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S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O LIVRO 02 @ O ABAIVO UEU 1 PENAL 18 CIVIL 24 PROCESSO CIVIL 28 PROCESSO PENAL 37 ECA Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do "DICAS MATADORAS", nosso material de reta final, elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS OABENÇOADAS para que você consiga obter o máximo de resultado durante a sua preparação. Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação, aprender de forma prática e direta os conceitos e institutos dos temas que mais caem na prova da OAB! Agora você pode estudar os temas diários propostos no cronograma diretamente das DICAS OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da aprovação! Í N D I C E D E C O N T E Ú D O 1 AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXIV DICAS OABENÇOADAS 1. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL O QUE DEVO SABER: 1. Conceito O Direito Penal é um ramo do direito público, composto por um conjunto de normas, as quais são impostas a todas as pessoas e punidas, exclusivamente, pelo Estado. 2. PRINCÍPIOS O conjunto de normas que norteiam a atuação do legislador (na criação do direito penal), como do operador do direito (na aplicação prática). Os princípios do Direito Penal são as garantias que limitam o poder de punir do Estado, alguns expressamente e outros implicitamente, no texto constitucional. Vejamos, alguns dos principais princípios: Princípio da Reserva Legal: Encontramos este princípio expressamente no art. 1º do CP, assim como no art. 5º, XXXIX da CF, pois se trata de um direito fundamental. Art. 1º do CP- Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia Trata-se da taxatividade, certeza ou determinação. É necessário que exista uma lei incriminando a conduta do agente, para que este seja punido. Pergunta: Poderá uma Medida Provisória tratar de matéria penal? Criar um Tipo Penal? Art. 62 da CF- Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - Relativa a: b) direito penal, processual penal e processual civil; Nota-se, que expressamente a CF proíbe a possibilidade de a MP versar sobre Direito Penal. Todavia, doutrinariamente tem-se limitado este entendimento e, afirmado a possibilidade de as Medidas Provisórias versarem sobre direito penal, desde que estas seja, benéficas para o réu, não podendo estabelecer crimes e nem penas. Fique esperto, pois na prova poderá cair uma questão onde uma Medida provisória cria um tipo penal, e caso isso acontecerá haverá uma violação ao princípio da reserva legal, pois ainda que a MP seja posteriormente convertida em lei, ela não poderá versar sobre direito penal incriminador. Além disso, segundo o princípio da legalidade, não se admite a analogia in malam partem, ou seja, analogia para incriminar. Princípio da anterioridade: É um desdobramento da reserva legal, também sendo encontrado no art.1º do CP e art. 5º, XXXIX da CF. DICA DO DIA 08 DIREITO PENAL 2 Art. 5º, XXXIX da CF- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; A lei penal não pode retroagir, para atingir fatos anteriores a sua entrada em vigor, salvo para beneficiar o réu. Obs.: Cuidado, a vedação de retroagir para prejudicar o réu, faz parte do direito PENAL e não do direito PROCESSUAL PENAL, pois este tem aplicabilidade imediata. Obs. Lei excepcional ou temporária. Art. 3º do CP- A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência Princípio da Alteridade: Segundo Claus Roxin, a conduta do agente deve ultrapassar a quem a pratica, não sendo considerado crime se a conduta só atingiu quem a praticou. Princípio da ofensividade/lesividade: Não há crime sem ofensa aos bens jurídicos tutelados, pelo direito penal, expondo-os a uma efetiva lesão ou a um perigo concreto de lesão. O perigo para ter relevância no direito penal se divide em dois: 1- Perigo concreto: Quando a potencialidade da lesão o bem jurídico tutelado deve ser comprovado no caso concreto; 2- Perigo abstrato: Quando há presunção absoluta de lesão ao bem jurídico tutelado, não necessitando de comprovação desta. Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos: Não são os bens jurídicos que são tutelados pelo direito penal, mas apenas aqueles mais importantes para a vida em sociedade. Princípio da intervenção mínima: Está relacionado à proteção dos bens jurídicos, pois o direito penal somente deverá intervir quando for realmente necessário. Doutrinariamente, este princípio se subdivide em dois: Fragmentariedade: Somente os bens jurídicos mais relevantes devem ser tutelados pelo Estado. Subsidiariedade: O direito penal deverá ser a ultima ratio, o último ramo do direito a ser utilizado. A intervenção penal só deverá ocorrer depois que todos os outros ramos foram insuficientes para solucionar/proteger o bem jurídico em questão. Princípio da responsabilidade pessoal do agente: A responsabilidade penal é pessoal, cada agente responde efetivamente pela conduta que praticou, assim como a pena não poderá passar da pessoa do condenado (Princípio da intranscendência da pena) Princípio da culpabilidade: A culpabilidade é um dos pressupostos da pena. O autor para ser punido deverá ter agido com dolo ou culpa, sendo vedada a responsabilidade penal objetiva, ou seja, a aquela que é punida, independentemente, de culpa, pois se fundamenta na mera ocorrência do resultado. Princípio da Bagatela ou da insignificância: Conforme este princípio, o direito penal não deverá se preocupar com condutas que são irrelevantes e possuem um pequeno ou nenhum grau de reprovação, como por exemplo, um beliscão. Este princípio está 3 relacionado com a tipicidade penal, a qual se divide em formal e material: a) Tipicidade formal - é a correspondência exata entre o fato e os elementos constantes de um tipo penal. É a correspondência da conduta praticada e o texto incriminador. b) Tipicidade material – Essa é a que interessa para o princípio da insignificância. Não basta que a conduta praticada tenha apenas correspondência nos elementos de um tipo penal. Faz-se necessário que a conduta seja capaz de lesar ou expor terceiros a risco, provocar lesões significantes ao bem jurídico tutelado. De acordo com o entendimento do STF, constituem vetores para aplicação do princípio da significância: M A R I 1- Mínima ofensividade da conduta; 2- Nenhuma (Ausência) de periculosidade social; 3- Reduzido grau de reprovabilidade da conduta; 4- Inexpressividade da lesão provocada; Sendo assim, mediante verificação no caso concreto, o princípio da insignificância acarreta a exclusão da tipicidade MATERIAL do fato. Princípio da adequação social: Condutas que são adequadamente aceitas pela sociedade não deverão ser consideradas crimes, como por exemplo, venda de DVD pirata. #olhaolinkmental Vale Mencionar o art. 7º do Estatuto da OAB: Art. 7º (...) § 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelosexcessos que cometer. (obs: a expressão “desacato” foi considerada inconstitucional pelo STF no julgamento da ADI 1.127-8. Entendeu-se que a imunidade profissional do advogado não compreende o desacato, pois conflita com a autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional). art. 142, inciso I, do Código Penal também trata da cláusula de imunidade profissional dos advogados ao dispor que não constituem injúria ou difamação puníveis a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. Percebam que o mencionado artigo trata apenas da imunidade profissional com relação ao delito de INJÚRIA OU DIFAMAÇAO, em nada dispõe sobre o delito de calúnia. Conclui-se, que o advogado não possui imunidade profissional com relação ao delito de CALÚNIA. Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente de tipicidade. 2. LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO O QUE DEVO SABER: 2.1. Lei penal no tempo Faz-se necessário identificar qual o momento que o crime foi praticado, o artigo 4º do CP traz exatamente a teoria aplicada ao sistema brasileiro, a da atividade. Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado Logo, caso o agente tenha praticado o crime antes de completar 18 anos de idade, não importa se ele era penalmente responsável no 4 momento do resultado, pois ao tempo da sua conduta, ele era penalmente inimputável. Dito isto, verifica-se que a teria adotada pelo nosso Código Penal, para o momento em que o crime foi praticado, como regra, é o da ATIVIDADE. Todavia, existe mais duas outras teorias: a do resultado, que tem como fundamento o momento em que se produz o resultado da conduta e a mista ou da ubiquidade, a qual leva em consideração tanto o momento da conduta, como o do resultado. Por sua vez, com relação ao lugar do crime, o art. 6º do CP adota a teoria da ubiquidade: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado O artigo mencionado traz expressamente a teoria da Ubiquidade, podendo ser considerado o lugar da ação ou omissão, assim como o local que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. O art. 6º do CP aplica-se apenas aos crimes à distância. Por exemplo, imagine que Gil atirou em Juliete no Brasil, mas o resultado consumou- se no EUA. Tanto o EUA como o Brasil serão competentes para o processo e julgamento do delito, podendo João ser processado e condenado tanto no Brasil quanto no Paraguai, podendo cumprir pena nos dois países. CRIMES À DISTÂNCIA- Conduta e resultado ocorrem em países diversos, Conflito internacional de jurisdição (Soberania) dos países envolvidos. Teoria da UBIQUIDADE CRIMES PLURILOCAIS- Conduta e resultado ocorrem em comarcas diversas, mas dentro do mesmo país, Conflito interno de competência. É aplicada a Teoria do Resultado (art. 70 do CPP), como regra geral. TEORIA DO RESULTADO. no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução” Exceção – Lei 9.099/95 adota Teoria da Atividade (art. 63). Lei 9.099 – JECRIM “Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.” Obs.: Tratando-se de crime doloso contra a vida plurilocais (ação e resultado em local distintos), a jurisprudência adota a Teoria da Atividade, para fins probatórios (restituição, colheita de prova testemunhal) e, também, pela própria essência do Tribunal do Júri (devido ao fato da sociedade se envolver emocionalmente com o delito). LEMBRAR: LUTA LU- LUGAR É UBIQUIDADE TA- TEMPO É ATIVIDADE Obs. NÃO SE ESQUEÇA DO CRIME PERMANENTE, POIS CASO O AGENTE VENHA A COMPLETAR 18 ANOS DURANTE A PRÁTICA DA INFRAÇÃO PERMANENTE, ELE RESPONDERÁ PELO CRIME PRATICADO, POIS SERÁ CONSIDERADO IMPUTÁVEL. Súmula 711- A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Obs. O art. 3º do CP traz uma exceção à regra, pois permite a aplicação da ULTRATIVIDADE da lei, para prejudicar o réu, nos casos de lei excepcional (aquela que é editada em situações de emergência) ou de lei temporária (aquela que já prevê em seu texto, o seu tempo de DURAÇÃO. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência 2.2. Lei penal no espaço “A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se CONSUMAR a infração, ou, 5 INCONDICIONADA, O código penal adotou o princípio da territorialidade, em relação a lei penal no espaço. Todavia, admite a aplicação de convenções, tratados e regras de direito internacional, excepcionalmente, configurando a territorialidade mitigada. E o que seria esse território para efeito de territorialidade? Conforme o artigo 5º, §1º do CP, o território nacional não engloba apenas o espaço terrestre Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. O artigo mencionado quer dizer que INDEPENDENTE de onde estiver as embarcações ou aeronaves brasileiras, estas serão aplicadas a lei nacional, DESDE QUE SEJAM PÚBLICAS ou estejam a serviço do governo. Entretanto, as embarcações e aeronaves brasileiras privadas terão a aplicação da lei brasileira se acharem, respectivamente no espaço aéreo correspondente (que não tenha “dono”, que não seja de um país específico) ou em alto-mar. § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Extraterritorialidade O artigo 7º do CP dispõe sobre a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em território estrangeiro. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - Os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; a) contra a administração pública, por quem está a seu serviço b) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; c) Os incisos acima mencionados trata-se do princípio da pois para que o agente seja julgado não é necessária qualquer condição. d) Importante ressalvar o disposto no §1º, do art. 7º do CP, que consagra a soberania. e) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. f) Já no inciso II do art. 7º temos o princípio da extraterritorialidade CONDICIONADA, pois para o agente ser julgado faz-se necessário algumas condições. Princípios norteadores da extraterritorialidade: extraterritorialidade 6 a) Princípio da defesa ou real- Aplica-se a lei nacional ao crime cometido fora do território nacional, visando a tutela de bem jurídico nacional. b) Princípio da justiçauniversal- Aplica- se a lei nacional ao crime cometido em qualquer localidade independentemente da nacionalidade do agente. c) Princípio da Nacionalidade Ativa- Aplica-se a lei nacional ao crime cometido por nacional fora de seu país. d) Princípio da Nacionalidade Passiva- Está relacionado a aplicação da lei nacional do agente passivo. e) Princípio da Bandeira ou pavilhão- Aplica-se a lei nacional aos crimes praticados em aeronaves ou embarcações, mercantes ou de propriedade PRIVADA, quando não forem julgados no estrangeiro. Obs.: Os destroços dos navios ou aeronaves são considerados extensão do território nos quais são matriculados. Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - Os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir (Princípio da Justiça universal) b) praticados por brasileiro (Princípio da nacionalidade ATIVA, o autor do delito é brasileiro) c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados (Princípio da bandeira, do pavilhão ) §§ 2º e 3º que trazem as condições para que a lei brasileira seja aplicada. § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Obs.: Quando um brasileiro comete um crime no estrangeiro, como regra, ele será processado e julgado no Brasil pela JUSTIÇA ESTADUAL. Qual território competente? Capital do Estado em que ele MORA ou MOROU. Se ele não mora ou nunca morou, será a Capital da REPÚBLICA, art. 88 do CPP- No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. 2.3. Lei penal em relação as pessoas Imunidade diplomática- É uma prerrogativa direcionada ao Estado e não ao indivíduo. A sua finalidade é garantir o fiel cumprimento das funções diplomáticas. Encontra-se regulada na Convenção de Viena de 1961, promulgada no Brasil por meio do decreto nº 56.435/65, onde nos termos do seu artigo 29 7 “A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá- lo-á com o devido respeito e adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade” Além disso, nos termos do artigo 30 seguintes: “A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da missão” “O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado.” “A imunidade de jurisdição de um agente diplomático no Estado acreditado não o isenta da jurisdição do Estado creditante” “Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos privilégios e imunidades mencionados nos artigos 29 e 36, desde que não sejam nacionais do estado acreditado” Obs.: As sedes diplomáticas e as residências dos membros das missões diplomáticas são invioláveis, mas não são consideradas território estrangeiro. Obs. Os cônsules possuem apenas imunidade ao processo (penal ou civil) pelos atos realizados no exercício da sua função. Imunidades Parlamentares- Os membros do poder