Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT DEPARAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA FÍSICA EXPERIMENTAL III - TURMA F PROFESSOR: ABEL ANDRÉ CÂNDIDO RECCO EXPERIÊNCIA III CURVAS CARACTERÍSTICAS DE RESISTORES EDUARDO FALCHETTI SOVRANI JOÃO PEDRO PINHEIRO JOINVILLE/SC 2014-01 SUMÁRIO 1 introdução 2 2 Materiais e métodos 3 3 tratamento de dados 4 3.1 MEDIDA DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA EM UM RESISTOR LINEAR 4 3.2 MEDIDA DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE UM RESISTOR NÃO LINEAR 6 4 resultados e discussões 10 4.1 MEDIDA DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE UM RESISTOR LINEAR 11 4.2 MEDIDA DA RESISTÊNCIA ELÉTRICA DE UM RESISTOR NÃO-LINEAR 11 5 conclusão 12 6 referencias bibliográficas 13 7 ANEXOS 14 7.1 DEMONSTRAÇÃO DA EQUAÇÃO 3 14 7.2 DEMONSTRAÇÃO DA EQUAÇÃO 8 14 7.3 DEMONSTRAÇÃO DA EQUAÇÃO 9 15 introdução Resistência elétrica é uma propriedade de todos os circuitos elétricos. Sem a resistência, fator limitante da corrente existe um curto circuito. Essa resistência pode ser uma característica de um componente. Ou então um resistor elétrico propriamente dito. Que é um componente eletrônico amplamente utilizado nos mais diversos circuitos elétricos sendo até difícil falar em circuitos elétricos se não comentar um resistor. Devido a sua simplicidade e a capacidade de realizar diversas tarefas dentro de um circuito elétrico. Resistindo a passagem de corrente elétrica, um resistor é capaz de produzir calor devido ao Efeito Joule ou então causar quedas de tensão em um circuito. Como exemplos de sua utilização podemos citar os chuveiros elétricos, nada mais é que uma resistência quando sujeita a uma diferença de potencial esquenta, aquecendo a água. Também podem ser utilizados como divisores de tensão ou corrente. Neste relatório teremos como objetivo o estudo das curvas características dos resistores. Estas curvas se dividem basicamente em lineares e não-lineares e aqui estudaremos e comprovaremos as curvas características de ambos. A curva de um resistor linear é uma reta onde o coeficiente angular tende a ser constante e está ligado ao valor da resistência, ou o seu inverso. Em uma curva não linear o coeficiente angular é um exponencial mas também podemos linearizar esta curva. Um resistor linear não tem uma variação no valor de sua resistência devido a variação de tensão ou corrente. Sua resistência permanece sempre constante. Já o não linear pode ter o valor de sua resistência alterada ao variar a diferença de potencial ou a corrente aplicada a ele. Materiais e métodos Fonte de tensão; 2 multímetros digitais ICEL MD-6120; Resistor linear 470Ω ±1Ω; Lâmpada Incandescente de 12V; Mesa de testes; Chaves conectoras; Fios elétricos. Para iniciarmos o procedimento experimental devemos montar o circuito com a fonte de tensão nula, botão do ajuste da tensão totalmente para esquerda (sentido anti-horário). Após ajustar o botão o valor de tensão para nulo podemos montar o circuito com segurança e sem estragar nenhum componente. Montar o circuito tomando cuidado com os valores das escalas dos multímetros, equipamentos utilizados para aferição de grandezas elétricas. Antes de alimenta-lo certificar que o mesmo foi verificado pelo professor responsável. Este circuito é bem simples. Na primeira etapa temos um resistor linear ligado a uma fonte de tensão, em série com este resistor um amperímetro. E em paralelo com o resistor um voltímetro. Para a segunda etapa o resistor deve ser trocado por uma lâmpada de 12V. A escala utilizada no voltímetro foi de 20V com um erro de ±10mV. No amperímetro a escala teve de ser alterada