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Metabolismo e Termorregulação Metabolismo Envolve processos químicos celulares. Liberação de energia livre dos alimentos. Os animais obtêm energia através da oxidação dos alimentos. A energia é ingerida com o alimento, é metabolizável e se transforma em ATP e em calor. Ela pode ser usada para crescimento, metabolismo basal, digestão e armazenamento, atividade muscular, secreção glandular, manutenção do potencial de membrana e condução de impulsos nervosos. Alimentos energéticos como carboidratos, lipídeos e proteínas sofrem oxidação e liberam grande quantidade de energia usada para fazer ATP. ADP mais fosfato são gerados quando o ATP é quebrado e há utilização de energia. ATP É uma moeda de energia do corpo. O elo essencial entre as funções que utilizam energia e as que a produzem. É obtido e consumido rapidamente. A remoção de cada grupo fosfato libera 12000 calorias de energia. Todos os mecanismos fisiológicos que requerem energia a obtém do ATP (ou similares, como o GTP). Uso de carboidratos para a obtenção de energia (ATP) O principal carboidrato é a glicose, um monossacarídeo que, após a ingestão no fígado, grande parte da frutose e quase toda a galactose são transformadas em glicose. Glicose é a via final comum dos carboidratos. No fígado, há interconversão de monossacarídeos e quando esses voltam para o sangue, 95% é glicose. Transporte de monossacarídeos para a célula Ocorre por difusão facilitada. Proteínas carreadoras - GLUT Especificidade tecidual GLUT 1 para eritrócitos e encéfalo; GLUT 2 para fígado, rins e células beta do pâncreas; GLUT-3 para neurônios; GLUT 4 para tecido adiposo e músculo esquelético; GLUT 5 para intestino delgado e testículos. Funções especializadas Captação de glicose a partir do sangue pelos GLUT 1, 3 e 4 e transporte nos dois sentidos pelo GLUT 2. Papel da insulina Controle da utilização de carboidratos na maioria das células. A insulina é a chave para desbloquear o canal de glicose para que a glicose possa entrar na célula. Por isso, ela permite o aumento do transporte de glicose e outros monossacarídeos em tecidos insulino-dependentes (fígado e cérebro). Glicose dentro das células A fosforilação da glicose é uma reação irreversível com exceção do fígado, túbulos renais e intestino pois estes possuem a enzima glicose-6-fosfatase. Nessa reação, a glicose é transformada em glicose-6-fosfato pelas enzimas hexoquinase e glicoquinase com gasto de um ATP (que vira ADP). A glicose-6-fosfato pode se transformar em glicogênio, ir para a glicólise, neoglicogênese ou via das pentoses. Glicogênio Um excesso de combustível da dieta alimenta reservas de gordura, proteínas e glicogênio que, quando oxidados, geram energia. É a forma de armazenamento da glicose, sem alteração da pressão osmótica intracelular. O fígado e os músculos tem a maior reserva de glicogênio. Glicogenólise é a reação de degradação ou quebra do glicogênio para gerar glicose e obter energia. Essa quebra se dá por fosforilação. É regulada pela enzima glicogênio fosforilase através do glucagon e da adrenalina com aumento de AMPc. Glicogênese é síntese de glicogênio pela conversão de um monossacarídeo em um polissacarídeo. Sua regulação hormonal é feita pela ativação da enzima glicogênio sintase pela insulina. O alimento aumenta a taxa de glicose, inibe a célula alfa e estimula a célula beta que transporta insulina do pâncreas para o fígado. O fígado absorve glicose e armazena na forma de glicogênio. A baixa taxa de glicose inibe a célula beta e ativa a célula alfa que transporta glucagon do pâncreas para o fígado. O fígado quebra o glicogênio e libera glicose. Glicólise A via glicolítica possui duas fases, uma preparatória que consome 2 ATP e uma de pagamento que forma 4 ATP e 2 NADH. Uma glicose origina 2 piruvatos. Via glicolítica Tem pouca energia livre liberada por formar apenas 2 ATP em seu rendimento líquido. Cada ATP é formado quando a energia liberada é superior a 12000 cal. Os produtos finais oxidados são a maneira mais importante de liberar energia da glicose. O piruvato formado é transformado em 4 CO2 e 4 H2O. Destino aeróbio do piruvato Na via aeróbia, a energia é liberada em pequenas quantidades gerando 38 mols de ATP para cada mol de glicose. Isso ocorre na mitocôndria. Destino anaeróbio do piruvato Fermentação lática é a produção de ácido lático pela enzima desidrogenase lática a partir de ácido pirúvico, NADH e H+ quando o oxigênio está indisponível ou insuficiente. Essa reação tem rendimento de 2 ATP na via glicolítica. As hemácias obtém energia pela glicólise anaeróbia por serem anucleadas. Ocorre no IAM por obstrução de um vaso do coração. Além disso, em condições normais, o coração transforma lactato em piruvato e o usa para produzir energia gerando acetilCoA. Conversão do piruvato em acetilCoA A coenzima A é derivada da vitamina do ácido pantotênico. Não forma ATP diretamente mas até 3 ATPs podem ser formados a partir de cada NADH formado. Ciclo de Krebs É o próximo estágio da degradação aeróbica da glicose. Gera 2 CO2, FADH2, 3 NADH e 1 GTP. Ocorre na matriz mitocondrial. Uma glicose forma 2 GTP nessa fase. NADH É um carreador de H formado durante a catálise feita por enzimas desidrogenases. É formado na via glicolítica (2), na transformação de piruvato em AcetilCoA (2) e no ciclo de Krebs (6) pela oxidação de 1 mol de glicose. FADH2 É formado na oxidação de 1 mol de glicose que ocorre no ciclo de Krebs (2). Cadeia transportadora de elétrons e fosforilação oxidativa Há formação de grandes quantidades de ATP. Apesar da complexidade da Glicólise, Ciclo de Krebs, desidrogenações e descarboxilações, quantidades muito pequenas de ATP são formadas. 