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RESUMO DO LIVRO “OS PIONEIROS DA HABITAÇÃO SOCIAL”

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UNINORTE – UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE
ALYNE MARTINS DOS SANTOS
RESUMO DO LIVRO “OS PIONEIROS DA HABITAÇÃO SOCIAL”
Rio Branco - AC
2018
PEDREGULHO: HABITAÇÃO SOCIAL COMO SERVIÇO PÚBLICO
Pedregulho teve grande repercussão, sobretudo, pela original e ousada solução do bloco serpenteante de 252 metros de grande plasticidade e integração com a paisagem. Deram destaque internacional à arquitetura moderna brasileira a plasticidade, integração entre as artes e rigor construtivo.
O seu diferencial é que mesmo sendo um programa de habitação popular em que os limites orçamentários são estritos, ele abandonou os rigores de economia e as soluções padronizadas e lançou propostas diferenciadas, valorizando as dimensões arquitetônica e gerar um espaço melhor aos trabalhadores.
CONCEPÇÃO DO PROJETO
	Os conceitos urbanísticos e a concepção, como equipamentos coletivos completos, blocos de habitação junto a áreas verdes, acesso suspenso, dialogam com outros projetos que vinham sendo realizados desde final dos anos 1930.
	Mas o seu grande diferencial é a qualidade da arquitetura de Reidy com plasticidade incomum nos projetos de habitação social, e a capacidade de Carmen Coutinho de viabilizar a construção, obtendo condições materiais e financeiros para concretizá-lo.
	Pedregulho demonstrou ser possível enfrentar a questão social com os mesmos elementos conceituais e plásticos que dava destaque a arquitetura brasileira como uso da curva, sensualidade das formas, generosidade dos espaços, sem restrição de ordem econômica, apesar da pobreza do país.
O projeto acaba por cumprir o papel de vitrine de uma produção diversificada e coerente, que inovou e no seu conjunto levantou aspectos relevantes no enfrentamento do problema habitacional.
AUTORES DO PROJETO
REIDY – ARQUITETO DE ESPAÇOS PÚBLICOS
	Affonso Eduardo Reidy ganhou destaque por ter trabalhado com a dimensão social da arquitetura e se dedicado ao urbanismo. Ele se destacou apenas trabalhando para o poder público.
Segundo Carmen Portinho “Reidy lutava por uma arquitetura social e econômica, nãos e conhece um só projeto seu que não fosse para a comunidade, foi sempre um arquiteto sóbrio e revolucionário no que fez. ”
Sua primeira obra construída foi o Albergue da Boa Vontade cujo programa era acolher homens de rua, refletia uma preocupação social o que o aproximou do movimento moderno com características funcionalistas.
O contato com Le Corbusier transformou seu método de projetar, superou a uniformidade e monotonia plástica e propôs agenciamento ao espaço, com volumes hierarquizados e diferenciados, o que deu leveza as obras.
Embora fosse um dos maiores arquitetos brasileiros não tinha mais espaço profissional e decepcionado com o serviço público, resolveu se aposentar e se dedicar a projetos privados. Seu último projeto público foi a urbanização do aterro do Flamengo mas antes de inaugurado, Reidy faleceu de câncer de pele aos 55 anos.
CARMEN PORTINHO: UMA PIONEIRA ENGENHEIRA E FEMINISTA
	A engenheira foi a verdadeira força motriz em favor do projeto de habitação social para a cidade do Rio de Janeiro, sob o viés da arquitetura e urbanismo modernos. A parceria com Reidy foi a combinação perfeita para execução de Pedregulho.
Sua trajetória foi profundamente marcada pelo envolvimento precoce com os movimentos feministas, foi uma das primeiras feministas do pais, única mulher formada em engenharia da sua turma.
Para ela habitação devia ser entendida como um serviço público. As unidades habitacionais deviam estar adequadas ao tamanho da família, os serviços comuns eram essenciais e os equipamentos de uso coletivo serviam para melhorar a fida dos trabalhadores e criar um sendo de comunidade.
A divulgação ampla de sua obra e contribuição para a arquitetura e engenharia ocorreu quando foram lançados dois livros sobre sua trajetória. Carmen faleceu em 2002, no Rio de Janeiro.
APRESENTAÇÃO DO PROJETO
O plano de Pedregulho previa todos os elementos vitais ao funcionamento: uma unidade de vizinhança próximo aos locais de emprego, moradia ligada aos serviços sociais, médicos e educativos, grandes espaços livres, escola, creche, lavanderia, entre outros.	
As vias internas eram acessíveis somente a pedestres para dar ao trabalhador a segurança de circular pelo conjunto, aproveitar seus equipamentos e deixar os filhos brincar livremente.
