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As teorias sobre aprendizagem humana passaram por diferentes configurações teóricas assim como 
na história da Psicologia em geral. Podemos dizer que existem teorias ou escolas de pensamento em 
Psicologia da Aprendizagem, cada qual com seus teóricos e idéias diversas. De um modo geral 
todas podem ser agrupadas em três enfoques principais: o racionalismo, o empirismo e o 
construtivismo.
O racionalismo postula sobre a irrelevância da aprendizagem. Inspirados nas concepções de Platão 
(mito da caverna) acreditam que existem idéias inatas (que já nascem com o indivíduo) que são a 
origem de todo o conhecimento. Assim aprender torna-se inócuo já que temos toda a configuração 
previamente em nosso organismo. 
O empirismo de forma contrária acredita que a origem do conhecimento está na experiência 
sensorial, a partir da formação de idéias pela associação entre imagens proporcionadas pelos 
sentidos. Inspirados nas idéias de Aristóteles de que a experiência e a experimentação é que formam 
o conhecimento sobre algo e na concepção de Locke da “tabula rasa” os empiristas afirmam que o 
conhecimento não é algo já inato, e sim aprendido na relação do homem com o ambiente em que ele 
vive. 
O construtivismo por outro lado acredita que o “conhecimento é sempre a interação entre a nova 
informação que nos é apresentada e o que já sabíamos, e aprender é construir modelos para 
interpretar a informação que recebemos” (POZO, 2002, p. 48). O construtivismo acredita que a 
estrutura psicológica não é predeterminada como herança genética e que esta estrutura psicológica é 
produto da experiência.
A aprendizagem para os construtivistas é sempre construção e não mera réplica da realidade. 
Aprendemos a representar modelos, mas não cópia. Nunca há conhecimentos verdadeiros, 
absolutos, tudo depende de nossas metas. 
Para o racionalismo, nosso conhecimento é só reflexo de estruturas inatas e aprender é 
atualizar o que desde sempre, sem sabê-lo, sabemos. Para o empirismo nosso conhecimento é 
só reflexo da estrutura do ambiente e aprender é reproduzir a informação que recebemos. 
Para os construtivistas aprender é um processo ativo que envolve a construção por parte do 
sujeito de um conhecimento a partir de sua interação com os objetos. 
A teoria racionalista inspirou o movimento inatista que teve como principais teóricos àqueles que 
tratavam a aprendizagem em termos maturacionais. Os teóricos inatistas apostam que a maturação é 
que explica como o indivíduo aprende. A maturação é compreendida como um conjunto de 
respostas comportamentais que se diferenciam por serem: 
a)Universais da espécie; 
b)Apresentam uma seqüência rigorosamente ordenada; 
c)Não dependem de treino ou exercício. 
Por outro lado o empirismo influenciou as teorias behavioristas, e o construtivismo se fez presente 
nas concepções cognitivistas, gestaltistas e fenomenológicas. 
CONCEITOS SOBRE APRENDIZAGEM 
BEHAVIORISTA Aprendizagem como aquisição de respostas
COGNITIVISTA Aprendizagem como aquisição de sinais ou formação de mapas 
cognitivos
FENOMENOLOGICA Aprendizagem como forma de ampliar o modo do ser no mundo 
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Juliana
Realce
Juliana
Realce
(fenomenológica).
GESTALT Aprendizagem como processo pelo qual se efetuam reestruturações 
perceptuais
PERSPECTIVA BEHAVIORISTA
O pensamento behaviorista é marcado pela máxima de que todo comportamento pode ser descrito 
em termos de estímulo-resposta. Baseados na teoria de causa e efeito das ciências naturais os 
behavioristas acreditam que para todo estímulo (como uma luz incidindo sobre o olho, por 
exemplo) ocorre uma reação do organismo (no caso da luz a contração da pupila). O estímulo assim 
sempre provoca uma resposta que pode ser uma resposta reflexa como neste exemplo citado, ou 
uma resposta aprendida como no caso de sair correndo quando um ladrão se aproxima para roubar 
sua bolsa.
As respostas aprendidas são entendidas como condicionadas. Para os behavioristas no princípio 
você não correrá do assaltante sem antes ter tido uma experiência semelhante. Assim, você precisa 
aprender este comportamento de correr. Este aprendizado ocorre por meio da associação mental que 
une as duas imagens: ladrão + perigo = devo correr. Esta associação mental pode ocorrer sem você 
ter passado efetivamente pela situação, mas nunca sem que você compreenda o perigo da situação. 
Além disto, os comportamentalistas também acreditam que caso haja o reforço, a aprendizagem 
será mais bem sucedida e o comportamento pode se repetir. Usando outro exemplo, caso você vista 
uma roupa e seu (ou sua) namorado(a) lhe elogia dizendo – “nossa como você fica bonito(a) com 
esta roupa! “ A tendência é de que você volte a usar a roupa para ter o elogio novamente. Este 
mecanismo é conhecido de reforçamento positivo. O reforço positivo aumenta a probabilidade do 
comportamento voltar a ocorrer. Existe ainda o reforço negativo que é quando não há o elogio, e 
existe ainda a punição que é quando você é punido ou castigado por usar aquela roupa. O reforço 
negativo e a punição levam a extinção do comportamento. De um modo geral, os behavioristas 
acreditam que para explicar a aprendizagem (do comportamento de correr, de usar alguma roupa ou 
de escrever, aprender matemática, atravessar uma rua, etc...) se deve enfatizar as condições 
ambientais como forças propulsoras desta aprendizagem. 
O ambiente fornece as condições para que o indivíduo aprenda e a aprendizagem é conexão entre E-
R (estímulo-resposta). A aprendizagem ocorre pelo reforçamento de conexões recepto-efetuadoras 
inatas ou formação de novas conexões desse tipo. 
