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Administração Financeira 
e Orçamentária
O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento 
e o Endividamento
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Walter Franco
Revisão Textual:
Profa. Dra. Patrícia Silvestre Leite Di Iório
5
• O Orçamento de Capital
• Investimento Permanente
• Fluxo de Caixa Livre – FCL
Perceba que você deve estar sempre atento para o fato de todo investimento requerer ações 
coordenadas de recursos financeiros, humanos, intelectuais, materiais e de tempo que, 
juntos, permitem o desenvolvimento do negócio e o retorno do investimento em linha com 
o risco tomado pelos administradores.
 · Nesta aula, discutiremos diversos aspectos relativos à questão 
do orçamento de capital, as decisões de investimento e o 
importante tema relacionado ao nível de endividamento nas 
empresas modernas. Iniciaremos nosso estudo tratando do 
conceito de Orçamento de Capital e da questão dos riscos 
relacionados ao investimento. E, em seguida, discutiremos os 
impactos do investimento na Demonstração de Fluxo de Caixa 
de uma empresa e todos os aspectos econômico-financeiros a 
ele relacionados, bem como o conceito de Demonstração de 
Resultado e de Fluxo de Caixa Ajustado. 
 · Concluiremos, com o estudo a respeito do conceito de 
estrutura de capital e de ‘alavancagem financeira’, discutindo 
o papel e as alternativas de financiamento de curto e longo 
prazo hoje disponíveis para o administrador. 
O Orçamento de Capital, as Decisões 
de Investimento e o Endividamento
• Estrutura de Capital e as Decisões de Financiamento
• O Conceito de Alavancagem Financeira
• As Alternativas de Endividamento e Levantamento de Recursos
• O Financiamento de Curto e Longo Prazo
6
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Contextualização
Estudar Orçamento de Capital, Decisões de Investimento e Endividamento nas empresas é 
tratar de um tema muito valioso e essencial para o dia a dia do trabalho do profissional de finanças. 
Pensar, portanto, a respeito do tema planejamento financeiro requer uma visão estratégica e 
uma abstração sempre pautada na correta mensuração das parcelas de recursos que deverão 
ser destinadas ao item investimento. Assim sendo, o estudante de finanças ou profissional deve 
não apenas enxergar estes temas discutidos nesta Unidade IV como essenciais mais, também, 
críticos por atenderem diretamente às necessidades da empresa, seu planejamento estratégico, 
e a importante questão relativa à disponibilidade de caixa nos períodos analisados. 
Analisaremos seguir os conceitos e ferramentas disponíveis aos financistas nesta 
importante tarefa de pensar o Orçamento Empresarial do ponto de vista estratégico e da 
disponibilidade de recursos sem nos esquecermos dos enormes desafios que estas ações, 
hoje em dia, representam aos profissionais voltados ao melhor desempenho econômico-
financeiro das Organizações onde trabalham.
7
O Orçamento de Capital
Iniciemos o estudo sobre o tema Orçamento de Capital buscando compreender a 
sua importância no processo de administração financeira nas Organizações modernas. 
Primeiramente, seria importante destacarmos que, na gestão financeira de uma empresa, 
normalmente, veremos todo item de natureza financeira (voltado ao investimento de curto ou 
médio prazo) normalmente ser classificado como ‘temporário’, ou seja, passível de ser resgatado 
no curto ou médio prazo. 
Quando pensamos, entretanto, em Orçamento de Capital, estamos nos referindo ao 
processo de tomada de decisão e sua relação apenas com os investimentos de longo prazo 
contabilizados e reconhecidos no Balanço Patrimonial de uma empresa. Investimentos 
estes, normalmente, classificados sob a conta contábil ‘Investimentos Permanentes’ dentro 
do Ativo Permanente. 
Segundo Hoji (2008), o Orçamento de Capital exige ainda que o financista proceda 
com cuidado e atenção durante o processo de contabilização dos investimentos no Balanço 
Patrimonial e isto, em razão do risco envolvido no processo de investimentos.
“O orçamento de capital é um programa de aplicação de capital de longo 
prazo vinculado ao plano estratégico e, portanto, trata de investimentos 
permanentes. As decisões relacionadas ao orçamento de capital devem ser 
tomadas somente após profundo estudo, pois uma vez iniciado o processo 
de dispêndio de capital, sua interrupção ou reversão não será fácil.” Hoji 
(2008) p. 166.
Logo, todo trabalho voltado ao planejamento financeiro de uma empresa deverá sempre 
pautado na correta mensuração das parcelas de recursos que deverão ser destinadas 
ao investimento permanente e ao investimento temporário, seja no curto, médio ou 
longo prazo. Ao proceder desta forma, o financista estará atendendo às necessidades 
da empresa no que se refere ao planejamento estratégico nos períodos analisados e a 
disponibilidade (ou não) de recursos (caixa) nestes mesmos períodos. Aliás, é sempre bom 
lembrar que – em muitas situações – a empresa pode preferir priorizar a liquidez. E nestes 
casos, portanto, esta terá grande parte de seus recursos alocados em títulos e aplicações 
financeiras de curto prazo, ou seja, fora do que poderíamos classificar como sendo parte do 
Orçamento de Capital. 
