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Profª. Maiana R. G. Sousa Doutoranda em Enfermagem da FEN-UFG Coordenadora do Núcleo de Segurança do Paciente do HUGO Centro Goiano de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação 1. PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Garantir a correta identificação do paciente OBJETIVO Reduzir a ocorrência de incidentes Assistência prestada à pessoa para a qual realmente se destina. FINALIDADE CONSEQUÊNCIA SEGURANÇA Alguns fatores e/ou rotinas podem elevar os riscos na identificação do paciente como: * estado de consciência do paciente * mudanças de leito (enfermarias) ou setor * profissionais novos dentro da instituição Erros de identificação * Admissão * Diagnóstico * Tratamento * Alta * Anualmente, cerca de 850 pacientes nos EUA são transfundidos com sangue destinados a outros pacientes e aproximadamente 3% desses pacientes evoluem para óbito. Erros de identificação * Consensos e relatórios de especialistas indicam reduções significativas na ocorrência de erros após a implementação do uso de pulseiras de identificação do paciente. IDENTIFICAÇÃO DOS PACIENTES Pelo menos 2 identificadores em pulseira branca padronizada, colocada no membro preferencial (definido pela instituição) do paciente para que seja conferido antes do cuidado. nome completo do paciente (sem abreviaturas) data de nascimento do paciente (DD/MM/AAAA) sexo número de prontuário do paciente médico/equipe responsável Será realizada na admissão e deverá permanecer durante todo o tempo que paciente estiver submetido ao cuidado. QUANDO COMO Todos os ambientes (unidades de internação, ambulatório, pronto atendimento, centro cirúrgico, banco de sangue, etc.) em que sejam realizados procedimentos, quer terapêuticos, quer diagnósticos. ONDE Havendo necessidades ou condições especiais, tais como edemas, amputações, presença de dispositivos vasculares ou materiais de órtese, deverá ser promovido um rodízio dos membros conforme sequência preestabelecida. IMPORTANTE: A mesma disposição, ordem e estilo da informação devem ser usados em todas as pulseiras de identificação do paciente a fim de garantir a padronização e evitar erros. O serviço de saúde definirá como identificar pacientes que não possam utilizar a pulseira, tais como grandes queimados, mutilados e politraumatizados. EXEMPLO Pacientes adultos deverá ser colocada a pulseira no MEMBRO SUPERIOR DIREITO. Em caso de impossibilidade do uso da pulseira no local de preferência, o uso da pulseira deverá seguir a sequência: 1) membro superior direito 2) membro superior esquerdo 3) membro inferior esquerdo 4) membro inferior direito Informações: nome da mãe e as outras informações padronizadas. Recém-nascidos Deverá ser colocada preferencialmente no tornozelo direito. Sequência: tornozelo direito → tornozelo esquerdo → punho esquerdo → punho direito A confirmação da informação contida na pulseira do recém-nascido e na pulseira da mãe deve ocorrer em todo o momento que o recém- nascido for entregue à mãe ou responsável legal. Caso a mãe não esteja internada, deverá ser solicitado documento que comprove o nome da mãe e deverá ser realizada a confirmação com os dados existentes na pulseira do recém-nascido. O número do Quarto/enfermaria/leito do paciente não pode ser usado como um identificador, em função do risco de trocas no decorrer da estada do paciente no serviço. Identidade do paciente não disponível: número do prontuário e as características físicas mais relevantes do paciente, incluindo sexo e raça. IMPORTANTE: Não se deve adotar pulseiras coloridas de alerta ou etiquetas como identificadoras do paciente, devido ao aumento dos riscos de erros de identificação. Impressos: As etiquetas pré- impressas devem caber no espaço disponível na pulseira de identificação e não devem esconder a informação. A impressão deve ser durável, impermeável, segura e inviolável. Manuscritos: deve garantir a legibilidade, adequação e durabilidade da informação, sendo necessário o uso de canetas especiais . Métodos para gerar os identificadores do paciente IMPORTANTE: O serviço de saúde deve prever o que fazer caso a pulseira de identificação seja danificada, removida ou fique ilegível. Verifique não APENAS no início de um episódio de cuidado, mas a cada intervenção realizada no paciente ao longo de sua permanência no hospital. NUNCA pergunte ao paciente “você é o Sr. Silva?”, porque o paciente pode não compreender e concordar por engano. NUNCA suponha que o paciente está no leito correto ou que a etiqueta com o nome acima do leito está correta. PEÇA ao paciente que declare (e, quando possível, soletre) seu nome completo e data de nascimento. Mesmo que conheça o paciente, verifique os detalhes de identificação. SEMPRE verifique essas informações na pulseira de identificação do paciente, que deve dizer exatamente o mesmo de forma legível. DEVE ser realizada antes de todo e qualquer cuidado: * Administração de medicamentos, de sangue e de hemoderivados * Coleta de material para exame * Entrega da dieta * Realização de procedimentos invasivos e cirúrgicos. Confirmar a identificação do paciente antes do cuidado O profissional de assistência à saúde deverá explicar os propósitos dos identificadores da pulseira e que a conferência da identificação é obrigatória antes do cuidado para que se obtenha o envolvimento e adesão do paciente/ acompanhante/familiar/cuidador no processo de identificação correta. Educar o paciente/ acompanhante/ familiar / cuidador Visão do cliente: * Maior parte dos pacientes era favorável e que considerava importante a necessidade de utilização de algum método de identificação pelos hospitais, principalmente após explicação sobre as consequências de uma identificação incorreta. * 84% dos pacientes consideravam que o hospital deveria utilizar as pulseiras e 90% afirmaram que concordariam em utilizá-las. I. Cor Branca (Ministério da Saúde) II. Tamanho a) Compridas o suficiente para serem utilizadas em pacientes obesos, pacientes com linfedema e pacientes com acessos venosos e curativos; b) Pequenas o suficiente para serem confortáveis e seguras em recém-nascidos, bebês e crianças. * Os ajustes para a variedade de tamanhos e características de pacientes podem ser obtidos aumentando o comprimento máximo disponível para a pulseira de identificação. * Se o comprimento adicional da pulseira de identificação tiver que ser cortado, a equipe deve ser capaz de fazer isto com