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CUIDADOS DURANTE A VM

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CUIDADOS DURANTE A 
VENTILAÇÃO MECÂNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Índice 
Índice ............................................................................................... 1 
Parâmetros Ventilatórios ................................................................................. 2 
Volume Corrente ............................................................................................. 2 
Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) ........................................................... 5 
Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) ................................................................. 7 
Pico de Pressão Inspiratória ............................................................................. 8 
Delta de Pressão .............................................................................................. 9 
Concluindo... ................................................................................................. 10 
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica ................................................. 11 
Classificações da PAV .................................................................................... 11 
Estratégias de Prevenção da PAV ................................................................... 12 
Prevenção de Estenose Traqueal .................................................................... 15 
Prevenção de Extubação Acidental ................................................................. 15 
Concluindo... ................................................................................................. 17 
Lesão Pulmonar Causada por Ventilação Mecânica ......................................... 18 
Baurotrauma ................................................................................................. 19 
Volutrauma ................................................................................................... 19 
Atelectrauma ................................................................................................. 20 
Biotrauma...................................................................................................... 21 
Considerações Finais ..................................................................................... 23 
Referências Bibliográficas .............................................................................. 24 
 
 
 
 
2 
Parâmetros Ventilatórios 
 
A ventilação mecânica requer alguns cuidados do profissional para que seja 
realizada com excelência. O raciocínio correto frente a fisiopatologia do 
paciente, sua clínica para o ajuste de parâmetros e a monitorização à beira 
leito são essenciais para realização de uma adequada estratégia ventilatória. 
Apresentamos agora os principais parâmetros ventilatórios existentes: 
Volume Corrente, Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP), Fração Inspirada 
de Oxigênio, Pico de Pressão Inspiratória e Delta de Pressão. 
 
Volume Corrente 
 
 
Em relação ao ajuste de volume corrente, preconiza-se o uso de volume 
corrente abaixo de 7ml/kg de peso predito. 
O estudo realizado por Serpa 
Neto e cols (2014) evidenciou 
que: 
Nos pacientes durante 
procedimento cirúrgico, sem 
lesão pulmonar prévia, houve 
menor incidência de lesão 
pulmonar ao usar volume 
corrente abaixo de 7ml/kg de 
peso predito. 
 
 
O estudo realizado pelo grupo 
ARDSNet (2000) evidenciou que: 
Nos pacientes que apresentam 
algum grau de lesão pulmonar 
prévia, o uso de volume corrente 
até 6ml/kg de peso predito 
reduziu significativamente a 
mortalidade. 
 
 
 
 
3 
Para calcular o volume corrente ideal para o paciente, é necessário saber a 
altura do paciente e gênero (masculino ou feminino) e realizar o cálculo 
abaixo para encontrar o peso ideal do paciente (kg). 
 
Após o cálculo do peso ideal do paciente multiplicaremos pelo volume 
corrente para encontrarmos o valor de volume corrente ideal por peso 
predito (ml/kg). 
 
Observe o fluxograma do cálculo 
Essa foi a sequência de cálculos realizados para chegar ao valor do volume 
corrente ideal por peso predito. 
 
 
 
4 
É importante ter em mente que: 
 
Nessa última situação vale atenção redobrada para a monitorização contínua 
do volume corrente. Pois, com a melhora da mecânica pulmonar ao longo da 
ventilação mecânica, o volume corrente pode ultrapassar esse valor de 
segurança e aumentar a possibilidade de desenvolver lesão pulmonar. 
 
Uma dica interessante nesse contexto é deixar identificado próximo ao 
ventilador o volume corrente ideal de cada paciente. Assim, cada vez que 
algum profissional entrar no leito, saberá identificar se o volume corrente 
que aparece no ventilador está ou não dentro do limite de segurança 
daquele paciente. 
 
 
 
 
 
5 
Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) 
 
 
 
A PEEP tem função de manter os alvéolos abertos ao final da expiração. 
Durante a ventilação mecânica, o paciente está intubado ou 
traqueostomizado em alguns casos, mantendo a glote aberta o tempo todo. 
Se não houver aplicação de uma Pressão Positiva ao Final da Expiração (por 
exemplo usar ZEEP – zero de PEEP), as unidades alveolares tenderão ao 
colapso ao longo do tempo. Se houver o colapso diminuirá a quantidade de 
unidades alveolares participando da troca gasosa, consequentemente levará 
a hipoxemia. Com o uso de PEEP, minimizamos a perda dessas unidades 
alveolares ao longo da ventilação mecânica. No entanto, um valor excessivo 
de PEEP pode levar a hiperdistensão das unidades alveolares, comprimindo 
os capilares inter-alveolares e, consequentemente, levando ao efeito espaço 
morto fisiológico (áreas ventiladas, porém pouco ou não perfundidas 
adequadamente). 
Observe o que ocorre, esquematicamente, na ausência da PEEP: 
 
