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MÓDULO 5 utr.18 auxilio.5.homem

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CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 5: O Homem 
Constituição oculta do Ser humano 1 / 29 
 
 
O HOMEM 
 
CONSTITUIÇÃO DA CRIATURA HUMANA 
 
É prudente considerar que qualquer tentativa em classificar a natureza humana resulta 
apenas num resumo didático para atender as necessidades limitadas do intelecto, impostas 
pelas faculdades de examinar, analisar e comparar. O predomínio dessas faculdades, 
próprias de um mental concreto, discursivo, incentivadas no modelo competitivo da 
sociedade humana, produz um entendimento incompleto, fragmentado, sem a abrangência 
de um conjunto que poderia ser proporcionado pela percepção favorecida por abstrações 
e lampejos da intuição. 
Todavia, qualquer que seja a tipologia ou a classificação dos componentes da 
natureza humana, baseada nas fontes da Sabedoria Iniciática das Idades, servirá em muito 
como ponto de partida para a compreensão dessa maravilhosa obra da Criação. 
A diversidade de nomes e fontes teóricas de classificações orientais não conta com 
equivalências tão suficientes e precisas nas fontes de estudo do Ocidente. 
Conforme a teoria oriental do trikâya, a classificação baseada no simbolismo das 
tríades propõe que a criatura humana seja observada como um conjunto constituído por 
Espírito, Alma e Corpo, assim como a unidade do Universo consiste no Princípio Divino, o 
conjunto de Seres Celestes e a Humanidade. A partir dessa teoria, uma doutrina mais oculta 
refere-se a vestes (kâyas, em sânscrito) correspondentes a manifestações da Divindade, 
relacionando-as ao corpo triplo do Universo e recebendo os nomes funcionais de 
Nirmânakâya, Shambhogakâya e Dharmakâya. 
Aplicando a teoria do trikâya para o estudo da criatura humana, passaremos a 
considerá-la constituída de três vestes ou veículos, em sânscrito, denominados upâdhis. 
Grosso modo, upâdhi, veste ou veículo, é o que serve para transportar algo que é superior 
na escala evolucionária, algo mais sutil ou de maior estado vibratório. De acordo com esse 
ponto, podemos dizer que o corpo físico denso, orgânico, biológico, o menos vibrátil dos 
componentes da criatura humana, é o veículo de todos os outros seis princípios, na 
classificação setenária. Sendo assim, é o corpo denominado, em sânscrito, Sthûla - 
upâdhi. O que naquela teoria denomina-se Kârana - upâdhi, o corpo causal, constituído dos 
quinto e sexto princípios, respectivamente, o Buddhi (intuição) e o Manas - arûpa (mental 
abstrato), é o veículo do sétimo princípio (átmico ou crístico). Diz-se corpo causal por ser o 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 5: O Homem 
Constituição oculta do Ser humano 2 / 29 
 
veículo da causa de tudo que constitui a existência humana: o sétimo princípio. Sendo o de 
maior grau vibratório esse princípio não pode ser considerado veículo de coisa alguma, 
porque nada existe acima dele, no ser humano, trata-se, pois, da Essência que é veiculada 
por todos os subjacentes. É o Âtmâ Individual, o Cristo Interno, o Ego ou Eu Superior de 
cada criatura humana. 
No Ocidente, o conceito que mais se aproximou da teoria do trikâya veio do filósofo 
grego Plutarco (45 - 120 d.C.), pelo fato dele ter considerado o ser humano um conjunto 
formado por Espírito (nous), Alma (psique) e Corpo (soma). Além disso, o filósofo relacionou 
a origem de cada um dos componentes, respectivamente, com os Mundos: Divino, Celeste 
e Terreno, representados simbolicamente como "Sol, Lua e Terra”. 
Citando H. P. Blavatsky, Henrique José de Souza, em seu livro " Os Mistérios do 
Sexo”, comenta que desde o desaparecimento daquela Mestra os clássicos conceitos da 
setenária constituição do ser humano sofreram profundas modificações tanto nas suas 
exposições quanto nas suas interpretações. 
Em que pese a confusão entre os conceitos sobre princípios, vestes, veículos, corpos, 
em parte pela tradução imprecisa, especialmente das palavras sânscritas, a chave 
analógica surge como recurso valioso em auxílio àqueles que buscam perceber as 
semelhanças decorrentes da constituição do Universo e da criatura humana, visto que 
esses têm por origem o Princípio Absoluto. 
Como já foi mencionado anteriormente, o ser humano é Uno-Trino; a trindade nele é 
composta de Espírito, Alma e Corpo. 
Nesta aula apresentaremos algumas considerações da Sabedoria Iniciática sobre o 
Corpo e a Alma. 
O que se concebe como Corpo humano é, do ponto de vista esotérico, não só um 
conjunto organizado de matéria atômica e reações bioquímicas, mas, também, um 
componente hiperfísico, etérico, que permeia aquele como verdadeira rede de condutos, 
interligando pontos de concentração e distribuição de energia vital (Prâna), sem o que 
estaria impossibilitada a vida biológica em todos os detalhes da criatura. Sendo assim, de 
forma didática, considera-se que o Corpo seja visto com esses dois veículos: o físico denso 
ou bioquímico e o vital ou duplo-etérico. Por outro lado, o que se considera como Alma é 
dito que sua constituição se resume em dois componentes ou veículos: o emocional ou 
astral e o mental inferior, concreto ou de maior foco na materialidade dos fenômenos da 
Natureza. Físico, vital, emocional e mental inferior estão perfeitamente entrosados e 
funcionam ao mesmo tempo. Isso equivale a dizer que Corpo e Alma agem 
CURSO DE EUBIOSE 
Módulo 5: O Homem 
Constituição oculta do Ser humano 3 / 29 
 
simultaneamente, por reflexos condicionados, afetando-se reciprocamente, explicando os 
movimentos automáticos e involuntários da natureza inferior do ser humano. Todavia, 
conforme os comentários do Prof. H.J. Souza, no artigo "O Rei do Mundo” (capítulo IV), 
pode a criatura humana aplicar o conhecimento metafísico das Leis do Ser e da Natureza 
em direção aos movimentos automáticos, operados numa dimensão denominada 
subconsciente, como parte de seu veículo emocional ou também conhecido por "corpo 
astral”. 
Assim é que, quando a Alma se sente fragilizada, o físico sofre as consequências, 
principalmente naqueles que utilizam com maior intensidade as faculdades do intelecto sem 
o correspondente repouso que a Natureza lhes cobra por força de suas sábias leis. A 
medicina desse Terceiro Milênio, quando penetrar no campo metafísico, descobrirá que 
grande parte das doenças tem origem nos desajustes da Alma e que as disfunções e muito 
das lesões orgânicas são apenas reflexos ou efeitos de uma causa que está ausente no 
corpo físico. Se a doença se origina nos desequilíbrios gerados pelos pensamentos e 
emoções desajustadas é sensato concluir que essa é uma enfermidade que só poderá ter 
sua cura por algo que transcende esse nível de desarmonia, o que é reconhecido como 
sendo o poder da Vontade. A desarmonização da mente e do emocional gera o 
desequilíbrio no fluxo da energia vital, desfavorecendo o organismo humano nos seus 
poderes de assimilação e de excreção, por exemplo. Em "A Ciência da Respiração”, Rama 
Prasad considera que o fluxo vital transita por dutos imateriais, hiperfísicos, etéricos, 
portanto, denominados nâdis (em sânscrito, tubos) condutores de diversas diferenciações 
do prâna. Nos ensinamentos ayurvédicos sobre cinco modificações da energia vital em que 
o tattwa vâyu está presente ("os cinco ares, alentos, ventos ou espíritos vitais”), por 
exemplo, o prâna vata governa o ritmo respiratório e da digestão, portanto, o poder da 
assimilação. Por outro lado, o apâna vata regula o poder de eliminação dos detritos, 
particularmente dos resíduos inservíveis do tubo digestivo. Vale lembrar que tais saberes 
datam da época em que foi escrito o Bhagavad-Gîtâ, aproximadamente há 3.000 anosantes da era cristã. 
Havendo equilíbrio entre prâna e apâna, o homem goza de saúde, alegria, dinamismo, 
bem-estar. A preponderância de apâna gera distúrbios intestinais os mais diversos, com 
repercussões gênito-urinárias, disfunções sexuais e outros quadros na base do abdome, 
sem falar dos sintomas psicomentais associados. O excesso de prâna vata leva à 
superexcitação nervosa, preocupação excessiva, insônia, distúrbios do ritmo respiratório, 
dores de cabeça devido ao acúmulo de tensão. 
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Constituição oculta do Ser humano 4 / 29 
 
