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LIVRO 02 - Dicas OABencoadas - SEMANA 02

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S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A 
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O 
 
LIVRO 02 
 
 
 
 
 
 
 
@ O ABAIVO UEU 
 
 
 
 
 
1 PENAL 
18 CIVIL 
24 PROCESSO CIVIL 
28 PROCESSO PENAL 
37 ECA 
Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do 
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, 
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS 
OABENÇOADAS para que você consiga obter o 
máximo de resultado durante a sua preparação. 
 
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, 
aprender de forma prática e direta os conceitos e 
institutos dos temas que mais caem na prova da 
OAB! 
 
Agora você pode estudar os temas diários propostos 
no cronograma diretamente das DICAS 
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o 
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da 
aprovação! 
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AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV 
DICAS OABENÇOADAS 
 
 
 
 
 
 
 
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
O QUE DEVO SABER: 
1. Conceito 
O Direito Penal é um ramo do direito 
público, composto por um conjunto de 
normas, as quais são impostas a todas as 
pessoas e punidas, exclusivamente, pelo 
Estado. 
 
 
2. PRINCÍPIOS 
O conjunto de normas que norteiam a 
atuação do legislador (na criação do direito 
penal), como do operador do direito (na 
aplicação prática). Os princípios do Direito 
Penal são as garantias que limitam o poder 
de punir do Estado, alguns expressamente e 
outros implicitamente, no texto 
constitucional. 
Vejamos, alguns dos principais princípios: 
Princípio da Reserva Legal: Encontramos este 
princípio expressamente no art. 1º do CP, assim 
como no art. 5º, XXXIX da CF, pois se trata de um 
direito fundamental. 
Art. 1º do CP- Não há crime sem lei anterior que 
o defina. Não há pena sem prévia 
Trata-se da taxatividade, certeza ou 
determinação. É necessário que exista uma lei 
incriminando a conduta do agente, para que 
este seja punido. 
Pergunta: Poderá uma Medida Provisória tratar 
de matéria penal? Criar um Tipo Penal? 
Art. 62 da CF- Em caso de relevância e urgência, 
o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo 
submetê-las de imediato ao Congresso 
Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: 
I - Relativa a: 
b) direito penal, processual penal e processual 
civil; 
Nota-se, que expressamente a CF proíbe a 
possibilidade de a MP versar sobre Direito Penal. 
Todavia, doutrinariamente tem-se limitado este 
entendimento e, afirmado a possibilidade de as 
Medidas Provisórias versarem sobre direito 
penal, desde que estas seja, benéficas para o 
réu, não podendo estabelecer crimes e nem 
penas. 
Fique esperto, pois na prova poderá cair uma 
questão onde uma Medida provisória cria um 
tipo penal, e caso isso acontecerá haverá uma 
violação ao princípio da reserva legal, pois ainda 
que a MP seja posteriormente convertida em lei, 
ela não poderá versar sobre direito penal 
incriminador. 
Além disso, segundo o princípio da legalidade, 
não se admite a analogia in malam partem, ou 
seja, analogia para incriminar. 
Princípio da anterioridade: É um 
desdobramento da reserva legal, também 
sendo encontrado no art.1º do CP e art. 5º, 
XXXIX da CF. 
DICA DO DIA 08 
DIREITO PENAL 
2 
 
 
 
 
 
Art. 5º, XXXIX da CF- não há crime sem lei 
anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal; 
A lei penal não pode retroagir, para atingir 
fatos anteriores a sua entrada em vigor, 
salvo para beneficiar o réu. 
Obs.: Cuidado, a vedação de retroagir para 
prejudicar o réu, faz parte do direito PENAL 
e não do direito PROCESSUAL PENAL, pois 
este tem aplicabilidade imediata. 
Obs. Lei excepcional ou temporária. Art. 
3º do CP- A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que 
a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência 
Princípio da Alteridade: Segundo Claus 
Roxin, a conduta do agente deve ultrapassar 
a quem a pratica, não sendo considerado 
crime se a conduta só atingiu quem a 
praticou. 
Princípio da ofensividade/lesividade: Não 
há crime sem ofensa aos bens jurídicos 
tutelados, pelo direito penal, expondo-os a 
uma efetiva lesão ou a um perigo concreto 
de lesão. O perigo para ter relevância no 
direito penal se divide em dois: 
1- Perigo concreto: Quando a 
potencialidade da lesão o bem jurídico 
tutelado deve ser comprovado no caso 
concreto; 
2- Perigo abstrato: Quando há presunção 
absoluta de lesão ao bem jurídico tutelado, 
não necessitando de comprovação desta. 
 
 
Princípio da exclusiva proteção dos bens 
jurídicos: Não são os bens jurídicos que são 
tutelados pelo direito penal, mas apenas 
aqueles mais importantes para a vida em 
sociedade. 
Princípio da intervenção mínima: Está 
relacionado à proteção dos bens jurídicos, 
pois o direito penal somente deverá intervir 
quando for realmente necessário. 
Doutrinariamente, este princípio se 
subdivide em dois: 
Fragmentariedade: Somente os bens 
jurídicos mais relevantes devem ser 
tutelados pelo Estado. 
Subsidiariedade: O direito penal deverá ser 
a ultima ratio, o último ramo do direito a ser 
utilizado. A intervenção penal só deverá 
ocorrer depois que todos os outros ramos 
foram insuficientes para 
solucionar/proteger o bem jurídico em 
questão. 
Princípio da responsabilidade pessoal do 
agente: A responsabilidade penal é pessoal, 
cada agente responde efetivamente pela 
conduta que praticou, assim como a pena 
não poderá passar da pessoa do condenado 
(Princípio da intranscendência da pena) 
Princípio da culpabilidade: A culpabilidade 
é um dos pressupostos da pena. O autor 
para ser punido deverá ter agido com dolo 
ou culpa, sendo vedada a responsabilidade 
penal objetiva, ou seja, a aquela que é 
punida, independentemente, de culpa, 
pois se fundamenta na mera ocorrência 
do resultado. 
Princípio da Bagatela ou da insignificância: 
Conforme este princípio, o direito penal não 
deverá se preocupar com condutas que são 
irrelevantes e possuem um pequeno ou 
nenhum grau de reprovação, como por 
exemplo, um beliscão. Este princípio está 
3 
 
 
 
 
 
relacionado com a tipicidade penal, a qual 
se divide em formal e material: 
a) Tipicidade formal - é a 
correspondência exata entre o fato e 
os elementos constantes de um tipo 
penal. É a correspondência da conduta 
praticada e o texto incriminador. 
b) Tipicidade material – Essa é a que 
interessa para o princípio da 
insignificância. Não basta que a 
conduta praticada tenha apenas 
correspondência nos elementos de um 
tipo penal. Faz-se necessário que a 
conduta seja capaz de lesar ou expor 
terceiros a risco, provocar lesões 
significantes ao bem jurídico tutelado. 
De acordo com o entendimento do STF, 
constituem vetores para aplicação do 
princípio da significância: M A R I 
1- Mínima ofensividade da conduta; 
2- Nenhuma (Ausência) de 
periculosidade social; 
3- Reduzido grau de reprovabilidade 
da conduta; 
4- Inexpressividade da lesão 
provocada; 
Sendo assim, mediante verificação no caso 
concreto, o princípio da insignificância 
acarreta a exclusão da tipicidade MATERIAL 
do fato. 
Princípio da adequação social: Condutas 
que são adequadamente aceitas pela 
sociedade não deverão ser consideradas 
crimes, como por exemplo, venda de 
DVD pirata. 
#olhaolinkmental 
Vale Mencionar o art. 7º do Estatuto da OAB: 
Art. 7º (...) § 2º O advogado 
tem imunidade profissional, não constituindo 
injúria, difamação ou desacato puníveis 
qualquer manifestação de sua parte, no 
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, 
sem prejuízo das sanções disciplinares perante a 
OAB, pelosexcessos que cometer. (obs: a 
expressão “desacato” foi considerada 
inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI 
1.127-8. Entendeu-se que 
a imunidade profissional do advogado não 
compreende o desacato, pois conflita com a 
autoridade do magistrado na condução da 
atividade jurisdicional). 
art. 142, inciso I, do Código Penal também trata 
da cláusula de imunidade profissional dos 
advogados ao dispor que não constituem injúria 
ou difamação puníveis a ofensa irrogada em 
juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador. Percebam que o mencionado 
artigo trata apenas da imunidade profissional 
com relação ao delito de INJÚRIA OU 
DIFAMAÇAO, em nada dispõe sobre o delito de 
calúnia. Conclui-se, que o advogado não possui 
imunidade profissional com relação ao delito de 
CALÚNIA. 
Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente 
de tipicidade. 
2. LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
O QUE DEVO SABER: 
2.1. Lei penal no tempo 
Faz-se necessário identificar qual o momento 
que o crime foi praticado, o artigo 4º do CP traz 
exatamente a teoria aplicada ao sistema 
brasileiro, a da atividade. 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado 
Logo, caso o agente tenha praticado o crime 
antes de completar 18 anos de idade, não 
importa se ele era penalmente responsável no 
4 
 
 
 