Enquanto que, em outras situações, a prioridade pode vir a ser o investimento em Orçamento 
de Capital propriamente – ou seja, ativos fixos ou demais investimentos – e que priorizem 
as estratégias de longo prazo da empresa. Neste caso, a estratégia pode estar focada na 
expansão da capacidade produtiva futura ou mesmo no atendimento e desenvolvimento de 
novos mercados, e que certamente deverão exigir investimentos em linha com o planejamento 
estratégico da Organização. 
8
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Para Pensar
Com relação ao tipo de investimento feito na empresa, reflita e responda: 
 - Por que é importante saber diferenciar o investimento permanente do investimento temporário? 
 - Qual a relação entre Orçamento de Capital e planejamento financeiro?
Agora, com base em suas atividades profissionais: 
 - Como você poderia enxergar a sua atividade profissional (desafios encontrados no seu dia a dia!) 
como sendo parte do planejamento estratégico da empresa onde você trabalha? 
Outro ponto importante de análise neste momento é a questão do risco quando estamos 
estudando a questão dos investimentos nas Organizações. Sabemos que um investimento é 
chamado ‘livre de risco’ quando o seu retorno esperado no futuro é positivo e certo. E como nunca 
teremos certeza absoluta dos desempenhos futuros de um negócio, podemos facilmente afirmar 
que todo projeto ou investimento efetuado por uma empresa – e, portanto, parte integrante do 
seu Orçamento de Capital – nunca será totalmente livre de risco por mais interessante, vantajoso 
e importante que possa vir a ser para a Administração.
Glossário
Ativos Livres de Risco - Chamamos de ativos livres de risco o investimento aquele cujo retorno 
é certo e constante ao longo do tempo analisado. Assim sendo, os investidores, normalmente, 
classificam como ativos livres de risco (ou em inglês, risk free) os títulos do governo (Títulos do 
Tesouro) que garantem taxas de retorno certas e sem riscos ao longo do tempo.
Investimento Permanente
O investimento permanente compõe-se dos recursos aplicados em ativos de natureza 
permanente (fixo) e que permitem o funcionamento (ou a operação) da empresa em sua 
operação ao longo do tempo. Com base nestes ativos, ou investimentos, classificados como 
permanentes que a empresa produz seus resultados no curto, médio e longo prazo. Como exemplos 
de investimento permanente, podemos destacar as participações acionárias em empresas 
controladas ou coligadas, os terrenos e edificações, os investimentos em desenvolvimento e 
pesquisas tecnológicasvoltadas ao desenvolvimento de novos produtos ou processos, as marcas 
e patentes da empresa e as suas máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo.
9
Glossário
Ativo - São todos os bens e direitos de propriedade e controle da empresa que podem ser medidos 
em dinheiro. Os bens e direitos presentes no Ativo permitem que a empresa opere e obtenha 
benefícios no presente e no futuro de suas atividades. Como exemplo de Bens: caixa, aplicações 
financeiras, máquinas, equipamentos, imóveis, entre outros. E como exemplo de Direitos: contas 
a receber, duplicatas a receber, títulos de crédito, entre outros.
Segundo Iudícibus (2009), para ser ativo é necessário que o item preencha ao mesmo tempo 
quatro requisitos básicos:
1. Constituir bem ou direito para a empresa. 
2. Ser de propriedade, posse ou controle de longo prazo da empresa. 
3. Ser mensurável monetariamente. 
4. Trazer benefícios presentes ou futuros.
É importante destacar que, muitos dos investimentos efetuados em máquinas e equipamentos, 
por exemplo, transformam-se em despesas através da taxa de depreciação aplicada ao valor 
do bem ao longo do seu tempo de vida útil ou através da amortização. Mas, agora, vamos 
apresentar a definição de algumas categorias de investimentos conforme sua classificação no 
Ativo Permanente: 
• Conta Investimento: Todo investimento que uma empresa efetua em outras empresas 
como, por exemplo, participações acionárias. Investimentos em bens não ligados 
diretamente à operação como, por exemplo, terrenos. 
• Conta Imobilizado: Todo investimento tangível (mensurável) que esteja diretamente 
ligado ao principal negócio da empresa como, por exemplo, terrenos, edifícios, máquinas 
e equipamentos. No Balanço Patrimonial aparecerá o valor líquido do Investimento, ou 
seja, já descontado do valor de sua depreciação. 
Para Pensar
Pense na empresa onde você trabalha, ou que tenha trabalhado. Ou, ainda, numa empresa que você 
conheça sua operação e suas atividades financeiras.
Será que esta empresa classifica corretamente os bens (ativos fixos) adquiridos para a manutenção 
de suas atividades? Estes bens são depreciados segundo as regras contábeis geralmente aceitáveis? 