Na China, Lao - Tsé (604 a.C.), no taoísmo, propôs a existência de dois princípios 
responsáveis pela dualidade de algo que é único para explicar a Vida. Denominou-os yin e 
yang, expressões da lei universal dos opostos complementares, lei da dualidade do mundo 
manifestado nos termos da palavra autorizada do médico teósofo Dr. Eduardo Alfonso, 
autor de esclarecedoras obras, entre as quais: "La Religion de la Naturaleza”. 
A acupuntura, fundamentada na tradição taoísta, reconhecendo essa dualidade na 
criatura humana, tenta equilibrar essas forças opostas, porém complementares, atuando 
nos pontos de conexão entre as ramificações nervosas da superfície do corpo físico e a 
rede etérica do veículo vital, utilizando-se originalmente de estímulos com pontas de 
agulhas, pode produzir resultados surpreendentes para a saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
. 
O Corpo é o veículo que proporciona à Alma transformar-se e aprimorar-se no 
presente estágio da evolução humana. Respiração e alimentação são alicerces 
indispensáveis para suas demais funções. Os nutrientes obtidos da Natureza possibilitam 
a fixação das forças sutis, os elementos ou tattwas constituintes do prâna que, 
generosamente, nos é ofertado pelo ar atmosférico. O corpo equilibrado em suas funções 
é uma das grandes conquistas da criatura humana, e particularmente para aquele que se 
propõe ao caminho da iniciação. Desde a antiguidade reconhece-se essa condição, como 
se lê na citação latina: "mens sana in corpore sano” (mente sã num corpo são). 
Se na Alma processa-se a evolução humana, é o Espírito a Causa dessa evolução, o 
seu dínamo como expressão da Vontade, como partícula da própria Divindade no interior 
de cada criatura. Evoluir é transformar a vida-energia em vida-consciência, ou seja, é 
transformar o dinamismo inconsciente em atividade consciente. A Alma (psiquê) é a parte 
da natureza humana que se aprimora, que evolui. É constituída, como já mencionamos 
anteriormente, pelos veículos emocional (sede das emoções, sentimentos, desejos) e 
mental inferior (sede dos pensamentos, raciocínio, interpretação). Portanto, não é o Corpo 
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Módulo 5: O Homem 
Constituição oculta do Ser humano 5 / 29 
 
que sente e pensa, mas a Alma. A Alma é a sede de todos os impulsos, negativos ou 
positivos, que obrigam o Corpo à ação. 
A Mente (Manas, em sânscrito) abrange dois campos de percepção: o concreto 
(objetivo), do mental inferior (Kâma-manas, em sânscrito) e o abstrato (subjetivo), do mental 
superior (Manas-arûpa, dos teósofos). A mente concreta (Kâma-manas, Manas inferior, 
Manas-rûpa) afeta diretamente a Alma por ser parte dela. É o campo onde se processa o 
pensamento. Do autor de "Magnetismo Pessoal”, Hector Durville, consideremos algumas 
de suas informações: " Um pensamento qualquer que nos ocorre faz vibrar a nossa matéria 
mental, e as suas vibrações comunicam-se em torno de nós por ondulações análogas às 
dos movimentos ondulatórios que se observam na superfície de uma água tranquila à qual 
se atirou uma pedra e tudo entra na ordem ao cabo de alguns instantes, se a impressão 
não foi muito forte. Mas, se o pensamento se impõe à nossa atenção, se é intenso, se se 
apresenta muitas vezes no campo da consciência, se a impressão é forte, põe em 
movimento certa quantidade de força mental, que circula constantemente em torno de nós. 
Esta força atrai a si a matéria astral que acaba por nos envolver (...) uma emanação de nós 
mesmos (...) atraindo os pensamentos semelhantes que pareciam adormecidos e 
aumentando a intensidade de ação dos que estão ainda em atividade”. Depreendemos que 
nesse mental inferior há necessidade contínua da organização do pensamento e aprender 
a bem pensar para favorecer melhor o aprimoramento da natureza humana e do meio onde 
ela faz parte. 
Como estamos vendo, os quatro veículos (o físico, o vital, o emocional e o mental 
inferior) são dinâmicos e agem em sincronia tão perfeita que os confundimos e atribuímos 
todas as nossas funções como se fossem apenas pertencentes ao veículo físico, às suas 
vísceras, aos seus sistemas orgânicos. Assim, equivocadamente supomos que o 
pensamento é formado no cérebro; quando temos uma sensação, atribuímos o fenômeno 
como se exclusivo dos nervos sensitivos; quando amamos ou odiamos, achamos que essas 
emoções são geradas dentro do peito, no coração. 
Através dos órgãos dos nossos cinco sentidos, captamos impressões do mundo físico 
que nos cerca. Essas impressões imprimem um movimento de energia na rede vital e são 
transmitidas à Alma onde despertam sensações, sentimentos, desejos, pensamentos. 
Esses, por sua vez, desencadeiam uma série de mecanismos anímicos, sustentados pelas 
modificações da energia vital, resultando em respostas orgânicas as mais diversificadas na 
criatura humana. Este é, em princípio, o mecanismo da ação. Como o Corpo é apenas o 
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suporte para a exteriorização dos pensamentos, emoções, sentimentos e desejos, sofre as 
consequências dos desequilíbrios da Alma. 
Para a evolução, há necessidade de ação. Com as ações, boas ou más, vamos 
adquirindo experiências que se transformam em conhecimento e dessa forma vamos 
formando a nossa consciência. O conhecimento nos leva ao discernimento, o que nos 
permite distinguir o certo do errado. Podemos dizer que o Corpo humano não evolui na 
intensidade que evolui a Alma, mas a ela se amolda para atendê-la em suas necessidades. 
As mudanças na Alma exigem processos de transformações a longo prazo, por conter 
impressões ancestrais determinantes de muitos dos nossos impulsos, fora do controle dos 
recursos da nossa rotina diária. Mas, para aqueles que decidirem por essa jornada, cabe 
aqui o conselho do sábio indiano Sri Aurobindo: "A primeira coisa necessária é quietude na 
mente” ("Em direção à nova consciência”, ed.Três). 
Em resumo temos aqui as partes e algumas atividades da natureza humana: 
- Pelo veículo mental: pensamos, duvidamos, raciocinamos etc. 
- Pelo veículo emocional (astral): sentimos, nos emocionamos, nos preocupamos etc. 
- Pelo veículo vital: abastecemo-nos de prâna (energia ou força vital) para preservar 
a saúde física. 
- Pelo veículo físico: movemo-nos, deslocamo-nos no plano da matéria densa. 
Devido à interligação e sincronização desses quatro veículos, quando ocorre um 
desequilíbrio em um deles, surgem desequilíbrios nos outros três. 
 
A TRÍADE ESPIRITUAL 
 
Vimos que a função do Corpo é a de suporte da evolução; na Alma é que se processa 
a evolução; o Espírito é a causa, o dínamo que impulsiona a evolução, pois expressa a 
Vontade. Esses três princípios agem como um todo, porque o homem, em si, é um todo, 
como a Divindade Manifestada também o é. Por Espírito, entende-se como algo diferente 
de Corpo e Alma, mais complexo e hierarquicamente superior por ser constituído de três 
princípios: o mental superior ou abstrato, obúdico e o átmico (do sânscrito, âtman). 
O mental superior processa os sinais do plano da abstração, do mundo mental 
abstrato onde se pode perceber a manifestação das Leis Universais e Naturais, fonte de 
referências, como diz Dr. Eduardo Alfonso, para "os grandes conceitos sobre a evolução, 
os ciclos, a gravitação, e as ideias básicas ou substanciais acerca dos seres” (La Religion 
de la Naturaleza, ed. Kier). Quanto ao búdico (do sânscrito, buddhi), no Glossário Teosófico 
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Módulo 5: O Homem 
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de H. P. Blavatsky há informações de que se trata da faculdade discernidora da intuição, 
discernimento espiritual que independe das impressões vindas do exterior. Sri Aurobindo 
considera que essa faculdade discernidora, a qual denominou supramente, tem em seu 
caráter fundamental o conhecimento por identidade, o conhecedor, sendo um com o 
conhecido e que, a partir da pressão das forças nascidas de um plano supramental, 
correspondente no Cosmo (Mahâbuddhi, "Alma Universal”, "Mente Universal”), agindo 
sobre nossa consciência mental, atual, é que se efetuará o próximo passo evolutivo da 
criatura humana. Na palavra daquele sábio indiano: "Agora a supramente deve descer de 
modo a criar uma raça supramental”. ("Em direção à nova consciência”, ed. Três, Biblioteca 
Planeta). Comentando as palavras de um dos Mahatmas trans-himalaios, da Linha dos Kut-
Humpas, que afirmava que "o melhor e mais importante Professor é o Sétimo Princípio de 
cada homem, encontrado no Sexto”, o Prof. H. J. Souza esclareceu que esse Sexto 
princípio não é outro senão o búdico (buddhi), "estado permanente de intuição nos Seres 
Superiores, momentâneo ou parcial, nos chamados gênios”; "o estado de consciência em 
que se sente a Unidade com o Universo, sem indício de sentimento de separação” e, 
portanto, para desenvolvermos aquele Sétimo Princípio "temos que o fazer através do 
Sexto” ("O que é intuição”, revista Dhâranâ 87/88,1936). A esse Sétimo Princípio, 
denominamos também de princípio átmico ou crístico (do grego, Christos, com o sentido 
de purificado, ungido, iluminado). Com esse princípio desenvolvido, pode a criatura 
humana, após conquistadas as etapas evolucionárias precedentes, ter consciência do 
mundo das causas que levaram a formação do Universo, o plano átmico universal ou o 
Nirvâna. Nesse estado, segundo a linguagem esotérica do Oriente, a criatura humana ou o 
jîva (em sânscrito), torna-se um nirvâni (o que alcançou o Nirvâna em vida), um Arhat, um 
Adepto, um jina, um Mahâtman, um jîvanmukta que, segundo comentários dos Aforismos 
de Patañjali, chegou à condição de um Ser Perfeito e, com sua poderosa inteligência e 
santidade, alcançou a condição semidivina, mantendo-se ligado ao corpo físico para ajudar 
o progresso da humanidade. Em número expressivo, esses Adeptos organizados em 
confrarias secretamente distribuídas em várias partes do planeta estão sob a direção 
suprema do Governo Oculto do Mundo. Nesse ponto vale a pena lembrar palavras do 
escritor Aníbal Vaz de Melo na sua obra "A Era do Aquário”: "O Governo Oculto do Mundo 
já está preparando uma nova Raça para habitar o Planeta. É o sexto Ramo, a sexta Sub-
Raça da Quinta Raça (Raiz) Ariana (...). A Raça Vindoura se manifesta, atualmente, pelo 
desenvolvimento do sexto sentido - a intuição -, em milhões de pessoas por todos os 
recantos da Terra”. Entre os membros da Sociedade Brasileira de Eubiose (SBE), 
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estudiosos da Antropogênese, como um dos acervos da Sabedoria Iniciática das Idades, a 
"nova Raça” citada por A. Vaz de Melo, em verdade, é a sexta sub-raça ariana denominada 
Bimânica tendo por tônicas o mental abstrato e particularmente o búdico ou a intuição e 
seus sentidos correspondentes: clariaudiência e clarividência para a percepção do estado 
radiante da matéria, nos dizeres daquele Autor. Os membros da SBE estão cientes também 
do surgimento concomitante de uma sétima sub-raça denominada Atabimânica, 
correspondente à tônica daquele Sétimo Princípio, átmico ou crístico, que, ao longo desse 
milênio, completará a etapa final e apoteótica da atual Quinta Raça Mãe ou Raiz, a Ariana. 
A criatura humana pouco sabe a respeito do Espírito e, embora, ela tente entendê-lo 
com a mente racional, lógica, comparativa, discursiva, pouco saberá dessa Realidade 
Única, que é o Divino no ser vivente, o seu verdadeiro Ser, o que há em si que é imortal 
por conter a Centelha Divina dos teósofos, o âtman do Hinduísmo, a indivisível fração do 
Espírito Universal ou Paramâtman (em sânscrito). Desenvolver os veículos mentais 
superiores para perceber a existência do Espírito é o processo transcendente que poderá 
auxiliá-la nessa busca. 
O Espírito tem três veículos de natureza divina ou cósmica, por enquanto, princípios 
que estão latentes no ser humano comum. Dizemos latentes porque ainda não estão em 
plena atividade, mas que constituirão um estado permanente em todas as criaturas, sem 
distinção alguma, nas gerações futuras do ciclo final da Raça Ariana. 
Na filosofia Vedanta, as três faculdades do Espírito são os mesmos atributos 
inseparáveis e fundamentais de Brahman, a Divindade Manifestada. Em língua sânscrita: 
Ânanda, Chit e Sat são os nomes desses atributos. Sri Aurobindo, em sua visão 
evolucionária, usa a expressão saccidânanda com vários significados que caracterizam os 
atributos da imutabilidade eterna (Sat), da consciência verdadeira (Chit) e da suprema 
felicidade ou bem-aventurança (Ânanda). O princípio trino da existência, consciência e 
felicidade, constitui-se de faculdades que a Mente humana comum (mental concreto) não 
consegue conceber, por estar rotineiramente dependente das impressões externas 
captadas pelos nossos incompletos sentidos. 
 