segurança, de preferência, antes de colocar a pulseira no paciente para se evitar o risco de incidentes. As tesouras utilizadas não devem ser afiadas e devem ser, preferencialmente, com as pontas arredondadas. ESPECIFICAÇÕES DA PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE III. Conforto Os aspectos de conforto relacionados às pulseiras de identificação do paciente incluem: - Forma: sem cantos, contorno ou bordas afiadas que irritem ou friccionem a pele; - Bordas: o material utilizado nas bordas da pulseira deve ser macio e liso para assegurar o conforto durante o uso prolongado. Isso inclui as bordas resultantes dos cortes do tamanho das pulseiras, quando necessários. - Fixadores: quando utilizadas, não devem pressionar a pele. - Material: flexível, liso, impermeável, lavável e não-alergênico. ESPECIFICAÇÕES DA PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE IV. Facilidade de uso As pulseiras de identificação do paciente devem ser: a) Fáceis de limpar. b) Resistentes a líquidos (sabão, detergentes, géis, sprays, esfregas, produtos delimpeza a base de álcool, sangue e outros líquidos corporais). c) Projetadas de maneira que permitam que os pacientes as lavem. d) Fáceis de utilizar por todos os profissionais que possam ter a responsabilidade pela emissão, aplicação e verificação das pulseiras de identificação. Os seguintes aspectos devem ser considerados para facilitar o uso das pulseiras: a) Armazenamento; b) Acesso ao local de armazenamento; c) Preenchimento dos identificadores do paciente; d) Mudança ou atualização de informação; e) Leitura e verificação da informação; f) Colocação no paciente g) Fixação; Atenção: A pulseira de identificação não deve agarrar na roupa, no equipamento ou nos dispositivos, inclusive nos acessos venosos. ESPECIFICAÇÕES DA PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE Desenvolver, implementar e revisar regularmente processos que facilitem a correta identificação dos pacientes na passagem de caso entre as equipes de saúde, na transferência e na alta do paciente. INDICADORES Número de eventos adversos devido a falhas na identificação do paciente. Proporção de pacientes com pulseiras padronizadas entre os pacientes atendidos nas instituições de saúde. NOTIFICAÇÃO Todos os incidentes envolvendo identificação incorreta do paciente devem ser notificados de acordo com a legislação vigente e investigados pelo serviço. As recomendações geradas pelas investigações devem ser implementadas e monitoradas pelo próprio serviço de saúde. 2.PROTOCOLO PARA A PRÁTICA DE HIGIENE DAS MÃOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE Instituir e promover a higiene das mãos nos serviços de saúde do país com o intuito de prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), visando à segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes. Finalidade O protocolo deverá ser aplicado em todos os serviços de saúde, públicos ou privados, que prestam cuidados à saúde. O Produto de higienização das mãos, deverá estar tão próximo quanto possível do profissional, sem a necessidade de se deslocar do ambiente no qual se encontra o paciente. A preparação alcóolica, que deve estar em dispensadores fixados na parede, frascos fixados na cama / na mesa de cabeceira do paciente, nos carrinhos de curativos, podendo também ser portado pelos profissionais em frascos individuais de bolso. Higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida. Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico. Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de microrganismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos. “Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar as mãos para prevenir a transmissão de micro- organismos e consequentemente evitar que pacientes e profissionais de saúde adquiram infecções relacionadas à assistência à saúde. Preparação alcoólica para higiene das mãos sob a forma líquida: Preparação alcoólica para higiene das mãos sob as formas gel, espuma e outras: Preparação contendo álcool, na concentração final entre 60% a 80% destinadas à aplicação nas mãos para reduzir o número de micro-organismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele. Preparações contendo álcool, na concentração final mínima de 70% com atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratório in vitro ou in vivo, destinadas a reduzir o número de micro-organismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele. RECOMENDAÇÕES a) Higienizar as mãos com sabonete líquido e água Quando estiverem visivelmente sujas ou manchadas de sangue ou outros fluidos corporais ou após uso do banheiro ; Quando a exposição a potenciais patógenos formadores de esporos for fortemente suspeita ou comprovada; Em todas as outras situações, nas quais houver impossibilidade de obter preparação alcoólica. Obs. Sabonete líquido e preparação alcoólica para a higiene das mãos não devem ser utilizados concomitantemente . b) Higienizar as mãos com preparação alcoólica Quando as mãos não estiverem visivelmente sujas, antes e depois de tocar o paciente e após remover luvas ; Antes do manuseio de medicação ou preparação de alimentos ; Higienizar as mãos com sabonete líquido e água Duração: mínima de 40 a 60 segundos. Técnica Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si; Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa; Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais; Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimentos de vai-e-vem e vice- versa; Esfregue os polegares; Friccione as polpas digitais e unhas, fazendo movimento circular Enxague bem as mãos com água; Seque as mãos com papel toalha descartável; No caso de torneiras de fechamento manual, para fechar sempre utilize o papel toalha; Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica Duração: no mínimo 20 a 30 segundos. Técnica Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcóolica em uma mão em forma de concha para cobrir todas as superfícies das mãos. Friccione as palmas das mãos entre si; Friccione a palma de mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa; Friccione a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados; Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento vai-e-vem; Friccione o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa; Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda,fazendo um movimento circular e vice-versa; Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras. Assegurar