 
 
6 
Como escolher a PEEP necessária para manter as unidades alveolares abertas 
e não levar a hiperdistensão? 
Não existe uma receita de escolha de PEEP que seria ideal para todos os 
pacientes. Mas como regra geral tem-se: em um paciente que não apresente 
nenhuma doença pulmonar que tenha o levado à ventilação mecânica, 
inicialmente a PEEP é ajustada entre 5 a 7 cmH2O. Esses valores têm o 
objetivo de manter as unidades alveolares ao final da expiração, mantendo 
uma oxigenação adequada. 
 
O parâmetro ventilatório PEEP deve levar em consideração uma avaliação 
individual dos pacientes. Em pacientes que apresentem algum tipo de 
doença pulmonar, vale levar em consideração a doença que ele apresenta. 
Em um paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) devemos 
ter o cuidado em usar valores de PEEP elevados, pois podemos aumentar a 
hiperinsuflação pulmonar e risco de barotrauma. Nesses pacientes, vale 
monitorar a PEEP intrínseca para avaliar a possibilidade de aprisionamento 
aéreo (auto-PEEP). Caso haja a presença de PEEP intrínseca, vale escolher a 
PEEP extrínseca (ajustada pelo ventilador) em valores próximos a PEEP 
intrínseca (geralmente não mais que 85% dela), com o objetivo de reduzir o 
trabalho respiratório sem causar aumento da hiperinsuflação. 
Em um paciente em crise de asma, a PEEP tem o objetivo de reduzir a 
resistência ao fluxo de ar. Porém nesse caso, também precisamos monitorar 
continuamente a presença ou não da auto-PEEP para minimizar a 
hiperinsuflação pulmonar. Uma forma de monitorar se a PEEP está 
aumentando ou diminuindo a hiperinsuflação é avaliar o volume corrente 
(ventilando em modo pressão controlada ou assisto controlada). Se, ao 
 
 
7 
aumentar a PEEP, o volume corrente diminuir, é sinal de hiperinsuflação, e 
então vale a pena usar valores mais baixos de PEEP. Caso ocorra o contrário, 
ganho de volume corrente, a PEEP aplicada está conseguindo contrapor a 
resistência ao fluxo de ar edesinsuflar o pulmão. 
Na Síndrome do Desconforto Respiratório (SDRA) - doença pulmonar que 
cursa com hipoxemia decorrente de áreas de colapso pulmonar - a PEEP 
ajustada tem como objetivo aumentar a oxigenação do sangue arterial, 
melhorando a relação ventilação/perfusão pulmonar (diminuir 
o shunt pulmonar – áreas perfundidas porém não ventiladas). Dependendo 
do grau de hipoxemia, haverá a necessidade de valores mais altos de PEEP. 
Existem diversas maneiras de ajustar a PEEP nesse cenário: tabela PEEP x 
FiO2, cálculo de complacência pulmonar, e através de análise de imagens. 
Esse tema, assim como a ventilação mecânica no DPOC, cardioapata e no 
paciente neurológico serão abordados mais profundamente no curso de 
ventilação mecânica avançada. 
 
Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) 
 
 
 
Em relação ao ajuste de FiO2, devemos ajustar valores que mantenham a 
saturação de pulso e ou arterial de oxigênio em pelo menos 92%, e pressão 
arterial de oxigênio (PaO2) maior que 60 mmHg. Importante ajustar a menor 
FiO2 possível para evitar a toxicidade pelo oxigênio. 
Altas concentrações de FiO2 estão associadas a várias 
consequências pulmonares: 
• Aumento da fração de shunt direito-esquerdo; 
• Diminuição de volumes pulmonares devido a 
atelectasia de absorção; 
• Aumento da hipercapnia; 
• Lesão das vias aéreas e parênquima pulmonar. 
 
 
8 
 
Altos valores de FiO2 retira o nitrogênio alveolar (o oxigênio substitui o 
nitrogênio que deveria ter no alvéolo), isso associado a uma maior 
aceleração da difusão de oxigênio para os capilares do que é reposto pelo 
oxigênio inalado acaba levando a atelectasia por absorção. Inicialmente, 
após a intubação de um paciente, deve-se ajustar a FiO2 a 100%, logo após a 
intubação monitorar a SpO2 e ajustar o menor valor possível de FiO2 para 
manter a SpO2 maior que 92%. 
 