- Ânanda - 
É um estado interior de suprema felicidade; é o que os cristãos identificaram como 
estado de bem-aventurança conquistado, tal como os budistas, pelo caminho da virtude. 
Se compararmos Ânanda a um oceano, a maior e mais pura alegria que já alcançamos 
na vida ainda assim seria como uma gota d'água em relação àquele. É um estado cósmico 
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no interior do ser, não se trata de uma emoção por mais nobre e benfazeja que seja, mas 
é muito mais, é um estado de ser. É estado de divinização da criatura humana em sua 
plenitude como Unidade e como a Divindade que deu origem a tudo no Universo, o 
Brahman, o Deus Manifestado, o Jeová das escrituras sagradas dos judeus. Comentando 
sobre o mito grego de Eros e Psiquê, o autor de "Ocultismo e Eubiose”, Laurentus, observa 
que, à luz da iniciação, essa representação corresponde ao Espírito e Alma; essa, em busca 
daquele, tendo que, para isso, percorrer um caminho lento e doloroso qual a de outro 
personagem mitológico denominado Édipo. O encontro de Psiquê com Eros, "seu divino 
esposo”, ou da Alma com o Espírito, transcende as interpretações equivocadas da mente 
inferior, pois não se trata aqui de um amor carnal, mas de um divino amor, amor espiritual 
no mais sagrado interior da criatura humana, porque Eros (Cupido, no latim) alegoriza a 
faceta mais universal do Espírito, o Augoeides dos gnósticos, o Princípio Crístico, Átmico 
ou o Sétimo Princípio dos teósofos. Para os antigos gregos, séculos antes da era cristã, a 
imagem de eudaimonia referia-se à aspiração máxima da alma, ou seja, alcançar o estado 
da suprema felicidade pelo caminho da virtude, caminhoque possibilita encontrar a 
Divindade em seu interior. 
 
- Chit - 
É a onisciência como estado verdadeiro e total da consciência. Quando Chit se 
estabelece, a criatura humana, desperta, sintonizada com seu Deus interno, atinge o 
reservatório onde existe todo o conhecimento cósmico. Os sábios iniciados, verdadeiros 
Mestres, usaram, em todas as épocas, nos seus ensinamentos, a linguagem simbólica, 
com suas analogias e alegorias, sem sentido lógico para a mente comum do ser humano, 
pois o que eles alcançaram, pelas faculdades do Espírito, não tem como ser transmitido em 
linguagem usual e racional, para a qual esse conhecimento parece um absurdo. 
A linguagem de Chit manifesta-se nos profundos estados da quietude mental, o que 
pode ocorrer no evoluir das práticas seguras do processo iniciático ou mesmo após esgotar 
os recursos da mente concreta em busca de soluções para problemas de grande 
complexidade ou transcendência. 
 
