Buscar

RESUMO MANUAL DE SEMANTICA abnt (1) (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

A Investigação do significado 
1. A investigação Lingüística.
A semântica é o estudo do significado das línguas. A habilidade do falante depende do conhecimento específico que ele obtém sobre a língua e a linguagem. O conjunto de regras que regem a língua é chamado de gramática que, por sua vez, representa o conhecimento da língua. Cada língua tem o seu próprio tipo de conhecimento gramatical que tem como propósito definir o modo de pronunciar, o vocabulário e a compreensão do indivíduo sobre as palavras e sentenças. Existem vários tipos de níveis de análise: o léxico, a fonologia, a morfologia, a sintaxe e a semântica. O conhecimento de linguagem se encontra no emprego da gramática em situações de comunicação, e daí entra a pragmática que é a área que descreve a linguagem e estuda como a gramática é usada. 
2. A Semântica e a Pragmática.
Focaremos primeiro no estudo da semântica. O semanticista descreve o conhecimento semântico que o indivíduo tem de sua língua para explicar o porquê de um falante de português consegue perceber quando duas sentenças tratam do mesmo assunto, quando duas sentenças são contraditórias em suas informações e ainda o leva a atribuir duas interpretações para frases que podem existir sentidos figurados. Portanto, a semântica procura investigar esse tipo de fenômeno, mas essa investigação linguística do significado interage com vários outros processos cognitivos. 
O sentido nem sempre está no sistema linguístico, pois existem vários outros fatores extralinguísticos (entonação, expressão facial, gestos, etc) que às vezes são responsáveis pelo significado real da enunciação. Alguns estudiosos exploram significados baseados na teoria da ação, ou seja, dentro de uma teoria da pragmática. Uma dessas teorias foca no que as pessoas fazem quando produzem sentenças. Essas teorias nos ajudam a explicar como os falantes fazem para significar mais do que está simplesmente dito. 
	Na sentença "a porta está aberta", existe uma situação em que o objetivo denominado porta encontra-se em um estado não fechado. Suponha que um o professor está dando aula e um aluno para na porta e fica olhando para dentro da sala, o professor olha pra o mesmo e repete a sentença mencionada acima. Nesse caso, a sentença deixa de se referir ao estado em que a porta se encontra, e passa a servir como um convite ao aluno para que ele entre. Vejamos outro modo de interpretar essa mesma sentença: um aluno está muito agitado e consequentemente, atrapalhando a aula; o professor diz a mesma sentença, porém, com a intenção de convidar o aluno a se retirar como forma de punição pelo comportamento inadequado. Portanto, é possível observar que uma única sentença pode possuir vários significados além do sentido que é dito. Esse conhecimento é adquirido ao longo do tempo com experiências em comportamento em sala de aula, boas maneiras e, acima de tudo com nosso conhecimento sobre o mundo. 
 Entender o que é dito pelo professor de acordo com cada contexto específico parece envolver dois tipos de conhecimentos. Entretanto, devemos entender o que o professor falou diretamente, o que a sentença "a porta está aberta" significa; esse tipo de conhecimento chama-se semântica. Por outro lado não seria possível entender o que o professor falou, se não entendêssemos qual era a intenção dele ao falar aquela sentença para determinada pessoa em um determinado contexto, esse tipo de conhecimento chama-se pragmática.
2.1 O uso, a menção, a língua objeto e a metalinguagem.
A diferença de uso e menção de uma sentença ajudará a entender as noções de semântica e pragmática. 
Saber diferenciar a menção de uso facilita perceber a distinção entre língua objeto e metalinguagem. O trabalho do linguista é muito difícil pois tem que usar a língua para descrever seu objeto de estudo, no caso a própria língua. O linguista brasileiro usa a própria língua (português brasileiro) para descrever os fenômenos linguísticos observados. Entretanto, se fizermos uma distinção entre uso e menção, poderemos observar que o objeto que o linguista estuda a menção da língua e a metalinguagem usada é o uso da língua.
3. O objeto de estudo da semântica.
Os semanticistas estão de acordo quanto algumas propriedades prévias da língua que uma teoria semântica tem que explicar. Além dessas propriedades, possuem também algumas propriedades pragmáticas que são sempre relevantes, mesmo dentro de um estudo semântico. Isso acontece porque a semântica não pode ser estudada só como interpretação de um sistema abstrato, tem que ser estudada também como um sistema que interage com outros sistemas, dentro do processo de expressão e comunicação dos pensamentos humanos.
3.1 A composicionalidade e a expressividade lingüísticas.
Em toda língua, cada palavra e cada sentença está associada a pelo menos um significado. E seguindo essa regra, uma teoria semântica deve, em uma língua, sempre ser capaz de dar um significado para cada palavra e para cada sentença. No caso de uma palavra, é apenas explicar o que aquela palavra significa, como um dicionário faz. Já em uma sentença, o significado dela vai depender de como as palavras nela foram organizadas. Ou seja, uma teoria semântica deve ser capaz de explicar como a relação entre o significado das palavras e o significado das sentenças depende da ordem das palavras ou de como ela foi gramaticalmente estruturada, de forma que, até mesmo uma frase que nunca tenhamos visto, seja entendida.