Existem algumas aprendizagens que se utilizam aspectos inatos como, por exemplo, o piscar de 
olhos diante de um estímulo forte (acima citado). Este tipo de comportamento, também chamado de 
reflexo ou respondente não é algo aprendido e sim inato (já nascemos com este comportamento), 
mas pode ser condicionado através de associações mentais. Utilizando um exemplo: caso repita-se 
sucessivamente a luz fortemente nos olhos associada a uma campainha tocando, quando a 
campainha tocar você automaticamente fecha os olhos. Assim o olho “aprende” a se comportar 
desta maneira diante da campainha, este processo de aprendizagem é chamado pelos behavioristas 
de condicionamento. Como se trata de um comportamento reflexo que foi aprendido (ou 
condicionado) o condicionamento leva o nome de condicionamento clássico. Outros exemplos de 
comportamentos reflexos que podem ser condicionados são a sudorese, o batimento cardíaco, 
salivação, e outros comportamentos que podemos chamar de não volitivos.
Outro tipo de aprendizagem se utiliza comportamentos aprendidos como, por exemplo, o sair 
correndo do ladrão (acima citado). Este tipo de comportamento é chamado de comportamento 
operante, por ser volitivo (ou seja, depende da vontade do indivíduo). O comportamento operante 
(como correr, andar, escrever, aprender matemática, falar, etc.) pode ser condicionado através de 
associações mentais também. O indivíduo pode aprender a escrever mediante estímulos ambientais 
e também reforços sucessivos que o incentivam a aprender este comportamento. Este processo de 
aprendizagem é chamado pelos behavioristas de condicionamento operante porque se trata de um 
comportamento operante que foi aprendido (ou condicionado). Outros exemplos de 
comportamentos operantes que podem ser condicionados são: dançar, ler, nadar, tocar um 
instrumento e outros comportamentos que podemos chamar de volitivos.
O comportamentalismo encara a aprendizagem como processo associativo (associacionismo) ou 
teoria da cópia – conhecimento como cópia da estrutura real do mundo. Aprender na teoria da cópia 
é reproduzir a realidade. Os processos de aprendizagem são universais (positivismo). “De acordo 
com os ideais do positivismo lógico, compartilhados pelo comportamentalismo, toda aprendizagem,animal e humana, pode se reduzir a umas poucas leis objetivas e universais” (POZO, 2002, p. 45). 
Robert Gagné é um dos expoentes da teoria de aprendizagem behaviorista. Este teórico acreditava 
que a aprendizagem deveria ser estudada por seus componentes: 
1)os resultados da aprendizagem; 
2)as condições da aprendizagem; 
3)os eventos de instrução. 
De um modo geral todos estes aspectos funcionam segundo a lógica de que a aprendizagem ocorre 
por meio de associação de estímulos e que deve haver uma hierarquia nos conteúdos da 
aprendizagem já que alguns exigem maior complexidade e outros são mais simples. Este autor diz 
que é necessário compreender que algumas capacidades são necessárias como prévias para que 
outras se desenvolvam e por isto a seqüência do que ensinar deve ser respeitada considerando a 
faixa etária do indivíduo e seu nível de conhecimento.
Além de Gagné, Watson e Bandura também são teóricos behavioristas que escreveram sobre a 
aprendizagem.
O pensamento behaviorista é marcado pela máxima de que todo comportamento pode ser 
descrito em termos de estimulo resposta. 
O ambiente fornece as condições para que o indivíduo aprenda e a aprendizagem é conexão 
entre E-R (estímulo-resposta). A aprendizagem ocorre pelo reforçamento de conexões 
recepto-efetuadoras inatas ou formação de novas conexões desse tipo. 
A perspectiva behaviorista da aprendizagem acredita que aprendemos por meio de estímulos 
e reforços que produzem respostas de aprendizado de comportamentos respondentes ou 
operantes. 
PERSPECTIVA COGNITIVISTA 
O pensamento cognitivista tem como prerrogativa entender os elementos cognitivos (tais como a 
memória, atenção, percepção, inteligência) envolvidos no processo de aprendizagem. Para os 
cognitivistas a aprendizagem é um processo de relação do sujeito com o mundo externo e tem 
conseqüências no plano da organização interna do conhecimento (organização cognitiva). 
Aprendizagem é o processo de organização interna (na estrutura cognitiva) das informações do 
mundo externo. Temos alguns teóricos expoentes do pensamento cognitivista – David Ausubel, 
Bruner, Jean Piaget e Vygotsky sobre os quais falaremos a seguir.
DAVID AUSUBEL
O teórico David Paul Ausubel desenvolveu a teoria da Aprendizagem Significativa. Esta teoria 
criticava exatamente a aplicação mecânica na escola dos resultados encontrados em tarefas não 
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significativas e no laboratório adotadas pela Psicologia Behaviorista que reduzia toda explicação na 
relação S-R. Dessa forma, descreveremos as principais características desta teoria para melhor 
compreensão, como segue:
Ausubel propõe que a aprendizagem seja dividida em duas vertentes, Aprendizagem Mecânica e 
Aprendizagem Significativa, sendo esta uma oposição àquela e o seu objeto de estudo.
Aprendizagem Mecânica - é considerada como a aprendizagem de novas informações com pouca 
ou nenhuma relação com conceitos relevantes existentes na estrutura cognitiva do aprendiz. 
Contudo a aprendizagem mecânica é necessária para fornecer ao aprendiz informações mínimas 
necessárias para posteriormente iniciar o processo de aprendizagem significativa. Caracterizando 
um processo “continuum”.
Aprendizagem Significativa - Esta teoria de aprendizagem prima pela assimilação de novas 
informações significativas pelo aprendiz, que vêm alterar os seus conceitos anteriores, uma vez que 
as novas informações possuem algum grau de significado em relação a estes conhecimentos 
prévios. 
Para Ausubel, o armazenamento das informações no cérebro humano é organizado de forma 
hierárquica conceitual. Os conceitos específicos são integrados a conceitos gerais pelo processo 
chamado de reconciliação integradora. Também os conceitos mais gerais possuem várias 
especificidades que são diferenciadas no processo denominado de diferenciação progressiva. O 
conhecimento ocorre por meio da relação contínua e interativa entre conhecimentos novos e os 
conhecimentos prévios do sujeito.