90% do ATP gerado no metabolismo da glicose é formado pela oxidação dos átomos de hidrogênio presentes no NADH e no FADH2 (H é separado em H+ e um elétron). Oxidação do NADH e FADH É o estágio final do metabolismo produtor de energia nos organismos aeróbicos por transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. Cadeia transportadora de elétrons Elétrons são conduzidos do menor para o maior potencial de redução padrão. Oxigênio é o aceptor final dos elétrons. Alimentação por NADH e FADH2 Força próton motriz Bombeamento de H+ para o espaço intermembranas. A energia liberada no transporte de elétrons é utilizada na síntese de ATP. 1961 – Peter Mitchell. A energia livre do transporte de elétrons é conservada pelo bombeamento de prótons da matriz mitocondrial para o espaço intermembranas para criar um gradiente eletroquímico através da membrana mitocondrial interna. potencial eletroquímico desse gradiente é utilizado para a síntese de ATP. Fosforilação oxidativa – H+ voltam para a matriz mitocondrial pela ATP sintase. ATP sintase – enzima que converte ADP em ATP Catálise rotacional possui um sítio de liberação de ATP (O), um de síntese de ATP (T) e um de ligação de ADP e fosfato. Cada NADH forma 3 ATP e cada FADH2 forma 2 ATP. Saída de ATP da mitocôndria Resumo da formação de ATP Após a oxidação de 1 mol de glicose, há formação direta de ATP (ou GTP) na glicólise (2) e no ciclo de Krebs (2) e de coenzimas reduzidas na glicólise (6), na formação de de acetilCoA (6) e no ciclo de Krebs (22). Cada NADH forma 3 ATP e cada FADH 2 forma 2 ATP. Ao todo, formam-se 38 ATP. Controle das reações Vários. Sem desperdício pois dependem da necessidade de ATP da célula. Metabolização aeróbica da glicose Ocorre com a oxidação completa. C6H12O6 + 6 O2 = 6 CO2 + 6 H2O. Via das pentoses-fosfato É outra via de quebra da glicose onde os principais produtos são NADPH e ribose-5-fosfato.Pode ressintetisar glicose e outros intermediários da Via glicolítica. Comparação de NADH e NADPH NADH utiliza energia livre para sintetizar ATP a partir da fosforilação oxidativa. NADPH utiliza energia livre que o composto contém para a biossínteses redutoras. Tecidos com essa via Glândula adrenal, tecido adiposo, ovários, glândulas mamárias, células vermelhas do sangue, fígado e testículos. Excesso de glicose O glicogênio se transforma em glicose-6-fosfato que é armazenada em forma de gordura no fígado e na célula adiposa, posteriormente. Gliconeogênese É a formação de glicose a partir de compostos não glicídicos. Prevenção da diminuição excessiva da glicemia no jejum. A manutenção da glicemia ocorre pela glicogenólise e gliconeogênese. Não é exatamento o inverso da via glicolítica. Regulação Os glicocorticoides (produzidos por CRH e ACTH) mobilizam proteínas das células disponibilizando seus aminoácidos através da desaminação no fígado e conversão em glicose. A regulação da glicose sanguínea se dá pela insulina e pelo glucagon. Gasto de ATP Metabolismo dos lipídeos Principais lipídeos Classe heterogênea que possuem lipossolubilidade. Triacilglicerol ou triglicerídeo (TG) – formados pela união de um glicerol (triálcool) e um ácido graxo (ácidos carboxílicos de cadeia longa). Os ácidos carboxílicos mais comuns no corpo são ácido esteárico, oleico e palmítico. Fosfolipídeo Colesterol Transporte de lipídeos nos líquidos corporais Ocorre através de lipoproteínas que é um complexo de lipídeos e proteínas que transportam lipídeos no sangue. Tem um núcleo central de lipídeos hidrofóbicos envoltos por uma capa de fosfolipídeos polares, colesterol livre e apoproteínas. Apoproteínas Ligam-se a receptores e medeiam a captação das lipoproteínas. Lipídeos da dieta Quilomícrons 88% de TG (remontados no enterócito), 9% de fosfolipídeos e 3% de colesterol. Apoproteína B48. O plasma fica com aspecto turvo aproximadamente uma hora após refeição rica em gordura. T1/2 de apenas 1 hora. Os TGs são hidrolisados pela LPL (lipoproteína lipase) em 3 ácidos graxos e um glicerol principalmente no tecido adiposo, músculo esquelético e cardíaco. O glicerol vai para o sangue e os ácidos graxos difundem-se para dentro das células, são armazenados e oxidados. Classificação das lipoproteínas Diferem em tamanho e densidade. Fazem excreção e reconhecimento. São ativadoras e inibidoras. Apo B48 – para quilomícron (maior e mais densa lipoproteína, rica em triglicérides, formada nos enterócitos, transporta lipídeos exógenos) Apo B100 – para VLDL (rica em triglicérides, formada no hepatócito, transporta lipídeos endógenos, precursora da IDL e LDL) Apo B100 – para LDL (formada na circulação, rica em colesterol) Apo A1 e A2 – para HDL (rica em proteínas, troca de lipídeos e apoproteínas com outras lipoproteínas além de transportar colesterol dos tecidos para o fígado) Transporte de lipídeos exógenos Transporte de lipídeos endógenos No estado alimentado, há síntese de colesterol e de TG a partir do excesso de carboidratos e aminoácidos pelo fígado. Essas substâncias são distribuídas para os tecidos. HDL e o transporte reverso do colesterol Quanto mais alto o LDL e mais baixo o HDL, maior o risco de cardiopatia isquêmica. O HDL transporta colesterol para o fígado que o elimina através da bile. O LDL vai do fígado para o sangue. Aterosclerose Doença da túnica íntima das artérias de tamanho médio e grande. As lesões de gordura são denominadas placas ateromatosas, evoluem durante décadas e são clinicamente silenciosas. Fatores de risco Hipertensão Diabetes mellitus Tabagismo Obesidade Sedentarismo Prevenção Manutenção do peso Atividade física Dieta com gorduras insaturadas e baixo teor de colesterol Prevenção e tratamento de hipertensão Controle da glicemia Fármacos Não fumar Processos na aterogênese Disfunção endotelial Lesão desse endotélio Adesão de LDL Oxidação do LDL por radicais livres dos monócitos/macrófagos (oxLDL) oxLDL captado por macrófagos e formação das células espumosas Ativação dos macrófagos com liberação de citocinas inflamatórias Células espumosas, linfócitos T subendoteliais formam as estrias gordurosas Liberação de mais citocinas e fatores de crescimento que provocam proliferação da musculatura lisa e deposição de componentes do tecido conjuntivo e a formação de uma densa capa fibrótica sobre um centro rico em lipídeos (placa ateromatosa) Rompimento da placa Alterações dos lipídeos Aumento de LDL Ocorre por vários fatores, como ingestão de muita gordura saturada, obesidade e inatividade física. Hipercolesterolemia familiar Deficiência no gene que produz o receptor de LDL nas membranas celulares. Descontrole do metabolismo do colesterol. Fígado não absorve LDL nem IDL [colesterol] no plasma pode ser de 4 a 6 vezes maior que o normal. HDL Função menos conhecida. Acredita-se que absorva colesterol das paredes das artérias. Inibição do estresse oxidativo. Prevenção da inflamação dos vasos sanguíneos. Triglicerídeo (TG) São