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Aula 5 DOBRAS CUTÂNEAS Conteúdo adaptado de fontes da Universidade Estácio de Sá Profa. Dra. Ana Miragaya Objetivos (SAVA) Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de: Aprender a padronização das dobras cutâneas, tríceps, bíceps, peitoral, subescapular, axilar média, suprailíaca, supraespinhal, abdominal, coxa e panturrilha. Saber identificar os pontos anatômicos necessários para obter as medidas acima. Saber utilizar o instrumento de medida, conhecido como adipômetro, compasso de dobra ou plicômetro. Estrutura do Conteúdo Conteúdos: Avaliação Antropométrica: 3.3. Dobras Cutâneas 3.3.1. Tríceps e bíceps 3.3.2. Peitoral, subescapular e axilar média 3.3.3. Supraílíaca, supraespinhal e abdominal. 3.3.4. Coxa e panturrilha medial Conceitos e fundamentação: (SAVA) “O método de dobra cutânea avalia a gordura subcutânea baseando-se no fato de que, aproximadamente metade do conteúdo de gordura corporal fica localizada logo abaixo da pele em indivíduos com idade entre 20 e 50 anos (Pollock et al., 1980). Segundo Lohman (1992), a gordura subcutânea compreende entre 50 a 70% da gordura total. Mas, apesar desta técnica de campo ser muito utilizada, pode gerar um erro inter-avaliador inaceitável, quando o avaliador é inexperiente. Para minimizar este erro, recomenda-se a utilização do padrão antropométrico da ISAK (International Society for the Advancement of Kinanthropometry), Sociedade Internacional para Avanço da Cineantropometria). As medidas deverão ser verificadas do lado direito do corpo”. DOBRAS ou PREGAS CUTÂNEAS O que são? O que é dobra cutânea? “É a espessura em milímetros de duas camadas de pele mais a gordura cutânea subjacente. Esta medida possui relação direta com a gordura subcutânea” (Charro et al. 2010). Trata-se de um método de avaliação da composição corporal. Gordura subcutânea “A quantidade de gordura subcutânea é proporcional à quantidade total de gordura corporal” (ACSM, 2010). “Cerca de 1/3 de gordura total fica localizada nos planos subcutâneos” (ACSM, 2010) “A proporção exata de gordura subcutânea total varia com sexo, idade e etnia” (ACSM, 2010). Gordura subcutânea Aproximadamente metade do conteúdo de gordura corporal fica localizado logo abaixo da pele (epiderme) em indivíduos com idades entre 20 e 50 anos (Pollock et al. 1980) A gordura subcutânea compreende de 50 a 70% da gordura total (Lohman, 1992) Qual seria então a diferença entre gordura subcutânea e gordura visceral? Gordura subcutânea localiza-se logo abaixo da camada mais externa da pele; é a que beliscamos com os dedos. Gordura visceral localizada entre os órgãos dentro do corpo, geralmente atrás da parede abdominal, no interior da cavidade peritoneal. A gordura visceral tem impacto negativo na saúde, afetando o metabolismo e aumentando a inflamação nos órgãos. Dobras Cutâneas como medida antropométrica Objetivo: avaliar indiretamente a quantidade de gordura subcutânea e estimar a proporção de gordura em relação à massa corporal (peso) do indivíduo, ou ainda, de estimar a densidade corporal e a quantidade de gordura corporal. As medidas das pregas cutâneas aplicadas em equações matemáticas indicam a densidade corporal e também o percentual de gordura As equações são específicas para determinados tipos de população e estimam a gordura corporal em amostras de indivíduos semelhantes àquelas das quais se derivam as equações. Dobras cutâneas para quê? Identificar os riscos associados à falta ou excesso de gordura Controlar as mudanças na composição corporal associadas aos efeitos da nutrição e do exercício Acompanhar o crescimento, desenvolvimento, maturação e idade relacionados