Buscar

TCC - A importância do Assistente Social na inclusão dos idosos beneficiários do BPC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
flávia cristina de jesus nogueira
A IMPORTÂNCIA DO ASSISTENTE SOCIAL NA INCLUSÃO DOS IDOSOS BENEFICIÁRIOS DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, apresentado à UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, no Centro de Ciências Sociais, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, com nota final igual a _______, conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:
______________________________________
Prof. Orientador –Maria Ângela Santini 
Universidade Norte do Paraná
______________________________________
Prof. Universidade Norte do Paraná
______________________________________
Prof. Universidade Norte do Paraná
 Jaú, outubro de 2017. 
agradecimentos
Reta final na formação em Bacharel em Serviço Social na Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, hoje, quero somente agradecer, em meio aos desafios da vida poderia ter desistido, pois muitas vezes o cansaço e o desânimo geraram dúvidas ainda incertas quanto ao futuro, mas a conquista chegou sou grata primeiramente a Deus sem ele nada seria possível.
Em especial à minha família, que sempre acreditou em mim, me incentivando, apoiando, pela educação e valores que carrego para toda a minha vida.
Ao meu marido, pela compreensão e companheirismo, por entender que a distância, muitas vezes, é necessária durante todo o processo acadêmico. 
Agradeço as Tutoras em Serviço Social da UNOPAR, Nalva, Mirian e Renata, durante os quatro anos, pelo conhecimento e sabedoria transmitidos, oferecendo prudentes conselhos, partilhando suas ideias e experiências, reforçando sempre a importância da busca de novos conhecimentos. Obrigada por todas as orientações e dedicação, vocês foram fundamentais para a nossa formação.
A minha Supervisora de campo Adriana Deise Sanches de Oliveira, sempre disposta a ajudar, contribuindo de forma exemplar com seu profissionalismo.
E por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram parte desta conquista. Sou imensamente grata.
NOGUEIRA, Flávia Cristina de Jesus. A importância do Assistente Social na inclusão dos idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada. 2017. 54p. Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Jaú, 2017.
	RESUMO
O presente estudo tematiza a importância do Assistente Social na inclusão dos idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada em atividades motivadoras, tendo como norte as indicações da Lei Orgânica da Assistência Social enquanto legislação primordial no que diz respeito ao atendimento das necessidades do segmento idoso. Seu objetivo geral consiste em analisar a trajetória da velhice no Brasil, levando em consideração que os idosos são representações das ações desenvolvidas pelos poderes constituídos; e que carecem de orientações e de profissionais que estejam dispostos a lutar pela garantia de seus direitos para que possam manifestar sua condição de cidadãos de direito em meio a uma sociedade antagônica e omissa. Trata-se de uma pesquisa de cunho exploratório através do método de revisão bibliográfica, que evidencia o trabalho dos gestores da Assistência Social, com vistas a contribuir no planejamento de políticas públicas a fim de atender a demanda tanto atual como futura visando propor melhorias no atendimento à população idosa. Este estudo ainda analisa de forma crítica sobre as dificuldades e possibilidades encontradas de forma a contribuir para a efetivação e melhoria dos serviços ofertados dentro da política de assistência social, contribuindo para melhora na qualidade de vida do usuário destes serviços.
Palavras-chave: Idoso. Política Pública. Inclusão Social. Lei Orgânica de Assistência Social.
NOGUEIRA, Flávia Cristina de Jesus. The importance of the Social Worker in the inclusion of the elderly beneficiaries of the Continuous Benefit Benefit. 2017.54p . Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Jaú, 2017.
ABSTRACT
This study examines the importance of the Social Worker in the inclusion of the elderly beneficiaries of the Continuous Benefit Benefit, with the indications of the Organic Law of Social Assistance as the primary legislation regarding the needs of the elderly segment. Its general objective is to analyze the trajectory of old age in Brazil, taking into consideration that the elderly are representations of the actions developed by the constituted powers; and who lack guidelines and professionals who are willing to fight for the guarantee of their rights so that they can manifest their status as citizens of right in the midst of an antagonistic society. This is an exploratory research through the method of bibliographic review, which shows the work of the Social Assistance managers, with a view to contributing to the planning of public policies in order to meet the current and future demand, aiming to propose improvements in care to the elderly population. This study also critically analyzes the difficulties and possibilities found in order to contribute to the effectiveness and improvement of the services offered within the social assistance policy, contributing to improve the quality of life of the users of these services.
Key-words: Elderly. Public policy. Social inclusion. Organic Law of Social Assistance.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09
2 SOBRE O ENVELHECER E O IDOSO	12
122.1 O Estigma Social da Velhice	�
153 O IDOSO NO BRASIL	�
194 A POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL	�
254.1 Benefício de Prestação Continuada	�
24.2 Políticas Públicas de Assistência Social para a População Idosa	�7
314.3 Outras Políticas Públicas para Idosos	�
354.4 O Assistente Social e a Garantia de Proteção Social ao Idoso	�
415 INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL	�
46 DISCUSSÃO	�2
487 CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
51REFERÊNCIAS	�
�
�
INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso contempla a importância do Assistente Social na inclusão dos idosos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada.
Como se pode constatar a população idosa cresce gradativamente, sendo necessário o planejamento e a gestão eficaz das políticas públicas para atender esta demanda emergente.
Entretanto, vive-se em uma época de insegurança para os direitos sociais. As pessoas idosas são historicamente excluídas, classificadas entre “produtivos” e “improdutivos”. Dessa forma, o Benefício de Prestação Continuada – BPC – é uma das formas de garantir a inclusão dos idosos na sociedade, na medida em que se propõe a suprir as carências econômicas, pretendendo garantir uma renda que venha a assegurar o acesso aos meios de prover sua sobrevivência com dignidade. (ZALAMENA, 2015).
As políticas públicas governamentais têm procurado implementar modalidades de atendimento aos idosos tais como, centros de convivência-espaço destinado à prática de atividades física, cultural, educativa, social e de lazer, como forma de estimular sua participação no contexto social que está inserido. (MENDES, 2005)
Cada idoso apresenta um perfil diferenciado, desde carência afetiva, incapacidades físicas e mentais, insuficiência financeira, perda de autonomia, ausência da família, doença desencadeada em fator da idade, limitando assim sua independência. Lidar com as suas necessidades é o objetivo a atingir para melhoria de sua qualidade de vida.
Nesse sentido, o conceito qualidade de vida é entendido enquanto fenômeno que se interrelaciona com as diversas dimensõesdo ser humano. Acrescentando, qualidade de vida é uma noção eminentemente humana que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental. (MINAYO, 2000).
A chegada á Terceira Idade traz consigo limitações sobre um corpo já muito vivido. Já não se tem a mesma vitalidade, a rapidez dos movimentos e do raciocínio, a mesma coordenação motora da época da juventude. Há mais tempo disponível, mas os idosos não sabem o que fazer com ele. Acostumados a fazer, não sabem o que é ser (TESSARI, 2010).
Portanto, faz-se necessário uma sensibilização da sociedade para que reconheça a velhice como uma etapa da vida que requer a efetivação de direitos, bem como a manutenção da autonomia e da cidadania do idoso. (NOGUEIRA,2008).
Este estudo teve por objetivo central analisar a importância do Benefício de Prestação Continuada na vida social do idoso, bem como, o lugar que este ocupa na sociedade. 
Além disso, objetivou refletir de forma crítica sobre os direitos desta população, as possibilidades de inclusão social, o entendimento dos critérios para a concessão do Benefício de Prestação Continuada e as ações profissionais tangentes ao Assistente Social frente a esta demanda que se apresenta.
Para a realização deste estudo, levou-se em consideração que atualmente no Brasil a população idosa totaliza 23,5 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. Estima-se, em termos mundiais, que a população idosa alcance um bilhão em menos de dez anos e que duplique em 2050, alcançando dois bilhões de pessoas ou 22% da população global, sendo, portanto, imprescindível o aprimoramento constante do profissional de Serviço Social.
Destarte, o aumento da população idosa cresce gradativamente, sendo de grande relevância a necessidade de criar políticas públicas para atender as necessidades da terceira idade, visto que, em sua maioria são analfabetos, dificultando assim conhecer e buscar individualmente seus direitos. 
Ressalta-se, entretanto, que o envelhecimento é um processo natural de todo o ser humano:
[...] é universal, por ser natural, não depende da vontade do indivíduo, todo ser nasce, desenvolve-se, cresce, envelhece e morre. É irreversível, apesar de todo o avanço da medicina [...] nada impede o inexorável fenômeno, nem o faz reverter (DUARTE, 2008).