que a infraestrutura necessária esteja disponível: Acesso a sabonete líquido e papel toalha, bem como a um fornecimento contínuo e seguro de água. Acesso imediato a preparações alcoólicas para a higiene das mãos no ponto de assistência; Pias no quantitativo de 1 para cada 10 leitos, preferencialmente com torneira de acionamento automático em unidades não críticas e obrigatoriamente em unidades críticas. Educação e treinamento: fornecer capacitação regular a todos os profissionais de saúde sobre higienização das mãos. Avaliação e retroalimentação: monitorar as práticas de higiene das mãos e a infraestrutura, assim como a percepção e conhecimento sobre o tema entre os profissionais da saúde. Lembretes no local de trabalho Cuidado com o uso de luvas O uso de luvas não altera nem substitui a higienização das mãos Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo Trocar de luvas quando estas estiverem danificadas Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas Higienizar as mãos antes e após o uso de luvas. Cuidados com a pele das mãos a fricção das mãos com preparação alcoólica contendo um agente umectante agride menos a pele do que a higiene com sabonete líquido e água. Comportamentos a serem evitados utilizar sabonete líquido e água, simultaneamente a produtos alcoólicos; utilizar água quente para lavar mãos com sabonete líquido e água; calçar luvas com as mãos molhadas, levando a riscos de causar irritação. Princípios a serem seguidos: friccionaras mãos até a completa evaporação da preparação alcoólica; secar cuidadosamente as mãos após lavar com sabonete líquido e água; manter as unhas naturais, limpas e curtas; não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes; deixar punhos e dedos livres, sem a presença de adornos como relógios, pulseiras e anéis, etc. INDICADOR OBRIGATÓRIO: a) Consumo de preparação alcoólica para as mãos: volume de preparação alcoólica para as mãos utilizado para cada 1.000 pacientes-dia. b) Consumo de sabonete: volume de sabonete líquido associado ou não a antisséptico utilizado para cada 1.000 pacientes-dia. INDICADOR RECOMENDÁVEL: c) Percentual (%) de adesão: número de ações de higiene das mãos realizados pelos profissionais de saúde/número de oportunidades ocorridas para higiene das mãos, multiplicado por 100. #Ficaadica 3.PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE QUEDAS Definição Deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, provocado por circunstâncias multifatoriais, resultando ou não em dano. da própria altura, da maca da cama de cadeira de rodas, de poltronas, de cadeiras, da cadeira higiênica, do vaso sanitário na banheira, do trocador de fraldas, do bebê conforto, do berço etc. FINALIDADE Diminuir a ocorrência de quedas de pacientes durante a assistência, por meio da implementação de medidas que contemplem: • A avaliação de risco do paciente • O cuidado multiprofissional em um ambiente seguro • A educação do paciente, familiares e profissionais O protocolo deverá ser aplicado aos hospitais e incluem todos os pacientes que recebem cuidado nestes estabelecimentos, abrangendo o período total de permanência do paciente. Fatores de Risco a) Demográfico: crianças:< 5anos e idosos > 65 anos. b) Psico-cognitivos: declínio cognitivo, depressão, ansiedade. c) Condições de saúde e presença de doenças crônicas: acidente vascular cerebral prévio; hipotensão postural; tontura; convulsão; síncope; dor intensa; baixo índice de massa corpórea; anemia; insônia; incontinência ou urgência miccional; incontinência ou urgência para evacuação; artrite; osteoporose; alterações metabólicas (como, por exemplo, hipoglicemia). d) Funcionalidade: dificuldade no desenvolvimento das atividades da vida diária, necessidade de dispositivo de auxílio à marcha; fraqueza muscular e articulares; amputação de membros inferiores; e deformidades nos membros inferiores. e) Comprometimento sensorial: visão; audição; ou tato. Fatores de Risco f) Equilíbrio corporal: marcha alterada. g) Uso de medicamentos: benzodiazepínicos; antiarrítmicos; anti-histamínicos; antipsicóticos; antidepressivos; digoxina; diuréticos; laxativos; relaxantes musculares; vasodilatadores; hipoglicemiantes orais; insulina; polifarmácia (uso de 4 ou mais medicamentos). h) Obesidade severa. i) História prévia de queda. Fatores de Risco PACIENTE COM ALTO RISCO DE QUEDA Paciente independente, que se locomove e realiza suas atividades sem ajuda de terceiros, mas possui pelo menos um fator de risco. Paciente dependente de ajuda de terceiros para realizar suas atividades, com ou sem a presença de algum fator de risco. Anda com auxílio (de pessoa ou de dispositivo) ou se locomove em cadeira de rodas. Paciente acomodado em maca, por exemplo, aguardando a realização de exames ou transferência, com ou sem a presença de fatores risco. PACIENTE COM BAIXO RISCO DE QUEDA Paciente acamado, restrito ao leito, completamente dependente da ajuda de terceiros, com ou sem fatores de risco. Indivíduo independente e sem nenhum fator de risco. Avaliação do Risco de Queda Escala de Morse Avaliação do risco de queda No momento da admissão do paciente e repetida diariamente até a alta hospitalar. Na admissão deve-se também avaliar a presença de fatores que podem contribuir para o agravamento do dano em caso de queda, especialmente risco aumentado de fratura e sangramento: Osteoporose, fraturas anteriores, uso de anticoagulante e discrasias sanguíneas. Medidas Gerais – independente do risco Criação de um ambiente de cuidado seguro Manter grades de proteção elevadas, rodas travadas, pisos antiderrapantes, mobiliário e iluminação adequados, corredores livres de obstáculos, vestuário e calcados adequados e a movimentação segura dos pacientes. Manter ao alcance do paciente os pertences e objetos mais utilizados como óculos; Ações Preventivas Essas ações devem ocorrer na admissão e durante a permanência do paciente no hospital. Orientações ao paciente e acompanhante Folder educativo Importância da presença do acompanhante Solicitar auxílio sempre que necessário Uso da campainha Utilização de luz durante a noite Ações Preventivas Essas ações devem ocorrer na admissão e durante a permanência do paciente no hospital. Travar a maca e a mesa de cirurgia para a passagem do paciente; Grade elevada; Manter os profissionais ao lado do paciente; Colocar a FAIXA DE SEGURANÇA desde a indução anestésica até o final do procedimento; Utilizar os acessórios de segurança para o posicionamento cirúrgico (coxim, lateralizadores e apoios); Paciente pediátrico: permanecer um profissional sempre ao lado da criança (risco maior em agitar). Centro Cirúrgico Procedimento Operacional – Exemplo Avaliação do risco pelo Enfermeiro(a) na admissão e diariamente, de forma individualizada. Evolução no prontuário com o resultado da avaliação, bem como prescrição e implementação das medidas preventivas. Sinalização do risco. Comunicação efetiva entre profissionais nas passagens de plantão e aos pacientes e familiares. Reavaliação em caso de transferência de setor, mudança do quadro clínico, episódio de queda durante a internação ou na identificação de outro fator de risco. No caso da ocorrência de queda, esta deve ser notificada ao NSP e o paciente avaliado e atendido imediatamente para minimização dos possíveis danos. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS ASSISTENCIAIS INDICADORES Proporção de pacientes com avaliação de risco de queda realizada na admissão. Número de quedas com dano. Número de quedas sem dano. Índice de quedas [(nº de eventos / nº de paciente-dia)*1000] 4. PROTOCOLO PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO Finalidade Promover a prevenção da ocorrência de lesão por pressão (LPP) e outras lesões da pele. Lesão por pressão: lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante da pressão ou da combinação entre pressão e cisalhamento, causado pela fricção. Estágio 1: eritema não branqueável Estágio 2: perda parcial da espessura da pele Estágio 3: Perda total da espessura da pele Estágio 4: Perda total da espessura dos tecido A longa permanência em hospitais, pode levar ao aparecimento de alterações de pele. A incidência aumenta proporcionalmente à combinação de fatores de riscos, dentre eles, idade avançada e restrição ao leito. Justificativa Justificativa No Reino Unido, casos novos de LPP acometem entre 4% a 10% dos pacientes admitidos em hospital Nos EUA, a prevalência de LPP em hospitais é de 15% e a incidência é de 7%. No Brasil, um estudo evidenciou uma incidência de 39,81% . • Dificulta o processo de recuperação funcional • Dor • Infecções graves • Prolongamento da internação • Sepse • Morte Justificativa Estima-se que aproximadamente 600 mil pacientes em hospitais dos EUA evoluam a óbito a cada ano em decorrência de complicações secundárias à LPP. O custo total estimado do tratamento de LPPnos EUA é de 11 bilhões de dólares por ano. A maioria dos casos de LPP pode ser evitada por meio da identificação dos pacientes em risco e da ações de cuidado relativamente simples. INTERVENÇÕES (6 ETAPAS) 1. Avaliação de úlcera por pressão na ADMISSÃO 2. Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de LPP 3. Inspeção diária da pele 4. Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada 5. Otimização da nutrição e da hidratação 6. Minimizar a pressão Etapa 1 - Avaliação de lesão por pressão na ADMISSÃO 1. A avaliação do risco de desenvolvimento de LPP Escala de Braden 2. A avaliação da pele, na admissão de todos os pacientes, para detectar a existência de LPP ou lesões de pele já instaladas. ESCALA DE BRADEN • Entre 15 a 23 = risco baixo • Entre 13 a 14 = risco moderado • Entre 10 a 12 = risco alto • Menor ou igual a 9 = risco muito alto Classificação do risco Etapa 2 - Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de LPP de todos os pacientes internados • A reavaliação diária permite aos profissionais de saúde ajustar sua estratégia de prevenção conforme as necessidades do paciente (complexidade e a gravidade). As etapas 3 a 6 são utilizadas em todos os pacientes classificados como de risco nas etapas 1 e 2. ETAPA 3 - Inspeção diária da pele Inspeção diária da pele da cabeça aos pés (em intervalos pré-definidos, cuja periodicidade é proporcional ao risco identificado). Pacientes com risco podem apresentar deterioração da integridade da pele em questão de horas. Atenção especial às áreas anatômicas de alto risco: Regiões corporais submetidas à pressão por dispositivos como a presença de cateteres, tubos e drenos É necessário o registro apropriado e pontual das alterações encontradas. A pele úmida é mais vulnerável e tende a se romper mais facilmente. A pele deve ser limpa, sempre que apresentar sujidade e em intervalos regulares. ETAPA 4 - Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada ETAPA 4 - Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada Minimizar a exposição cutânea à umidade decorrente de incontinência, transpiração ou exsudato de feridas. Quando estas fontes de umidade não puderem ser controladas utilizar fraldas e absorventes. Uso de hidratantes, principalmente após banho, pelo menos 1 vez ao dia. (Dersani - AGE → NÃO) NÃO massagear áreas de proeminências ósseas ou áreas hiperemiadas. Movimentos suaves e circulares. ETAPA 4 - Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada ETAPA 5 - Otimização da nutrição e da hidratação Desnutrição ou desidratação podem gerar perda de massa muscular e de peso, tornando os ossos mais salientes e a deambulação mais difícil. Probabilidade 2 vezes maior de lesões cutâneas. Avaliar e comunicar todos os pacientes em risco de UPP ao nutricionista (equipe médica, fisioterapia) a fim de avaliar e propor intervenções. Suplementos nutricionais podem ser necessários caso a ingesta não seja suficiente. ETAPA 6 - Minimizar a pressão Todos os esforços devem ser feitos para redistribuir a pressão sobre a pele, seja pelo reposicionamento a cada 02 horas ou pela utilização de superfícies de redistribuição de pressão (coxins, travesseiros, etc). Duas horas em uma única posição é o máximo de tempo recomendado para pacientes com capacidade circulatória normal. Se o paciente estiver sentado na cama, evitar elevar a cabeceira em ângulo superior a 30º, evitando a centralização e o aumento da pressão no sacro, cóccix e trocanteres. ETAPA 6 - Minimizar a pressão Quando sentado, se os pés do paciente não chegam ao chão, coloque-os sobre um banquinho ou apoio para os pés, o que impede que o paciente deslize para fora da cadeira. Fletir ligeiramente a bacia para frente, posicionando as coxas numa inclinação ligeiramente inferior à posição horizontal. ETAPA 6 - Minimizar a pressão Os calcâneos devem ser mantidos afastados da superfície da cama. Usar forro móvel para mover pacientes acamados, para evitar o risco de fricção ou forças de cisalhamento. Verificar se nada foi esquecido sob o corpo do paciente, para evitar