às mudanças na composição corporal Identificar riscos à saúde associados com o acúmulo de gordura Formular recomendações dietéticas e para exercícios Lange Cescorf científico Sanny científico Cescorf clínico Instrumento: compasso de dobras cutâneas, adipômetro ou plicômetro Harpender Passo-a-passo 1. Identificar os pontos de referência: verificar o protocolo utilizado para definir se as dobras serão destacadas do lado direito ou do lado esquerdo do corpo 2. Localizar o ponto da medida: marcar o local com lápis dermográfico 3. Destacar a dobra cutânea: realizar a pegada na forma de pinça com os dedos polegar e indicador da mão esquerda (para os destros), separando o tecido gorduroso (subcutâneo) do tecido muscular; o compasso deve entrar perpendicular à dobra cutânea Passo-a-passo 4. Pinçar a dobra cutânea: introduzir as hastes do compasso a aproximadamente 1 a 2 cm abaixo da pegada 5. Realizar a leitura: após o pinçamento, espera-se 2 segundos para fazer a leitura 6. Retirar o compasso: ajustar o zero em compasso que tenha relógio comparador 7. Soltar a dobra Obs. O resultado deve ser lido e registrado em mm Devem ser coletadas 3 medidas de cada prega cutânea para o cálculo da média, dependendo do protocolo Alguns possíveis erros e problemas Equipamento: utilizar compasso não calibrado modelo do compasso não apropriado Erro inter-avaliador aceitável (> 10% para avaliador inexperiente) A técnica em si (duplamente indireta) A localização do ponto anatômico Alguns possíveis erros e problemas O destaque da dobra: Destacar a dobra cutânea em ponto anatômico inadequado Destacar a dobra cutânea em eixo corporal não adequado Pinçar estrutura extra (pele, músculo) à dobra cutânea Pinçar volume inadequado de gordura Alguns possíveis erros e problemas A escolha da equação ou protocolo A compressibilidade (sujeitos obesos, magros idosos, hipertrofiados) Não entrar com o compasso perpendicularmente à dobra cutânea Entrar com o compasso muito profundamente ou superficialmente à dobra cutânea Entrar com as extremidades do compasso muito próximas ou demasiadamente distantes dos dedos que a estão pinçando Alguns possíveis erros e problemas Pinçar a dobra cutânea estando o avaliado com os músculos contraídos Não focar no que está fazendo Não respeitar a distância entre a pegada da dobra e o local do pinçamento, visto que essa deva ser de 1 a 2 cm Fazer a leitura errada no aparelho Não seguir corretamente as instruções do protocolo (manual) Soltar a dobra no momento da leitura Não soltar o plicômetro no momento da leitura Alguns possíveis erros e problemas Esperar muito tempo após o pinçamento da dobra para fazer a leitura Soltar a dobra cutânea ainda com o compasso no local do pinçamento para fazer a leitura Fazer as medidas logo após a prática de atividade física Utilizar outro adipômetro na re-avaliação Obs. Recomenda-se a utilização do padrão antropométrico da ISAK (International Society for the Advancement of Kinanthropometry) Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria Principais dobras cutâneas 1. Tríceps 2. Bíceps 3. Peitoral 4. Subescapular 5. Axilar média 6. Suprailíaca 7. Supraespinhal 8. Abdominal 9. Coxa medial 10. Panturrilha medial Pontos de referência e locais das dobras ISAK ACROMIAL RADIAL ACROMIAL-RADIAL MÉDIO Local da dobra tríceps Local da dobra bíceps SUBESCAPULAR Local da dobra subescapular ILIOCRISTAL Local da dobra iliocristal SUPRAESPINHAL Local da dobra supraespinhalABDOMINAL Local da dobra da coxa medial Local da dobra da panturrilha Dobras Cutâneas ISAK 1. Dobra cutânea tríceps (TR) Face posterior do braço direito, paralelo ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a