É necessário que os idosos saibam de seus direitos para não serem vítimas destas violações, para tanto, é necessário garantir o acesso a todas as informações pertinentes.
A velhice não possui um padrão estabelecido, uma vez que os perfis e condições de vida dos idosos assumem diversas faces. Entre essas inúmeras facetas, há o perfil de idosos aposentados, que possuem qualidade de vida, têm seu acesso aos serviços básicos garantidos e cujas condições socioeconômicas permitem a satisfação de seus interesses. Já outro perfil, por exemplo, é o idoso em situação de exclusão social, vulnerável, que tem seus direitos negados, cujos vínculos familiares e comunitários são fragilizados e cujo valor da aposentadoria ou benefício não é suficiente para manter suas necessidades básicas. (NOGUEIRA,2008).
Portanto, independentemente de como a velhice se apresenta e se vivencia, há a necessidade da efetivação de políticas públicas, sobretudo, nos casos em que a aposentadoria contribui para o isolamento social e perda da importância papel exercido socialmente pelo idoso.
A sociedade Ocidental está vivenciando um período de extremo consumo, pautado pelo sistema capitalista e pela motivação do desejo do poder econômico. Com isso, o idoso é discriminado por não ser mais produtivo, ao passo que na sociedade Oriental, se venera o ancião pela sabedoria e pela experiência. (ASSIS,1998)
Logo é imprescindível uma comoção da sociedade, para que a velhice seja reconhecida como mais uma etapa da vida, onde dispõe de direitos e obrigações, objetivando sua autonomia e cidadania.
Neste fundamento, esse projeto teve como propósito analisar a trajetória da velhice no Brasil, levando em consideração que os idosos são representações das ações desenvolvidas pelos poderes constituídos; e que carecem de orientações e de profissionais que estejam dispostos a lutar pela garantia de seus direitos para que possam manifestar sua condição de cidadãos de direito em meio a uma sociedade antagônica e omissa.
O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas, utilizando diversas fontes de saberes, como livros, dissertações, teses, artigos científicos.
Esse projeto foi desenvolvido com o intuito de conscientizar os idosos sobre a importância do conhecimento de seus direitos, além de incitar e estimular os leitores para fomentar ações estratégicas no âmbito da política pública de assistência social para garantir o acesso dessa população aos serviços, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.
2 SOBRE O ENVELHECER E O IDOSO
2.1 O Estigma Social da Velhice
Segundo Minayo & Coimbra Jr. (2002), pelas regras de classificação dos ciclos da vida que vigoram em nossa sociedade, o Brasil precocemente entrou na rota do envelhecimento populacional. Nessa estrada que acolhe os caminhantes grisalhos e sulcados pela vida, o trânsito vai aos poucos ficando congestionado, a ponto de já serem mais de 31 mil os brasileiros remanescentes do século XIX.
A previsão dos demógrafos é de que no ano 2020 existam cerca de 1,2 bilhão de idosos no mundo, dentre os quais 34 milhões de brasileiros acima de 60 anos, que, nesse caso, corresponderão à sexta população mais velha do planeta, ficando atrás apenas de alguns países europeus, do Japão e da América do Norte.
Ainda de acordo com Minayo & Coimbra Jr. (2002), muitos estudiosos colocam que como muitas outras questões na sociedade ocidental, o assunto da velhice foi ‘estatizado’ e ‘medicalizado’, transformando-se ora em problema político, ora em ‘problema de saúde’, seja para ser regulado por normas, seja para ser pensado de forma preventiva, seja para ser assumido nos seus aspectos de disfunções e distúrbios que, se todos padecem, são muito mais acentuados com a idade.
De acordo com Andrade (2011), o termo velhice carrega um estigma social. Segundo apontamentos de Russo (2008 apud ANDRADE, 2011), o estigma é usado em referência a um atributo profundamente depreciativo, algo maléfico, abominado pela sociedade e que, portanto, deve ser evitado a todo custo. São indivíduos com deformações físicas, psíquicas, de caráter ou de qualquer outra diferença que caracterize aos olhos dos outros padrões de inferioridade.
Portanto, esse conceito é resultado do que a sociedade construiu ao longo dos anos. A sociedade produz padrões que são aceitos e seguidos, que por sua vez categoriza o individuo, sua identidade e as relações sociais com o meio.
Dessa forma, a velhice como processo de inserção num estágio mais avançado de vida pressupõe aspectos de acumulação de conhecimento necessários para o preenchimento de papéis sociais. Nesse contexto a idade como construção da velhice ainda é uma dimensão fundamental para o processo de organização social, resultando numa problematização do significado que as idades ganham em nossa sociedade. (DEBERT, 2006 apud ANDRADE, 2011).
Assim, a velhice é encarada como declínio, uma vez que o indivíduo na condição de idoso ultrapassou o ponto máximo do ciclo de vida. Além do mais, outras ciências se apropriam desse contexto social para pensar a velhice sob diferentes aspectos. A medicina, por exemplo, estabelece uma série de normatizações e a psicologia condutas que são atribuídas a um dado grupo social específico (ANDRADE, 2011).
Por exemplo, é relevante pensar em tais características, muitas vezes indesejáveis, estipuladas pela medicina e pela mídia, no qual se atribui aos idosos algumas doenças crônicas e irreversíveis tais como o diabetes, Alzheimer deficiência auditiva, que embora acometam outras pessoas de menos idade, são visualizadas no imaginário e condicionadas às pessoas idosas (ANDRADE, 2011).
Dessa forma, a partir desse imagináriosocial criado em torno da velhice, no que concerne à saúde, por exemplo, em torno da geriatria se estabeleceu um grande mercado consumidor, refinando os instrumentos e as medidas que rotulam o cotidiano da existência dos idosos. Dessa forma, desconhece-se a complexidade dos sujeitos, criando-se uma estética da vida referenciada em proibições e regras gerais (MINAYO & COIMBRA JR, 2002).
Andrade (2011), ainda chama atenção para o fato de que atribuir algumas doenças à condição de idoso faz com que o mesmo queira a todo custo não parecer velho, ou não estar envelhecendo, gerando com isso uma longa batalha contra o tempo. Ou seja, em nossa sociedade o ideal de juventude eterna é pleiteado, ainda que de forma inconsciente, e aquilo que é considerado velho e fora dos ideais e padrões de beleza, é descaracterizado e relegado a segundo plano. Logo, a visibilidade que o estigma aponta, no caso dos idosos é inevitável. 
É complexo o tema do envelhecimento, pois complexos são todos os processos vitais experimentados desde o nascimento, a infância e a adolescência até a vida adulta. A sociedade não reconhece a complexidade, mas sim coloca como farinha do mesmo saco envelhecimento, doença, privação, dependência, tristeza e frustração (MINAYO & COIMBRA JR, 2002).
 Se, por um lado, o ciclo biológico próprio do ser humano assemelha-se ao dos demais seres vivos – todos nascem, crescem e morrem –, por outro, as várias etapas da vida são social e culturalmente construídas. Isto é, as diversas sociedades constroem diferentes práticas e representações sobre a velhice, a posição social dos velhos na comunidade e nas famílias e o tratamento que lhes deve ser dispensado pelos mais jovens.
Os estudos antropológicos demonstram que a infância, a adolescência, a vida adulta e a velhice não constituem propriedades substanciais que os indivíduos adquirem com o avanço da idade cronológica. Pelo contrário: o processo biológico, que é real e pode ser reconhecido por sinais externos do corpo, é apropriado e elaborado simbolicamente por meio de rituais que definem, nas fronteiras etárias, um sentido político e organizador do sistema social. Essas fronteiras e suas apropriações simbólicas não são iguais em todas as sociedades nem na mesma sociedade, em momentos históricos diferenciados – nem num mesmo tempo, para todas as classes, todos os segmentos e gêneros (MINAYO & COIMBRA JR, 2002).
Ainda segundo os autores citados acima, no imaginário social a velhice sempre foi pensada como uma carga econômica – seja para a família, seja para a sociedade – e como uma ameaça às mudanças. Essa noção tem levado as sociedades a subtraírem dos velhos seu papel de pensar seu próprio destino. No entanto, nunca faltaram exceções a tais práticas, o que pode ser exemplificado com o reconhecimento pelas sociedades indígenas da figura do pajé ou xamã ancião ou, nas sociedades ocidentais, dos poderosos, ricos e famosos quando gozam de saúde física, mental e econômica. As exceções, porém, não podem esconder as grandes dificuldades socioeconômicas que os idosos, particularmente os pobres sofrem nos mais diferentes contextos de vida. Por isso mesmo, a velhice é por eles auto-assumida como ‘problema’, na mesma medida em que sofrem por causa dela e o imaginário social assim a define.