Pico de Pressão Inspiratória 
 
 
Em relação a pressão inspiratória vários estudos já demonstraram que o uso 
de altas pressões inspiratórias (acima de 40 cmH2O) levam ao aumento da 
incidência de barotrauma. Portanto deve-se ajustar a ventilação do paciente 
a fim de evitar o uso de pressão inspiratória acima desse valor. Se estiver 
ventilando em volume controlado ou assisto-controlado, é necessário 
ajustar o alarme de limite máximo de pressão em 40 cmH2O, no entanto, não 
deve-se deixar que a pressão de platô permaneça acima de 30 cmH2O. Caso, 
o paciente esteja ventilando em modo pressão controlada ou assisto-
controlada, deve-se ajustar o delta de pressão (pressão acima da PEEP) sem 
exceder o limite máximo de pressão inspiratória. 
 
 
 
9 
Delta de Pressão 
 
 
O ajuste do delta de pressão (diferença da pressão inspiratória com a PEEP) 
imposto ao paciente em cada ciclo respiratório se torna mais importante que 
apenas o limite máximo de pressão inspiratória aplicada aos alvéolos. Pois, 
quanto maior o delta de pressão utilizado, maior será a diferença do volume 
de repouso alveolar com o seu volume ao final da inspiração, levando ao 
maior estiramento alveolar. A figura abaixo exemplifica tal mecanismo. 
 
Efeito do uso de altos valores de delta de pressão (maior distensão alveolar a 
cada ciclo respiratório - variação do volume alveolar no final de expiração 
em relação ao final da inspiração). 
Dentro desse conceito, alguns trabalhos demonstraram benefícios no uso do 
delta de pressão menores. 
Um trabalho realizado por Matos e cols em 2012 demonstrou, 
como desfecho secundário, que os pacientes com SDRA que 
utilizaram delta de pressão menor que 15 cmH2O, obtiveram 
menor taxa de mortalidade. 
 
 
 
10 
 
Outro trabalho realizado por Serpa Neto e cols em 2014, 
avaliando a incidência de lesão pulmonar em pacientes 
ventilados dentro do centro cirúrgico, observou que os 
pacientes que ventilaram com delta de pressão menor que 
13-15 cmH2O tiveram menor incidência de lesão pulmonar 
quando comparado aos pacientes que usaram delta de pressão maiores. 
Recentemente um estudo publicado por Amato e cols em 
2015 demonstrou o impacto na redução da mortalidade, em 
pacientes com SDRA com o uso de menor delta de pressão, 
reforçando a teoria de baixos valores de delta pressão 
conseguirem minimizar a lesão pulmonar, induzida pela 
abertura e fechamento cíclico a cada ciclo respiratório ao longo da ventilação 
mecânica. 
 
Concluindo... 
 
Torna-se relevante o uso da estratégia protetora, na medida que adequa-se 
os parâmetros ventilatórios, de acordo com o que de mais seguro a 
literatura demonstra, desta forma é possível prevenir a lesão induzida pelo 
ventilador. Visando o volume corrente ideal, busca da PEEP conforme troca 
gasosa, picos pressóricos seguros e a menor FiO2 para uma SpO2 ≥ 92-94%. 
Vale dizer ainda que a avaliação crítica da condição clínica do paciente 
somado a sua fisiopatologia são fundamentais, visto que as recomendações 
embora sejam guias seguros na sua utilização, não dispensam a 
personalização do tratamento. 
 
 
 
11 
Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica 
 
A ventilação mecânica faz parte do tratamento de pacientes com IRpA. 
Porém, infelizmente pode levar à pneumonia, conhecida como pneumonia 
associada à ventilação mecânica (PAV). A PAV é uma das infeccções mais 
frequentes durante a ventilação mecânica, e está associada a maior 
mortalidade, tempo de internação em UTI, e custos hospitalares. A 
incidência de PAV tendo sido relatada entre 0 a 25%, com o maior risco nos 
primeiros dias de ventilação mecânica. 
 
A ventilação mecânica, através da presença do tubo endotraqueal no 
paciente, impede os mecanismos de defesa pulmonar como o reflexo de 
tosse e transporte mucociliar, além do efeito dos sedativos que agravam 
essas alterações. Apesar do tubo endotraqueal apresentar o cuff, esse 
consegue apenas evitar a aspiração de grandes conteúdos, mas não 
apresenta um vedamento perfeito por conta da presença de dobras ao longo 
da superfície em contato com a traqueia. 
 