A aprendizagem significativa pode ser adquirida pelas seguintes formas: descoberta, recepção e 
subsunção. 
A aprendizagem por descoberta – como o próprio nome diz ocorre quando o indivíduo descobre 
de forma espontânea (como uma surpresa) o conhecimento. 
A aprendizagem por recepção - é quando o aprendiz recebe todas as informações de forma 
acabada, sendo necessário somente a sua assimilação e reprodução quando solicitado. Esta é a 
forma de aprendizagem relevante para Ausubel, já que sua teoria de ensino tem como ambiente de 
aplicação à sala de aula, por meio da linguagem e interação dos educadores que devem usar os 
organizadores prévios (conhecimentos anteriores dos alunos que os ajudem no novo conhecimento). 
A aprendizagem por subsunção - ocorre quando os conhecimentos obtidos pelo aprendiz têm 
como ponto de partida os seus subsunçores, ou seja, os conhecimentos prévios.
Ausubel também teorizou sobre o esquecimento, segundo ele o esquecimento ocorre quando as 
novas idéias não podem ser dissociadas das idéias que lhes sirvam de base. Estas novas idéias 
tendem a ser reduzidas às mais estáveis, ou seja, às idéias de base, sendo assim descaracterizadas. 
Ausubel indica que na Aprendizagem Significativa existem conexões entre as novas idéias e as 
existentes dificultando o esquecimento, o mesmo não acontecendo com a Aprendizagem Mecânica, 
que possui apenas associações, provocando o esquecimento freqüentemente.
Ausubel explica que na aprendizagem ocorrem dois processos importantes (já citados 
anteriormente): a Diferenciação Progressiva e a Reconciliação integradora.
Diferenciação Progressiva - é o processo de aprendizagem obtido através do conhecimento de 
conceitos e suas diferenças. Esta forma de aprendizagem define uma organização cada vez mais 
hierárquica, fazendo o conhecimento fluir de cima para baixo (do mais complexo conteúdo ao 
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menos complexo ou mais simples) na estrutura cognitiva.
Reconciliação integradora - Este processo caracteriza-se pelo estabelecimento de relações entre as 
idéias cognitivas, obtendo-se a partir desta relação uma reestruturação de forma a integrar o que já 
se sabe com o que se aprendeu no momento. 
Mas para que este processo ocorra é necessário que o docente faça uso de recursos que Ausubel 
definiu como sendo os Organizadores Prévios e Avaliação. 
Os Organizadores Prévios - são a referência inicial aos aprendizes, pois tem a função de transferir 
o conceito de forma mais ampla e necessária possível a partir do que o aluno já sabe, prevendo uma 
preparação do aprendiz para as novas informações. Os organizadores agem como uma ponte de 
inclusão entre o novo material de aprendizado e as idéias existentes relacionadas. 
A Avaliação – serve de amparo, manutenção e renovação e aprimoramento do aprendizado.
Em suma, ao se utilizar a teoria de Ausubel tendo como ferramentas a aprendizagem mecânica e 
significativa pelas formas de descoberta, recepção e subsunção, através dos processos de 
diferenciação progressiva e reconciliação integradora por meio de organizadores prévios, resulta em 
umaavaliação consistente que auxiliará no aprimoramento do ensino. 
Ausubel ficou conhecido por sua teoria sobre a aprendizagem significativa. Na sua 
concepção o que o indivíduo aprende deve ter significado para ser melhor retido pela 
memória. 
Ausubel propunha a idéia de existem dois tipos de aprendizagem: a mecânica e a 
significativa. O indivíduo pode aprender por descoberta, recepção ou subsunção. No 
processo de aprendizagem existem os seguintes componentes: a diferenciação progressiva e a 
reconciliação integradora. Para uma boa aprendizagem é necessário se atentar para a 
criação de organizadores prévios e avaliações consistentes. 
BRUNER
Bruner foi um dos teóricos que introduziu as teorias construtivistas no estudo da aprendizagem 
humana. Os construtivistas acreditam que a aprendizagem ocorre através de uma relação ativa do 
sujeito com o objeto de conhecimento. Por exemplo: não adianta o indivíduo querer aprender a 
tocar violão sem nunca interagir com o objeto violão, e isto serve para o aprendizado de línguas 
estrangeiras, matemática, e demais conhecimentos.
Bruner teorizou que a aprendizagem é um processo ativo que o indivíduo desenvolve por meio de 
uso dos seus conhecimentos prévios e por isto é importante para os educadores que considerem o 
aprendiz como capaz de ativamente promover sua aprendizagem através de ajuda. 
Os fatores que influenciam a aprendizagem podem ser internos e externos. Brunner descreve dentre 
eles: saúde física e mental, motivação, conhecimentos prévios, maturação, inteligência, 
concentração ou atenção e memória. Para ele as funções necessárias para aprender são: atenção, 
percepção, coordenação visomotora, ritmo, análise e síntese visual e auditiva, habilidades visuais, 
auditivas, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial e temporal, memória, linguagem, 
pensamento. A teoria deste autor abriu caminho para as mais conhecidas teorias sobre 
aprendizagem, a teoria piagetiana e vigotskiana.
JEAN PIAGET 
Piaget é chamado ora de cognitivista, ora construtivista ou ainda interacionista. Ele é chamado 
cognitivista, pois seus escritos sobre aprendizagem e inteligência são baseados na concepção de 
que é preciso entender estes aspectos psíquicos a partir da relação com os processos cognitivos (a 
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memória, atenção, percepção, inteligência, etc). O termo construtivismo é aplicado a este autor 
porque ele defende, assim como Bruner, que o aprendiz não é passivo no processo de 
aprendizagem. Para Piaget o indivíduo constrói sua aprendizagem num processo ativo de interação 
com objeto de conhecimento. Piaget é chamado também de Interacionista, pois acredita que a 
interação dos fatores biológicos (hereditários), com os fatores ambientais (meio ambiente) estão 
interligados na explicação do fenômeno da aprendizagem. Além disto o indivíduo ativo interage 
com os objetos de conhecimento produzindo sua aprendizagem sobre o mesmo. Para exemplificar: a 
pessoa que quer tocar violão interage com o instrumento e a partir das características genéticas 
associadas aos fatores ambientais como instrução programada (aula de violão) ele constrói 
gradativamente num processo ativo a aprendizagem para tocar violão.