uma vez, iniciando em 20mA com um erro de ±10µA e devido as grandezas utilizadas tivemos que aumentar para 200mA, erro de ±100µA. O procedimento experimental propriamente dito consiste em aumentar o valor de tensão do circuito de 1 em 1 Volt, até atingir 12V. Construindo uma tabela com os valores tensão indicados pelo multímetro e os valores de corrente para cada aumento de 1V. tratamento de dados medida da resistência elétrica em um resistor linear O primeiro circuito a ser montado neste relatório utilizou um resistor linear de 470 Ω ligado a uma fonte de tensão. No qual variamos a tensão aplicada ao mesmo retirando os dados de tensão e corrente reais. Estes dados estão apresentados na Tabela 1 juntamente com os seus respectivos erros. Tabela 1 - Dados de Tensão e Corrente Obtidos Sobre um Resistor Linear de 470Ω Tensão (V) Tensão Multímetro (V) Corrente (mA) 1,0 1,01 ± 0,01 2,10 ± 0,01 2,0 2,00 ± 0,01 4,20 ± 0,01 3,0 3,01 ± 0,01 6,30 ± 0,01 4,0 4,00 ± 0,01 8,40 ± 0,01 5,1 5,01 ± 0,01 10,66 ± 0,01 6,1 6,01 ± 0,01 12,83 ± 0,01 7,1 7,02 ± 0,01 14,99 ± 0,01 8,1 8,01 ± 0,01 17,10 ± 0,01 9,1 9,02 ± 0,01 19,22 ± 0,01 10,0 10,05 ± 0,01 21,3 ± 0,1 11,0 11,00 ± 0,01 23,4 ± 0,1 12,0 12,07 ± 0,01 25,8 ± 0,1 Fonte: Próprio Autor Depois dos dados adquiridos então foi possível traçar um gráfico I x V (corrente em função da tensão) o qual está presente nos Anexos deste relatório. Para esboçar melhor os resultados, utilizando os recursos do computador, um gráfico com os mesmos dados foi construído. Gráfico 1 – Corrente (mA) X Tensão (V) sobre um resistor de 470 Ω Fonte: Próprio Autor De acordo com o esperado o gráfico obtido foi de uma função linear. Utilizando a relação () é possível calcular o valor da resistência utilizada. Conforme a relação, R representa o coeficiente angular do gráfico obtido. Para a determinação de R foi retirado dois pontos aleatórios do gráfico. Sabemos que o coeficiente angular de uma reta em um plano (x,y) é dado por: “ Equivale ao coeficiente angular da reta, no nosso caso R. Os pontos extraídos para calcular o coeficiente angular foram: Substituindo na equação para o cálculo do coeficiente angular temos: O valor da resistência com o respectivo erro experimental calculado nos anexos deste relatório ficou medida da resistência elétrica de um resistor NÃO LINEAR Na Tabela 2 estão presentes os dados medidos com seus respectivos erros dependendo do fundo de escala adotado para melhor ajuste a cada situação. Os valores medidos para tensão variam em 0.5 unidades de tensão, para o qual foi tomada a medida do multímetro como padrão, por ser considerada com maior exatidão, do que o mostrador da fonte de tensão. O resistor variável utilizado trata-se de uma lâmpada de filamento de 12 V. Tabela 2 - Dados de Tensão e Corrente Obtidos Sobre uma Lâmpada (Resistor não Linear) Tensão (V) Tensão Multímetro (V) Corrente (mA) 0,5 0,509 ± 0,001 17,3 ± 0,1 1,1 1,050 ± 0,001 24,6 ± 0,1 1,5 1,501 ± 0,001 30,1 ± 0,1 2,1 2,00 ± 0,01 35,8 ± 0,1 2,6 2,50 ± 0,01 40,2 ± 0,1 3,1 3,01 ± 0,01 44,7 ± 0,1 3,6 3,52 ± 0,01 48,6 ± 0,1 4,1 4,01 ± 0,01 52,5 ± 0,1 4,6 4,52 ± 0,01 56,0 ± 0,1 5,1 5,03 ± 0,01 59,7 ± 0,1 5,6 5,51 ± 0,01 63,0 ± 0,1 6,1 6,00 ± 0,01 65,9 ± 0,1 Fonte: Próprio Autor O gráfico da corrente elétrica em função da tensão elétrica (I x V) foi construído em papel milímetro e encontra-se no anexo deste relatório e, um esboço feito em computador está apresentado logo a seguir, ao qual podemos perceber que o comportamento do circuito analisado é não linear. Gráfico 2 – Corrente (mA) X Tensão (V) sobre uma lâmpada de 12 V Fonte: Próprio Autor Conforme proposto no relatório podemos linearizar a curva