
da empresa pautada na boa fé, na confiança e continuidade do negócio. 
 
15. Não se sujeitam à falência (mas, sim, à insolvência civil): 
 
a. Cooperativa; 
 
Declarada a falência ou a insolvência 
civil, ficará o devedor obrigado, por 5 
anos, aos débitos remanescentes. 
 
b. Sociedades não empresárias; 
c. Associação; 
d. Fundação; 
e. Entidade religiosa; 
f. Sociedade simples; 
g. Autônomo; 
h. Profissional liberal. 
 
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16. INSOLVÊNCIA LATO SENSU 
 
Insolvência econômica (insolvabilidade) 
 
Consiste no estado econômico em que a pessoa não 
pode satisfazer as dívidas, uma vez que o ativo é 
menor que o passivo. 
Insolvência jurídica 
 
Consiste no inadimplemento qualificado pela falta de 
razão de direitos. Não se liga à condição econômica. 
Decorre do descumprimento de dever legal. 
 
De tal modo, a pessoa jurídica está sujeita tanto à insolvência econômica quanto à insolvência jurídica, 
denominando-se simplesmente por falência; enquanto a pessoa natural está sujeita apenas à insolvência 
econômica, a qual se denomina insolvência civil. 
 SUJEITOS DA FALÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
Nos termos da lei 11.101/05, somente empresário e sociedade empresária reconhecidos como devedores são 
sujeitos de falência. 
Para tanto, deve haver regular inscrição na Junta Comercial, elaborando escrituração contábil e balaços anuais de 
patrimônio e resultado econômico, sob pena de não concessão da recuperação judicial, decretação da falência e 
eventual responsabilidade por crime falimentar. 
Sujeitam-se à falência 
(lei de falência) 
Não estão sujeitas à disciplina da lei 11.101/05 (lei de falência) 
 
1. Microempresário; 
 
 
 
1. Empresas públicas; 
Nessas, o poder público poderá intervir para proceder à 
liquidação da sociedade. 
 
2. 
Microempreendedor; 
2. Sociedade de economia 
mista; 
 
 
3. Empresário de 
pequeno porte; 
 
 
3. Instituições financeiras 
públicas e privadas; 
 
 
 
Essas têm supervisão pelo Banco Central e são regidas 
pela lei 6.024/74 que disciplina a liquidação judicial e 
extrajudicial. A ideia principal passe pela recuperação da 
instituição financeira por meio da intervenção do Banco 
Central, ao passo que este nomeia um interventor para 
que assuma a gestão da instituição financeira, afastando-
se os diretores. 
O interventor tem 6 meses para averiguar a situação e 
regularizá-la. Notada a impossibilidade de recuperação 
pelo Banco Central, este determinará a liquidação da 
instituição financeira. 
Ocorrida a liquidação, aplicam-se, no que for pertinente, a 
regras da lei de falência. 
 
 
4. Sociedade em nome 
coletivo; 
 
 
4. Cooperativas de 
Crédito; 
 
 
 
 
5. Sociedade em 
comandita simples; 
 
 
 
 
5. Consórcios de 
sociedades; 
 
 
 
 
 
 
Regido pela lei 6.404/76, é constituído por uma 
pluralidade de empresas, públicas ou privadas, que se une 
para atender uma atividade que por si só a empresa não 
tem capacidade de realizar. Não possui, todavia, 
personalidade jurídica própria, de modo a utilizar-se da 
personalidade jurídica das empresas que a formam. 
Cada empresa consorciada tem suas responsabilidades, 
podendo ela ser objeto de falência, mas não o consórcio 
em si. Uma vez falida, o poder público pode exigir que 
outra empresa ingresse para substituir a falida ou então o 
consórcio, se possível continuará com as empresas 
remanescentes. 
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6. Sociedade limitada; 
 
6. Consórcios de bens; 
 
Aplica-se a lei de falência somente no que se refere à 
liquidação, tendo em vista que neste caso também há a 
intervenção do Banco Central, pela lei 5.768/71. 
7. Sociedade anônima; 7. Entidades de 
previdência complementar 
Regulada pela Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar. 
8. Sociedade em 
comandita por ação; 
8. Seguradoras Tem como interventora a SUSEP, competente a nomear 
interventor, afastar diretores e tentar a recuperação. 
 
 
 
9. EIRELI 
9. Prestadoras de Plano de 
Saúde 
Regulada pela ANS que pode intervir e liquidar. Ademais, 
os médicos cooperados poderão ter seus indisponíveis e 
executados, em caso de fraude. 
Pode a ANS determinar que outra seguradora encampe os 
segurados a seguradora a falir. 
10. Sociedades de 
capitalização 
É regulada pelo decreto-lei 261/67. 
 
DE TAL SORTE, a lei de falência restringe sua aplicação apenas a alguns sujeitos e esses sujeitos de direito devem 
estar regularmente regularizados, isto é: devem ser registrados na Junta Comercial e ter sua escrituração em dia, 
bem como a elaboração de balanços patrimoniais e econômicos, sob pena de ser responsabilizadas por crimes 
falimentares, sem prejuízo de não poder requerer sua autofalência ou a falência de seus devedores. 
 FALÊNCIA NA LEI 11.101/05 
A falência tem por finalidade afastar o devedor de suas atividades empresariais, visando a preservar e otimizar a 
utilização produtiva dos bens ativos recursos produtivos tangíveis e intangíveis da empresa. 
O processo falimentar tem por ideia paralisar a atividade da empresa que não deu certo, evitando-se maiores 
prejuízos, bem como levantar os valores para saldar as dívidas. 
- Princípios do processo de falência: 
❖ Celeridade; 
❖ Economia processual; 
❖ Par conditio creditorum.- Juízo competente para a falência e a recuperação judicial: processam-se na justiça especial localizada no foro 
central os pedidos relativos à falência, recuperação judicial e homologação de recuperação extrajudicial. Caso não 
haja vara especializada, processar-se-ão nas varas empresariais ou varas cíveis comuns. 
O juízo da falência é denominado juízo universal, pois é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre 
bens, interesses e negócios do falido. Logo, proposta a falência, juízo torna-se prevento às demais ações relativas à 
sociedade empresária ou empresário. 
São exceções ao juízo universal: 
➢ Justiça do trabalho; 
➢ Lides de natureza fiscal; 
➢ Ações em que o réu no pedido de falência figurar como autor ou litisconsorte ativo. 
- Administrador judicial: a partir do momento que houver a decretação da falência, o juiz de Direito nomeará o seu 
auxiliar, denominado administrador judicial. Este passará a representar o falido em todos processos em seja este réu 
ou autor. 
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- Competência territorial: art. 3º da lei 11.101/95: competente para homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do 
devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. 
Entende-se como local do principal estabelecimento aquele em que se encontra a gestão/atuação da atividade 
empresarial, sendo, em regra, a matriz. Já se a empresa for estrangeira e tiver várias filiar no Brasil, será o local da 
principal filial (sucursal). 
- Distribuição e prevenção: fixada a competência em uma das varas em razão da distribuição, todos os processos já 
existentes em outras varas ou que virem a ser propostos serão atraídos ao juízo universal. 
- Habilitação: decretada a falência, o credor deve habilitar seu crédito na falência. Isso porque a partir do momento 
que cada credor possui um título líquido, certo e exigível, ele deve habilitar tal no processo de falência. Caso o 
credor já tivesse habilitado o seu crédito na recuperação judicial e por sua vez a recuperação judicial convolou-se em 
falência, tal crédito já ficará habilitado na falência. 
10. EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
a) A partir do momento que ocorre a decretação da falência, todos os contratos e obrigações terão os seus 
vencimentos antecipados e os juros contratuais deverão ser ajustados até o momento do vencimento. 
b) Se a sociedade for de responsabilidade ilimitada, os efeitos da falência recairão também contra os seus 
sócios, vencendo antecipadamente os contratos firmados na pessoa física dos sócios. 
c) Os contratos de câmbio celebrados em moeda estrangeira, com a decretação da falência, rescindem-se 
convertendo o crédito em moeda nacional, pelo câmbio do dia da decisão judicial. 
d) A decisão que decreta a falência da sociedade com responsabilidade ilimitada também alcança a pessoa 
física do sócio, falindo-o, de modo que se os bens da empresa forem insuficientes, responderão os bens do 
sócio. 
 