Qual o montante anual aproximado de investimentos? Estes valores são suficientes e significativos?
10
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Aspectos Econômico-Financeiros do Investimento
Segundo Hoji (2008, p. 167), a tomada de decisão de investir ou não sempre esbarra em 
algumas questões cruciais que o administrador precisa fazer como, por exemplo:
• Devo comprar equipamento novo, ou fazer a manutenção do equipamento antigo?
• Devo instalar uma fábrica nova, ou aumentar a capacidade de produção da fábrica existente?
• Devo gastar em pesquisa e desenvolvimento, ou comprar tecnologia já existente no mercado?
E, além destas perguntas, o administrador financeiro deve, obrigatoriamente, conseguir 
avaliar econômica e financeiramente cada alternativa escolhida isto porque, tão importante 
quanto à escolha da opção de investimento é a viabilidade econômico-financeira do mesmo. 
Esta análise de viabilidade, normalmente, deve ser feita em conjunto com a análise de risco do 
projeto – conforme discutimos anteriormente – que pressupõe simulações de cenários, retornos 
sobre o investimento, entre outras avaliações.
Neste sentido, sabemos que toda análise de viabilidade econômico-financeira de um projeto 
considera que os desembolsos iniciais de caixa exigidos para qualquer investimento serão 
menores que os retornos (também sob a forma de caixa!) obtidos no futuro com os benefícios 
decorrentes do investimento. 
Assim, devemos sempre buscar um Fluxo de Caixa de um projeto de investimento que 
seja positivo! Ou seja, que esteja, em poucas palavras, justificando o investimento efetuado 
na tomada de decisão do projeto (investimento) por este gerar resultados positivos (caixa) no 
futuro após ser colocado em prática pela empresa. Vejamos, abaixo, uma definição para este 
conceito de Fluxo de Caixa, de forma a melhor esclarecer esta nossa discussão:
Glossário
Fluxo de Caixa: Em um projeto de investimento, o conceito de fluxo de caixa refere-se à projeção 
do lucro líquido esperado nos exercícios futuros com base no volume de investimento, excluindo-
se itens que não afetam o caixa: como a depreciação, amortização e o investimento.
Fluxo de Caixa Livre – FCL
Segundo Gitman (2007), o fluxo de caixa livre (FCL) da empresa será o volume de fluxo 
de caixa disponível para os investidores – os fornecedores de capital de terceiros (credores) e 
capital próprio (proprietários) – após a cobertura de todas as necessidades operacionais e o 
pagamento de investimentos em ativos permanentes e ativos circulantes líquidos pela empresa. 
11
Abaixo, apresentamos um modelo de Demonstração de Resultado e de Fluxo de Caixa 
Ajustado que nos permite calcular o FCL – que será a soma do fluxo de caixa líquido disponível 
para credores e proprietários no período, após a divisão do FCL por uma taxa de desconto 
anual definida pela empresa, sócios ou investidores.
Acima, no exemplo de Demonstração de Resultado e de Fluxo de Caixa Ajustado da Empresa 
Alimentícia ABC Ltda., vemos que depois dos investimentos efetuados em 2012 referentes ao 
início das atividades, a empresa começa a operar. A partir de 2013, iniciam-se as vendas e 
geram-se resultados (em 2013 e 2014). Vejamos a seguir algumas conclusões a respeito dos 
números da empresa:
• A empresa gera um Fluxo de Caixa Ajustado Antes dos Investimentos que vai 
aumentando com o tempo. Será nulo em 2012, (período de investimento) atingindo 
R$ 33.982 mil em 2014.
• Os Investimentos também crescem de R$ 15 mil nos dois primeiros anos para R$ 20 mil 
em 2014. 
• Estes Investimentos vão consumindo o Caixa Gerado na operação, resultando em um 
Fluxo de Caixa Líquido (FCL) menor ano a ano. 
Entretanto, para os acionistas da empresa, a análise destes fluxos de caixa livres futuros 
(FCL) precisam ser analisados a valores atuais, ou seja, ano de 2012. Logo, estes fluxos são 
descontados a uma taxa de desconto de 10% ao ano, conforme apresentado no Demonstrativo. 
Assim, as seguintes operações são necessárias:
• Ano 2012  R$ 15.000 / (1+10%)0 = 15.000,00 
• Ano 2013  R$ 17.624 / (1+10%)1 = R$ 16.021,80
• Ano 2014  R$ 13.982 / (1+10%)2 = R$ 11.555,40
12
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Analisando estes números acima vemos que se faz necessário observar: 
• A Taxa de Desconto aplicada ao FCL: Estes valores encontrados - e já descontados 
a valor presente a uma taxa de desconto anual de 10% - são efetivamente os valores 
reais obtidos pelos acionistas, como resultado da operação do negócio, descontados os 
investimentos efetuados, e já trazidos a valores presentes a esta taxa de desconto que 
estes acharam razoáveis. Importante lembrar também que taxas de descontos maiores, 
resultam em valor de Fluxo de Caixa Líquido (FCL) descontado menor. E que taxas de 
desconto menores (por exemplo, 9% a.a.) resultariam certamente em FCL Fluxo de Caixa 
Líquido (FCL) descontado maior que o apresentado acima.