- Sat - 
É onipotência, é todo poder cósmico. Imaginemos a força inesgotável emanada da 
Unidade de onde tudo surgiu, para termos uma ideia grosseira de Sat. São todos os 
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poderes cósmicos, os que garantem a gravitação, os que mantêm os corpos celestes em 
equilíbrio, os que mantêm a vida em todas as suas formas de evolução etc. 
Existem várias maneiras de conceituar a Divindade Manifestada, o Deus Único de 
todas as religiões, assim como pode ser apresentado por qualquer de uma de suas três 
facetas, como bem sintetizou o Prof. H. J. Souza, em um dos seus pensamentos na seleta 
do "Pequeno Oráculo”: "Deus é a energia cósmica, universal, que habita dentro de você e 
de tudo o que existe nos universos infinitos, dando-lhes vida e força (...)”. 
O tríplice aspecto divino encontra-se em toda criatura e, por isso, a criação permanece 
existente. Só por isso continuamos, nós e o nosso mundo, como todos os seres. Ele está 
desperto em ordem hierárquica e crescente desde o reino mineral até o reino hominal, onde 
caracteriza a individualidade na criatura humana e sustenta a singularidade da alma. Pela 
lei da analogia, a correspondência ternária da constituição da Divindade e da constituição 
do ser humano se reproduz em suas várias partes a começar pelo trinômio Corpo, Alma, 
Espírito, esse, em verdade, é uma tríade divina, a Tríade Superior assim compreendida: 
Ânanda é o princípio da Onipresença 
Chit é o princípio da Onisciência 
Sat é o princípio da Onipotência. 
Sendo assim, o homem como um microcosmo, similar em escala menor do 
macrocosmo, expressão da unidade-trindade divina, tem, em si, as possibilidades 
universais causadoras de todos os dramas da criação. 
Produto e semente da Divindade, para poder realizar a finalidade para a qual foi 
projetado no Infinito, o Espírito deve tomar uma individualidade mantendo-se a integridade. 
Para sua realização, aguarda a evolução da Alma. O Espírito é o impulsionador da Alma, 
por meio da "voz da consciência”, o mental intuído, tal como insinuado na inspirada obra 
de H. P. Blavatsky, "A Voz do Silêncio”. 
Todo ser humano tem dentro de si essa voz que lhe distingue o certo e do errado, 
conforme a capacidade de sua compreensão, tentando superar os impulsos negativos e 
estimular os positivos, construtivos, harmônicos. 
No entanto, a maioria dos seres humanos não entende seus sinais internos, os que 
procedem do fundo de suas Almas, de seus corações imateriais, e crê "serem tolices” esses 
sobreavisos, porque o que lhe convém, no momento, é apenas usufruir do prazer ilusório 
da existência, a todo custo, o que, por vezes, transgredindo Leis Universais e Naturais, 
suas tristes consequências terão ajustes sob o rigor da Lei do Karma, Lei de Causa e Efeito. 
A maioria da humanidade prefere obedecer ao exame do intelecto baseado nas aparências 
CURSO DE EUBIOSE 
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da vida, seguindo a lógica do imediatismo, ao invés de aguçar sua percepção baseada nos 
sinais de sua voz interior, respaldada por uma faculdade muito mais veloz que se manifesta 
em meio à quietude da sua mente, búdica, intuitiva, de linguagem própria como impulso 
bem determinado que aponta como um farol a direção mais segura, como eco que vem do 
íntimo, e compreensível segundo o grau de verdade alcançado por cada um. 
Por esse motivo, é sensato dizer que a criatura humana não precisa confessar seus 
erros a outros, esperando que deles proceda um julgamento confiável e seguro, mas tão 
somente deve expô-los a si mesmo. Se for capaz de discernir a "voz do Deus interior”, sem 
confundi-Ia com impulsos egoístas, falsas orientações, preconceitos ou superstições, não 
pode desejar melhor Conselheiro. Todo julgamento é baseado num estado de consciência 
e, dessa forma, ninguém está em condições de julgar ninguém. 
Alguém que se apoia no julgamento de outro está fadado a distanciar-se de suas 
bases interiores e corre o risco de ser levado por falsos caminhos, dentre eles, o da 
felicidade ou, melhor dizendo, o da pseudo-felicidade. É possível que, no início de uma 
caminhada, um apoio vindo em forma de sugestões ou esclarecimentos será necessário se 
procedente de uma fonte segura, cujos resultados práticos revelam sabedoria. Assim 
procedem os centros iniciáticos em auxílio aos seus discípulos, oferecendo seus 
ensinamentos para a libertação integral deles, ao invés de atrelá-los em dogmas, 
superstições, ameaças que os enfraqueçam internamente até sujeitarem-se a uma servidão 
fanática e medíocre. 
Os conhecimentos que são ministrados na Série Peregrino têm a intenção de 
direcionar os primeiros passos do árduo processo de realização da criatura humana, mas 
é indispensável pôr em prática esses saberes legados por outros, em estágios mais 
adiantados que o nosso, como, por exemplo, os ensinamentos que fundamentaram a 
mentalização do globo azul, o exercício respiratório e a ioga dos cinco elementos (os cinco 
tattwas ou forças sutis da Natureza). 
Aprender a guardar ou acumular informações pode ser muito interessante, do ponto 
de vista da erudição, mas pouco resultado se obtém para aquele que está decidido a 
transformar-se, a melhorar-se, sem perder de vista a felicidade para si e para todos que 
com ele convive. Para isso, todo seu esforço de readaptação ao meio cósmico, seja no 
micro ou macrocosmo, portanto, eubiótico, será uma decorrência da prática de seus 
saberes, atendendo o rigor das Leis que regem o Universo e a Natureza, incluindo a sua 
natureza humana. 
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Com a evolução, o que germina no ser humano é a sua consciência espiritual, que vai 
desabrochando à medida que se desliga progressivamente das amarras limitantes da 
matéria física, da vida cotidiana, das vicissitudes do mundo e do mundo ilusório liberta-o 
finalmente da roda de Samsâra, que, em língua sânscrita, tem o sentido de rotação, 
entendido no Hinduísmo como ciclo ou roda de nascimentos e mortes, o ciclo das 
reencarnações do ser humano no curso evolucionário. Ensina-se que, para essa libertação 
definitiva, o primeiro passo é nos conhecermos e descobrirmos a preponderância de nossas 
tendências positivas e negativas, para estimularmos umas e superarmos outras, em 
linguagem iniciática, as skandhas (ou skhandas) e as nidânas (em sânscrito). 
Skhandas são tendências positivas; são os impulsos que atendem à voz da 
consciência, para governar sentimentos e pensamentos, para modificar costumesobsoletos, para ir de encontro a algo sempre mais elevado que dignifique e enobreça a vida 
humana, para estabelecer o que é belo, bom e o que faz o bem, servindo à humanidade 
reconhecendo nela o próprio reflexo da Divindade. 
As nidhânas contrapõem-se àquelas e, na linguagem oculta do Oriente, são 
consideradas "as doze causas do sofrimento”, dentre as quais incluem-se os chamados 
"pecados capitais”, adotados nos ensinamentos cristãos. Estão impressas na natureza 
humana como tendências ancestrais, defeitos que se consolidaram pela repetição de erros 
ou "más ações” no ciclo das várias existências. No entanto, pode a criatura superá-las, 
como já propunha a maior autoridade conhecida do Râja-Yoga, Patañjali (700 a. C.), em 
"oito passos” disciplinares para o aperfeiçoamento do corpo e dos aspectos moral, mental 
e espiritual. 
A repetição dos atos negativos gera hábitos e vícios que consolidam as nidhânas, as 
quais se transmitem à próxima existência por intermédio dos chamados átomos 
permanentes. A voz interior que, nos alerta e orienta, quando não atendida porque optamos 
por nos deixar ser arrebatados pela força de alguma nidhânas, nada mais pode-se fazer a 
não ser tolerar o sofrimento, como fator de ajuste da Lei de causa e efeito ou lei do Karma. 
Entre as nidânas estão os sete pecados capitais: o orgulho, a inveja, a ira, a cobiça, 
a gula, a luxúria e a preguiça. Esse, por exemplo, está dentro de um grupo de nidâna 
denominada, em língua sânscrita, indra-nigraha-karma por ser expressa como preguiça, 
indolência, inércia passiva etc. 
Podemos dizer que as nidânas são aleijões da alma, defeitos ancestrais, falhas nas 
primeiras etapas da formação da natureza humana, todavia não são irreparáveis como 
certos defeitos físicos. É possível superá-las com a vontade e exercícios. Com algum 
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esforço podemos libertar-nos dos seus comandos, e isso não só adiantará a nossa 
evolução como nos aproximará do estado da verdadeira felicidade na medida em que nos 
interessamos e auxiliamos a humanidade no seu progresso material e espiritual. 
Skhandas são as virtudes; nidânas são os "pecados”, os defeitos, as mazelas que, 
uma vez dominantes, conduzem a criatura à degradação e ao prejuízo evolucional. 
Contudo, é direito da criatura rejeitar o comando de qualquer mazela e, desse modo, 
progressivamente afirmando sua determinação em melhorar, melhora também o meio onde 
vive, o que faz lembrar uma citação do Prof. H. J. Souza: "O discípulo evolui por seus 
próprios méritos e, a si mesmo transformando, transforma o mundo”. (Pequeno Oráculo), 
2ª ed.). 
A Lei Cármica, que nos parece ser fria, em verdade, ocorre em auxílio à evolução pelo 
ajustamento do ser por estar desequilibrado pelo predomínio das nidânas em relação às 
skhandas. Quando se diz que o discípulo evolui, é porque começou a se controlar e usar 
de seu direito em recusar ser dirigido pelo comando poderoso das nidânas, todavia, para 
isso conta com forças especiais, mais refinadas, ou superiores, que, atendendo sua retidão 
de pensamento, sua boa intenção, sua nobre aspiração, o auxiliarão nos momentos críticos. 
Tais forças constituem uma realidade disponível na natureza humana, sem a qual o 
predomínio do polo negativo, representado pelas nidânas, interromperia o curso 
evolucionário do ser. Aquelas supremas forças expressam-se nos chamados "Oito Poderes 
do Yogî”, despertos pela disciplina exigida no caminho do Râja Yoga, conhecido 
iniciaticamente como o dos "oito passos do Yoga de Patañjali”. A título de ilustração, dentre 
os citados "Oito Poderes”, está, por exemplo, o prâpti (em sânscrito): poder de transladar-
se de um lugar para outro, instantaneamente, por força da Vontade; poder, também, de 
transferir a consciência para qualquer ponto do corpo ou do Universo. 
O deslocamento instantâneo de um lugar para outro pode ser grosseiramente 
entendido, em sua expressão incipiente, num tópico sobre "exteriorização da sensibilidade 
e da motricidade” onde o desdobramento é comentado por Hector Durville, como fenômeno 
possível quando a consciência, agindo no sono, foi previamente e intensamente 
sensibilizada por um pensamento que tinha um alvo a alcançar, por exemplo, um ente 
querido ou alguém que necessitasse de seu auxílio. Observa aquele Autor que, apesar de 
se poder deslocar até à pessoa almejada, em "corpo astral” (veículo emocional), "a maioria 
de nós não conserva nenhuma lembrança dessa operação, que só é consciente para 
aqueles cuja evolução chegou a certo grau” ("Télépathie.Télépsychie”, Hector Durville,2ª 
ed., 1919). 
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AS FUNÇÕES DA ALMA 
 
