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O tubo digestivo apresenta as seguintes regiões: 
 Boca 
 Faringe 
 Esôfago 
 Estômago 
 Intestino delgado 
 Intestino grosso 
 Ânus 
 Glândulas anexas: glândulas salivares, pâncreas e fígado 
 
A parede do tubo digestivo tem a mesma estrutura da boca ao ânus, 
sendo formada por 4 camadas: mucosa, submucosa, muscular e 
adventícia. 
 
 
 
 
Mucosa 
Submucosa 
Adventícia 
Muscular 
Camada externa 
Camada interna 
 
 
 
 
Os dentes e a língua preparam o alimento para a digestão, por meio da 
mastigação, os dentes reduzem os alimentos em pequenos pedações, 
misturando-os à saliva, facilitando a futura ação das enzimas. A língua 
movimenta o alimento empurrando-o em direção à garganta, para que 
seja engolido. 
 
Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas 
células sensoriais percebem os 4 sabores primários (doce, salgado, azedo 
e amargo). 
 
A presença dos alimentos na boca, como sua visão e cheiro, estimula as 
glândulas salivares a secretar saliva, que contém amilase salivar (ou 
ptialina), além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o 
amido e outros polissacarídeos, reduzindo-os em moléculas de maltose 
(dissacarídeo). Os sais, na saliva, neutralizam substâncias ácidas e 
mantém, na boca, um pH levemente ácido (6,7), ideal para a ação da 
amilase salivar (ptialina). O alimento, que se transforma em bolo 
alimentar é impulsionado pelas ondas peristálticas, levando entre 5 e 10 
segundos para percorrer o esôfago. Nesse momento, surge um 
mecanismo para fechar a laringe (evitando que o bolo alimentar entre 
penetre nas vias respiratórias). Quando o esfíncter relaxa, permite a 
passagem do alimento para o estômago. 
 
No estômago, o alimento é misturado com a secreção estomacal, o suco 
gástrico (solução rica em ácido clorídrico e em enzimas – pepsina e 
renina). 
 
A pepsina decompõe as proteínas em peptídeos pequenos. A renina, 
produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascidos, 
separa o leite em frações líquidas e sólidas. 
 
Apesar de estarem protegidas por uma densa camada de muco, as 
células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela 
ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada 
(estima-se que a superfície estomacal seja totalmente reconstruída a 
cada 3 dias). O estômago produz cerca de 3 litros de suco gástrico por 
dia. O alimento (bolo alimentar) pode permanecer no estômago por até 
4 horas ou mais e se mistura ao suco gástrico auxiliado pelas contrações 
da musculatura estomacal. 
 
No estômago, o bolo alimentar se transforma em uma massa acidificada 
e semilíquida, chamada quimo. Passando por um esfíncter muscular 
(piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, 
onde ocorre a parte mais importante da digestão. 
 
Depois de 2 a 4 horas no estômago, o quimo passa adiante onde se inicia 
a digestão intestinal (3ª etapa da digestão) – a digestão ocorre 
predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. 
 
Após sucessivos movimentos peristálticos, o quimo penetra na 1ª porção 
do intestino delgado, o duodeno. No duodeno atua também o suco 
pancreático (produzido pelo pâncreas, contendo diversas enzimas 
digestivas) e a bile (produzida no fígado, e apesar de não conter enzimas, 
tem a função de transformar gordura em gotículas microscópicas). 
 
No jejuno há secreção das enzimas (suco entérico): 
 Erepsina: responsável pela quebra de peptídeos em aminoácidos. 
 Sacarase: quebra a sacarose em glicose e frutose. 
 Maltase: quebra a maltose em 2 glicoses. 
 Lactase: quebra a lactose em glicose e galactose. 
 Lipase entérica: quebra as gorduras já emulsionadas em ácidos 
graxos e glicerol. 
 Enteroquinase: responsável pela ativação do tripsinogênio em 
tripsina (digestão de proteínas). 
 
No intestino delgado, sob ação do suco pancreático e entérico, o quimo 
se transforma em quilo. 
 
O quilo (alimento que não foi digerido), sai do intestino delgado pelo íleo 
e penetra na primeira parte do intestino grosso, o ceco. Os alimentos e 
materiais de secreção atravessam o intestino movido por movimentos 
peristálticos dos músculos. 
 
O intestino grosso tem a função de absorção de água. Assim, o conteúdo 
se condensa até formar detritos inúteis, que serão evacuados – na região 
final do cólon (cólon sigmoide) a massa fecal se solidifica e se transforma 
em fezes. 
 
O cólon sigmoide se conecta ao reto, o qual se relaciona ao ânus, por 
onde as fezes serão eliminadas. 
 
 
Língua 
 
Órgão muscular e móvel, composto por músculo estriado (musculatura 
voluntária). 
 
Funções: fala, mistura saliva com o alimento, percepção de sabores, 
mantém o bolo alimentar prensado entre os dentes, impulsiona o 
alimento para trás (deglutição). 
 
Anatomia: 
 Estruturas externas: 
o Arco 
o Filtro 
o Tubérculo 
o Rimas 
o Vermelhão 
 Cavidade oral: 
o Porção vestibular e a cavidade oral propriamente dita 
 Limites: 
o Superior: palato duro e palato mole 
o Inferior: músculos do assoalho 
o Laterais: bochechas 
o Anterior: rima da boca 
o Posterior: istmo das fauces 
 Arcos dentais 
 Língua: 
o Ápice 
o Corpo 
o Dorso 
o Raiz 
 Glândulas salivares: 
o Parótidas 
o Submandibulares 
o Sublinguais 
 Tonsilas palatinas 
 Histologia: 
o Palato duro (MHS 246) 
o Língua (MHS 108) 
 Lâmina histológica de uma glândula parótida (MH 094): maior 
glândula salivar. 
o Células serosas – acinares 
o Células mucosas 
o Ductos intralobulares, intercalados, estriados, interlobulares 
(ou extralobulares) 
 
 Palato 
 
Palato 
Forma o céu da boca separando 
as cavidades oral e nasal. É 
constituído pelo palato duro 
(porção óssea anterior) e pelo 
palato mole (porção muscular 
posterior. 
Palato duro 
Submucosa 
Mucosa 
 Língua 
 
 Glândula parótida 
 
 
 
Glândulas Salivares 
 
Saliva: produção de aproximadamente 1L/dia – constituída por água, 
proteína mucina (secreção mucosa), sais minerais e amilase 
salivar/ptialina (secreção serosa) – líquido levemente alcalino, uma 
solução aquosa, de consistência viscosa, que umedece a boca, 
amolece os alimentos e contribui para realizar a digestão. 
 
Na cavidade bucal, a amilase salivar atual sobre o amido (CHO) 
transformando-o em moléculas menos complexas. Três partes de 
glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: 
 
Papilas gustativas 
Células musculares 
Células serosas 
 Glândula Parótida: massa variável entre 14-28g, é a maior das 3, 
situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da 
orelha. 
 Glândula Submandibular: é arredondada, tamanho de uma noz, 
possui um ducto que faz um trajeto profundo e posteriormente 
abre-se em um a três orifícios numa pequena papila sublingual ao 
lado do frênulo lingual. 
 Glândula Sublingual: é a menor das 3, fica abaixo da mucosa do 
assoalho da boca, inúmeros ductos sublinguais abrem-se no 
assoalho da boca em torno do frênulo da língua. 
 
As glândulas parótidas produzem quase toda a secreção de tipo seroso, 
enquanto as glândulas submandibulares e sublinguais produzem 
secreção serosa e mucosa. 
 
 
 
 
Faringe 
 
Canal membranoso, situado atrás das fossas nasais e da boca. É um tubo 
oco que liga a boca ao esôfago e as fossas nasais a laringe. 
 
Ao descer pela faringe, o bolo alimentar passa por uma região chamada 
glote, onde uma válvula, a epiglote, dobra-se para trás fechando a 
faringe, impedindo que o alimento passe para as vias respiratórias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esôfago 
 
Tubo muscular com aproximadamente 20cm de comprimento, que 
apresenta uma contração muscular rítmica (movimentos peristálticos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Anatomia: 
o Porção cervical 
o Porção torácica 
o Porção abdominal 
 Camadas do esôfago: camada mucosa (epitélio pavimentoso 
estratificado), camada submucosa, camada muscular e camada 
serosa ou camada adventícia, dependendo da região. 
 Lâmina histológica MH 109 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mucosa 
Submucosa
MuscularCamada interna 
Camada externa 
Estômago 
 
Órgão cavitário, situado entre o esôfago e o intestino delgado, com 
capacidade de 2 a 4 litros. 
 
O estômago vazio tem calibre apenas ligeiramente maior que o do 
intestino grosso; entretanto, é capaz de se expandir muito e pode conter 
2 a 3 litros de alimento. 
 
O estômago digere os alimentos por acidificação e quebra de proteínas. 
 
Ácido clorídrico* – produzido pelas células parietais (fundo estomacal) - 
protege a cavidade gástrica contra possíveis infecções (destrói a maioria 
das bactérias), e desempenha a ativação da enzima pepsinogênio 
(forma inativa) para a forma ativa que é denominada pepsina. 
 
Gastrina – produzida pelas células G (antro do estômago) – estimula a 
secreção de ácido clorídrico e estimula a motilidade do estômago. 
 
O suco gástrico começa a ser produzido quando o alimento ainda está 
sendo mastigado. À medida que o alimento entra no estômago, este será 
armazenado no corpo e no fundo. Esta estrutura tem capacidade de 
distender pouco a pouco, acomodando quantidades cada vez maiores 
de alimentos, até seu limite. Em seguida, inicia-se o processo de mistura 
(bolo alimentar e suco gástrico). 
 
O suco gástrico/digestivo é secretado pelas glândulas gástricas, 
localizadas na parede do corpo do estômago. 
Ácido clorídrico*: 
 Ação germicida, restringindo a fermentação bacteriana. 
 Facilita a absorção do ferro. 
 Ativa o pepsinogênio e proporciona pH ótimo para a ação da pepsina. 
 Ação preliminar sobre proteínas, facilitando o primeiro ataque enzimático sobre as 
mesmas. 
 
Pepsina: Principal enzima secretada pelas células principais; é formada como pepsinogênio; 
não tem atividade digestiva 
 Ativada ao entrar em contato com o ácido clorídrico. 
 Transforma proteínas em polipeptídeos. 
 
Renina ou quimosina: Atua sobre a caseína do leite, coagulando-se, afim que permaneça 
mais tempo no estômago para sofrer digestão. 
 