apresentada acima construindo o gráfico em escala logarítmica, segundo as seguintes expressões: O gráfico em papel di-log está presente nos anexos deste relatório, logo a seguir foi construído um esboço computadorizado em escala logarítmica dos dados obtidos para melhor visualizar o processo. Para determinar o coeficienteangular foram escolhidos dois pontos aleatórios sobre a curva linearizada em escala logarítmica, levando em conta os erros experimentais e de forma a minimizar a propagação de erros. A partir da determinação de podemos escolher um terceiro ponto e encontrar o coeficiente linear A partir dos pontos podemos determina e aplicando as relações: Gráfico 3 – Corrente (mA) X Tensão (V) sobre uma lâmpada de 12 V Fonte: Próprio Autor Pelo gráfico acima podemos concluir que o valor de e são respectivamente 0,5496 e 24,444*10-3 Agora calculamos o valor dessas mesmas constantes a partir dos pontos em papel logaritmo. Os pontos estão indicados no gráfico. P1 [(6,40 ± 0,01)V ; (68,0 ± 0,1)mA]; P2 [(0,580 ± 0,001)V ; (18,0 ± 0,1)mA]; P3 [(2,80 ± 0,01)V ; (43,0 ± 0,1)mA]; Aplicando P1, P2 e P3 em (3) obtemos: Como pedido conseguimos calcular o valor dos respectivos erros para as constantes e apenas aplicando nas fórmulas dadas, cujas demonstrações estão no anexo deste relatório. Com os erros das constantes determinados podemos representar a função de maneira mais completa levando em consideração os erros de e : resultados e discussões Durante o experimento foi possível verificar a validade das teorias propostas para o comportamento linear e não linear dos resistores utilizados. Para o primeiro caso, após o tratamento dos dados e a construção do gráfico verifica-se a linearidade entre a relação de tensão por corrente, constatando uma relação de constância para o dispositivo resistor de 470Ω, uma vez que obtemos uma reta graficamente, ou seja, a taxa de variação, no caso, o valor da resistência não se altera. Na primeira parte do experimento os valores da tensão foram alterados em intervalos iguais, para que fosse possível observar a variação, também em intervalos iguais da corrente elétrica, o que validade a lei Ohm para o caso analisado, pois sempre obteremos os valores para a resistência e o sistema é regido pela seguinte lei: Ao utilizarmos como resistência uma lâmpada de 12V, obtivemos resultados diferentes dos observados para um resistor normal. O primeiro fato interessante notado entre a relação entre tensão e corrente não ser linear, como pode ser observado no gráfico 1, onde encontramos uma curva como função. Para continuar a análise dos dados foram aplicados os conceitos de logaritmo para linearizarmos o gráfico e facilitar a compreensão dos mesmos. Como esperado a relação encontrada para a lâmpada é não linear, portanto não é regido pela lei ohm, ou seja, não é um resistor ôhmico. Como não temos uma reta à taxa de variação da função não é constante, assim a resistência da lâmpada varia. A relação para potência dissipada, descrita pelo efeito joule continua válida neste caso, como observado experimentalmente, uma vez que ao aumentarmos a tensão fornecida pela fonte a luminosidade da lâmpada aumentava e ao diminuir a tensão a luminosidade diminuía. Para o caso é interessante notar que mesmo resistores ôhmicos podem apresentar um comportamento não linear caso sejam submetidos a condições extremas, como a temperatura muito elevadas, quando percorridos por uma quantidade de corrente também muito alta. Medida da Resistência Elétrica de um Resistor Linear Para comprovar os resultados e observações discutidas, podemos calcular o erro com relação à resistência associada à curva obtida, e ao valor