Dos ensinamentos do sistema filosófico Yoga, um dos quatro estados da Alma 
humana denomina-se jâgrat (em sânscrito), o que para nós é a condição de vigília. É o 
estado em que estamos acordados e temos a consciência desperta para perceber o que 
há no exterior. Dessa forma, num simples vislumbre do olhar, vemos e captamos muito das 
impressões que estão ao nosso redor. Além desse estado, citam-se mais outros três: 
svapna (o estado de sono); suchupti (o sono profundo sem sonhos); o turîya, uma espécie 
de arrebatamento da Alma aos planos mais sutis do Universo, mantendo-se vinculada ao 
Corpo vivo, permitindo atingir o estado de elevada consciência espiritual, descrito por H.P.B 
em "A Voz do Silêncio”. 
A criatura humana comum ou que tem a consciência mais atrelada ao veículo 
emocional do que ao veículo mental não conhece o estado pleno de jâgrat, pois, embora 
acordado, está no plano físico frequentemente em uma espécie de sonolência. A sua 
consciência - que nessa condição podemos classificar de consciência física - está, na sua 
maior parte, subconsciente, imersa e condicionada à força dos hábitos, movida pelos 
desejos, sempre repetindo os mesmos movimentos não inteligentes, resistindo às 
mudanças em direção às fontes mais luminosas da razão. Exemplo disso é o fato de que, 
quando estamos trabalhando ou estudando, em vez de nossa atenção ficar presa ao 
trabalho ou ao estudo, ela desloca-se para longe, levada por algum desejo ou por alguma 
preocupação. Sri Aurobindo considera que, sendo o objetivo atual o da realização 
supramental (búdica, bimânica, dizemos nós), há uma urgente necessidade em preparar a 
consciência física de vez que os estímulos da exterioridade são predominantemente 
superiores aos da espiritualidade, mantendo-a atrelada aos movimentos do mundo exterior, 
como se para ela fosse a única realidade. Para aquele sábio indiano é para dentro dessa 
consciência material que se deve trazer primeiro as vibrações da Tríade Espiritual ("Em 
direção à Nova Consciência”). Contudo, há que se lembrar dos sábios ensinamentos 
iniciáticos que estabeleceram passos seguros para que a natureza humana receba as 
vibrações da consciência superior de modo a não desajustá-la mais ainda, condutas já 
referidas nas disciplinas preconizadas no Râja Yoga ou nos "oito passos de Patañjali”, o 
que, em resumo, dizem do preparo do corpo físico, intoxicando-o o mínimo possível, 
vitalizando-o com os exercícios prânicos ou respiratórios, aprendendo a recursar os 
comandos das mazelas, habituando-se a meditar sobre temas transcendentes, aprendendo 
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aprofundar-se na quietude da mente, interessando-se pelo progresso e pela felicidade da 
humanidade etc. 
No estado de jâgrat,a criatura humana, pelas janelas dos cinco sentidos 
(jñânaindriyas, em sânscrito), toma contato com o mundo físico, percebendo-o limitado a 
três dimensões. 
Todas as impressões assim captadas por intermédio do veículo vital, o duplo-etérico, 
e pela a ação dos tattwas, forças sutis que sustentam os sentidos e a percepção sensorial, 
atingem a Alma e, dessa forma, ela entra em contato com o mundo físico. Como 
consequência desse contato, a Alma reage da seguinte forma: 
- Se for algo que agrada, reage pelo prazer: "eu quero... eu gosto...” 
- Se for algo que desagrada, reage com repulsa: "eu não quero... eu não gosto...”. 
Nesse movimento primário de atração e de repulsão, o veículo emocional como parte 
da Alma adquire experiência e, aos poucos, convoca a mente inferior para o exercício de 
suas funções, dentre elas a de examinar. 
Da experiência obtida surge o conhecimento. Portanto, conhecendo aquilo com o qual 
tomamos contato, expandimos a consciência. Em princípio, pode-se dizer que a 
consciência é imortal. Suas bases no nosso interior nos dão sobreavisos, considerando seu 
acervo adquirido nas várias existências do ser humano, é algo que se amplia e nos guia 
primariamente por impulsos. Se, ao invés de limitar nosso contato precipitado pelo hábito 
de examinar, dermos chance à capacidade em perceber pelo "coração”, ou o que está no 
íntimo ou no âmago da nossa Alma, poderemos contar com um lampejo de intuição, do 
búdico, após o que, aí sim, aproveitaremos a faculdade do mental concreto para a 
observação, a análise e conclusão sobre o objeto do conhecimento. 
 A mente inferior ou concreta sob forte pressão da materialidade, dos estímulos da 
exterioridade, pode querer subordinar a consciência, o que contraria a lei universal da 
hierarquia, resultando, portanto, o desconforto interno ou desarmonia, porém, quando é 
essa, a consciência, que dá os primeiros sinais e é atendida, recupera-se o equilíbrio e a 
harmonia como condição ideal na criatura humana. 
Didaticamente, diz-se que a consciência na condição de vigília ou desperta no plano 
físico, quando estamos acordados, pode ser chamada de consciência física. Considerando 
a consciência em ação no campo dos sonhos, no estado onírico, quando dormimos, trata-
se da consciência psíquica. E, finalmente, além desses estados onde ela desperta nos 
diferentes períodos do dia, pode também despertar em planos mais sutis, arquetipais, 
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nascedouros de causas que deram origem ao Universo, nesse caso, trata-se da 
consciência espiritual ou superior. 
Ainda, como humanidade em geral, vivemos mais intensamente na consciência física, 
mais sensibilizados pelos estímulos exteriores do que pelos estímulos superiores ou sutis 
da Alma, reflexos das emanações do Espírito. 
Pode-se dizer que, pela lei da analogia, a consciência humana corresponde no 
microcosmo o que no macrocosmo é a Consciência Universal. E, pela mesma lei, pode-se 
admitir que haja também um subconsciente ou uma subconsciência cósmica, muito bem 
observado por Sri Aurobindo em seus comentários sobre a consciência física. 
Um aspecto importante expresso na expressão "estado de consciência” é que ela é 
utilizada para caracterizar o que a Antropogênese denomina raça, tema, aliás, muito bem 
resumido pelo Prof. H. J. Souza em sua obra "Os Mistérios do Sexo”. Desse modo, não é 
a cor da pele, nem o biotipo nem o temperamento que definem uma raça e suas sub-raças, 
mas, antes disso, é o estado de consciência como potencial humano desenvolvido em 
determinado período evolucional do gênero humano, expresso no grau de refinamento dos 
sentidos, dos saberes e dos costumes. À luz da Eubiose, reconhece-se que a Quinta Raça-
Mãe completará seu ciclo de existência com o surgimento de duas futuras sub-raças, a 
sexta e a sétima, também denominadas bimânica e atabimânica, respectivamente, com 
estado de consciência de seus componentes com muito maior grau de complexidade e 
universalidade do que é o dos dias atuais. 
A Alma tem por destaque as faculdades do mental concreto e as do corpo emocional. 
No atual estágio da evolução humana, ela adquire conhecimento à custa dessas 
faculdades, de modo ainda desgastante, e concorre para a expansão gradativa da 
consciência. Todavia, sabem os Grandes Mestres - como foram Krishna, o Budha, o Cristo, 
Maomé, Pitágoras, Lao-Tsé e tantos outros Grandes Iluminados - que a Alma humana pode 
ter um auxílio especial para seu aprendizado quando a Verdade lhe é apresentada pelo 
método da insinuação, ao invés da imposição de ensinamentos. Por outro lado, se a Alma 
aprender a se concentrar e a meditar, terá o máximo de aproveitamento sobre o 
ensinamento insinuado. Enquanto a concentração caracteriza-se pela fixação da atenção 
ao objeto de conhecimento, seja ele concreto ou abstrato, a meditação se caracteriza pela 
fluidez da corrente de pensamentos em torno do citado objeto. Grosso modo, meditar é 
como o desenrolar de um filme na tela, sem, no entanto, sair do tema. O poder da 
concentração auxilia o da meditação, e vice-versa. No livro "Magnetismo Pessoal”, do autor 
Hector Durville, pode-se ler: "A concentração é a arte de isolar-se das impressões do mundo 
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Módulo 5: O Homem 
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exterior para forçar a atenção a vencer a indiferença e a dominar, ao mesmo tempo, as 
forças físicas e psíquicas(...) é levar ao seu centro as forças dispersas, reunir toda nossa 
energia, fazer apelo a toda inteligência e vontade para vencer mais seguramente os 
obstáculos que poderiam impedir-nos de chegar ao fim almejado. É dar-se de corpo e alma 
ao que se faz, para fazê-lo melhor e mais rapidamente”. 
Denomina-se Dhâranâ o sexto anga (em sânscrito: parte) ou sexto grau, etapa ou 
passo do Râja Yoga divulgado por Patañjali com o fim de disciplina máxima do aspecto 
mental por meio da concentração. Há que se lembrar que o Prof. Henrique José de Souza, 
fundou no Brasil, em 1924, um núcleo de Fraternidade ao qual deu o nome de "Dhâranâ - 
Sociedade Mental - Espiritualista”, por determinação de uma das Confrarias Brancas do 
Oriente, conforme ele mesmo noticiou em sua "Mensagem de Dhâranâ ao Povo Brasileiro”. 
Essa passagem do acervo de saberes do Oriente para o Ocidente por intermédio daquelas 
Confrarias e organizações ocultas do Himalaia, constituídas por Adeptos, Nirvânis, 
Mahâtmâs, Jîvanmuktas, e tantos outros Seres sob a direção direta do Governo Oculto do 
Mundo, gerou impactos surpreendentes nos vários Ramos do Conhecimento Humano, 
dentre eles o das artes, muito bem representado pelo pintor russo Nicholas Roerich, 
indicado ao prêmio Nobel por duas vezes, autor do livro "No Coração da Ásia” e de 
maravilhosos e reveladores quadros como o "Burning of Darkness”, "Messenger of 
Shambhala”, "Treasure of the Mountain” e outras tantas famosas pinturas. 
Em artigo enviado pelo Prof. Francisco Valdomiro Lorenz à recém-fundada Sociedade 
- Mental-Espiritualista - da qual se tornou sócio honorário juntamente com H. Durville, A. 
Besant, Jean Bourgeat e outros luminares do círculo espiritualista - comentava-se que essa 
Instituição adotara por nome, "Dhâranâ”, palavra que em sânscrito procede da raiz "dar”, 
com o significado de segurar ou manter, raiz que também dá origem à palavra Dharma (o 
dever, a virtude). Sobre o uso da palavra Dhâranâ, naquele centro ou colégio iniciático, 
explicava tratar-se de um estado complexo do poder da mente e da Vontade: "intensa e 
perfeita concentração em algum objeto interno, com abstraçãocompleta de todo o exterior”. 
(rev. Dhâranâ nº 0, set/1925). 
Além de adotar métodos característicos de um centro iniciático, como o da insinuação, 
da concentração e da meditação em torno de temas de abordagem transcendente, o Prof. 
H.J. Souza, fundador da Sociedade Dhâranâ, juntamente com seus associados 
soergueram a Sociedade Teosófica Brasileira(STB) com os mesmos propósitos tentados 
por H.P.Blavatsky na América do Norte, contudo, atualizados e acrescidos de 
compromissos preparativos para o surgimento das sexta e sétima sub-raças da Raça 
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Ariana, tendo o Brasil como sede de há muito anunciado em ocultas tradições do Himalaia. 
Em seu livro "O Verdadeiro Caminho da Iniciação”, capítulo I, o Prof.H.Souza ofereceu 
inúmeros saberes para a real transformação no processo iniciático, abrangendo recursos 
para a readaptação com a Natureza, incluindo o sono; a alimentação segundo o 
temperamento e o equilíbrio dos humores; a posição da cama alinhada às linhas 
magnéticas da Terra; a defesa astral do ambiente do lar onde inclui-se a aplicação da 
Ciência dos Tattwas por meio das cores magnéticas(as mesmas da ioga dos cinco 
elementos) e tantos outros ensinamentos de imenso valor prático. Posteriormente, seus 
seguidores atualizariam a STB passando a denominá-la Sociedade Brasileira de Eubiose, 
adaptada às exigências da Era de Aquarius, para o início desse terceiro milênio, mantendo 
seus propósitos anteriores bem como o lema expresso no seu brasão - a citação latina do 
"Spes messis in semine” (a esperança da colheita está na semente) - que, por si só, fala da 
sementeira da nova civilização, nascedouro das sexta e sétima sub-raças da Quinta Raça-
Mãe. 
Dentre as Chaves do Saber, para apresentação do Conhecimento, estão aquelas que 
fazem uso da simbologia, uma vez que seus recursos têm a dupla vantagem de servir 
objetos de concentração e meditação e de proteger as pérolas da Sabedoria Divina diante 
das interpretações equivocadas e maliciosas da mente inferior. 
Para poder divulgar o Conhecimento Divino, a Sabedoria ou Ciência das Idades, uma 
vez que essa verdadeira e profunda Sabedoria não é possível ser bem explicada por meio 
da linguagem comum, a Eubiose lança mão de símbolos, como por exemplo, o que segue: 
 