Nota: são sociedades de responsabilidade ilimitada: i. em nome coletivo; ii. comandita simples; iii. 
comandita por ações. 
e) atingirá também ao sócio que tenha sido excluído ou se retirado da sociedade a menos de 2 anos da decretação 
da falência quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da alteração contratual, se estas dívidas pretéritas 
não foram solvidas até a data da decretação da falência. 
- Responsabilidade: sócio e diretores 
Ilimitada Nome coletivo Todos sócios respondem de modo ilimitado e solidário. 
Comandita simples Os sócios comanditados têm responsabilidade ilimitada e solidária. 
Comandita por 
ação 
Os sócios diretores respondem limitada e solidariamente. 
Limitada LTDA O sócio responde apenas pela integralização do capital social. 
S/A O acionista responde apenas pelo valor da subscrição ou integralização das 
ações. 
 
 
Instituição 
financeira e 
seguradoras 
Os diretores terão seus bens indisponíveis até apurar sua eventual responsabilidade na insolvência. 
Caso reste configurada a responsabilidade, o patrimônio do diretor deverá arcar com eventuais 
indenizações. A responsabilidade será apurada no próprio juízo de falência, cujos processos deverão 
apurar as eventuais responsabilidades independentemente se o patrimônio da sociedade falida era 
suficiente ou não para cobrir todas as despesas da massa falida. 
 
O prazo prescricional para se promover a ação de responsabilidade dos sócios é de 2 anos, contados 
do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência. 
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Indisponibilidade: o juiz de direito da falência poderá de ofício, ou a pedido da parte interessada ordenar a 
indisponibilidade dos bens dos sócios, bens estes particulares em quantidade que seja compatível com o dano 
provocado. Os bens poderão ficar indisponíveis até o julgamento definitivo da ação de responsabilidade dos sócios. 
11. PROCEDIMENTOS DO PEDIDO DE AÇÃO DE FALÊNCIA 
Art. 94, I: insolvência jurídica em 
razão da impontualidade do 
pagamento 
 
Requerida pelo credor diante da 
impontualidade do pagamento, isso 
porque o credor que possui qualquer 
título executivo cuja soma seja 
superior a 40 salários mínimos 
vigentes na data do pedido de 
falência pode proceder ao protesto 
especial no Cartório de Protestos a 
fim de extrair certidão para o pedido 
judicial de falência. 
Art. 94, II: execução frustrada 
 
 
 
Trata-se de hipótese de execução 
proposta pelo credor. Ficando inerte 
o devedor depois da regular citação, 
poderá o credor-exequente requerer 
uma certidão de objeto e pé, 
comprovando a inércia a fim de 
possibilitar o pedido de falência. 
Art. 94, III: atos de falência 
 
 
 
Consiste na hipótese da ocorrência 
de diversas condutas praticadas pelo 
devedor que por se tratarem de 
fraude ou de condutas que possam 
dar ensejo a uma confusão 
patrimonial, a falência poderá ser 
decretada. 
 
Insolvência jurídica em razão da impontualidade do pagamento 
 
Nessa modalidade de pedido de falência, requer-se protesto cambial no Cartório de Protestos, significa que o 
credor deverá solicitar expressamente ao Cartório de Protestos para que seja intimado o devedor pessoalmente 
para que pague o título (hipótese em que o protesto não será realizado, haja vista a quitação da obrigação) ou 
justifique o porquê do não pagamento. Concluído o protesto sem o recebimento do crédito, viabiliza-se a 
propositura de ação de pedido de falência. 
 
A jurisprudência tem admitido o protesto cambial comum, isto é: sem ter sido para fins falimentares, caso a pessoa 
tenha sido intimada pessoalmente, aproveitando-se do ato, quer seja para proceder à execução do título, quer seja 
para pedir a falência. 
 
Afastamento do protesto: o devedor em vez de efetuar o pagamento, poderá ingressar com uma medida judicial 
requerendo tutela antecipada para que não se efetive o protesto, justificando o porquê do não pagamento, como 
falsidade do título ou quitação. Caso já tenha sido efetivamente protestado, poderá requerer, judicialmente, o 
cancelamento por motivo justificado. 
Execução frustrada 
 
Proposta ação de execução contra o devedor e este fincando inerte após a regular citação, poderá o credor 
prosseguir na execução ou requerer a expedição de certidão de objeto e pé a fim de requerer a falência do devedor. 
(A certidão de objeto e pé é o instrumento jurídico hábil para requer a falência). 
 
Atos de falência 
 
Os atos de falência consistem em diversas condutas praticadas pelo devedor que possam levar à fraude da lei ou à 
confusão patrimonial. 
 
Aqui, não existe a possibilidade de depósito elisivo. De modo que a defesa reside na demonstração da inexistência 
de fraude. 
 
A decretação da falência nessa modalidade depende de um processode conhecimento, uma vez que se faz 
necessária apresentação de prova cabal de uma prática violadora da lei, independentemente se a pessoa está ou 
não deficitária quanto ao patrimônio. 
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Hipóteses de atos de falência: 
 
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte 
de plano de recuperação judicial: 
 a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar 
pagamentos; 
 b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar 
credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; 
 c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem 
ficar com bens suficientes para solver seu passivo; 
 d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a 
fiscalização ou para prejudicar credor; 
 e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e 
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; 
 f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, 
abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal 
estabelecimento; 
 g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. 
 
 
Nota: Se o devedor não cumprir os termos do plano de recuperação judicial nos 2 primeiros anos, a recuperação 
judicial convola-se em falência. 
Nota: as dívidas surgidas após o plano de recuperação judicial não o integra, podendo haver pedido de falência 
quanto a elas. 
 
 
11. LEGITIMIDADE PARA PEDIR A FALÊNCIA 
1. Credor: o credor tem interesse em receber seu crédito e ver punido seu inadimplente. 
 
O credor estrangeiro pode vir a pedir a falência, mas nesse caso terá que apresentar caução, como forma de 
garantia que o pedido de falência não é fraudulento e que não tenha a intenção de prejudicar o devedor. 
 