• O montante de investimentos realizados: Pelo quadro, acima, vemos que quanto 
maior são os valores investidos anualmente, menor é o Fluxo de Caixa Líquido (FCL) 
no ano. E isto, apesar de assumirmos que os investimentos são feitos para o bem da 
empresa e em linha com os planejamentos orçamentários e dentro das suas capacidades 
de endividamento. Portanto, o investimento deve ser sempre bem mensurado para poder 
gerar o melhor resultado decorrente da somatória dos valores presentes dos fluxos de 
caixa futuros de qualquer negócio analisado, aumentando o valor da empresa. 
 
 Explore
Caso você queira ler um pouco mais a respeito da importânciados Fluxos de Caixa e como utilizá-lo 
no Planejamento Financeiro, bem como a relação destes temas com as outras áreas das empresas, 
sugiro ler o Capítulo 3 do livro Princípios de Administração Financeira, L.J. Gitman.
 
 Explore
Vá ao site da CVM (www.cvm.gov.br) e mais especificamente na seção que apresenta os Alertas ao 
Investidor que mostram as empresas que em determinados períodos deixaram de fornecer as infor-
mações exigidas por lei aos investidores. 
13
Chegamos até aqui cobrindo todas as principais questões relativas à decisão de investimento, 
a questão do orçamento de capital nas empresas modernas, o conceito de Orçamento de 
Capital, os Investimentos Permanentes efetuados pelas empresas, a questão dos riscos, e alguns 
dos principais aspectos econômicos e financeiros relacionados ao investimento e seu impacto 
no caixa líquido gerado ao final do período pela empresa.
Você, certamente, percebeu que se trata de um assunto muito interessante e que oferece 
excelentes oportunidades de trabalho no Brasil. 
Qual a formação acadêmica, capacidade, qualidade e habilidade você, portanto, acredita 
que a profissão de analista de investimentos ou o analista financeiro exigiria de um profissional 
nos dias de hoje?
Estrutura de Capital de uma Empresa e as Decisões de Financiamento
Sabemos que o capital é todo recurso, ou soma dos montantes financeiros, disponibilizado 
para a empresa de forma a permitir a sua operação. Assim, quando pensamos em capital, 
estamos nos referindo às disponibilidades de caixa e financiamentos, contas a receber, bens 
e direitos que são colocados à disposição dos administradores e que têm como finalidade a 
geração de resultados econômicos decorrentes da operação do negócio.
Todo o capital de uma firma encontra-se investido em seu Ativo com o objetivo de gerar 
retornos adequados e desejados pelos administradores. Em uma Organização, estes recursos 
(Capital) alocados no Ativo são fornecidos por terceiros (como, por exemplo, bancos e demais 
instituições financeiras), acionistas e sócios. 
Trocando Ideias
Para ser Ativo é necessário que o item seja um bem ou direito para a empresa, seja de sua propriedade, 
posse ou controle de longo prazo. Bem como, que seja mensurável monetariamente e traga benefícios 
presentes ou futuros.
Vejamos abaixo um modelo que apresenta, de forma estruturada, a estrutura de capital de 
uma empresa distribuído em seu Balanço Patrimonial.
 
14
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Estrutura de Capital
Glossário
Balanço Patrimonial: O Balanço Patrimonial é composto pelas contas do Ativo, do Passivo e do 
Patrimônio Líquido. O Balanço apresenta uma “fotografia” da empresa e reflete suas operações, 
através de suas contas contábeis, já efetuadas no passado e publicadas em uma data específica. 
Apesar de não ser possível estabelecer perfeitamente o que seria uma estrutura “ótima” de 
capital para uma determinada empresa, podemos afirmar, entretanto, que o profissional de 
finanças – e responsável pela administração do negócio – pode escolher a melhor Estrutura 
de Capital para a empresa segundo as características de seu negócio e as opções e linhas de 
financiamento disponíveis. Sendo então o “ótimo” representado pela combinação de recursos 
(capital) de terceiros e próprios que apresente o menor custo para a empresa.
Assim, observando a figura acima, podemos perceber que a empresa pode (e deve!) combinar 
da melhor forma possível fontes de financiamento de capital de terceiros (sócios, acionistas, 
bancos etc.) de forma a minimizar seu custo de capital e maximizar os seus resultados (ou 
aumentar a riqueza do negócio). Neste sentido, vejamos o que pensa um estudioso a respeito 
deste importante tema:
“As razões que justificam essa linha de pensamento baseiam-se na premissa 
de que o custo médio ponderado de capital (CMPC), composto pelo capital 
próprio (Ke) e capital de terceiros (Ki), aumenta à medida que aumenta o 
grau de alavancagem financeira (GAF) a partir de determinado nível de 
endividamento, pois os fornecedores de empréstimos elevam a taxa de juros 
para compensar maiores riscos. O custo de capital próprio cresce com maior 
velocidade do que o custo do empréstimo com o aumento do GAF, pois os 
lucros das empresas devem ser descontados a uma taxa mais elevada, à 
medida que aumenta o grau de risco financeiro.” (Hoji, 2008, p. 187) 
Assim, as decisões de financiamento para toda empresa deve-se basear não apenas na 
simples análise da disponibilidade de recursos apresentada em determinado momento, mas 
sim, pela melhor combinação possível de ser adotada entre estes recursos face às estratégias 
15
operacionais e financeiras da empresa no curto, médio e longo prazo. Não podemos pensar a 
operação de uma empresa no sistema capitalista moderno sem que esta apresente algum nível 
(ou tipo) de endividamento. 