legislativo possuem prerrogativas e não garantias. As prerrogativas existem para garantir a liberdade dos congressistas ao exercerem seu cargo, por isso, elas não podem ser renunciadas, pois não pertencem a pessoa, mas ao cargo. As imunidades parlamentares podem ser formais ou material. Nos termos do artigo 53 da CF: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. Trata-se da Imunidade MATERIAL, a qual garante ao parlamentar proteção com relação as suas opiniões, palavras e votos, para que tenham liberdade e independência no exercício das suas funções. Todavia, para o STF a imunidade material não é absoluta em toda e qualquer situação, mas apenas quando exercida dentro do Congresso Nacional, do contrário, faz-se necessário que a eventual ofensa feita pelo parlamentar tenha relação temática com o exercício do seu cargo. Ofensas feitas DENTRO do Parlamento: a imunidade seria absoluta. O parlamentar é imune mesmo que a manifestação não tenha relação direta com o exercício de seu mandato. Ofensas feitas FORA do Parlamento: a imunidade seria relativa. Para que o parlamentar seja imune, é necessário que a manifestação feita tenha relação com o exercício do seu mandato. Por sua vez, a imunidade formal encontra-se disciplina no art. 57, §1º e 2º da CF: “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão” (imunidade formal relacionada a prisão) OBS: A aprovação pela Casa é condição necessária para a manutenção da prisão realizada, sendo feita em votação aberta. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação (imunidade formal relacionada ao processo) “São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos 8 Deputados Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para Deputados Federais e Senadores. A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que os Deputados Estaduais também têm direito às imunidades formal e material e à inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte aos congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939)” Obs. Os Vereados somente gozam de imunidade material na circunscrição do Município. As Constituições Estaduais ou as respectivas leis orgânicas dos municípios não podem estabelecer imunidades formais em relação aos vereadores, nem ampliar a imunidade material, uma vez que a competência para legislar sobre direito civil, penal e processual é privativa da União. Obs. A imunidade MATERAL é uma excludente de tipicidade. #olhaolinkmental Contagem de prazo- Dispõe o art. 10 do CP a respeito da contagem dos prazos penais: “O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum”Lembre-se: Ainda que o prazo PENAL inicie as 23:00h de determinado dia, este dia será o início do prazo e será computado. 3. TEORIA GERAL DO CRIME O QUE VOCÊ DEVE SABER: Conceito de crime: Doutrinariamente existe vários conceitos sobre o que venha a ser crime. Vejamos alguns dos principais conceitos: a) Legal- Conceitua Crime como a infração penal, a qual a lei impõe pena de reclusão ou detenção. b) Material- Está relacionado ao conteúdo do ilícito penal. Conceitua crime como o comportamento humano que causa lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. c) Formal- Contradição ao ato descrito na norma penal como crime d) Analítico- Enfoca elementos ou requisitos do crime. Como regra, se utiliza o conceito tripartido da teoria analítica. Sendo crime o fato típico, ilícito e culpável. Para teoria Bipartida, crime é fato típico e ilícito, sendo a culpabilidade um pressuposto de aplicação da pena e não um elemento do crime. Principais classificações doutrinárias dos crimes: a) Crime comum: O tipo penal não exige nenhuma qualidade específica do sujeito ativo b) Crime Próprio: O tipo legal exige uma qualificação especial do sujeito ativo Ex: O crime de peculato, que exige a qualidade de funcionário Público, c) Crime de mão própria: O tipo penal, além de exigir qualidade específica para o sujeito ativo, somente ele pessoalmente poderá realizar a conduta, não admitindo coautoria. d) Crime comissivo: O tipo penal exige uma ação proibida. e) Crime omissivo próprio: O tipo penal descreve um não fazer para o agente. É uma norma penal mandamental 9 f) Crime omissivo impróprio (comissivo por omissão) :o A gente deixa de evitar o resultado quando deveria e podia agir. É necessário que o agente tenha o dever legal de impedir o resultado. g) Crime consumado: Quando a infração penal possui todos os elementos de sua definição legal h) Crime tentado: Quando iniciada a execução o resultado não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade. i) Crime material: Para consumar o delito faz-se necessário resultado naturalístico. j) Crime formal: Para consumar o delito o resultado naturalístico pode ou não acontecer. k) Crime de mera conduta: Para consumar o crime o resultado naturalístico não precisa acontecer. Obs.: Cuidado para não confundir os conceitos de crime formal e de mera conduta. CONDUTA: O crime é composto pelo fato típico + ilicitude + Culpabiliade. O primeiro elemento do crime, o fato típico, não deve se confundir com conduta. E por quê? Porque tem crimes que necessariamente para se consumarem faz-se necessário a conduta + resultado naturalístico+ nexo causal naturalístico (crimes materiais), assim como tem crimes que o fato só é composto pela conduta, que é caso dos crimes formais e de mera conduta. FATO = CONDUTA + NEXO CAUSAL + RESULTADO NATURALÍSITCO (crimes materiais) FATO= CONDUTA (crimes formais e de mera conduta) TEORIAS DA CONDUTA 1-TEORIA CAUSAL- NATURALISTICA: Para a teoria clássica o delito constitui-se de elementos objetivos e subjetivos. Os elementos objetivos são o fato típico e a ilicitude, por sua vez o elemento subjetivo é a culpabilidade. A culpabilidade está relacionada ao querer interno do agente, ou seja, ao dolo e a culpa. Assim, o tipo para esta teoria é objetivo, pois se encontra ausente de elementos subjetivos. A culpabilidade para esta teoria é psicológica. 2- TEORIA CAUSAL – NEOKANTISTA Para esta teoria, a culpabilidade para a ter elementos psicológicos e normativos (que demandam um juízo de valor), vindo esta a ser a culpabilidade psicológica-normativa. 3- TEORIA FINALSITA- Wetzel Para esta teoria o querer interno do agente (o dolo e a culpa) está relacionado ao fato típico e não a culpabilidade. Com isso o dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato típico. A culpabilidade passa a ser normativa pura. Para esta teoria o dolo deixa de ser normativo e passa a ser natural. O tipo passa a ser objetivo e subjetivo. DOLO NATUTAL = CONSCIÊNCIA DA CONDUTA + RESULTADO E NEXO CAUSAL DOLO NORMATIVO = CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE DO FATO + CONSCIÊNCIA DA CONDUTA + RESULTADO + NEXO CAUSAL. Falou-se sobre as teorias da conduta, o que seria crime, seus conceitos, mas quais seriam as funções do Direito Penal? Existe duas teorias, que são as que predominam a doutrina penal. 1- Funcionalismo Moderado/ teleológico de Roxin: O autor dessa teoria procura uma 10 reconstrução para o conceito de crime com base em critérios políticos-criminais. Ele acredita que as políticas- criminais podem ser exigidas juridicamente para obtermos o socialmente correto. Roxin defende os princípios garantistas, a pena possui finalidade preventiva e a culpabilidade é o limite desta. Para ele crime é composto pelo injusto + responsabilidade. 