Para que peça a falência, o credor deve estar devidamente regularizado, isto é: deve estar com seus constitutivos 
em dia, registrados na Junta Comercial, bem como ter sua contabilidade em ordem, inclusive demonstrando o 
crédito que possui perante o devedor, sob pena de não legitimidade para propor a ação. 
2. Litisconsórcio de credores: nada impede que diversos credores possam se unir a fim de alcançar a totalidade de 
crédito de 40 salários mínimos exigidos pela lei. 
3. Autofalência: pode o próprio devedor, seu cônjuge ou herdeiro, bem como o inventariante ou qualquer sócio 
minoritário requerer a autofalência, diante da ciência acerca da impossibilidade de se manter no mercado. 
 
 
 
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12. PROCEDIMENTO DO PEDIDO DE FALÊNCIA (Insolvência jurídica em razão da impontualidade do pagamento ou 
execução frustrada): 
1. O pedido de falência deve ser instruído com título de executivo, devendo haver protesto especial para fins 
falimentares. 
2. Distribuído no juízo competente (competente é o juízo do local da sede, da matriz do devedor), analisar-se-á os 
requisitos de admissibilidade da petição inicial e mandará citar o devedor. 
3. Citado, têm-se o prazo de 10 dias para: 
 
✓ Contestar 
 
 Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido 
provar: 
 I – Falsidade de título; 
 II – Prescrição; 
 III – nulidade de obrigação ou de título; 
 IV – Pagamento da dívida; 
 V – Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título; 
 VI – Vício em protesto ou em seu instrumento; 
 VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do 
art. 51 desta Lei; 
 VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada 
por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contraprova de exercício posterior 
ao ato registrado. 
 
✓ Requerer a recuperação judicial; 
✓ Oferecer e proceder ao depósito elisivo; ou 
✓ Ficar inerte. 
 
Depósito elisivo: é o depósito procedido pelo devedor no processo de falência a ser feito no prazo de sua defesa, 
cuja finalidade é elidir os efeitos do pedido de falência, uma vez que se quita a obrigação. Aqui, o processo de 
falência perde o objeto em razão do depósito do valor principal atualizado e somado ao valore de todas as custas 
extra e judiciais, além de 10% de honorários advocatícios de sucumbência. 
 
Feito o depósito e anuindo o credor, o juiz determinará que o credor levante o valor depositado, julgando-se o 
processo de falência procedente sem ser decretada a falência. 
4. Pela lei, o procedimento não tem fase de instrução, pois versa matéria de direito. Logo, não se produz provas. 
5. Pode, porém, haver réplica para impugnar o alegado na contestação ou o valor do depósito elisivo. 
6. A sentença que decreta a falência tem natureza declaratória e constitutiva. 
7. Se o depósito elisivo não for feito no valor correto ou ocorrer a revelia do réu, decretar-se-á a falência. 
 
13. PROCEDIMENTO DO PEDIDO DE FALÊNCIA (atos de falência) 
1. Qualquer pessoa interessada na proteção de seu crédito poderá requerê-la. 
2. O procedimento seguirá o rito comum, não cabendo depósito elisivo. 
3. Se o pedido de falência for feito de má fé ou inapropriadamente, o réu poderá ingressar com ação de indenização 
por perdas e danos materiais e morais. 
4. A falência será decretada pela má conduta do réu, não se atrelando a sua saúde financeira. 
 
 
 
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14. SENTENÇA NA AÇÃO DE FALÊNCIA 
a) A sentença de falência é considerada como decisão interlocutória, quando julgada procedente, pois finda 
apenas uma fase do processo. De tal modo, desafiará recurso de agravo, podendo ser requerido o efeito 
suspensivo. 
b) Mas, se a sentença for de improcedência, caberá apelação. 
c) A sentença de falência tem natureza declaratória e constitutiva, pois ao mesmo tempo em que declara a 
falência, também constitui o devedor às obrigações decorrentes da quebrar. 
d) Termo de falência: o juiz ao proferir a sentença, irá considerar um prazo em que será considerada suspeitas 
as atividades do devedor. Isto é: todos os atos praticados dentro de determinado período poderão ser 
considerados inválidos, pois estaria afetos de dilapidação do patrimônio em detrimento da massa falida. 
e) Retroação: o juiz pode retrotrair os efeitos da falência até 90 dias a contar do pedido de falência, do pedido 
da recuperação judicial ou do primeiro protesto não pago. 
f) Além da necessidade de conter os elementos básicos (relatório, fundamentação e parte dispositiva), a 
sentença deverá observar os pontos expostos no art. 99 da lei de falência. 
 Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações: 
I – Conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus 
administradores; 
 II – Fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de 
falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para 
esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados; 
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando 
endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob 
pena de desobediência; 
IV – Explicitará o prazopara as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1o do art. 7o desta Lei; 
V – Ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 
1o e 2o do art. 6o desta Lei; 
 VI – Proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente 
à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do 
devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo; 
 VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a 
prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de 
crime definido nesta Lei; 
 VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que 
conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei; 
 IX – Nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 
desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei; 
 X – Determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a 
existência de bens e direitos do falido; 
 XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da 
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lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei; 
 XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembleia-geral de credores para a constituição 
de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na 
recuperação judicial quando da decretação da falência; 
 XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos 
os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência. 
 
FALTEI (...) 
 
 
 PROCESSO DE FALÊNCIA 
 
➢ Procedimento 
1. Publicada a sentença de falência, será expedido edital com todos os termos da falência a fim de dar 
publicidade a todos interessados. No momento da publicação será também apresentada uma relação de 
credores que já são de conhecimento do Poder Judiciário para que eles retifiquem seus créditos, 
habilitando-os, ou impugnem o valor. 
2. A sentença de falência desafia recurso de agravo de instrumento sem efeito suspensivo. Pode, porém, o 
recorrente pedir o efeito suspensivo mediante liminar, hipótese em que não haverá o imediato efeito da 
falência, mantendo-se os sócios na administração e não nomeando administrador judicial até o final do 
julgamento do agravo. 
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3. Se provido o agravo de instrumento, não será declarada a falência, retornando ao status quo. De modo que 
se o pedido de falência for feito indevidamente (dolo ou fraude), o requerente deverá indenizar eventuais 
prejuízos experimentados pela empresa e terceiros. 
4. Confirmada a sentença de falência deve ser nomeado um administrador judicial – principal auxiliar do juiz. 
5. Decretada a falência, 
6. Deve haver habilitação dos créditos a fim de verificar o quadro geral de credores e no fim fazer o 
pagamento dos créditos respeitando a ordem de preferência. 
7. Se o juiz autorizar a continuidade da empresa falida, o administrador judicial a administrará. 
8. O juiz determinará na sentença sobre a viabilidade da constituição da Assembleia Geral de Credores – órgão 
auxiliar do juiz – sendo dela criado o Comitê de Credores. 
9. A Assembleia Geral de Credores tem por finalidade a fiscalização das atividades realizadas pelo 
Administrador Judicial. Sendo o Comitê de Credores um órgão temático, na medida em que se divide em 
trabalhista, quirografário, etc. 
10. O Ministério Público atuará como fiscal da ordem jurídica, elaborando pareceres sobre tudo que ocorre no 
processo. 
11. Considera-se massa falida todo conjunto de patrimônio da pessoa falida. Não há personalidade jurídica e é 
gerida pelo administrador judicial. 
 