Classificações da PAV 
 
Usualmente a PAV é definida como pneumonia em pacientes sob o uso de 
ventilação mecânica por pelo menos 48 horas e caracterizado pela presença 
de uma nova ou progressiva opacidade no exame de imagem, sinais de 
 
 
12 
infecção sistêmica (temperatura e contagem de células sanguíneas), 
mudanças nas características do muco e detecção do agente causador. 
A PAV pode ser classificada em início precoce ou tardio. 
 
 
Estratégias de Prevenção da PAV 
 
Estratégias de prevenção são fundamentais nos pacientes em ventilação 
mecânica, reduzindo significativamente as complicações associadas. Vamos 
conhecê-las. 
1. Higienização das Mãos 
A higienização das mãos deve ocorrer nas cinco etapas, conforme 
demonstrado a seguir. 
 
 
 
 
13 
2. Elevação da Cabeceira entre 30°- 45° 
Reduz o refluxo gastroesofágico, minimizando a colonização em orofaringe 
e aspiração do conteúdo gástrico (capaz de reduzir em até 75% a incidência 
de PAV quando comparado a posição supina). 
 
3. Pressão de cuff 
A pressão de cuff deve ser mantida entre 20-25 cmH2O, pois acima disso 
pode prejudicar a perfusão do capilar traqueal. 
Monitorar diariamente a pressão do cuff. O ideal é monitorar 3 vezes ao dia. 
4. Troca do Circuito do Ventilador 
Evitar a troca frequente do circuito do ventilador com o objetivo de 
manipular o mínimo possível o circuito e evitar a infecção. 
Porém, é importante evitar o acúmulo de condensado no circuito (mantê-lo 
sempre sem presença de condensado). 
Para facilitar esses cuidados o uso de filtro trocador de calor e umidade 
auxiliam muito. 
5. Trocadores 
Uso de trocadores de calor e umidade ao invés de umidificação convencional 
com água aquecida minimiza o acúmulo de condensados, assim como trocas 
frequentes do circuito doventilador. 
6. Aspiração 
 
 
14 
Uma importante estratégia de prevenção é aspirar as vias aéreas superiores, 
principalmente antes de manipular o paciente. 
 
 
7. Cavidade Oral-Antisséptico 
A cavidade oral deve ser limpa com antisséptico. 
8. Cavidade Oral-Cânula 
Na limpeza da cavidade oral, também pode ser utilizada a cânula com 
aspiração subglótica, que possui um orífico acima do cuff insuflado para 
realizar a aspiração do conteúdo que fica acumulado nessa região, como 
saliva ou secreções. Essa cânula possui custo mais elevado em relação às 
cânulas convencionais. 
9. Protetor Gástrico 
O uso de protetor gástrico minimiza o refluxo gastroesofágico. 
Para que esses cuidados sejam capazes de reduzir a incidência de 
pneumonia associada a ventilação mecânica, é extremamente importante o 
envolvimento de toda equipe multiprofissional. Torna-se interessante uma 
auditoria sistematizada para acompanhar a aderência a esses cuidados na 
rotina dos pacientes em ventilação mecânica, retornando com feedback para 
a equipe de como estão os resultados, assim como as ações de melhoria 
caso sejam necessárias. 
 
 
 
15 
Prevenção de Estenose Traqueal 
 
Uso de altas pressões de cuff (balonete do tubo endotraqueal), acima de 30 
cmH2O está associado a lesões isquêmicas (por conta da compressão dos 
capilares no tubo traqueal) e estenose traqueal. Monitorar a pressão 
de cuff três vezes ao dia parece diminuir a presença dessas complicações. 
Veja abaixo uma imagem ilustrativa que apresenta o desenvolvimento 
da Estenose Traqueal. 
 
 
 
 
Prevenção de Extubação Acidental 
 
Extubação acidental pode levar a diversas complicações ao paciente, como 
aspiração (caso não tenha proteção de via aérea adequada), edema de 
laringe (provavelmente o tudo exteriorizou e o cuff mantém-se insuflado) e 
aumento do risco de pneumonia. Caso o paciente necessite ser reintubado, o 
impacto no desfecho é ainda mais complicado, aumentando a taxa de 
mortalidade e tempo de internação hospitalar. 
 