os depósitos de gordura no corpo. Tecido adiposo Armazenamento de TG (80 a 95% do V celular) e síntese baixa de AG a partir de carboidratos. Isolamento térmico e secreção de hormônios (leptina e adiponectina). Fígado É o principal local de síntese de AG e TG a partir de carboidratos e local de síntese de corpos cetônicos (a partir da degradação de AG) e de outros lipídeos (PL e colesterol). Possui desidrogenases que formam gorduras insaturadas. Lipodistrofia Armazenamento de TG Excesso de carboidratos induz a síntese de TG no fígado, esses TG se transformam em VLDL e vão para o tecido adiposo para serem armazenados. Quebra de TG no tecido adiposo Quando o organismo precisa de energia, TG é degradado em 3 ácidos graxos e glicerol no processo de lipólise pela enzima lípase hormônio sensível (LHS). O transporte de AG no sangue é feito com ele ligado a albumina. Ocorre quando a quantidade de glicose é inadequada para a célula adiposa ou quando a LHS é ativada por hormônio. AG está livre no sangue em pequenas quantidades mas é sempre renovado. Condições que aumentam a utilização de gordura para energia celular também aumentam AG livre no sangue (5 a 8 vezes). Normalmente, são transportados até 3 AG por albumina mas pode chegar a 30. Quebra do depósito de gordura Há mobilização de TG do tecido adiposo que se transforma em AG livre e AG ligado a albumina. Esses AG vão para o fígado ou para outros tecidos. Apenas tecido cerebral e hemácias não podem usar AG como fonte de energia. Em condições fisiológicas, a quantidade de AG no fígado depende da intensidade do uso de lipídeos para obtenção de energia. AG dentro da célula São ativados com gasto do equivalente a 2 ATP (AG + CoA + ATP = acil-CoA + AMP + fosfato) e entram na mitocôndria, onde são degradados e oxidados. O transporte para dentro da mitocôndria é feito pela proteína carreadora, carnitina. Degradação de AG Ocorre para obtenção de energia, dentro da mitocôndria. β oxidação Reações chamadas β oxidação liberam acetilCoA (2 carbonos) a partir dos AG a cada ciclo. Forma-se 1 FADH2 e 1 NADH cada vez que o ciclo se repete (6 vezes). A produção de energia nessa fase depende do número de carbonos do AG. Formam-se 9 acetilCoA, 8 FADH2, 8 NADH, 148 ATP e 2 são gastos na ativação, ou seja, formam-se 146 ATP do ácido esteárico (18C). Ciclo de Krebs Cada acetilCoA libera 2 CO2, 1 FADH2, 3 NADH e 1 GTP. Cadeira respiratória e fosforilação oxidativa Cada NADH forma3 ATP e cada FADH2 forma 2 ATP. Formação de corpos cetônicos Grande parte da degradação inicial de AG ocorre no fígado, mas este órgão não usa muito para si. AcetilCoA pode sofrer lipólise e formar AG ou sofrer cetogênese e formar corpos cetônicos quando sobra acetilCoA na mitocôndria do hepatócito. O ácidos acetoacético forma 2 acetilCoA e ATP quando tem muito AG disponível como fonte de energia. Cetose Ocorre quando tem corpos cetônicos muito superiores ao normal. Inanição, Diabetes Melito, dieta quase inteiramente de gordura. A indisponibilidade de carboidratos aumenta a retirada de AG do tecido adiposo (fatores hormonais). Acetona é um composto volátil exalado pelos pulmões e que deixa um hálito cetônico. Síntese de TG Quando a quantidade de carboidrato ingerida é maior do que pode ser usada de imediato, há síntese de TG no fígado. Esse TG sai na forma de VLDL para ser depositado no tecido adiposo. Muita glicose produz muito acetilCoA que, através da enzima acetilCoA carboxilase, é transformado em malonil CoA e 3C. Palmitato 8 acetilCoA + 7 ATP + 14 NADPH + 14 H+ = palmitato + 8 CoA + 7 ADP + 7 fosfato + 14 NADP+ + 6 H2O. o NADPH vem da via das pentoses fosfato. Síntese do L-glicerol-3-fosfato Ocorre no fígado e no tecido adiposo. O glicerol se une a diidroxiacetona fosfato e liberam NAD+ e ADP. Síntese de TG O ácido fosfatídico se transforma em 1,2-diacilglicerol pela enzima ácido fosfatídico fosfatase. Esse se transforma em triacilglicerol pela enzima acil transferase. Síntese e armazenamento de gordura Ocorre a partir de CHO. É importante pois a capacidade das células de armazenar CHO é pequena (aproximadamente 150 vezes mais energia armazenada sob forma de gorduras) e pois cada grama de gordura tem quase 2,5 vezes mais calorias de energia do que cada grama de glicogênio. Papel da insulina Sem insulina, as gorduras são pouco sintetizadas (ou nem são), a glicose não entra no adipócito, não entra no hepatócito em quantidade satisfatória, consequentemente forma pouco Acetil CoA, pouco NADPH e pouco glicerol. Síntese de TG a partir de proteínas Aminoácidos que podem virar Acetil CoA. Ocorre quando a dieta tem excesso de proteínas. Regulação da liberação de energia dos TG Há preferência de CHO sobre gorduras como fonte de energia por isso, o CHO tem “efeito poupador de gordura”. No tecido adiposo, há equilíbrio entre a quantidade de TG e a de AG e glicerol. Muito CHO produz muito gliceroll e desloca o equilíbrio, produzindo pouco AG livre. CHO em excesso gera muito acetilCoA e pela diminuição de AG livre no tecido adiposo, há síntese de AG. A enzima Acetil CoA carboxilase tem atividade acelerada na presença de intermediários do Ciclo de Krebs (quando os carboidratos estão sendo usados) e o uso de CHO estimula síntese de AG. Portanto, a grande quantidade de glicose inibe o uso de AG e aumenta as reservas de gordura. Uso de gordura na ausência de CHO Ocorre como fonte de energia quando o equilíbrio se desloca para formar AG livre. Regulação hormonal Ativação do Sistema Nervoso Simpático causa aumento de NA ou adrenalina, ativando LHS nas células adiposas. Corticotropina (hipófise) estimula a adrenal a liberar glicocorticoide. Ambos ativam LHS. GH. Hormônio tireoideano realiza rápida mobilização de gordura. Fosfolipídeos (PL) Formado por um ou mais AG unido a um radical de ácido fosfórico. Possuem estrutura química variada, propriedades físicas parecidas e são usados em todo corpo. Formação São formados em todas as células, mas 90% nas hepáticas. A iIntensidade de formação está relacionada com o metabolismo de lipídeos. Usos Essenciais para as lipoproteínas Tromboplastina (coagulação) Esfingomielina no SNC Doação de radicais fosfato Formação de elementos estruturais Classificação Lecitinas Cefalinas Esfingomielinas Colesterol Sua absorção lenta é feita no TGI. Nas lipoproteínas, 70% está