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Dor, Nociceptores e Hiperalgesia

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Aula 9: Dor
Nociceptores e hiperalgesia: 
A dor, ou sensação dolorosa, pode ser percebida em qualquer parte do corpo, em maior ou menor intensidade. E é reportada nesta fase como algesia, que significa sensibilidade a dor. As fibras nervosas que estão envolvidas na percepção e transmissão de estímulos dolorosos, chamam-se nociceptores, elas são terminações nervosas livres, ramificadas e não mielinizadas, que sinalizam quando o corpo está sendo lesionado ou corre risco de lesão.A nocicepção permite que nós venhamos a sentir a dor, ou seja, é o processo sensorial que provê sinais que desencadeiam a experiência da dor.
Nociceptores e hiperalgesia:
O que pode ativar um nociceptor, causando consequentemente uma sensação dolorosa?
• Estimulação mecânica intensa.
• Temperaturas extremas.
• Falta de oxigênio no tecido.
• Exposição a produtos químicos.
• Outros
Dois tipos de fibras nervosas transmitem informações dolorosas:
1.Aδ: levemente mielinizadas.
2.C: não mielinizadas.
Os nociceptores estão na maior parte dos tecidos corporais, mas são ausentes no tecido nervoso.
Hiperalgesia
A hiperalgesia é determinada por um aumento da sensibilidade, e gera a percepção de dor exagerada. Os nociceptores disparam diante de lesões ou potenciais lesões, já a hiperalgesia está relacionada com nossa capacidade de controlar a dor. Após a lesão, e consequente ativação dos nociceptores, os tecidos já estão lesionados, no entanto, ficam muito sensíveis a estímulos, um simples toque no ponto lesado pode desencadear dor extrema.
Mas o que pode desencadear a hiperalgesia?
Um limiar reduzido para a dor.
Intensidade aumentada do estímulo doloroso.
Dor espontânea.
A hiperalgesia pode ser primária, quando ocorre dentro da área do tecido lesionado (na área do machucado, por exemplo) ou secundária, quando atinge o entorno da região lesionada. Diversas substâncias endógenas podem promover a hiperalgesia, entre elas destacam-se a bradicinina, as prostaglandinas e a substância P.
Aferentes primários:
As vias de entrada da informação dolorosa compreendem os aferentes primários e eles são representados pelas fibras Aδ e C. A primeira, Aδ, está diretamente envolvida com a dor aguda, mais rápida, e a segunda, C, com a dor de longa duração, mais lenta.
As principais substâncias inseridas no processo parecem ser o glutamato e a substância P, de acordo com os estudos mais recentes.
Vias ascendentes
A dor e a temperatura do corpo entram em nosso sistema nervoso via medula espinhal, utilizando fibras que seguem diretamente para o tálamo (região do diencéfalo): são as vias espinotalâmicas.
Já a informação oriunda da face (rosto) segue pelo nervo trigêmeo diretamente para o tálamo: São as vias trigeminotalâmicas.
Regulação aferente e descendente
Antes de entendermos a regulação da dor, é fundamental que fique claro que a percepção dolorosa é variável de indivíduo para indivíduo. Além disso, dependendo do contexto comportamental a mesma intensidade de ativação nociceptora poderá produzir mais ou menos dor.
 Caso fibras mecanorreceptoras (táteis) de baixo limiar, como as fibras Aβ, sejam ativadas, inibiremos a dor em sua origem, inibindo as mensagens que seguiriam pelas vias espinotalâmicas, essa é dita a regulação aferente.
No entanto, outras vias são possíveis. Como explicar a aparente ausência de dor em situações onde há forte envolvimento emocional? A dor diante destas situações é inibida, ou seja, de regulação descendente.
O processo é o seguinte: Neurônios da substância cinzenta periaquedutal e periventricular (localizada no mesencéfalo), quando estimulados, promovem analgesia profunda. Enviando mensagens mediadas pela serotonina, essas áreas se comunicam com neurônios do bulbo (localizado abaixo da ponte no tronco encefálico) e estes se comunicam com a medula, promovendo a inibição da dor.
Opióides endógenos
Sob o termo “opióides” encontra-se uma variedade de substâncias que promovem analgesia (ópio, morfina, codeína, heroína e etc.). 
Os opióides endógenos são representados por substâncias produzidas pelo nosso sistema nervoso e que atuam inibindo a dor. Essas substâncias são chamadas coletivamente de endorfinas. As principais endorfinas são chamadas de β-endorfinas, sendo produzidas pelo eixo hipotalâmico-hipofisário.
Ausência congênita de dor
Talvez você já tenha pensado em “como seria bom se eu não sentisse mais dor”. Bom, caso você reflita calmamente sobre a colocação verá que esse desejo não deve ser realizado, afinal, a dor nos avisa que algo não vai bem com nosso organismo, não é mesmo? Além disso, é ela que nos avisa que a área machucada ainda está prejudicada e nos induz a deixá-la de repouso para plena recuperação.
Algumas raras pessoas nascem com uma falha no desenvolvimento dos nociceptores, além de possuírem falhas nas transmissões nervosas de vias relacionadas à dor com o sistema nervoso central. As outras vias sensoriais são perfeitas, exceto aquelas relacionadas à dor.  Essas pessoas sofrem da ausência congênita de dor.
Veja alguns exemplos de complicações possíveis:
  
• Queimaduras diversas, mesmo em situações cotidianas como cozinhar.
• Fraturas que não são percebidas e tratadas.
• Escarras e úlceras de decúbito, pois o indivíduo não fica com dores no corpo e dificilmente muda de posição durante o sono.
• Incapacidade de perceber alterações nas articulações, permitindo degenerações e deformações.

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