Na perspectiva interacionista algumas premissas são importantes:
• a aprendizagem é fruto das relações que o indivíduo estabelece no mundo. 
• a aprendizagem não é indissociável do desenvolvimento humano. 
• o indivíduo tem como recursos para a aprendizagem tanto características inatas e 
maturacionais quanto ambientais, sem privilégio de nenhuma em detrimento da outra. 
• o desenvolvimento humano tem relação estreita com a aprendizagem. 
Piaget estudando as crianças descobriu e teorizou sobre os estágios de aquisição do conhecimento 
por parte das mesmas e faz uma radiografia do processo de aprendizagem baseando suas idéias na 
teoria biológica sobre o equilíbrio e homeostase. Piaget acreditava que o indivíduo assim como os 
organismos quando chegam a um novo ambiente precisam se adaptar, ou seja, precisam aprender 
novas formas de interação com aquele ambiente buscando assim um equilíbrio. 
Neste sentido a aprendizagem humana tem como características alguns processos:
ASSIMILAÇÃO
ACOMODAÇÃO
ADAPTAÇÃO / EQUILIBRAÇÃO
A assimilação consiste no processo pelo qual o aprendiz ao se deparar com um novo objeto de 
conhecimento precisa assimilá-lo (apreender sobre ele) e para isto ela se utiliza do que Piaget 
chamou de esquemas constituídos anteriormente dentro dela. Por exemplo, o bebê ao sugar o bico 
de uma mamadeira utiliza-se do reflexo de sugar (esquema já existente no bebê ao nascer) para 
então sugar a mamadeira (ele está assimilando). A acomodação é quando o indivíduo utiliza 
esquemas anteriormente aprendidos para desenvolver um novo comportamento, modificando o 
antigo. Um exemplo é quando o bebê precisa aprender a tomar leite no copo, ele precisa modificar o 
esquema anterior de sugar (no seio ou mamadeira) acomodando-o (ou modificando-o) para sua 
nova aprendizagem de tomar leite no copo. Ao fim de todo o processo o indivíduo se adaptou e 
equilibrou a aprendizagem. 
Piaget propôs que a inteligência infantil se desenvolve de forma gradativa por meio da 
aprendizagem de diferentes formas de conhecimento e para isto teorizou que ocorrem etapas que 
sucessivamente vão se transformando em aquisições internas do indivíduo. Em outras palavras, para 
aprender determinadas coisas a pessoa passa por processos ou etapas de desenvolvimento 
necessárias para aprendizagem de determinados conhecimentos. O desenvolvimento assim precede 
a aprendizagem, ou seja, vem antes desta para preparar caminho para ela. As etapas propostas são:
Período sensório-motor – 0-2 anos de idade – nesta etapa o indivíduo utiliza-se de esquemas 
motores e sensoriais (tato, audição, olfato, etc) para apreender os objetos. O indivíduo ainda não 
consegue realizar operações mentais que são processos associativos que incluem a utilização de 
recursos cognitivos mais elaborados como memória, atenção, percepção, etc. A criança desta idade 
utiliza apenas de seus instintos dos órgãos dos sentidos para conhecer os objetos do mundo. Um 
exemplo é quando mostramos um ursinho de pelúcia para o bebê e em seguida o escondemos 
embaixo de uma fralda, como ele se utiliza apenas da visão como recurso ele não procura embaixo 
da fralda o objeto por não ter ainda realizado uma operação mental de fazer uma imagem do objeto 
desaparecido. Como diz Piaget, o bebê ainda não desenvolveu o conceito de constância ou 
permanência do objeto que é uma aquisição mental posterior. Para ela o objeto deixa de existir se 
longe de sua visão. 
Piaget pressupõe que, desde o início, o bebê se envolve em um processo de adaptação, tentando 
compreender o mundo ao seu redor. Ele assimila as informações que lhe chegam ao conjunto 
limitado de esquemas com os quais nasce: olhar, ouvir, sugar, segurar- e acomoda tais esquemas 
com base em suas experiências. Esse é o ponto de partida de todo o processo de desenvolvimento 
cognitivo, conforme Piaget. A essa forma primitiva de pensamento ele chamou de inteligência 
sensório-motora, e a todo o estágio ele denominou período sensório-motor.
Na visão piagetiana, o bebê chega equipado somente com esquemas sensoriais e motores. É com 
isso que ele deve começar. No inicio, ele está totalmente ligado ao presente imediato, reagindo a 
qualquer estímulo disponível. Ele não se recorda de eventos ou coisas de um encontro a outro, e não 
parece planejar ou ter intenções. Pouco a pouco, tal quadro se modifica, durante esses primeiros 18 
meses, à medida que o bebê começa a compreender que os objetos continuam a existir, mesmo 
quando estão fora de sua visão, e ele consegue lembrar-se dos objetos, açõese indivíduos por 
períodos de tempo. Piaget, no entanto, insistiu em que o bebê sensório-motor é, ainda assim, 
incapaz de manipular essas primeiras imagens mentais ou memórias e de utilizar alguns símbolos 
em lugar de objetos ou eventos. A mudança do repertorio limitado de esquemas disponíveis ao 
recém-nascido para a capacidade de utilizar símbolos, por volta dos 18 meses, é gradativa. Em torno 
de 18-24 meses ocorre o início do pensamento representativo ou seja, o desenvolvimento do uso 
dos símbolos para representar objetos ou eventos. 