Neste sentido, o grau de alavancagem (ou seja, o nível de endividamento face ao capital da 
empresa) deve ser muitas vezes visto como necessário e como parte de uma estratégia para 
sustentar os investimentos e também financiar o dia a dia das suas atividades. Cabe, portanto, 
aos financistas compreender estas necessidades e ajustar o grau de alavancagem ao perfil do 
seu negócio, estratégia dos administradores e possibilidades da empresa em sustentar padrões 
de endividamento.
Por fim, quando pensamos em endividamento, é necessário que este se adeque também à 
capacidade de geração de caixa da empresa analisada, e isto como resultado de suas vendas e 
demais atividades comerciais. 
O Conceito de Alavancagem Financeira
Segundo Hoji (2009, p. 189), a alavancagem financeira ocorre quando o capital de terceiros 
produz efeitos sobre o patrimônio Líquido. O processo é como se o capital de terceiros, utilizando-
se de uma “alavanca”, produzisse efeitos (positivos ou negativos) sobre o patrimônio líquido. 
Assim, muitas vezes, o capital de terceiros – representado pelas dívidas ou recursos de sócios e 
acionistas – pode “valorizar” o Patrimônio Líquido da empresa, por financiar de forma adequada 
as necessidades de capital de giro da empresa financiar seus investimentos e possibilitar o 
“máximo” desempenho de suas atividades operacionais e comerciais, por exemplo. Por outro 
lado, temos muitas vezes este capital de terceiros gerando nenhum impacto no Patrimônio 
Líquido, o que o autor chama de “alavancagem financeira neutra”. Em uma terceira situação, 
temos o capital de terceiros muito caro e desproporcional, que acaba por depreciar o valor 
econômico do Patrimônio Líquido.
Glossário
Patrimônio Líquido (PL): O PL representa os recursos próprios da empresa obtidos junto aos 
seus sócios ou acionistas como o Capital Social que apresenta os valores efetivamente integralizados 
– ou seja, contabilizados - pelos acionistas e sócios. Neste subgrupo de contas aparece o Capital 
subscrito deduzido da conta devedora de Capital a Integralizar no futuro. E a Reserva de Capital 
que corresponde os valores recebidos, e que não são exigíveis e nem receitas. Como exemplo 
destas contas, poderíamos citar o Ágio na emissão de ações, ou os Prêmios nas emissões de 
debêntures por exemplo. 
16
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Logo, as riquezas de uma empresa são geradas pelos seus ativos que são, em última análise, 
sempre financiados seja pelo seu capital próprio, ou capital de terceiros. Neste sentido, o 
aumento do valor (ou riqueza de qualquer empresa) para os seus acionistas ou sócios, sempre 
exigirá uma administração econômico-financeira que possibilite que os indicadores financeiros 
representados pelo Retorno sobre o Ativo Total (RAT) e pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido 
(RPL) sejam superiores ao custo deste mesmo capital próprio e de terceiros. 
Vejamos agoraas definições dos indicadores financeiros RAT e RPL:
O índice financeiro RAT é medido com base no Lucro depois do Imposto de Renda e antes 
das Despesas Financeiras (juros) em relação ao Ativo Total (AT):
 Enquanto que o índice financeiro RPL é medido com base no Lucro Líquido (LL) apurado 
em determinado período em relação ao Patrimônio Líquido (PL):
Abaixo, a Demonstração de Resultados Simplificada da Fábrica de Doces Brasil Ltda.
Exemplo: sabemos que as projeções orçamentárias para o Ativo Total (AT) da Fábrica de 
Doces Brasil Ltda. em 2013 seja de R$ 160.000 e que para o ano de 2014 seja de R$ 190.000. 
Enquanto que os valores orçados para o Patrimônio Líquido (PL) sejam de R$ 170.000 e R$ 
150.000 respectivamente.
17
Logo,
RAT 2013 = 122.000 / 160.000 = 76%
RAT 2014 = 152.000 / 190.000 = 80%
Enquanto que,
RPL 2013 = 118.000 / 170.000 = 69%
RPL 2014 = 143.000 / 150.000 = 95%
Analisando os números apresentados,
Na primeira situação em 2013, vemos que o RAT (76%) é superior ao RPL (69%), por não 
existir alavancagem financeira, ou seja, não está sendo utilizado capital de terceiro para financiar 
o Ativo da empresa analisada. Na segunda situação orçada para 2014, vemos que o RAT (80%) 
está inferior ao RPL (95%) o que significa que existe alavancagem financeira favorável, pois a 
empresa está financiando o Ativo utilizando-se de capital de terceiros tendo uma despesa com 
juros maior de R$ 9.000.