 
 Habilitação do Crédito 
 
1. Habilitado o crédito, os processos de execução contra a empresa falida serão suspensos, bem como o curso 
da prescrição com relação ao direito de seus credores; 
2. As obrigações ilíquidas deverão ser propostas no juízo falimentar. Com exceção das ações trabalhistas, 
fiscais e criminais, bem como as de competência da justiça federal, cujos processos deverão ser ajuizados de 
acordo com suas competências. Somente após a efetiva apuração/liquidação do crédito que os credores 
poderão habilitá-los na Vara Falimentar, como incidente ao processo de falência. 
3. Pode o credor precaver-se diante da possível demora à liquidação do crédito na ação proposta, requer ao 
Juízo da Falência que reserve valor estimado para futura habilitação e pagamento. 
 
 Ordem de pagamento na lei 11.101/05 
1º: Créditos extraconcursais: decorrem das obrigações que foram contraídas na recuperação judicial pelo 
recuperando, e esses créditos surgem após a decretação da falência, os credores detentores dessa espécie de 
créditos têm prioridade na ordem de pagamento, e por isso serão pagos antes dos créditos concursais. 
 
 
2º: Créditos concursais: decorrem das 
obrigações que foram assumidas antes 
da declaração da falência empresarial. 
Serão pagos na seguinte ordem: 
1. Créditos trabalhistas até 150 salários mínimos; 
2. Créditos com garantia real; 
3. Créditos tributários; 
4. Créditos com privilégio especial; 
5. Créditos com privilégio geral; 
6. Créditos quirografários; 
7. Créditos de multas tributárias; 
8. Créditos subordinados. 
 
Nota: deve ser respeitado o princípio do par conditio creditorum sob pena de anulação do pagamento; 
Nota: os créditos trabalhistas que excederem 150 salários mínimos serão considerados créditos quirografários. 
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Nota: caso os bens da massa falida sejam insuficientes ao pagamento dos créditos tributários, o artigo 135 do 
CTN admite a responsabilidade pessoal dos sócios e administradores (desde que comprovada culpa ou dolo na 
constituição da dívida) perante as dívidas tributárias. De modo a poder continuar a execução – na Vara de 
Execução Fiscal – contra os sócios e administradores. 
 Verificação do Crédito 
O administrador judicial após ser nomeado pelo juiz de Direito, terá obrigação de receber os livros contábeis e 
todos os documentos comerciais e fiscais do devedor, documentos estes que vão auxiliar o administrador 
judicial a elaborar a relação inicial dos credores do falido. Logo, o falido tem obrigação de entregar todos os 
livros e balanços, sob pena de responder por crime falimentar. 
Feita a lista de créditos e credores, estes poderão ratificá-la (apresentando habilitação) ou impugná-la. 
O administrador judicial poderá solicitar a nomeação de profissionais habilitados à verificação dos créditos. 
 Pedido de habilitação de crédito 
É o pedido feito por meio de petição inicial endereçada ao juízo da falência, constando quem é o credor, qual a 
relação jurídica que possui com o falido, qual o título a ser habilitado, qual a natureza do crédito, bem como o valor. 
Tal petição deverá vir acompanhada de documentos comprobatórios. Será juntada ao processo incidental da 
falência. 
Se apresentada tempestivamente (15 dias após a publicação do edital de decretação da falência) ficará o credor 
isento de custas. Caso não seja observado o prazo, o credor deverá arcar com as custas processuais e a habilitação 
será aceita como habilitação de crédito retardatário, hipótese em que, casoo juízo tenha autorizado o pagamento 
do crédito daquela natureza de forma antecipada, o retardatário não gozará de tal benefício. 
 Impugnação do crédito 
Se a habilitação é apresentada ou então o crédito já fora inserido pelo administrador judicial, no prazo de 10 dias 
contados da publicação da relação de créditos aprovados, caberá ao Comitê de Credores, a qualquer credor, ao 
devedor falido, a qualquer sócio da sociedade falida ou até mesmo ao Ministério Público apresentar impugnação 
contra a relação de credores, apontando eventual irregularidade quanto a presença ou ausência de um crédito. 
A impugnação será dirigida ao juiz de direito por meio de petição instruída com documentos hábeis a demonstrar a 
incorreção da relação de créditos aprovados. Será processada em autos em apartado, mas se houver mais de uma 
impugnação referente ao mesmo fato, serão autuadas no mesmo processo. 
Recebida a impugnação, o juiz abrirá prazo de 5 dias para que o impugnado apresente sua defesa. Oferecida a 
defesa, o juiz abrirá novo prazo de 5 dias para que qualquer interessado se manifeste. Cessado o prazo, deverá o juiz 
proferir sentença para: 
a) reconhecer a impugnação para aceitar o crédito reivindicado, mandando incluí-lo no quadro geral de credores; 
b) reconhecer a impugnação para excluir o crédito contestado, ou então se houver ponto controvertido, determinar 
a produção de provas. 
Nota: enquanto não se resolve a impugnação do crédito, o juiz poderá determinar que o valor discutido seja 
reservado para futuro pagamento a quem de direito. 
 
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 Quadro Geral de Credores: é obrigação do administrador judicial relacionar todos os credores, obedecendo 
a classificação dos créditos, depois de serem apresentadas as habilitações. 
 
❖ AUXILIARES DOS JUÍZO 
 
 Administradores judicial: será nomeado pelo juiz de direito da falência, devendo ser pessoa física ou jurídica 
idônea e preferencialmente com conhecimento técnico na área de falência. Fica responsável por organizar 
as atividades da empresa. 
1. O administrador pode continuar na gestão da empresa falida, se o juiz entender que a sociedade falida deva 
permanecer em atividade até sua total liquidação. 
2. O administrador judicial será fiscalizado tanto pelo próprio juiz, quanto pelo Comitê de Credores, supervisionando 
sua conduta. 
3. São atribuições do administrador judicial na falência: 
a) Sempre agir de forma lícita, buscando os interesses da massa falida. 
b) Encaminhar correspondência aos credores, informando sobre a falência. 
c) Colocar-se à disposição de todos os credores para prestar informação de interesse destes. 
d) Dar extratos dos livros do devedor e fornecer aos credores para que possam requerer suas habilitações e 
promover as impugnações que acharem pertinentes. 
e) Elaborar um relatório a fim de demonstrar as causas circunstâncias da falência e todos os detalhes oriundos 
dela, no prazo de 40 dias (prorrogável) após a aceitação do termo de nomeação. 
 
Tal relatório deve descrever o porquê ocorreu a falência e apontar eventual responsabilidade civil e criminal dos 
administradores. 
 
O Ministério Público poderá oferecer denúncia por crime falimentar com base no relatório elaborado, ou pode 
requerer a instauração de inquérito policial para apurar eventuais condutas criminosas. 
f) Exigir de qualquer dos credores informações que sejam relevantes para o processo de falência. 
g) Elaborar a relação de credores e consolidar o denominado quadro geral de credores, observando o princípio 
do par conditio creditorum. 
h) Requer a convocação da Assembleia Geral de Credores; 
i) Contratar profissionais ou empresas especializadas para auxiliá-lo nas atividades falimentares. 
j) Arrecadar todos os bens do devedor e elaborar o auto de arrecadação, procedendo o inventário e avaliação 
desses bens. 
 
O patrimônio arrecadado ficará na posse do administrador judicial, trazendo segurança jurídica para o processo, 
pois se evita dilapidação por parte dos sócios. 
 