distância média entre o acrômio e o processo do olecrano da ulna. É medida com o cotovelo estendido e o braço relaxado ao longo do corpo. Referências: ponto meso-umeral (entre os pontos anatômicos acromial e radial). A dobra é pinçada verticalmente na superfície mais posterior do braço, em cima do músculo tríceps (Norton e Olds, 2005) Dobra cutânea tríceps ou tricipital (TR) 2. Dobra cutânea bíceps (BI) Ponto médio na face anterior do braço, entre o processo acromial da clavícula e o processo do olecrano da ulna (coincide com o ponto da dobra do tríceps na face posterior do braço) É medida com o cotovelo estendido e braço relaxado ao longo do corpo Referência: ponto meso-umeral (entre os pontos anatômicos acromial e radial) A dobra é pinçada verticalmente na superfície mais anterior do braço , em cima do músculo bíceps (Norton & Olds, 2005) Dobra cutânea bicipital (BI) 3. Dobra cutânea peitoral (PT) Em homens: medida oblíqua tomada na metade da distância da linha axilar anterior e o mamilo (Norton & Olds, 2005) Em mulheres: medida oblíqua tomada a 1/3 da distância da linha axilar anterior e a mama (Norton & Olds, 2005) Dobra cutânea peitoral ou torácica (PT) 4. Dobra cutânea subescapular (SB) Medida oblíqua ao eixo longitudinal, 2cm abaixo do ângulo inferior da escápula (Norton & Olds, 2005) Dobra cutânea subescapular (SB) 5. Dobra cutânea axilar média (AM) O ponto está localizado na interseção entre a linha axilar e uma linha imaginária transversal na altura do processo xifóide do esterno. A medida é feita obliquamente ao eixo longitudinal com o braço do avaliado para trás ou para a frente para facilitar a obtenção da medida e a leitura da mesma (Norton & Olds, 2005) Dobra cutânea axilar média (AM) 6. Dobra cutânea suprailíaca (SI) O ponto está localizado na interseção do local mais superior e lateral da crista ilíaca com a linha axilar média. A dobra é pinçada quase horizontalmente aproximadamente 2cm acima do ponto iliocristal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca. É necessário que o avaliado afaste o braço para permitir boa execução e leitura (Norton & Olds, 2005) 7. Dobra cutânea supraespinhal (SE) Dobra oblíqua: é a medida no ponto de intersecção da linha do ponto ílio-espinhal com a linha axilar anterior. Esta medida fica cerca de 5 a 7 cm acima do ponto ílio-espinhal, dependendo da estatura do avaliado. Protocolo: O avaliado em PO. Avaliador de frente para o avaliado e deve localizar o ponto axilar anterior, desenhando uma linha a partir deste ponto até o ponto ilio- espinhal. Outra linha deve ser desenhada a partir do ponto ilio-cristal no sentido horizontal. O ponto a ser localizado ficará na intersecção destas duas linhas. A seguir o avaliador deve executar os procedimentos da técnica padrão de DC. Precaução: esta medida foi originalmente chamada de supra-ilíaca por Health e Carter (1967), mas é conhecida, agora, como supra-espinhal (Carter e Heath, 1990). É a medida usada na técnica de Heath-Carter para determinação do somatotipo. Cuidado para não confundi-la com a atual medida de supra-ilíaca, já mencionada. suprailíaca x supraespinhal 8. Dobra cutânea abdominal (AB) O ponto está aproximadamente a 5cm à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal do corpo (ISAK, 2017) 9. Dobra cutânea coxa (CX) O ponto é o mesofemural, medido entre a prega inguinal e a borda superior da patela. O avaliado deve estar sentado com a perna relaxada. É medida sobre o músculo reto femural (ISAK, 2017) Dobra cutânea coxa (CX) 11. Dobra cutânea panturrilha medial (PM) A dobra é destacada no lado medial da panturrilha no nível de maior circunferência. Esta dobra deve ser pinçada de forma vertical. O