2- Funcionalismo sistêmico/radical de Gunther Jakobs- Para o autor o Direito Penal deverá reafirmar o valor das normas violadas, assim como fortalecer as expectativas dos destinatários que essas normas possuem valor e serão cumpridas. Para Jakobs praticar um crime é violar todo o sistema, pois se viola a norma. A pena possui função da prevenção integradora, ou seja, reafirma a força da norma viola e reforçando a confiança da sociedade nesta. Formas de conduta: Como já mencionado, duas são as formas de conduta: As comissivas (descreve uma ação proibida) e a omissivas próprias (descrevem uma violação mandamental) Excludentes de Conduta: Na realidade o mais correto seria dizer, ausência de conduta, pois para se caracterizar conduta faz-se necessária consciência e vontade, logo, inexistência um desses elementos sequer a conduta irá existir e não excluir. Como a conduta é um dos elementos do fato típico, a ausência de um dos elementos da conduta incorre na atipicidade da conduta. a) Coação física irresistível: é você praticar uma conduta porque irresistivelmente você teve que utilizar a sua força física e não porque você teve vontade de realizar realmente os seus movimentos (um dos elementos da conduta) Ex: Um lutador de sumô pegar a força a mão de uma criança e fazer com que ela assine, mesmo contra a sua vontade. b) Inconsciência: é você praticar movimentos estando ausente da sua capacidade psíquica. Ex: Sonambulismo, hipnose, crise de epilepsia. RESULTADO: é um dos elementos do fato típico. Conforme a teoria naturalística, a prática da conduta ocasiona modificação no mundo exterior, sendo exatamente resultado, esta modificação. Observe, que para os crimes de mera conduta não irá existir modificação no mundo exterior, pois eles se consumam mesmo sem haver o resultado naturalístico. Ex: Porte ilegal de arma. É crime apenas o fato de você portar a arma, independente de você obter um resultado naturalístico. No art. 13, Caput do CP, consta que “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa”. Para Alguns doutrinadores, deve-se interpretar restritivamente este artigo, do contrário estaríamos excluindo os crimes de mera conduta, afinal este não possuem resultado. Já para outros doutrinadores, o artigo em questão está tratando do resultado NORMATIVO (jurídico), onde todo crime tem e não o resultado naturalístico, o qual nem todo crime possui. NEXO CAUSAL: Causa é a ação ou omissão, sem a qual o resultado não teria acontecido. Logo, para o nexo causal existir faz-se necessário uma ligação entre a conduta praticada e o resultado obtido. (TEORIA NATURALÍSTICA) 11 Existem várias teorias sobre a relação de causalidade, as quais explicam quando uma ação é causa ou não de um resultado. Destacam-se: 1- Teoria da causalidade adequada: Para esta teoriacausa é a condição mais adequada, mais idônea para produzir o resultado. Ela afasta qualquer causa que acidentalmente contribua para o resultado. 2- Teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua non): Esta é a teoria adotada pelo nosso Código Penal em seu artigo 13, caput. Ela considera causa qualquer condição que contribua para a produção do resultado. Observa-se que esta teoria é muito extensa e pode levar o regresso ao infinito, afinal qualquer causa poderá ser considera uma condição para o resultado, como exemplo, o dono do supermercado que vende veneno para ratos, e que uma esposa o utilizou para matar o marido. Diante disto, é necessário impor limites a teoria da equivalência dos antecedentes, como a presença ou não do dolo ou culpa, de forma a afastar a responsabilidade objetiva. Espécies de Causa: 1- Causa absolutamente independente: Neste de causa/concausa a conduta do agente não possui relação como resultado. Ela pode ser: Preexistente- A causa que produziu o resultado existia antes da conduta do agente. Ex: A desferiu 3 tiros contra B, porém B morreu por envenenamento, devido a um suco que havia ingerido antes. A conduta de A não tem causa com relação a morte de B, contudo, tem relevância para o direito penal, afinal ele tinha intenção de matar, logo, A irá responder por TENTATIVA de homicídio. Concomitante: A causa que produziu o resultado surge no mesmo momento que a conduta do agente. Ex: A esfaqueou B, que no mesmo momento foi baleado por C. C não sabia da existência de A. B faleceu devido ao disparo de C. A irá responder por tentativa de homicídio ou por lesão corporal, a depender da sua intenção, do seu dolo. Superveniente: A causa que produziu o resultado surgiu posteriormente a conduta do agente. Ex: A coloca veneno na comida de B, mas antes que o veneno venha a fazer efeito, B morre por um disparo efetuado por C. A irá responder por Tentativa de Homicídio. 2- Causa Realtivamente independente: O agente constribui relativamente com a causa que produziu o resultado. Preexistente: Duas causas interligadas produziram o resultado. Uma preexistente a conduta do agente e a conduta do agente. Ex: A esfaqueia B (hemofílico), que vem a morrer devido aos ferimentos aliados ao seu estado de saúde. A responde por homicídio consumado. Obs: Alguns doutrinadores defendem que A só irá responder pelo homicídio consumado, caso soubesse do estado de saúde de B. Concomitante: Duas causas interligadas produziram o resultado, uma concomitante a conduta do agente. Ex: A atira em B, no momento que este sofre um ataque cardíaco e vem a falecer pela contribuição do disparo feito por A. A responde por homicídio consumado. Superveniente independente: Duas causas interligadas produziram o resultado, uma superveniente e a conduta do agente. Esta pode ser: Causa superveniente relativamente, que NÃO por si só produziu o resultado e Causa superveniente relativamente que por si só produziu o resultado. Superveniente que NÃO por si só produziu o resultado: Uma causa posterior a conduta do 12 agente, que NÃO produziu o resultado sozinha. Existe Nexo causal, ele não foi interrompido. Ex: A esfaqueia B. que veio a falecer no Hospital devido a uma broncopneumonia que pegou, enquanto estava internado devido as facadas. A responde pela morte de B. Superveniente Independente que por si só produziu o resultado: O agente praticou uma causa e posteriormente ocorreu outra causa, que por si só, produziu o resultado. Superveniência de causa independente Art. 13, § 1º do CP - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Ex: A esfaqueou B, que foi para o hospital e morreu decorrente a um desabamento. A responde por tentativa de homicídio e não pela morte de B. Como que eu faço para saber se a causa superveniente relativamente por si só produziria ou não o resultado? Se o resultado obtido atingiu apenas a vítima, a causa por si só não produziria o resultado, é causa da broncopneumonia, que a vítima pegou no hospital. Só a vítima pegou essa doença ou o hospital todo pegou? Só a vítima. A causa da morte da vítima, por mais que tenha relação com a conduta do agente só atingiu a vítima e mais ninguém. Por isso, que o agente responde pelo crime consumado. Agora, se o resultado atingiu além da vítima, o agente responde apenas pelos atos que praticou. É o caso do desabamento. O desabamento atingiu só o a vítima ou o hospital todo? O hospital todo! Logo, é uma causa superveniente relativamente que PRO SI SÓ produziu o resultado. O agente responde pelo crime tentado, pois fica excluído o nexo de causalidade. TIPICIDADE: A tipicidade penal é composta pela tipicidade objetiva e a tipicidade subjetiva. Tipicidade objetiva = Tipicidade formal + tipicidade material. Tipicidade Formal = Conformidade do fato praticado ao tipo penal Tipicidade material = Desvalor da conduta e do resultado. Tipicidade subjetiva = Realização do tipo subjetivo. Obs: A teoria adotada pelo nosso CP é a da “ratio cognoscendi”, POIS OCORRENDO O FATO TÍPICO HÁ INDICIO QUE ELE TAMBÉM SEJA ILÍCITO, PODENDO A ILICITUDE SER AFASTADA CASO SEJA APRESENTADA ALGUMA CAUSA EXCLIDENTE DE ILICITUDE. OBS: Tipicidade conglobante (Zaffaroni): Para Zaffaroni, a tipicidade comglobante é a tipicidade legal + conglobante (antinormatividade) Tipo Doloso: Dolo é a consciência e a vontade de realizar o fato típico. Teorias sobre o dolo: Teoria da Vontade- é à vontade e consciência de realizar o resultado. É a teoria adotada pelo CP, para o dolo direto. Teoria do assentimento ou consentimento- O a gente tem a consciência e a previsão