Lipase gástrica: atua sobre as gorduras já emulsionadas, que desdobra ácidos graxos e 
glicerol. Sua ação é pequena no estômago, devido ao seu pH de ação ser em torno de 5,5 
a 7,5. 
 
Quando o estômago está cheio, ondas fracas e movimentos peristálticos 
movem-se gradualmente, facilitando a ação do suco gástrico. 
 
 
Anatomia: 
 Região cárdia – relação com o 
esôfago 
 Fundo gástrico – parte “de cima” 
 Corpo gástrico – maior parte do 
órgão 
 Curvaturas maior e menor 
 Região pilórica – porção terminal 
 
 
 
Histologia – lâminas MH 111a e MH113 
 Camada mucosa 
o Epitélio cilíndrico simples 
o Células parietais e células principais 
o Fossetas gástricas 
o Lâmina basal 
o Muscular da mucosa 
 Camada submucosa 
 Camada muscular: longitudinal e circular 
 Camada serosa 
 
 
 
 
 
Intestino Delgado 
 
No intestino delgado ocorre a parte mais importante da digestão, a 
absorção da maior parte dos nutrientes. 
 
O intestino delgado é um tubo com mais de 6m de comprimento e 
aproximadamente 4cm de diâmetro e é dividido em 3 regiões: duodeno 
(+/- 25cm), jejuno (+/- 5m) e íleo (+/- 1,5m). 
 
A superfície interna, ou mucosa do 
intestino delgado, apresenta, além de 
inúmeros dobramentos maiores, 
milhões de pequenas dobras (4 a 5 
milhões), microvilosidades, cuja função 
é melhorar a capacidade de 
absorção (grande superfície de 
contato). 
 
Abaixo das microvilosidades e 
envolvendo o intestino, existe uma 
grande quantidade de finíssimos vasos 
sanguíneos e linfáticos, responsáveis pelo transporte de nutrientes. 
 
Mucosa 
Submucosa 
Muscular 
Adventícia 
Movimentos peristálticos 
No intestino, as contrações rítmicas e os 
movimentos peristálticos das paredes 
musculares, movimentam o alimento, ao 
mesmo tempo em que este é atacado 
pela bile, enzimas e outras secreções. Os 
nutrientes absorvidos pelos vasos 
sanguíneos do intestino passam ao fígado 
para serem distribuídos pelo resto do 
organismo. 
 
 
 
Duodeno: tem forma de arco, compreende o piloro, que abraça a 
cabeça do pâncreas. 
 Tem função associada à mistura do quimo (alimento que passa por 
digestão no estômago) com a bile (produzida no fígado) e com o 
suco pancreático (secreção exócrina do pâncreas). 
 
 
 
Histologia do duodeno (MHS 272): 
 Mucosa (ou membrana mucosa) 
o Vilosidades – projeções altas e delgadas semelhantes a 
dedos que se estendem até o lúmen. 
 Células absortivas (ou enterócitos) – células colunares 
simples com microvilosidades (ou borda em escova) 
para expandir a superfície absortiva. 
 Células caliciformes – secretam muco para a 
lubrificação. 
 Criptas – glândulas intestinais encontradas na base das 
vilosidades. 
 Muscular da mucosa – separa as criptas intestinais na 
mucosa das glândulas de Brunner na submucosa. 
 Submucosa – somente no esôfago e no duodeno a submucosa 
contém glândulas. 
o Glândulas de Brunner – secretam muco alcalino. 
 Muscular externa – 2 camadas ortogonais de músculo liso (circular 
interna e longitudinal externa). 
 Adventícia – tecido conjuntivo frouxo. 
 
 
 
 
Jejuno e íleo: O jejuno não tem limite com o íleo. O jejuno-íleo constitui a 
porção móvel do intestino delgado e está preso à parede do abdome 
por uma prega abdominal ampla, conhecida como mesentério. 
 
Jejuno – função: 
 Quebra de nutrientes. 
 Absorção de nutrientes lipofílicos. 
 Absorção de água 
 
Íleo – função: 
 Quebra enzimática de nutrientes. 
 Absorção da vitamina B12, gorduras (especialmente ácidos graxos 
e glicerol) e sais biliares. 
 Função imunológica (acesso e transferência de antígenos). 
 
 
Vilosidades 
Mucosa 
Submucosa 
Glândulas de Brunner 
Muscular 
 
 
 
 
Histologia do jejuno e íleo (MHS 219, MHS 248, MHS 119, MHS 120): 
 Pregas circulares (ou válvulas de Kerckring) 
 Mucosa: 
o Vilosidades – células absortivas (enterócitos) e células 
caliciformes. 
o Criptas ou glândulas intestinais (Lieberkuhn): células de 
Paneth e células tronco. 
o Lâmina própria (vasos linfáticos ou quilíferos) e muscular da 
mucosa. 
 Submucosa – plexo submucoso (Meissner). 
 Muscular – camada circular e camada longitudinal. Plexo 
mioentérico (Auerbach). 
 
Jejuno 
 
 
 
 
 Íleo 
 
Válvulas de Kerckring 
Submucosa 
Muscular 
Adventícia Muscular 
Submucosa 
Mucosa 
Válvulas de Kerckring 
Intestino Grosso 
 
O intestino grosso tem um importante trabalho na absorção de água 
(determinando a consistência do bolo fecal). Mede cerca de 1,5m de 
comprimento. 
 
Ele divide-se em: 
 Ceco 
 Cólon ascendente 
 Cólon transversal 
 Cólon descendente 
 Cólon sigmoide 
 Reto 
 
Uma parte do ceco é o apêndice vermiforme, com cerca de 8cm de 
comprimento, cuja posição se altera com frequência. Serve para alojar 
algumas bactérias e possui função imunológica. 
 
A saída do reto se chama ânus, é fechada por um músculo que o rodeia, 
o esfíncter anal. 
 
 
 
 
Flora intestinal: Numerosas bactérias (vários tipos) vivem em simbiose no 
intestino grosso. Seu trabalho consiste em dissolver os restos alimentícios 
não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o organismo 
contra bactérias estranhas (patogênicas), geradoras de enfermidades. 
 As bactérias produzem as vitaminas K, B12, riboflavina (B2) e timina 
(base nitrogenada). 
 
Reto: Na região final do cólon, a massa fecal se solidifica, transformando-
se em fezes. Cerca de 30% da parte sólida das fezes é constituída por 
bactérias (vivas e mortas) e 70% é constituída por sais, muco, fibras, 
celulose e outros não digeridos. A cor e estrutura das fezes são devido à 
presença de pigmentos provenientes da bile. 
 
O reto acumula quantidade de fezes suficiente para uma evacuação, a 
distensão de suas paredes provoca estímulos nervosos que, após 
percorrerem a medula espinhal, chegam ao cérebro e provocam o 
desejo de defecar. Se este estímulo fica sem resposta, as paredes do reto 
relaxam, as fibras nervosas deixam de enviar estímulos ao cérebro e o 
desejo desaparece. 
 
Histologia (MH 123 e MHS 274): 
 
 
 
 
 
 
 
PâncreasGlândula digestiva de secreção 
interna e externa, possui 
aproximadamente 15cm de 
comprimento e tem formato 
triangular. Está localizada 
transversalmente sobre a 
parede posterior do abdome, 
na alça formada pelo 
duodeno, sob o estômago. 
Mucosa 
Submucosa 
Muscular Camada interna 
Camada externa 
Camada externa 
Camada externa 
Camada externa 
Muscular 
Camada interna 
Submucosa 
Mucosa 
Glândulas endócrinas VS Glândulas exócrinas 
 
Enquanto as glândulas endócrinas liberam suas 
secreções na circulação sanguínea, as 
exócrinas secretam suas substâncias em outros 
órgãos ou para o exterior corporal 
Anatomia: 
 Cabeça (processo uncinado) – se encaixa no quadro duodenal. 
 Corpo 
 Cauda 
 Ductos: pancreático principal e principal acessório 
o Pancreático principal: início na cauda do pâncreas. 
Relaciona-se com o Ducto colédoco (formando a Ampola 
hepatopancreática), com o qual esvazia-se na Papila maior 
do duodeno. 
o Pancreático Acessório: com frequência patente. Drena uma 
parte da cabeça. 
 
A secreção externa do órgão é dirigida 
para o duodeno pelos canais de 
Wirsung (ducto pancreático principal) e 
de Santorini (ducto pancreático 
acessório). 
 
Tanto o suco pancreático, quanto a 
bile, chegam ao duodeno através da 
Ampola de Vater (ou 
hepatopancreática – formada pelo 
ducto de Wirsung e pelo ducto 
colédoco). 
 
 
Histologia (MH 131, MH 132, MH 211, MH 133): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pâncreas exócrino: secreta enzimas 
digestivas, reunidas em estruturas 
denominadas ácinos. Os ácinos 
pancreáticos estão ligados através 
de finos condutos, por onde sua 
secreção é levada até um condutor 
maior, que desemboca no 
duodeno, durante a digestão. – 
Suco pancreático. 
 
Pâncreas endócrino: secreta os 
hormônios insulina e glucagon, 
reunidos em estruturas 
denominadas Ilhotas de 
Langerhans, cujas células Beta 
secretam a insulina e as células Alfa 
secretam o glucagon. Os hormônios 
produzidos nas Ilhotas de 
Langerhans caem diretamente nos 
vasos sanguíneos pancreáticos. 
 
Suco pancreático: fluido claro 
produzido pelo pâncreas, contém 
cerca de 98,7% de água e 1,3% de 
componentes sólidos. É rico em 
bicarbonato de sódio, que 
Ilhotas de Langerhans 
Ácinos 
Insulina e Glucagon 
A regulação da glicemia no organismo 
depende basicamente de dois hormônios, o 
glucagon e a insulina. A ação do glucagon é 
estimular a produção de glicose pelo fígado, 
e a da insulina é bloquear essa produção, 
além de aumentar a captação da glicose 
pelos tecidos periféricos insulino-sensíveis. 
Com isso, eles promovem o ajuste, minuto a 
minuto, da homeostasia da glicose. 
 
 
misturado ao quimo, neutraliza a acidez. Além disso contém as seguintes 
enzimas: 
 Tripsinogênio: enzima inativa que em contato com a enzima 
enteroquinase é convertida em tripsina, fortemente proteolítica, 
capaz de quebrar as proteínas em fragmentos polipeptídicos 
(proteoses e peptonas). 
 Quimotripsinogênio: enzima inativa que após ser secretada e em 
contato no intestino com a tripsina é convertida em quimotripsina 
(também atua na quebra de proteínas). 
 Carboxipeptidase: hidrolisa os polipeptídios em peptídeos menores 
e aminoácidos. Esta enzima ataca principalmente ligações 
peptídicas próximas de um aminoácido terminal. 
 Amilase pancreática: enzima lipolítica, potencializada por 
inúmeras substâncias: sais biliares, íons de cálcio e certos peptídeos 
(atua sobre os carboidratos). 
 Colipase: desbloqueia a ação da lipase pancreática, a qual atua 
na quebra de gorduras (lipídeos). 
 