na forma de éster de colesterol. Síntese endógena de colesterol Quantidade maior do que a que é ingerida, ocorre principalmente no fígado. O núcleo esterol é sintetizado a partir de vários acetilCoA. Fatores que afetam a concentração de colesterol no sangue Aumento da quantidade ingerida (embora esse colesterol iniba a HMGCoA redutase) Dieta rica em gorduras saturadas - pode aumentar colesterol no sangue de 15 a 25% Ingestão de gorduras com alto teor de AG insaturado - em geral diminui a concentração de colesterol no sangue Ausência de insulina ou hormônio tireoideano - aumenta a concentração de colesterol no sangue enquanto que o excesso diminui Distúrbios genéticos podem aumentar o colesterol plasmático Usos Formação de sais biliares Em humanos, a estrutura do colesterol não pode ser degradada até CO2 e H2O. o núcleo do colesterol é eliminado intacto pela conversão em sais biliares que são excretados pelas fezes. São compostos detergentes porque contÊm tanto regiões polares quanto apolares. São sintetizados pelo fígado, armazenados e concentrados na vesícula biliar e então liberados no intestino delgado. Hormônios adrenocorticais Progesterona e estrógeno Testosterona Precipitação na camada córnea da pele Funções estruturais de PL e colesterol Localizados especialmente nas membranas de todas as células do corpo Fluidez Integridade física da célula Cargas polares dos PL diminuem a tensão superficial entre membrana celular e líquidos adjacentes Lenta renovação dessas substâncias Metabolismo de proteínas Proteínas Principais constituintes são os aminoácidos, que podem ser de 20 tipos diferentes. Representam ¾ dos sólidos corporais e possuem diversas funções. Estrutura das proteínas Primária – resíduos de aminoácidos. Secundária – alfa-hélice. Terciária – cadeia polipeptídica. Quaternária – subunidades montadas com mais de uma cadeia polipeptídica. Aminoácidos circulam pelo sangue Quantidade depende do tipo de proteína ingerida e da síntese celular. Após alimentação, a concentração de aminoácidos aumenta no sangue mas não muito pois o excesso é absorvido de 5 a 10 minutos principalmente pelo fígado. Sua digestão e sua absorção ocorre por 2 a 3 horas. Renovação muito rápida pois grande quantidade de proteína pode ser carregada de uma parte a outra do corpo a cada hora (sob a forma de aminoácidos). Transporte ativo para dentro das células Aminoácidos não se difundem pela membrana, só são transportados por transporte ativo ou facilitado. Há um limiar renal para os aminoácidos serem reabsorvidos pelo epitélio tubular proximal (transporte ativo secundário). Dentro da célula, a concentração de aminoácidos livres no citosol é baixa. O armazenamento é feito em forma de proteínas e ocorre graças ao GH e a insulina. Quando volta para o sangue, deve estar na forma de aminoácidos devido aos glicocorticoides. Alguns tecidos participam mais desse armazenamento do que outros e o fígado é o principal deles. Liberação de aminoácidos da célula Quando a concentração de aminoácidos está abaixo do normal, é necessário reposição para que ela seja mantida a nível constante. Proteínas rapidamente sintetizadas por aminoácidos plasmáticos e rapidamente degradadas quando necessário num intercâmbio e equilíbrio. O excesso de proteínas armazenadas é usado na forma de aminoácidos para energia ou estoque. Proteínas plasmáticas As principais são albumina (principal), globulina e fibrinogênio. São sintetizadas no fígado. A intensidade de formação varia. São fonte rápida de reposição de aminoácidos para os tecidos (tecidos depletados). Equilíbrio reversível e constante Os níveis de proteínas plasmáticas, aminoácidos noplasma e proteínas teciduais estão em equilíbrio. O tratamento mais eficaz para deficiência proteica corporal grave, aguda e generalizada é a transfusão intravenosa de proteínas plasmáticas (presentes no plasma). Aminoácidos essenciais Arginina, histidina, isoleusina, leusina, lisina, meteonina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Devem ser adquiridos na dieta. Aminoácidos não essenciais Alanina, aspartato, asparagina, cisteína, glutamato, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina. São sintetizados pelas células. Síntese de aminoácidos A partir de alfa-cetoácido correspondente (precurssores). Reação de transaminação ocorre quando um radical amino é transferido de um aminoácido para um alfa-cetoácido e o oxigênio do outro alfa-cetoácido é transferido para o doador do radical amino. Essa reação é feita pela enzima aminotransferase e a vitamina B6 é essencial para que ela ocorra. Uso de proteínas como energia Há um estoque de proteínas até o limite celular e a degradação de aminoácidos é feita para gerar energia e para armazenar glicogênio e TG. O primeiro passo é a desaminação que ocorre no fígado. Desaminação É a remoção do grupo amino dos aminoácidos que pode ocorre por transaminação ou desaminação. O excesso de aminoácidos nas células ativam as transaminases. Formação de ureia Amônia tóxica é convertida em ureia pelo Ciclo da ureia que ocorre no fígado. A ureia é removida do corpo pela excreção renal. Coma hepático. Oxidação de aminoácidos desaminados Aminoácidos desaminados geram alfa-cetoácidos (intermediários do Ciclo de Krebs) e essa reação de oxidação gera energia. Gliconeogênese e cetogênese Aminoácidos desaminados podem ser convertidos em glicose e depois glicogênio ou acetilCoA e depois em AG ou corpos cetônicos. Degradação obrigatória das proteínas Quando a pessoa não ingere proteína, certa proporção das proteínas corporais é degradada. Para evitar essa perda de proteína corporal, é preciso ingerir de 20 a 30g de proteína por dia. Se algum aminoácido essencial estiver em baixa concentração, os outros aminoácidos se tornam inutilizáveis. Jejum extremo Fonte energética é primeiramente carboidrato e depois gordura (poupadores de proteínas). Porém, após jejum de algumas semanas, os aminoácidos são rapidamente desaminados e há deterioração rápida das funções celulares. Regulação hormonal do metabolismo proteico GH - aumenta a síntese proteica Insulina - necessária para a síntese, acelera o transporte de alguns aminoácidos para dentro das células, diminui degradação proteica e aumenta glicose nas células Glicocorticoides - aumentam a degradação da maior parte das proteínas