Na arrecadação, caso algum bem de terceiro seja incluído, este poderá requerê-lo por meio de ação de arrecadação 
de bem – é ação incidental que visa provar se o bem é de terceiro ou é da massa falida. 
k) Realizar o ativo (vender) da melhor forma possível os bens a fim de quitar as dívidas. Pode proceder à venda 
antecipada de bens, desde que haja prévia autorização judicial. 
l) Prestar constas e elaborar demais relatórios no curso da falência, sob pena de não receber a totalidade de 
seus honorários. 
 
- Notas: 
i. O administrador judicial pode ser substituído, destituído ou renunciar ao cargo, devendo prestar contas 
antes de sair; 
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ii. A remuneração do administrador judicial deverá ser fixada pelo próprio juiz de direito, observando a 
atividade e a complexidade do trabalho. Não poderá exceder 5% do valor dos bens vendidos, sendo, todavia, 
observada a proporcionalidade. 
iii. O administrador judicial pode exercer a atividade em vários processos concomitantemente. 
iv. Se a massa falida tiver dinheiro, poderá pagar até 60% dos honorários do administrador judicial 
antecipadamente, ficando o restante para serem pagos após a feitura do relatório final e prestação de 
contas. 
v. Os honorários têm natureza extraconcursal. 
 
 
 Assembleia Geral de Credores: é o órgão cuja função é constituir o Comitê de Credores, bem como buscar 
sempre os interesses dos credores, supervisionando a conduta do administrador judicial. 
 
 Comitê de Credores: terá em sua composição um credor trabalhista, outro representante indicado pelos 
credores com garantia real ou com privilégio especial e outro representante indicado pelos credores 
quirografários ou com privilégio geral. 
- Função do Comitê de Credores: 
a) Fiscalizar a atividade do administrador judicial; 
b) Fiscalizar as contas elaboradas pelo administrador judicial; 
c) Representar os demais credores; 
d) Pleitear em juízo assuntos do interesse dos credores. 
 