do resultado, mas não necessariamente a vontade de produzir o resultado. O agente prevê o resultado e assume o risco de que 13 ele possa vir a ocorrer. É a teoria utilizada pelo CP para o dolo eventual #linkmental Não confunda a teoria do assentimento com a culpa consciente, pois nesta o agente prevê o resultado, mas NÃO assume o risco da sua produção. Teoria da representação- É a vontade e a previsão de produzir o resultado. Espécies de dolo: Dolo direto: o AGENTE QUE A PRODUÇÃO DO RESULTADO. Ele pode ser de primeiro grau, que o fim em si mesmo, não causa qualquer efeito colateral. Como também dolo direto de segundo grau, que é previsão de efeitos colaterais pra produzir seu resultado. Por ex: A quer matar B e decide colocar uma bomba no avião que ele vai viajar, logo irá matar B e todas as pessoas que estão no avião, pois os efeitos colaterais para o resultado que A pretende é necessário. Dolo indireto: A vontade do agente não se resume a um resultado determinado. Podendo ser, dolo eventual, o agente arrisca a produção do resultado previsível (Teoria do Assentimento) ou dolo alternativo, o agente possui uma vontade dirigida a um ou outro resultado. Dolo eventual x Dolo de Segundo Grau: No dolo eventual o resultado colateral é previsível, poderá ocorrer ou não. Já no dolo de segundo grau, para que o agente consiga a sua finalidade NECESSARIAMENTE irá ocorrer uma consequência colateral. (Teoria da representação) Dolo direto x Dolo eventual: No direito o resultado é previsto e pretendido, no eventual é previsto e aceito. Tipo Culposo: No crime culposo, o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produzi-lo. Elementos do tipo Culposo: Voluntariedade: O agente possui vontade de praticar a conduta, contudo o resultado é causado involuntariamente. Inobservância do dever objetivo de cuidado- Nem sempre o dever de cuidado é observado, é o que ocorrer com a imprudência, negligência eimperícia. Previsibilidade: Em regra, no crime culposo não há PREVISÃO, que é diferente de previsível. NÃO CONFUNDA! FGV, AMA ISSO Resultado naturalístico INVOLUNTÁRIO: A conduta é voluntária, mas o resultado é involuntário. NÃO CONFUDA! Modalidades da culpa: Imprudência: Imprudência é uma atitude precipitada, sem ponderação. Ex: Dirigir em alta velocidade. Negligência: Ausência de precaução. Ex: Deixar uma arma próximo a uma criança. Imperícia: Inaptidão para o exercício da arte ou profissão. Espécies de Culpa: Culpa Consciente (ex lasciva): O agente prevê o resultado, mas não assume o risco de produzi-lo. Culpa Inconsciente (ex ignorantia): O agente não prevê o resultado e nem assume o risco de produzir. Deve ser previsível para o homem médio. 14 CRIMEPRETERDOLOSO: O crime preterdoloso ocorre quando o agente quer Culpa Própria: O agente não prevê e nem assume o risco, mas pratica o resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Culpa Impropria: Deriva do erro evitável/inescusável ou do excesso nas justificativas. O agente imagina que está diante de uma causa excludente ou que pode agir excessivamente, que não será punido. Na verdade, é uma conduta dolosa, mas por políticas criminais o tratam como crime culposo. #LINKMENTAL Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. O erro de tipo é incidente sobre elementos OBJETIVOS da conduta. Neste caso há má interpretação sobre os fatos, ele recai sobre elementos descritivo dos fatos, os quais ao desaparecer excluem o crime, pois o fato deixa de ser típico. O erro de tipo pode ser ESCUSÁVEL (desculpável) ou INESCUSÁVEL (indesculpável). Quando ele for escusável, ou seja, desculpável, exclui o dolo e quando ele for inescusável, o agente responderá a título de culpa, caso o crime seja previsto também na modalidade culposa. Essa culpa, a qual o artigo 20 do CP traz, é a culpa IMPRÓPRIA. Erro sobre a ilicitude do fato/ Erro de proibição Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (erro de proibição DIRETO) Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência O erro de proibição é o erro sobre a ilicitude do fato. O agente sabe que o fato está acontecendo, mas ele não sabe que é ilícito. Diante do caso concreto, caso a consciência da ilicitude seja INEVITÁVEL(DESCULPÁVEL) o agente é isento de pena, caso seja EVITÁVEL, a pena poderá ser diminuída de 1/6 a 1/3. Perceba, que diferentemente do erro de tipo, o erro de proibição diminui a pena caso seja evitável, o erro de tipo pune o agente por crime culposo, caso seja previsto. O erro de proibição pode ser Direto ou indireto: a) O direto é o erro sobre a ilicitude real do fato. É você achar que está fazendo algo que não é proibido b) O indireto está relacionado as discriminantes putativas ou aos limites jurídicos da ilicitude. É você saber que está agindo ilicitamente, mas que está amparado por uma causa excludente de ilicitude ou achar que está agindo dentro dos limites de uma causa excludente de ilicitude, mas não está. § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo (erro de proibição INDIRETO) OBS: ERRO DE PROIBIÇÃO NÃO É CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE. É ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO. NÃO CONFUNDA! OBS: Erro de proibição é erro sobre a ilicitude do fato, mas exclui a CULPABILIDADE e não a ilicitude. Até porque o fato é ilícito, o agente apenas não sabia que era, logo não tem como ser excluída a ilicitude “apenas” porque o agente não sabia, mas a sua culpabilidade sim. #VOCÊSQUELUTEM #TOMEMAISLINKMENTAL =) 15 o resultado (dolo), mas causa um resultado além do pretendido (culpa) ILICITUDE: Ilicitude é a contrariedade do fato com o ordenamento jurídico. Discriminante = Causas de exclusão de ilicitude Causas legais de exclusão de Ilicitude: (art. 23 do CP) Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - Em estado de necessidade II - Em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terço Obs: Não configura estado de necessidade se a conduta lesiva for um crime permanente ou habitual, tendo em vista que não se terá o perigo ATUAL, tão pouco será INEVITÁVEL A CONDUTA. #linkmentalmeupovo CRIME CONTINUADO E CRIME PERMANENTE O crime continuado está previsto no art. 71 do CP: Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Já o crime permanente é aquele em que a consumação se prolonga/se protrai no tempo, pela vontade do agente. EX: Extorsão mediante sequestro, tráfico ilícito de drogas... Tanto no crime permanente, como no crime continuado será aplicado a súmula 711 do STF sobre o momento em que o crime foi praticado. Súmula 711 STF - A lei penal mais grave aplica- se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência. Formas de estado de necessidade: Estado de necessidade próprio: Proteção de direito próprio do agente Estado de necessidade de terceiro: O agente protege direito de terceiro. Estado de necessidade agressivo: A conduta recai sobre direito/bem de quem não concorreu para a produção da situação de perigo. A conduta recai sobre o direito de terceiro alheio a situação. Estado de necessidade defensivo: A conduta lesiva recai sobre direito de quem provocou o perigo. Estado de necessidade Real: Existe uma situação real de perigo acontecendo. É o próprio artigo 24 do CP. Estado de necessidade putativo: O agente imagina estar diante de um estado de 16 necessidade real ou erra sobre os limites da excludente, acreditando estar praticando um ato LICITO. Estado de necessidade justificante: Exclusão de Ilicitude Estado de necessidade exculpante: Excludente de culpabilidade #PLUS O estado de necessidade poderá ser uma causa exclusão de ilicitude, o justificante ou causa excludente de culpabilidade, o exculpante. Irá depende de qual teoria será adotada. Para a teoria diferenciadora, se o bem protegido pelo agente for de valor superior ao bem sacrificado, ocorrerá a exclusão de ilicitude. Ex: Para Salvar a vida e alguém, o agente danifica um patrimônio. Entretanto, caso o bem protegido seja inferior ou igual ao bem sacrificado, ocorrerá a exclusão da culpabilidade. ESTA TEORIA NÃO É ADOTADA PELO CP Para teoria Unitária, O ESTADO DE NECESSIDADE SEMPRE SERÁ CAUSA DE EXCLUSÃODE ILICITUDE. LEGÍTIMA DEFESA: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes (NOVIDADE LEGISLATIVA) NÃO CONFUNDA COM EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO. Art. 23, Parágrafo único do CP - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Obs: legítima defesa putativa: legítima defesa imaginária. Poderá ocorrer no caso de erro de tipo permissivo (art. 20, §1º do CP) ou erro de proibição indireto (art.21 do CP) LEGÍTIMA DEFESA REAL X LEGÍTIMA DEFESA REAL = Não pode ocorrer LEGÍTIMA DEFESA REAL x LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA = Pode ocorrer, pois quem imagina estar sob legítima defesa, pratica uma agressão injusta. LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE = Não pode ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL- Não se aplica as obrigações sociais, morais, culturais ou religiosas. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO- o que é permitido não pode ao mesmo tempo ser ilícito. Contudo, o exercício não pode ser abusivo, deverá ser regular. Ex: PRISÃO EM FLAGRANTE FEITA POR PARTICULAR. Obs: Para a doutrina ofendículos constitui exercício regular do direito. Ofendículos são mecanismo de defesa visíveis. EX: cacos de vidro no muro de casa. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO O consentimento do ofendido é uma criação doutrinária, pois não existe previsão legal. Em determinados casos ele será exclusão da tipicidade, caso o consentimento seja um elementar do tipo, e em outros, uma causa 17 SUPRALEGAL (que está “fora” da lei) excludente de ilicitude. As causas legais excludentes de ilicitude são aquelas previstas no art. 23, do CP. Já causas supralegais são aquelas que não estão previstas em lei, como, por exemplo, o consentimento do ofendido, logo, quando a ausência do consentimento for um requisito para que o delito seja tipificado, a sua presença irá configurar a atipicidade da conduta, porém quando ela não for um elementar do tipo, poderá configurar uma causa supralegal de exclusão da ilicitude. CULPABILIDADE: A culpabilidade é o juízo de reprovação do agente, devido este ter praticado um fato típico e ilícito. O código penal adotou a teoria normativa pura da culpabilidade, a qual a culpabilidade tem como elementos a: imputabilidade, potencial consciência de ilicitude e exigibilidade de conduta diversa. A culpabilidade é composta por três elementos: a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e inexigibilidade de conduta diversa Imputabilidade: é a capacidade que o agente possui para ser responsabilizado criminalmente. O CP adotou o sistema biopsicológico ou misto para verificar a capacidade do agente. De acordo com Este sistema a anomalia psíquica o agente, era, ao tempo da conduta, incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse. (art. 26 do CP). A inimputabilidade é a falta da imputabilidade, ou seja, é a falta de um dos elementos da culpabilidade. EXCLUDENTES DA CULPABILIDADE: Doença mental Art. 26 do CP - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento MENORIDADE: Os menores de 18 anos são inimputáveis, não se sujeitam à Justiça Penal, respondem pela sistemática do ECA. Em relação a menoridade o nosso código utiliza o sistema biológico. Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. Obs. A emancipação civil do menor de 18 anos não alterada em nada a inimputabilidade penal. Desta forma, o menor de 18 anos é capaz para o Direito Civil, mas inimputável para o Direito Penal. Embriaguez Art. 28, § 1ºdo CP - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento Para que a embriaguez seja cause a inimputabilidade, ela precisa ser INVOLUNTÁRIA, PROVENIENTE DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR, AO TEMPO DA AÇÃO OU OMISSÃO, O AGENTE PRECISA ESTAR INTEIRAMENTE INCAPAZ. Caso o agente apenas não possuísse a plena capacidade no momento , era, ao tempo da ação incompleto ou retardado 18 DICA DO DIA 09 DIREITO CIVIL da ação ou omissão será causa de diminuição de pena e não de isenção. Art. 28, § 2º do CP - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento A potencial. consciência da ilicitude, outro elemento da culpabilidade, está relacionada ao erro de proibição inevitável do art.21 do CP. Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; (erro de proibição/causa excludente da culpabilidade) Por fim, a exigibilidade de conduta diversa, terceiro elemento da culpabilidade, se encontra no art. 22 do CP Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem (Coação MORAL irresistível e obediência hierárquica/ causas excludentes da culpabilidade) 0bs. Ao INIMPUTÁVEL SERÁ PROLATADA UMA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA- Pois absolve o réu (isenta-o de pena), mas impõe-lhe sanção penal (medida de segurança) Se a pena for de RECLUSÃO- Teremos a internação Se a pena for de DETENÇÃO- Tratamento ambulatorial NÃO CONFUNDA COAÇÃO FÍSICA= EXCLUE A CONDUTA COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL= EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE Exigibilidade de conduta diversa= Causa LEGAL de exclusão de culpabilidade INEGIBILIDADE de conduta diversa= Causa SUPRALEGAL de exclusão de culpabilidade #linkmental Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes." Súmula 617: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena 1. DAS PESSOAS O QUE DEVO SABER: O código Civil é estruturado sobre ideia de direito subjetivo. Sujeito de direito: É aquele que pode ser titular de direitos e obrigações na órbita do direito civil, mas que não se confunde com pessoa. Afinal, nem todo sujeito de direito é pessoa. Pessoa: É todo ser humano dotado de personalidade. Personalidade: É a aptidão genérica entregue pelo direito a determinados entes, assim como as pessoas, para que possam exercer direitos e obrigações na órbita do civil. Sendo assim conclui-se, que existe sujeitos de direito personalizados, no caso as pessoas, e os sujeitos despersonalizados, que podem ser humanos ou não. Capacidade de direito x capacidade de fato: A capacidade de direitoé uma qualificação dada a um sujeito de direito, é a aptidão genérica de ser 19 titular de direito e obrigações na órbita civil. Esta capacidade existe na sua plenitude, não podendo existir limitações. Por sua vez, a capacidade de fato é a capacidade de exercer “por si só” direitos e obrigações.( é capacidade de gozo, de exercício) Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro E o que seria nascituro? Ente formado e que possui a viabilidade do nascimento com vida Teorias sobre o nascituro: Teoria Natalista (Art. 2º, primeira parte, CC) Para esta teoria o ser humano adquire personalidade civil ou jurídica somente a partir do seu nascimento com vida, antes disto o que se tem é mera expectativa de direito. A lei apenas protege os direitos que o nascituro adquirirá quando nascer com vida, logo o nascituro possui uma expectativa de direito que será assegurada até seu nascimento com vida. ESTA É A TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO CIVIL. Teoria Concepcionista: É possível o ser humano adquirir a personalidade civil ou jurídica desde a concepção, ou seja, antes de nascer. Teoria Condicional: A personalidade jurídica do nascituro se inicia a partir da concepção, contudo, entende que a personalidade do nascituro assume uma condição suspensiva. Tal condição suspensiva ficaria condicionada ao nascimento com vida do nascituro para sua implementação, e, nascendo este com vida, retroagiriam os efeitos da personalidade jurídica desde a concepção. Para esta teoria, o nascituro é uma “pessoa condicional”, e por este motivo a lei lhe garante expectativas de direitos, que dependem do seu nascimento com vida para que se convalidem. Teoria da Personalidade Material: (Maria Helena Diniz). Até o nascimento, os direitos de conteúdo patrimonial ficam sob condição suspensiva. Divide os direitos em Direitos Patrimoniais e Direitos Existenciais (personalidade, vida, honra, dignidade). Os Direitos Patrimoniais ficam sob condição suspensiva, e os Direitos Existenciais eles são adquiridos desde a concepção. Das Incapacidades: Art. 3º do CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Atualmente, apenas os menores de 16 anos são ABSOLUTAMENTE incapazes e deverão ser REPRESENTADOS pelos que a lei ou sentença reconhecem. O Critério de aferição da Capacidade Absoluta é OBJETIVO e CRONOLÓGICO Os atos praticados por uma pessoa absolutamente incapaz são NULOS e retroagem até o momento do seu exercício. EX-TUNC. OBS: A capacidade dos índios é regulada por lei própria. Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - Com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - Em caso de os pais decaírem do poder familiar. Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto. Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico. Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o poder familiar. 20 Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos pais incumbe a tutela aos parentes consanguíneos do menor, por esta ordem: I - Aos ascendentes, preferindo o de grau mais próximo ao mais remoto; II - Aos colaterais até o terceiro grau, preferindo os mais próximos aos mais remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos aos mais moços; em qualquer dos casos, o juiz escolherá entre eles o mais apto a exercer a tutela em benefício do menor. Art. 4 o São incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; IV - Os pródigos. Um ato jurídico de uma pessoa relativamente incapaz é ANULÁVEL (NULIDADE RELATIVA), e os efeitos da declaração de nulidade NÃO RETROAGEM. EX-NUNC. DICA: EX- NUNC. ESSE N DO NUNC, VOCÊ PENSA: N DE NÃO, DE NÃO RETROAGE. A curatela e tomada de decisão apoiada são os mecanismos e apresentam como os mecanismos de proteção dos relativamente incapazes. A curatela é um processo judicial, com participação OBRIGATÓRIA DO MP. Por sua vez, a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 pessoas idôneas com as quais mantenha vinculo e que gozem da sua confiança para prestar-lhe apoio na tomada de decisão. Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade II - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico V - Os pródigos. Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo- lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade. § 1 o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar. § 2 o O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo. § 3 o Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio. § 4 o A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado § 9 o A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada. § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento 21 condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. EMANCIPAÇÃO: É o instituto jurídico de concessão de plena capacidade civil. A emancipação antecipa a capacidade civil E NÃO A MAIORIDADE Formas de emancipação: o Voluntária (Extrajudicial): Deriva da vontade dos pais. Ocorre por concessão dos pais, por meio de instrumento público que será averbado no registro civil. Emancipação Judicial: TUTOR: Deriva de uma sentença (processo judicial). Ocorre quando o Juiz, após ouvir o tutor do menor de 16 anos completos, concede uma sentença declaratória que deverá ser oficiada ao cartório, concedendo a emancipação. Divergência PARENTAL: havendo divergência entre os pais, para que seja emancipado deverá haver um processo judicial. Emancipação Legal (Extrajudicial): Deriva da lei. O CC reconhece situações que geram o efeito da emancipação de forma automática, não havendo necessidade de vontade ou sentença. São elas: Casamento, Exercício de emprego público EFETIVO,) Colação de grau em curso superior, Estabelecimento civil ou comercial ou relação de emprego e economia própria. Obs.: O divórcio não revoga a emancipação. Os pais que emancipam os filhos menores deixam de responder como responsáveis? NÃO. Ainda que os filhos estejam emancipados a responsabilidade civil dos pais continuam a existir. O FIM da personalidade da pessoa NATURAL se dá com a MORTE.São DUAS as hipóteses de morte presumida: (1) decorrente da ausência (desaparece sem deixar qualquer tipo de rastro ou procurador); (2) decorrente das situações do art. 7º do CC (probabilidade extrema de morte daquele que se encontre em perigo de vida e os desaparecidos em campanha de guerra ou feito prisioneiro, caso não seja encontrado até 02 dois anos após o término da guerra). COMORIÊNCIA: É quando dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião. Não se pode averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros e, então, eles são declarados SIMULTANEAMENTE MORTOS. Não há transmissão de herança entre comorientes. Não haverá reciprocidade hereditária. Os nascimentos, casamentos e óbitos, além da emancipação, interdição e a sentença declaratória de ausência e de morte presumida DEVEM ser registradas em REGISTRO PÚBLICO. 2. PESSOAS JURÍDICAS O QUE DEVO SABER: Pessoas jurídicas: São entidades (reunião de pessoas) a que a lei confere personalidade, capacitando-as a serem sujeitos de direitos e obrigações próprios. São entes formados pela coletividade de bens ou de pessoas a quem a lei atribui personalidade jurídica, com o objetivo de que seja atingida uma determinada finalidade autorizada ou não proibida por Lei. Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público I - A União; II - Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - As autarquias, inclusive as associações públicas; interno: 22 V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem- se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - As associações; II - As sociedades; III - as fundações. IV - As organizações religiosas; V - Os partidos políticos VI - As empresas individuais de responsabilidade limitada Sem o REGISTRO regular da Pessoa jurídica no órgão respectivo, ela será considerada irregular. Sociedade de Fato: Ato constitutivo não existe. Sociedade Irregular: Ato constitutivo existe, mas não foi registrado. OBS: Nos Entes despersonalizados, os seja, nas Pessoas jurídicas irregulares a responsabilidade será pessoal, solidária e ilimitada do sócio que contratou. Assim como ocorre com as pessoas naturais, a extinção da pessoa jurídica determina o fim de sua personalidade jurídica. Pessoas jurídicas de direito público interno: têm, em regra, responsabilidade objetiva pelos danos causados a terceiros. Em situações excepcionais, relacionadas a conduta omissiva, a responsabilidade será subjetiva. Pessoas jurídicas de direito privado: a responsabilidade civil também é, em princípio, do tipo objetiva, pela incidência dos Arts. 932 e 933 do Código Civil de 2002, que determinam que, ainda que não haja culpa de sua parte, o empregador responde pelos atos de seus empregados, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. Espécies de Pessoas jurídicas de direito Privado: 1- Sociedade: São pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pessoas (universitas personarum), que se organizam para desenvolver uma atividade econômica com intuito lucrativo. 