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RESUMO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL, EXERCICIO REGULAR DE DIREITO, ESTADO DE NECESSIDADE

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DIREITO PENAL II
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
EXERCICIO REGULAR DE DIREITO 
ESTADO DE NECESSIDADE
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
Não há crime quando o agente pratica o fato no ‘’ estrito cumprimento do dever legal ‘’ (CP, art. 23, III, 1° parte). Trata-se mais uma causa excludente de ilicitude. Quem cumpre um dever legal dentro do limites impostos pela lei obviamente não pode estar praticando ao mesmo tempo um ilícito penal, a não ser que aja fora daqueles limites. ‘’ Não se compreende, diz Bettiol, que a ordem jurídica impusesse a alguém o dever de agir e, em seguida, o chamasse a responder pela ação praticada’’.
CONCEITO
‘’ Causa de exclusão da ilicitude que consiste na realização de um fato típico, por força do desempenho de uma obrigação imposta por lei.’’ (MARQUES, José Frederico.)
DEVER LEGAL
Compreende toda e qualquer obrigação direta ou indiretamente derivada de lei. Pode, portanto, constar de decreto, regulamento ou qualquer ato administrativo infralegal, desde que originários de lei. O mesmo se diga em relação a decisões judiciais, que nada mais são do que determinações emanadas do poder judiciário em cumprimento da orem legal. No caso, porém, de resolução administrativa de caráter especifico dirigida ao agente sem o conteúdo genérico que caracteriza os atos normativos, como por exemplo, na hipótese de ordens de serviços específicas endereçadas ao subordinado, não há que se falar em estrito cumprimento de dever legal, mas em obediência hierárquica (a ser estudada dentro de culpabilidade).
ALCANCE DA EXCLUDENTE 
Dirige-se aos funcionários ou agentes públicos, que agem por ordem da lei. Não fica excluído, contudo, o particular que exerce função pública (jurado, perito, mesário da justiça Eleitoral etc.).
COAUTORES E PERTICIPES
Reconhecendo-se a excludente em relação a um autor, o coautor ou o participe do fato, em regra, também não podem ser responsabilizados. O fato não pode, em regra, também não podem ser responsabilizados. O fato não pode ser objetivamente licito para uns e ilícito para outros. Ressalva-se, no entanto, o caso de coautor ou participe que desconhece a situação justificadora, atuando com o propósito e produzir um dano. Ante a falta de conhecimento da situação justificante, responderá isoladamente pelo crime.
CRIME CULPOSO
Crime culposo não admite estrito cumprimento do dever legal. A lei não obriga á imprudência, negligência ou imperícia. Entretanto, poder-se-á falar em estado de necessidade na hipótese de motorista de uma ambulância, ou de um carro de bombeiros, que dirige velozmente e causa lesão a bem jurídico alheio para apagar um incêndio ou conduzir um paciente em risco de vida para o hospital.
CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO JUSTIFICANTE
Essa excludente, como as demais, também exige o elemento subjetivo, ou seja, o sujeito deve ter conhecimento de que está praticando um fato em face de um dever imposto pela lei, do contrário, estaremos diante de um ilícito.
BASE DOUTRINÁRIA DE DOUTRINADORES
No entendimento de Juarez Cirino dos Santos, “o estrito do cumprimento do dever legal compreende os deveres de intervenção do funcionário público na esfera privada para assegurar o cumprimento da lei ou de ordens superiores da administração pública, que podem determinar a realização justificada de tipos legais, como coação, privação de liberdade, violação de domicílio, lesão corporal etc”.
Já Fredie Didier, em seu livro Curso de direito processual civil conceitua o princípio do devido processo legal como é uma ‘’ é uma cláusula geral, pois dele podem ser extraídos os demais princípios processuais’’, ele entende que o processo é devido se for efetivo, adequado e tempestivo.