 Ministério Público: tem a função de elaborar pareceres em prol da massa falida. Mas é autor na ação penal, 
quando houver crime falimentar. 
 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL III – 2º SEMESTRE
 AUTOFALÊNCIA (ART. 105, LEI DE FALÊNCIA)
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua
recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de
prosseguimento da atividade empresarial, [...] 
(a) Versa a possibilidade de o próprio empresário ou acionista pedir sua falência, quando
constatada impossibilidade de manter o negócio pela frágil saúde financeira do
empreendimento.
(b) O pedido de autofalência é interessante para fazer cessar as dívidas, evitando-se prejuízos
maiores.
(c) Muito embora seja possível, o mais usual é a deliberação dos sócios para ingressarem
com pedido de recuperação judicial ou extrajudicial;
(d) Se o pedido de recuperação judicial for urgente, os administradores podem requerê-lo e,
posteriormente, ratificar em assembleia;
(e) O pedido de autofalência justifica-se quando a contabilidade está em dia, devendo antes o
empresário fazer a análise de eventual responsabilidade criminal.
(f) Legitimidade: poderá requerer a autofalência o próprio empresário, os sócios, o cônjuge,
os herdeiros ou inventariante;
(g) A morte dos administradores cessa a responsabilidade por eventuais crimes falimentares,
facilitando o pedido de autofalência; 
● Petição inicial do pedido de autofalência: deverá conter (Art. 105 da LFR):
I - demonstrações contábeis referentes aos 3 últimos exercícios sociais e as levantadas
especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislaçãosocietária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório do fluxo de caixa;
II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos
respectivos créditos;
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e
documentos comprobatórios de propriedade;
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a
indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;
VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços,
suas funções e participação societária.
Nota: caso o autor não observe algum dos requisitos, o juiz poderá conceder prazo para emendar
a petição inicial.
● Procedência do pedido: decretação da falência: com a decretação da falência, haverá:
(a) Nomeação de administrador judicial;
(b) Arrecadação dos bens;
(c) Avaliação dos bens;
(d) Liquidação.
Nota: há a possibilidade de terceiro interessado interpor com agravo de instrumento para alegar
que não seria caso de autofalência.
 INABILITAÇÃO DO EMPRESÁRIO
(a) A sentença de falência tem por efeito a inabilitação do falido, ficando impedido de exercer
qualquer atividade empresarial. A sentença deverá ser averbada na Junta Comercial a fim
de dar a necessário publicidade;
(b) Caso o empresário falido tenha outras empresas, poderá exercer a atividade naquelas,
desde que não seja administrador.
(c) A inabilitação dura até o fim de todas as obrigações falimentares, de modo que uma vez
extinta as obrigações, deverá o empresário requer sua reabilitação, em processo
incidental. Estará o empresário reabilitado a partir do trânsito em julgado da sentença do
processo de reabilitação e seu registro na Junta Comercial.
 FALÊNCIA, INDISPONIBILIDADE DE BENS E OBRIGAÇÕES
(a) O falido não terá mais a possibilidade de dispor e administrar os seus bens, que passarão
a ser da massa falida;
(b) Para a segurança jurídica do processo falimentar, na iminência de suposição de fraude, o
juiz pode determinar que os bens pessoais do falido se tornem indisponíveis. Tal prática é
comum nos casos de falência de instituição financeira, seguradoras e atividades
correlatas;
(c) O falido pode fiscalizar a administração da falência, inclusive auxiliar na arrecadação dos
bens e eventual conservação;
(d) O falido pode ser manter na posse de bem determinado da massa falida até que seja
vendido, desde que seja observada sua pertinência;
(e) Os bens do falido poderão ser locados ou arrendados, sendo os valores de tais negócios
jurídicos depositados em conta judicial em nome da massa falida.
(f) A falência impõe ao falido:
a) O comparecimento em juízo para prestar esclarecimentos requeridos pelo juiz,
administrador judicial, credores e Ministério Público, sob pena de crime de desobediência;
b) A entrega os bens em favor da massa falida; e 
c) O depósito em Cartório todos os documentos fiscais, contábeis e livros; sob pena de
crime falimentar por falta de contabilidade;
(g) O falido não poderá se ausentar de seu domicílio e de onde se processa a falência, salvo
se houver autorização judicial;
(h) O falido deve auxiliar o administrador judicial e fiscalizar e examinar as habilitações de
crédito apresentadas pelo credor para verificar se há fraude. Além de examinar e dar
pareceres sobre as contas do administrador judicial.
 EFEITOS DA FALÊNCIA SOBRE AS OBRIGAÇÕES DO DEVEDOR (ART. 115 A 128 DA
LFR)
(a) Os credores, após a decretação da falência terão direito de crédito sobre os bens do falido
ou da sociedade falida, bem como sobre os bens do sócio, se se tratar de sociedade de
responsabilidade ilimitada, quer seja solidária ou subsidiária;
(b) O falido perderá os direitos que lhe eram assegurados na sua qualidade de sócio,
suspendendo-se o direito de retenção de bens, bem como não terá mais qualquer direito
ao recebimento de lucros e dividendos, em razão de sua participação societária;
(c) Os contratos bilaterais serão rescindidos em razão da falência, salvo se houver interesse
da própria massa falida na continuidade;
(d) Assim, o contrante que firmou negócios com a massa falida deverá notificar o
administrador judicial para que se resolva se o contrato continuará ou não vigorando;
(e) Quando se tratar de contratos unilaterais (mútuo, transporte, depósito, doação), o
administrador judicial poderá optar pela rescisão ou não, a depender da circunstância,
levando em conta a redução dos custos da falência;
 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO
Do Pedido de Restituição
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder 
do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao 
devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.
Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a coisa reclamada.
§ 1oO juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos que o instruírem e 
determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do administrador judicial para que, 
no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação 
contrária à restituição.
§ 2o Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz designará audiência
de instrução e julgamento, se necessária.
§ 3o Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença.
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa no 
prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Parágrafo único. Caso não haja contestação, a massa não será condenada ao pagamento de 
honorários advocatícios.
Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o requerente no quadro 
geral de credores, na classificação que lhe couber, na forma desta Lei.
Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade da coisa até o trânsito em julgado.
Parágrafo único. Quando diversos requerentes houverem de ser satisfeitos em dinheiro e não 
existir saldo suficiente para o pagamento integral, far-se-á rateio proporcional entre eles.
Art. 92. O requerente que tiver obtido êxito no seu pedido ressarcirá a massa falida ou a quem 
tiver suportado as despesas de conservação da coisa reclamada.
Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos 
credores de propor embargos de terceiros, observada a legislação processual civil.
Legitimidade ativa: a ação poderá ser intentada pelo titular da mercadoria ou titular de um direito
prejudicado, devendo, para tanto, comprovar a titularidade.
Objeto: visa-se reaver bem indevidamente arrecadado no processo de falência ou que 
permanece na posse do falido após a decretação da falência.
• Importante: as mercadorias vendidas e entregues em até 15 dias da decretação da 
falência, quando vendidas a crédito, poderão ser restituídas, não incorporando a massa 
falida. Passado tal prazo, poderá o fornecedor habilitar o crédito como credor quirografário.
Art. 85. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda
não alienada.
Restituição em dinheiro: caso o bem não mais exista no acervo da massa falida, a restituição 
deverá ser feita em dinheiro, no valor correspondente.
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
I – se a coisanão mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente
receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço,
em ambos os casos no valor atualizado;
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4 o , da Lei n o
4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais
prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente;
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou
ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão efetuadas após o
pagamento previsto no art. 151 desta Lei. (
● Logo, serão considerados créditos extraconcursais, devendo ser pago após a
antecipação do pagamento dos créditos trabalhistas.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses
anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador,
serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa 
Procedimento:
(a) Propositura da ação com prova da titularidade do bem;
(b) Autuação em apartado dos autos falência;
(c) Intimação do falido, do administrador judicial e do Comitê de Credores para manifestação 
em 5 dias;
(d) As partes intimadas são: falido, administrador judicial, credores do Comitê. 
(e) Não havendo manifestação contrária à restituição, julgar-se-á procedente a demanda, 
determinando a entrega do bem em 48 horas; hipótese em que a massa falida não será 
condenada em custas processuais e honorários advocatícios;
(f) Havendo contestação, determinar-se-á a apresentação de réplica em 15 dias úteis.
(g) Designação de audiência de instrução e julgamento, como tentativa de conciliação;
Decisão: 
1. Improcedência: reconhece-se que a titularidade do bem é da massa falida, condenando-se o 
autor em custas e honorários sucumbenciais;
2. Procedência: reconhece a arrecadação indevida do bem e a titularidade do autor da ação, 
determinando-se a restituição em 48 horas da prolação da sentença.
Recurso: 
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá apelação sem efeito suspensivo.
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a quantia
reclamada antes do trânsito em julgado da sentença prestará caução.
Nota: é possível à massa falida requerer que autor da ação reembolse as despesas que a massa 
falida teve com a guarda e conservação do bem.
 INEFICÁCIA DO NEGÓCIO JURÍDICO
1. A ineficácia de um ato pode ser declarada de ofício ou a pedido de qualquer credor ou 
do Ministério Público, nos próprios autos da falência; em ação própria ou, eventualmente, 
por meio de um incidente processual.
2. Aqui, não se fala em nulidade, pois o ato preenche os requisitos do campo da validade, 
porém não tem aptidão de produzir efeitos.