Período pré-operatório – 2 a 4 anos de idade – neste estágio a criança já é capaz de realizar 
algumas operações mentais como utilizar dois conceitos para descrever um objeto, por exemplo: a 
maçã é vermelha e é de comer. Porém ainda oscila entre o estágio anterior e o posterior não tendo 
clareza suficiente sobre a constância ou permanência do objeto, bem como sobre conceitos como 
seriação (por ex: colocar em ordem de tamanho um conjunto de blocos de madeira de diferentes 
tamanhos) ou ainda a noção de reversibilidade. O conceito de reversibilidade é aquele em que o 
indivíduo é capaz de compreender que os objetos não perdem sua propriedade quando mudam de 
formato ou tamanho. Por exemplo, uma massinha de modelar de 10 gramas continua a mesma se eu 
faço com ela uma bola grande ou se eu faço uma salsicha. A criança pré-operatória dirá que a 
salsicha é maior que a bola por causa da percepção visual de tamanho. Neste período a criança não 
compreende a reversibilidade, ou seja, não compreende que se eu pegar a salsicha e a enrolar de 
novo ela ficará do mesmo tamanho que a bola.
Neste estágio a criança adquire novas habilidades para manipular símbolos, aprende a usar a 
linguagem e representar objetos por imagens e palavras. Ex: Uma criança de 3 anos pode tratar um 
cabo de vassoura como se fosse um cavalo. O desenvolvimento da linguagem ocorre em ritmo 
rápido entre 2 e 3 anos. A crianças começam a formar frases com duas palavras vindo a mudar para 
frases mais complexas. As crianças de 2 a 3 anos começam ter a capacidade de imitar um 
comportamento observado. Elas imitam mais os pais do que outras pessoas. A capacidade de imitar 
é um fundamento importante para o avançado desenvolvimento intelectual.
Os desenhos tornam-se mais simbólicos durante o segundo e terceiro ano. As crianças começam a 
rabiscar, raramente desenham objetos familiares. Já aos 3 anos de idade criam formas simbólicas 
que se parecem com animais ou pessoa. As brincadeiras simbólicas nesta faixa etária são de grande 
importância para o desenvolvimento de habilidades intelectuais e também para interação da criança 
com outras pessoas. Ex: brincar com papel e lápis de cor facilita a habilidade para desenho, brincar 
com objetos incentiva a habilidade de gerar novas formas de usar estes.
A brincadeira passa a ser a atividade principal da criança e a prova constante de sua capacidade 
criadora. Essa atividade tem um papel relevante nos avanços que ocorrem em suas condições de 
pensamento. Aos 2 anos a criança percebe que é alguém, tem o seu próprio nome e já tem certa 
noção de propriedade. É capaz de reconhecer a si própria diante de um espelho. Aos 2 anos as 
percepções se tornam mais exatas. As percepções de tamanho e distância são difíceis para a criança 
até 3 anos.
Os fatores predominantes da atenção são os estímulos externos: cores fortes, objetos brilhantes, 
sons, movimentos. Entretanto, é uma atenção momentânea, a criança não consegue prestar atenção 
por muito tempo. É capaz de reconhecer muitas figuras e distinguir algumas cores. Começa adquirir 
noções de quantidade, a numerar coisas e brinquedos até 2 ou 3. Inicia o desenvolvimento da 
imaginação. A criança imagina objetos e ações das quais ela é o principal personagem. Atribui vida 
aos objetos; rabiscos são pessoas, carrinhos, etc. Fala consigo mesma e com pessoas imaginárias. O 
fim dessa idade é caracterizado por um fato importante; o início do diálogo.
Aos 3 anos pode chegar a dominar frases curtas e conhece mais de 900 palavras. Sua capacidade de 
comunicação cresce enormemente, conta histórias, usa palavras para desenvolver pensamentos, 
tenta entender o que acontece a sua volta. Por volta dos 3 anos, a maioria das crianças adquiriu 
todos os instrumentos básicos, necessários para formar frases e palavras. Até os 3 anos a criança 
toma conhecimento do mundo através das percepções. Pode perceber detalhes simples, enumerar 
objetos reais ou de uma gravura. É possível iniciar a identificação, classificação e comparação. 
Começa a descoberta das diferenças entre grande e pequeno, alto e baixo, gordo e magro, etc. 
A curiosidade aumenta. Ela faz perguntas imaginativas, perguntas sobre coisas e pessoas de seu 
mundo. Quer saber o “como” e o “porquê” das coisas. A memória se desenvolve, pode aprender 
versos simples e recitá-los. Tem ritmo, gosta de ouvir música e começa aprender cançõezinhas de 
um verso. Gosta muito dos jogos acompanhados de canções e os jogos imitativos. Nesta idade, as 
atividades devem incentivar as experiências e discriminações visuais, auditivas, gustativas e táteis. 
As instruções precisam ser simples, claras e dadas uma de cada vez. A criança já realiza as tarefas 
com mais cuidado.
Período operatório concreto – 5 a 12 anos de idade – este é o período em que a criança é capaz 
de classificar os objetos (diferenciando-os como, por exemplo – estes são frutas, estes são legumes, 
estes são automóveis), consegue seriá-los (este é maior que este) e têm noção de permanência ou 
constância do objeto, bem como noção de reversibilidade. Porém a limitação da criança é quanto 
ao conhecimento que envolve conceitos abstratos. A criança é capaz de realizar operações mentais 
com objetos reais, concretos, tendo dificuldade para compreender noções abstratas. Um exemplo é 
se perguntar para uma criança desta idade o que é o amor, ela dirá que é quando a mãe lhe beija 
(usando para isto um comportamento – beijar – real e concreto), liberdade é quando a mãe deixa-a 
brincar na casa do coleguinha e assim por diante.