 
Fígado 
 
É o maior órgão interno, possuindo extrema importância; víscera mais 
volumosa (pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto e entre 1,2 e 1,4 kg na 
mulher adulta); tem a cor vermelho-amarronzada. 
 
Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal. 
 
As células do fígado recebem o nome de hepatócitos ou células 
hepáticas. 
 
Funções: 
 Produzir e secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das 
gorduras ingeridas, facilitando a ação da lipase. 
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as 
quimicamente para formar glicogênio (que será armazenado) – 
nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em 
moléculas de glicose, que serão relançadas na circulação. 
 Armazenar ferro e certas vitaminas e suas células. 
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue de fatores 
imunológicos e de coagulação e de substâncias transportadoras 
de oxigênio e gorduras. 
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na 
desintoxicação do organismo. 
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, 
transformando sua hemoglobina em bilirrubina, pigmento 
castanho-esverdeado presente na bile. 
 
Tecido hepático: É possível perder cerca de 75% deste tecido (doença, 
intervenção cirúrgica), sem que ele pare de funcionar. O tecido hepático 
é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos, 
compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas 
por canais diminutos (canalíticos), pelos quais passa a bílis segregada 
pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático 
que, junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto 
comum da bílis, que descarrega seu conteúdo no duodeno. 
 
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas 
e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, 
estrógenos e outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. 
Armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas. Produz carboidratos a 
partir de lipídeos ou proteínas, e lipídeos a partir de carboidratos ou 
proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e 
muitas outras substâncias, como as enzimas. 
 
Bile: Solução amarelada e esverdeada, formada por: água, sais biliares, 
pigmentos biliares, lectina e colesterol. Não contém enzimas digestivas, 
mas é decisiva para a digestão adequada de gordura devido a sua 
eficiente ação emulsificante. Os sais biliares emulsionam os lipídeos 
aumentando a sua superfície, facilitando a ação das lipases e a 
absorção dos produtos finais da digestão lipídica. A absorção das 
vitaminas lipossolúveis e caroteno também depende da presença da 
bile. 
 
 
 
Anatomia: 
 Faces 
o Diafragmática 
o Visceral 
 Lobos 
o Direto e esquerdo 
o Caudado e quadrado 
 Impressões 
o Gástrica 
o Renal 
o Duodenal 
o Cólica 
 Ligamentos 
o Falciforme 
o Coronário 
o Redondo 
 Porta hepática 
 Pedículo hepático: ductos biliares, artéria hepática própria e veia 
porta 
 Ductos biliares: 
o Ductos hepáticos direito e esquerdo 
o Ducto hepático comum 
o Ducto cístico 
o Ducto colédoco 
 
 
 
Histologia (Lâminas MH 126b e MH 127): 
o Lóbulos hepáticos: hepatócitos, trama reticular, capilares 
sinusoides. 
o Tríade portal microscópica: arteríola, vênula, ducto biliar. 
 
 
 
 
Vesícula Biliar 
 
É um saco membranoso, em forma de pera, e é um reservatório 
alongado, situado na face inferior do fígado (lobo direito). 
 
É um órgão muscular em que se acumula a bile no intervalo das digestões 
(até 50 cm3) – a bile, produzida no fígado, passa pela vesícula biliar 
através de um pequeno tubo chamado ducto cístico. 
 
Os tecidos que constituem as paredes musculares 
da vesícula biliar concentram a bile, absorvendo 
grande parte da sua água e mantêm-na recolhida 
até o início do processo de digestão. 
 
Quando estimulada, a vesícula biliar contrai-se e 
manda a bile concentrada através do ducto biliar 
até o intestino delgado, auxiliando a digestão. 
 
A afecção mais frequente da 
vesícula biliar é a presença 
de cálculos que ocorrem 
devido à existência de 
quantidades excessivas de 
cálcio e colesterol na bile. 
 
 
 
 
Histologia (lâmina MH 130a): 
 
 
Hormônios 
 
Durante a digestão ocorre a formação de certos hormônios: 
 
Hormônio Produtor Alvo Função 
Gastrina Estômago Estômago Estimula a produção de 
suco gástrico (hormônio da 
fome).Secretina Intestino Pâncreas Estimula a liberação de 
bicarbonato. 
Colecistoquinina Intestino Pâncreas 
e vesícula 
Estimula a liberação da bile 
pela vesícula e a liberação 
de enzimas pelo pâncreas. 
Enterogastrona Intestino Estômago Inibe o peristaltismo 
estomacal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Metabolismo é o conjunto das reações químicas que ocorrem num 
organismo vivo com o fim de promover a satisfação de necessidades 
estruturais e energéticas. 
 
Funções: 
 Obter energia química pela degradação de nutrientes ricos em 
energia oriundos do ambiente. 
 Converter as moléculas dos nutrientes em unidades fundamentais 
precursoras das macromoléculas celulares. 
 Reunir e organizar estas unidades fundamentais em proteínas, 
ácidos nucléicos e outros componentes celulares. 
 Sintetizar e degradar biomoléculas necessárias às funções 
especializadas das células. 
 
O catabolismo é a fase degradativa do metabolismo; nela, as moléculas 
orgânicas nutrientes, carboidratos, lipídios e proteínas provenientes do 
ambiente ou dos reservatórios de nutrientes da própria célula são 
degradados por reações consecutivas em produtos finais menores e mais 
simples. 
 
O anabolismo é uma fase sintetizante do metabolismo. É nele que as 
unidades fundamentais são reunidas para formar as macromoléculas 
componentes das células, como as proteínas, DNA etc. 
 
Para ocorrer essas duas "fases" do metabolismo, é necessário um trânsito 
acentuado de energia. No catabolismo, por haver a "quebra" de 
moléculas, há a liberação de energia; por outro lado, o anabolismo é 
uma fase de síntese, necessitando de energia para sua ocorrência. 
 
Metabolismo basal: Mínimo de energia necessária para regular a 
fisiologia normal de um organismo. 
 
Taxa metabólica basal = quantidade de energia necessária para a 
manutenção dos processos vitais básicos (trabalho osmótico, 
bombeamento do sangue, respiração, atividade do sistema nervoso, 
etc.). 
 
 
 
Nutrientes 
 
São todas as substâncias químicas que fazem parte dos alimentos e que 
são absorvidas pelo organismo, sendo indispensáveis para o seu 
funcionamento. Também pode-se dizer que os nutrientes são os produtos 
dos alimentos depois de degradados. Assim, os alimentos são digeridos 
para que os nutrientes sejam absorvidos (processo pelo qual os nutrientes 
chegam ao intestino e, daí, passam para o sangue, agindo sobre o 
organismo). 
 
A caloria é a unidade de calor usada na Nutrição. Esta unidade de calor 
é a medida de energia liberada a partir da “queima” (digestão) do 
alimento e que é então utilizada pelo corpo. Cada nutriente fornece 
diferentes quantidades de energia (caloria). Quanto maior for a 
variedade de nutrientes que um alimento tiver, maior será o seu valor 
nutricional (equilíbrio entre qualidade e quantidade). Assim, os alimentos 
são divididos em grupos, pelas semelhanças que apresentam, sendo uma 
delas a concentração de nutrientes. 
 
Macronutrientes: São os nutrientes dos quais o organismo precisa em 
grandes quantidades e que são amplamente encontrados nos alimentos. 
São especificamente os carboidratos, as gorduras e as proteínas. 
 
 Carboidratos: São nutrientes que fornecem energia para o 
organismo. A ingestão de carboidratos evita que as proteínas dos 
tecidos sejam usadas para o fornecimento de energia. Quando isso 
ocorre, há comprometimento do crescimento e reparo dos 
tecidos, que são as funções importantes das proteínas. Os 
carboidratos podem ser simples ou complexos. Os simples são 
moléculas menores de carboidratos e estão presentes em 
alimentos como o açúcar e o mel. Podem também ser resultados 
da digestão dos carboidratos complexos. Os carboidratos 
complexos são moléculas maiores, que levam mais tempo para 
serem absorvidas, já que, antes disso, precisam ser transformadas 
em carboidratos simples. Estão presentes nos pães, arroz, milho e 
massas. (Energéticos) 
 Lipídeos (colesterol e gordura): São os principais fornecedores de 
energia, além dos carboidratos. Também são responsáveis por 
proteger os órgãos contra lesões, manter a temperatura do corpo, 
ajudar na absorção de algumas vitaminas (A, D, E, K) e produzir 
uma sensação de saciedade depois das refeições. (Energéticos) 
 Proteínas: São componentes necessários para o crescimento, 
construção e reparação dos tecidos do corpo. Elas entram na 
constituição de qualquer célula, sejam células nervosas no 
cérebro, células sanguíneas (hemácias), células dos músculos, 
coração, fígado, das glândulas produtoras de hormônio ou 
quaisquer outras. As proteínas ainda fazem parte da composição 
dos anticorpos do sistema imunológico corporal, participam 
ativamente de inúmeros processos metabólicos e de muitas outras 
funções do corpo. Quando necessário, as proteínas são 
convertidas em glicose para fornecer energia. (Construtores) 
 
Micronutrientes: Ao contrário dos macronutrientes, existem nutrientes que 
não precisamos absorver em grandes quantidades, embora eles sejam 
muito importantes para o bom funcionamento do organismo. São os 
micronutrientes, encontrados nos alimentos em concentrações 
pequenas. Existem dois tipos de micronutrientes: as vitaminas e os 
minerais. 
 