A forma mais comum de discriminação cultural tem sido o estigma de ‘descartável’, ‘passado’ ou ‘peso social’. Como muito bem aponta Guimarães (1997 apud MINAYO & COIMBRA JR, 2002), “nos dicionários emocionais da população, velhice é sinônimo de decadência, de decrepitude e de perda de dignidade”. A visão depreciativa dos mais velhos tem sido, através dos tempos modernos, alimentada profundamente pela ideologia ‘produtivista’ que sustentou a sociedade capitalista industrial, para a qual, se uma pessoa não é capaz de trabalhar e de ter renda própria, de pouco ou nada serve para sua comunidade ou seu país.
O processo de envelhecimento de qualquer pessoa é sempre diferente, sua condição de vida, os valores da sociedade, as expectativas dos indivíduos, as soluções possíveis, tudo muda com o passar do tempo. Além disso, para cada pessoa existe uma reação diferente e inúmeras possibilidades de resultado final, dependendo dos determinantes do envelhecimento. “Alguns determinantes são imutáveis como raça, sexo, ambiente social e familiar onde se nasce, enquanto outros são amplamente modificáveis, como hábitos e estilos de vida, maneira de encarar a vida e meio ambiente” (PASCHOAL, 2006, p. 331).
Na sociedade moderna as pessoas idosas tendem a ter um status muito mais baixo, pois, atualmente, é o jovem que frequentemente tem maiores habilidades e um conhecimento mais amplo em determinadas áreas da vida. Os jovens são mais hábeis para absorver e compreender e entender as últimas inovações e novidades tecnológicas, a uma velocidade muito mais rápida. Eles têm acesso a muito mais informações e fontes exteriores de conhecimento do que tiveram seus pais e avós pelos meios de comunicação, livros, jornais e internet. (Helman 2005).
É fundamental um trabalho e um direcionamento para executar um movimento que positive o envelhecimento como um tempo produtivo específico da vida, emocional, intelectual e social, superando assim os estigmas da discriminação. Pois é essa discriminação internalizada que freqüentemente leva os idosos a uma atitude de negação, buscando parecerem mais jovens para serem aceitos e acolhidos, obscurecendo suas características, seus atributos e sua identidade (LINS DE BARROS, 2000 apud MINAYO & COIMBRA JR, 2002).
A positivação da identidade do idoso significa, por um lado, reconhecer o que há de importante e específico nessa etapa da vida para desfrutá-lo; por outro, compreender, do ponto de vista desse grupo social, os sofrimentos, as doenças e as limitações com toda a carga pessoal e familiar que tais situações acarretam, embora nunca tratando tais acontecimentos dolorosos e tristes como sinônimos de velhice (MINAYO & COIMBRA JR, 2002).
Além disso, é preciso reconhecer que, do ponto de vista econômico que os idosos configuram hoje como um mercado crescente e cada vez mais promissor no mundo dos bens de consumo, da cultura, do lazer, da estética, dos serviços de prevenção, atenção e reabilitação da saúde. Do ponto de vista sociológico, constituem um emergente ator social, com poder de influir nos seus destinos, pela sua significância numérica e qualitativa, por meio da construção de leis de proteção, de conquista de benefícios e pela presença no cenário político, no qual valem seu voto e sua representação. Como um novo construtor de cultura, o idoso tem papel insubstituível porque, radicalizando as novas situações, nada poderá ser como antes, sob pena de sua exclusão moral e social do projeto para o futuro do país.
Minayo & Coimbra Jr (2002), chamam a atenção para o fato de que os papéis sociais estão mudando e podem mudar mais, à medida que os idosos se coloquem como atores das transformações com que sonham. Quase tudo está por fazer. As vivências, em maior profundidade, da própria subjetividade permitirão aos velhos afrontarem as repressões provocadas tanto pelas próprias necessidades do trabalho quanto pelos constrangimentos familiares, sendo mais autênticos e mais felizes.
Contudo, Andrade (2011) contrapõe a idéia dos autores acima, explicando que os idosos apesar de construírem seus espaços pouco a pouco, ainda agregam atributos que a sociedade estigmatiza. Padrões, sobretudo de juventude, que devem ser alcançados, são os mais preponderantes. Com isso, as características indesejáveis que advém com a idade, remontam as interações e criam novas percepções de como ser velho na atualidade. Ou seja, o estigma social da velhice, o seu caráter negativo ainda permanecem na sociedade brasileira.
De qualquer forma, é necessário considerar que o envelhecimento não é um processo homogêneo. Cada pessoa vivencia essa fase da vida de uma forma, considerando sua história particular e todos os aspectos estruturais (classe, gênero e etnia) a eles relacionados, comosaúde, educação e condições econômicas. O que torna a velhice sinônimo de sofrimento é mais o abandono que a doença; a solidão que a dependência.
Como questão pública, o fenômeno do envelhecimento deve-se focalizar de forma positiva para o desenvolvimento humano. Portanto, pensar a velhice como questão pública é bem diferente de tratá-la como problema social.
3 O IDOSO NO BRASIL
De acordo com Uchôa; Firmo & Lima-Costa (2002), a situação no Brasil faz eco no panorama mundial, caracterizando-se, entretanto, por algumas particularidades. Contrariamente aos países desenvolvidos, onde o aumento da esperança de vida resultou de melhoria considerável das condições de vida das populações, no Brasil muitos indivíduos estão hoje vivendo por mais tempo sem, necessariamente, dispor de melhores condições socioeconômicas ou sanitárias. Além disso, em um país tão marcado por desigualdades, como o Brasil, o processo do envelhecimento pode reforçar desigualdades em termos da qualidade de vida e do bem-estar entre diferentes estratos da população, contribuindo para aumentar a chance de exclusão dos idosos.
Segundo Minayo & Coimbra Jr (2002), existem duas categorias sociais opostas e em construção olhando para o futuro do Brasil. A primeira é a ‘juventude’, essa etapa entre a adolescência e o mundo adulto que, exatamente pela força de expansão da expectativa de vida e das exigências escolares, cada vez tende a ampliar seu tempo e a criar uma identificação específica. A segunda é a velhice, que não pode ser nominada nem tratada como há 50 anos, quando a expectativa de vida era apenas de 43 anos. Portanto, este último e mais novo ator individual e coletivo está redefinindo as relações familiares; construindo a medida de sua participação social; influenciando os rumos da política e, em conseqüência, criando, a partir de si, uma nova imagem e delineando uma preciosa etapa da vida, portadora de uma ética e de uma estética próprias.
No Brasil, de acordo com Minayo & Coimbra Jr (2002), o fenômeno do envelhecimento até pouco tempo atrás vinha sendo tratado como questão da vida privada, por representar ônus para a família, como assunto de caridade pública, no caso dos pobres e indigentes, e, de forma bastante reducionista, como questão médica. É claro que essa visão continua confirmada pelas práticas sociais de cuidado com os idosos. Mas o rápido crescimento dessa faixa da população passou a preocupar também muitas outras instituições sociais.
Levando em consideração o impacto que a população idosa tem dentro da família – pois esta precisa adaptar-se tanto psicologicamente quanto adaptar os espaços físicos – e nas políticas públicas, destacando a saúde, os formuladores de políticas no Brasil referem-se ao ‘custo social da população idosa’, calculado como três vezes mais alto que o da população em geral (VERAS, 1995 apud MINAYO & COIMBRA JR, 2002). Demonstram também que esse custo mais elevado onera, sobretudo, o sistema de saúde, pois o crescimento da esperança de vida, historicamente, vem acompanhado, no mundo inteiro, de um aumento das doenças crônicas não infecciosas, como diabetes melito, distúrbios cardiovasculares, articulares, respiratórios e de movimento; doenças incapacitantes, como demência senil, doença de Alzheimer, doença de Parkinson; além do incremento das ocorrências de depressões e de falhas cognitivas.
Outra questão referente ao idoso no Brasil é a ideia de que os velhos constituem um problema social, ideia essa que vem sendo construída sobremodo pelo Estado. Na sociedade ocidental contemporânea, o Estado é o grande regulador do curso da vida, do nascimento à morte, passando pelas fases de escolarização, de atividade no mercado de trabalho e de aposentadoria. Por causa disso, a idade cronológica é um princípio cultural de extrema relevância no moderno aparato jurídico-político, que concentra no indivíduo a atribuição de direitos e deveres; e no mercado de trabalho, a base da economia. Essa forma de organização difere, por exemplo, das comunidades indígenas e camponesas fundadas economicamente na unidade familiar.
