Buscar

UCA001_Filosofia_do_Conhecimento_Tema2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A origem da filosofia
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Estudaremos nesta aula a origem da filosofia em seu contexto histórico, desde o surgimento 
dos primeiros filósofos. Vamos compreender como foi a passagem de um conhecimento funda-
mentado pelo viés mítico para um conhecimento com fundamento racional, guiado pela razão, 
pela investigação da natureza, a physis, a realidade que nos cerca.
A filosofia possui sua origem nos povos gregos, que teriam sido os primeiros mercadores, comer-
ciantes, negociadores, retóricos, matemáticos e filósofos. Acredita-se que na colônia grega surgiram os 
questionamentos que iriam emergir e constituir todo o pensamento base do conhecimento humano.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer os primórdios da filosofia a partir do seu surgimento;
 • entender a mudança de pensamento com a passagem do Mito para a razão.
1 Origem da filosofia 
Historicamente, a filosofia teria nascido entre o final do século VII a.C e o início do século VI 
a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor (Jônia, na cidade de Mileto). Filosoficamente, ela nasce já 
com um conteúdo determinado, a cosmologia. Os primeiros estudos filosóficos giram em torno do 
cosmos (kósmos), a ordem e organização do mundo; fundamentados pela logia (lógos), o pensa-
mento racional, fazendo da filosofia um conhecimento racional da ordem do mundo (CHAUI, 2005).
Muitos defendem que a filosofia teria sua origem por influência do pensamento oriental. Prin-
cipalmente por conta da viagens de povos comerciantes, que tinham contato com a cultura do 
oriente, transportando tais conhecimentos para o ocidente, em especial, a Grécia. Exemplo disso 
seria o conhecimento da agrimensura, adquirido no Egito, e que posteriormente originaria entre os 
gregos as ciências da aritmética e da geometria.
Também muito se diz que a filosofia foi um “milagre grego”. Que nada teria sido criado antes, 
sendo o povo grego algo excepcional, elevado, sem similares.
Nem por um lado e nem por outro, a origem da filosofia viria das mudanças que os gregos 
impuseram aos conhecimentos da época, a partir do contato com a cultura oriental.
Figura 1 – Grécia Antiga
Fonte: ivan bastien/Shutterstock.com
FIQUE ATENTO!
Há interpretações que confirmam o surgimento da filosofia com base totalmente 
na cultura oriental, justificativa que passa por questões religiosas, por exemplo. Há 
outras que acreditam mesmo no “milagre grego”.
2 Primeiros filósofos
Os primeiros pensadores desenvolveram certos conhecimentos acerca do mundo e das coi-
sas. Didaticamente, é necessário segmentar o pensamento da antiguidade clássica, grega, em 
períodos, para melhor entender o desenvolvimento do conhecimento ocidental, que influencia todo 
o campo do saber até os dias atuais. 
Nesse sentido, costuma-se dividir o pensamento grego em quatro momentos (CHAUI, 2005):
 • Grécia homérica: narração da história grega pelo poeta Homero, representado nas 
obras “Ilíada” e “Odisseia”.
 • Grécia arcaica (sete sábios): do século VII ao século V a.C., com a criação das cidades 
gregas, advento do comércio e vida urbana (Atenas, Esparta, Samos entre outras).
 • Grécia clássica: entre V e IV a.C. até início do século III a.C., com o surgimento da 
democracia, da vida intelectual e artística, expansão comercial e apogeu militar.
 • Grécia helênica: meados do século III a.C., império de Alexandre da Macedônia, até a 
tomada da Grécia pelo povo romano.
A historicidade grega não corresponde, diretamente, à divisão do pensamento filosófico, mas 
o influencia, constituindo também quatro momentos (CHAUI, 2005; ARANHA; MARTINS, 2003):
 • Período pré-socrático (cosmológico): entre os séculos VII e V a.C. Investiga-se a ori-
gem do mundo e as causas das transformações da natureza. Abrange os filósofos das 
colônias gregas Jônia e Magna Grécia.
 • Período socrático (antropológico): séculos V e IV a.C. Investiga-se as questões huma-
nas, a ética, a política e as técnicas, compreendendo qual o lugar do homem no mundo. 
O centro cultural da Grécia passa a ser Atenas. Os representantes do pensamento grego 
são Sócrates, Platão e Aristóteles, que iriam influenciar todo o pensamento posterior.
 • Período sistemático: séculos IV e III a.C. Busca-se reunir e sistematizar todo o pensa-
mento anterior, desenvolvendo-se a teoria do conhecimento, a psicologia e a lógica. 
Constitui também os primeiros germes da metafísica, que busca o conhecimento 
último de todas as coisas.
 • Período helenístico (greco-romano): séculos III a.C. a VI d.C. A filosofia se preocupa 
com questões de ética, conhecimento humano, relações entre homem, natureza e 
Deus. Período de apogeu do império romano e influência do cristianismo.
Entre esses momentos históricos, teria a filosofia surgido e se consolidado como o pensa-
mento humano, com toda a investigação do mundo e da natureza. Porém, o pensamento dos 
primeiros filósofos já mostra um amadurecimento do conhecimento, passando de investigações 
voltadas para a origem do mundo e sua ordem, baseadas muitas vezes em mitos, para um conhe-
cimento melhor fundamentado, com bases racionais.
FIQUE ATENTO!
As divisões históricas tomam por base períodos predefinidos de forma didática, 
sem uma precisão que marque ao certo a data exata de início e término de uma 
época, mas servem para orientar e organizar as informações.
3 Passagem do mito para a razão
Como vimos na seção anterior, a filosofia, em um primeiro momento, teria sua origem nas 
epopeias narradas por Homero, nas obras “Ilíada” e “Odisseia”, uma narração de cunho mítico, 
que conta a história da Guerra de Troia e a volta para cada de seu grande herói, Ulisses. Nestas 
obras, temos a história sendo narrada com acontecimentos que mostram os primeiros passos 
de um pensamento emergente.