Para Pensar
Sugiro que você reflita a respeito do conceito de “alavacagem” e as contas envolvidas na análise de 
sua variação nos períodos apresentados no exemplo acima. Será que a empresa apresentaria uma 
situação melhor ou pior caso os valores do ativo total e do patrimônio líquido fossem diferentes? 
Certamente que sim, pois teríamos valores e situações diferentes para uma mesma empresa! Mas 
discuta o porquê e suas impressões com seus colegas e, se possível, calcule os números da empresa 
onde você trabalha.
As Alternativas de Endividamento e Levantamento de Recursos
As principais fontes de empréstimos e financiamentos para qualquer empresa em moeda 
local são as seguintes:
• Linhas de Crédito para Capital de Giro: que suprem a necessidade de recursos para 
a operação e o caixa do dia a dia da empresa. Normalmente, estas linhas de empréstimos 
são garantidas por notas promissórias avalizadas pelos sócios e administradores, ou 
mesmo, por outras garantias como duplicatas ou mesmo hipotecas.
18
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
• Desconto de Título: Normalmente, as duplicatas ou notas promissórias emitidas a partir 
de faturamento de vendas efetuado pela empresa podem ser descontadas nas instituições 
financeiras de forma a transformarem-se imediatamente em recursos (caixa) e suprir 
o dia a dia da empresa. Os bancos, certamente, cobrarão taxas de desconto (mais ou 
menos caras) que refletirão o relacionamento da empresa com o banco, o risco de crédito 
envolvido no negócio, o histórico de cobranças em custódia, entre outras variáveis.
• Linha de Hot Money: Este tipo de recurso fica disponibilizado para a empresa de forma a 
cobrir necessidades pontuais e imediatas, normalmente, de 24 horas que possam ocorrer. 
As linhas de Hot Money custam normalmente CDI – Custo do Certificado de Depósito 
Interbancário, acrescido da margem de lucro do banco (spread) e impostos; o Hot Money 
caracteriza-se por ser um tipo de linha de crédito mais cara que as de prazos mais longos. 
• Conta Garantida: Esta linha de crédito funciona como um cheque especial para a 
empresa, mas apesar de ser uma linha de volume pré-estabelecido entre o banco e a 
empresa, costuma ser relativamente cara comparativamente às linhas de longo prazo de 
financiamentos.
• Factoring: As empresas podem lançar mão de vender seus direitos creditórios (duplicatas 
a receber) às empresas de factoring e receberem à vista parte do valor de face da duplicata 
(descontada de taxa de juros). As linhas de factoring são também relativamente caras e 
devem ser utilizadas apenas na ausência de linhas junto às instituições bancárias.
• Linhas de Longo Prazo: As empresas devem, na medida do possível, concentrarem-se 
em obter linhas mais baratas e de longo prazo de forma a minimizarem as dificuldades de 
administração das linhas de curto e médio prazos conforme apresentadas anteriormente. 
Normalmente, os empréstimos de fomento de longo prazo como debêntures ou linhas de 
bancos como o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social são de 
longo prazo e oferecem taxas mais atrativas ao administrador. Apesar de mais interessantes, 
são também mais difíceis de serem obtidas dadas as exigências de documentação, de 
situação patrimonial e societárias, entre outras colocadas pelos bancos e investidores.
Segundo Hoji (2009, p.209), 
“Mesmo com a estabilidade econômica, os empréstimos em moeda local 
continuam caros no Brasil, pois o nível de poupança interna não é suficiente 
para financiar as atividades empresariais... As empresas são obrigadas a 
buscar empréstimos e financiamentos externos, pela escassez e alto custo 
dos empréstimos domésticos, mesmo que isso implique em assumir o risco 
de câmbio... A estrutura de capital deve ser composta por fontes de longo 
prazo e permanentes, mas nem sempre essas fontes estão disponíveis, o que 
obriga empresas a financiarem suas atividades suas atividades com recursos 
de curto prazo.” 