 
 
 
16 
 
 
Os principais motivos de extubação acidental relatados na literatura refere-
se ao paciente ter se extubado (exteriorizando o tubo endotraqueal por 
algum motivo). Geralmente as causas são por agitação (sedação inadequada 
e presença de Delirium) e falta de monitorização adequada ao paciente. No 
entanto, a fixação inadequada do tubo endotraqueal também tem sua 
relevância, já o uso de restrição mecânica tem controvérsias. A fim de 
prevenir esse tipo de complicação, deve-se avaliar constantemente o 
paciente para verificar os itens trazidos abaixo. 
• A fixação adequada do tubo endotraqueal, para pacientes muito agitados 
ou que exteriorizam o tubo com frequência, vale usar uma fixação dupla, 
isto é, dois tipos de fixação. 
• O nível de consciência do paciente. Se agitado ou em delirium, deve-se 
empregar maior atenção e avaliar a necessidade de administrar 
medicamentos específicos para melhorar o quadro e minimizar o risco de 
extubação acidental. 
• A necessidade de restrição mecânica em pacientes agitados e não 
conscientes. 
• Educação continuada com a equipe frente aos possíveis riscos. 
Identificar os pacientes com risco de evoluirem para extração acidental do 
tubo (pacientes agitados, ou em delirium, frouxidão constante da fixação do 
tubo) e avisar a equipe multiprofissional para que todos participem do 
cuidado desse paciente e fiquem atentos para tomarem as medidas 
preventivas necessárias. 
 
 
17 
 
 
Além da equipe multiprofissional, os familiares e cuidadores também devem 
ser informados quanto aos riscos. 
 
Concluindo... 
 
Atualmente a segurança do paciente tornou-se um dos pontos principais 
quando na formulação e descrição de processos e rotinas, principalmente 
em ambiente de terapia intensiva e ventilação mecânica, a fim de prevenção 
de infecções e possíveis eventos que levam ao maior tempo de VM e/ou 
internação. Para tanto, educação continuada à equipe multiprofissional, 
família/cuidador e ao paciente, frente aos cuidados diários são essenciais 
para o sucesso no tratamento. 
 
 
 
18 
Lesão Pulmonar Causada por Ventilação Mecânica 
 
 
 
A ventilação mecânica se não ajustada adequadamente pode induzir a lesão 
pulmonar em pacientes que não tenham nenhum comprometimento 
pulmonar ou agravar a doença pulmonar prévia. 
O uso de altas pressões inspiratórias, altos volumes correntes, baixos 
valores de PEEP estão associados com maior incidência de lesão pulmonar 
induzida pela ventilação mecânica. Confira agora os tipos de lesões que a 
ventilação mecânica pode causar: 
• Barotrauma; 
• Volutrauma; 
• Atelectrauma; 
• Biotrauma. 
 
 
 
19 
 
Baurotrauma 
 
O uso de altas pressões inspiratórias e altos valores de 
volume corrente favorecem a ruptura alveolar e o 
extravasamento de ar para região intra-pleural, 
ocasionando o PNEUMOTÓRAX. 
Esse mecanismo de lesão pulmonar é mais fácil de ser 
identificado a beira leito, por meio, de exames de 
imagem, ausculta pulmonar, expansibilidade do tórax e 
repercussão clínica. 
 
 
O volume corrente em pacientes sem lesão pulmonar prévia deve 
permanecer abaixo de 7ml/kg de peso predito, conforme estudo publicado 
em 2014 por Serpa Neto e colaboradores. Nos pacientes com SDRA deve-se 
usar volume corrente menor que 6ml/kg de peso predito conforme estudo 
realizado pelo grupo ARDSNet. 
No entanto, atualmente vem se discutindo que não apenas o cuidado com os 
valores de pressão inspiratória e volume corrente, mas também o cuidado 
com o delta de pressão (diferença entre a pressão de platô e PEEP) deve ser 
levado em consideração. 
 
Volutrauma 
 
Já o uso de altos volumes correntes (acima de 7ml/kg de peso predito) leva 
a hiperdistensão pulmonar, aumentando a permeabilidade álvéolo-capilar, 
Essa lesão pode ser evitada através do uso da Pressão 
Inspiratória abaixo de 30 cmH2O. 
 
 
20 
favorecendo o extravasamento de líquido e restos celulares para dentro do 
alvéolo, além de translocação de bactérias. 
 
 
 
 
Portanto, recomenda-se o uso de volume corrente abaixo de 7ml/kg de 
peso predito, a fim de minimizar esse mecanismo de lesão. 
 