 Vitaminas: Podem ser encontradas nas frutas, vegetais e em 
alimentos de origem animal. Elas são importantes na regulação das 
funções do nosso organismo, ou seja, são indispensáveis para o seu 
bom funcionamento, contribuindo para o fortalecimento do corpo 
e evitando gripes frequentes e outras doenças. Por isso, são 
essenciais para ajudar as proteínas a construir e/ou manter os 
tecidos e os processos metabólicos. O organismo precisa de 
quantidades muito pequenas de vitaminas para realizar as suas 
funções vitais. (Reguladores) 
 Minerais: Podem ser encontrados nos alimentos de origem animal 
e vegetal. As melhores fontes alimentares são aquelas nas quais os 
minerais estão presentes em maior quantidade e são melhor 
absorvidos pelo organismo, ou seja, quando são melhor 
aproveitados. Os minerais são indispensáveis para regular as 
funções do nosso organismo e compor a estrutura dos ossos e 
dentes. O cálcio é o principal responsável por essa função e pode 
ser encontrado em maior quantidade nos leites e derivados. Como 
ocorre com as vitaminas, a suplementação de minerais 
geralmente não é importante, já que a maioria deles está 
disponível nos alimentos e na água (rica em flúor, importante para 
a saúde dos dentes). Para garantir uma quantidade adequada de 
todas os minerais, portanto, deve-se ter uma alimentação 
balanceada. (Reguladores) 
 
 
Pirâmide alimentar: A dieta é dividida em seis refeições, e o valor 
energético total (VET), distribuído em café da manhã (25%), lanche da 
manhã (5%), almoço (35%), lanche da tarde (5%), jantar (25%) e lanche 
da noite (5%) (Tabela 1.2) com distribuição dos macronutrientes 
(proteínas, carboidratos e lipídios) em função do VET da dieta de 2.000 
kcal. 
 
 
 
 
Carboidratos 
 
Os carboidratos (glicídios ou sacarídeos) são as principais fontes 
alimentares para produção de energia, além de exercerem inúmeras 
funções estruturais e metabólicas nos organismos vivos. São substâncias 
que contém carbono, hidrogênio e oxigênio ([CH20]n, onde n é maior ou 
igual a 3) e ocorrem como compostos simples e complexos. São 
classificados como: monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e 
polissacarídeos de acordo com o número de unidades de açúcares 
simples que contém. 
 
Os carboidratos ligados a outros compostos são denominados 
glicoconjugados (proteínas e lipídeos ligados covalentemente aos 
carboidratos) e estão distribuídos em todos os seres vivos, principalmente 
nos eucariontes. Alguns carboidratos (ribose e desoxirribose) fazem parte 
da estrutura dos nucleotídeos e dos ácidos nucleicos. 
 
Os carboidratos também participam de vários processos biológicos 
como a transdução de sinal, interações célula-célula e endocitose, que 
envolvem tanto os glicoconjugados (como as glicoproteínas e os 
glicolipídios) ou as moléculas de carboidratoslivres. 
 
Monossacarídeos: São as unidades básicas do carboidrato – açúcares 
simples. 
 Glicose 
 Frutose 
 Galactose 
 
Dissacarídeos: São glicosídeos compostos por 2 monossacarídeos. 
 Maltose (glicose + glicose) 
 Sacarose (glicose + frutose) 
 Lactose (glicose + galactose) 
 
Oligossacarídeos: polímeros relativamente pequenos, com 3 a 10 
monossacarídeos. 
 
Polissacarídeos (glicanos): formados por longas cadeias de unidades de 
monossacarídeos unidas entre si por ligações glicosídicas (mais de 10 
monossacarídeos). São classificados em: 
 Homopolissacarídeos (homoglicanos): contém apenas 1 tipo de 
monossacarídeo. Exemplos: amido, glicogênio, celulose, quitina. 
 Heteropolissacarídeos (heteroglicanos):contém 2 ou mais tipos 
diferentes de monossacarídeos. Exemplos: glicosaminoglicanos e 
peptídeosglicanos. 
 
 
Digestão e Absorção 
 
 Digestão: Processo pelo qual as moléculas ingeridas podem ser 
absorvidas pelas células endoteliais do trato gastrointestinal. 
 Absorção: É a passagem das moléculas do trato gastrointestinal 
para a corrente sanguínea. 
 
A primeira enzima a agir sobre os glicídios é a amilase salivar, que atua 
sobre o amido, transformando-o em maltose (como os alimentos 
permanecem por pouco tempo na boca, a digestão ali é reduzida). No 
momento em que o bolo alimentar entra no estômago, a amilase salivar 
é inativada pelo meio ácido (HCL), embora a digestão continue se 
processando no interior do bolo, até que este seja atingido pelo meio 
ácido. No intestino delgado é onde se faz mais intensamente a digestão 
pela ação de enzimas específicas (Amilase pancreática, Sacarase, 
Maltase e Lactase). Os carboidratos são absorvidos no intestino delgado 
e levados ao fígado, por meio da circulação sanguínea na forma de 
monossacarídeos, principalmente glicose (a frutose e a galactose são 
convertidas em glicose no fígado) – sistema porta-hepático. 
 
OBS.: Após a absorção a glicose aumenta e as células beta das ilhotas 
pancreáticas secretam insulina, que estimula a captação de glicose, 
principalmente pelos tecidos adiposo e muscular. 
 
OBS.: A absorção da glicose usa o transportador 
por simporte SGLT Na+ - glicose e o transportador 
GLUT2. A frutose usa os transportadores GLUT5 e 
GLUT2. (GLUT = proteínas). 
 
 
 
 
 
Os carboidratos chegam ao fígado 
através de vasos que se conectam, 
do intestino delgado, estômago e 
baço, desembocando na veia porta, 
a qual se liga diretamente ao fígado. 
Após a metabolização dos nutrientes, 
a glicose cai novamente na corrente 
sanguínea. 
 
Vias metabólicas 
 
Existem algumas vias metabólicas 
que são essenciais para a obtenção 
de reserva energética, são elas: 
 Glicólise (aeróbia e anaeróbia) 
 Via das pentoses-fosfato 
 Glicogênese 
 Glicogenólise 
 Gliconeogênese 
 Ciclo de Krebs 
 Fosforilação oxidativa (Cadeia 
respiratória) 
 
Glicólise: 
 
Consiste na oxidação da molécula de 
glicose formando duas moléculas de ATP e duas moléculas de Ácido 
Pirúvico. Acontecendo no hialoplasma (citosol), é um processo de 
catabolismo, anaeróbio e aeróbio. 
 
Ocorre uma sequência de 10 reações e duas fases: preparatória 
(compreendem 5 reações nas quais a glicose é fosforilada por dois ATP e 
convertida em duas moléculas de gliceraldeído−3−fosfato) e de 
pagamento (as duas moléculas de gliceraldeído−3−fosfato são oxidadas 
pelo NAD+ e fosforiladas em reação que emprega o fosfato inorgânico. 
O resultado líquido do processo total de 
glicólise é a formação de 2 ATP, 2 NADH e 2 
piruvato, às custas de uma molécula de 
glicose). 
 
Em organismos e tecidos aeróbios, em 
condições aeróbias, o Piruvato é oxidado (com 
perda do grupo carboxílico) originando o 
grupo Acetil-CoA que depois é oxidado a CO2 
durante o Ciclo de Krebs. Em organismos e 
tecidos em condições de pouco oxigênio ou 
Veia porta hepática 
 
Formada pela fusão da veia esplênica e 
da veia mesentérica superior. As veias que 
contribuem para a veia esplênica incluem 
a veia mesentérica inferior e seus ramos, as 
veias pancreáticas, a veia gastroepiplóica 
esquerda e as veias gástricas curtas. 
 
 
*Em atividades físicas de longa 
duração, por exemplo, o 
suprimento de oxigênio nem 
sempre é suficiente. O 
organismo busca energia em 
fontes alternativas, produzindo 
o lactato. O acúmulo desta 
substância nos músculos pode 
gerar uma hiperacidez que 
causa a dor e desconforto logo 
após o exercício físico. 
 
em condições anaeróbias, o Piruvato é reduzido a Lactato* ou 
convertido a Etanol + CO2. 
 
 
 
 
 
Via das pentoses-fosfato: 
 
É um dos três possíveis destinos que a glicose-6-fosfato pode seguir, além 
da via glicolítica e a gliconeogênese. 
 
Ao final do processo tem-se a formação da ribose-5-fosfato e NADPH 
(forma reduzida da nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato). Além 
desses dois importantes compostos, também se tem a produção de 
vários de açúcares fosforilados com número variáveis de átomos de 
carbono. 
 
Nesta via, a energia derivada da oxidação da glicose é armazenada sob 
a forma de NADPH e não de ATP, como ocorre na glicólise. A ribose-5-
fosfato é a pentose constituinte dos nucleotídeos que vão compor os 
ácidos nucleicos, e de muitas coenzimas como o ATP, NADH, FADH2 e 
coenzima A. O NADPH atua como coenzima doadora de hidrogênio em 
sínteses redutoras e em reações para proteção contra compostos 
oxidantes. A via das pentoses é importante para regenerar o equivalente 
redutor NADPH, o qual é oxidado em várias reações de síntese permitindo 
a redução do substrato (função contrária à da coenzima NAD+). 
 
Assim como a via glicolítica, a via das pentoses ocorre no citosol da 
célula. Essas vias, apesar de possuírem funções diferentes, compartilham 
alguns intermediários, como a glicose-6-fosfato, frutose-6fosfato e 
gliceroaldeído-3- fosfato. 
Fase oxidativa: 
 
A etapa oxidativa é catalisada por desidrogenases específicas, na 
presença de NADP+, que levam à conversão de glicose-6-fosfato em 
ribulose-5-fosfato e CO2. A conversão de NADP+ a NADPH é irreversível 
graças à reação catalisada pela enzima lactonase. 
 
Inicialmente, a glicose-6-fosfato vai à 6-fosfogluconato pela reação 
catalisada pela glicose-6-fosfato desidrogenase, já havendo a formação 
de NADPH. Posteriormente, pela ação da enzima 6-fosfogluconato 
desidrogenase, tem-se a formação de rubulose-5-fosfato e mais uma 
molécula de NADPH, a qual entra na etapa não oxidativa. 
 
Glicose 6-fosfato + 2 NADP+ + H2O Ribulose 5-fosfato + 2 NADPH + 2 H+ + CO2 
 
Fase não-oxidativa: 
 
Nesta etapa, a partir da ribulose-5-fosfato, ocorre a formação de ribose-
5- fosfato por ação de uma isomerase, ou formação da xilulose-5-fsofato 
por ação de uma epimerase. Três moléculas de ribulose-5-fosfato são 
necessárias para esta etapa: duas moléculas darão origem à xilulose-5-
fosfato e a outra formará a ribose-5-fosfato. 
 