 
 
momento do resultado, pois ao tempo da sua 
conduta, ele era penalmente inimputável. 
Dito isto, verifica-se que a teria adotada pelo 
nosso Código Penal, para o momento em que o 
crime foi praticado, como regra, é o da 
ATIVIDADE. Todavia, existe mais duas outras 
teorias: a do resultado, que tem como 
fundamento o momento em que se produz o 
resultado da conduta e a mista ou da 
ubiquidade, a qual leva em consideração tanto 
o momento da conduta, como o do resultado. 
Por sua vez, com relação ao lugar do crime, o 
art. 6º do CP adota a teoria da ubiquidade: 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no 
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu 
ou deveria produzir-se o resultado 
O artigo mencionado traz expressamente a 
teoria da Ubiquidade, podendo ser 
considerado o lugar da ação ou omissão, assim 
como o local que se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
O art. 6º do CP aplica-se apenas aos crimes à 
distância. Por exemplo, imagine que Gil atirou 
em Juliete no Brasil, mas o resultado consumou- 
se no EUA. Tanto o EUA como o Brasil serão 
competentes para o processo e julgamento do 
delito, podendo João ser processado e 
condenado tanto no Brasil quanto no Paraguai, 
podendo cumprir pena nos dois países. 
CRIMES À DISTÂNCIA- Conduta e resultado 
ocorrem em países diversos, Conflito 
internacional de jurisdição (Soberania) dos 
países envolvidos. Teoria da UBIQUIDADE 
CRIMES PLURILOCAIS- Conduta e resultado 
ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do 
mesmo país, Conflito interno de competência. É 
aplicada a Teoria do Resultado (art. 70 do CPP), 
como regra geral. TEORIA DO RESULTADO. 
 
 
no caso de tentativa, pelo lugar em que for 
praticado o último ato de execução” 
Exceção – Lei 9.099/95 adota Teoria da 
Atividade (art. 63). Lei 9.099 – JECRIM 
“Art. 63. A competência do Juizado será 
determinada pelo lugar em que foi praticada a 
infração penal.” 
Obs.: Tratando-se de crime doloso contra a vida 
plurilocais (ação e resultado em local distintos), 
a jurisprudência adota a Teoria da Atividade, 
para fins probatórios (restituição, colheita de 
prova testemunhal) e, também, pela própria 
essência do Tribunal do Júri (devido ao fato da 
sociedade se envolver emocionalmente com o 
delito). 
LEMBRAR: LUTA 
LU- LUGAR É UBIQUIDADE 
TA- TEMPO É ATIVIDADE 
Obs. NÃO SE ESQUEÇA DO CRIME 
PERMANENTE, POIS CASO O AGENTE VENHA A 
COMPLETAR 18 ANOS DURANTE A PRÁTICA DA 
INFRAÇÃO PERMANENTE, ELE RESPONDERÁ 
PELO CRIME PRATICADO, POIS SERÁ 
CONSIDERADO IMPUTÁVEL. 
Súmula 711- A lei penal mais grave aplica-se ao 
crime continuado ou ao crime permanente, se 
a sua vigência é anterior à cessação da 
continuidade ou da permanência. 
Obs. O art. 3º do CP traz uma exceção à regra, 
pois permite a aplicação da ULTRATIVIDADE da 
lei, para prejudicar o réu, nos casos de lei 
excepcional (aquela que é editada em situações 
de emergência) ou de lei temporária (aquela 
que já prevê em seu texto, o seu tempo de 
DURAÇÃO. 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência 
2.2. Lei penal no espaço 
“A competência será, de regra, determinada 
pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, 
5 
 
 
INCONDICIONADA, 
 
 
 
O código penal adotou o princípio da 
territorialidade, em relação a lei penal no 
espaço. Todavia, admite a aplicação de 
convenções, tratados e regras de direito 
internacional, excepcionalmente, configurando 
a territorialidade mitigada. 
E o que seria esse território para efeito de 
territorialidade? Conforme o artigo 5º, §1º do 
CP, o território nacional não engloba apenas o 
espaço terrestre 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem 
prejuízo de convenções, tratados e regras 
de direito internacional, ao crime 
cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, 
bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, 
no espaço aéreo correspondente ou em 
alto-mar. 
O artigo mencionado quer dizer que 
INDEPENDENTE de onde estiver as embarcações 
ou aeronaves brasileiras, estas serão aplicadas a 
lei nacional, DESDE QUE SEJAM PÚBLICAS ou 
estejam a serviço do governo. Entretanto, as 
embarcações e aeronaves brasileiras privadas 
terão a aplicação da lei brasileira se acharem, 
respectivamente no espaço aéreo 
correspondente (que não tenha “dono”, que 
não seja de um país específico) ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei 
brasileira aos crimes praticados a 
bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de 
propriedade privada, achando-se 
aquelas em pouso no território 
nacional ou em voo no espaço 
aéreo correspondente, e estas em 
porto ou mar territorial do Brasil. 
Extraterritorialidade 
O artigo 7º do CP dispõe sobre a aplicação da lei 
brasileira a crimes cometidos em território 
estrangeiro. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: 
I - Os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do 
Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da 
União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, 
sociedade de economia mista, autarquia ou 
fundação instituída pelo Poder Público; 
a) contra a administração pública, por 
quem está a seu serviço 
b) d) de genocídio, quando o agente 
for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil; 
c) Os incisos acima mencionados 
trata-se do princípio da 
 
pois para que o 
agente seja julgado não é 
necessária qualquer condição. 
d) Importante ressalvar o disposto no 
§1º, do art. 7º do CP, que consagra 
a soberania. 
e) § 1º - Nos casos do inciso I, o 
agente é punido segundo a lei 
brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
f) Já no inciso II do art. 7º temos o 
princípio da extraterritorialidade 
CONDICIONADA, pois para o agente 
ser julgado faz-se necessário 
algumas condições. 
Princípios norteadores da extraterritorialidade: 
extraterritorialidade 
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a) Princípio da defesa ou real- Aplica-se a 
lei nacional ao crime cometido fora do 
território nacional, visando a tutela de 
bem jurídico nacional. 
b) Princípio da justiçauniversal- Aplica- 
se a lei nacional ao crime cometido em 
qualquer localidade 
independentemente da nacionalidade 
do agente. 
c) Princípio da Nacionalidade Ativa- 
Aplica-se a lei nacional ao crime 
cometido por nacional fora de seu país. 
d) Princípio da Nacionalidade Passiva- 
Está relacionado a aplicação da lei 
nacional do agente passivo. 
e) Princípio da Bandeira ou pavilhão- 
Aplica-se a lei nacional aos crimes 
praticados em aeronaves ou 
embarcações, mercantes ou de 
propriedade PRIVADA, quando não 
forem julgados no estrangeiro. Obs.: 
Os destroços dos navios ou aeronaves 
são considerados extensão do 
território nos quais são matriculados. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora 
cometidos no estrangeiro: 
II - Os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil 
se obrigou a reprimir (Princípio da Justiça 
universal) 
b) praticados por brasileiro (Princípio da 
nacionalidade ATIVA, o autor do delito é 
brasileiro) 
c) praticados em aeronaves ou 
embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território 
estrangeiro e aí não sejam julgados (Princípio 
da bandeira, do pavilhão ) 
§§ 2º e 3º que trazem as condições para que a 
lei brasileira seja aplicada. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei 
brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: a) entrar o agente no território 
nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi 
praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos 
quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais 
favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime 
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora 
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no 
parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Obs.: Quando um brasileiro comete um crime no 
estrangeiro, como regra, ele será processado e 
julgado no Brasil pela JUSTIÇA ESTADUAL. 
Qual território competente? Capital do Estado 
em que ele MORA ou MOROU. Se ele não mora 
ou nunca morou, será a Capital da REPÚBLICA, 
art. 88 do CPP- No processo por crimes 
praticados fora do território brasileiro, será 
competente o juízo da Capital do Estado onde 
houver por último residido o acusado. Se este 
nunca tiver residido no Brasil, será competente 
o juízo da Capital da República. 
2.3. Lei penal em relação as pessoas 
Imunidade diplomática- É uma prerrogativa 
direcionada ao Estado e não ao indivíduo. A sua 
finalidade é garantir o fiel cumprimento das 
funções diplomáticas. 
Encontra-se regulada na Convenção de Viena de 
1961, promulgada no Brasil por meio do decreto 
nº 56.435/65, onde nos termos do seu artigo 29 
7 
 
 
 
 
 