Atelectrauma 
 
Neste caso, uso de baixos valores de PEEP associado a altos 
valores de volume corrente e/ou pressão inspiratória, levam 
à lesão pulmonar devido a abertura e fechamento 
cíclico decorrente de cada ciclo respiratório. 
Quanto maior a diferença do volume alveolar de repouso 
com o volume ao final da inspiração, maior o efeito de 
abertura e fechamento cíclico, favorecendo o stress da 
estrutura com a consequente lesão e ativação de mediadores inflamatórios. 
Para minimizar esse mecanismo de lesão, é importante ajustar um adequado 
valor de PEEP para gerar estabilização alveolar, volume corrente abaixo de 
7mL/kg de peso predito e pressão inspiratória abaixo de 30 cmH2O. 
Atualmente tem-se demonstrado que o uso de baixos valores de delta de 
pressão também podem minimizar a lesão pela abertura e fechamento 
Microruptura da membrana alvéolo-capilar, devido a hiperdistensão pelo uso de altos volumes correntes 
(volutrauma). Sugiura et al. J Appl Physiol 1994; 77: 1355-1359 
 
 
21 
cíclico das unidades alveolares a cada ciclo respiratório. Isto porque, como o 
delta de pressão representa a diferença entre a pressão de platô e PEEP, o 
uso de baixo delta de pressão reflete uma menor variação do volume 
alveolar entre a fase inspiratória e expiratória, mesmo com o uso de altos 
valores de PEEP. 
 
Biotrauma 
Consiste na ativação de mediadores inflamatórios frente a todos os 
mecanismos de lesão descritos anteriormente, induzindo ou agravando a 
lesão pulmonar. 
Um outro mecanismo de lesão pulmonar seria devidoa assincronia paciente 
ventilador, onde pode-se levar a disfunção diafragmática devido a fraqueza 
muscular respiratória, favorecendo a dependência do ventilador, podendo 
levar a complicações associadas. 
Confira abaixo uma imagem esquemática, disponível em inglês, com este 
mecanismo de lesão: 
 
 
22 
 
Por fim, é importante ressaltar que os principais exemplos de tais 
complicações, são: 
• a dependência do ventilador como pneumonia associada a ventilação 
mecânica; 
• maior tempo de ventilação mecânica; 
• maior tempo de internação em UTI; 
 
 
23 
• maior taxa de mortalidade. 
 
Considerações Finais 
 
Chegamos ao final do curso e diante do que foi apresentado, você estará 
apto a reconhecer as principais ações a serem realizadas a fim de prevenção 
de PAV, além de confirmar a importância da higiene das mãos e medidas de 
profilaxia frente as estratégias assistenciais da equipe multiprofissional. 
Será apto também a ajustar os parâmetros ventilatórios prevenindo ou 
minimizando os riscos de volutrauma, barotrauma, atelectrauma e o 
biotrauma. 
 
 
 
 
24 
Referências Bibliográficas 
 
1 
Amato MB, Meade MO, Slutsky AS, Brochard L, Costa EL, Schoenfeld DA, et al. 
Driving pressure and survival in the acute respiratory distress syndrome. N Engl J 
Med 2015;372(8):747-55. 
 
2 
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Mecânica. J Bras Pneumol 2007;33(Supl 2): S 54- S 70. 
 
3 
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4 
Kiekkas P, Aretha D, Panteli E, Baltopoulos GI, Filos KS. Unplanned extubation in 
critically ill adults: clinical review. Nurs Crit Care 2013; 18(3): 123-34. 
 
5 
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6 
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7 
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Futier E, et al. Incidence of mortality and morbidity related to postoperative lung 
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review and meta-analysis. Lancet Respir Med 2014;2(12):1007-15. doi: 
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Slutsky A.S & Ranieri M. Ventilator-Induced Lung Injury. N Engl J Med 
2013;369:2126-36. 
 
	Índice
	Parâmetros Ventilatórios
	Volume Corrente
	Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP)
	Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2)
	Pico de Pressão Inspiratória
	Delta de Pressão
	Concluindo...
	Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica
	Classificações da PAV
	Estratégias de Prevenção da PAV
	Prevenção de Estenose Traqueal
	Prevenção de Extubação Acidental
	Concluindo...
	Lesão Pulmonar Causada por Ventilação Mecânica
	Baurotrauma
	Volutrauma
	Atelectrauma
	Biotrauma
	Considerações Finais
	Referências Bibliográficas

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