A ideia do ‘envelhecimento como problema’ se expressa na constante divulgação dos déficits nos cálculos da previdência social, uma vez que o direito à aposentadoria (um direito dos idosos) se universalizou. O discurso sobre o ‘peso social que hoje os velhos constituem’ tem nessa instância pública um lugar entronizado. É reforçado pela idéia de que a situação do aumento dessa população é insustentável com a manutenção direito universal da aposentadoria. Portanto, o aparato do Estado tende a ver de forma catastrófica as próprias instituições político-sociais que criou para atender os idosos: 
Uma vez que mais da metade da população idosa do Brasil terá entre 60 e 69 anos, as decisões relativas à idade de aposentadoria, disponibilidade e direito à pensão, assim como outras questões relacionadas à força de trabalho, afetarão significativamente a economia brasileira no próximo século (VERAS, 1995, p 23).
Para Minayo & Coimbra Jr (2002), talvez o dilema dos formuladores de política seja exatamente a impregnação, em seu horizonte mental, da idéia de envelhecimento como problema, sobretudo no sentido econômico de apropriação de bens e serviços por um número cada vez maior de pessoas mais velhas. Ora, essa ideia de falência da previdência social, da qual usufruem os idosos, como a grande vilã da política social no país deve ser relativizada. Pelo menos é o que mostra estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a universalização de direitos sociais no Brasil. Os pesquisadores constataram que mais da metade das aposentadorias e pensões da Previdência Social, na zona rural das regiões Sul e Nordeste, é dirigida a mulheres viúvas, solteiras ou separadas. Vivendo sem companheiros, elas são responsáveis pelo sustento da casa e dos dependentes, contando apenas, para a sobrevivência sua e do grupo, com esse benefício.
Embora haja atualmente a discussão da aposentadoria e da Previdência Social no país, ressalta-se que Simões (2000 apud MINAYO & COIMBRA JR, 2002) reconstruiu a história da constituição do movimento dos aposentados brasileiros. Com os termos ‘luta’, ‘mobilização’ e ‘nova categoria’ estruturando seu discurso ordenador desde o início dos anos 80 e culminando na segunda metade dos anos 90, os idosos se reuniram e foram para as ruas reivindicar reconhecimento de seus direitos previdenciários, aumento das aposentadorias e participação na gestão de seus interesses, com assento nos conselhos nacionais de Saúde e de Seguridade Social. Ou seja, historicamente – ainda que em uma história recente – a população idosa foi reconhecida como importante e fundamental para a garantia de alguns direitos. 
4 A POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
A construção do direito da Assistência Social é recente na história do Brasil. Durante muitos anos a questão social esteve ausente das formulações de políticas no país. O grande marco é a Constituição de 1988, chamada de Constituição Cidadã, que confere, pela primeira vez, a condição de política pública à assistência social, constituindo, no mesmo nível da saúde e previdência social, o tripé da seguridade social que ainda se encontra em construção no país. A partir da Constituição, em 1993 temos a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), no 8.742, que regulamenta esse aspecto da Constituição e estabelece normas e critérios para organização da assistência social, que é um direito, e este exige definição de leis, normas e critérios objetivos (BRASIL, 1994).
Segundo Menotti (2015), anteriormente não havia legislação sobre Assistência Social. Esta era estudada em conjunto com a Previdência Social. Somente no ano de 1977 foi criada a Lei 6.439 que, em seu artigo 9º, determinou que a Legião Brasileira de Assistência (LBA) deveria prestar assistência social à população carente, através de programas de desenvolvimento social, bem como, o atendimento das pessoas independentemente de vinculação. Destarte,foi apenas a partir de 1988 que a Constituição Federal passou a tratar sobre assistência social, nos artigos 203 e 204, sendo posteriormente regulamentada pela LOAS, a qual dispôs sobre a organização da assistência social.
Contudo, antes de falar sobre a Lei Orgânica da Assistência Social, é necessário compreender a conceituação da Assistência Social, sobretudo, enquanto política pública.
A Constituição de 1988, visando dar efetividade aos fundamentos do Estado brasileiro, em especial o da dignidade da pessoa humana, e, igualmente, concretizar os objetivos previstos no artigo 3º, onde se destacam a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais, instituiu um importante instrumento de proteção social, intentando à proteção de todos os cidadãos nas situações geradoras de necessidades. Referida proteção foi denominada seguridade social (MENOTTI, 2015).
O sistema da seguridade social, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988, no artigo 194, abrange um conjunto de ações de iniciativas dos Poderes Públicos e da Sociedade, destinadas a assegurar os direitos inerentes à saúde, à previdência social e à assistência social. Dessa forma, a assistência social, conforme o próprio nome diz, será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição por parte do beneficiário, sendo destinada aos indivíduos sem condições de prover o sustento próprio ou de tê-lo provido por sua família. Nesse sentido:
[...] um plano de prestações sociais mínimas e gratuitas a cargo do Estado para prover pessoas necessitadas de condições dignas de vida. É um direito social fundamental e, para o Estado, um dever a ser realizado através de ações diversas que visem atender às necessidade básicas do individuo, em situações críticas da existência humana, tais com a maternidade, infância, adolescência, velhice e para pessoas portadoras de limitações físicas (TAVARES, 2005, p 18).
A própria Lei Orgânica da Assistência Social define em seu primeiro artigo que:
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 1993).
Ou seja, a seguridade social se caracteriza pela extensão da proteção a toda a população, formando um conjunto de ações por parte do Estado buscando atender às necessidades básicas nas áreas de Previdência Social, Assistência Social e Saúde (MENOTTI, 2015).
A assistência Social é, portanto, um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer a política social aos hipossuficientes, por meio de atividades particulares e estatais, visando a concessão de pequenos benefícios e serviços, independentemente de contribuição por parte do próprio interessado. Portanto, a Assistência Social independe de qualquer contribuição e será prestada a quem dela necessitar, sendo dever do Estado amparar quem não possui meios de prover sua própria vida ou de tê-la provida, por outra pessoa, garantindo um mínimo existencial aos necessitados.
Desta forma, o Estado trabalha no sentido de fornecer ao cidadão, independentemente de qualquer contribuição direta aos cofres públicos, serviços e valores que propiciam a igualdade. Não repercutindo exclusivamente no fornecimento pelo Estado de determinado valor pecuniário, mas na concessão de valores que permitam o acesso ao mínimo, ou pelo menos serviços que garantam o ínfimo ao ser social (MENOTTI, 2015).
A assistência social tem como um dos objetivos proporcionar a proteção dos necessitados, sendo justamente o que a lei visa concretizar, sem o qual, não teria o porquê de existir. A própria LOAS em seu artigo 2°, estabelece quais seriam os objetivos da assistência social, a saber: a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; o amparo a crianças e adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho; à habilitação e à reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e à promoção de sua integração à vida comunitária e à garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
Ressalta-se que, portanto, o segmento assistencial da seguridade tem como propósito nuclear preencher as lacunas deixadas pela previdência social, já que esta não é extensível a todo e qualquer indivíduo, mas somente aos que contribuem para o sistema (MENOTTI, 2015).
Assim sendo, os objetivos da assistência social levam em consideração a quantidade de pessoas que exercem atividades de maneira informal, ou sequer exercem qualquer atividade, sendo desprovidas de custear a proteção previdenciária. Cabendo, desse modo, ao Estado estender este seguimento de proteção, que se dá na forma de assistência social (MENOTTI, 2015).
Também cabe ressaltar que de acordo com o artigo 4º, da Lei Orgânica da Assistência Social, a presente política possui alguns princípios norteadores:
Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios:
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade;
IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais;
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão (BRASIL,1994).
É importante dizer que o Sistema Único de Assistência Social – o SUAS - é o modelo de gestão utilizado no Brasil para operacionalizar as ações de assistência social. A assistência social é parte do Sistema de Seguridade Social, apresentado pela Constituição Federal de 1988. O SUAS é de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e está previsto e regulamentado justamente na lei federal nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, a Lei Orgânica de Assistência Social (VIANNA, 2004).