A ribose-5-fosfato formada poderá formar DNA ou RNA, ou reagir com 
uma das xiluloses, via enzima transcetolase, formando duas moléculas 
distintas: gliceraldeido-3-fosfato e sedoheptulose-7-fosfato. Ambas as 
moléculas formadas, por meio da transaldolase, podem reagir e formar 
frutose-6-fosfato e eri- trose-4-fosfato. Esta última é convertida a frutose-6-
fosfato ao reagir com a outra molécula xilulose. 
 
Todas as reações desta etapa são reversíveis, permitindo a livre 
interconversão de açúcares diferentes. Como mencionado, na via das 
pentoses tem-se a formação de compostos comuns à glicólise, como a 
glicose-6-fosfato, frutose-6-fosfato e gliceroaldeído-3-fosfato. O 
compartilhamento de compostos é a reversibilidade das reações da 
etapa não oxidativa dão grande flexibilidade à tais vias que conversam 
entre si. 
 
Sendo assim, quando há aumento da demanda de NADPH, este pode 
ser constantemente produzido sem o acúmulo de ribulose-5-fosfato, já 
que este pode ser convertido a gliceroaldeído-3-fosfato e frutose-6-
fosfato, os quais serão consumidos pela glicólise. Ao mesmo tempo que 
os mesmos intermediários mencionadospodem originar ribose-5-fsofato 
para a síntese de nucleotídeos. 
 
 
 
A atividade da via das pentoses varia de acordo com o tecido, 
ocorrendo de forma mais intensa naqueles com grande formação de 
ácidos graxos como fígado e tecido adiposo. 
 
A utilização da glicose-6-fosfato pela via das pentoses ou pela glicólise 
depende das relações ATP/ADP e NADPH/NADP existentes nas células. 
Basicamente, quando a carga energética celular está alta, o excesso de 
glicose-6-fosfato no citoplasma da célula, favorece a via das pentoses. 
 
Sendo assim, quando a relação ATP/ADP é baixa e a relação 
NADPH/NADP é alta, a glicose tenderá a ser degrada na via glicolítica 
(produzindo ATP) e a síntese de ácidos graxos será inibida, assim como a 
via das pentoses. 
 
Por outro lado, quando a relação ATP/ADP é alta e a NADPH/NADP é 
baixa, a via glicolítica ficará inibida enquanto a via de formação de 
ácidos graxos é favorecida, havendo maior consumo de NADPH, 
impedindo que este iniba as desidrogenases. 
 
A via das pentoses também é estimulada quando a glicemia está alta. 
Altos níveis de insulina aumenta a permeabilidade da glicose no tecido 
adiposo e, no fígado, intensifica a síntese de glicoquinase. Essas 
condições propiciam a síntese de ácido graxos, também estimulada pela 
insulina. 
As etapas oxidativa e não-oxidativa da via das pentoses podem ser 
reguladas separadamente, como por exemplo: 
 
 Em situações em que há necessidade tanto de NADPH quanto de 
ribose-5-fosfato, predomina-se a etapa oxidativa da via. 
 Em alguns tecidos como no músculo, que não se encarregam de 
vias redutoras embora necessitem de ribose-5-fosfato para a 
síntese de nucleotídeos, pode ocorrer da necessidade de ribose-5-
fosfato estar maior que a de NADPH. Nesse caso, a etapa oxidativa 
não é acionada, e a ribose-5-fosfato é obtida pela glicólise a partir 
da frutose-6-fosfato e gliceroaldeído-3-fosfato. 
 Em tecidos com alta produção de ácido graxo, por outro lado, a 
demanda de NADPH pode estar maior do que a de ribose-5-
fosfato, de modo que esta, obtida na etapa oxidativa, é 
convertida a gliceroaldeído-3-fosfato e frutose-6-fosfato na etapa 
não-oxidativa. A frutose-6-fosfato pode retornar à via das pentoses 
quando convertida à glicose-6-fosfato, enquanto o gliceroaldeído-
3-fosfato pode originar glicerol-3-fosfato, utilizado na estratificação 
de ácidos graxos e formação de triacilgliceróis. Seu excedente é, 
então, conduzido para a via glicolítica. 
 
 
 
 
 
 
 
Glicogênese: 
 
Quando a glicose livre está 
em excesso, esta é 
convertida em glicogênio 
como forma de estoque em 
um conjunto de reações 
denominada glicogênese. 
Esse processo corre em 
todos os tecidos animais, 
mas é proeminente no 
fígado (10%) e músculos 
(2%). 
 
O músculo armazena 
apenas para o consumo 
próprio e só o utiliza durante 
o exercício, quando há 
necessidade de energia 
rápida. Já o fígado é o 
reservatório de glicose para 
outros tecidos quando não há glicose 
disponível. O glicogênio fica disponível no 
fígado e músculos, sendo consumido 
totalmente cerca de 24 horas após a última 
refeição. De forma geral, a síntese do 
glicogênio consiste na repetida adição de 
resíduos de glicose às extremidades de um 
núcleo de glicogênio, formando assim um 
nucleotídeo de açúcar. Este é vantajoso por 
garantir a irreversibilidade da reação, 
contribui para a atividade catalítica, além de 
facilitar seu armazenamento. 
 
O ponto de início é a glicose-6-fosfato que 
pode ser derivada da glicose livre pela ação 
da glicoquinase (no fígado) ou pela ação da 
hexoquinase I e II (no músculo). No entanto, 
grande parte da glicose ingerida durante as 
refeições toma um outro rumo para a 
formação do glicogênio. Inicialmente, é 
captada pelos eritrócitos e convertida à 
Glicogenoses 
 
Glicogenoses é o nome dado às doenças 
hereditárias causadas por deficiência no 
armazenamento de glicogênio. 
 
Vários tipos de glicogenoses são conhecidas. A 
chamada glicogenose do tipo Ia, descrita pelo 
casal Cori, é causada por deficiência na enzima 
glicose-6-fosfatase, de modo que a glicose 6 fosfato 
não é convertida em glicose, impossibilitando sua 
saída da célula. O quadro é caracterizado por 
hepatomegalia, hipoglicemia entre as refeições, 
ausência de hiperglicemia mesmo na presença de 
epinefrina ou glucagon, além de crises convulsivas. 
 
Por outro lado, o tipo Ib de glicogenose é causado 
pela deficiência no transportador de glicose do 
retículo endoplasmático, de modo que a glicose 6 
fosfato consegue ser convertida à glicose, mas esta 
fica aprisionada no retículo. 
 
lactato, este é então captado pelo fígado e convertido em glicose-6-
fosfato pela via gliconeogênica. 
 
 
Glicogenólise: 
 
É o processo de degradação do glicogênio, 
para que o mesmo seja reduzido à glicose. 
Ocorre a nível hepático e muscular. No fígado, 
sua degradação visa manter a glicemia 
durante o estado de jejum pelo transporte da 
glicose livre ao sangue. Já no músculo, a 
quebra do glicogênio visa fornecer glicose, e, 
portanto, energia, para abastecer as fibras 
musculares, possibilitando a contração 
muscular quando a demanda energética 
ultrapassa o aporte de oxigênio. 
 
 
 
 
A glicogenólise consiste na sucessiva remoção 
de resíduos de glicose, a partir da extremidade 
não redutora da molécula. Esse processo conta 
com a atuação de três principais enzimas: 
 Glicogênio fosforilase 
 Enzima desramificadora 
 Fosfoglicomutase 
 
Isto acontece em momentos que o corpo carece por energia 
(geralmente no jejum). 
 
Exemplo: Atividade física - Primeiros estoques de glicogênio muscular são 
logo recrutados. 
 
O hormônio sinalizador é o 
glucagon, o qual atua na 
conversão de ATP na 
glicogenólise, com imediata 
produção e liberação de glicose 
pelo fígado. 
 
 
 
 
 
 
Gliconeogênese: 
É o processo de formação de novas 
moléculas de glicose a partir de moléculas 
menores, como precursores não-glicídicos 
(lactato, piruvato, glicerol, cadeias 
carbonadas). Entre as refeições, os teores 
adequados de glicose sanguínea são 
mantidos pela hidrólise do glicogênio 
hepático. Quando o fígado esgota seu 
suprimento de glicogênio (exemplo, jejum 
prolongado ou exercício vigoroso), a 
gliconeogênese fornece a quantidade 
apropriada de glicose para o organismo. 
 
Considerando o piruvato como ponto inicial 
da gliconeogênese, as reações podem ser 
comparadas com as da via glicolítica, 
porém, no sentido inverso. Muitas das enzimas 
e intermediários são idênticos. Sete reações 
são reversíveis, no entanto, três são 
irreversíveis e devem ser contornadas por 
meio de outras reações catalisadas por 
enzimas diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo de Krebs: 
 
O Ciclo do ácido Cítrico, também chamado Ciclo de Krebs, corresponde 
à segunda etapa da via de oxidação da glicose, ocorrendo na 
mitocôndria após a formação do piruvato pela via glicolítica. 
 
Este Ciclo não é importante somente para vias catabólicas de obtenção 
de energia, mas apresenta também um papel anabólico pela formação 
de intermediários empregados como precursores biossintéticos de várias 
substâncias. 
 
O complexo enzimático da piruvato desidrogenase, composto por três 
enzimas e cinco coenzimas, está localizado na mitocôndria das células 
eucariotas. Uma série de intermediários químicos permanece ligados à 
superfície das enzimas à medida que o substrato é transformado em seu 
produto. 
 
O complexo da piruvato desidrogenase resulta num processo irreversível 
de descarboxilação oxidativa que atua sobre o piruvato formando a 
molécula inicial do Ciclo de Krebs: Acetil-Coa. 
 
Para dar início ao Ciclo faz-se necessária a formação da molécula de 
Acetil-CoA. Esta é proveniente da remoção do grupo carboxila na forma 
de CO2 do piruvato, vindo da via glicolítica, de forma que os dois 
carbonos remanescentes na molécula se tornam o grupo acetil do acetil-
CoA. Essa reação ocorre com a redução de um NAD+, a molécula 
aceptora de elétrons. 
 
O Ciclo do ÁcidoCítrico conta com oito reações, sendo que quatro delas 
ocorrem com a liberação de energia que é armazenada na forma de 
NADH e FADH2. 
 
A última das reações do Ciclo do Ácido Cítrico culmina na formação do 
produto com o qual o ciclo se iniciou: o oxaloacetato. Dessa forma, a 
regeneração deste intermediário permite sua reação com uma nova 
molécula de Acetil-CoA, dando continuidade ao Ciclo. 
 