3. A análise da ineficácia independe se o ato foi praticado com dolo ou culpa.
● Hipóteses de ineficácia:
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do
estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por
qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer
forma que não seja a prevista pelo contrato;
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal,
tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de
outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca
revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o
pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens
suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição
dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de
títulos e documentos;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título
oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência,
salvo se tiver havido prenotação anterior.
Nota: o ato não será ineficaz quando o acordo ou pagamento realizado entre as partes, for 
decorrente de uma composição aprovada na recuperação judicial.
 AÇÃO REVOCATÓRIA
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio
fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa
falida.
Art. 131. Nenhum dos atos referidos nos incisos I a III e VI do art. 129 desta Lei que tenham sido previstos
e realizados na forma definida no plano de recuperação judicial será declarado ineficaz ou revogado.
Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador
judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da
falência.
Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida:
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados;
II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor
de prejudicar os credores;
III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo.
Art. 134. A ação revocatória correrá perante o juízo da falência e obedecerá ao procedimento ordinário
previsto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 135. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa
falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos.
Parágrafo único. Da sentença cabe apelação.
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao
estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao
devedor.
§1o Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o ato
de cessão em prejuízo dos direitos dos portadores de valores mobiliários emitidos pelo securitizador.
§2o É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor
ou seus garantes.
Art. 137. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como medida preventiva, na
forma da lei processual civil, o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em
poder de terceiros.
Art. 138. O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que praticado com base em decisão
judicial, observado o disposto no art. 131 desta Lei.
Parágrafo único. Revogado o ato ou declarada sua ineficácia, ficará rescindida a sentença que o motivou.
(a) A ação revocatória se aproxima da ação aquiliana do direito civil, uma vez que sua 
finalidade é a revogação de um ato/negócio jurídico;
(b) A ação revocatória atacará negócios jurídicos oriundos de fraude prejudiciais aos credores 
da massa falida;(c) Logo, dependerá de provas hábeis a demonstrar o conluio fraudulento entre o devedor 
(massa falida) e o terceiro, com o qual foi formalizado o negócio jurídico;
(d) Deve-se, igualmente, provar o prejuízo que o negócio jurídico acarretou à massa falida;
• Legitimidade ativa: poderá propor a ação o administrador judicial, qualquer credor ou o 
Ministério Público;
• Legitimidade passiva: poderá figurar no polo passivo, aquele que celebrou o negócio 
jurídico, o terceiro que adquiriu o bem, qualquer herdeiro ou legatário desse terceiro.
• Prazo para propositura: prazo decadencial de 3 anos a contar da decretação da falência;
• Terceiro de boa-fé: aquele que perdeu o bem, quando de boa-fé, tornar-se-á credor 
quirografário, do mesmo modo daquele que perdeu por ineficácia do negócio jurídico.
• Recurso: da sentença na ação revocatória, caberá apelação.
• Cautelaridade: poderá haver o deferimento de tutela antecipada determinando o 
sequestro, arresto ou bloqueio de bens a fim de evitar a dilapidação.
 ARRECADAÇÃO E CUSTÓDIA DE BENS 
(a) Todos os bens da atividade falida deverão ser arrecadados pelo administrador judicial,
inclusive os bens que estiverem em poder de terceiros deverão ser entregues à massa
falida;
(b) Incumbe ao administrador judicial fazer o auto de arrecadação, inventário e avaliação dos
bens;
(c) A avaliação se dará por meio de laudos técnicos, sendo os custos arcados pela massa
falida;
(d) Os bens de terceiros que foram de forma indevida arrecadados devem ser restituídos a
seu proprietário, pois não podem responder pela dívida da massa falida;
(e) Caso haja a recusa de devolução do bem de terceiro, caberá ação de restituição de bem,
em processo incidente ao processo de falência;
(f) Caso o falido fique em poder de algum bem da massa falida, assumirá a condição de fiel
depositário;
(g) Faz-se possível a venda antecipada de determinados bens para evitar o perecimento ou
maior desvalorização;
(h) O administrador judicial deverá liberar os bens que são impenhoráveis e os que sejam de
propriedade particular do falido;
(i) O patrimônio da massa falida será lacrado até que seja efetivamente vendido. Porém, se
for conveniente, o juiz poderá autorizar a continuidade da atividade até que a alienação
dos bens se concretize, de modo a conservar o estado dos bens.
(j) Os bens poderão ser vendidos de forma individual ou coletiva pelo valor da avaliação;
(k) O administrador judicial poderá ajuizar ações em nome da massa falido a fim de
salvaguardar seus direitos; Os honorários advocatícios serão créditos extraconcursais;
 REALIZAÇÃO DO ATIVO
Após a arrecadação de todo o patrimônio e sua efetiva avaliação, o administrador judicial
deverá requerer ao juiz que proceda à venda do patrimônio, ou seja: a venda da massa
falida para pagamento de seus credores;
Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de falência,
será iniciada a realização do ativo.
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida
sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no
produto da realização do ativo;
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas
obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as
decorrentes de acidentes de trabalho.
§ 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for:
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio
da sociedade falida; ou
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão.
§ 2o Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de
trabalho e o arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior
● Formas de realização do ativo
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem 
de preferência:
I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;
IV – alienação dos bens individualmente considerados.
§ 1o Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de uma 
forma de alienação.
§ 2o A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro geral de credores.
§3o A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à operação 
rentável da unidade de produção, que poderá compreender a transferência de contratos específicos.
§4o Nas transmissões de bens alienados na forma deste artigo que dependam de registro público, a este 
servirá como título aquisitivo suficiente o mandado judicial respectivo.
Nota: juiz pode adotar mais de uma forma de realização do ativo, buscando o melhor interesse da
massa falida. Poderá vendar entes da formação do quadro geral de credores.
● Modalidade para alienação e realização do ativo
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver,
ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes MODALIDADES:
● Notas prévias:
§ 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata
a este artigo será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze)
dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 dias na alienação da empresa ou de bens
imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda.
§2o A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliação.
§7o Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de
nulidade.
● MODALIDADES:
I – leilão, por lances orais;
(a) Deverá ser lançado um edital com a descrição do procedimento;
(b) Adquirirá aquele que der o maior lance, não se observando o preço vil na falência, pois a
necessidade de liquidar o patrimônio é mais importante;
(c) Logo, o valor para arrematação pode ser menor do que o da avaliação;
(d) O arrematante fica obrigado a pagar o valor da arrematação, bem como aos demais encargos
relativos aos negócios jurídicos, e caso não cumpra será condenado a pagar multa decorrente de ato
atentatório à dignidade da justiça, além de pagar a comissão do leiloeiro.
II – propostas fechadas;
O juiz anunciará por edital que os bens serão vendidos, de modo que os interessados enviarão por carta
registrada as propostas fechadas. A melhor proposta a arrematará os bens.
§ 4o A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de
envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o
escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência.
III – pregão.
§5o A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases:
I – recebimento de propostas, na forma do § 3o deste artigo;
II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores
a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo.
(a) Os interessados encaminharão as propostas fechados para o Cartório da Vara em que corre o
processo de falência;
(b) O juiz abrirátodas as propostas e convocará a realização de um leilão por lances orais que somente
poderão participar os licitantes que apresentaram propostas não inferiores a 90% da maior proposta
ofertada.
(c) O leilão será aberto com a maior proposta fechada. Adquira o bem quem a superar. Caso todos
mantenham as propostas, a maior proposta fechada arremata os bens.
● Não comparecimento daquele que deu o maior lance: caso não compareça ao leilão o ofertante
da maior proposta e não seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a
prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a
cobrança dos valores pelo administrador judicial. (§ 6o, III). 
Trata-se de punição àquele que ofereceu o maior lance e abandonou o procedimento. Caso não
pague a diferença, será executado.
Nota: todos os valores decorrentes de arrematação dos bens deverão ficar depositados em favor
da massa falida;
Nota: nada impede que o juiz possa criar outras modalidades de realização do ativo, desde que
tenha sido aprovada pela Assembleia de Credores e pelo administrador judicial.
Nota: todas as vendas devem ser incluídas no relatório do administrador judicial.
Nota: um grupo de empregados do falido poderão constituir empresa ou cooperativa para adquirir
ou arrematar bens da massa falida.
 IMPUGNAÇÃO DA REALIZAÇÃO DO ATIVO
(a) Após qualquer uma das modalidades da realização do ativo, os credores, o Ministério
Público ou o próprio devedor falido poderá, no prazo de 48 horas, após a realização da