teciduais, diminui proteína tecidual (aumenta degradação extra-hepática), aumenta aminoácidos no plasma e aumenta proteínas hepáticas e plasmáticas Testosterona - aumenta deposição proteica nos tecidos em especial no músculo (30 a 50% de aumento) Estrogênio - realiza deposição proteica mas efeito menor que o da testosterona Tiroxina aumenta o metabolismo celular, rápida degradação de proteínas e utilização para obter energia se carboidratos e gorduras forem insuficientes mas em quantidades adequadas e aminoácidos em excesso, há aumento da síntese proteica Fígado e equilíbrio dietético Fígado Principais funções Filtração e armazenamento do sangue Metabolismo de CHO, proteínas, lipídeos, hormônios e xenobióticos Formação de bile Armazenamento de vitaminas e ferro Formação dos fatores da coagulação Anatomia e fisiologia É o maior órgão do corpo humano. A unidade funcional básica é o lóbulo hepático, construído em torno da veia central. Lóbulos são diversas placas celulares (espessura de 2 células) que se irradiam a partir da veia central. Entre as células das placas, ficam os canalículos biliares. Os septos separam os lóbulos. Neles há o espaço porta, onde as vênulas portais que geram os sinusoides hepáticos, arteríolas hepáticas e ductos biliares. Sinusoides hepáticos São revestidos por células endoteliais e de Kupffer (macrófagos). Possuem poros muito grandes (movimentação de substâncias). Entre as células endoteliais e as hepáticas, está o espaço de Disse (perisinusoidais) que se conecta com vasos linfáticos. Sistema vascular Veia porta e artéria hepática tem alto fluxo sanguíneo e baixa resistência vascular. Na cirrose, aumenta muito a resistência ao fluxo. No alcoolismo crônico, há excesso de acúmulo de gordura no fígado, doenças virais, obstrução de ductos biliares. Reservatório sanguíneo É um órgão expansível. O volume normal de sangue no fígado é de 450 mL ou 10% do volume sanguíneo corporal. O aumento da pressão no átrio causa uma pressão retrógrada no fígado e uma expansão de 0,5 a 1 L. serve de reservatório quando há excesso de volume sanguíneo e está apto a fornecer sangue extra quando o volume sanguíneo está diminuído. Fluxo linfático muito alto Permeabilidade dos poros dos sinusoides. Há muito líquido e proteínas no espaço de Disse. A quantidade de linfa é grande (aproximadamente metade de toda linfa do corpo) e a concentração de proteínas na linfa hepática é apenas um pouco menor que a do plasma. Ascite É o aumento da pressão vascular que pode causar transudação de líquido para linfa e extravasar para cavidade abdominal. O aumento da pressão nas veias hepáticas faz com que o líquido tenha 80 a 90% da quantidade normal de proteínas plasmáticas. O aumento da pressão na veia cava provoca aumento do fluxo linfático em até 20 x. o bloqueio do fluxo porta também aumenta a pressão nos capilares do sistema porta do TGI. Regeneração da massa hepática Restauração após perda significativa de tecido por hepatectomia parcial (70%) ou lesão hepática aguda. É muito rápida. Seu controle ainda é mal compreendido. O fator de crescimento dos hepatócitos (HGF) aumenta mais de 20 x após hepatectomia parcial. Também são importantes o fator de crescimento epidérmico, o TNF-α e a IL-6. Quando o fígado chega a seu tamanho original, a divisão celular cessa (TGF-β). Em doenças hepáticas, a regeneração está seriamente comprometida. O crescimento hepático é regulado por algum sinal desconhecido relacionado ao tamanho corporal. Sistema macrofágico hepático Realiza a depuração do sangue através das células de Kupffer que fazem fagocitose. Provavelmente, menos de 1% de bactérias passa para a circulação sistêmica. Funções metabólicas do fígado Metabolismo de CHO Armazenamento de glicogênio, conversão de galactose e frutose em glicose, gliconeogênese, formação de diversos compostos químicos a partir dos CHO e manutenção da glicemia (remoção do excesso de glicose do sangue e devolução quando necessário). Metabolismo de lipídeos Oxidação de ácidos graxos, síntese de colesterol, PL e a maior parte das lipoproteínas, de gorduras a partir de CHO e proteínas, de corpos cetônicos e formação de sais biliares. Metabolismo de proteínas Desaminação de aminoácidos, formação de ureia (remoção de amônia) e de proteínas plasmáticas, síntese de aminoácidos, interconversões entre aminoácidos e síntese de outras substâncias a partir de aminoácidos. O aumento de amônia no sangue provoca coma hepático e morte. A depleção de proteínas plasmáticas causa rápida mitose dos hepatócitos e crescimento hepático com produção de novas proteínas plasmáticas. Cirrose provoca edema e ascite. Armazenamento de vitaminas - em maior quantidade a vitamina A, mas também D e B12. Armazenamento de ferro na forma de ferritina Segunda maior concentração de ferro no corpo. Células hepáticas têm muita apoferritina que secombina reversivelmente com o ferro quando está em excesso no organismo. Síntese de fatores da coagulação Fibrinogênio Protrombina Globulina aceleradora Fator VII e outros Vitamina importante Remoção ou excreção Citocromo P450. Hormônios alterados ou excretados pelo fígado são tiroxina e hormônios esteroides (aldosterona, cortisol, estrogênio). Na lesão hepática, há acúmulo desses hormônios e hiperatividade hepática. Uma das principais vias de excreção de cálcio é a secreção biliar. Bilirrubina Pigmento verde-amarelado e produto final da degradação da hemoglobina (Hb). O ferro é transportado no sangue pela transferrina. A bilirrubina não conjugada é ligada a albumina no sangue. A partir do grupo heme das hemácias, forma-se a biliverdina, há redução em bilirrubina livre ou não conjugada (liga-se à albumina no sangue), captação pelos hepatócitos. 