O símbolo apresentado é para 
expressar o ser humano nos seus 
primórdios, ainda em sua formação 
como o da Terceira Raça-Mãe 
(Lemuriana), constituído dos princípios 
divinos (tríade superior) ligados 
diretamente aos terrenos ou veículos da 
natureza inferior (tríade inferior). Esse era o conjunto de sustentação do estado de 
consciência dos nossos ancestrais, muito mais espirituais do que humanos, todavia sem 
autonomia por estarem sujeitos aos comandos dos Pitris como seus Tutores, 
hierarquicamente superiores. 
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Depois dessa fase Lemuriana, o símbolo toma outro aspecto, dado que parte do 
mental foi concedido à criatura, ou melhor, introduzido entre o Divino e o Terreno. Vemos 
esse simbolismo na Bíblia, onde para Adão e Eva, representando a humanidade já dividida 
em sexo masculino e feminino, aparece a Serpente (que, no Oriente, tem o sentido de 
Sabedoria) e apresentando-lhes a maçã, em verdade, apresentava-lhes o fruto da Árvore 
do Conhecimento a ser conquistado pelo mental. Quanto à expulsão deles do Paraíso, 
pode-se dizer que resultou do desajuste do mental humano, ainda imaturo para a posse do 
Saber, e associado ao veículo astral ou emocional, sustentados por um Corpo muito mais 
impressionado pelos estímulos exteriores do que os interiores, acabou por afastar a criatura 
de seus princípios divinos, de seu Espírito. Autonomia e responsabilidade pelos seus 
próprios atos marcaram o início da humanidade propriamente dita, final da Terceira Raça-
Mãe e começo da Quarta (Atlante), com a divisão biológica do sexo e do surgimento da 
mente inferior, o mental concreto, discursivo e comparativo. 
As criaturas agora pensantes, no uso do livre arbítrio, distantes de sua natureza 
superior, perderam a identidade com os seres divinos que os dirigiam até àquela fase. 
Entretanto, em virtude da "falta de prática do uso do mental”, surgiu o erro; e, com o erro, 
o Karma como mecanismo natural do ajuste necessário à harmonia do TODO. O mental 
interrompeu o estado paradisíaco e lançou a criatura na busca do seu caminho pelos seus 
próprios esforços. 
Todavia, à criatura 
humana preservaram-se os 
princípios divinos 
componentes internos da sua 
Tríade Espiritual, comumente 
denominada Espírito, já que a 
Alma poderia agora contar 
com as faculdades que a 
possibilitariam adquirir 
informações por conta própria, 
advindo de seus empíricos 
esforços os vários Ramos do 
Conhecimento Humano, todos 
em busca da Verdade, mais particularmente representados nas ciências, artes, filosofias e 
religiões, embora que inspiradas de longe por Aqueles que nunca abandonaram a 
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humanidade em sua trajetória evolucionária. Pôde, assim, a criatura humana ganhar sua 
representação na linguagem dos símbolos, como o que segue, ou seja, dois triângulos 
entrelaçados tendo ao centro o "dínamo gerador de suas dores e alegrias: a mente”. (do 
Pequeno Oráculo”, seleta de pensamentos de H.J. Souza). 
 
O caminho, que poderíamos dizer seguro, seria 
o da divinização do mental e do emocional. Porém, o 
maior obstáculo para a divinização do mental, ou seja, 
para se ligar novamente à Tríade Espiritual é a 
resistência do próprio mental inferior, prisioneiro dos 
limites da natureza humana. Isto é o ponto crucial, 
sendo ingredientes dessa resistência os dogmas, as 
superstições, os temores infundados, os 
preconceitos, tanto religiosos quanto científicos, 
gerados pelo próprio mental inferior dos líderes, ídolos, autoridades e governantes por 
serem constituídos de uma natureza em que a faculdade de pensar condiciona-se, ainda, 
à enorme força dos desejos, sentimentos e impressões sensoriais, forte enlace entre o 
mental concreto e o veículo emocional, o kâma-manas e o kâma-rûpa, palavras sânscritas 
na linguagem esotérica do Oriente. 
Esse caminho cheio de entraves e armadilhas ainda é aquele que a Alma busca o 
Espírito, como na citação de Laurentus ("Ocultismo e Eubiose”): " ... a Psiquê mortal das 
lendas buscando às cegas um Eros, um esposo divino...”. 
Mas, após incessantes esforços, quando na criatura surgem as primeiras luzes do 
supramental, os primeiros lampejos do búdico ou da intuição, pode ela começar a perceber 
o equilíbrio entre "o bem e o mal”, entre o certo e o errado, e começa assim o discernimento. 
Grosso modo, no curso natural da existência, a dor força o ser humano a raciocinar e, onde 
termina o raciocínio pode auxiliá-lo os recursos da concentração e da meditação, sendo 
que a consciência se manifesta por meio dos lampejos da intuição. O mental quando bem 
usado, aliado à boa intenção, é o instrumento de que dispõe a criatura no atual estágio de 
evolução humana. "Nossa mente é como aparelho de rádio, que transmite nossos 
pensamentos e recebe os de outrem. Depende de nós fixarmos nossa mente numa elevada 
faixa de vibrações de bondade e de amor, para que só sejamos atingidos por pensamentos 
idênticos”. Nesses termos do Prof. H.J. Souza, reconhecemos que suas palavras insinuam 
outra característica, ou seja, é que nós evoluímosem conjunto, coletivamente, apesar de 
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preservadas as individualidades, nos influenciamos mutuamente, favorável ou 
desfavoravelmente, como se viu, por meio do poder do pensamento. 
o – O – o 
 