19
 
 Explore
Você está interessado em ler mais a respeito de como o BNDES opera no país? Sugiro uma visita ao 
site do banco, que certamente lhe oferecerá muitas e interessantes informações adicionais sobre as 
linhas de créditos e fomento disponibilizadas pelo Governo Federal e que vão certamente completar 
seu estudo: http://www.bndes.gov.br
No Brasil, os empréstimos e financiamentos em moeda estrangeira são, normalmente, 
denominados em Dólar ou Euros, não sendo, entretanto, descartada as opções em outras 
moedas fortes que apresentem conversibilidade no mercado internacional, como são os casos 
da Libra Esterlina ou o Iene Japonês, por exemplo. Os principais tipos de linhas disponibilizadas 
em moedas estrangeiras são:
• ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio: Esta importante linha de financiamento 
encontra-se disponível nas instituições financeiras para as empresas exportadoras sediadas 
no Brasil que tenham contratada exportação futura e que, ao descontarem este valor, obtém 
um valor em moeda local (Real) reduzido de juros cobrado pelo banco. Antes de ocorrer o 
efetivo embarque da mercadoria, esta operação denomina-se Adiantamento sobre Contrato 
de Câmbio – ACC. Após o embarque da mercadoria, a operação pode ocorrer sob a 
característica de Adiantamento sobre Contrato de Exportação - ACE.
• Financiamento de Importação e Resolução 2.770: Os importadores sediados 
no país podem utilizar de linhas de crédito contratadas no exterior que financiem suas 
operações mercantis. Estas linhas externas, normalmente, apresentam taxas de juros e 
custos totais bem inferiores quando comparadas ao financiamento local. Somado a isto, 
garantem prazos bem longos ao comprador/importador que os bancos locais. As linhas 
da Res. 2770, antiga Resolução 63, são linhas captadas por bancos locais no exterior que 
são repassadas em moeda estrangeira a empresas no país a taxas também mais vantajosas 
que as em moeda local. 
• Export Note: Esta linha de crédito pode ser utilizada pelo exportador que tenha uma 
nota promissória em moeda estrangeira, normalmente, em US$, cujo lastro são contratos 
futuros de exportação. O empresário pode ceder estes créditos, recebendo do banco local 
recursos em Reais convertido pelo câmbio do dia da operação. No futuro recebimento 
dos dólares neste caso, a empresa resgata junto ao banco o empréstimo, convertendo o 
recebimento em moeda local à taxa do diade fechamento acrescido de juros que o banco 
cobrará com base no prazo da operação.
• Eurobonds: Os bônus caracterizados pelos Euronotes e Eurobonds são os títulos 
emitidos pelas empresas nos mercados financeiros fora dos Estados Unidos. Os primeiros 
apresentam prazos longos, mas inferiores a dez anos de vencimento, e taxas fixas ou 
variáveis (ou pós-fixadas). São opções interessantes para grandes empresas nacionais que 
tenham excelente histórico de crédito, operações sólidas e relacionamento com grandes 
bancos e clientes no país e no exterior.
20
Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Além destas linhas em moeda local e moedas estrangeiras descritas acima, as empresas 
brasileiras podem também levantar recursos financiando-se através de operações de 
arrendamento mercantil (leasings) financeiro ou operacional. Nas operações de leasing, o 
objetivo é a compra de bens para o uso da empresa como máquinas, equipamentos, veículos, 
móveis etc. que podem ser financiados a taxas de juros relativamente baixas, prazos médios 
e longos, além de oferecerem vantagens financeiras no abatimento de impostos (ao serem 
lançadas contabilmente como despesas pela empresa). 
O Financiamento de Curto e Longo Prazo
Segundo Groppelli (2010, p. 294) 
“Entre outras razões os negócios enquadram-se no financiamento de 
curto prazo para cobrir deficiências de fundos, quando as entradas de 
caixa são insuficientes para cobrir os aumentos repentinos de despesas. 
A meta é captar fundos temporariamente, em antecipação a futuras 
entradas de caixa, que permitirão à empresa pagar a dívida... O objetivo 
do financiamento de curto prazo é evitar o de longo prazo, o qual resultaria 
em excesso de fundos ociosos...”
Curto Prazo: Esta interessante visão do autor acima nos permite pensar um pouco mais 
a respeito do que foi exposto até este momento no que se refere às inúmeras linhas e tipos 
de créditos e financiamentos hoje disponíveis no Brasil e no exterior às empresas operando 
localmente. Isto porque, ao estudante de finanças pode-se, com nossa análise inicial, ficar uma 
percepção de que apenas as linhas de crédito e de financiamento de longo prazo (e mais baratas) 
são efetivamente interessantes ao empresário. Mas este fato não é verdadeiro: muitas vezes as 
linhas de curto prazo, apesar de mais caras, podem ser ideais e “ótimas” para o empresário. 
Assim, nem sempre a burocracia, a extensa documentação exigida e o longo trâmite envolvido 
no lançamento de um Eurobond, por exemplo, pode ser a melhor opção de financiamento 
para um varejista operando localmente. Muitas vezes, uma simples operação de Desconto de 
Duplicata pode ser a opção ideal para o empresário, mesmo que custe muito mais caro em 
termos nominais que a primeira operação.
Ainda, segundo o mesmo Groppelli (2010, p. 296), a importância das linhas de financiamento 
de curto prazo está na cobertura das necessidades sazonais de caixa. Assim, o empréstimo feito 
pelos intermediários financeiros (bancos) nestes casos é dado sem a exigência de garantias 
firmes e são, consequentemente, liberados e liquidados automaticamente, apenas obedecendo 
às demandas do empresário no seu dia a dia.