80% é conjugada com ácido glicurônico, 10% ao sulfato e o resto a outras substâncias. Canalículos biliares fazem transporte ativo. A dosagem da bilirrubina biliar é uma ferramenta de diagnóstico clínico. Bilirrubina no intestino Metade da bilirrubina conjugada é convertida a urobilinogênio por ação bacteriana. Esse urobilinogênio vai para a circulação entero-hepática, para as fezes (estercobilina) e para a urina (5%, oxidação em urobilina após exposição ao ar). Icterícia É o excesso de bilirrubina conjugada ou não no LEC que causa uma tonalidade amarelada dos tecidos corporais. Em condições anormai, sua concentração vai de 0,5 a 40 mg/dL. A reação de van den Bergh diferencia os dois tipos de bilirrubina. Hemolítica – há aumento da destruição das hemácias, a função excretora do fígado não está comprometida e há aumento da bilirrubina não conjugada. Obstrutiva – há obstrução dos ductos biliares ou lesão de células hepáticas, com formação normal de bilirrubina que, em sua maior parte, é conjugada. Icterícia obstrutiva total - testes para urobilinogênio urinário são negativos, fezes cor de argila (sem estercobilina) e há quantidade significativa de bilirrubina conjugada na urina. Equilíbrios dietéticos Condições estáveis Há equilíbrio entre a ingestão alimentar de CHO, proteínas (armazenamento e energia) e lipídeos e o gasto energético com estabilidade de peso e manutenção da composição corporal. Se a ingestão excede o gasto de modo persistente, o excesso é armazenado como gordura eo peso corporal aumenta. Se a ingestão é insuficiente para suprir as necessidades do organismo, há perda de massa corporal e Inanição. Balanços dietéticos Carboidratos e gorduras São poupadores de proteínas pois são os primeiros a fornecerem energia. Proteínas São usadas quando os carboidratos e as gorduras se depletam. A necessidade média diária é de 20 a 30 g para manter os estoques normais. É preciso haver um suprimento dietético para substituir essa perda por degradação mas a dieta precisa conter os aminoácidos essenciais para produção das proteínas degradadas (proteínas sem os aminoácidos essenciais são proteínas parciais). As proteínas de origem animal são as mais completas (a proteína do milho quase não tem triptofano). A deficiência se chama Kwashiorkor e causa retardo do crescimento, letargia, edema e depressão da atividade mental. Regulação da alimentação Regulação da ingestão e armazenamento O corpo possui poderosos sistemas de controle (a curto e longo prazo) que auxiliam na manutenção adequada da ingestão, dos gastos e dos estoques. Excesso da ingestão causa armazenamento como gordura Déficit de ingestão causa perda de massa corporal total Centros neurais Atuam na regulação da ingestão alimentar. Fatores ambientais, culturais e controle fisiológico (principalmente hipotálamo) são sensação de fome, contrações rítmicas do estômago, inquietude, apetite, saciedade. O hipotálamo é o centro da fome (Núcleos laterais destruídos causam ausência do desejo por comida e inanição progressiva) e da saciedade (Núcleos ventromediais inibem o centro da fome e se destruídos, come de modo voraz e contínuo) pois possui muitos receptores para neurotransmissores e hormônios. Também são importantes o núcleo paraventricular (lesões causam excesso de ingestão), o núcleo dorsomedial (lesões causam deprimem o comportamento alimentar) e núcleo arqueado (controlado por hormônios do TGI e tecido adiposo). Intensa e mútua comunicação química entre os neurônios do hipotálamo. Atuam na regulação do processo mecânico da alimentação. Salivar, mastigar e engolir estimulam centros no tronco encefálico. Centros neurais superiores ao hipotálamo (amígdala e córtex pré-frontal) controlam a apetite e o ato mecânico da alimentação. Fatores que regulam a quantidade da ingestão Regulação a curto prazo - prevenção da superalimentação Enchimento GI inibe a alimentação pois a distensão principalmente do estômago e duodeno produzem sinais inibitórios de estiramento que são transmitidos via vagal para o centro da fome. Fatores hormonais GI suprimem a alimentação. CCK no sangue ativa receptores em nervos sensoriais no duodeno que vão para o nervo vago para cérebro e induzem saciedade. Peptídeo YY é secretado principalmente no íleo e cólon pela ingestão de alimentos (depende da quantidade e composição). Peptídeo semelhante ao glucagon (GLP) tem sua secreção estimulada pela presença de alimento no intestino. Grelina é um hormônio GI que estimula a alimentação, liberado pelas células oxínticas do estômago principalmente, tem pico no sangue imediatamente antes das refeições. Receptores orais medem a ingestão de alimentos através da mastigação, salivação, deglutição, paladar. Depois que certa quantidade de alimento passa pela boca, o centro hipotalâmico da fome fica inibido. Regulação a longo prazo - mantém as quantidades normais dos estoques energéticos do corpo Controle da alimentação depende do estado nutricional do organismo. Efeitos das concentrações de glicose, aminoácidos e lipídeos no sangue são aumento da fome, aumento de glicose no sangue com aumento da frequência de disparos de neurônios glicorreceptores no centro da saciedade e diminuição no centro da fome. No frio, há tendência a maior ingestão Interação dentro do hipotálamo entre sistema de regulação da temperatura e o de regulação da ingestão. Sinais do tecido adiposo - O aumento do tecido adiposo (excesso de armazenamento energético) induz a liberação de leptina, que possui receptores no hipotálamo. A leptina diminui a produção hipotalâmica de estimuladores do apetite (NPY e AGRP), ativa neurônios POMC, aumenta produção hipotalâmica de CRH (reduz ingestão), aumenta atividade simpática (aumenta metabolismo e gasto energético) e diminui secreção de insulina (diminui armazenamento). A leptina fica no tecido adiposo avisando o cérebro de que já tem energia suficiente armazenada e que a ingestão de alimentos não é mais necessária. Sinais que chegam ao hipotálamo Sinais neurais do TGI (enchimento gástrico) Sinais químicos dos nutrientes no sangue Sinais de hormônios GI Sinais de hormônios do tecido adiposo Sinais do córtex cerebral (visão, paladar, olfato) Substâncias orexígenas estimulam a alimentação Substâncias anorexígenas inibem a alimentação Neurônios no hipotálamo 2 tipos de neurônios muito importantes nos núcleos arqueados, que são os principais alvos para os hormônios que regulam o apetite. Neurônios pró-opiomelanocortina (POMC) Secretam hormônio α-melanócito estimulante (α-MSH). Sua ativação diminui a ingestão alimentar e aumenta gasto energético. α-MSH age nos receptores da melanocortina (MCR-3 e 4 principalmente) nos núcleosparaventriculares, núcleo do trato solitário e tronco cerebral. Mutações no MCR-4 (deficiência nessa via ou ativação excessiva) são a causa mais comum de obesidade humana monogênica. Neurônios NPY-AGRP Produzem as substâncias orexígenas que são