dano tecidual. ETAPA 6 - Minimizar a pressão Medidas preventivas para lesão por pressão conforme classificação de risco Cronograma de mudança de decúbito; Otimização da mobilização; Proteção do calcanhar; Manejo da umidade, nutrição, fricção e cisalhamento, bem como uso de superfícies de redistribuição de pressão. Risco baixo (15 a 23 pontos na escala de Braden) Continuar as intervenções do risco baixo; Mudança de decúbito com posicionamento a 30°. Risco moderado (13 a 14 pontos na escala de Braden) Continuar as intervenções do risco moderado; Mudança de decúbito frequente; Utilização de coxins de espuma para facilitar a lateralização a 30º. Risco alto (10 a 12 pontos na escala de Braden) Continuar as intervenções do risco alto; Utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena perda de ar, se possível; Manejo da dor. Risco muito alto (menor que 9 pontos na escala de Braden) A avaliação e a prescrição de cuidados com a pele é uma atribuição do enfermeiro, porém a participação da equipe multiprofissional na prevenção das alterações é fundamental na contribuição para a prescrição e no planejamento dos cuidados com o paciente em risco. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS ASSISTENCIAIS Percentual (%) de pacientes submetidos a avaliação de risco para UPP na admissão. Percentual (%) de pacientes de risco recebendo cuidado preventivo apropriado para UPP. Incidência de UPP. Indicadores 5.PROTOCOLO PARA CIRURGIA SEGURA Determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde. Finalidade O protocolo deverá ser aplicado em todos os estabelecimentos de saúde em que sejam realizados procedimentos, quer terapêuticos, quer diagnósticos, que impliquem em incisão no corpo humano ou em introdução de equipamentos endoscópios, dentro ou fora de centro cirúrgico, por qualquer profissional de saúde Revisão sistemática sobre a ocorrência de incidentes mostrou que 01 em cada 150 pacientes hospitalizados morre em consequência de um evento adverso. Justificativa (VRIES et al., 2008) ➔O mesmo estudo revelou que quase dois terços dos eventos adversos foram associados ao cuidado cirúrgico. ✔ Estima-se que as cirurgias em local errado e no paciente errado ocorram em cerca de 01 em cada 50.000 a 100.000 procedimentos nos Estados Unidos, equivalendo a 1.500 a 2.500 eventos adversos deste tipo por ano. (KWAAN et al., 2006; SEIDEN et al., 2006) A literatura corrobora com a suposição de que a cirurgia em local errado é mais comum em certas especialidades, particularmente em cirurgias ortopédicas. Estudo feito com 1.050 cirurgiões de mão, 21% relataram ter realizado pelo menos uma cirurgia em local errado em suas carreiras. (Joint Commission, 2007) Casos de cirurgia errada Cirurgia cardíaca no paciente errado ➔ Paciente de 67 anos foi admitida para realizar uma angiografia no cérebro. No dia seguinte ela recebeu, por engano, uma cirurgia cardíaca invasiva para um estudo de eletrofisiologia. ➔ Depoisda angiografia ela foi transferida para o andar errado, e ao invés de retornar para seu leito original e receber alta no dia seguinte ela acabou sofrendo uma cirurgia cardíaca que a colocou em riscos de hemorragia, infecção, ataque cardíaco e derrames. ➔ Durante a cirurgia o médico recebeu um telefonema de um colega perguntando “o que você está fazendo com a minha paciente?”. Neste momento foi constatado o enorme erro e a paciente voltou para seu leito em condição estável, depois do estudo ser suspenso. Perna errada é amputadaPerna errada é amputada ➔ Willie King precisou amputar uma de suas pernas e uma cadeia de erros levou a perna errada a ser preparada para cirurgia e os cirurgiões perceberam o terrível engano no meio do procedimento, quando já era tarde demais. Rim saudável é removido no lugar do órgão doente ➔ Nos EUA, um paciente foi submetido a uma remoção de rim por causa de um tumor maligno. Infelizmente o rim removido foi o saudável. ➔ A descoberta de que este foi o rim errado foi feito no dia seguinte quando o patologista examinou o material e não encontrou evidência de qualquer malignidade. ➔ O rim potencialmente canceroso permaneceu intacto e funcionando. Uma paciente sofreu a extração do útero, das trompas e ovário direito, quando foi fazer uma cirurgia de períneo Dois anos após cirurgia dona de casa descobre tesoura na barriga Afastador de metal de 33 centímetros esquecido na barriga ➔ Donald Church, de 49 anos, tinha um tumor no seu abdômen quando chegou no Centro Médico da Universidade de Washington, em junho de 2000. ➔ Quando ele recebeu alta o tumor havia sido removido, mas um afastador de metal de 33 centímetros de comprimento permaneceu no seu abdômen por engano. ➔ O hospital, que reportou outros quatro incidentes similares entre 1997 e 2000. Cirurgia sem anestésico leva homem a sentir cada corte do bisturi ➔ Uma anestesia inadequada fez com que um homem sentisse todos os cortes do bisturi do cirurgião, um trauma que sua família acredita ser o motivo de ter levado o homem a tirar sua própria vida duas semanas depois. ➔ Sherman Sizemore sofreu uma cirurgia exploratória em 2006 para determinar a causa de suas dores abdominais, mas durante a cirurgia o homem alegou haver experimentado consciência anestésica, um estado em que o paciente pode sentir dor, pressão ou desconforto durante a operação, mas não pode se comunicar ou sequer mover um músculo. ➔ De acordo com a reclamação o paciente recebeu drogas para paralisá-lo, mas não recebeu a anestesia geral que o levaria à inconsciência e tiraria a capacidade de sentir dor. Paciente realizou uma cirurgia para retirada de cálculo no canal de urina. Durante o procedimento, ele alegou que houve perfuração do seu ureter. Mesmo com fortes dores, o paciente narra que teve alta médica, sendo lhe indicado apenas analgésicos para tomar em casa. Dias depois, com quadro infeccioso, o homem precisou passar por nova operação, desta vez para uma nefrectomia, ou seja, procedimento cirúrgico para retirada do órgão. Para reduzir os riscos e promover a segurança cirúrgica, é necessário seguir uma estrutura estabelecida para a assistência transoperatória. Isto envolve uma sequência rotineira de eventos – avaliação pré-operatória do paciente, intervenção cirúrgica e preparação correta para assistência pós- operatória – cada um com riscos específicos que devem ser reduzidos ou eliminados. Estudo realizado em oito países encontrou uma redução de 11% para 7% da ocorrência de complicações em pacientes cirúrgicos