“A pessoa do agente diplomático é inviolável. 
Não poderá ser objeto de nenhuma forma de 
detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá- 
lo-á com o devido respeito e adotará todas as 
medidas adequadas para impedir qualquer 
ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade” 
Além disso, nos termos do artigo 30 seguintes: 
“A residência particular do agente diplomático 
goza da mesma inviolabilidade e proteção que 
os locais da missão” 
“O agente diplomático gozará de imunidade de 
jurisdição penal do Estado acreditado.” 
“A imunidade de jurisdição de um agente 
diplomático no Estado acreditado não o isenta 
da jurisdição do Estado creditante” 
“Os membros da família de um agente 
diplomático que com ele vivam gozarão dos 
privilégios e imunidades mencionados nos 
artigos 29 e 36, desde que não sejam nacionais 
do estado acreditado” 
Obs.: As sedes diplomáticas e as residências 
dos membros das missões diplomáticas são 
invioláveis, mas não são consideradas 
território estrangeiro. 
Obs. Os cônsules possuem apenas imunidade 
ao processo (penal ou civil) pelos atos 
realizados no exercício da sua função. 
Imunidades Parlamentares- Os membros do 
poder legislativo possuem prerrogativas e não 
garantias. As prerrogativas existem para garantir 
a liberdade dos congressistas ao exercerem seu 
cargo, por isso, elas não podem ser renunciadas, 
pois não pertencem a pessoa, mas ao cargo. 
As imunidades parlamentares podem ser 
formais ou material. Nos termos do artigo 53 da 
CF: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, 
civil e penalmente, por quaisquer de suas 
opiniões, palavras e votos”. Trata-se da 
Imunidade MATERIAL, a qual garante ao 
parlamentar proteção com relação as suas 
opiniões, palavras e votos, para que tenham 
liberdade e independência no exercício das suas 
funções. 
Todavia, para o STF a imunidade material não é 
absoluta em toda e qualquer situação, mas 
apenas quando exercida dentro do Congresso 
Nacional, do contrário, faz-se necessário que a 
eventual ofensa feita pelo parlamentar tenha 
relação temática com o exercício do seu cargo. 
Ofensas feitas DENTRO do Parlamento: 
a imunidade seria absoluta. O parlamentar é 
imune mesmo que a manifestação não tenha 
relação direta com o exercício de seu mandato. 
Ofensas feitas FORA do Parlamento: 
a imunidade seria relativa. Para que 
o parlamentar seja imune, é necessário que a 
manifestação feita tenha relação com o 
exercício do seu mandato. 
Por sua vez, a imunidade formal encontra-se 
disciplina no art. 57, §1º e 2º da CF: “Os 
Deputados e Senadores, desde a expedição do 
diploma, serão submetidos a julgamento 
perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde 
a expedição do diploma, os membros do 
Congresso Nacional não poderão ser presos, 
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse 
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte 
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre 
a prisão” (imunidade formal relacionada a 
prisão) 
OBS: A aprovação pela Casa é condição 
necessária para a manutenção da prisão 
realizada, sendo feita em votação aberta. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou 
Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto 
da maioria de seus membros, poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação 
(imunidade formal relacionada ao processo) 
“São constitucionais dispositivos da 
Constituição do Estado que estendem aos 
8 
 
 
 
 
 
Deputados Estaduais as imunidades formais 
previstas no art. 53 da Constituição Federal 
para Deputados Federais e Senadores. A leitura 
da Constituição da República revela, sob os 
ângulos literal e sistemático, que os Deputados 
Estaduais também têm direito às imunidades 
formal e material e à inviolabilidade que foram 
conferidas pelo constituinte aos congressistas 
(membros do Congresso Nacional). Isso porque 
tais imunidades foram expressamente 
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 
da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 
5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, 
julgados em 8/5/2019 (Info 939)” 
Obs. Os Vereados somente gozam de 
imunidade material na circunscrição do 
Município. As Constituições Estaduais ou as 
respectivas leis orgânicas dos municípios não 
podem estabelecer imunidades formais em 
relação aos vereadores, nem ampliar a 
imunidade material, uma vez que a 
competência para legislar sobre direito civil, 
penal e processual é privativa da União. 
Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente 
de tipicidade. 
#olhaolinkmental 
Contagem de prazo- Dispõe o art. 10 do CP a 
respeito da contagem dos prazos penais: “O dia 
do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum”Lembre-se: Ainda que o prazo PENAL inicie as 
23:00h de determinado dia, este dia será o 
início do prazo e será computado. 
3. TEORIA GERAL DO CRIME 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Conceito de crime: Doutrinariamente existe 
vários conceitos sobre o que venha a ser crime. 
Vejamos alguns dos principais conceitos: 
a) Legal- Conceitua Crime como a 
infração penal, a qual a lei impõe 
pena de reclusão ou detenção. 
b) Material- Está relacionado ao 
conteúdo do ilícito penal. Conceitua 
crime como o comportamento 
humano que causa lesão ou perigo 
de lesão ao bem jurídico. 
c) Formal- Contradição ao ato descrito 
na norma penal como crime 
d) Analítico- Enfoca elementos ou 
requisitos do crime. 
Como regra, se utiliza o conceito tripartido da 
teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito 
e culpável. 
Para teoria Bipartida, crime é fato típico e 
ilícito, sendo a culpabilidade um pressuposto 
de aplicação da pena e não um elemento do 
crime. 
Principais classificações doutrinárias dos 
crimes: 
a) Crime comum: O tipo penal não 
exige nenhuma qualidade 
específica do sujeito ativo 
b) Crime Próprio: O tipo legal exige 
uma qualificação especial do 
sujeito ativo Ex: O crime de 
peculato, que exige a qualidade de 
funcionário Público, 
c) Crime de mão própria: O tipo 
penal, além de exigir qualidade 
específica para o sujeito ativo, 
somente ele pessoalmente poderá 
realizar a conduta, não admitindo 
coautoria. 
d) Crime comissivo: O tipo penal 
exige uma ação proibida. 
e) Crime omissivo próprio: O tipo 
penal descreve um não fazer para 
o agente. É uma norma penal 
mandamental 
9 
 
 
 
 
 
f) Crime omissivo impróprio 
(comissivo por omissão) :o A gente 
deixa de evitar o resultado quando 
deveria e podia agir. É necessário 
que o agente tenha o dever legal 
de impedir o resultado. 
g) Crime consumado: Quando a 
infração penal possui todos os 
elementos de sua definição legal 
h) Crime tentado: Quando iniciada a 
execução o resultado não ocorre 
por circunstâncias alheias a sua 
vontade. 
i) Crime material: Para consumar o 
delito faz-se necessário resultado 
naturalístico. 
j) Crime formal: Para consumar o 
delito o resultado naturalístico 
pode ou não acontecer. 
k) Crime de mera conduta: Para 
consumar o crime o resultado 
naturalístico não precisa 
acontecer. 
Obs.: Cuidado para não confundir os 
conceitos de crime formal e de mera 
conduta. 
CONDUTA: 
O crime é composto pelo fato típico 
+ ilicitude + Culpabiliade. 
O primeiro elemento do crime, o fato típico, não 
deve se confundir com conduta. E por quê? 
Porque tem crimes que necessariamente para se 
consumarem faz-se necessário a conduta + 
resultado naturalístico+ nexo causal 
naturalístico (crimes materiais), assim como 
tem crimes que o fato só é composto pela 
conduta, que é caso dos crimes formais e de 
mera conduta. 
FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + 
RESULTADO NATURALÍSITCO (crimes materiais) 
FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera 
conduta) 
TEORIAS DA CONDUTA 
1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a 
teoria clássica o delito constitui-se de elementos 
objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos 
são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o 
elemento subjetivo é a culpabilidade. 
A culpabilidade está relacionada ao querer 
interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa. 
Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se 
encontra ausente de elementos subjetivos. 
A culpabilidade para esta teoria é psicológica. 
2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA 
Para esta teoria, a culpabilidade para a ter 
elementos psicológicos e normativos (que 
demandam um juízo de valor), vindo esta a ser 
a culpabilidade psicológica-normativa. 
3- TEORIA FINALSITA- Wetzel 
Para esta teoria o querer interno do agente (o 
dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e 
não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa 
migram da culpabilidade para o fato típico. A 
culpabilidade passa a ser normativa pura. 
Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo 
e passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo 
e subjetivo. 
DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA 
+ RESULTADO E NEXO CAUSAL 
DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA 
ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA 
CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL. 
Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria 
crime, seus conceitos, mas quais seriam as 
funções do Direito Penal? 
Existe duas teorias, que são as que predominam 
a doutrina penal. 
1- Funcionalismo Moderado/ teleológico de 
Roxin: O autor dessa teoria procura uma 
10 
 
 
 
 
 
reconstrução para o conceito de crime com base 
em critérios políticos-criminais. Ele acredita que 
as políticas- criminais podem ser exigidas 
juridicamente para obtermos o socialmente 
correto. 
Roxin defende os princípios garantistas, a pena 
possui finalidade preventiva e a culpabilidade é 
o limite desta. 
Para ele crime é composto pelo injusto + 
responsabilidade. 
2- Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther 
Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá 
reafirmar o valor das normas violadas, assim 
como fortalecer as expectativas dos 
destinatários que essas normas possuem valor e 
serão cumpridas. 
Para Jakobs praticar um crime é violar todo o 
sistema, pois se viola a norma. A pena possui 
função da prevenção integradora, ou seja, 
reafirma a força da norma viola e reforçando a 
confiança da sociedade nesta. 
Formas de conduta: Como já mencionado, duas 
são as formas de conduta: As comissivas 
(descreve uma ação proibida) e a omissivas 
próprias (descrevem uma violação 
mandamental) 
Excludentes de Conduta: Na realidade o mais 
correto seria dizer, ausência de conduta, pois 
para se caracterizar conduta faz-se necessária 
consciência e vontade, logo, inexistência um 
desses elementos sequer a conduta irá existir e 
não excluir. Como a conduta é um dos 
elementos do fato típico, a ausência de um dos 
elementos da conduta incorre na atipicidade da 
conduta. 
a) Coação física irresistível: é você 
praticar uma conduta porque 
irresistivelmente você teve que 
utilizar a sua força física e não 
porque você teve vontade de 
realizar realmente os seus 
movimentos (um dos elementos da 
conduta) 
Ex: Um lutador de sumô pegar a 
força a mão de uma criança e fazer 
com que ela assine, mesmo contra 
a sua vontade. 
 