neuropeptídeo Y (NPY) e proteína relacionada ao agouti (AGRP). Sua ativação aumenta a ingestão alimentar e diminui o gasto energético. AGRP no hipotálamo é um antagonista natural de MCR-3 e 4. Estoques energéticos baixos no corpo provocam a liberação de NPY e a diminuição da atividade dos neurônios POMC. Obesidade É a ingestão maior do que o gasto energético que provoca um armazenamento do excesso de energia como gordura, principalmente no tecido subcutâneo, cavidade intraperitoneal e fígado. Novos adipócitos podem surgir em qualquer período da vida. Numa pessoa obesa e com peso estável, a ingestão iguala ao gasto. Para perder peso, a ingestão deve ser muito menor que o gasto. Na perda de peso por dieta, o aumento de hormônios que estimulam a fome e diminuição dos que a reduzem. Causas (complexas) As causas mais comuns são variações genéticas e fatores ambientais. Fatores ambientais, psicológicos, estilo de vida e genética. Estilo de vida sedentário (atividade física diminui gordura corporal e aumenta gasto energético). Comportamento alimentar anormal (atualmente, a abundância de alimentos muito energéticos e gordurosos). Situações estressantes. Supernutrição infantil (em especial no 1º ano de vida, pois a velocidade de formação de adipócitos é muito rápida). Anomalias neurogênicas como lesão hipotalâmica, organização funcional dos centros neurais diferente nos obesos, anormalidades dos neurotransmissores ou receptores das vias neurais que controlam a alimentação. Fome mais intensa do que na pessoa normal - ponto de ajuste em um nível muito alto. Fatores genéticos como obesidade familiar, anormalidades nas vias que regulam o centro da fome ou que regulam o gasto energético e armazenamento. A causa mongênica mais comum são as mutações do MCR-4. Tratamento Diminuição do aporte energético por diminuição da ingestão e aumento do gasto Aumento da atividade física Dietas redutoras são “volumosas” mas possuem muitas substâncias celulósicas não nutritivas Fármacos Procedimentos cirúrgicos Inanição É o oposto da obesidade, ou seja, perda extrema de peso por inadequada disponibilidade de comida ou condições fisiopatológicas que diminuem muito o desejo por alimento (distúrbios psicogênicos, anormalidades hipotalâmicas e fatores liberados por tecidos periféricos). Anorexia Redução da ingestão alimentar provocada, primariamente, por apetite diminuído (mecanismos neurais centrais). Caquexia Distúrbio metabólico de aumento do gasto energético, com perda maior do que a provocada pela diminuição isolada da ingestão alimentar. Em vários tipos de câncer e AIDS, há anorexia e caquexia. Jejum prolongado Há depleção dos depósitos alimentares nos tecidos corporais, progressiva depleção de gordura e proteínas. A glicogenólise supre energia por aproximadamente meio dia. Deficiências vitamínicas auxiliam na debilidade. A depleção de proteínas ocorre em 3 fases. 1ª (rápida) - proteínas facilmente mobilizáveis principalmente para o cérebro 2ª - velocidade muito diminuída com excessiva utilização de gorduras (cetose) 3ª (nova depleção rápida) - depósitos gordurosos praticamente depletados. Única fonte remanescente de energia são as proteínas, mas como são igualmente importantes para as funções celulares, a morte ocorre quando a depleção chega à metade das proteínas do corpo. Vitaminas Compostos orgânicos necessários em pequenas quantidades para o metabolismo, não sintetizados pelo organismo, necessários em quantidades variadas e podem ser armazenadas ( principalmente as lipossolúveis). Muitas síndromes de deficiência, como pelagra, beribéri, espru, kwashiorkor, provavelmente se devem a deficiências combinadas de uma série de vitaminas e outros aspectos da desnutrição. Vitamina A É encontrado nos tecidos animais como retinol. Nos alimentos de origem vegetal, a pró- vitamina (pigmentos carotenoides amarelos e vermelhos) que é convertida no fígado em vitamina A. atua na formação dos pigmentos visuais. Sua deficiência causa cegueira noturna e crescimento anormal de células epiteliais (ficam estratificadas e queratinizadas). Vitamina B1 ou tiamina Em reações de descarboxilação Deficiência: diminuição do piruvato e de alguns aminoácidos aumento do uso de gorduras Deficiências: 1. Lesões no SNC e SNP (depende muito de CHO para energia): polineurite, degeneração das bainhas de mielina, paralisia 2. Enfraquecimento do coração (insuficiência cardíaca) e vasodilatação periférica 3. Distúrbios no TGI: indigestão, constipação grave, anorexia, atonia gástrica, hipocloridria Beribéri: quadro geral de deficiência, especialmente quando predominam os sintomas cardiovasculares Niacina ou ácido nicotínico Para fazer NAD+ e NADP+ Deficiência leve: menor energia (fraqueza muscular, secreção glandular insuficiente) Deficiência grave: morte tecidual Lesões no SNC com demência permanente, psicose, anormalidades digestivas, pele descamada e quebradiça, irritação e inflamação de mucosas (PELAGRA) Exacerbada em pessoas com dieta a base de milho (triptofano niacina) Vitamina B2 ou riboflavina Forma 2 coenzimas: FMN e FAD Em humanos não há casos conhecidos de deficiência grave Deficiência leve é comum: distúrbios digestivos, rachaduras nos cantos da boca, cefaleia, depressão mental Deficiência frequentemente em associação com def. de tiamina e/ou niacina Compostos da cobalamina Várias funções metabólicas. Essencial para replicação gênica Para crescimento e formação e maturação de hemácias Deficiência: anemia perniciosa, desmielinização de grandes fibras nervosas da medula (paralisia) Causa mais comum de deficiência: déficit na formação do fator intrínseco Ácido fólico Transportador de grupos hidroximetil e formil Uso mais importante: síntese de purinas e timina para formar DNA. Necessário para replicação gênica e crescimento Deficiência: anemia macrocítica Piridoxina Nas células, está na forma de piridoxal fosfato. Metabolismo de aminoácidos e proteínas através da coenzima no processo de transaminação. Sua deficiência provoca dermatite, diminuição do crescimento, esteatose hepática, anemia, deterioração mental. Ácido pantotênico Presente principalmente na coenzima A. Em humanos, nenhuma síndrome carencial definida foi comprovada e tem ampla ocorrência em quase todos os alimentos. É provável que o organismo sintetize pequenas quantidades. Vitamina