JURISPRUNDÊNCIAS QUE DIZ RESPEITO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL
DEVIDO PROCESSO LEGAL PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NULIDADE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Se, de um lado, é possível haver situação concreta em que transgredido o devido processo legal a ponto de enquadrar o recurso extraordinário no permissivo que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de forma contrária a interesses. RECURSO EXTRAORDINÁRIO MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
(STF - ARE: 849263 MG, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 10/02/2015, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-041 DIVULG 03-03-2015 PUBLIC 04-03-2015).
DEVIDO PROCESSO LEGAL PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NULIDADE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Se, de um lado, é possível haver situação concreta em que transgredido o devido processo legal a ponto de enquadrar o recurso extraordinário no permissivo que lhe é próprio, de outro, descabe confundir a ausência de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional com a entrega de forma contrária a interesses. RECURSO EXTRAORDINÁRIO MATÉRIA FÁTICA E LEGAL. O recurso extraordinário não é meio próprio ao revolvimento da prova, também não servindo à interpretação de normas estritamente legais.
(STF - ARE: 836858 MT, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 25/11/2014, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-245 DIVULG 12-12-2014 PUBLIC 15-12-2014).
EXERCICIO REGULAR DE DIREITO
Art. 23, III do Código Penal determina que não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito.
CONCEITO
Causa de exclusão da ilicitude que consiste no exercício de uma prerrogativa conferida pelo ordenamento jurídico, caracterizada como fato típico. (CAPEZ, Fernando, 2010, p,317)
ALCANCE
Qualquer pessoa pode exercitar um direito subjetivo ou uma faculdade previstos em lei (penal ou extrapenal). A Constituição Federal reza que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (CF, art. 5º, II). Disso resulta que se exclui a ilicitude nas hipóteses em que o sujeito está autorizado a esse comportamento. Exemplo: prisão em flagrante por particular. O próprio Código Penal prevê casos específicos de exercício regular de direito, como a imunidade judiciária (CP, art. 142, I) e a coação para evitar suicídio ou para a prática de intervenção cirúrgica (art. 146, § 3º) 271.
SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “DIREITO”
é empregada em sentido amplo, abrangendo todas as formas de direito subjetivo, penal ou extrapenal, por exemplo, o jus corrigendi do pai de família que deriva do poder familiar (novo CC, art. 1.634, I). São também fontes de direito subjetivo os regulamentos e as provisões internas de associações autorizadas legalmente a funcionar, cujo exercício regular torna lícito o fato típico, por exemplo, as lesões praticadas nas competições esportivas.
CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO JUSTIFICANTE 
O exercício regular do direito praticado com espírito de mera emulação faz desaparecer a excludente. É necessário o conhecimento de toda a situação fática autorizadora da excludente. É esse elemento subjetivo que diferencia, por exemplo, o ato de correção executado pelo pai das vias de fato, da injúria real ou até de lesões, quando o genitor não pensa em corrigir, mas em ofender ou causar lesão.
BASE DOUTRINÁRIA DE DOUTRINADORES
Luiz Regis Prado menciona que o exercício regular de direito deve ser de modo “regular e não abusivo, podendo ele ser de norma penal ou extrapenal”. (PRADO, Luiz Regis)
Segundo, Cezar Roberto Bitencourt, o exercício de um direito, desde que regular, não pode ser, ao mesmo tempo, proibido pela ordem jurídica. Regular será o exercício que se contiver nos limites objetivos e subjetivos, formais e materiais impostos pelos próprios fins do Direito. Fora desses limites, haverá o abuso de direito e estará, portanto, excluída essa causa de justificação. O exercício regular de um direito jamais poderá ser antijurídico. Deve-se ter presente, no entanto, que a ninguém é permitido fazer justiça pelas próprias mãos, salvo quando a lei o permite (art.345 do CP). [...] o exercício deve ser regular, isto é, deve obedecer a todos os requisitos objetivos exigidospela ordem jurídica. (Cezar Roberto Bitencourt, Pag.381. Tratado de Direito Penal parte geral 1).

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