b) Inconsciência: é você praticar 
movimentos estando ausente da 
sua capacidade psíquica. Ex: 
Sonambulismo, hipnose, crise de 
epilepsia. 
RESULTADO: é um dos elementos do fato típico. 
Conforme a teoria naturalística, a prática da 
conduta ocasiona modificação no mundo 
exterior, sendo exatamente resultado, esta 
modificação. 
Observe, que para os crimes de mera conduta 
não irá existir modificação no mundo exterior, 
pois eles se consumam mesmo sem haver o 
resultado naturalístico. Ex: Porte ilegal de arma. 
É crime apenas o fato de você portar a arma, 
independente de você obter um resultado 
naturalístico. 
No art. 13, Caput do CP, consta que “O 
resultado, de que depende a existência do 
crime, somente é imputável a quem lhe deu 
causa”. 
Para Alguns doutrinadores, deve-se interpretar 
restritivamente este artigo, do contrário 
estaríamos excluindo os crimes de mera 
conduta, afinal este não possuem resultado. Já 
para outros doutrinadores, o artigo em questão 
está tratando do resultado NORMATIVO 
(jurídico), onde todo crime tem e não o 
resultado naturalístico, o qual nem todo crime 
possui. 
NEXO CAUSAL: Causa é a ação ou omissão, sem 
a qual o resultado não teria acontecido. 
Logo, para o nexo causal existir faz-se necessário 
uma ligação entre a conduta praticada e o 
resultado obtido. (TEORIA NATURALÍSTICA) 
11 
 
 
 
 
 
Existem várias teorias sobre a relação de 
causalidade, as quais explicam quando uma 
ação é causa ou não de um resultado. 
Destacam-se: 
1- Teoria da causalidade adequada: Para esta 
teoriacausa é a condição mais adequada, mais 
idônea para produzir o resultado. Ela afasta 
qualquer causa que acidentalmente contribua 
para o resultado. 
2- Teoria da equivalência dos antecedentes 
causais (conditio sine qua non): Esta é a teoria 
adotada pelo nosso Código Penal em seu artigo 
13, caput. Ela considera causa qualquer 
condição que contribua para a produção do 
resultado. 
Observa-se que esta teoria é muito extensa e 
pode levar o regresso ao infinito, afinal qualquer 
causa poderá ser considera uma condição para 
o resultado, como exemplo, o dono do 
supermercado que vende veneno para ratos, e 
que uma esposa o utilizou para matar o marido. 
Diante disto, é necessário impor limites a teoria 
da equivalência dos antecedentes, como a 
presença ou não do dolo ou culpa, de forma a 
afastar a responsabilidade objetiva. 
Espécies de Causa: 
1- Causa absolutamente independente: Neste 
de causa/concausa a conduta do agente não 
possui relação como resultado. Ela pode ser: 
Preexistente- A causa que produziu o resultado 
existia antes da conduta do agente. 
Ex: A desferiu 3 tiros contra B, porém B morreu 
por envenenamento, devido a um suco que 
havia ingerido antes. A conduta de A não tem 
causa com relação a morte de B, contudo, tem 
relevância para o direito penal, afinal ele tinha 
intenção de matar, logo, A irá responder por 
TENTATIVA de homicídio. 
Concomitante: A causa que produziu o 
resultado surge no mesmo momento que a 
conduta do agente. 
Ex: A esfaqueou B, que no mesmo momento foi 
baleado por C. C não sabia da existência de A. B 
faleceu devido ao disparo de C. A irá responder 
por tentativa de homicídio ou por lesão 
corporal, a depender da sua intenção, do seu 
dolo. 
Superveniente: A causa que produziu o 
resultado surgiu posteriormente a conduta do 
agente. 
Ex: A coloca veneno na comida de B, mas antes 
que o veneno venha a fazer efeito, B morre por 
um disparo efetuado por C. A irá responder por 
Tentativa de Homicídio. 
2- Causa Realtivamente independente: O 
agente constribui relativamente com a causa 
que produziu o resultado. 
Preexistente: Duas causas interligadas 
produziram o resultado. Uma preexistente a 
conduta do agente e a conduta do agente. 
Ex: A esfaqueia B (hemofílico), que vem a morrer 
devido aos ferimentos aliados ao seu estado de 
saúde. A responde por homicídio consumado. 
Obs: Alguns doutrinadores defendem que A só 
irá responder pelo homicídio consumado, caso 
soubesse do estado de saúde de B. 
Concomitante: Duas causas interligadas 
produziram o resultado, uma concomitante a 
conduta do agente. 
Ex: A atira em B, no momento que este sofre um 
ataque cardíaco e vem a falecer pela 
contribuição do disparo feito por A. A responde 
por homicídio consumado. 
Superveniente independente: Duas causas 
interligadas produziram o resultado, uma 
superveniente e a conduta do agente. Esta pode 
ser: Causa superveniente relativamente, que 
NÃO por si só produziu o resultado e Causa 
superveniente relativamente que por si só 
produziu o resultado. 
Superveniente que NÃO por si só produziu o 
resultado: Uma causa posterior a conduta do 
12 
 
 
 
 
 
agente, que NÃO produziu o resultado sozinha. 
Existe Nexo causal, ele não foi interrompido. 
Ex: A esfaqueia B. que veio a falecer no Hospital 
devido a uma broncopneumonia que pegou, 
enquanto estava internado devido as facadas. A 
responde pela morte de B. 
Superveniente Independente que por si só 
produziu o resultado: O agente praticou 
uma causa e posteriormente ocorreu outra 
causa, que por si só, produziu o resultado. 
Superveniência de causa independente 
 
Art. 13, § 1º do CP - A superveniência de 
causa relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o 
resultado; os fatos anteriores, entretanto, 
imputam-se a quem os praticou. 
Ex: A esfaqueou B, que foi para o hospital 
e morreu decorrente a um desabamento. A 
responde por tentativa de homicídio e não 
pela morte de B. 
Como que eu faço para saber se a causa 
superveniente relativamente por si só 
produziria ou não o resultado? Se o 
resultado obtido atingiu apenas a vítima, a 
causa por si só não produziria o resultado, 
é causa da broncopneumonia, que a vítima 
pegou no hospital. Só a vítima pegou essa 
doença ou o hospital todo pegou? Só a 
vítima. A causa da morte da vítima, por mais 
que tenha relação com a conduta do agente 
só atingiu a vítima e mais ninguém. Por isso, 
que o agente responde pelo crime 
consumado. 
Agora, se o resultado atingiu além da vítima, 
o agente responde apenas pelos atos que 
praticou. É o caso do desabamento. O 
desabamento atingiu só o a vítima ou o 
hospital todo? O hospital todo! Logo, é uma 
causa superveniente relativamente que 
PRO SI SÓ produziu o resultado. O agente 
responde pelo crime tentado, pois fica 
excluído o nexo de causalidade. 
TIPICIDADE: A tipicidade penal é composta 
pela tipicidade objetiva e a tipicidade 
subjetiva. 
Tipicidade objetiva = Tipicidade formal + 
tipicidade material. 
Tipicidade Formal = Conformidade do fato 
praticado ao tipo penal 
Tipicidade material = Desvalor da conduta 
e do resultado. 
Tipicidade subjetiva = Realização do tipo 
subjetivo. 
Obs: A teoria adotada pelo nosso CP é a da 
“ratio cognoscendi”, POIS OCORRENDO O 
FATO TÍPICO HÁ INDICIO QUE ELE TAMBÉM 
SEJA ILÍCITO, PODENDO A ILICITUDE SER 
AFASTADA CASO SEJA APRESENTADA 
ALGUMA CAUSA EXCLIDENTE DE 
ILICITUDE. 
OBS: Tipicidade conglobante (Zaffaroni): 
Para Zaffaroni, a tipicidade comglobante é 
a tipicidade legal + conglobante 
(antinormatividade) 
Tipo Doloso: Dolo é a consciência e a 
vontade de realizar o fato típico. 
Teorias sobre o dolo: 
Teoria da Vontade- é à vontade e 
consciência de realizar o resultado. É a 
teoria adotada pelo CP, para o dolo direto. 
Teoria do assentimento ou consentimento- 
O a gente tem a consciência e a previsão do 
resultado, mas não necessariamente a 
vontade de produzir o resultado. O agente 
prevê o resultado e assume o risco de que 
13 
 
 
 
 
 
ele possa vir a ocorrer. É a teoria utilizada 
pelo CP para o dolo eventual 
#linkmental 
Não confunda a teoria do assentimento 
com a culpa consciente, pois nesta o 
agente prevê o resultado, mas NÃO 
assume o risco da sua produção. 
Teoria da representação- É a vontade e a 
previsão de produzir o resultado. 
Espécies de dolo: 
Dolo direto: o AGENTE QUE A PRODUÇÃO 
DO RESULTADO. Ele pode ser de primeiro 
grau, que o fim em si mesmo, não causa 
qualquer efeito colateral. Como também 
dolo direto de segundo grau, que é previsão 
de efeitos colaterais pra produzir seu 
resultado. Por ex: A quer matar B e decide 
colocar uma bomba no avião que ele vai 
viajar, logo irá matar B e todas as pessoas 
que estão no avião, pois os efeitos 
colaterais para o resultado que A pretende 
é necessário. 
Dolo indireto: A vontade do agente não se 
resume a um resultado determinado. 
Podendo ser, dolo eventual, o agente 
arrisca a produção do resultado previsível 
(Teoria do Assentimento) ou dolo 
alternativo, o agente possui uma vontade 
dirigida a um ou outro resultado. 
Dolo eventual x Dolo de Segundo Grau: No 
dolo eventual o resultado colateral é 
previsível, poderá ocorrer ou não. Já no dolo 
de segundo grau, para que o agente consiga 
a sua finalidade NECESSARIAMENTE irá 
ocorrer uma consequência colateral. 
(Teoria da representação) 
Dolo direto x Dolo eventual: No direito o 
resultado é previsto e pretendido, no 
eventual é previsto e aceito. 
Tipo Culposo: No crime culposo, o agente 
não quer o resultado, mas assume o risco de 
produzi-lo. 
Elementos do tipo Culposo: 
Voluntariedade: O agente possui vontade 
de praticar a conduta, contudo o resultado 
é causado involuntariamente. 
Inobservância do dever objetivo de 
cuidado- Nem sempre o dever de cuidado é 
observado, é o que ocorrer com a 
imprudência, negligência eimperícia. 
Previsibilidade: Em regra, no crime culposo 
não há PREVISÃO, que é diferente de 
previsível. NÃO CONFUNDA! FGV, AMA ISSO 
Resultado naturalístico INVOLUNTÁRIO: A 
conduta é voluntária, mas o resultado é 
involuntário. NÃO CONFUDA! 
Modalidades da culpa: 
Imprudência: Imprudência é uma atitude 
precipitada, sem ponderação. Ex: Dirigir 
em alta velocidade. 
Negligência: Ausência de precaução. Ex: 
Deixar uma arma próximo a uma criança. 
Imperícia: Inaptidão para o exercício da 
arte ou profissão. 
Espécies de Culpa: 
Culpa Consciente (ex lasciva): O agente 
prevê o resultado, mas não assume o risco 
de produzi-lo. 
Culpa Inconsciente (ex ignorantia): O 
agente não prevê o resultado e nem assume 
o risco de produzir. Deve ser previsível para 
o homem médio. 
14 
 