e uma diminuição de mortalidade de 1,5% para 0,8% com a adoção do Check-List. O check-List foi aprovado por 25 países e, em novembro de 2010, 1.788 hospitais no mundo haviam relatado o seu uso. (World Health Organization, 2010) Check-List: lista formal utilizada para identificar, comparar e verificar um grupo de itens/procedimentos Demarcação de Lateralidade: demarcação de local ou locais a serem operados. Importante em casos de lateralidade (distinção entre direita e esquerda), estruturas múltiplas (dedos das mãos e dos pés, costelas) e níveis múltiplos (coluna vertebral). Condutor do Check-List: profissional de saúde (médico ou profissional da enfermagem), que esteja participando da cirurgia e seja o responsável por conduzir a aplicação do check-list. CIRCULANTE! Segurança Anestésica: conjunto de ações realizadas pelo anestesiologista, que visa à redução da insegurança anestésica por meio da inspeção formal do equipamento anestésico, da checagem dos medicamentos e do risco anestésico do paciente antes da realização de cada cirurgia. Equipe cirúrgica: equipe composta por cirurgiões, anestesiologistas, profissionais de enfermagem, técnicos e todos os profissionais envolvidos na cirurgia. Demarcação de Lateralidade: Realizada por médico membro da equipe cirúrgica antes do encaminhamento do paciente para o centro cirúrgico. Realizada com o paciente acordado e consciente, que confirmará o local da intervenção. Caneta dermográfica. Símbolo: seta 25/10/15 Síndrome compartimental em coxa direita, decorrente de trauma. 25/10/15 Equipe de ortopedia realizou cirurgia de fasciotomia e visualizado lesão extensa de músculo vasto lateral. 27/10/15 Avaliação da equipe de cirurgia vascular, devido quadro de instabilidade hemodinâmica, palidez, astenia e confusão. Exemplo de erro cirúrgico 27/10/15 Novo procedimento cirúrgico para tratamento de lesões vasculares traumáticas. Realizado miorrafia, controle hemostático da lesão e curativo. 27/10/15 Paciente encaminhado para o setor de internação, com quadro clínico estável, sob os cuidados da equipe de ortopedia para acompanhamento da ferida operatória. 29/10/15 Comissão de curativos assumiu o tratamento da ferida operatória. Exemplo de erro cirúrgico ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E INDICADORES Percentual de pacientes que recebeu antibioticoprofilaxia no momento adequado; Número de cirurgias em local errado; Número de cirurgias em paciente errado; Número de procedimentos errados; Taxa de mortalidade cirúrgica intrahospitalar ajustada ao risco; Taxa de adesão à Lista de Verificação. 6.PROTOCOLO DE SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Promover práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde. Finalidade O protocolo deverá ser aplicado em todos os estabelecimentos que prestam cuidados à saúde, em todos os níveis de complexidade, em que medicamentos sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, tratamento e medidas paliativas. “qualquer evento evitável que pode causar dano ao paciente ou levar a um uso inadequado de medicamentos, quando estão sob o controle de profissionais de saúde, paciente ou consumidor”. ERRO DE MEDICAÇÃO São NÃO INTENCIONAIS e podem ser PREVENIDOS! ERROS DE MEDICAÇÃO são ocorrências comuns e podem assumir dimensões clinicamente significativas e impor custos relevantes ao sistema de saúde. SISTEMA DE MEDICAÇÃO: Complexo, com vários processos interligados e interdependentes. (NADZAN, 1998) Constituído por profissionais de diferentes áreas do conhecimento que compartilham de um objetivo comum. A prestação da assistência à saúde dos pacientes com qualidade, eficácia e segurança. PACIENTE SISTEMA DE MEDICAÇÃO Armazenagem Prescrição médica Transcrição Dispensação do medicamento Envio às unidades Preparo do medicamento Administração do medicamento Registro da administração MonitoramentoSeleção e Aquisição Cassiani, SHB Tipos de erro de medicação • Medicamento errado • Omissão de dose/medicamento • Dose errada • Frequência de administração errada • Forma farmacêutica errada • Erro de preparo, manipulação e/ou acondicionamento • Técnica de administração errada • Via de administração errada • Velocidade de administração errada • Horário errado • Paciente errado • Duração do tratamento errado • Monitoração insuficiente do tratamento medicamentoso • Medicamento deteriorado /vencido Tipos de erro de medicação ERROS DE MEDICAÇÃO Medication safety. http://www.cardinal.com/patientsafety/medication/index.asp Estudo realizado nos EUA revela que cada paciente internado está sujeito a 01 erro de medicação por dia, sendo registrados anualmente, aproximadamente 400.000 eventos adversos evitáveis relacionados a medicamentos. Estima-se que os erros de medicação em hospitais provoquem mais de 7.000 mortes por ano nos EUA. A probabilidade de morte em pacientes hospitalizados, provocada por erro de medicação, é 3 vezes mais alta do que as resultantes de acidentes automobilísticos. Homem, de 41 anos, morreu depois de uma overdose de CISPLATINA. Por 5 dias foi dada uma dose 4 vezes mais alta. Uma criança com leucemia perdeu 6 meses de tratamento quimioterápico, porque recebeu PROPILTIOURACIL (medicamento antitireoidiano) ao invés de PURINETHOL. Informar ao paciente e à família sobre eventuais incidentes relacionados à terapia medicamentosa, registrando-os em prontuário e notificando-os à Gerência de Riscos e/ou ao Núcleo de Segurança do Paciente. ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E INDICADORES Indicador Taxa de erros na administração de medicamentos. Fórmula do indicador nº medicamentos prescritos com erro de omissão x 100 nº total de medicamentos administrados Periodicidade mínima de verificação Mensal. Responsável Enfermeiro. Erro de Dose Tomou em 4 horas o QUIMIOTERÁPICO que deveria tomar em 4 dias! O profissional de enfermagem aplicou 3,0 ml na veia ao invés de aplicar 0,3 ml de adrenalina subcutânea. Dose 10 vezes maior que a prescrita!!! Erro de Dose e de Via Troca de medicamento por ácido. Menino recebeu ácido para cauterização de verrugas no lugar de um sedativo. Prescrição de dose errada. COMO MANTER O PACIENTE SEGURO EM UM SISTEMA TÃO FALHO? Práticas seguras para PRESCRIÇÃO de medicamentos Prescrição segura A) Identificação do paciente • Realizada em ambulatório deve conter, no mínimo, as seguintes informações: Nome completo do paciente; endereço e data de nascimento. Prescrição segura Na prescrição hospitalar deve ser