A CONSTITUIÇÃO EMOCIONAL-MENTAL DO SER HUMANO 
 
O veículo emocional da criatura humana é constituído de matéria astral também 
conhecida por kamásica, derivada da palavra sânscrita kâma, com o sentido de apego à 
existência, afã ou desejo. 
O veículo emocional é a sede das paixões, sentimentos e aspirações da criatura 
humana. 
No chamado ser humano pouco evoluído - e aqui não o confunda com o de menor 
progresso material - é do emocional que parte o impulso habitual para a ação, e não do 
mental já em nível razoável do discernimento. Observando as reações da natureza humana 
é difícil saber quando ela está agindo mais emocionalmente ou mais racionalmente. No 
entanto, o domínio esse saber pode auxiliar o interessado no equilíbrio de seus veículos e 
consequente harmonização do chamado quaternário inferior, a natureza humana 
propriamente dita, constituída de seus quatro veículos (mental concreto ou inferior; 
emocional ou astral; vital ou duplo-etérico; físico denso ou bioquímico) sem o que nossos 
esforços serão em vão para alcançarmos os limites do território do mental superior ou 
abstrato ( manas superior) e da intuição (buddhi), pontes para o Âtman. 
Com o termo astral, os Alquimistas da Idade Média designaram a matéria 
imediatamente menos densa do que a do Corpo (físico e vital), sendo conhecida dos 
clarividentes pela manifestação luminosa de seus componentes vibratórios, tal qual 
acontece nos movimentos siderais ou dos astros, associações naturalmente relacionadas 
até mesmo na terminologia (astral, astro, astrologia, astronomia etc.). 
Os sentimentos humanos plasmam-se na matéria astral e, aparentemente, aos olhos 
dos clarividentes apresentam-se como um campo vibratório colorido ao redor do Corpo. 
Forma-se um aura com cores cambiantes, variando em tons e nuances de acordo com o 
sentimento de baixas ou sublimes vibrações, conforme a predominância no momento. No 
aura da criatura, refletem-se as condições de suas naturezas humana e divina. O aura 
astral corresponde cerca de 1% do veículo astral, cuja maior parte está imerso nos veículos 
inferiores da criatura humana. Na percepção de um clarividente, o aura astral de um adulto 
pouco evoluído margeia o corpo físico até uns 25 centímetros de distância, sendo mais 
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largo num adulto de inteligência mediana, chegando a uns 45 centímetros. Em alguém 
evoluído que já alcançou respeitável grau de espiritualidade, o corpo astral expande-se por 
uma margem maior além das citadas, além de luzir cores de matéria astral mais sutil 
correspondente a seus subplanos superiores. Assim sendo, pode a criatura influenciar o 
meio onde vive pelas frequências vibratórias dos vários momentos de seu corpo astral ou 
emocional. Seus principais agentes (sensações, sentimentos, emoções, desejos, 
aspirações) são representados em formas e cores no aura astral, bem descritas em " A 
Natureza Secreta do Homem”, resenha de ensinamentos do Prof. H. J. Souza, organizada 
por membros da Sociedade Brasileira de Eubiose. A título de ilustração, nessa obra 
informa-se que o fenômeno descrito num instante de surpresa, se ela for de efeito 
agradável, o aura astral se tinge de cor azul-violeta, porém, ao contrário, se for 
desagradável, a coloração é em pardo escuro, e, nesse caso, observa-se a contração 
brusca do veículo mental inferior com repercussões nos demais componentes da natureza 
inferior da criatura expressas por palpitação cardíaca e outros sintomas desconfortáveis. 
Além das cores, há o fato da intensidade e da duração do fenômeno quando, por exemplo, 
uma emoção de qualidades superiores, que tem a intenção de reunir ou com características 
do polo espiritual do amor, que por algum motivo se apresenta, por ter vibrações de maior 
frequência, mais penetrantes e mais persistentes, acaba por predominar em forma e cor no 
"corpo astral” por mais tempo do que o das emoções de menor qualidade, mesmo após 
cessada a causa que a fez manifestar-se. Quanto ao formato geral do aura astral, há 
informações de que se aparenta ao de um ovo que contém internamente em seu eixo 
longitudinal todo o corpo humano, sendo que a porção apical ou superior é mais estreita 
que a base ou porção inferior. Porém, no ser humano mais evoluído, aquela ponta superior 
pode ser vista de modo mais largo do que se descreve no comum da humanidade. 
Coube aos pesquisadores Darget e Baraduc, citados por H.Durville em 
"Télépathie.Télépsychie”, a glória em demonstrar cientificamente no Ocidente as provas 
fotográficas das vibrações das emoções, bem como também dos pensamentos. Enquanto 
isso, no início do século XX, Bhágavan Dás publicava em seu livro "La Ciencia de las 
Emociones”, um tratado abordando desde o conceito até o nascedouro e destino das 
emoções. Para esse autor, etimologicamente a palavra emoção, de origem latina, é uma 
modalidade de moção ("impressão moral no espírito”), é o que nos move para nos 
aproximarmos de um objeto (concreto ou subjetivo) ou nos afastarmos dele. A palavra 
bháva, em sânscrito, tem o sentido que, no Ocidente, se dá à palavra emoção. Quando o 
sentido é de nos aproximarmos e nos unirmos ao objeto de identificação, esclarece o autor 
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que se trata de uma característica de emoções derivadas do polo do amor, no seu sentido 
mais transcendente; enquanto que as emoções, que representam a nossa repulsa àquilo 
que nos desagrada, originam-se do polo do ódio. A partir dessa polarização, o autor 
conceitua e distribui as emoções em relação ao grau de complexidade e de hierarquia entre 
as partes relacionadas. 
Vale a pena lembrar que o duplo-etérico, veículo vital, na sua pequena margem em 
torno da superfície corporal, dá ao clarividente a oportunidade de visualizar o que ficou 
conhecido, em linguagem esotérica, como "aura da saúde”, por revelar pela sua coloração 
e emanação um maior ou menor grau de saturação do prâna ou energia vital disponível no 
Corpo. Outra observação importante no veículo vital é a da existência de uma tela etérica 
como barreira intransponível para barrar as modalidades de energia que não devem 
impressionar as matérias do veículo astral nem do corpo físico, bioquímico. No entanto, 
corre perigo de rompê-la a criatura que sofre um acidente violento ou que faz uso abusivo 
do álcool e do tabaco, sem falar no uso de drogas ilícitas ou narcóticos. 
 Pelo que se vê, na natureza humana, os veículos inferiores funcionam 
sincronizadamente e um pequeno distúrbio em algum deles afetará os demais, como é o 
caso do vital e sua tela etérica, o qual pode ser beneficiado com hábitos sadios e pela 
prática sistemática da respiração simples em quatro tempos e a ioga dos cinco elementos 
(ou dos cinco tattwas), condutas úteis e coadjuvantes no manejo de algum incômodo ou de 
uma enfermidade. Sabe-se que, dos fatores que caracterizam o poder de uma ioga, estão 
o estado de quietude mental, da qualidade 
superior dos pensamentos e das emoções, e, 
nessas condições, aumenta-se no Corpo o poder 
de assimilar o prâna ou energia vital. 
O veículo astral não é exclusividade do ser 
humano. Ele existe também nos demais reinos 
da Naturezae em toda a criação. 
Assim, no reino mineral, a afinidade 
química, é uma expressão kamásica, ainda que 
pouco desenvolvida, do astral ou emocional. 
No vegetal, o astral revela-se como uma 
certa sensibilidade; e, no animal, como os 
instintos. Nas criaturas humanas menos 
evoluídas, embora portadoras de um mental que 
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as caracteriza distintas do animal, ainda assim predomina o astral, sediando desejos, 
prazeres, apegos e impulsos que determinam suas ações. Suas vidas são regidas pelas 
impressões da materialidade advindas do plano físico, limitando suas consciências na parte 
inferior do veículo astral. Agindo por força do desejo, está a criatura agindo por influência 
externa de algum estímulo que lhe ofereça prazer, o que difere do poder da Vontade, por 
ser essa um elemento que independe de estímulos exteriores. A Vontade tem em si 
lampejos do búdico ou da intuição, e ainda que incipiente na humanidade em geral, a muitos 
tem auxiliado quando manifestado como verdadeira Fé, gerando uma certeza que procede 
do âmago da Alma, pouco compreensível para o intelecto, mas que dá um rumo, um início 
de um caminho mais seguro. 
Por força da Lei de Evolução, as criaturas humanas mais desenvolvidas vão 
substituindo os desejos cegos, superando o círculo vicioso do prazer e dor, pelos princípios 
de uma Ética ou disciplina moral mais elevada capaz de deslocar gradativamente suas 
consciências para o veículo mental que, pela organização infinitamente menos rígida do 
que a dos outros veículos inferiores, busca aos poucos a participação do raciocínio para a 
decisão dos atos. Como esperado, mudanças ocorrerão no aura astral, as cores dos 
subplanos superiores do veículo emocional ganham mais destaque do que as dos inferiores 
e, assim, as tonalidades do azul, do rosa, do amarelo vão reduzindo a intensidade das 
correlacionadas às emoções da competitividade, do egoísmo, do medo, da malícia e outras 
correlacionadas às modalidades escuras do pardo, do cinza, do carmesim sombrio etc. 
Na constituição kama-manásica ou emocional-mental (inferior, concreto), reside a 
personalidade humana que uma vez burilada, divinizada pelos seus próprios esforços em 
atender aos princípios da Tríade Superior, passa a cumprir sua finalidade suprema ou de 
ser veículo para as manifestações do Espírito, do Ser Supremo e Imortal, da Divindade que 
habita no interior de toda criatura. Enquanto a personalidade não atingir o refinamento 
necessário para corresponder as funções do Espírito, continuará a criatura seu curso de 
reencarnações, como aquele que os orientais alegorizam na roda de Sansâra (ou Samsâra, 
em sânscrito) como ciclo de nascimentos e mortes. 
Quando em linguagem iniciática usa-se a palavra aura, tem-se o cuidado de tratá-la 
no gênero masculino por ser assim a sua origem na língua sânscrita. Desse modo, escreve-
se: o aura. 
 Todos os veículos do ser humano refletem-se em seus respectivos auras, e não será 
diferente para o veículo mental inferior ou do mental concreto atrelado ao veículo emocional 
ou astral. Sendo assim, pode-se dizer que esse veículo da inteligência também 
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denominado, em língua sânscrita, manas-rûpa, imerso nos veículos mais densos da 
criatura, ultrapassa os limites do corpo físico constituindo o que se pode chamar de aura 
mental, distribuído longitudinalmente no formato ovoide. Os movimentos incessantes de 
seus componentes são de maior velocidade do que os do veículo astral. Circulam nele o 
que chamamos de pensamentos, que, como as emoções no veículo astral, se apresentam 
com formas, luminosidade e cores, distribuídos em sub-planos inferiores ou superiores 
conforme suas qualidades. No livro "Os Mistérios do Sexo”, há registros que nos levam a 