 
CRIMEPRETERDOLOSO: O crime 
preterdoloso ocorre quando o agente quer 
 
 
 
Culpa Própria: O agente não prevê e nem 
assume o risco, mas pratica o resultado por 
imprudência, negligência ou imperícia. 
Culpa Impropria: Deriva do erro 
evitável/inescusável ou do excesso nas 
justificativas. O agente imagina que está 
diante de uma causa excludente ou que 
pode agir excessivamente, que não será 
punido. Na verdade, é uma conduta dolosa, 
mas por políticas criminais o tratam como 
crime culposo. 
#LINKMENTAL 
Erro sobre elementos do tipo 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei. 
O erro de tipo é incidente sobre elementos 
OBJETIVOS da conduta. Neste caso há má 
interpretação sobre os fatos, ele recai sobre 
elementos descritivo dos fatos, os quais ao 
desaparecer excluem o crime, pois o fato deixa 
de ser típico. 
O erro de tipo pode ser ESCUSÁVEL 
(desculpável) ou INESCUSÁVEL (indesculpável). 
Quando ele for escusável, ou seja, desculpável, 
exclui o dolo e quando ele for inescusável, o 
agente responderá a título de culpa, caso o 
crime seja previsto também na modalidade 
culposa. Essa culpa, a qual o artigo 20 do CP traz, 
é a culpa IMPRÓPRIA. 
Erro sobre a ilicitude do fato/ Erro de proibição 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. 
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, 
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 
um sexto a um terço. (erro de proibição 
DIRETO) 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se 
o agente atua ou se omite sem a consciência da 
ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas 
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência 
O erro de proibição é o erro sobre a ilicitude do 
fato. O agente sabe que o fato está 
acontecendo, mas ele não sabe que é ilícito. 
Diante do caso concreto, caso a consciência da 
ilicitude seja INEVITÁVEL(DESCULPÁVEL) o 
agente é isento de pena, caso seja EVITÁVEL, a 
pena poderá ser diminuída de 1/6 a 1/3. 
Perceba, que diferentemente do erro de tipo, o 
erro de proibição diminui a pena caso seja 
evitável, o erro de tipo pune o agente por crime 
culposo, caso seja previsto. 
O erro de proibição pode ser Direto ou indireto: 
a) O direto é o erro sobre a ilicitude real do fato. 
É você achar que está fazendo algo que não é 
proibido 
b) O indireto está relacionado as discriminantes 
putativas ou aos limites jurídicos da ilicitude. É 
você saber que está agindo ilicitamente, mas 
que está amparado por uma causa excludente 
de ilicitude ou achar que está agindo dentro dos 
limites de uma causa excludente de ilicitude, 
mas não está. 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro 
plenamente justificado pelas circunstâncias, 
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria 
a ação legítima. Não há isenção de pena quando 
o erro deriva de culpa e o fato é punível como 
crime culposo (erro de proibição INDIRETO) 
OBS: ERRO DE PROIBIÇÃO NÃO É CAUSA 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE. É ERRO SOBRE A 
ILICITUDE DO FATO. NÃO CONFUNDA! 
OBS: Erro de proibição é erro sobre a ilicitude do 
fato, mas exclui a CULPABILIDADE e não a 
ilicitude. Até porque o fato é ilícito, o agente 
apenas não sabia que era, logo não tem como 
ser excluída a ilicitude “apenas” porque o 
agente não sabia, mas a sua culpabilidade sim. 
#VOCÊSQUELUTEM 
#TOMEMAISLINKMENTAL =) 
15 
 
 
 
 
 
o resultado (dolo), mas causa um resultado 
além do pretendido (culpa) 
ILICITUDE: Ilicitude é a contrariedade do 
fato com o ordenamento jurídico. 
Discriminante = Causas de exclusão de 
ilicitude 
Causas legais de exclusão de Ilicitude: 
 (art. 23 do CP) 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica 
o fato: 
I - Em estado de necessidade 
II - Em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal 
ou no exercício regular de direito 
Art. 24 - Considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou 
por sua vontade, nem podia de outro 
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de 
necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o 
sacrifício do direito ameaçado, a pena 
poderá ser reduzida de um a dois terço 
Obs: Não configura estado de necessidade 
se a conduta lesiva for um crime 
permanente ou habitual, tendo em vista 
que não se terá o perigo ATUAL, tão pouco 
será INEVITÁVEL A CONDUTA. 
#linkmentalmeupovo 
CRIME CONTINUADO E CRIME PERMANENTE 
O crime continuado está previsto no art. 71 do 
CP: 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de 
uma ação ou omissão, prática dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subsequentes ser 
havidos como continuação do primeiro, 
aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a 
dois terços. 
Já o crime permanente é aquele em que a 
consumação se prolonga/se protrai no tempo, 
pela vontade do agente. EX: Extorsão mediante 
sequestro, tráfico ilícito de drogas... 
Tanto no crime permanente, como no crime 
continuado será aplicado a súmula 711 do STF 
sobre o momento em que o crime foi praticado. 
Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica- 
se ao crime continuado ou ao crime 
permanente, se a sua vigência é anterior à 
cessação da continuidade ou da permanência. 
Formas de estado de necessidade: 
Estado de necessidade próprio: Proteção 
de direito próprio do agente 
Estado de necessidade de terceiro: O 
agente protege direito de terceiro. 
Estado de necessidade agressivo: A 
conduta recai sobre direito/bem de quem 
não concorreu para a produção da situação 
de perigo. A conduta recai sobre o direito de 
terceiro alheio a situação. 
Estado de necessidade defensivo: A 
conduta lesiva recai sobre direito de quem 
provocou o perigo. 
Estado de necessidade Real: Existe uma 
situação real de perigo acontecendo. É o 
próprio artigo 24 do CP. 
Estado de necessidade putativo: O agente 
imagina estar diante de um estado de 
16 
 
 
 
 
 
necessidade real ou erra sobre os limites da 
excludente, acreditando estar praticando 
um ato LICITO. 
Estado de necessidade justificante: 
Exclusão de Ilicitude 
Estado de necessidade exculpante: 
Excludente de culpabilidade 
#PLUS 
O estado de necessidade poderá ser uma 
causa exclusão de ilicitude, o justificante ou 
causa excludente de culpabilidade, o 
exculpante. Irá depende de qual teoria será 
adotada. 
Para a teoria diferenciadora, se o bem 
protegido pelo agente for de valor superior 
ao bem sacrificado, ocorrerá a exclusão de 
ilicitude. Ex: Para Salvar a vida e alguém, o 
agente danifica um patrimônio. Entretanto, 
caso o bem protegido seja inferior ou igual 
ao bem sacrificado, ocorrerá a exclusão da 
culpabilidade. ESTA TEORIA NÃO É 
ADOTADA PELO CP 
Para teoria Unitária, O ESTADO DE 
NECESSIDADE SEMPRE SERÁ CAUSA DE 
EXCLUSÃODE ILICITUDE. 
LEGÍTIMA DEFESA: 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual 
ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
Parágrafo único. Observados os 
requisitos previstos no caput deste artigo, 
considera-se também em legítima defesa o 
agente de segurança pública que repele 
agressão ou risco de agressão a vítima 
mantida refém durante a prática de crimes 
(NOVIDADE LEGISLATIVA) NÃO 
CONFUNDA COM EXERCÍCIO REGULAR DO 
DIREITO. 
Art. 23, Parágrafo único do CP - O agente, 
em qualquer das hipóteses deste artigo, 
responderá pelo excesso doloso ou 
culposo. 
Obs: legítima defesa putativa: legítima 
defesa imaginária. Poderá ocorrer no caso 
de erro de tipo permissivo (art. 20, §1º do 
CP) ou erro de proibição indireto (art.21 do 
CP) 
LEGÍTIMA DEFESA REAL X LEGÍTIMA DEFESA 
REAL = Não pode ocorrer 
LEGÍTIMA DEFESA REAL x LEGÍTIMA DEFESA 
PUTATIVA = Pode ocorrer, pois quem imagina 
estar sob legítima defesa, pratica uma agressão 
injusta. 
LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE 
= Não pode 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL- 
Não se aplica as obrigações sociais, morais, 
culturais ou religiosas. 
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO- o que é 
permitido não pode ao mesmo tempo ser 
ilícito. Contudo, o exercício não pode ser 
abusivo, deverá ser regular. 
Ex: PRISÃO EM FLAGRANTE FEITA POR 
PARTICULAR. 
Obs: Para a doutrina ofendículos constitui 
exercício regular do direito. Ofendículos são 
mecanismo de defesa visíveis. EX: cacos de 
vidro no muro de casa. 
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO 
O consentimento do ofendido é uma criação 
doutrinária, pois não existe previsão legal. 
Em determinados casos ele será exclusão da 
tipicidade, caso o consentimento seja um 
elementar do tipo, e em outros, uma causa 
17 
 