3.2 As propriedades semânticas.
As pessoas nativas de um determinado local, são quase sempre capazes de compreender uma sentença e as palavras nela contidas através de dedução. Isso se dá pelo fato de que aquela população tem em sua cultura, estabelecida um conhecimento semântico semelhante, capacitando-o de saber o significado de diversas sentenças através de uma que ele já conhece. Ou seja, esse conhecimento vem de um conhecimento comum, sistemático, que já está introduzido naquela cultura. Por isso, a semântica deve ser capaz de explicar como o indivíduo consegue fazer essas relações sistemáticas entre palavras e sentenças. E as propriedades semânticas são:
a) As relações de implicação, como hiponímia, acarretamento, pressuposição e implicatura conversacional.
Em hiponímia, sempre haverá uma palavra que está contida dentro do sentido de outra. Por exemplo, em “João comprou o carro” e “João comprou alguma coisa”, a expressão “alguma coisa” está dentro do sentido da palavra “carro”. Logo, a palavra “carro” é um hipônimo, uma parte, da expressão “alguma coisa”. E nestas mesmas frases, temos uma situação de acarretamento, pois sabendo-se que João comprou um carro, é obvio afirmar que ele comprou alguma coisa. 
No caso da pressuposição, só podemos dizer que ela está presente quando pudermos afirmar uma algo, com base em uma outra verdade. 
Em relação a implicatura conversacional, poderemos dizer que ela está presente quando se deduz algo a partir de uma frase. No caso de uma situação onde uma pessoa diz que está com frio, e uma outra pergunta se quer que feche a janela, a segunda pessoa está deduzindo que o frio está sendo causado porque a janela está aberta. Logo, houve uma dedução, onde não foi necessariamente pedido para que se fechasse a janela, mas a situação implicou à isso.
b) As relações de sinonímia e paráfrase: 
 	As relações de sinonímia são dadas em: “o menino chegou” e “o garoto chegou”, pois podemos notar claramente que a palavra menino pode ser substituída por garoto sem que haja alguma diferença na informação. Já a paráfrase é obtida por meio de que ambas as informações são verdadeiras.
c) As relações de contradição e de antonímia:
Nas frases: “João está feliz” e “ João está triste” obtemos o sentido de contradição por meio das palavras feliz e triste já que as duas emoções não podem ocorrer ao mesmo. E o que possui sentido oposto é denominado antônimo.
d) As relações de anomalia e de adequação:
Anomalia se trata de uma sentença que possui um significado sem coerência.
e) As relações de ambiguidade e de vagueza:Ambiguidade se refere a frases que possuam múltiplos significados, como por exemplo: “A mãe de Pedro entrou com seu carro na garagem.”
f) Os protótipos e as metáforas: 
O estudioso Rosch nos dá a primeira noção de protótipos, que seriam basicamente os conceitos que são estruturados de forma gradativa, possuindo um membro típico ou central das categorias e outros menos típicos.
Por outro lado temos a metáfora, que se constitui na comparação envolvendo semelhanças entre duas determinadas coisas, como por exemplo: “aquele rapaz é um gato”, a metáfora ocorre, pois de forma implícita o rapaz é comparado ao gato por sua beleza.
Habitualmente, a metáfora tem sido a forma mais importante de linguagem figurativa, sendo usada com mais frequência na linguagem literária e poética. Ela está em nosso dia-a-dia, podemos encontrá-la em nossa linguagem diária, em textos, jornais etc. Para os cognitivistas a metáfora faz parte da linguagem ordinária e é uma forma bastante significativa de se falar e pensar sobre o mundo. A linguagem tem várias funções além de seu papel em descrever os fatos, podemos mandar, questionar, fazer sugestões e vai muito além que apenas fazer descrições. 
3.3 Referência e representação.
A teoria da semântica fala sobre a aceitação da natureza dos significados, existem várias formas de entendimento nesse quesito, para alguns linguistas, o significado está relacionado ao discernimento de referência, isto é, uma ligação entre as expressões linguísticas e o mundo; enquanto para outros, está relacionado a um entendimento mental. As hipóteses que falam sobre o significado como visão de referência podem ser chamados de várias formas, semântica formal/lógica/referencial ou também semântica de valor de verdade. A relação entre a língua e o mundo é bastante relevante para se levar em consideração, a forma que as palavras definem certos objetos, aprender seus significados e entender suas referências pelo mundo. Teorias abordam o significado do ponto de vista representacional, ou seja, visa o significado como uma questão de representação mental, que não está relacionada com as referências no mundo. A ligação entre linguagem e construtos mentais, de certa forma, demonstram o conhecimento semântico do falante. Geralmente, quando falamos temos uma certa forma de representar mentalmente os significados, representamos os nossos e dos outros. As pessoas compreendem o que falam ou escutam pelo fato de interpretar as representações mentais. A comunicação depende do compartilhamento de representações e não ligações entre expressões linguísticas e situações do mundo. Possivelmente, nossa forma de falar sobre o mundo funciona tão bem devido às semelhanças básicas de nossas representações mentais. Alguns linguistas acreditam na complementação das duas abordagens.
1

Continue navegando