Em uma única volta do ciclo são gerados: 
 2 moléculas de CO2. 
 3 moléculas de NADH. 
 1 molécula de FADH2. 
 1 molécula de ATP. 
 
Os valores acima são para uma volta do ciclo, correspondendo a 1 
molécula de Acetil-CoA. No entanto, cada glicose produz 2 moléculas 
de Acetil-Coa, dessa forma, esses valores devem ser multiplicados por 2, 
para se obter o rendimento por glicose. 
 
Etapas do Ciclo de Krebs 
 
1. O Acetil-CoA transfere seu grupo acetil para o oxaloacetato (composto por quatro carbonos) 
formando o citrato por ação da enzima citrato sintase. A Coenzima A, deixada livre após a 
reação, pode ser reciclada em outras reações inclusive em outra descarboxilação do 
piruvato para formar Acetil-CoA. 
2. O citrato é transformado em isocitrato, também composto por seis carbonos. 
3. O isocitrato é desidrogenado, ocorrendo a liberação de CO2 e a formação de um composto 
com cinco carbonos chamado α cetoglutarato. Esta reação ocorre graças a enzima 
isocitrato desidrogenase que utiliza NAD+ para aceptar elétrons. Outra forma desta mesma 
enzima pode ser encontrada tanto na matriz mitocondrial quanto no citosol, sendo, no 
entanto, dependente de NADP. Sua função é importante para a regeneração da forma 
reduzida no NADPH utilizado em reações anabólicas. 
4. Mais um CO2 é liberado da molécula do α cetoglutarato, formando o succinil-CoA pela ação 
do complexo enzimático α cetoglutarato desidrogenase. O elétron liberado é aceptado pelo 
NAD+ e a energia de oxidação do α cetoglutarato é conservada pela formação de uma 
ligação tio éster do succinil-CoA. 
5. A ligação de alta energia da molécula de succinil-CoA é rompida, formando o succinato, e 
a energia liberada é empregada na formação de um GTP (guanosina trifosfato) a partir de 
GDP (guanosina difosfato) e fosfato inorgânico. O GTP tem o mesmo nível energético do ATP, 
logo, a formação de GTP equivale à formação de ATP, já que o GTP pode transferir seu grupo 
fosfato ao ADP. 
6. O succinato formado é oxidado a fumarato pela enzima succinato desidrogenase cujo grupo 
prostético FAD é reduzido a FADH2. 
7. O fumarato é, então, hidratado na reação catalisada pela enzima fumarase originando o 
malato. 
8. Por fim, o malato é oxidado a oxaloacetato por ação da enzima malato desidrogenase 
ligada ao NAD. 
Fosforilação oxidativa: 
 
Após o Ciclo de Krebs, este é um processo metabólico de síntese do ATP 
a partir da energia liberada pelo transporte de elétrons na cadeia 
respiratória. Ocorrendo nas cristas mitocondriais, é um sistema de 
transferência de elétrons provenientes do NADH e FADH2 (estas 
coenzimas são carreadoras do O2, o qual serve como aceptor de H+). 
 
Durante o fluxo de elétrons, há liberação suficiente de energia livre para 
a síntese de ATP nos sítios de fosforilação oxidativa. Neste fluxo, os elétrons 
são passados de molécula para molécula nos citocromos presentes nas 
cristas mitocondriais. Estes “pulam” de um citocromo para outro até 
chegar no O2 e fazer a liberação de energia convertida em ATP. 
 
Neste processo, o NADH se liga ao complexo I e transfere seus elétrons 
para este complexo, iniciando a cadeia de transporte de elétrons. Este 
complexo é um canal de prótons e bombeia 4 prótons para o espaço 
intermembranar e transfere elétrons para a ubiquinona (uma proteína 
inserida na membrana). A ubiniquona transfere os elétrons para o 
complexo III (bomba de prótons), que bombeia mais 2 prótons para o 
espaço intermembranar. Os elétrons são transportados pelo complexo III 
até o citocromo C (que só transfere elétrons) e deste para o complexo IV 
que além de ser uma bomba de prótons (bombeia 4 prótons) transfere 
elétrons para o oxigênio reduzindo-o até H2O. Desta maneira, a cada 
um NADH que inicia esta via, 10 prótons são bombeados para o espaço 
intermembranar. 
 
O FADH2 possui afinidade ao complexo II, que não é uma bomba de 
prótons, transfere seus elétrons para a ubiquinona e daí em diante tudo 
se repete. O FADH2 é responsável pelo bombeamento de 6 prótons para 
o espaço intermembranar. 
 
Estes prótons retornam através da ATP síntase e são responsáveis pela 
maior síntese de ATP que acontece na mitocôndria. 
 
As três etapas da fosforilação oxidativa: 
1. Cadeia de transporte de elétrons 
2. Gradiente de prótons 
3. Síntese de ATP 
 
O processo de fosforilação 
oxidativa produz, por molécula 
de glicose, 30-32 ATP. 
 
(2 ATP vêm da glicólise e 2 ATP 
vêm do Ciclo de Krebs). 
 
 
Utilização do glicogênio hepático e muscular 
 
Uma vez que todos os nutrientes de uma refeição tenham sido digeridos, 
absorvidos e distribuídos para várias células, a concentração de glicose 
no plasma começa a cair. Isso é o sinal para o corpo mudar o 
metabolismo do estado alimentado (absortivo) para o estado de jejum 
(pós-absortivo). O metabolismo está sob o controle predominante de 
hormônios, os quais têm o objetivo de manter a homeostasia da 
concentração de glicose no sangue e, por consequência, a oferta da 
mesma como fonte de energia para o encéfalo e os neurônios. 
 
A homeostasia da glicose é mantida por meio do catabolismo de 
conversão de glicogênio, proteínas e gorduras em intermediários que 
podem ser utilizados para a produção de glicose ou de ATP. Utilizar 
proteínas e gorduras para a síntese de ATP poupa a glicose plasmática 
para ser utilizada pelo encéfalo. 
 
Conversão do glicogênio em glicose: A fonte mais fácil de obtenção de 
glicose da homeostasia da glicose plasmática é pelo estoque de 
glicogênio do organismo, predominantemente localizado no fígado. O 
glicogênio hepático é capaz de suprir a demanda por glicose por cerca 
de 4 a 5 horas. Na glicogenólise, o glicogênio é quebrado em glicose ou 
em glicose-6-fosfato. A maior parte do glicogênio é convertida à glicose-
6-fosfato em uma reação que separa a molécula de glicose do polímero 
de glicogênio, que ocorre com o auxílio de fosfatos inorgânicos obtidos 
no citosol. Somente cerca de 10% dos estoques de glicogênio são 
hidrolisados a moléculas de glicose pura. No estado de jejum, o 
glicogênio do músculo esquelético pode ser metabolizado em glicose, 
mas não diretamente. As células musculares, como a maioria das outras 
células, não possuem a enzima que produz glicose a partir da glicose-6-
fosfato. Como resultado, a glicose-6-fosfato produzida a partir da 
glicogenólise no músculo esquelético é metabolizada a piruvato 
(condições aeróbias) ou a lactato (condições anaeróbias). O piruvato e 
o lactato são, então, transportados para o fígado, que os usa para 
produzir glicose via gliconeogênese. 
 
 
 
 
 
 
 
Reservas de substratos energéticos do corpo: 
 
O corpo humano carrega suprimentos de substratos energéticos, os quais 
são leves em peso, grandes em quantidade e prontamente convertidos 
em substância oxidáveis. A principal reserva de substratos energéticos do 
corpo são as gorduras, as quais se localizam no tecido adiposo. Porém 
além dos lipídeos, o corpo possui outras reservas importantes (embora 
muito menores), de carboidratos na forma de glicogênio localizado 
principalmente no fígado e nos músculos – o glicogênio consiste em 
resíduos de glicose unidos para formar um polissacarídeo grande, 
ramificado. A proteína corporal, particularmente aa das grandes massas 
musculares, também serve, em alguma extensão, como reserva de 
substratos energéticos quando o corpo está em jejum. 
 
Gordura: 
 
A principal reserva de substratos energéticos do corpo é o triacilglicerol 
adiposo (triglicerídeo), lipídeo comumente conhecido como gordura. 
Duas características fazem do triacilglicerol adiposo uma reserva de 
substratos energéticosmuito eficiente: o fato de conter mais 
calorias/grama do que o carboidrato ou proteína (9 kcal/g VS 4 kcal/g) 
e o fato de que tecidos adiposos não contém muita água (contém cerca 
de 15% de água, ao passo que tecidos, como os músculos, contém cerca 
de 80%). Exemplo: um homem de 70 kg tem aproximadamente 15 kg 
armazenados como triacilglicerol, o que corresponde a cerca de 85% de 
suas calorias totais armazenadas e possui cerca de 18 kg de tecido 
adiposo. 
 
Glicogênio: 
 
As reservas de glicogênio no fígado, no músculo e em outras células são 
relativamente pequenas em quantidade, no entanto são importantes. O 
glicogênio hepático é utilizado para manter níveis de glicose sanguínea 
entre as refeições – ou seja, o tamanho da reserva varia durante o dia. O 
glicogênio muscular fornece energia para a contração muscular durante 
o exercício. Quase todas as células, incluindo neurônios, mantém um 
pequeno suprimento de emergência de glicose como glicogênio. 
Exemplo: um homem de 70 kg pode ter 200g ou mais de glicogênio 
hepático após uma refeição, mas apenas 80g após uma noite de jejum. 
Em repouso, o homem de 70 kg possui aproximadamente 150g de 
glicogênio muscular. 
 
Proteína: 
 
As proteínas têm muitos papeis importantes no corpo – diferentes da 
gordura e do glicogênio, elas não são apenas uma reserva de substratos 
energéticos. A proteína muscular é essencial para o movimento corporal. 
Outras proteínas funcionam como enzimas (catalisadores de reações 
bioquímicas) ou como componentes estruturais de células e tecidos. 
Apenas uma quantidade limitada de proteína corporal pode ser 
degradada, antes que as funções corporais sejam comprometidas. 
Exemplo: um homem de 70 kg pode degradar cerca de 6 kg de 
proteínas. 
 
 
 
 
 
 
Lipídeos 
 
Os lipídeos são substâncias com aspecto e consistência untosa, presente 
nos tecidos animais e vegetais. São insolúveis em água, mas solúveis em 
éter e clorofórmio. 
 