 
 
 
 
SUPRALEGAL (que está “fora” da lei) 
excludente de ilicitude. 
As causas legais excludentes de ilicitude são 
aquelas previstas no art. 23, do CP. Já causas 
supralegais são aquelas que não estão previstas 
em lei, como, por exemplo, o consentimento do 
ofendido, logo, quando a ausência do 
consentimento for um requisito para que o 
delito seja tipificado, a sua presença irá 
configurar a atipicidade da conduta, porém 
quando ela não for um elementar do tipo, 
poderá configurar uma causa supralegal de 
exclusão da ilicitude. 
CULPABILIDADE: A culpabilidade é o juízo 
de reprovação do agente, devido este ter 
praticado um fato típico e ilícito. 
O código penal adotou a teoria normativa 
pura da culpabilidade, a qual a culpabilidade 
tem como elementos a: imputabilidade, 
potencial consciência de ilicitude e 
exigibilidade de conduta diversa. 
A culpabilidade é composta por três elementos: 
a imputabilidade, a potencial consciência da 
ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa 
Imputabilidade: é a capacidade que o 
agente possui para ser responsabilizado 
criminalmente. O CP adotou o sistema 
biopsicológico ou misto para verificar a 
capacidade do agente. De acordo com Este 
sistema a anomalia psíquica o agente, era, 
ao tempo da conduta, incapaz de entender 
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse. (art. 26 do CP). 
A inimputabilidade é a falta da imputabilidade, 
ou seja, é a falta de um dos elementos da 
culpabilidade. 
EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE: 
Doença mental 
Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que, 
por doença mental ou desenvolvimento mental 
 
 
 
ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento. 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de 
um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado não era inteiramente capaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
MENORIDADE: 
Os menores de 18 anos são inimputáveis, não se 
sujeitam à Justiça Penal, respondem pela 
sistemática do ECA. Em relação a menoridade o 
nosso código utiliza o sistema biológico. 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial. 
Obs. A emancipação civil do menor de 18 anos 
não alterada em nada a inimputabilidade 
penal. Desta forma, o menor de 18 anos é capaz 
para o Direito Civil, mas inimputável para o 
Direito Penal. 
Embriaguez 
Art. 28, § 1ºdo CP - É isento de pena o agente 
que, por embriaguez completa, proveniente de 
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da 
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
Para que a embriaguez seja cause a 
inimputabilidade, ela precisa ser 
INVOLUNTÁRIA, PROVENIENTE DE CASO 
FORTUITO OU FORÇA MAIOR, AO TEMPO DA 
AÇÃO OU OMISSÃO, O AGENTE PRECISA ESTAR 
INTEIRAMENTE INCAPAZ. Caso o agente apenas 
não possuísse a plena capacidade no momento 
, era, ao tempo da ação incompleto ou retardado 
18 
 
 
DICA DO DIA 09 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
da ação ou omissão será causa de diminuição de 
pena e não de isenção. 
Art. 28, § 2º do CP - A pena pode ser reduzida de 
um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não 
possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a 
plena capacidade de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento 
A potencial. consciência da ilicitude, outro 
elemento da culpabilidade, está relacionada ao 
erro de proibição inevitável do art.21 do CP. 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. 
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, 
isenta de pena; (erro de proibição/causa 
excludente da culpabilidade) 
Por fim, a exigibilidade de conduta diversa, 
terceiro elemento da culpabilidade, se encontra 
no art. 22 do CP 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação 
irresistível ou em estrita obediência a ordem, 
não manifestamente ilegal, de superior 
hierárquico, só é punível o autor da coação ou 
da ordem (Coação MORAL irresistível e 
obediência hierárquica/ causas excludentes da 
culpabilidade) 
0bs. Ao INIMPUTÁVEL SERÁ PROLATADA UMA 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA- Pois 
absolve o réu (isenta-o de pena), mas impõe-lhe 
sanção penal (medida de segurança) 
Se a pena for de RECLUSÃO- Teremos a 
internação 
Se a pena for de DETENÇÃO- Tratamento 
ambulatorial 
NÃO CONFUNDA 
COAÇÃO FÍSICA= EXCLUE A CONDUTA 
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL= EXCLUDENTE 
DE CULPABILIDADE 
Exigibilidade de conduta diversa= Causa LEGAL 
de exclusão de culpabilidade 
INEGIBILIDADE de conduta diversa= Causa 
SUPRALEGAL de exclusão de culpabilidade 
#linkmental 
Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase 
de aplicação da pena no crime de roubo 
circunstanciado exige fundamentação concreta, 
não sendo suficiente para a sua exasperação a 
mera indicação do número de majorantes." 
Súmula 617: “A ausência de suspensão ou 
revogação do livramento condicional antes do 
término do período de prova enseja a extinção 
da punibilidade pelo integral cumprimento da 
pena 
 
1. DAS PESSOAS 
O QUE DEVO SABER: 
O código Civil é estruturado sobre ideia de 
direito subjetivo. 
Sujeito de direito: É aquele que pode ser titular 
de direitos e obrigações na órbita do direito civil, 
mas que não se confunde com pessoa. Afinal, 
nem todo sujeito de direito é pessoa. 
Pessoa: É todo ser humano dotado de 
personalidade. 
Personalidade: É a aptidão genérica entregue 
pelo direito a determinados entes, assim como 
as pessoas, para que possam exercer direitos e 
obrigações na órbita do civil. 
Sendo assim conclui-se, que existe sujeitos de 
direito personalizados, no caso as pessoas, e os 
sujeitos despersonalizados, que podem ser 
humanos ou não. 
Capacidade de direito x capacidade de fato: A 
capacidade de direitoé uma qualificação dada a 
um sujeito de direito, é a aptidão genérica de ser 
19 
 
 
 
 
 
titular de direito e obrigações na órbita civil. Esta 
capacidade existe na sua plenitude, não 
podendo existir limitações. Por sua vez, a 
capacidade de fato é a capacidade de exercer 
“por si só” direitos e obrigações.( é capacidade 
de gozo, de exercício) 
Art. 1 
o
 Toda pessoa é capaz de direitos e 
deveres na ordem civil. 
Art. 2 
o
 A personalidade civil da pessoa começa 
do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, 
desde a concepção, os direitos do nascituro 
E o que seria nascituro? Ente formado e que 
possui a viabilidade do nascimento com vida 
Teorias sobre o nascituro: 
Teoria Natalista (Art. 2º, primeira parte, CC) 
Para esta teoria o ser humano adquire 
personalidade civil ou jurídica somente a partir 
do seu nascimento com vida, antes disto o que 
se tem é mera expectativa de direito. A lei 
apenas protege os direitos que o nascituro 
adquirirá quando nascer com vida, logo o 
nascituro possui uma expectativa de direito 
que será assegurada até seu nascimento com 
vida. ESTA É A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO 
CÓDIGO CIVIL. 
Teoria Concepcionista: É possível o ser humano 
adquirir a personalidade civil ou jurídica desde a 
concepção, ou seja, antes de nascer. 
Teoria Condicional: A personalidade jurídica do 
nascituro se inicia a partir da concepção, 
contudo, entende que a personalidade do 
nascituro assume uma condição suspensiva. Tal 
condição suspensiva ficaria condicionada ao 
nascimento com vida do nascituro para sua 
implementação, e, nascendo este com vida, 
retroagiriam os efeitos da personalidade jurídica 
desde a concepção. Para esta teoria, o nascituro 
é uma “pessoa condicional”, e por este motivo a 
lei lhe garante expectativas de direitos, que 
dependem do seu nascimento com vida para 
que se convalidem. 
Teoria da Personalidade Material: (Maria 
Helena Diniz). Até o nascimento, os direitos de 
conteúdo patrimonial ficam sob condição 
suspensiva. Divide os direitos em Direitos 
Patrimoniais e Direitos Existenciais 
(personalidade, vida, honra, dignidade). Os 
Direitos Patrimoniais ficam sob condição 
suspensiva, e os Direitos Existenciais eles são 
adquiridos desde a concepção. 
Das Incapacidades: 
Art. 3º do CC: São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. 
Atualmente, apenas os menores de 16 anos são 
ABSOLUTAMENTE incapazes e deverão ser 
REPRESENTADOS pelos que a lei ou sentença 
reconhecem. 
O Critério de aferição da Capacidade Absoluta é 
OBJETIVO e CRONOLÓGICO 
Os atos praticados por uma pessoa 
absolutamente incapaz são NULOS e retroagem 
até o momento do seu exercício. EX-TUNC. 
OBS: A capacidade dos índios é regulada por lei 
própria. 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em 
tutela: 
I - Com o falecimento dos pais, ou sendo estes 
julgados ausentes; 
II - Em caso de os pais decaírem do poder 
familiar. 
Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete 
aos pais, em conjunto. 
Parágrafo único. A nomeação deve constar de 
testamento ou de qualquer outro documento 
autêntico. 
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai 
ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não 
tinha o poder familiar. 
20 
 
 
 
 
 
Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais 
incumbe a tutela aos parentes consanguíneos 
do menor, por esta ordem: 
I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais 
próximo ao mais remoto; 
II - Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo 
os mais próximos aos mais remotos, e, no 
mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em 
qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o 
mais apto a exercer a tutela em benefício do 
menor. 
Art. 4 
o
 São incapaz, relativamente a certos atos 
ou à maneira de os exercer: 
I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos; 
II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; 
IV - Os pródigos. 
Um ato jurídico de uma pessoa relativamente 
incapaz é ANULÁVEL (NULIDADE RELATIVA), e os 
efeitos da declaração de nulidade NÃO 
RETROAGEM. EX-NUNC. 
DICA: EX- NUNC. ESSE N DO NUNC, VOCÊ 
PENSA: N DE NÃO, DE NÃO RETROAGE. 
A curatela e tomada de decisão apoiada são os 
mecanismos e apresentam como os 
mecanismos de proteção dos relativamente 
incapazes. 
A curatela é um processo judicial, com 
participação OBRIGATÓRIA DO MP. Por sua vez, 
a tomada de decisão apoiada é o processo pelo 
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 
2 pessoas idôneas com as quais mantenha 
vinculo e que gozem da sua confiança para 
prestar-lhe apoio na tomada de decisão. 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
I - Aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade 
II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico 
V - Os pródigos. 
Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o 
processo pelo qual a pessoa com deficiência 
elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com 
as quais mantenha vínculos e que gozem de sua 
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de 
decisão sobre atos da vida civil, fornecendo- 
lhes os elementos e informações necessários 
para que possa exercer sua capacidade. 
§ 1 
o
 Para formular pedido de tomada de decisão 
apoiada, a pessoa com deficiência e os 
apoiadores devem apresentar termo em que 
constem os limites do apoio a ser oferecido e os 
compromissos dos apoiadores, inclusive o 
prazo de vigência do acordo e o respeito à 
vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa 
que devem apoiar. 
§ 2 
o
 O pedido de tomada de decisão apoiada 
será requerido pela pessoa a ser apoiada, com 
indicação expressa das pessoas aptas a 
prestarem o apoio previsto no caput deste 
artigo. 
§ 3 
o
 Antes de se pronunciar sobre o pedido de 
tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por 
equipe multidisciplinar, após oitiva do 
Ministério Público, ouvirá pessoalmente o 
requerente e as pessoas que lhe prestarão 
apoio. 
§ 4 
o
 A decisão tomada por pessoa apoiada terá 
validade e efeitos sobre terceiros, sem 
restrições, desde que esteja inserida nos limites 
do apoio acordado 
§ 9 
o
 A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, 
solicitar o término de acordo firmado em 
processo de tomada de decisão apoiada. 
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão 
de sua participação do processo de tomada de 
decisão apoiada, sendo seu desligamento 
21 
 
 
 
 
 
condicionado à manifestação do juiz sobre a 
matéria. 
EMANCIPAÇÃO: É o instituto jurídico de 
concessão de plena capacidade civil. A 
emancipação antecipa a capacidade civil E NÃO 
A MAIORIDADE 
Formas de emancipação: 
o Voluntária (Extrajudicial): Deriva da vontade 
dos pais. Ocorre por concessão dos pais, por 
meio de instrumento público que será averbado 
no registro civil. 
Emancipação Judicial: 
TUTOR: Deriva de uma sentença (processo 
judicial). Ocorre quando o Juiz, após ouvir o 
tutor do menor de 16 anos completos, concede 
uma sentença declaratória que deverá ser 
oficiada ao cartório, concedendo a 
emancipação. 
Divergência PARENTAL: havendo divergência 
entre os pais, para que seja emancipado deverá 
haver um processo judicial. 
Emancipação Legal (Extrajudicial): Deriva da lei. 
O CC reconhece situações que geram o efeito da 
emancipação de forma automática, não 
havendo necessidade de vontade ou sentença. 
São elas: Casamento, Exercício de emprego 
público EFETIVO,) Colação de grau em curso 
superior, Estabelecimento civil ou comercial ou 
relação de emprego e economia própria. 
Obs.: O divórcio não revoga a emancipação. 
Os pais que emancipam os filhos menores 
deixam de responder como responsáveis? 
NÃO. Ainda que os filhos estejam emancipados 
a responsabilidade civil dos pais continuam a 
existir. 
O FIM da personalidade da pessoa NATURAL se 
dá com a MORTE.São DUAS as hipóteses de morte presumida: (1) 
decorrente da ausência (desaparece sem deixar 
qualquer tipo de rastro ou procurador); (2) 
decorrente das situações do art. 7º do CC 
(probabilidade extrema de morte daquele que 
se encontre em perigo de vida e os 
desaparecidos em campanha de guerra ou feito 
prisioneiro, caso não seja encontrado até 02 
dois anos após o término da guerra). 
COMORIÊNCIA: É quando dois ou mais 
indivíduos falecerem na mesma ocasião. Não se 
pode averiguar se algum dos comorientes 
precedeu aos outros e, então, eles são 
declarados SIMULTANEAMENTE MORTOS. 
Não há transmissão de herança entre 
comorientes. Não haverá reciprocidade 
hereditária. 
Os nascimentos, casamentos e óbitos, além da 
emancipação, interdição e a sentença 
declaratória de ausência e de morte presumida 
DEVEM ser registradas em REGISTRO PÚBLICO. 
 
 
2. PESSOAS JURÍDICAS 
O QUE DEVO SABER: 
Pessoas jurídicas: São entidades (reunião de 
pessoas) a que a lei confere personalidade, 
capacitando-as a serem sujeitos de direitos e 
obrigações próprios. São entes formados pela 
coletividade de bens ou de pessoas a quem a lei 
atribui personalidade jurídica, com o objetivo de 
que seja atingida uma determinada finalidade 
autorizada ou não proibida por Lei. 
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito 
público, interno ou externo, e de direito 
privado. 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público 
 
I - A União; 
II - Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - As autarquias, inclusive as associações 
públicas; 
interno: 
22 
 
 
 
 
 
V - as demais entidades de caráter público 
criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, 
as pessoas jurídicas de direito público, a que se 
tenha dado estrutura de direito privado, regem- 
se, no que couber, quanto ao seu 
funcionamento, pelas normas deste Código. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público 
externo os Estados estrangeiros e todas as 
pessoas que forem regidas pelo direito 
internacional público. 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público 
interno são civilmente responsáveis por atos 
dos seus agentes que nessa qualidade causem 
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo 
contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito 
privado: 
I - As associações; 
II - As sociedades; 
III - as fundações. 
IV - As organizações religiosas; 
V - Os partidos políticos 
VI - As empresas individuais de responsabilidade 
limitada 
Sem o REGISTRO regular da Pessoa jurídica no 
órgão respectivo, ela será considerada irregular. 
Sociedade de Fato: Ato constitutivo não existe. 
Sociedade Irregular: Ato constitutivo existe, 
mas não foi registrado. 
OBS: Nos Entes despersonalizados, os seja, nas 
Pessoas jurídicas irregulares a responsabilidade 
será pessoal, solidária e ilimitada do sócio que 
contratou. 
Assim como ocorre com as pessoas naturais, a 
extinção da pessoa jurídica determina o fim de 
sua personalidade jurídica. 
Pessoas jurídicas de direito público interno: 
têm, em regra, responsabilidade objetiva pelos 
danos causados a terceiros. Em situações 
excepcionais, relacionadas a conduta omissiva, a 
responsabilidade será subjetiva. 
Pessoas jurídicas de direito privado: a 
responsabilidade civil também é, em princípio, 
do tipo objetiva, pela incidência dos Arts. 932 e 
933 do Código Civil de 2002, que determinam 
que, ainda que não haja culpa de sua parte, o 
empregador responde pelos atos de seus 
empregados, no exercício do trabalho que lhes 
competir, ou em razão dele. 
Espécies de Pessoas jurídicas de direito 
Privado: 
1- Sociedade: São pessoas jurídicas de 
direito privado formadas pela união de 
pessoas (universitas personarum), que 
se organizam para desenvolver uma 
atividade econômica com intuito 
lucrativo. 
2- Sociedade Simples: Composta por 
pessoas que se organizam com intuito 
lucrativo, mas sem possuir os 
elementos de empresa (Atividade 
Profissional, Organizada e Econômica – 
PEO) 
3- Sociedade Empresária: Composta por 
pessoas que se organizam com o fim 
comercial, constituindo uma empresa, 
com atividade organizada e com fim 
lucrativo. 
OBS: A Lei nº. 14.195/2021 acabou com 
as EIRELI (empresas individuais de 
responsabilidade limitada). A EIRELI era um 
tipo societário também composto por apenas 
um sócio, e não era regida por um contrato 
social – bastando o ato constitutivo de registro 
na Junta Comercial (EIRELI: Constituída por uma 
única pessoa titular da totalidade do capital 
social, devidamente integralizado, que não será 
inferior a 100 (cem) vezes o maior salário 
mínimo vigente no País) 
23 
 
 
isto é, 
 
 
 
Associação (Art. 63 a 61, CC): As associações são 
pessoas jurídicas de direito privado formadas 
pela união de pessoas (universitas personarum) 
que se organizam para desenvolver uma 
atividade lícita que não seja econômica, 
que não tenha intuito lucrativo. 
CARACTERÍSTICAS: 
1-O estatuto não poderá estabelecer direitos e 
obrigações recíprocos entre os associados (Art. 
53, CC) 
2-Os associados devem ter iguais direitos, mas o 
estatuto poderá instituir categorias com 
vantagens especiais (Art. 55, CC) 
3-A exclusão do associado só é admissível 
havendo justa causa (Art. 57, CC) 
4-A qualidade de associado é intransmissível 
(gratuita ou onerosamente), salvo disposição 
em sentido contrário no estatuto (art. 56, CC) 
assegura a invulnerabilidade dos direitos 
individuais dos associados (art. 58, CC) 
A assembleia geral é considerada o órgão 
máximo dentro da associação. 
SEMPRE CAI ISSO, PRESTE ATENÇÃO: 
 
 
Havendo a Extinção ou Dissolução da 
Associação :As cotas ou frações ideais serão 
destinados à: 1) Entidade de fins não 
econômicos designada no estatuto, OU 2) 
Omisso o Estatuto, por deliberação dos 
associados, destinado à instituição municipal, 
estadual ou federal, de fins idênticos ou 
semelhantes, OU 3) Destinados aos próprios 
associados no limite do que cada um contribuiu, 
OU 4) Não sendo possível qualquer das 
hipóteses anteriores à Fazenda do Estado, do 
Distrito Federal ou da União. 
 