Nesta fase a criança já tem consolidadas habilidades para manipular símbolos, sabe usar a 
linguagem e representar objetos por imagens e palavras. Ex: Uma criança de 6 anos pode aprender a 
ler e escrever compreendendo a natureza representativa da escrita, que a letra representa algo que se 
mostra concreto na fala, por exemplo. O desenvolvimento da linguagem é expandido e a criança 
aprende a desenvolver histórias por conta própria. A crianças já falam frases mais complexas e 
elaboram histórias complexas também. De 6 a 8 anos começam a ter capacidades perceptivas que 
lhes permitem classificar os objetos por tamanho, espessura, e é capaz de ordená-los e seriá-los. 
A criança consegue prestar atenção por muito tempo e é capaz de reconhecer muitas figuras e 
distinguir as cores, dias da semana, meses e anos. Tem noções de quantidade, numeração e 
ordenação (primeiro, segundo).
Este período é caracterizado pelo fim do egocentrismo. A criança não mais acredita que as coisas ou 
o mundo giram em torno de seus desejos e para satisfazer suas necessidades. Ela já tem noção do 
outro e de grupalidade. Ela consegue identificar, classificar e comparar objetos entre si, entretanto 
suas operações mentais se restringem a objetos concretos ou reais. A memória está bem 
desenvolvida e passa a gostar mais das atividades realizadas em grupos. Nesta idade, as atividades 
devem incentivar as experiências imaginativas e que busquem levá-la a sair das operações 
concretas, ou compreender conceitos abstratos sem qualquer necessidade de que se traduza em algo 
concreto.
Período operatório formal – 12 anos de idade em diante– para Piaget este é o último nível e no 
qual todos os adultos devem chegar. Neste período o indivíduo realiza todas as operações mentais 
anteriores com maior destreza e precisão e é capazde realizar operações formais ou abstratas, 
compreendendo conceitos mais complexos como, por exemplo, os conceitos de liberdade, amor, 
fraternidade, dentre outros.
A criança deste período adquiriu todas as habilidades básicas para desenvolver qualquer tipo de 
pensamento ou ação, ela consegue imaginar objetos inexistentes, tem completa noção de 
reversibilidade, seriação, classificação, ordenação e é capaz de realizar cálculos mentais não apenas 
ligados a objetos concretos, mas também abstratos. 
A teoria de Piaget é bastante ampla e aqui tentamos expor de modo sucinto suas principais 
contribuições. Para aprofundamento indicamos o livro de Coutinho, (2001) nas referências deste 
trabalho.
Piaget é um teórico interacionista, cognitivista e construtivistas Construiu suas teorias com 
ênfase na identificação do processo de aquisição do conhecimento por parte da criança. 
Piaget propõe que o processo de desenvolvimento-aprendizagem envolve a ASSIMILAÇÃO, 
ACOMODAÇÃO, ADAPTAÇÃO e a EQUILIBRAÇÃO. Com base nas teorias sobre 
homeostase, Piaget acredita que o indivíduo em aprendizagem passa por períodos de 
desequilibração buscando a equilibração e para isto realiza contato com os objetos de 
conhecimento construindo a aprendizagem. 
Piaget propõe que o desenvolvimento cognitivo passa por etapas sendo que uma é necessária 
para que a outra ocorra. Ele acredita que em cada faixa etária a criança é capaz de realizar 
determinadas tarefas o que ele denominou estágios do desenvolvimento cognitivo, a saber: 
PERIODO SENSÓRIO-MOTOR, PRÉ-OPERATÓRIO, PERÍODO DAS OPERAÇÕES 
CONCRETAS E PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS. Cada uma destas etapas é 
caracterizada por diferentes configurações indicando um desenvolvimento em seqüência da 
inteligência e demais funções cognitivas da criança. 
VYGOTSKY
Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um 
processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse 
desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição 
de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações 
entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos 
indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que 
é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das 
funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano, colocam que o cérebro 
é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o desenvolvimento 
humano. Essas concepções fundamentam sua idéia de que as funções psicológicas superiores (por 
ex. linguagem, memória, atenção, percepção, noção de si mesmo, etc.) são construídas ao longo da 
história social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas 
superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e 
dependem de processos de aprendizagem.
Uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o desenvolvimento humano como 
processo sócio-histórico é a idéia de mediação: enfatiza a construção do conhecimento como uma 
interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação 
do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo, mas pela mediação feita por outros 
sujeitos. O outro social, pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do 
mundo cultural que rodeia o indivíduo. 
Para Vygotsky existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento: um desenvolvimento real, já 
adquirido ou formado, que determina o que a pessoa já é capaz de fazer por si própria, e um 
desenvolvimento potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa. Entre um e outro 
está o que Vygotsky chamou de posição intermediária ou zona de desenvolvimento proximal. 
Utilizando o exemplo antes citado sobre o indivíduo que quer aprender a tocar violão, para 
Vygostky é necessário enfatizar o processo mediador para que o aprendiz saia do estado de não 
saber tocar o violão (estado chamado por ele de desenvolvimento real) para o estado de saber tocar 
o violão (denominado desenvolvimento potencial). No processo mediador objetos (como o violão 
ou a linguagem musical por exemplo), organização do ambiente (local adequado para aprender) e o 
mundo cultural (representado pela presença de músicas que o aprendiz pode ouvir, ver outros 
músicos tocar, etc) e é claro o mediador social (que pode ser o professor ou pai ou outro tocador de 
violão) são imprescindíveis neste processo. Em suas palavras:
"O processo de ensino-aprendizagem inclui sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a 
relação entre essas pessoas" (Vygotsky)
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos é que fornece os conceitos, as formas de 
organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que 
as funções mentais superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, 
sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas. A cultura fornece ao indivíduo 
os sistemas simbólicos de representação da realidade, ou seja, o universo de significações que 
permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá o local de negociações no qual seus 
membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e 
significações.