Composição: Cada molécula de gordura 
possui glicerol combinado com ácido 
graxo – Os lipídeos são ésteres. 
 
Ácidos Graxos: Há uma grande 
diversidade de ácidos graxos sendo mais 
de 100 identificados. Os ácidos graxos são 
ácidos monocarboxílicos de longas 
cadeias de hidrocarbonetos acíclicas, 
não-polares, sem ramificações e, em geral, 
número par de átomos de carbono. Nos 
óleos e gorduras naturais os ácidos graxos 
ocorrem principalmente como ésteres, 
que podem estar sob a forma esterificada denominado ácidos graxos 
livres, forma em que é transportada no plasma 
 
 Ácido graxo saturado: somente ligações simples entre carbonos – 
carnes, leite, queijo, óleo de coco e palma – tem acúmulo de 
gordura (“ruim”) – aumento do LDL e diminuição do HDL. 
 
 Ácido graxo insaturado: apresenta dupla ligação entre carbonos – 
alimentos de origem vegetal – não tem acúmulo de gordura 
(“bom”). 
 
Classificação dos ácidos graxos: 
 Essenciais: são aqueles que o organismo não consegue elaborar, 
devendo recebê-los através da dieta. No organismo são 
importantes pois compõem todas as membranas celulares, 
transmitem impulsos nervosos e mantém as funções cerebrais em 
condições normais. São encontrados em óleos vegetais; são eles: 
linoleico e linolênico (ômega 3) – o ácido araquidônico (ômega 6), 
que também é essencial, é sintetizado no organismo a partir dos 
ácidos linoleico e linolênico. 
 Não essenciais: são aqueles que independente da dieta, o 
organismo sintetiza-os à medida que são necessários. São eles: 
palmítico, esteárico e mirístico. 
 
Classificação dos lipídeos quanto à composição da molécula: 
 Lipídeos simples: São ésteres de ácidos graxos com vários álcoois 
(gliceróis). 
o Gorduras: São ésteres de ácidos 
graxos com glicerol. A gordura 
no estado liquido é conhecida 
como óleo. 
o Ceras: São ésteres de ácidos 
graxos com álcoois 
monohidroxílicos. 
 Lipídeos Complexos: São ésteres de 
ácidos contendo outros grupos além 
de um álcool e de um ácido graxo. 
o Fosfolipídeos: São lipídeos que 
contêm, além de ácidos graxos 
e um álcool, um resíduo de 
ácido fosfórico. 
o Glicolipídeos 
(glicoesfigolipídeos): São lipídeos 
que contêm um ácido graxo, 
esfingosina e carboidrato. 
o Outros lipídeos complexos: São 
lipídeos, tais como sulfolipídeos e aminolipídeos. As 
lipoproteínas também podem ser enquadradas nesta 
categoria. 
 Precursores e derivados de lipídeos: Estes incluem: ácidos graxos, 
glicerol e esteróis, aldeídos graxos e corpos cetônicos, 
hidrocarbonetos, vitaminas lipossolúveis e hormônios. 
 
Dentro destes grupos os de maior 
destaque são: 
 
• Ácidos graxos e seus derivados 
• Triacilgliceróis 
• Ceras 
• Fosfolipídeos (glicerofosfolipídeos e 
esfingosinas) 
• Esfingolipídeos (contêm moléculas 
do aminoálcool esfingosina) 
• Isoprenóides (moléculas formadas 
por unidades repetidas de isopreno, 
um hidrocarboneto ramificado de 
cinco carbonos) constituem os 
esteróides, vitaminas lipídicas e 
terpenos. 
 
Funções dos lipídeos no organismo: 
 Produção de energia. 
 Proteção à órgãos vitais. 
 Proteção no frio. 
 Veículo de vitamina (A, D, E, K). 
 Estrutural (membranas celulares). 
 Produção de hormônios e sais biliares. 
 
Digestão e absorção 
 
Digestão: Cerca de 80% dos lipídeos provenientes da dieta são 
predominantemente triacilgliceróis ou triglicerídeos. 
 
Boca: O início da digestão de lipídeos da alimentação não começa na 
boca efetivamente. Embora, nenhuma hidrólise de triglicérides ocorra na 
boca, os lipídeos estimulam a secreção da lipase das glândulas serosas 
na base da língua (por isso se chama lipase lingual), mas como não 
permanece na boca sua função é quase nula. 
 
Estômago: A lipase gástrica provavelmente corresponde àquela 
secretada pela língua. Porém, o pH extremamente ácido do estômago 
não possibilita a ação integral desta lipase gástrica, diminuindo a 
velocidade de sua ação enzimática, havendo apenas a quebra de 
algumas ligações de ésteres de Ácidos Graxos de cadeia curta. A ação 
gástrica na digestão dos lipídios está relacionada com os movimentos 
peristálticos do estômago, produzindo uma emulsificação dos lipídios, 
dispersando-os de maneira equivalente pelo bolo alimentar. 
 
Intestino: A chegada do bolo alimentar acidificado (presença de 
gordura e proteína) no duodeno induz a liberação hormônio digestivo 
colecistocinina (CCK) que, por sua vez, promove a contração da 
vesícula biliar, liberando a bile para o duodeno e estimula a secreção 
pancreática. 
 
Os ácidos biliares são derivados do colesterol e sintetizados no fígado. 
São denominados primários (ácido cólico, taurocólico, glicocólico, 
quenodesoxicólico e seus derivados) quando excretados no duodeno, 
sendo convertidos em secundários (desoxicólico e litocólico) por ação 
das bactérias intestinais. 
 
A bile, ainda, excreta o colesterol sanguíneo em excesso, juntamente 
com a bilirrubina (produto final da degradação da hemoglobina). 
 
Sais biliares fazem a emulsificação da gordura, para que a enzima lipase 
pancreática possa agir quebrando as triglicérides em diglicérides e 
ácidos graxos livres, os diglicérides sofrem uma nova ação da lipase 
dando origem a monoglicérides, ácidos graxos e glicerol. 
 
Cerca de 70% do diglicerídeos são absorvidos pela mucosa intestinal o 
restante 30% é o que será convertido em monoglicérides, glicerol e 
ácidos graxos. 
 
A colecistocinina possui, ainda, função de estímulo do pâncreas para a 
liberação do suco pancreático, juntamente com outro hormônio 
liberado pelo duodeno, a secretina. O suco pancreático possui várias 
enzimas digestivas (principalmente proteases e carboidratases) sendo a 
lipase pancreática a responsável pela hidrólise das ligações ésteres dos 
Lipídios liberando grandes quantidades de colesterol, Ácidos Graxos, 
glicerol e algumas moléculas de monoacilgliceróis. 
 
Ácidos graxos livres e monoglicerídeos produzidos pela digestão formam 
complexos chamados micelas, que facilitam a passagem dos lipídeos 
através do ambiente aquoso do lúmen intestinal para borda em escova.Os sais biliares são então liberados de seus componentes lipídicos e 
devolvidos ao lúmen do intestino. Na célula da mucosa, os AG e 
monoglicerídeos são reagrupados em novos triglicerídeos, estes 
juntamente com o colesterol e fosfolipídios são circundados em forma de 
quilomícrons (QM). 
 
Os QM são transportados e esvaziados na corrente sanguínea, e então 
levados para o fígado, onde os triglicerídeos são reagrupados em 
lipoproteínas e transportados especialmente para o tecido adiposo, para 
o metabolismo e para o armazenamento. O Colesterol é absorvido de 
modo similar, após ser hidrolisado da forma de éster pela esterase 
colesterol pancreática. As vitaminas lipossolúveis A, D, E e K também são 
absorvidas de maneira micelar, embora algumas formas hidrossolúveis de 
vitaminas A, E e K e caroteno possam ser absorvidas na ausência de sais 
biliares. 
 
Absorção e transporte: Os Lipídios livres são, então, emulsificados pelos 
sais biliares em micelas e absorvidos 
pela mucosa intestinal que promove 
a liberação da porção polar hidrófila 
(sais biliares) para a circulação porta 
hepática e um processo de ressíntese 
dos Lipídios absorvidos com a 
formação de novas moléculas de 
triacilglicerois e ésteres de colesterol, 
que são adicionados de uma 
proteína (apo-proteína 48) formando a lipoproteína quilomícron, que é 
absorvida pelo duto linfático abdominal, seguindo para o duto linfático 
torácico e liberada na circulação sanguínea ao nível da veia jugular. 
 
O glicerol será absorvido por vasos linfáticos e levado ao fígado. 
 
Os monoglicerídeos e ácidos graxos livres quando absorvidos pela 
parede intestinal sofrem uma no esterificação pela enzima triacil sintetase 
dando origem a novos triacilgliceróis que por sua vez se ligam a proteínas 
produzidas no REG formando os quilomícrons que são partículas 
lipoprotéicas (98%lipídios e 2%proteínas).Após isso se formarão vacúolos 
que com destino aos espaços intersticiais atingindo os vasos linfáticos > 
ducto torácico e veia cava superior. 
 
Os quilomícrons atingem finalmente a corrente sanguínea, mas antes de 
chegar ao fígado passam por tecido muscular e adiposo aumentando 
sua densidade, pois são enriquecidos com proteínas podendo resultar 
em: 
 - VLDL (very low density lipoprotein) 80-90% de lipídios. 
 - LDL (low density lipoprotein) 70% lipídeos. 
 - HDL (high density lipoprotein) 45% lipídeos. 
 
Os quilomícrons geralmente os VLDL saem do fígado com intenção de 
levar triglicérides para os tecidos, e com a absorção de triglicérides a 
VLDL vai aumentando sua densidade até chegar a LDL. 
 
O tamanho da lipoproteína se refere à quantidade de proteína e lipídeo, 
sendo que VLDL apresenta mais lipídeo e menos proteína enquanto que 
o HDL é o inverso. 
 
LDL também leva triglicérides para os tecidos. HDL troca colesterol por 
triglicérides com os tecidos e então volta para o fígado, recolhe 
colesterol dos quilomícrons também, este colesterol que foi recolhido é 
então excretado na forma de sais biliares. 
 
A célula adiposa é capaz de retirar lipídios circulantes do sangue e 
armazená-los na forma de deposito de gordura. 
 
A célula adiposa também é pode remover glicose da corrente 
sanguínea, degradá-la até acetil-coA e no interior de suas mitocôndrias 
utilizá-las para a síntese de ácidos graxos, e posteriormente triglicérides e 
fosfolipídios (lipogenese). 
 