 
Fundações (Art. 62 a 69, CC): As fundações são 
pessoas jurídicas de direito privado formadas 
por um patrimônio, uma coletividade de bens 
(universitas bonorum) para desenvolver uma 
atividade lícita que não seja econômica, isto é, 
que não tenha intuito lucrativo 
Elaboração do estatuto: celebração do estatuto 
pode ser direta ou própria. Caso o estatuto não 
venha a ser elaborado - transcorrido 180 (cento 
e oitenta) dias competirá ao Ministério Público 
realizar a sua elaboração. 
 
 
3. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE 
JURÍDICA 
O QUE DEVO SABER: 
É importante mencionar que quando ocorre a 
desconsideração da personalidade jurídica, os 
bens particulares dos administradores/sócios 
são utilizados para pagar dívidas da pessoa 
jurídica. 
Somente poderá ocorrer a desconsideração da 
personalidade jurídica nas relações jurídicas 
regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado 
que houve abuso da personalidade jurídica 
(Caput do artigo 50). 
Esse abuso pode se dar em duas situações: 
1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa 
jurídica com o propósito de lesar credores e para 
a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 
2) Confusão patrimonial (ausência de separação 
de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou 
vice-versa; II - transferência de ativos ou de 
passivos sem efetivas contraprestações, exceto 
os de valor proporcionalmente insignificante; e 
III - outros atos de descumprimento da 
autonomia patrimonial). 
Teorias sobre a desconsideração da 
personalidade jurídica: 
TEORIA MAIOR: Exige que haja o abuso de 
direito ou abuso da personalidadejurídica, que 
é caracterizado pelo desvio de finalidade, fraude 
ou confusão patrimonial, não bastando a 
24 
 
 
insuficiência de fundos 
DICA DO DIA 10 
PROCESSO CIVIL 
 
 
 
insuficiência de fundos para quitar suas dívidas. 
É o caso do Art. 50 do CC. 
TEORIA MENOR: Não há necessidade de 
comprovar um motivo, basta haver a 
(insolvência) para quitar 
suas dívidas. É o que ocorre no Código de 
Defesa do Consumidor e no Direito Ambiental 
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA 
PERSONALIDADE JURÍDICA: 
Ocorre quando o Juiz, por requerimento, 
autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de 
dívidas e obrigações de sócios ou de 
administradores à pessoa jurídica. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade 
jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade 
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a 
requerimento da parte, ou do Ministério Público 
quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares de 
administradores ou de sócios da pessoa jurídica 
beneficiados direta ou indiretamente pelo 
abuso. 
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio 
de finalidade é a utilização da pessoa jurídica 
com o propósito de lesar credores e para a 
prática de atos ilícitos de qualquer natureza. 
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a 
ausência de separação de fato entre os 
patrimônios, caracterizada por: 
I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de 
obrigações do sócio ou do administrador ou 
vice-versa; 
II - Transferência de ativos ou de passivos sem 
efetivas contraprestações, exceto os de valor 
proporcionalmente insignificante; 
III - outros atos de descumprimento da 
autonomia patrimonial. 
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste 
artigo também se aplica à extensão das 
obrigações de sócios ou de administradores à 
pessoa jurídica. 
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem 
a presença dos requisitos de que trata 
o caput deste artigo não autoriza a 
desconsideração da personalidade da pessoa 
jurídica. 
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera 
expansão ou a alteração da finalidade original 
da atividade econômica específica da pessoa 
jurídica. 
 
 
1. JURISDIÇÃO E AÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os artigos principais correspondentes a tal tema 
encontram-se entre os arts. 16 ao 20 do CPC. 
A jurisdição nada mais é do que o poder e 
atividade de dizer o direito, ou seja, de aplicar o 
direito a um caso concreto. Poder do Estado de 
solucionar litígios e aplicar a lei ao caso 
concreto. 
A jurisdição é aplicada pelos órgãos destinados 
à tal função, a fim de obter a composição da 
lide. 
No caso, a jurisdição civil é exercida pelos juízes 
e pelos tribunais em todo o território nacional. 
Sempre, portanto, temos a necessidade de 
haver um conflito ou uma lide para que o 
estado-juiz, incumbido do poder Jurisdicional, 
diga de quem é o direito (art. 2º, CPC). 
A jurisdição civil será regida pelas normas 
processuais brasileiras, ressalvadas as 
disposições específicas previstas em tratados, 
convenções ou acordos internacionais de que o 
Brasil seja parte (importante). (art. 13º, CPC). 
Também é importante mencionar que a norma 
processual não retroagirá e será aplicável 
25 
 
 
ATENÇÃO: A ação proposta perante 
tribunal estrangeiro não 
litispendência e não obsta a 
induz 
que a 
autoridade judiciária brasileira conheça 
da mesma causa e das que lhe são 
conexas, ressalvadas as disposições em 
contrário de tratados internacionais e 
acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
 
 
 
imediatamente aos processos em curso, 
respeitados os atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a vigência 
da norma revogada (art. 14º, CPC). 
O CPC é utilizado como fonte subsidiária em 
caso de omissão das normas que regulem 
processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos. 
Para postular em juízo é necessário ter interesse 
e legitimidade. 
Logo, temos que o interesse e a legitimidade 
são pressupostos processuais. 
Isso significa dizer que acaso verifique o juiz, ao 
receber a inicial, que não se encontram 
presentes o interesse de agir ou legitimidade 
para a causa, haverá o indeferimento da 
petição inicial, nos termos do art. 330, II e III do 
CPC. 
Ninguém poderá pleitear direito alheio em 
nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico. 
O interesse do autor pode limitar-se à 
declaração? 
Sim, nos exatos termos do art. 19º, do CPC e é 
possível a ação meramente declaratória, art. 
20º, CPC. 
OBSERVAÇÃO: A ação meramente declaratória 
é imprescritível. 
Compete à autoridade judiciária brasileira 
processar e julgar as ações em que: I – réu de 
qualquer nacionalidade domiciliado no Brasil 
(Em se tratando de PESSOA JURÍDICA, considera- 
se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica 
estrangeira que nele tiver agência, filial ou 
sucursal); II – Obrigação tiver que ser cumprida 
no Brasil; III – A ação se der por fato ocorrido no 
Brasil. 
A Ação de alimentos, quando o credor tiver 
domicílio ou residência no Brasil ou o réu 
mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou 
propriedade de bens e recebimento de renda 
também devem ser de competência da 
autoridade judiciária brasileira! 
 IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ACIMA 
NÃO EXCLUEM A COMPETÊNCIA 
INTERNACIONAL CONCORRENTE. 
 IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ABAIXO 
EXCLUEM A COMPETÊNCIA 
INTERNACIONAL, portanto, cabe tão 
somente a autoridade judiciária 
Brasileira: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis 
situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, 
proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o autor 
da herança seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou 
dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda 
que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional. 
 
Não compete à autoridade judiciária brasileira 
o processamento e o julgamento da ação 
quando houver cláusula de eleição de foro 
exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
 
 
2. LITISPENDÊNCIA 
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O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Litispendência nada mais é que a repetição de 
ação que se encontra em curso. 
Verifica-se a litispendência quando se reproduz 
ação anteriormente ajuizada. 
A litispendência pressupõe identidade de 
partes, causas de pedir e pedidos. 
Como matéria de defesa, a litispendência 
deverá ser alegada pelo réu antes de discutir o 
mérito (art. 337, VI, CPC). 
Acaso verificada a litispendência o mérito NÃO 
SERÁ RESOLVIDO (art. 485, V, do CPC). 
No caso de extinção em razão de litispendência, 
a propositura da nova ação depende da 
correção do vício que levou à sentença sem 
resolução do mérito (art. 486, §1º, CPC). 
A ação proposta perante tribunal estrangeiro 
não induz litispendência, ressalvadas as 
disposições em contrário de tratados 
internacionais e acordos bilaterais em vigor no 
Brasil. 
A citação válida, ainda quando ordenada por 
juízo incompetente, induz litispendência (art. 
240, CPC). 
LITISPENDÊCIA É DIFERENTE DE COISA 
JULGADA, porque nesta o processo já findou, ou 
seja, houve o trânsito em julgado da sentença. 
 
 
3. COMPETÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A competência é determinada no momento do 
registro ou da distribuição da petição inicial (43 
CPC). 
A competência da Justiça Federal é fixada pelos 
critérios previstos no art. 109 da Constituição. 
 
 
Desse modo, a Justiça Estadual é competente 
para apreciação de todas as causas que não 
sejam de competência de outra justiça 
especializada (Justiça Federal, Militar, do 
Trabalho e Eleitoral).

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