Assim como a saúde a assistência social é um direito do cidadão e dever do Estado, suas ações fazem parte da Política de Seguridade Social não contributiva (contribuições especiais), pois no Brasil, embora haja uma estrutura formal de proteção social estabelecida pela Constituição (como Seguridade Social) potencialmente capaz de combater a pobreza e diminuir as desigualdades, o raio de ação de tal estrutura ainda é restrito e insuficiente para enfrentar as imensas carências que assolam a população. Coordenada inicialmente pelo Ministério do Bem-Estar Social e substituído pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) por sua vez originário de três estruturas governamentais extintas: Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Nutricional (Mesa), Ministério da Assistência Social (MAS) e Secretaria Executiva do Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa Família em 2004 para prover os mínimos sociais, realizando através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade e garantir o atendimento às necessidades básicas característicos da assistência social.
A assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais (VIANNA, 2004).
O Estado e todos os seusentes têm por objetivo consolidar e executar a Lei Orgânica da Assistência Social
a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
o amparo às crianças e adolescentes carentes;
a promoção da integração ao mercado de trabalho;
a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
a garantia de 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. (Benefício de prestação continuada).
De acordo com Vianna (2004), O SUAS tem como eixos estruturantes: a matricialidade sócio-familiar; descentralização político-administrativa e territorialização estabelecendo novas bases para a relação entre Estado e sociedade civil; financiamento; controle social com participação popular e normas definidas para informação o monitoramento e a avaliação além de política de recursos humanos própria. Estabelecendo ainda a organização da assistência em dois níveis de proteção, divididos em proteção social básica e proteção social especial de média e alta complexidade.
A proteção social básica tem por objetivo prevenir a violação dos direitos, sua porta de entrada é através do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Localizando-se nas áreas de maior vulnerabilidade previamente identificadas por estudos específicos como de maior risco social constituindo-se como uma unidade permanente de prestação de serviços definidos para a população residente na sua área de abrangência. A equipe inclui profissionais de serviço social e psicologia em número variável segundo articulados por um coordenador, cujo perfil é: técnico de nível superior, concursado, com experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios sócio-assistenciais (VIANNA, 2004).
Ainda em consonância com a autora citada acima, a proteção especial atua quando os direitos já foram violados, tem como unidade assistencial os Centros de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS) configura-se como uma unidade pública e estatal, que oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas sócio-educativas em meio aberto, etc.).
Dessa forma, pode-se então dizer que a assistência social tem por função manter uma política social destinada ao atendimento das necessidades básicas dos indivíduos, mais precisamente em prol da família, maternidade, infância, adolescência, velhice, o amparo às crianças e aos adolescentes carentes, promoção da integração ao mercado de trabalho, bem como a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária. E que os benefícios de assistência social são destinados aos indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente de contribuição à Seguridade Social.
Mencionando, portanto, tais benefícios da assistência social, pode-se citar o Benefício de Prestação Continuada – BPC/LOAS – que nada mais é que um benefício mensal, no valor de um salário mínimo, pago a idosos de 65 anos ou mais e a portadores de deficiência que possuam renda familiar abaixo de um quarto do salário-mínimo por pessoa e em cuja família nenhum membro seja beneficiário de outro programa da Previdência Social ou do seguro desemprego.
4.1 Benefício de Prestação Continuada
É de fundamental importância saber que os Decretos 1.330, de 08 de dezembro de 1994, que regulamentou o benefício de prestação continuada, e 1.744, de 08 de dezembro de 1995, que regulamentava o benefício de prestação continuada à pessoa portadora de deficiência e ao idoso, foram revogados pelo Decreto nº. 6.214, de 26 de setembro de 2007, sendo esta a novel legislação que regulamentou o benefício de prestação continuada (MENOTTI, 2015).
Ainda de acordo com o autor citado acima, a prestação assistencial foi criada para substituir a renda mensal vitalícia, a qual era vinculada à previdência social, diferentemente do benefício assistencial, que muito embora tenha sua concessão e administração feitas pelo INSS, não se trata de benefício previdenciário.
Está previsto constitucionalmente no artigo 203, V, que garante um salário-mínimo de benefício mensal ao portador de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, de acordo com a regulamentação disposta na LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social).
O BPC possui tal denominação por ter um trato continuado, ou seja, uma prestação pecuniária paga mês a mês, sendo de duração indefinida, devendo ser revisto a cada dois anos para a verificação da real situação do beneficiário, a fim de examinar se a condição que motivou sua concessão ainda persiste (MENOTTI, 2015).
Hoje, temos duas modalidades de concessão do BPC – ao necessitado portador de deficiência e o devido ao necessitado idoso. O BPC garante um salário mínimo, na forma de benefício de prestação continuada, devido à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e está também não possa ser provida por sua família.
Neste mesmo sentido, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu que à pessoa portadora de deficiência e ao idoso, que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, é garantido um salário mínimo de benefício mensal. Seja como for, os benefícios assistenciais independem de qualquer contribuição do necessitado, logo independem de carência, tendo como principal característica a gratuidade (MENOTTI, 2015).
Pode-se dizer que o BPC compõe a proteção social básica, constituindo um benefício de atendimento direto ao público, ou seja, concedido diretamente ao beneficiário (BRASIL, 1993).
O BPC constitui uma garantia de renda básica, no valor de um salário mínimo, tendo sido um direito estabelecido diretamente na Constituição Federal e posteriormente regulamentado a partir da LOAS, dirigido às pessoas com deficiência e aos idosos a partir de 65 anos de idade, observando, para acesso, o critério de renda previsto na Lei. Tal direito à renda se constituiu como efetiva provisão que traduziu o principio da certeza na assistência social, como política não contributiva de responsabilidade do Estado. Trata-se de prestação direta de competência do Governo Federal, presente em todos os Municípios”. (Política Nacional de Assistência Social – PNAS, aprovada pela Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004, do Conselho Nacional de Assistência Social);
Para requerer tal benefício, o indivíduo ou curador legal – este último em alguns casos – deve entrar com requerimento junto ao INSS, ressaltando que é preciso, segundo últimas normativas, estar cadastrado devidamente no CadÚnico. 
O CadÚnico nada mais é que O Cadastro Único é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Essas informações são utilizadas pelo Governo Federal, pelos Estados e pelos municípios para implementação de políticas públicas capazes de promover a melhoria da vida dessas famílias. Tal cadastramento é feito, normalmente, nas unidades dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
É importante ressaltar que a cada dois anos deve ser verificado se o beneficiário continua atendendo aos critérios de elegibilidade do BPC, conforme determina o artigo 21 da LOAS. O BPC será cessado nos casos de superação das condições que lhe deram origem, em caso de morte do (a) beneficiário (a) e se comprovada qualquer irregularidade na concessão ou manutenção (BRASIL, 1993).
Desde que foi implementado, o BPC é financiado com recursos da Assistência Social, mas sua operacionalização ficou a cargo das agências do Instituto Nacional deSeguro Social (INSS), instituição da política de Previdência Social. Isto causou impactos na institucionalização do BPC em sua interface com a política de assistência social, prevalecendo a lógica previdenciária para a concessão do benefício a partir da avaliação do médico perito para as pessoas com deficiência que além da renda precisavam comprovar incapacidade para atividades laborativas, e distanciando os serviços da assistência social da responsabilidade de acompanhamento dos beneficiários do BPC (SOUZA; LOBATO; REGO, 2015).
O benefício tornou-se uma das principais estratégias de enfrentamento das desigualdades de renda entre idosos e pessoas com deficiência, tanto pela sua cobertura, quanto pelo dispêndio de recursos públicos aplicados em sua oferta. Hoje, o BPC cobre aproximadamente 3.860.713 pessoas, sendo 1.784.763 idosos e 2.075.950 pessoas com deficiência, com gasto de R$ 15.502.886.519,00. Apesar disso, é alvo de críticas em relação à sua focalização em segmentos de extrema pobreza, dado o baixo corte de renda para a elegibilidade ao benefício, e pelo fato da avaliação para pessoas com deficiência ser baseada na lógica dos benefícios do seguro social (SOUZA; LOBATO; REGO, 2015).
Cabe ressaltar que embora o número de benefícios em manutenção cresça anualmente ainda está muito aquém do que seria necessário para tentar diminuir os índices de pobreza (VIANNA, 2004). Ou seja, se o fator da renda for constituído como um fator de vulnerabilidade social e importante fator para a exclusão social, o BPC acaba sendo uma política pública não eficaz em seu objetivo.
4.2 Políticas Públicas de Assistência Social para a População Idosa
Além dos benefícios de assistência social destinados aos indivíduos sem condições de prover o próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente de contribuição à Seguridade Social, a Política de Assistência Social também oferta serviços dentro das Proteções Sociais Básicas, de Média ou Alta Complexidade que visa atender à população idosa. 