avaliado deverá estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé com ou sem apoio (Norton & Olds, 2005) Diâmetros Ósseos Diâmetro Ósseo O que é? A menor distância entre duas extremidades ósseas. Para que serve? Para determinar a constituição física (somatotipo – mesomorfia), para fins ergonômicos, para fins de assimetria aplicada a uma área desportiva e para acompanhar o crescimento humano. Qual o instrumento utilizado? Paquímetro Biepicondilar do Úmero Procedimento (STEWART et al., 2011, p. 107): a) Definição: Medida entre os dois epicôndilos medial e lateral do úmero; b) Posição do avaliado: Em pé ou sentado, relaxado, com ombro e cotovelo fletidos a 90º; c) Método: O avaliador permanece à frente do sujeito e o valor da medida é lido quando as duas pontas do paquímetro comprimem ligeiramente o úmero em sua porção distal, lateralmente aos côndilos. Diâmetro ósseo biepicondilar do úmero Biepicondilar do Fêmur Procedimento (STEWART et al., 2011, p. 109): a) Definição: Medida entre os dois epicôndilos medial e lateral do fêmur; b) Posição do avaliado: Sentado com joelhos à 90º e pés apoiados no solo; c) Método: O avaliador permanece à frente do sujeito e o valor da medida é lido quando as duas pontas do paquímetro comprimem ligeiramente o fêmur em sua porção distal, lateralmente aos côndilos. Diâmetro ósseo biepicondilar do fêmur Bibliografia sugerida FERREIRA, C.A.A. Avaliação Morfofuncional. Rio de Janeiro: SESES, 2017. Capítulo 3: Avaliação Antropométrica (páginas 63-90). AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Capítulo NORTON & OLDS. Antropométrica. Porto Alegre: Artmed, 2005. Capítulo 2: técnicas de medição em antropometria, dobras cutâneas (páginas 57-66). STEWART, A.; MARFELL-JONES, M.; OLDS, T.; RIDDER, H. Padrões Internacionais para Avaliação Antropométrica. Murcia: Sociedade Internacional para o Avanço da Cineantropometria. Aula 5��DOBRAS CUTÂNEAS Slide Number 2 Slide Number 3 DOBRAS ou PREGAS CUTÂNEAS��O que são? O que é dobra cutânea? Gordura subcutânea Gordura subcutânea Qual seria então a diferença entre gordura subcutânea e gordura visceral? Dobras Cutâneas como medida antropométrica Dobras cutâneas para quê? Slide Number 11 Passo-a-passo Passo-a-passo Alguns possíveis erros e problemas Alguns possíveis erros e problemas Alguns possíveis erros e problemas Alguns possíveis erros e problemas Alguns possíveis erros e problemas Principais dobras cutâneas Pontos de referência e locais das dobras ISAK Slide Number 21 Slide Number 22 Slide Number 23 Slide Number 24 Slide Number 25 Slide Number 26 Slide Number 27 Slide Number 28 Slide Number 29 Slide Number 30 Slide Number 31 Slide Number 32 Slide Number 33 Slide Number 34 Slide Number 35 Slide Number 36 Slide Number 37 Slide Number 38 Slide Number 39 Dobras Cutâneas�ISAK Slide Number 41 Slide Number 42 Slide Number 43 Slide Number 44 Slide Number 45 Slide Number 46 Slide Number 47 Slide Number 48 Slide Number 49 Slide Number 50 Slide Number 51 1. Dobra cutânea tríceps (TR) Dobra cutânea tríceps ou tricipital (TR) 2. Dobra cutânea bíceps (BI) Slide Number 55 3. Dobra cutânea peitoral (PT) Slide Number 57 4. Dobra cutânea subescapular (SB) Slide Number 59 5. Dobra cutânea axilar média (AM) Slide Number 61 6. Dobra cutânea suprailíaca (SI) 7. Dobra cutânea supraespinhal(SE) Slide Number 64 suprailíaca x supraespinhal 8. Dobra cutânea abdominal (AB) 9. Dobra cutânea coxa (CX) Slide Number 68 11. Dobra cutânea panturrilha medial (PM) Diâmetros Ósseos Slide Number 71 Biepicondilar do Úmero Slide Number 73 Biepicondilar do Fêmur Slide Number 75 Slide Number 76 Bibliografia sugerida
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