2- Sociedade Simples: Composta por pessoas que se organizam com intuito lucrativo, mas sem possuir os elementos de empresa (Atividade Profissional, Organizada e Econômica – PEO) 3- Sociedade Empresária: Composta por pessoas que se organizam com o fim comercial, constituindo uma empresa, com atividade organizada e com fim lucrativo. OBS: A Lei nº. 14.195/2021 acabou com as EIRELI (empresas individuais de responsabilidade limitada). A EIRELI era um tipo societário também composto por apenas um sócio, e não era regida por um contrato social – bastando o ato constitutivo de registro na Junta Comercial (EIRELI: Constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País) 23 isto é, Associação (Art. 63 a 61, CC): As associações são pessoas jurídicas de direito privado formadas pela união de pessoas (universitas personarum) que se organizam para desenvolver uma atividade lícita que não seja econômica, que não tenha intuito lucrativo. CARACTERÍSTICAS: 1-O estatuto não poderá estabelecer direitos e obrigações recíprocos entre os associados (Art. 53, CC) 2-Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais (Art. 55, CC) 3-A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa (Art. 57, CC) 4-A qualidade de associado é intransmissível (gratuita ou onerosamente), salvo disposição em sentido contrário no estatuto (art. 56, CC) assegura a invulnerabilidade dos direitos individuais dos associados (art. 58, CC) A assembleia geral é considerada o órgão máximo dentro da associação. SEMPRE CAI ISSO, PRESTE ATENÇÃO: Havendo a Extinção ou Dissolução da Associação :As cotas ou frações ideais serão destinados à: 1) Entidade de fins não econômicos designada no estatuto, OU 2) Omisso o Estatuto, por deliberação dos associados, destinado à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes, OU 3) Destinados aos próprios associados no limite do que cada um contribuiu, OU 4) Não sendo possível qualquer das hipóteses anteriores à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. Fundações (Art. 62 a 69, CC): As fundações são pessoas jurídicas de direito privado formadas por um patrimônio, uma coletividade de bens (universitas bonorum) para desenvolver uma atividade lícita que não seja econômica, isto é, que não tenha intuito lucrativo Elaboração do estatuto: celebração do estatuto pode ser direta ou própria. Caso o estatuto não venha a ser elaborado - transcorrido 180 (cento e oitenta) dias competirá ao Ministério Público realizar a sua elaboração. 3. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA O QUE DEVO SABER: É importante mencionar que quando ocorre a desconsideração da personalidade jurídica, os bens particulares dos administradores/sócios são utilizados para pagar dívidas da pessoa jurídica. Somente poderá ocorrer a desconsideração da personalidade jurídica nas relações jurídicas regidas pelo Código Civil se ficar caracterizado que houve abuso da personalidade jurídica (Caput do artigo 50). Esse abuso pode se dar em duas situações: 1) Desvio de finalidade (utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza). 2) Confusão patrimonial (ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial). Teorias sobre a desconsideração da personalidade jurídica: TEORIA MAIOR: Exige que haja o abuso de direito ou abuso da personalidadejurídica, que é caracterizado pelo desvio de finalidade, fraude ou confusão patrimonial, não bastando a 24 insuficiência de fundos DICA DO DIA 10 PROCESSO CIVIL insuficiência de fundos para quitar suas dívidas. É o caso do Art. 50 do CC. TEORIA MENOR: Não há necessidade de comprovar um motivo, basta haver a (insolvência) para quitar suas dívidas. É o que ocorre no Código de Defesa do Consumidor e no Direito Ambiental DESCONSIDERAÇÃO INVERSA DA PERSONALIDADE JURÍDICA: Ocorre quando o Juiz, por requerimento, autoriza o uso de bens da PJ para pagamento de dívidas e obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. § 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. § 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I - Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa; II - Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente insignificante; III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. § 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. § 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. § 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica. 1. JURISDIÇÃO E AÇÃO O QUE VOCÊ DEVE SABER: Os artigos principais correspondentes a tal tema encontram-se entre os arts. 16 ao 20 do CPC. A jurisdição nada mais é do que o poder e atividade de dizer o direito, ou seja, de aplicar o direito a um caso concreto. Poder do Estado de solucionar litígios e aplicar a lei ao caso concreto. A jurisdição é aplicada pelos órgãos destinados à tal função, a fim de obter a composição da lide. No caso, a jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional. Sempre, portanto, temos a necessidade de haver um conflito ou uma lide para que o estado-juiz, incumbido do poder Jurisdicional, diga de quem é o direito (art. 2º, CPC). A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte (importante). (art. 13º, CPC). Também é importante mencionar que a norma processual não retroagirá e será aplicável 25 ATENÇÃO: A ação proposta perante tribunal estrangeiro não litispendência e não obsta a induz que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada (art. 14º, CPC). O CPC é utilizado como fonte subsidiária em caso de omissão das normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. Logo, temos que o interesse e a legitimidade são pressupostos processuais. Isso significa dizer que acaso verifique o juiz, ao receber a inicial, que não se encontram presentes o interesse de agir ou legitimidade para a causa, haverá o indeferimento da petição inicial, nos termos do art. 330, II e III do CPC. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. O interesse do autor pode limitar-se à declaração? Sim, nos exatos termos do art. 19º, do CPC e é possível a ação meramente declaratória, art. 20º, CPC. OBSERVAÇÃO: A ação meramente declaratória é imprescritível. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I – réu de qualquer nacionalidade domiciliado no Brasil (Em se tratando de PESSOA JURÍDICA, considera- se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal); II – Obrigação tiver que ser cumprida no Brasil; III – A ação se der por fato ocorrido no Brasil. A Ação de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil ou o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens e recebimento de renda também devem ser de competência da autoridade judiciária brasileira! IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ACIMA NÃO EXCLUEM A COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE. IMPORTANTE: AS HIPÓTESES ABAIXO EXCLUEM A COMPETÊNCIA INTERNACIONAL, portanto, cabe tão somente a autoridade judiciária Brasileira: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 2. LITISPENDÊNCIA 26 O QUE VOCÊ DEVE SABER: Litispendência nada mais é que a repetição de ação que se encontra em curso. Verifica-se a litispendência quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. A litispendência pressupõe identidade de partes, causas de pedir e pedidos. Como matéria de defesa, a litispendência deverá ser alegada pelo réu antes de discutir o mérito (art. 337, VI, CPC). Acaso verificada a litispendência o mérito NÃO SERÁ RESOLVIDO (art. 485, V, do CPC). No caso de extinção em razão de litispendência, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito (art. 486, §1º, CPC). A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência (art. 240, CPC). LITISPENDÊCIA É DIFERENTE DE COISA JULGADA, porque nesta o processo já findou, ou seja, houve o trânsito em julgado da sentença. 3. COMPETÊNCIA O QUE VOCÊ DEVE SABER: A competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da petição inicial (43 CPC). A competência da Justiça Federal é fixada pelos critérios previstos no art. 109 da Constituição. Desse modo, a Justiça Estadual é competente para apreciação de todas as causas que não sejam de competência de outra justiça especializada (Justiça Federal, Militar, do Trabalho e Eleitoral).
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