A 1ª etapa foi inaugurada em 1950, dois blocos residenciais retos formado por 56 unidades habitacionais. A 2ª etapa foi inaugurada em 1951, outros equipamentos (escola, piscina, vestiário e ginásio). Já o bloco A, que era o bloco serpenteante, foi inaugurado somente em 1958.
Devido esse grande atraso nas obras, gerou críticas e polêmicas. Alegava-se que era impossível resolver o problema de falta de moradias com a construção de conjuntos com esse padrão de sofisticação.
O principal elemento do projeto: o bloco serpenteante
	Reidy soube tirar partido da topografia, que possuía um trecho relativamente plano e outro com alta declividade, onde foi proposto o grande bloco serpenteante de 252 metros que respeita o meio físico e a paisagem.
A circulação era feita pelo 3º pavimento através de uma rampa, o que criou um grande espaço público suspenso, uma varanda aberta para a paisagem e foi previsto o serviço social, a creche, comércio e recreação.
A solução estrutural permitiu que os corredores de acesso aos apartamentos, também serpenteantes pudessem ser fechados por cobogós, criando uma fachada de grande leveza e beleza, além de sombreamento e ventilação.
Preciosidades arquitetônicas: os blocos retos
	Na parte baixa do terreno, elevados do solo por pilotis, com 4 pavimentos e térreo livre estão os blocos retos, que são verdadeiras preciosidades arquitetônicas. Se destaca pela qualidade dos detalhes e acabamentos.
	Mesmo se tratando de um conjunto habitacional voltado para a população de baixa renda, Portinho garantiu que os requintes de execução e acabamento fossem equivalentes aos utilizados em edifícios públicos e privados de primeira linha.
Cada detalhe foi pensado e executado com primor; as luminárias foram embutidas nas lajes de concretos, as cerâmicas utilizadas nos cobogós de fechamento dos corredores foram fabricadas especialmente para cada tipo de bloco, a tubulação foi embutida nos pilares.
Mais que arquitetura: educação para um novo modo de morar
	Carmen e Reidy insistiram para que a construção do conjunto se iniciasse pelos equipamentos coletivos, argumentando que depois de inaugurados os blocos residenciais, jamais construiriam os espaços coletivos.
A proposta não era construir apenas conjuntos de moradia, mas núcleos residenciais autônomos (que as necessidades básicas dos trabalhadores seriam facilmente atendidas) e autossuficientes em que se educassem os trabalhadores.
A habitação funcionaria como uma tutela sobre os moradores (já que eles vinham de condições de moradia condenáveis do ponto de vista higiênico e moral) e os transformaria, por meio da educação, sendo para isso indispensável a atividade das assistentes sociais.
Segundo a visão adotada, instalar uma massa de trabalhadores nos conjuntos e deixá-la abandonada, sem orientação, seria um grave erro. Devia ser instalado um centro social, com a finalidade de orientar os moradores a aproveitarem os recursos proporcionados, além de despertar o espírito de comunidade e a união do povo.
Da idealização de um novo modo de morar à vida em Pedregulho
	Segundo levantamento feito, os funcionários selecionados para morar no conjunto estavam longe de morar em condições primitivas. Na sua maioria, viviam em casas de vila, apartamento ou casas de alvenaria com instalações sanitárias e energia elétrica.
Se o planejamento do conjunto era exemplar e pretendia ser um modelo para os demais conjuntos, no que se refere à ocupação e ao aspecto educacional deixou muito a desejar.
Problemas como: inexplicável não ocupação de 20% dos apartamentos, discussões sobre conta de luz e gás, limpeza das áreas comuns, admissãonas unidades sem nenhum critério e mau funcionamento da lavanderia.
ATUALIDADE DA PROPOSTA
	Pedregulho criou uma referência inovadora para a ocupação de terrenos com média e alta declividade, muito comuns nas áreas urbanas. A solução foi aplicada em outros contextos e continua sendo uma alternativa válida.
Apesar do glamour e da promoção de Pedregulho ao longo dos anos 1950, ele gradativamente foi sendo visto como exemplo de uma experiência bem intencionada de uma época de ilusões, mas que não podia ser referência para o enfrentamento da questão habitacional.
A falta de regularização e de transferência da propriedade impediu a formalização de um condomínio, o que somado ao desparecimento do poder público, provocou um inevitável e acelerado processo de depredação.
Pedregulho está em processo de tombamento pelo IPHAN, espera-se que o fechamento não venha mais a ocorrer, mantendo-se como um exemplo de aplicação dos princípios do urbanismo moderno.
Apesar de todas as críticas, estereótipos e imagens negativas, Pedregulho resiste como uma referência forte no Rio de Janeiro e no urbanismo brasileiro, onde o urbano penetra nas construções e os edifícios são peças que constroem a cidade de forma harmônica e integrada.

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