C ou ácido ascórbico Essencial para ativar a prolil hidroxilase e formar colágeno Vitamina essencial para crescimento e força das fibras no tecido subcutâneo, cartilagem, ossos e dentes e para cicatrização Deficiência (escorbuto): fibras colágenas defeituosas e fracas Fraturas, parede dos vasos muito frágeis Escorbuto extremo: céls. musculares se fragmentam, lesões gengivais, perda de dentes, infecções orais, hematêmese, melena, hemorragia cerebral Vitamina D Aumento da absorção GI de cálcio (promoção do seu transporte ativo no íleo) e da formação da proteína ligadora de cálcio nas células epiteliais intestinais. Vitamina E Raros casos de deficiência. Tem papel protetor na prevenção da oxidação de gorduras não saturadas e na prevenção de anormalidades estruturais e funcionais. Vitamina antiesterilidade (animais). Vitamina K Cofator essencial para enzima na formação dos fatores da coagulação. Sua deficiência causacoagulação retardada. Difícil deficiência (microbiota) (problema no uso de antibióticos). Minerais Ferro Localizado principalmente na hemoglobina (2/3), no fígado e na medula óssea. São carreadores de elétrons. Oligoelementos importantes Iodo - formação dos hormônios tireoideanos Zinco - parte integral de várias enzimas Fluor Pequena quantidade durante o período em que os dentes se formam para proteger contra cáries. Não deixa os dentes mais fortes. A ingestão excessiva causa ossos aumentados e dentes manchados. Energética celular e a taxa metabólica ATP - moeda metabólica A transferência de energia das matérias-primas alimentares para a maioria dos sistemas funcionais celulares é feita por ATP ou nucleotídeo semelhante (GTP). O ATP possui grande quantidade de energia livre em suas ligações fosfato. É o elo essencial entre as funções que utilizam energia e as que produzem energia. Obtido e consumido rapidamente. Todos os mecanismos fisiológicos que requerem energia a obtém através do ATP. Alimentos energéticos (carboidratos, lipídeos, proteínas), quando oxidados, liberam grande quantidade de energia usada para fazer ATP. Liberação de energia livre dos alimentos Funções do ATP Energiza a síntese de componentes celulares - formação de ligações peptídicas, síntese de glicose, de AG, colesterol, hormônios, uréia, etc Energiza a contração muscular – miosina é uma enzima que quebra o ATP Energiza transporte ativo através de membranas - quando oposto ao gradiente eletroquímico Energiza a secreção glandular e a síntese Energiza a condução nervosa - diferença da concentração iônica através das membranas dos neurônios Fosfocreatina Ligações de fosfato de alta energia formadas quando tem muito ATP na célula. Sua energia é usada para síntese de fosfocreatina (armazenamento) e é rapidamente transferida. Mantém a quantidade de ATP em nível alto constantemente. Tipos de energia Único nutriente capaz de fornecer energia sem uso de oxigênio. Na hipóxia, a energia usada é a anaeróbia (oxigênio dos pulmões e Hb acabam em 2 min). Picos de atividade extenuante usam energia anaeróbia (glicólise) no músculo esquelético e isso pode fazer proezas extremas de força por poucos segundos. Essa energia extra não vem de processos oxidativos (lentos) e sim de ATP já presente, fosfocreatina e via glicolítica por 1 a 2 minnutos. Anaeróbia – não usa oxigênio Aeróbia – apenas metabolismo oxidativo Metabolismo energético O ATP dos músculos vem de três sistemas bioquímicos. A atividade física é o fator que mais aumenta o metabolismo. Sistema fosfato – de 8 a 10 segundos Sistema ácido lático-glicólise Respiração aeróbica Glicogênese e o ciclo de Cori Após exercício extenuante, há consumo extra de oxigênio. Por isso, a pessoa continua a respirar fortemente de poucos minutos até uma hora. Oxigênio adicional é usado para reconverter lactato em glicose, reconverter ADP e AMP em ATP, reconverter creatina e fosfato em fosfocreatina, restabelecer oxigênio na Hb e mioglobulina, aumentar a concentração de oxigênio nos pulmões e saldar déficit de oxigênio. Controle da liberação de energia Velocidade global de uma série de reações químicas depende da etapa mais lenta, ou seja, essa etapa é limitante de velocidade. A velocidade na célula em repouso (ADP) é baixa. Reações que dependem dele são lentas. Nesse caso, o ADP é fator limitante da velocidade. Na célula ativa (ADP), a velocidade é alta. Aumenta a velocidade de reações que geram energia (ATP). A quantidade de energia liberada é controlada pelo grau de atividade celular. Taxa metabólica Metabolismo corporal - totalidade de reações químicas em todas as células do corpo. Calor - produto final de quase toda a energia liberada no corpo. Intensidade metabólica - quantidade de calor liberado. Nem toda energia dos alimentos é transferida para o ATP pois grande parte se transforma em calor. Fatores que aumentam a TM Hormônio tireoideano (50 a 100%) Secreção aumentada no frio Testosterona (10 a 15%) GH Febre (120% a cada 10ºC) Fatores que diminuem a TM Sono (10 a 15%) - redução do tônus muscular e menor atividade do SNC Desnutrição (20 a 30%) - poucos substratos alimentares Metabolismo basal (MB) É a energia requerida para realizar todas as reações químicas do corpo quando a pessoa está em repouso. 50 a 70% do gasto energético diário em sedentários. Músculo esquelético mesmo em repouso necessita de 20 a 30% do MB. Menor em mulheres e também com a idade. Metabolismo após refeição Aumenta devido a digestão, absorção, armazenamento. Aumento de até 30% em refeição rica em proteínas (3 a 12 hrs). Efeito termogênico dos alimentos - 8% do gasto energético diário. Atividade física e efeito dos alimentos liberam calor porém não têm como objetivo a regulação da temperatura corporal. SNS também estimula a termogênese. Tecido adiposo Unilocular Multilocular Branco ou amarelo Pardo ou marrom Rico em carotenóides Rico em mitocôndrias Em todo o corpo dos adultos Em RN, animais que hibernam e alguns locais no corpo dos adultos Células grandes, esféricas, núcleo na periferia, uma gotícula de gordura por célula Células menores, núcleo central, numerosas gotículas de gordura por célula, aparência glandular Reserva energética Termorregulação Contém TERMOGENINA, enzima desacopladora do transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. Estímulo do SNS provocam liberação de muito calor.