Destaca-se que o BPC foi incluído na proteção social básica, juntamente com os demais benefícios e os programas de transferência de renda. A unidade pública de referência na implementação das ações da proteção social básica é o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), e sua equipe técnica deve ser responsável pelo acompanhamento dos beneficiários do BPC e de outros benefícios e garantir seus encaminhamentos e inserção aos demais serviços públicos (SOUZA; LOBATO; REGO, 2015).
Para a organização dos serviços, a resolução nº 7 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), de 2009, estabeleceu acordo de procedimentos para a gestão integrada de serviços, benefícios assistenciais e transferência de renda, de forma a garantir que os beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), Programa Bolsa Família (PBF), Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e de benefícios eventuais sejam público prioritário dos serviços socioassistenciais da proteção básica e especial. Isto pode indicar que há um movimento de cumprimento da lógica do direito e da inclusão social, substituindo tão somente o controle e a fiscalização das famílias (SOUZA; LOBATO; REGO, 2015).
Com relação aos serviços da proteção social básica, destaca-se o PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família que consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida (BRASIL, 2009).
O PAIF realiza ações com famílias que possuem pessoas que precisam de cuidados, com foco na troca de informações sobre questões relativas à primeira infância, a adolescência, juventude, o envelhecimento e deficiências a fim de promover espaços para troca de experiências, dificuldades e reconhecimento de potencialidades. 
Este serviço é gratuito e ofertado nas unidades CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) e dentre seus usuários, contempla o atendimento à pessoa idosa que vivencia alguma situação de vulnerabilidade social e suas famílias (BRASIL, 2009).
Também é importante ressaltar que o PAIF tem por objetivos fortalecer a função protetiva das famílias; prevenir a ruptura dos vínculos familiares e comunitários; potencializar o protagonismo e a autonomia dos usuários; promover acesso a benefícios e programas de transferência de renda; e apoiar famílias que possuem, dentre seus membros, indivíduos que necessitam de cuidados, por meio da promoção de espaços coletivos de escuta e troca de vivências familiares (BRASIL, 2009).
Ainda dentro da Proteção Social Básica, é ofertado o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que é um serviço realizado em grupos, organizado a partir de faixas etárias e ciclos de vida, que tem por base complementar o trabalho social com famílias e prevenir a ocorrência de situações de risco social.
O SCFV abrange à população idosa que tem por foco o desenvolvimento de atividades que contribuem no processo de envelhecimento saudável, no desenvolvimento da autonomia e de sociabilidades, no fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, na prevenção de situações de risco social (BRASIL, 2009).
O público idoso para quem é ofertado este serviço é qualquer idoso com idade igual ou superior a 60 anos, em especial aqueles beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC); com famílias beneficiárias de programas de transferência de renda; idosos com vivências de isolamento por ausência de acesso a serviços e oportunidades de convívio familiar e comunitário, cujas necessidades, interesses e disponibilidade indiquem a inclusão no serviço.
Além desses dois serviços, a política de assistência social dentro da proteção social básica também oferta um serviço àqueles idosos que não possuem condições físicas para deslocar-se até a unidade de atendimento (CRAS). Este serviço é denominado de Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas (Brasil, 2009).
Este serviço tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o rompimento dos vínculos familiares e sociais dos usuários. Visa a garantia dos direitos, o desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a equiparação de oportunidades e a participação e o desenvolvimento da autonomia dos usuários, a partir de suas necessidades e potencialidades – individuais e sociais – prevenindo situações de riscos, a exclusão, bem como, o isolamento. Além disso, desenvolve ações extensivas aos familiares, voltadas para o apoio, informação, orientação e encaminhamento.
Os usuários deste serviço são pessoas com deficiência e/ou idosas que vivenciam situação de vulnerabilidade social pela fragilização de vínculos familiares e sociais e/ou pela ausência de acesso a possibilidades de inserção, habilitação social e comunitária, em especial para aqueles beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou com famílias beneficiárias de programas de transferência de renda (BRASIL, 2009).
Além destes serviços, a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009), também regulamenta e descreve os serviços ofertados dentro da Proteção Social Especial de Média Complexidade. Dentro desta proteção social específica, os serviços que contemplam o atendimento a pessoa idosa são:
O PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – que oferta apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos. Compreende ações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais, para que haja o fortalecimento da função protetiva das famílias diante do conjunto de condições que as vulnerabilizam e/ou as submetem a situações de risco social e pessoal.
Entre os usuários destinados a oferta desse serviço, estão idosose suas famílias em situação de violência física/psicológica/sexual; negligência e abandono; vítimas de exploração financeira; afastamento do convívio familiar; em situação de rua ou mendicância; além de outras formas de violação de direitos (BRASIL, 2009).
Ressalta-se que este serviço é ofertado nas unidades CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) ou nos municípios sem este equipamento, pelas equipes técnicas do Órgão Gestor Municipal de Assistência Social.
Ainda de acordo com a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009), outro serviço ofertado é o Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e Suas Famílias. Este serviço oferta atendimento especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos vítimas de violações de direitos e tem como finalidade promover a autonomia, a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas participantes.
Os usuários deste serviço são pessoas com deficiência e idosas com algum grau de dependência que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos. Também abrange suas respectivas famílias e cuidadores. O serviço pode ser ofertado através do domicílio do usuário, centro dia, CREAS ou unidade referenciada (BRASIL, 2009).
Por fim, dentre os serviços tipificados, há os correspondentes à Proteção Social de Alta Complexidade. O principal deles ofertados à população idosa é o Serviço de Acolhimento Institucional. Este serviço é destinado a famílias e/ou indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, a fim de garantir proteção integral. 
O Acolhimento para idosos contempla indivíduos a partir dos 60 anos, de ambos os sexos, independentes ou com diversos graus de dependência. A natureza do acolhimento deve ser provisória e, excepcionalmente, de longa permanência quando esgotadas as possibilidades de convívio familiar. É previsto para idosos que não dispõem de condições para permanecer com a família, com vivência de situações de violência e negligência, em situação de rua e de abandono, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos (BRASIL, 2009).
Embora, a política nacional de assistência social oferte diversos serviços e benefícios a fim de propiciar à população, sobretudo, idosa, o enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais e à universalização dos direitos sociais, ela ainda não consegue atingir todos aqueles que dela necessitam.
Vianna (2014) tece uma importante crítica a respeito das políticas públicas de assistência social, principalmente, em relação aos Programas de Transferência de Renda e Benefícios sociais não contributivos: não se colocam perspectivas para a proteção social no país no que concerne aos futuros idosos, particularmente os que hoje são pobres. Aposentadorias e pensões desvinculadas de contribuições pretéritas, características de um sistema de seguridade e que vêm contemplando segmentos expressivos da população idosa de baixa renda, não têm sido suficientemente valorizadas pelas agendas governamentais. A ampliação do acesso a esses benefícios, ademais, parece comprometida, tanto pela anulação – de fato, e cada vez mais, de direito – da seguridade, quanto pelas tendências que o governo atual vem imprimindo à sua política social, manifestas no propagandeado Programa Fome Zero e no Bolsa-Família. A política social parece conferir prioridade a ações de curto prazo no intuito declarado de aliviar carências decorrentes da situação de pobreza, mediante iniciativas pontuais e de institucionalidade rarefeita, e, o que talvez seja mais grave, em detrimento da implantação de instrumentos institucionais capazes de acabar com a própria pobreza.
4.3 Outras Políticas Públicas para Idosos
Além das Políticas Públicas na área da Assistência Social que contemplam a população idosa, o Brasil também criou outras políticas que visam garantir os direitos básicos da população idosa.
A Lei nº 8.842, que instituiu a Política Nacional do Idoso (PNI), foi sancionada em 4 de janeiro de 1994 e regulamentada pelo Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996. Ela assegura os direitos sociais e amplo amparo legal ao idoso e estabelece as condições para promover sua integração, autonomia e participação efetiva na sociedade. Objetiva atender às necessidades básicas da população idosa no tocante a educação, saúde, habitação e urbanismo, esporte, trabalho, assistência social e previdência, justiça (BRASIL, 1994).