arrematação, oferecer impugnação para anular a venda.
(b) Havendo a impugnação, o juiz decidirá pela sua procedência ou não. Caso improcedente,
o bem será entregue ao arrematante, caso procedente: será anulada a arrematação;
 PAGAMENTO DOS CREDORES
(a) Após realizado todos os ativos, o administrador judicial deverá pagar os credores e demais
encargos da massa falida; na seguinte ordem:
1. Valores decorrentes da restituição de bens;
2. Créditos extraconcursais;
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados
no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do
trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da
falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como
custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do
art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a
decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
3. Crédito concursais
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por
credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas
tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, [...]
V – créditos com privilégio geral, [...]
VI – créditos quirografários, […]
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as
multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, [...]
 PROCEDIMENTOS FINAIS E EXTINÇÃO DA FALÊNCIA
(a) Ocorrendo o pagamento total dos credores, extingue-se a falência;
(b) O administrador judicial deverá prestar contas e elaborar o último relatório; As contas
apresentadas devem ser dadas como boa para extinguir sua obrigação.
(c) Caso sobre patrimônio após o pagamento dos credores, deverá ser distribuído entre os
sócios na proporção de suas quotas.
(d) O administrador judicial somente recebe a totalidade de seus honorários depois de prestar
todas as contas e apresentar o relatório.
Nota: o administrador judicial pode ter somente até 60% de seus honorários pagos
antecipadamente.
(e) Se o administrador judicial não apresentar as contas corretamente ou se se descobrir
falhas/fraudes, poderá ser responsabilizado pessoalmente para arcar com os valores não
comprovados.
(f) O administrador judicial poderá ser substituído do cargo e nessa hipótese terá o direito a
receber proporcionalmente seus honorários pelo trabalho realizado. Todavia, caso seja
destituído do cargo (por agir com dolo ou culpa), deverá devolver o valor recebido a título
de honorários sem prejuízo de perdas e danos e responsabilidade criminal.
● Sentença de extinção das obrigações da falência e reabilitação
(a) Caso haja o pagamento integral das dívidas, extinta a falência, o empresário poderá
imediatamente pedir sua reabilitação. Nesse caso, o juiz determinará a publicação de
edital para que qualquer credor no prazo de 30 dias se manifeste sobre a reabilitação.
Findo o prazo, se houver manifestação, o juiz decidirá se houve ou não extinção integral
das obrigações;
Caso entenda pela extinção das obrigações, a sentença será de encerramento da falência
e reabilitação do falido. Encerrando-se, por completo, o processo falimentar.
(b) Caso o patrimônio arrecadado pegue até os créditos quirografários em mais de 50%,
extinguir-se-á a falência e os devedores poderão imediatamente entrar com pedido de
reabilitação;
(c) Caso o patrimônio arrecadado não pegue os créditos tributários ou não seja suficiente para
pagar qualquer dos credores, extinguir-se-á o processo de falência. Mas, os devedores
deverão esperar 5 anos a contar da sentença de extinção para requerer a reabilitação.
(d) Independentemente de pagamento ou não dos credores, sendo os empresários ou sócios
falidos condenados por crime falimentar, sem prejuízo do cumprimento da sanção penal,
somente poderão requerer a reabilitação após 10 naos contados da sentença que
extinguiu o processo falimentar.
 RECUPERAÇÃO JUDICIAL
➢ Histórico: antes do advento da recuperação judicial, havia o processo de concordata
preventiva ou suspensiva. A primeira era medida judicial requerida pelo comerciante ou
sociedade comercial, requerendo ao juiz uma moratória para que os créditos quirografários
vencidos pudessem ser pagos em um prazo de até 2 anos. Já a concordata suspensiva
era a última possibilidade de o falido retomar a empresa, pois o processo de falência já
estava em curso, de modo que permitia ao falido fazer uma proposta consistente em pagar
parte da dívida para reaver a empresa, suspendendo-se a falência.
● Hoje,
Vige o instituto da recuperação judicial que é regida pelo princípio da preservação da empresa,
viabilizando meios para que a atividade econômica supera a crime, de modo a evitar a falência.
Isso pois, a continuidade da empresa cumpre importante função social, ao passo que fomenta a
atividade econômica; contribui na arrecadação de tributos e gera empregos.
Nota: diferentemente da concordata em que poder de decisão pertencia ao juiz, na recuperação
judicial, quem a aprova é a Assembleia Geral de Credores, cabendo ao juiz apenas a
homologação.
Nota: a Assembleia Geral de Credores analisará se o plano de recuperação judicial é satisfatório
ou não.
Nota: ainda que seja concedida a recuperação judicial, os credores do devedor poderão continuar
executando os coobrigados (fiadores e avalistas) em processos autônomos.
● Sujeitos da recuperação judicial:o empresário ou a sociedade empresária, somente.
Nota: somente o devedor pode pedir a recuperação judicial. O credor pode pedir somente
falência.
Nota: na ausência do devedor principal, o cônjuge sobrevivente, o inventariante, os herdeiros ou o
sócio remanescente poderão pedir a recuperação judicial. 
Nota: as pessoas previstas no artigo segundo da lei não podem ser sujeitos de recuperação
judicial. 
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência
complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
● Foro competente 
 Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou
decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha
sede fora do Brasil. 
● Requisitos para o pedido de recuperação judicial
1. Registro regular na Junta Comercial: somente os sujeitos que exercem a mais de 2 anos sua atividade
regularizada poderão pedir a recuperação judicial.
2. Não ser falido ou se falido, provar a reabilitação;
3. Não ter usufruído de outra recuperação judicial a pelo menos 5 anos;
Exceção: quando se tratar de ME e EPP, não poderá ter obtido a concessão de outra recuperação judicial a
pelo menos 8 anos.
4. Não ter sido condenado por crime falimentar.
● Crédito objeto da recuperação judicial 
Admitidos
Diferentemente da concordata que somente admitia os créditos quirografários, a recuperação
judicial admite todos os créditos vencidos ou vincendos no momento do pedido. De modo
que estes comporão a tentativa de alongamento do prazo para pagamento em favor dos credores.
Excluídos
Não se admite recuperação judicial sobre:
1) Créditos tributários: a empresa deve fazer refinanciamento perante o ente público credor;
2) Créditos decorrentes de alienação fiduciária, que seja de bens móveis ou imóveis;
Nota: a jurisprudência tem suspendido a exigibilidade, pois pode levar à falência, prejudicando o
plano de recuperação judicial.
3) Decorrente de arrendamento mercantil;
Nota: a jurisprudência tem suspendido a exigibilidade por 180 dias para verificar a viabilidade do
plano de recuperação judicial.
4) Decorrente de contrato com cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade;
5) Decorrente de contratos imobiliários com reserva de domínio.
Nota: os débitos supervenientes ao pedido de recuperação judicial não entram na recuperação de
modo a serem exigíveis pelos credores. Podem inclusive pedir a falência em razão destes.
● Petição inicial
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise
econômico-financeira; (deve demonstrar a regularidade na Junta Comercial e atividade por mais de 2 anos)
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente
para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a
indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando
sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação
pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e
outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores
pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as
atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de
qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas
instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas
onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as
de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.
§ 1oOs documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em
lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer
interessado.
§ 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de
pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação
específica.
§ 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste
artigo ou de cópia destes.
● Procedimento 
(a) Recebida a petição inicial, o juiz poderá: determinar a emenda ou deferir o processamento
do pedido;
(b) Deferido o processamento, nomear-se-á o administrador judicial, nos mesmos moldes da
falência.
(c) Será determinada a dispensa das certidões negativas para que o devedor possa exercer
suas atividades sem restrições (certidão positiva com efeito negativo).
(d) O juiz determinará que todas as ações de cobrança e execuções contra o devedor fiquem
suspensas por 180 dias;
(e) O juiz pode determinar que sejam apresentadas as contas mensais da pessoa em
recuperação judicial, sob pena de destituição do administrador judicial e de seus
administradores.
(f) O processamento do pedido de recuperação judicial deve ser averbado na Junta
Comercial;
(g) Devem ser intimados o Ministério Público e as Fazendas Públicas;
(h) Será publicado edital, demonstrando o resumo do pedido, bem como a relação de
credores, as espécies e valores dos créditos;
(i) Os credores têm 30 dias a contar da publicação do edital para apresentar objeções ao
plano de recuperação judicial;
(j) Deferido o processamento da recuperação judicial, o devedor não mais poderá desistir do
pedido, salvo se houver concordância da Assembleia Geral de Credores.
(k) Deferido o processamento, o devedor deverá apresentar o PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL, no prazo improrrogável de 60 dias a contar do momento do deferimento, sob
pena de decretação de falência (convolação em falência)
(l) O plano deverá demonstrar sia viabilidade econômica e sua sustentabilidade;
(m) Apresentando o plano, os créditos trabalhistas e decorrente de acidente de trabalho devem
ser pagos em até 1 ano da data do pedido de recuperação judicial.
(n) O devedor deverá prever no plano que para cada empregado será pago até 30 dias após o
deferimento e homologação do plano de recuperação judicial, o limite de 5 salários
mínimos por trabalhador, nos créditos estritamente salariais, decorrentes dos três últimos
meses anteriores ao pedido de recuperação.
● Meios de recuperação judicial 
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre
outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;
II – cisão, incorporação,

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