O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do funcionamento 
psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve ser modificada para 
tornar-se uma atividade interna. Vygostky diz que tudo está antes de fora (social) para depois se 
tornar algo de dentro (interno, psíquico). O conhecimento sobre aprendizagem de tocar um violão 
está antes na cultura, no social (de fora) e só depois se torna pessoal (interno), apropriado por um 
indivíduo. Este processo de tornar o que é de fora (interpessoal) em de dentro (intrapessoal) é 
denominado processo de internalização. Neste sentido, a interação social e o instrumento 
lingüístico são decisivos para o desenvolvimento da pessoa que caminha junto com o processo 
de aprendizagem. 
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de 
desenvolvimento proximal ( distância entre aquilo que a pessoa faz sozinha e o que ela é capaz de 
fazer com a intervenção de um outro; ou seja, distância entre o nível de desenvolvimento real e o 
desenvolvimento potencial). As interações sociais são centrais, estando então, ambos os processos, 
aprendizagem e desenvolvimento, inter-relacionados.
O processo de desenvolvimento-e-aprendizagem é produzido pela internalização da interação 
social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora para dentro. 
Para este autor, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se 
constitui a partir de relações intra e interpessoais. 
É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, 
papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. 
Trata-se de um processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano 
individual interno - relações intra-pessoais. Assim, a escola é o lugar onde a intervenção 
pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
O professor tem o papel explícito de interferir no processo, diferentemente de situações informais 
nas quais a criança aprende por imersão em um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente 
provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zonaproximal. 
Vemos ainda como fator relevante para a educação, decorrente das interpretações das teorias de 
Vygotsky, a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a 
cultura e o indivíduo, pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa 
perspectiva, é essencial no processo de desenvolvimento. O aluno não é tão somente o sujeito da 
aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal 
como: valores, linguagem e o próprio conhecimento.
Ao observar a zona de desenvolvimento proximal, o educador pode orientar o aprendizado no 
sentido de adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse ínterim, o 
ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras palavras, o ambiente influenciaria a 
internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o 
desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio do 
aprendizado. 
Vygotsky, teve contato com a obra de Piaget e, embora teça elogios a ela em muitos aspectos, 
também a critica, por considerar que Piaget não deu a devida importância à situação social e ao 
meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do 
contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de 
sociointeracionista, e não apenas de interacionista como Piaget.
Piaget coloca ênfase nos aspectos estruturais e nas leis de caráter universal (de origem biológica) do 
desenvolvimento, enquanto Vygotsky destaca as contribuições da cultura, da interação social e a 
dimensão histórica do desenvolvimento mental.
Vygotsky considera o papel da instrução um fator positivo, no qual a criança aprende conceitos 
socialmente adquiridos de experiências passadas e passarão a trabalhar com essas situações de 
forma consciente. Se uma transformação social pode alterar o funcionamento cognitivo e pode 
reduzir o preconceito e conflitos sociais, então esses processos psicológicos são de natureza social. 
Devem ser analisados e trabalhados através de fatores sociais.
Resumindo de acordo com Vygotsky, fenômenos psicológicos (incluso aí a aprendizagem humana) 
são sociais. Eles dependem de experiência social e tratamento, e eles absorvem os artefatos 
culturais. A experiência social inclui a maneira na qual as pessoas estimulam e dirigem a atenção da 
pessoa, comportamento padrão, (encorajar, desencorajar), controlar movimentos, e organizar as 
relações de espaço entre indivíduos. O tratamento social e produtos socialmente produzidos geram e 
caracterizam fenômenos psicológicos. A aprendizagem só ocorre através do outro, sempre envolve 
relações sociais. É no processo ensino-aprendizagem que ocorre a apropriação da cultura 
(Vygotsky apud Bock, 1999).
Vygotsky é conhecido como teórico sociointeracionista por dar maior ênfase ao papel do 
social e da cultura para o desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo. Para Vygostky o 
processo de desenvolvimento e de aprendizagem andam juntos. 
Para Vygotsky o desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo ocorrem por meio da internalização 
dos elementos da cultura por parte do sujeito, tendo a direção inicial de fora (interpessoal) para 
depois ir para dentro (intrapessoal) constituindo as funções psíquicas.
Vygotsky propõe que se deva conhecer o desenvolvimento real (aquilo que a criança é capaz 
de realizar sozinha sem ajuda) e o desenvolvimento potencial do indivíduo (aquilo que a 
criança é capaz de realizar com ajuda de um adulto ou outra criança), bem como a zona de 
desenvolvimento proximal (que é intermediária aos dois anteriores). Por meio da 
estimulação da zona de desenvolvimento proximal você pode levar o indivíduo a sair do nível 
potencial e chegar no real. Neste sentido a aprendizagem pode “puxar” ou acelerar o 
processo de desenvolvimento. O grande destaque da teoria vigotskiana é a máxima de que a 
aprendizagem só ocorre através do outro e sempre envolve relações sociais. 
PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA E GESTALT
As concepções fenomenológicas têm como pressuposto básico a idéia de que é preciso estudar o 
fenômeno tal como ele ocorre. A aprendizagem para os fenomenólogos envolve intencionalidade. 
Por intencionalidade entende-se a escolha pessoal do aprendiz em aprender determinado 
comportamento de forma intencional. Os teóricos desta abordagem acreditam que a aprendizagem 
é responsável pela ampliação do modo do ser humano estar no mundo. A relação indivíduo – 
mundo se amplia progressivamente e o processo de aprendizagem é responsável por essa ampliação. 
As idéias fenomenológicas ganharam destaque na Psicologia por meio da Psicologia da Gestalt. E 
especificamente sobre aprendizagem ,alguns psicólogos partidários da Gestalt escreveram teorias 
que denominaram Gestaltpedagogia. Um dos destaques é a crença no valor da CONSCIÊNCIA 
,mas diferentemente do behavioristas estes não estudavam a CONSCIENCIA em partes ou 
elementos. Para os teóricos da Gestalt os elementos sensoriais são combinados e então se forma um 
novo padrão ou configuração (ou forma). A música tocada pelo aprendiz de violão não acontece se 
pensarmos apenas em cada nota em separado e quando estas se juntam formam um todo que é 
completamente novo e diferente das notas compreendidas de forma isolada.