Normalmente, também vemos que a taxa de desconto destas linhas de financiamento são 
as taxas médias de mercado, balizadas pelo próprio mercado financeiro e pela concorrência 
21
e disponibilidade oferecida a este mesmo empresário, variando caso a caso em razão de 
relacionamento, reciprocidades, entre outras demais razões relacionadas ao risco de crédito, 
por exemplo. Assim, muitas linhas de crédito de curto prazo (e sua disponibilidade) estão 
relacionadas à existência de depósitos em conta-corrente, relacionamento e movimentação da 
conta (e saldo médio) junto ao banco. 
Longo Prazo: A princípio, poderíamos afirmar que uma empresa comercial, industrial, ou 
uma prestadora de serviço, comprometer-se-á com uma linha de longo prazo caso sua operação 
apresente as seguintes características: 
Primeiro, as suas expectativas de crescimento das operações e de suas vendas no futuro 
extrapolem em muito os padrões atuais. Assim, estes novos montantes de produção, vendas e de 
giro de estoques exigem disponibilidade de capital de giro que ofereçam garantias ao empresário. 
Além de financiamento e sustentação à operação, um desempenho maior das vendas pode 
exigir maiores gastos com marketing, promoção e vendas que demandarão recursos vultosos no 
futuro que então, justificam linhas de fomento maiores e de longo prazo.
Muitas empresas, também, ao apresentarem crescimento ou mesmo planejarem investimentos 
precisam ter garantias de recursos em caixa para suprirem seus planos de expansão. Nestes casos, 
as necessidades de plantas fabris maiores, instalações mais modernas e toda uma reformulação 
na sua estrutura de operação demandam recursos que - somente serão economicamente viáveis 
- ao apresentarem taxas de juros mais baixas, prazos mais longos de amortizações e pagamentos. 
Condições estas, aliás, somente disponíveis em linhas de longo prazo como, por exemplo, as 
disponibilizadas pelo BNDES, ou por bancos no exterior. 
Assim, toda opção de financiamento de longo prazo que levar em consideração o 
financiamento através de títulos de dívidas de longo prazo devem contemplar necessariamente: 
prazo de vencimento ideal para a operação, o risco envolvido na operação, a taxa de juros 
cobrada, os custos para efetivar a operação, a manutenção da operação por longo prazo, a 
existência de demanda no mercado pelo título em questão e toda uma estratégia que comporte 
uma operação de longo prazo que seja efetivamente vantajosa para a empresa. Caso contrário, 
as opções de financiamento de curto prazo devem ser sempre privilegiadas. 
Ideias Chave
• Compreender a importância do Orçamento de Capital;
• Definir e compreender a importância dos Investimentos Permanentes;
• A elaboração da demonstração de fluxo de caixa de um investimento;
• A elaboração do Fluxo de Caixa Líquido (FCL) e do Fluxo de Caixa Líquido Descontado;
• Como se caracteriza a estrutura de capital de uma empresa e as decisões de financiamento;
• Como podemos definir alavancagem financeira;
• Quais as alternativas de endividamento e levantamento de recursos disponíveis ao empresário 
brasileiro no mercado financeiro local e internacional;
• As diferenças e peculiaridades, vantagens e desvantagens entre o financiamento de curto e longo prazo.
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Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Material Complementar
Estudamos, nesta Unidade IV, os importantes temas ligados ao Orçamento de 
Capital e as decisões tomadas pelos gestores no que se refere ao endividamento 
de uma empresa. Quando pensamos em endividamento, nos referimos aos níveis, 
tipos, custos das dívidas e todas as ações estratégicas a ele relacionadas. No livro 
Administração Financeira e Orçamentária de M. Hoji, temos uma excelente 
explicação deste tema no Capítulo 8 – item 8.1. ‘Orçamento de Capital’. 
Sugiro, portanto, a sua atenta leitura das páginas 166 a 174 para um maior 
aprofundamento de seus estudos.
Você está interessado em ler mais a respeito de como o BNDES – Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social opera no país? Sugiro uma visita ao 
site do banco que, certamente, lhe oferecerá muitas e interessantes informações 
adicionais sobre as linhas de créditos e fomento disponibilizadas pelo Governo 
Federal e que vão, certamente, completar seu estudo: http://www.bndes.gov.br 
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Referências
GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira, 10ed. São Paulo: Pearson, 2007.
GROPPELLI, A.A. e NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 
2010.
HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
MARION, J.C. Análise das DemonstraçõesContábeis. Contabilidade Empresarial, São 
Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
SANTOS, J.O. Valuation. Um Guia Prático. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.
IUDÍCIBUS, S. Análise dos Balanços. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2009.
MÁLAGA, F.K. Análise de Demonstrativos Financeiros e da Performance Empresarial 
Para Empresas Não Financeiras. São Paulo: Saint Paul Editora, 2009.
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Unidade: O Orçamento de Capital, as Decisões de Investimento e o Endividamento
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
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Tel: (55 11) 3385-3000

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