concluir sobre a forte relação existente entre as reações do veículo mental e a diversidade 
dos sons. O Autor, do citado livro, em outra obra, considera que "Ouvir uma sinfonia é 
proporcionar imensa energia mental ao humano cérebro”. (Pequeno Oráculo). No 
supracitado livro, o Prof. H.J. Souza descreve sobre os principais agentes do veículo mental 
concreto: os pensamentos. Comenta sobre a natureza, a vitalidade e a matéria que os 
produziu, as leis que, no plano mental, regem seus efeitos, inclusive a formação dos 
egrégoras, do transporte de mensagens e outras modalidades vibratórias. Chama atenção 
sobre as cores e formas características resultantes da execução musical de grandes 
clássicos eruditos como, por exemplo, uma "ouverture” de Wagner, capaz de fazer um 
clarividente constatar no plano mental uma imagem semelhante a "um grupo de majestosos 
edifícios de paredes e telhados resplandecentes”, assim como a audição de uma "fuga” de 
Bach produz um quadro com uma " infinidade de riachos paralelos e multicoloridos”. Em 
seu artigo "O que é Intuição”, o Autor citando Beethoven, escreve: "A Música é uma 
revelação muito mais sublime do que toda Sabedoria ou Filosofia”, e, em outro trecho: "A 
Música teve sempre domínio sobre as almas. Porém, Beethoven e Wagner chegaram a ser 
os maiores magos no manejo desse Poder Colossal, que extasia as almas e as conduz 
pelas regiões sublimes do Espaço, em busca de sua Origem!”. 
Apesar da incessante e rápida movimentação da matéria mental, ela apresenta-se 
organizadamente distribuída de forma segmentar, o que está sendo correspondido na 
evolução e desenvolvimento do cérebro humano. Na humanidade em geral, pela razão de 
seu estágio evolucional, nem todos esses segmentos ainda tem seus correspondentes 
cerebrais desenvolvidos na mesma intensidade e, portanto, certas impressões, ideias, 
pensamentos não terão o mesmo grau de clareza para todos. Quanto à organização do 
mental inferior, considerando os registros da obra "A Natureza Secreta do Homem”, pode-
se concluir que esse veículo é dotado de um elemento representativo, uma partícula da 
mesma matéria mental a que se chamou de "átomo permanente mental”, portadora das 
experiências que a consciência pode ter adquirido utilizando veículo semelhante em 
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existências anteriores. Não sendo as criaturas humanas iguais em número e experiências 
de vidas passadas, são também diferentes seus "átomos permanentes”, condicionantes 
das tônicas, disposições, tendências, temperamentos, e outros traços que definem a 
singularidade da Alma. 
Tem o veículo mental concreto (ou mental inferior) como funções principais as que 
permitem a consciência expandir-se utilizando os pensamentos, mesmo que ainda 
processados pelos limitados recursos do intelecto, além disso, conseguir assimilar e 
armazenar os resultados das experiências adquiridas em cada existência na vida terrestre 
transmitindo-as em síntese ao plano búdico, em algo organizado de natureza divina, 
indestrutível, imortal denominado corpo causal da criatura humana. Com um veículo mental 
um pouco mais refinado, pode a criatura beneficiar-se das emanações inspiradoras e 
pacificadoras de corpos mentais de Seres em estágios evolucionários mais avançados, 
como o fato de alguém mais adiantado, um verdadeiro mestre, por exemplo, poder ajudar 
seus discípulos "pensando constantemente neles”, auxiliando-os assim muito mais do que 
lhes dirigindo a palavra ("A Natureza Secreta do Homem”). É sabido que um dos fatos mais 
extraordinários do mental humano é o de poder transmitir e captar pensamentos,mas nesse 
fenômeno também transportam-se vibrações de sentimentos e energia vital, o que não se 
limita apenas em conceituá-lo como telepatia, mas algo que transcende, como se estuda 
na ciência do magnetismo humano, capaz de até mesmo curar um enfermo à distância, por 
ter aí um agente de especial valor: a Vontade do emissor, capaz de direcionar esse fluxo 
magnético que, na sabedoria oculta do Oriente, foi conhecida por "Kundalini Shakti” ("Os 
Mistérios do Sexo”). Alguns autores europeus ousaram desbravar esse terreno, resultando 
em verdadeiros tratados para pesquisas de ciências futuras. Dentre suas obras, citemos: 
de Alphonse Bué, "Magnetismo Curador”; de Hector Durville, "Magnetismo Pessoal” e 
"Télépathie.Télépsychie” (ainda não traduzida em português); de Henri Durville, "A Ciência 
Secreta, vol III”. 
Por quietude mental, preliminar de procedimentos complexos do mental concreto, 
entende-se como sendo um certo controle no fluxo de pensamentos que incessantemente 
entram e saem desse veículo da natureza humana. Sri Aurobindo descreve-os como 
"viajantes que aparecem e passam, vindo de algum lugar” e que a mente inferior apenas 
os observa, mas complementa o Autor que se pode ir além dessa passividade, banindo do 
cenário aqueles que forem intrusos, indesejáveis, como num vaso em que, após esvaziado 
de conteúdos inúteis, se toma o cuidado de preenchê-lo "com coisas novas, verdadeiras, 
certas e puras”. ("Em direção a nova Consciência”). Dentre os procedimentos complexos 
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que a quietude favorece a mente inferior(mental concreto) está o da concentração, 
lembrando-se das palavras de Annie Besant, citadas por Hector Durville na obra 
"Télépathie.Télépsychie”: "Quando um homem concentra seu espírito, seu corpo se coloca 
num estado de tensão, mas o sujeito não percebe; é involuntário de sua parte(...) Este 
resultado de certo estado de espírito pode ser observado em muitos casos insignificantes: 
um esforço de memória faz franzir a testa, os olhos tornam-se fixos, as sobrancelhas 
abaixam-se (...) Durante séculos, o esforço da mente foi seguido por um esforço do corpo 
(...) Quando a concentração começa, o corpo, segundo esse hábito, segue o espírito e os 
músculos tornam-se rígidos ao mesmo tempo que os nervos se tensionam; daí uma grande 
fadiga física, o esgotamento muscular e nervoso, as dores agudas de cabeça que têm fortes 
chances de produzir-se durante a concentração; na sequência, muitas pessoas são 
tentadas a renunciar, pensando que esses efeitos nefastos são inevitáveis”. Conhecem os 
estudiosos da Eubiose que umas das recomendações do Prof. H.J. Souza é que, sendo a 
concentração um processo que ocorre no mental concreto é importante não se manter 
numa atenção contínua mais de cinco ou dez minutos. Um esforço maior fatigaria o cérebro 
e traria uma sensação de obscuridade e estonteamento, sinais que o avisam do perigo que 
se corre ao fazer na matéria dos diversos veículos mudanças muito rápidas. 
Complementando essas considerações há o fato de que ao se fazer qualquer exercício de 
concentração, estando o corpo físico tenso, pode haver impedimento no fluxo das forças 
espirituais, além de fatigar mais ainda o corpo. Portanto, é racional que se recomende ao 
interessado em práticas que convocam esse esforço mental ter como hábito cotidiano o de 
relaxar também o corpo físico em algum momento do dia, assim como adotar outros 
cuidados correlatos sugeridos na resenha de "A Natureza Secreta do Homem”. 
Considerando que os fundamentos da Sabedoria Milenar transcendem os limites 
impostos pela mente inferior (mental concreto) condicionada aos seus cinco incompletos 
sentidos, é de se compreender que a Verdade apresentada à Alma exige outros alicerces 
do Saber. No entanto, existe uma íntima correlação daquela Sabedoria com os saberes 
humanos, podendo considerá-la uma Sabedoria Troncal de onde derivaram os vários 
Ramos do Conhecimento Humano, aqui, resumidos nas palavras de H.J. Souza: "Ciência, 
Religião, Arte e Filosofia são apenas quatro caminhos para o homem chegar à 
compreensão do Todo, da Unidade de que faz parte”. Do mesmo Autor, segue que "O 
cientista que raciocina segundo o plano da percepção dos sentidos é o que se acha mais 
afastado do reconhecimento da verdade, porque toma todas as ilusões produzidas pelos 
sentidos como realidades e repele as revelações de sua própria intuição. O filósofo, incapaz 
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de perceber a verdade, procura adquiri-la por meio da inteligência, podendo dela aproximar-
se até certo ponto. Só aquele que adquiriu a condição consciente da verdade, 
reconhecendo-a por percepção direta, a ela se acha intimamente unido e não pode 
absolutamente enganar-se”. (“Pequeno Oráculo”, seleta de pensamentos de H.J. Souza). 
Nem tudo se resolve com o concurso do mental inferior, mesmo dotado de um intelecto 
bastante treinado, porém ainda condicionado aos sentidos focados na exterioridade e 
atrelado às sensações, aos desejos, aos impulsos do veículo emocional. Com esses dois 
veículos, o mental inferior e o emocional ou astral, tem-se uma noção do que podemos 
denominar Alma na constituição da criatura humana. Contudo, percebe-se que um terceiro 
elemento é decisivo para a direção de certas funções da Alma, trata-se do que 
denominamos Vontade, da qual um pálido reflexo no veículo emocional constitui o que 
chamamos de desejo, com a diferença de que esse, ao contrário daquela, surge 
condicionado aos estímulos exteriores, ou seja, do Corpo e do meio onde se vive. Portanto, 
diz-se que são exteriores porque não procedem do interior da Alma, nem tampouco do 
Espírito. Todavia, para orientar rumos seguros da Alma, está presente nela a Vontade, 
trazendo, em si, traços da Tríade Espiritual da natureza divina da criatura humana. Desse 
modo, quando impera mais a Vontade do que o desejo, é sensato dizer que há mais chance 
para a expansão da consciência, há mais chance para transcender os limites do eu-pessoal, 
sustentado pelo fundamento ilusório da auto-identidade, o princípio de Ahankâra (em 
sânscrito). O desenvolvimento do poder da Vontade se faz na ação, nos procedimentos 
que exigem disciplina incondicional ou dispensando recompensas prazerosas como são as 
procuradas pelos desejos. Dentre esses procedimentos incluem-se as iogas ou práticas 
seguras respaldadas pela Sabedoria Iniciática das Idades. 
Tendo agora um detalhamento maior do que denominamos Alma, didaticamente 
vamos explorar uma proposta divulgada na conclusão do artigo "O que é Eubiose”, de 
Lorenzo Paolo Domiciani (rev. Dhâranâ nov/fev,1955). Considerando os três fundamentais 
poderes da Alma, o Autor sugere subdividi-los hierarquicamente em três níveis, resultando 
daí nove atributos para os quais a Eubiose especializa-se em atender as necessidades 
evolucionárias de cada um deles. E tudo isso, nas palavras do autor, "para que a alma 
humana receba todo o desenvolvimento de que é capaz, e, desse modo, possa descobrir, 
outros tantos caminhos para a felicidade, pois, é este, enfim, o término de todos os esforços, 
para não dizer, desde logo, a Meta final das coisas...”. Em resumo, são esses os atributos: 
pré-vontade, auto-vontade, supra-vontade; pré-inteligência, auto-inteligência, supra-
inteligência; pré-emoção, auto-emoção, supra-emoção. Há que se dizer que os atributos 
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