A referida lei cumpre sua missão, entre outras estratégias, quando atribui competências a órgãos e entidades públicos, sempre de forma alinhada a suas respectivas funções. Determina que cada ministério, de acordo com suas competências, elabore proposta orçamentária visando ao financiamento de programas compatíveis e integrados (inter e intraministeriais) voltados aos idosos e promova cursos de capacitação, estudos, levantamentos e pesquisas relacionados à temática da velhice e envelhecimento, em suas múltiplas dimensões. A PNI institui várias modalidades de atendimento ao idoso, entre elas: Centro de Convivência; Centro de Cuidados Diurno: Hospital- -Dia e Centro-Dia; Casa-Lar; Oficina Abrigada de Trabalho; atendimento domiciliar. Pontua que a atenção ao idoso deve ser feita por intermédio de sua família, em detrimento da internação em instituições de longa permanência. Assim, o atendimento integral institucional será prestado ao idoso sem vínculo familiar que não tenha condições de prover a própria subsistência no tocante a moradia, alimentação, saúde e convivência social. Nessa hipótese, serviços nas áreas social e da saúde são prestados a ele (BRASIL, 1994).
Outro grande avanço no Brasil em termos de legislação para a população idosa, foi a criação do Estatuto do Idoso. O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003) regulamenta os direitos assegurados a todos os cidadãos a partir dos 60 anos de idade, estabelecendo também deveres e medidas de punição. É a forma legal de maior potencial da perspectiva de proteção e regulamentação dos direitos da pessoa idosa. No artigo 3º, dispõe sobre as obrigações familiares e sociais com relação ao idoso. Afirma que é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Estado assegurar à pessoa idosa a efetivação dos direitos à vida, à educação, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Ressalta, ainda, no artigo 4º, que é proibido qualquer tipo de discriminação, violência, negligência ou crueldade que atinja ou afronte os direitos do idoso, seja por ação seja por omissão, e, se isso acontecer, há punição prevista em lei. Os artigos 8º e 9º versam sobre o direito à vida. Estabelecem a obrigatoriedade do Estado de garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, por meio de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e digno. No artigo 10 são assegurados ao idoso, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, contidos na Constituição Federal e em leis, a liberdade, o respeito e a dignidade (BRASIL, 2003).
Já os artigos 11, 12, 13 e 14 tratam da prestação de alimentos ao idoso, em conformidade com o Código Civil. Salientam que é preciso garantir não apenas a alimentação da pessoa idosa, mas também sua sobrevivência. O conceito, portanto, tem de ser entendido de forma ampla, englobando alimentação, medicamentos, vestuário, habitação, lazer, saúde, entre outras despesas. Assim, a pessoa idosa que precisar de ajuda financeira e não a obtiver de modo espontâneo deve, se necessário, interpor recurso judicial (ação de alimentos em face de seus familiares, ou seja, filhos, irmãos e netos maiores). A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar, entre os prestadores, a quem demandar seu direito. Entretanto, se a família não possui condições de lhe prestar alimentos, impõe-se ao poder público esse provimento, competindo talresponsabilidade à assistência social, conforme dispõe a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (BRASIL, 2003).
O estatuto também ampara o direito de atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS). Garante o acesso universal e igualitário para prevenção, promoção e proteção, bem como recuperação da saúde, estabelecendo o atendimento preferencial à pessoa idosa. Determina que a prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de: cadastramento dos idosos; atendimento com geriatras e gerontólogos em ambulatórios ou unidades geriátricas; atendimento domiciliar; internação para aquele que dela necessite; tratamentos de recuperação de lesões ou sequelas decorrentes de agravo da saúde. É importante salientar, ainda, que cabe ao poder público fornecer gratuitamente à pessoa idosa: medicamentos, inclusive aqueles de uso continuado, próteses, órteses, reabilitação ou habilitação. O idoso tem também o direito, em caso de internação ou observação, a acompanhante, cabendo ao médico responsável pelo tratamento autorizar esse acompanhante ou, no caso de impossibilidade, justificá-la. Por fim, o artigo 15, parágrafo 3º, proíbe qualquer tipo de discriminação, com cobrança de valores diferenciados por idade, nos planos de saúde. Mesmo aqueles que possuem contratos anteriores ao Estatuto do Idoso, nos quais se estabelecia contratualmente aumento pela faixa etária, estão protegidos. Portanto, é proibido o aumento pelo fator idade (BRASIL, 2003).
O direito a educação, cultura, esporte, lazer e diversão, visando à participação e à inserção da pessoa idosa, é descrito nos artigos 20 a 25. Já os artigos 26 a 28 tratam do trabalho e da profissionalização, estabelecendo que o idoso deve e pode ser admitido em qualquer emprego e tipo de trabalho. No caso de concursos públicos, é proibida a discriminação por idade, salvo quando houver ressalva em razão da natureza do cargo (BRASIL, 2003).
Os artigos 29 a 32 versam sobre a previdência social, que é um seguro que se paga para quando a pessoa se aposentar ou não lhe for mais possível trabalhar. Estabelecem condições para a concessão de benefícios de aposentadoria e pensão, como idade diferente para homens e mulheres e tempo da contribuição. A assistência social está prevista nos artigos 33 a 36. Assegura-se aos idosos a partir dos 65 anos que não tenham condições de manter sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, o benefício mensal de um salário mínimo, nos termos da Loas (BRASIL, 2003). 
Por fim, resta salientar que o Estatuto do Idoso é eficaz ao firmar direitos e deveres e estabelecer sanções a quem violá-los, devendo ser exercido e cobrado em face de quem tem o dever de fazer, contra aquele que o viola. Figura como um avanço na defesa dos direitos do público ao qual se destina.
Além dessas legislações e políticas federais, o Estado de São Paulo também criou e regulamentou a Política Estadual do Idoso. 
O Estado de São Paulo, de forma diferenciada, inovou e unificou todas as leis existentes e consolidou em apenas uma, Lei nº 12.548/2007, a Política Estadual do Idoso. Tal lei consolida em um único texto leis estaduais promulgadas entre junho de 1982 e fevereiro de 2006 e contém 68 artigos. Nela são assegurados os direitos à cidadania, à vida, à dignidade, ao bem-estar e à participação na sociedade. Portanto, é necessário que os idosos a conheçam e façam uso dela, aplicando-a em suas necessidades.
4.4 O Assistente Social e a Garantia de Proteção Social ao Idoso
Segundo Barboza & Orsolin (2012), com o avanço das legislações e políticas públicas que asseguram à proteção integral da pessoa idosa, o exercício profissional do assistente social tem por objetivos assegurar os direitos sociais da pessoa idosa; garantir a acessibilidade da pessoa que envelhece; incentivar a participação do idoso; evitar o isolamento social e exclusão do idoso.
Para Stringueta et al, não há como falar da atuação profissional do assistente social, sem falar sobre ética, já que essa fornece parâmetros e princípios éticos para a conduta profissional. Estes fundamentos profissionais constituem-se em valores que compõem projetos societários que a categoria profissional como sujeito coletivo se identifica. É preciso lembrar que esses princípios não são próprios ou internos do Serviço Social, são tirados de um projeto de sociedade idealizado.
A sociedade burguesa nos impõe uma liberdade que está repleta de contradições, pois sua própria dinâmica bloqueia e impede o desenvolvimento das demandas próprias da liberdade. A tarefa do Assistente social é lutar pela participação social, emancipação, autonomia, desenvolvimento dos sujeitos sociais e principalmente pela ampliação dos direitos sociais e da cidadania investindo assim nas potencialidades dos usuários, caminhando sempre na busca da liberdade como bem supremo, um projeto, uma liberdade a ser conquistada (STRINGUETA et al).
Na sociedade atual, os direitos humanos são desrespeitados, então é preciso criar ações éticas e políticas para a garantia desse direito, e o Serviço Social, em seu projeto profissional fundamenta seu trabalho pela defesa intransigente dos direitos humanos e, decorrente disso se opõe ao arbítrio e autoritarismo, que é o abuso de poder, o poder assimétrico, a dominação (STRINGUETA et al).
É tarefa do Assistente Social também lutar por uma sociedade justa, onde exista igualdade de direitos e deveres de todos os cidadãos, pois a justiça social é relativa ao equilíbrio entre produção de riqueza social e sua distribuição, é o ideal da equidade social. Através da gestão democrática, o trabalho do Assistente Social pode contribuir com a justiça e a equidade social a favor da universalidade das políticas sociais, posicionando seus programas, serviços e projetos e desenvolvendo ações que venham aumentar os recursos para que se tenha uma concretização dessas políticas de forma eficaz. 
É inegável o fato de o Serviço Social ser uma profissão constituída historicamente tendo sua interação no âmbito sociológico condicionado à maturação dos conflitos e contrastes assumidos e formulados pela classe dominada frente as esferas detentoras de poder político e que, assim demanda uma relação de submissão que caracteriza as "questões sociais" responsáveis pela justificação da ação profissional da Assistência Social (CARVALHO, 2011).