Para a Gestalt a aprendizagem é um processo onde ocorrem reestruturações perceptivas, ou seja, é 
quando o indivíduo percebe algo de uma forma e a partir da aprendizagem reestrutura tudo e passa a 
perceber de outra maneira.
Os principais teóricos da Gestalt foram: Max Wertheimer (1880-1943), Kurt Koffka (1886-1941), 
Wolfgang Köhler (1887-1967). Wertheimer era o mais velho dos três e o líder intelectual do 
movimento. Wertheimer produziu muitos artigos sobre o pensamento criativo e agrupamento 
perceptivo, Koffka publicou trabalhos sobre a percepção e desenvolvimento da mente infantil, 
Köhler escreveu obras que até hoje são referências para a Gestalt, ele também editou a revista 
Psychological Research e foi presidente da APA.
A Gestalt ao fazer experimentos sobre o movimento aparente (ou seja, percepção do movimento 
quando nenhum movimento físico real tinha acontecido), chegou à conclusão de que o movimento 
aparente existe, e é percebido pelo sujeito, o que mostra que além dos elementos em separado e da 
associação dos mesmos existe algo que é o todo. Por isto a máxima gestáltica: “o todo é mais que a 
soma de suas partes.” A percepção de dois feixes de luz (um na vertical e outro na horizontal) 
apresentada ao sujeito em diferentes intervalos de tempo fez com que o sujeito percebesse os feixes 
de luz (cada um em separado) como se fosse um só feixe em movimento o que Wertheimer chamou 
de fenômeno phi. Devido a rapidez da exposição da luz pode-se perceber um todo, fenômeno 
parecido com o que acontece nos desenhos animados.
Os gestaltistas começaram a partir de então verificar que existem algumas tendências na percepção 
ou forma com que a experiência é descrita por diferentes sujeitos. Ou seja, um mesmo estímulo 
poderia ser interpretado de diferentes formas por diferentes sujeitos (veja a diferença com o 
pensamento behaviorista) e, além disso, em alguns casos havia um padrão de respostas semelhantes 
para alguns fenômenos. Por exemplo, verificou-se que quando se mostrava a um sujeito uma figura 
geométrica como um triângulo, porém com uma configuração não completa (tal como a figura 
abaixo), a maioria dos sujeitos percebia o todo e dizia: “é um triângulo” o que denotou um padrão 
tendencial ao fechamento ou boa forma:
Assim como este padrão encontrou outros que juntos formam o que chamamos de PRINCÍPIOS DA 
ORGANIZAÇÃO DA PERCEPÇÃO. Estes princípios da teoria da Gestalt tratam de explicações 
sobre a percepção humana. Contudo, é necessário lembrar que os gestaltistas acreditam que a 
aprendizagemocorre por meio das reestruturações ocorridas na percepção e por isto é importante 
entender estas leis ou princípios. 
PROXIMIDADE - Os objetos mais próximos entre si são percebidos como grupos independentes 
dos mais distantes. Na figura abaixo há quatro grupos, sendo que os três grupos da direita ainda 
podem ser agrupados entre si, distinguido-se do grupo da esquerda. Elementos que estão mais perto 
de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do que se estiverem distante 
de seus similares.
SIMILARIDADE OU SEMELHANÇA - Objetos similares em forma, tamanho ou cor são mais 
facilmente interpretados como um grupo. No desenho abaixo, os círculos brancos e pretos parecem 
se agrupar, mesmo que a distância entre as fileiras sejam iguais. A similaridade pode acontecer na 
cor dos objetos, na textura e na sensação de massa dos elementos. Estas características podem ser 
exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar elementos na composição de uma figura. 
Por outro lado, o mau uso da similaridade pode dificultar a percepção visual como, por exemplo, o 
uso de texturas semelhantes em elementos do “fundo” e em elementos do primeiro plano.
 
 
 
 
 
 
 
CLAUSURA/FECHAMENTO: Nossos cérebros adicionam componentes que faltam para 
interpretar uma figura parcial como um todo. O princípio de que a boa forma se completa, se fecha 
sobre si mesma, formando uma figura delimitada. O conceito de clausura relaciona-se ao 
fechamento visual, como se completássemos visualmente um objeto incompleto. Ocorre geralmente 
quando o desenho do elemento sugere alguma extensão lógica, como um arco de quase 360º sugere 
um círculo.
SIMETRIA - Elementos simétricos 
são mais facilmente agrupados em 
conjuntos que os não simétricos. Na 
figura abaixo as duas figuras da 
esquerda, simétricas são mais 
facilmente percebidas como um 
grupo, que o par da direita, em que 
uma das figuras não é simétrica.
BOA CONTINUIDADE: há uma tendência na nossa percepção de seguir uma direção, de vincular 
is elementos de uma maneira que os faça parecer contínuos ou fluindo numa direção particular. Na 
figura abaixo tende-se a seguir as colunas de pequenos círculos de cima para baixo.
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PREGNÂNCIA: A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz 
que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples: uma espada e um escudo 
podem tornar-se uma reta e um círculo, e um homem pode ser um aglomerado de formas 
geométricas. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais 
facilmente é assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a 
mais regular. 
FIGURA/FUNDO – percebemos ora a figura (uma taça na figura abaixo) ora o fundo (duas faces). 
A questão da figura/fundo foi muito utilizada nas aplicações técnicas da Gestalt terapia. As pessoas 
ao apresentarem um problema (de ordem emocional ou outro) geralmente vêem apenas um lado da 
questão, não encarando as diferentes facetas do mesmo.
A fenomenologia propõe que a aprendizagem é uma forma de ampliar 
o modo do ser no mundo e a Gestalt acredita que a aprendizagem é 
um processo no qual se efetuam reestruturações perceptuais usando 
para compreender este fenômeno as leis ou princípios da percepção. 
	PERSPECTIVA BEHAVIORISTA

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