Figura 2 – Homero
Fonte: Kozlik/Shutterstock.com
O pensamento filosófico tem sua base na mitologia, tomando o mito como uma explicação 
para o surgimento do mundo e para a manutenção do mesmo, como uma justificativa para a 
vida terrena. E o que é o Mito? Do grego mythos, o mito é um discurso proferido por ouvintes que 
receberam uma informação por aquele que narrou um acontecimento; e ao confiar nesta fonte, 
transmitem a informação para outros. Ou seja, o mito é uma narrativa sobre a origem de astros, 
da Terra, do vento, do mar, do bem e do mal, da vida e da morte. Uma narração que, por vezes, é 
fictícia, contando também grandes epopeias.
Por falta de uma explicação contundente, o mito, ou a mitologia, por muito tempo foi um saber 
que justificava os acontecimentos. Justificava-se a origem das coisas por meio de lutas entre deu-
ses, alianças ou relações sexuais entre forças sobrenaturais que governavam o mundo, mostrando 
ao homem que havia algo que estava acima de sua compreensão, mas que garantia sua vida terrena.
Figura 3 – Zeus
Fonte: Dearz/Shutterstock.com
O mito, sendo uma ficção, não se sustentou por muito tempo. Com as primeiras investigações 
da natureza, na procura por um saber que explicasse o surgimento das coisas, na intenção de com-
preender a passagem do caos ao cosmos, na busca pela arché (princípio, elemento primordial que 
constitui tudo), os primeiros filósofos promoveram o conhecimento da natureza, da physis, aquilo 
que emerge, que surge, que brota, rompendo com o mito, fundamentando o conhecimento na razão.
EXEMPLO
Para justificar um trovão, pela explicação mítica, bastava dizer que o deus do Olim-
po, Zeus, estava bravo com os homens, mortais.
Os primeiros filósofos irão em busca da arché, a unidade que poderia explicar a multiplicidade 
de coisas existentes no mundo. Para cada filósofo do período pré-socrático existiria uma arché. 
Para Tales de Mileto seria a água; para Anaxímenes era o ar; Demócrito acreditava que era o átomo; 
para Empédocles, os quatro elementos: água, ar, terra e fogo.A partir do rompimento com o pensamento mítico, a filosofia começa a se desenvolver com 
base na razão, por meio da busca de um saber que investigue a natureza e descubra, a partir dela, 
a origem de tudo e o desenvolvimento de todo saber. 
EXEMPLO
A arché, como elemento primordial significa que todas as coisas que existem pos-
suem um elemento comum. Se tudo que existe possui umidade, significa que o 
elemento comum é a água (Tales de Mileto, o primeiro filósofo, defendia essa tese).
SAIBA MAIS!
Para conhecer melhor a mitologia grega, leia “O livro de ouro da filosofia”, de Tho-
mas Bulfich. Disponível em: <http://filosofianreapucarana.pbworks.com/f/O+LI-
VRO+DE+OURO+DA+MITOLOGIA.pdf>.
4 O conhecimento da physis
A mudança do conhecimento mitológico para o conhecimento da physis é um movimento que 
passa do tipo de escrita, poética, para uma escrita lógico-conceitual, em prosa. No tipo de investiga-
ção, vai da aceitação de narrativas fictícias a formulações lógicas por meio de argumentos bem fun-
damentados, a partir da investigação da natureza, na procura de provas para qualquer conhecimento. 
Os filósofos deixam de justificar a ordem do mundo advinda do sobrenatural, uma ordem 
divina calcada em deuses, e iniciam a busca por explicações de ordem racional. Iniciam a procura 
por elementos que seriam essenciais para a composição de tudo o que existe, tudo que é mutável 
e imutável, e que constituiu o que conhecemos como realidade.
Portanto, o saber baseado na physis torna-se a investigação concreta da natureza, permi-
tindo a evolução do conhecimento filosófico, deixando para trás um saber incipiente, buscando na 
razão o conhecimento do mundo. 
FIQUE ATENTO!
A concepção de physis é o que, posteriormente, irá se entender como física ou filoso-
fia da natureza. Na Grécia, este conceito é tomado como aquilo que é natureza, que 
brota, emergindo sem uma origem prévia, sem uma explicação pela causa (como 
um aparecer do nada).
Figura 4 – O sobrenatural
Fonte: Vuk Kostic/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
Conheça mais sobre a filosofia e seus mitos lendo o artigo: “O surgimento da filosofia 
e a evolução dos mitos: a importância da Escola Jônica para a construção da 
racionalidade”. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_
Humanas/Filosofia/71062-AGATHACRISTINEDEPINE.pdf>.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer a origem da filosofia;
 • entender a passagem do mito para a razão;
 • adquirir conhecimento sobre a mitologia.
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 
3. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia: história de deuses e heróis. 26. ed. Rio de 
Janeiro: Ediouro, 2002. Disponível em: <http://filosofianreapucarana.pbworks.com/f/O+LIVRO+-
DE+OURO+DA+MITOLOGIA.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2017.
CHAUI, Marilena de Souza. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.
DEPINÉ, Ágatha Cristine; GOMES, Ariel Koch; SOARES, Josemar Sidinei. O surgimento da filosofia 
e a evolução dos mitos: a importância da Escola Jônica para a construção da racionalidade. In: 
SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, X., Porto Alegre: PUCRS, 2009. Disponível em: < http://www.
pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Humanas/Filosofia/71062-AGATHACRISTINEDEPINE.pdf>. 
Acesso em: 11 jan. 2017.

Continue navegando