nominal do resistor. Para comprovar a resistência indicada no dispositivo foi utilizado um multímetro, valor este que será utilizado como referencial teórico. R = (470 ± 1)Ohms; Como já calculamos o valor da resistência ao relacionado ao nosso experimento basta calcular o erro percentual encontrado. O valor do erro encontrado: O valor do erro percentual encontrado foi de 0,26%, o que comprova com os resultados obtidos experimentalmente e teoricamente. Medida da Resistência Elétrica de um Resistor Não-Linear Calculando o erro relativo pedido através dos valores encontrados para e obtemos: Levando em consideração a análise feita anteriormente para os resultados obtidos e os erros relativos e percentuais calculados pode-se concluir claramente a validade das observações e conclusões relatadas. conclusão Claramente observamos neste relatório as curvas características de um resistor linear e um resistor não linear. Podemos reparar nos valores encontrados nos experimentos com uma precisão indiscutível para um procedimento experimental. Onde o valor da resistência estimada para o resistor linear chegou muito próxima do real. Observamos também que a reta entre os pontos extraídos do experimento ficou muito consistente, sem contar com nenhum ponto muito fora da reta. Ficou evidente a relação entre tensão corrente e resistência neste experimento onde a resistência se mantém constante durante todos os valores. Relação: Também podemos observar que os valores de k e n para a curva de um resistor linear obtiveram um erro percentual muito baixo. Validando então o procedimento experimental para as ambas curvas características. Comprovamos também o efeito joule no resistor não linear. Onde a lâmpada aquecia devido a fluxo de corrente aplicado a ela. Podemos até supor que a resistência não linear da lâmpada se deve ao fato dela aquecer conforme a variação de tensão aplicada a ela. Pois sabemos que o valor da resistência pode alterar devido a temperatura do resistor. O experimento contou com poucas interferências de erros. Onde todos os resultados obtidos foram extremamente próximos aos esperados. referencias bibliográficas HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2009 vol 3. EARS, Francis Weston; ZEMANSKY, Mark Waldo; YOUNG, Hugh D.; FREEDMAN, Roger A. Física III: eletromagnetismo. 12. ed. São Paulo, SP: Pearson Addison Wesley, c2008-2009 vol 3. Alexander, Charles K. & Sadiku, Matthew N.. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5.ed. Bookman, 2013. ANEXOS demonstração da equação 3 Partindo da relação (2) e aplicando os conceitos de propagação de erros desenvolvemos a expressão até chegar em (3): Do passo (b) para o (c) um termo da equação foi colocado em evidência para simplificar as operações. Em (c) fica evidente a equivalência de dois termos com a relação (2), pela qual é substituída. demonstração da equação 8 Partindo da relação (6) e aplicando os conceitos de propagação de erros desenvolvemos a expressão até chegar em (8): Do passo (b) para o (c) um termo da equação foi colocado em evidência para simplificar as operações. Em (c) fica evidente a equivalência de dois termos com a relação (6), pela qual é substituída. Para chegar à relação desejada foi necessária realizar a troca de base, aplicando uma propriedade dos logaritmos escrita em (f). demonstração da equação 9 Partindo da relação (7) e aplicando os conceitos de propagação de erros desenvolvemos a expressão até chegar em (9): No passo (c) o termo do lado mais a esquerda da equação foi multiplicado pela relação () que não alterado o valor do mesmo, para posteriormente conseguirmos isolar um termo que se assemelha a (7).
Compartilhar