A questão do preconceito, da intolerância, da discriminação e da exclusão social é um dos maiores problemas sociais vividos hoje, e esse problema é ampliado pelos recortes de gênero, idade, religião, opção sexual, condição de classe, raça e etnia. Cabe ao Assistente Social criar, em seu espaço de trabalho, estratégicas para a mudança de valores, incentivando a discussão e convivência com as diferenças (STRINGUETA et al).
O Serviço Social tem por sua finalidade o social, ou seja, a relação entre o político, o econômico, o cultural e o ideológico e busca atuar para reverter às realidades das necessidades sociais, trabalhando com as expressões da questão social. Essa profissão possui valores, saberes, escolhas teóricas, práticas, ideológicas, políticas e éticas, normatizações acerca dos direitos e deveres, interlocução crítica com o movimento da sociedade e muitos outros componentes que precisam se articular e formar o projeto profissional, o projeto ético-político do Serviço Social, que tem como base os princípios fundamentais que dão direção social a profissão e busca um projeto de sociedade idealizado (STRINGUETA et al).
Levando em consideração todos os aspectos abordados em relação ao idoso nos tópicos anteriores e o papel do assistente social na sociedade, Barboza & Orsolin (2012), postulam que o grande desafio para os assistentes sociais perante a população que envelhece, na garantia dos direitos sociais da população usuária, é justamente na garantia de acesso do idoso a esses direitos, com igualdade, pois estando inserido numa sociedade capitalista, desigual, apesar do predomínio dos discursos de igualdades, mas quenão se concretizam, os idosos pelos anos que tem, passam a ser considerados um “peso”, ao invés de serem vistos como pessoa e ser social.
Diante desta realidade e partindo da lógica proposta por Meirelles (1989 apud CARVALHO, 2011) e como instrumento de ação, uma das atribuições do Serviço Social é garantir os direitos, além de desencadear um processo de promoção, capacitação e valorização do indivíduo, no intuito de desenvolver sua integração e participação plena na sociedade, focando seu exercício profissional na devolução da dignidade perdida pelo indivíduo.
Os desafios provenientes da evolução da longevidade no Brasil têm seu âmbito marcado pela complexidade do papel social do idoso, apontando um processo de exclusão por parte de uma sociedade que cada vez mais privilegia o novo, gerando assim, dificuldades no enfrentamento e intermediação nas relações sociais. O Serviço Social, nesse sentido mostrou-se no panorama da atenção ao idoso como uma ferramenta essencial das condições de cidadania desta parcela populacional, cujo crescimento se procede de modo cada vez mais rápido, configurando-se como aspecto refletido pela melhoria das condições de vida de um modo geral (CARVALHO, 2011).
 A inclusão do serviço social no âmbito da Política do Idoso deve ser pensada de uma forma que o profissional use de suas técnicas para aplicar ações que atinjam todas as áreas de vivência do idoso como: a prevenção no que diz respeito à saúde, o lazer, melhores condições de habitação, saneamento, alfabetização, entretenimento, vínculos familiares, pois a assistência social atua na função de coordenação geral desta política (STRINGUETA et al).
Sabe-se que a população idosa tem aumentado consideravelmente no Brasil, essa alteração no contexto da sociedade acarretou uma série de novas demandas sociais; que por consequência necessitam de novas estratégias de enfrentamento e que ainda exige dos entes federados uma maior aplicabilidade, investimentos e reformulação nas políticas públicas do Brasil (STRINGUETA et al).
A pessoa idosa, ao buscar o serviço de assistência social a dinâmica de atenção não muda, o objeto que consiste nessa busca é geralmente a garantia dos direitos, a satisfação de suas necessidades mais essenciais, principalmente no que tange à sanar os estigmas de exclusão vivenciados socialmente. Desse modo, o trabalho assistencial envolve o engajamento destes indivíduos na organização e intervenção nos conflitos, mas também deve perpetuar a sua participação nas decisões políticas que dizem respeito aos projetos voltados para a Terceira Idade (CARVALHO, 2011).
O serviço social nesse contexto aparece como uma profissão propositiva no âmbito dessas determinadas demandas, pois trabalha com valores postos no projeto ético político profissional como a equidade, justiça social, garantia de direitos, autonomia e emancipação dos sujeitos postos em questão. O serviço Social nessa perspectiva deve trabalhar de forma que transforme esses valores impostos pela sociedade e que a mesma passe a ver a pessoa idosa como um ser de direitos, que tem seu espaço na sociedade e que pode sim ser útil e atuante na totalidade (STRINGUETA et al).
Não obstante, por tratar-se de uma profissão que lida diretamente com a intermediação entre as políticas públicas e a garantias de direitos dos indivíduos, é inegável que o Serviço Social tem como obrigação intervir nas situações sociais de conflito relacionadas ou advindas do envelhecimento, atendendo em suas demandas, destarte à isto, compondo todo um senso crítico à cerca de suas implicações para o meio social, visto que o envelhecimento populacional é um fenômeno que se compõe de modo à refletir nas relações entre os indivíduos, nas políticas propostas pelo Estado, nas relações de trabalho e na própria percepção da pessoa idosa frente essa realidade de vida que é imposta progressivamente pelo tempo, determinando tantas transformações em sua existência.
Confirma-se, portanto, neste âmbito a figura dos assistentes sociais em seu empenho na dissolução destas questões ao adotarem a função de agentes políticos que difundem a transformação social. O caráter do trabalho profissional da assistência perpassa a simples produção de políticas sociais, pois a execução das mesmas reflete consequências no ordenamento social e da vida cotidiana dos indivíduos como um todo (CARVALHO, 2011).
Para Carvalho (2011), o conjunto de ações que compõem as práticas da assistência tendem a vislumbrar o âmbito do Estado Social de Direito que está associado às causas sociais e tem como uma de suas principais funções a redução de precariedades e adversidades sociais mediante o desenvolvimento de políticas públicas que envolvam esta questão.
O profissional atuante nessa área deve trabalhar com a singularidade do sujeito, diagnosticar as verdadeiras necessidades da pessoa idosa, trabalhar a autoestima, a cultura, a alfabetização, a atividade física, a arte, a saúde, a garantia de direitos, dentre muitos outros valores que a sociedade julga não ser necessário para o idoso. 
É importante ressaltar que são esses valores que podem ocasionar em pequenas transformações no cotidiano do sujeito e também transformá-lo, fazer sentir-se pertencedor da sociedade e parte atuante na comunidade em vive (STRINGUETA et al).
O Assistente Social no trabalho com o idoso, conta com alguns aparatos Jurídico-Legislativo específicos dessa demanda que facilitam e legitimizam o trabalho profissional. Esses aparatos se materializam por meio do Estatuto do Idoso, Política Nacional do Idoso e ainda o Artigo 230 da Constituição Federal que legaliza:
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida. § 1º - Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares. § 2º - Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos (BRASIL, 1988).
Além disso, o Assistente Social enquanto profissional, tem um embasamento teórico metodológico completo, além de um aparato legal específico da profissão que fazem toda a diferença no trabalho com essa demanda (STRINGUETA et al).
Esse complexo específico da profissão faz com que o Assistente Social tenha uma maior fundamentação no trabalho com a totalidade, tendo uma visão crítica diferenciada e qualificada no que tange à mediação e intervenção nesse meio.
 Através da gestão democrática que o assistente social poderá contribuir com a justiça e a equidade social a favor da universalidade das políticas sociais, para com isso obter a consolidação desta política e das demais legislações referentes ao idoso, para que se obtenha uma mudança de valores, eliminando assim dentre outras coisas a questão do preconceito, da discriminação e da exclusão social que o idoso sofre no sistema vigente. O trabalho do Assistente Social pode contribuir no desenvolvimento de ações que venham aumentar os recursos para que se tenha uma concretização dessas políticas de forma eficaz. Contudo o assistente social tem o assistente social comunga do objetivo posto no artigo primeiro 13 desta política que é assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade (STRINGUETA et al).
Garantir o atendimento da parcela idosa da população não é luxo, mas uma necessidade fundamentada em direitos constituídos. As políticas e programas devem ser baseados nos direitos, necessidades, preferências e habilidades das pessoas mais velhas, considerando que em cada município, região, Estado, tem-se demandas especificas que precisam ser consideradas. Deve-se manter a autonomia e a independência do idoso, com qualidade de vida (BARBOZA & ORSOLIN, 2012).
Para Stringueta et al Assistente Social deve agir além do discurso, e atuar com a prática, pregando a cidadania através de seus projetos e programas sociais, de forma que a verdadeira

Continue navegando