realizada em formulário institucional e conter, no mínimo, as seguintes informações: nome do hospital; nome completo do paciente; número do prontuário; Leito; Serviço; enfermaria/apartamento; andar/ala. Prescrição segura b) Identificação do prescritor na prescrição • Nome completo e número de registro do conselho profissional e assinatura. c) Identificação da instituição na prescrição • Na prescrição ambulatorial e hospitalar deverá constar a identificação completa do estabelecimento de saúde (nome, endereço completo e telefone). Prescrição segura d) Identificação da data de prescrição A supressão da data na prescrição está relacionada à ocorrência de vários erros de medicação, entre eles a permanência da utilização de medicamentos por tempo inadequado e a administração de medicamentos sem indicação para a condição clínica atual do paciente. e) Legibilidade Problemas na legibilidade da prescrição podem comprometer a comunicação. Recomenda-se a utilização de prescrições digitadas e eletrônicas. Recomenda-se, o uso de formulários sem pauta, para evitar erros ocasionados pelo encontro das linhas com letras e números da prescrição. O uso de impressão frente e verso para prescrição não é recomendado, pelo elevado risco de omissão (não cumprimento integral da prescrição). A prescrição carbonada não é recomendada. Ou a utilização do papel já carbonado produzido em gráfica para assegurar a adequada legibilidade e segurança da prescrição. Prescrição segura f) Uso de abreviaturas Não usar abreviaturas. Caso seja indispensável em meio hospitalar, a instituição deve elaborar, formalizar e divulgar uma lista de abreviaturas padronizadas, de modo a promover a adequada comunicação entre os membros da equipe de saúde. Prescrição segura Essa lista não deve conter abreviatura de “unidades” e “unidades internacionais”, utilização de fórmulas químicas e nomes abreviados de medicamentos. • As abreviaturas “U” e “UI” podem levar à administração de doses 10 ou 100 vezes maior do que a prescrita. – U / UI – Fórmulas farmacêuticas (KCL / NaCl) – Medicamentos (HCTZ, RIP, PEN BEZ, MTX, SMZ-TMP) Prescrição segura Caso exista padronização de abreviatura para via de administração, preferir o uso de “EV” (para endovenosa) em vez de IV (intravenosa), em função do risco de erro de interpretação do “IV” como “IM”, sobretudo quando associado a pouca legibilidade da prescrição. • Prescrição de medicamentos com nomes semelhantes Medicamentos com nomes e som dos nomes semelhantes é uma das maiores causas da ocorrência de erros de medicação. LOSEC®(OMEPRAZOL) E LASIX®(FUROSEMIDA); QUELICIN®(SUCCINILCOLINA) E KEFLIN®(CEFALOTINA); PREDNISONA E PREDNISOLONA. CLORPROPAMIDA E A CLORPROMAZINA; DOPAMINA E DOBUTAMINA; CEFOTAXIMA E CEFTAZIDIMA; DIGOXINA E DIGITOXINA; BETAMETASONA E BECLOMETASONA; VINCRISTINA E VIMBLASTINA; ANRINONA E AMIODARONA. Medicamentos com nome e som do nome semelhantes Lista de medicamentos com nomes semelhantes e/ou embalagens parecidas, para divulgação entre os profissionais da instituição. Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos http://www.ismp-brasil.org/site/ Prescrição segura • Expressão de doses – unidades de medidas não métricas (Colher, ampola, frasco) – A utilização da forma farmacêutica (ampola, frasco, comprimido e outros) na prescrição deve ser acompanhada de todas as informações necessárias para a dispensação e administração segura. – A unidade de medida deve ser claramente indicada; e quando se tratar de microgramas, este deve ser escrito por extenso. Prescrição segura • Expressão de doses – Ao prescrever doses ou volumes com números fracionados (por exemplo: 2,5mL), observar nas duas vias da prescrição se a vírgula está bem posicionada e clara, para evitar erro de dose, no qual a dose de “2,5 mL” seja interpretada como “25 mL”. – Evitar o uso de zero antes da vírgula (500mg" em vez de "0,5g“) Atenção: • Alergias • Reconciliação medicamentosa • Padronização de medicamentos • Cálculo de doses • Duração do tratamento • Utilização de expressões vagas (se necessário, ACM) • Via de administração • Posologia • Prescrições verbais Prescrições verbais ➔Restritas às situações de urgência/emergência. ➔Imediatamente escritas no formulário da prescrição após a administração do medicamento. O prescritor deve falar o nome, a dose e a via de administração do medicamento de forma clara. Quem recebeu a ordem verbal deve repetir de volta o que foi dito e ser confirmado pelo prescritor antes de administrar o medicamento. Suporte eletrônico para prescrição Programa informatizado para prescrição de medicamentos com suporte clínico que forneça minimamente informações sobre: Doses máximas para medicamentos potencialmente perigosos/alta vigilância e/ou com índice terapêuticoestreito; Interações medicamentosas clinicamente significativas; Alergias; Apresentações e concentrações padronizadas disponíveis na instituição. ESTRUTURA DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS USO ORAL Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + posologia + via de administração + orientações de uso Exemplo: captopril 25mg comprimido. Administrar 50mg de 8/8h por via oral, 1h antes ou 2h depois de alimentos. USO TÓPICO Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + via de administração + posologia + orientações de uso Exemplo: Permanganato de potássio 1:60.000 solução. Aplicar compressas em membro inferior direito 3 vezes/dia, após o banho. USO ENDOVENOSO Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + diluente + volume + via de administração + velocidade de infusão + posologia + orientações de administração e uso Exemplo: anfotericina B 50mg frasco-ampola. Reconstituir 50mg em 10mL de água destilada e rediluir para 500mL de solução glicosada 5%. Uso endovenoso. infundir 35 gotas/min., 1 vez/dia. Administrar em 5 horas. USO INTRAMUSCULAR Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + diluente + volume + via de administração + posologia + orientações de administração e uso ESTRUTURA DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS USO SUBCUTÂNEO Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + volume + via de administração + posologia + orientações de administração e uso Subcutâneo sem diluição: heparina sódica 5.000 unidades internacionais/0,25mL, ampola. Fazer 0,25mL subcutânea de 12/12h. USO INTRATECAL Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + dose + diluente + volume + via de administração + posologia + orientações de administração e uso Uso Intratecal com diluição: citarabina 100mg, frasco-ampola. Diluir 100mg em 5mL de solução fisiológica 0,9%. Infundir 1,5mL intratecal, 1x/dia. Diluir imediatamente USO INALATÓRIO Nome do medicamento + concentração + forma farmacêutica + via + dose (medicamento e diluente) + posologia + orientação de uso. Exemplo: bromidrato de fenoterol 5mg/mL, solução para inalação. Fazer aerosol com 5 gotas diluídas em 3 mL de solução fisiológica 0,9% de 6/6h. Nebulizar e inalar até esgotar toda a solução. ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E INDICADORES Os erros de prescrição devem ser notificados ao Núcleo de Segurança do Paciente. Indicador Taxa de erros na prescrição de medicamentos. Fórmula do indicador nº medicamentos prescritos com erro x 100 nº total de medicamentos prescritos Periodicidade mínima de verificação Mensal Responsável: Farmacêutico. Práticas seguras para DISTRIBUIÇÃO de medicamentos Distribuição segura Formas de distribuição • Coletivo; • Individualizado; • Misto; • Dose unitária; • Sistema automatizado. Distribuição segura Ambiente Ser reservado; Contar com fluxo restrito de pessoas; Ser tranquilo, sem fonte de interrupção e distração (tais como televisão, rádio e outras). Devem ser limpos, organizados, bem iluminados e com adequado controle e registro de temperatura, umidade e controle de pragas Distribuição segura - ARMAZENAMENTO a) Restrição de acesso Armazenamento de produtos com riscos elevados de troca (em virtude de similaridade de nomes e apresentação), bem como os medicamentos potencialmente perigosos/alta vigilância e aqueles com sons, grafias e embalagens semelhantes. b) Procedimento Operacional Validação/conferência do armazenamento do produto certo, no local certo, escrito, homologado, atualizado e de conhecimento de todos os profissionais da farmácia. Distribuição segura - ARMAZENAMENTO c) Boas Práticas de Armazenamento Possuir padrões que definam regras para o armazenamento: ordenamento alfabético e/ou por forma farmacêutica associado à identificação, com etiquetas coloridas dos medicamentos com elevado risco de troca e os potencialmente perigosos/alta vigilância. A farmácia deve registrar e notificar erros de dispensação ao Núcleo de Segurança do Paciente. Indicador Taxa de erros na dispensação de medicamentos. Fórmula do indicador nº medicamentos dispensados com erro x 100 nº total de medicamentos dispensados Periodicidade mínima de verificação Mensal Responsável: Farmacêutico Práticas seguras para ADMINISTRAÇÃO de medicamentos A etapa de administração é a última barreira para evitar um erro de medicação derivado dos processos de prescrição e dispensação. Geralmente, os auxiliares e técnicos de enfermagem administram até 50 doses de medicamentos por turno de trabalho. O ato de delegar não refuta a responsabilidade que o enfermeiro tem no atendimento das necessidades assistenciais e de cuidados à saúde do cliente, mesmo sendo realizados por sua equipe. 9 CERTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Hora certa Medicamento certo Via certa Dose certa Paciente certo Registro certo Orientação certa Administração segura Forma certa Resposta certa Apresentam risco aumentado de provocar graves danos aos pacientes em decorrência de falha. Medicamentos de alto risco ou de alta vigilância. Ex.: drogas vasoativas, betabloqueadores, anestésicos, antiarrítmicos, anticoagulantes, insulinas, sedativos e substâncias psicoativas. Os erros com esses medicamentos não são os mais frequentes, porém suas consequências tendem a ser mais graves, podendo ocasionar lesões permanentes ou a morte. Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP) Restrição ao acesso; Acessibilidade à informação (Lista de MPP divulgada, doses máximas, forma de administração); Uso de rótulos auxiliares de alertas; Adoção de dupla checagem (cálculo de diluição e administração). Medicamentos Potencialmente Perigosos (MPP) Controle de soluções concentradas de eletrólitos Soluções concentradas de eletrólitos: • Quando administradas sem diluição • Confundidas com outras soluções. • Agravos à saúde dos pacientes, levando-os até a morte. ATENÇÃO! • Armazenar as soluções concentradas de eletrólitos em local distante das outras soluções. • Identificar o local de armazenamento das soluções concentradas de eletrólitos com um alerta: DEVE SER DILUÍDO. ATENÇÃO! ✔Manter registro adequado dos frascos de medicamentos preparados que serão armazenados ou de uso coletivo. Exemplos: → Hidrocortizona 500 mg → Fenoterol e ipratrópio Preparar o medicamento imediatamente antes da administração, a não ser que haja recomendação especial do fabricante para procedimento diferente. Levar ao local, no horário de administração de medicamentos, apenas o que está prescrito a um único paciente, não fazendo uso de bandeja contendo diversos medicamentos para diferentes pacientes. Registrar adequadamente a administração do medicamento no prontuário do paciente, bem como a omissão de dose e comunicar ao enfermeiro. ATENÇÃO! Devolver à farmácia as sobras de medicamentos não administrados. Fazer consultas ao farmacêutico e ao guia de diluição de medicamentos, em caso de dúvidas. Monitorar a temperatura da geladeira de acondicionamento de medicamentos, observando-se o parâmetro mínimo e máximo de temperatura diariamente. Organizar local adequado para o preparo de medicamentos e concentrar-se na atividade que está realizando. ATENÇÃO!ATENÇÃO! Fatores ambientais (COHEN, 2006) Testes de Atenção Evitando interrupções e distrações Relação entre interrupção durante a administração de medicamento e ocorrência de erro e aumento da severidade deste erro. 1 interrupção causa um aumento de 12,1% dos erros (falta de leitura da prescrição, falta de checagem da identificação do paciente, entre outros); Quanto maior o nº de interrupçõeshá um aumento da severidade do erro do tipo clínico: as chances de ocorrência do erro dobraram a partir de 4 interrupções. Association of interruptions with an increased risk and severity of medication administration errors. Westbrook JI, Woods A, Rob MI, Dunsmuir WTM, Day RO. Arch Intern Med. 2010;170:683-690. Equipos diferenciados Aquisição, uso e monitoramento de dispositivos para administração dos medicamentos "Você faz o seu melhor ou faz o possível?" A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA E A SEGURANÇA DO PACIENTE DEPENDE DE VOCÊS. Muito obrigada!
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