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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Criminal Av. Rogério Weber, 1928, Centro, 76.801-030 e-mail: Fl.______ _________________________ Cad. Documento assinado digitalmente em 24/01/2017 13:06:04 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001. Signatário: MAXULENE DE SOUSA FREITAS:1012576 PVH1VEP-17 - Número Verificador: 1501.2014.0076.9602.066804 - Validar em www.tjro.jus.br/adoc Pág. 1 de 2 CONCLUSÃO Aos 17 dias do mês de Janeiro de 2017, faço estes autos conclusos a Juíza de Direito Maxulene de Sousa Freitas. Eu, _________ Vagner Rodrigues Chagas - Escrivã(o) Judicial, escrevi conclusos. Vara: 1ª Vara de Execuções e Contravenções Penais Processo: 0007593-58.2014.8.22.0501 Classe: Execução da Pena Autor: Ministério Público do Estado de Rondônia Condenado: Thiago Ribeiro da Silva Vistos. Conforme declaração de fl. 139, o apenado encontra-se evadido da Colônia Penal Ênio Pinheiro desde o dia 01/01/2017. Não há qualquer informação nos autos de apresentação do apenado demonstrando seu interesse em prosseguir o cumprimento da pena ora em execução. Quanto ao recolhimento do apenado em regime fechado, numa análise sem aprofundamento, descortino que o apenado não tem o mínimo interesse em cumprir sua pena e nem de atender às regras básicas da execução penal. Com efeito, o regime semiaberto, que permite, após o cumprimento de 1/6 da pena, a saída para trabalho externo, tem como mola propulsora o senso de responsabilidade e discernimento do apenado. Aqui, neste processo, o apenado demonstrou, em tese, que ainda não está preparado para permanecer no regime semiaberto de cumprimento de pena. A regra seria de que, uma vez capturado, o apenado fosse apresentado à Direção da Colônia Penal e lá aguardaria o deslinde de sua justificativa, com a decisão judicial a esse respeito. Acolher-se-á ou não à justificativa a ser apresentada futuramente, se o apenado for capturado. Porém, como se evadiu, entendo que a simples colocação do apenado no regime em que se encontrava até ultimarem os atos sobre suas justificativas, ele fugirá novamente. Há fortes e concretos indícios que isso acontecerá pela postura que já tomou e pela fragilidade da Colônia Penal. É com base nesse iminente risco que entendo que, ao ser preso, o apenado deve ser colocado em regime fechado, até solução de seu caso. E essa decisão está sintonizada com às ondas de alta definição do STJ, a saber (por analogia): Com efeito, nas hipóteses em que restar demonstrada a tentativa do executado em se furtar ao cumprimento da pena restritiva de direitos, cabe a conversão desta em pena privativa de liberdade. É o entendimento consolidado no âmbito do E. TRF5: CONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO CRIMINAL. RÉU NÃO RECOLHIDO A UNIDADE PRISIONAL ESTADUAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. REGRESSÃO CAUTELAR DE REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA. PRÉVIA OITIVA DO RÉU. DESNECESSIDADE. 1. (...). 2. No caso concreto, contudo, inexistindo, por PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA Porto Velho - Fórum Criminal Av. Rogério Weber, 1928, Centro, 76.801-030 e-mail: Fl.______ _________________________ Cad. Documento assinado digitalmente em 24/01/2017 13:06:04 conforme MP nº 2.200-2/2001 de 24/08/2001. Signatário: MAXULENE DE SOUSA FREITAS:1012576 PVH1VEP-17 - Número Verificador: 1501.2014.0076.9602.066804 - Validar em www.tjro.jus.br/adoc Pág. 2 de 2 ora, a segregação do réu em unidade de custódia estadual, permanece competente a Justiça Federal para executar a pena fixada em sentença condenatória transitada em julgado. 3. "Este Superior Tribunal já firmou entendimento no sentido de que, cometida falta grave pelo condenado, é perfeitamente cabível a regressão cautelar do regime prisional promovida pelo Juízo da Execução, sem a oitiva prévia do condenado, que somente é exigida na regressão definitiva. Precedentes do STJ." (STJ, Terceira Seção, Reclamação nº 2649 - SP, Relator: Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe: 17/10/2008) 4. Dessa forma, não há mácula a inquinar de nulidade a decisão proferida por juízo federal competente para execuções criminais que, ante a recusa do condenado em receber intimações e a ausência injustificada à audiência admonitória, determinou a conversão das penas restritivas de direitos em privativa de liberdade, nos termos do art. 44, parágrafo 4º, do Código Penal, bem como a regressão cautelar do regime inicial de cumprimento da pena (semiaberto). Ordem denegada. (HC 00046318820124050000, Desembargador Federal José Maria Lucena, TRF5 - Primeira Turma, DJE - Data::17/05/2012 – Assim, outro norte não há ao juízo da execução penal, senão decretar, neste caso, o recolhimento cautelar do apenado numa unidade de regime fechado a ser indicada pela SEJUS. Com efeito, penso ter demonstrado a fumaça do bom direito consistente nos indicativos a serem considerados de uma eventual regressão para o regime fechado e o perigo da demora da audiência de justificação onde se aplicará – ou não – o artigo 118 da Lep, facilitando-se nova fuga e frustrando-se mais uma vez esta execução penal. II - Expeça-se mandado de prisão com prazo de validade até o dia 07/05/2029. III - Efetivado o recolhimento, Determino à autoridade administrativa que instaure PAD para apuração da suposta fuga. Com a vinda do PAD, tornem os autos concluso para designação de audiência de justificação. IV - Em caso de mandado de prisão expedido, proceda-se a sua baixa junto aos órgãos competentes (BNMP e Polícia Federal). V - Decorridos mais de 30 (trinta) dias da recaptura do apenado sem a vinda do PAD, determino o seu retorno para o regime semiaberto, se por outro motivo não estiver preso, onde deverá aguardar o deslinde do PAD. Serve cópia desta decisão como mandado, dispensando-se ofício. Intime-se. Cumpra-se. Porto Velho-RO, terça-feira, 24 de janeiro de 2017. Maxulene de Sousa Freitas Juíza de Direito RECEBIMENTO Aos ____ dias do mês de Janeiro de 2017. Eu, _________ Vagner Rodrigues Chagas - Escrivã(o) Judicial, recebi estes autos.
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