Quando necessário a gordura armazenada é hidrolisada em glicerol e 
ácidos graxos que são lançados na corrente sanguínea, podendo ser 
utilizados pelo fígado e músculos. 
 
Células musculares degradam e queimam 
ácidos graxos até CO2 e H2O, utilizando a 
energia liberada para a produção de ATP 
que é utilizado no processo de contração 
muscular. 
 
O fígado utiliza ácidos graxos para a 
produção de triglicéride, colesterol que é 
utilizado para a produção de sais biliares, 
corpos cetônicos que serão lançados para 
a corrente sanguínea e consumidos pelos músculos em caso de o 
excesso, excretado pelos pulmões e rins. 
 
 
 
 
 
 
 
Geração de energia 
 
A oxidação dos ácidos graxos é o processo que produz energia. 
 
O metabolismo dos ácidos graxos ocorre no interior da mitocôndria. Para 
que eles sejam metabolizados é necessário primeiro ativá-los, 
transformando seu grupo carboxilato num tio-éster da CoASH. 
 
Observação 
 
O que diferencia o sistema porta-
hepático do metabolismo dos 
carboidratos do sistema porta-
hepático do metabolismo lipídico é 
a passagem pelos vasos linfáticos. 
A enzima acilCoA sintetase inicialmente ativa o ácido graxo com uma 
molécula de ATP. O oxigênio da 
carboxila ataca o fósforo-α do ATP, 
formando acil-AMP e pirofosfato. O 
pirofosfato é hidrolisado à dois fosfatos 
inorgânicos. Em seguida a CoASH 
ataca a carbonila da acil-AMP, saindo 
o grupo abandonador AMP e 
formando acil-CoA. 
 
Os ácidos graxos com até 12 carbonos 
atravessam a membrana mitocondrial 
sem problemas. Para ácidos graxos 
maiores entram em ação as enzimas 
carnitina-aciltransferase I e carnitina 
aciltransferase II. A primeira catalisa a transesterificação da acil-CoA com 
a carnitina formando acilcarnitina e CoASH. A acil-carnitina atravessa 
sem problemas a membrana mitocondrial, e do outro lado a segunda 
enzima catalisa a transesterificação da acil-carnitina com a CoASH, 
formando acil-CoA e carnitina. 
 
 
 
No interior da 
mitocôndria os ácidos 
graxos serão oxidados 
em quatro etapas, 
quebrando sua 
estrutura de dois em 
dois carbonos, até 
convertê-los em 
acetil-CoA, NADH e 
FADH2. O acetil-CoA segue para o ciclo do 
ácido cítrico e os NADH e FADH2 seguem para 
a fosforilação oxidativa. 
 
Colesterol 
 
O Colesterol é um componente estrutural das 
paredes das membranas celulares e precursor 
de ácidos biliares e hormônios esteroidais. O 
risco cardiovascular de um paciente está 
diretamente ligado ao seu colesterol sérico, 
principalmente as frações HDL e LDL que 
apresentam ação direta na formação de 
ateromas. 
 
O Colesterol Total engloba todo o colesterol ligado as várias lipoproteínas, 
sendo cerca de 60 a 70% transportados pela LDL, 20 a 35% pela HDL e 5 
a 12% pela VLDL. 
 
A elevação do Colesterol Total pode ser 
encontrada em hepatites viróticas, 
cirrose porta, síndrome nefrótica, 
diabetes mellitus, hipotireoidismo, 
hipercolesterolemia familiar, 
hipercolesterolemia poligênica, gota, 
aterosclerose, anorexia nervosa, 
Síndrome de Cushing e uso de 
corticosteroides. 
 
A redução do Colesterol Total pode ser 
encontrada em hepatopatias graves, 
inanição, septicemia, hipertireoidismo, 
má nutrição, anemia perniciosa, anemia 
hemolítica, anemia hipocrômica severa, 
grandes queimaduras e doenças 
infecciosas agudas. 
 
Funções: O colesterol é uma substância 
essencial para o nosso organismo, pois é 
utilizado por nossas células para a 
produção das membranas celulares e 
dos hormônios esteroides (estrógeno e 
testosterona), sendo, por esse motivo, 
produzido em nosso próprio organismo, 
principalmente no fígado. 
 
VLDL: Lipoproteínas de densidade muito 
baixa – transporte triglicérides e 
colesterol para outros tecidos do corpo 
(principalmente para os músculos e 
tecido adiposo) – ao longo do 
transporte essas triglicérides são 
hidrolisadas à ácidos graxos livres e 
glicerol. 
 
LDL (Ruim): Lipoproteínas de baixa 
densidade – assim como o VLDL, 
transporta triglicérides e colesterol para 
os tecidos do corpo, no entanto o LDL 
tem a capacidade de transportá-los 
para áreas mais periféricas. 
 
Estatina 
 
As estatinas (inibidores da HMG-CoA 
redutase) são os medicamentos de 
primeira linha para reduzir os níveis de 
LDL-Colesterol em adultos (18-55%). A 
ação é decorrente da inibição da 
HMG-CoA redutase, enzima 
responsável pela síntese do colesterol. 
 
As estatinas também elevam o HDL-C 
de 5-15% e reduzem os triglicerídeos 
de 7-30%, podendo também ser 
utilizadas no tratamento das 
hipertrigliceridemias leves a 
moderadas. 
 
As estatinas diminuem os eventos 
isquêmicos coronarianos, a 
necessidade de revascularização domiocárdio, a mortalidade por causas 
cardíacas e totais e os acidentes 
vasculares cerebrais. 
 
Sivastatina: A sinvastatina é um 
medicamento altamente eficaz para 
reduzir o colesterol, quando a dieta 
apenas for insuficiente – tipo de 
estatina 
 
A forma ativa da sinvastatina é um 
inibidor específico da HMG-CoA 
redutase, a enzima que catalisa a 
conversão da HMG-CoA a 
mevalonato. Em virtude dessa 
conversão ser um passo precoce na 
biossíntese do colesterol, não se 
espera que a terapia com 
sinvastatina provoque acúmulo de 
esteróis potencialmente tóxicos. Além 
disso, a HMG-CoA é também 
metabolizada rapidamente de volta 
para acetil-CoA, que participa em 
muitos processos de biossíntese no 
organismo. 
HDL (Bom): Lipoproteínas de alta densidade – capta/remove os 
triglicérides e colesterol dos tecidos e transporta ao fígado, o qual irá 
metabolizar. (Transporte de colesterol para o fígado = transporte reverso). 
 
A quantidade de colesterol que o fígado não consegue metabolizar, é 
armazenada em forma de gordura. 
 
LDL = consumo de gorduras maior que o fígado consegue metabolizar. 
 
Macrófagos – captam o excesso de LDL não metabolizado pelo fígado. 
 
 
IDL: Lipoproteínas de densidade intermediária: As Lipoproteínas de 
Densidade Intermediárias são VLDL que foram metabolizadas e que 
perderam grande quantidade de triglicerídeos, ou seja, são 
remanescentes de VLDL. 
 
Origem do colesterol: 
 
 Colesterol proveniente da dieta: O colesterol encontra-se em todos 
os alimentos de origem animal, em quantidades variáveis. A 
maioria do colesterol nos alimentos está presente na sua forma não 
esterificada, sendo a proporção de ésteres de colesterol inferior a 
15%. 
 
A sua absorção é feita na mucosa intestinal, em conjunto com os 
demais lipídeos, exigindo a sua emulsificação e incorporação em 
micelas, processo desempenhado pelos ácidos biliares. Como 
apenas o colesterol na sua forma não-esterificada tem a 
capacidade de incorporar as micelas formadas pela ação dos sais 
biliares, a hidrolase dos ésteres de colesterol dos enterócitos 
converte os ésteres de colesterol presentes no lúmen intestinal em 
colesterol na sua forma livre, de modo a que o fenômeno se 
processe. 
 
Após a digestão enzimática pela lipase pancreática, as micelas 
formadas por colesterol na sua forma livre e os demais lipídeos, são 
absorvidas pelos enterócitos e estes produtos são incorporados nos 
quilomícrons, para serem utilizados pelo organismo. 
 
 Síntese endógena: A síntese de colesterol ocorre no citosol e no 
retículo endoplasmático de todas as células nucleadas do 
organismo a partir da acetil-CoA. Em teoria, todas as células dos 
mamíferos, excetuando eritrócitos maduros, têm a capacidade de 
sintetizar colesterol. Contudo, a síntese endógena ocorre 
primariamente, em mamíferos, em nível de fígado e intestino 
(cerca de 10% do total do colesterol sintetizado no organismo), 
sendo que os tecidos extra-hepáticos contribuem com uma fração 
menor. 
 
A via da biossíntese do colesterol se processa em quatro fases. Na 
primeira, acontece a conversão do acetilcoenzima A (acetil-coA) 
em mevalonato, um composto com seis carbonos (C-6), em três 
passos: duas moléculas de acetil-coA condensam, por ação da 
enzima tiolase (primeiro passo), formando acetoacetil-coA, o qual 
condensa com uma terceira molécula de acetil-CoA (segundo 
passo) para formar o β-hidroxi-β-metilglutaril-CoA (HMG-CoA), 
reação catalisada pela HMG-CoA sintetase. O HMG-CoA é depois 
reduzido a mevalonato pela HMG-CoA redutase (terceiro passo). 
 
Na segunda fase, ocorre a conversão do mevalonato em unidades 
isoprenoides ativadas através da adição de três grupos fosfato ao 
mevalonato, provenientes de três moléculas de ATP, em três passos 
sucessivos. 
 
Na terceira fase, forma-se o esqualeno (C-30), através da 
condensação de seis unidades isoprenoides (C-5). 
 
Na quarta e última fase, ocorre a ciclização do esqualeno para 
formar os quatro anéis do núcleo esteroide do colesterol, ao nível 
do retículo endoplasmático. 
 
 
Proteínas 
 
São as principais substâncias construtoras do organismo, sendo mais 
importantes para a construção e reparo de 
tecidos. São elementos formativos essenciais 
das células, hormônios e enzimas. 
 
A semelhança dos lipídeos e dos 
carboidratos é a composição química de 
carbono, hidrogênio e oxigênio, no entanto 
as proteínas possuem, além desses, o 
nitrogênio, junto com o enxofre e alguns 
outros minerais (como fósforo, ferro e 
cobalto) – as proteínas são substâncias 
orgânicas formadas pela união de 
aminoácidos. 
 
Existem 22 aminoácidos conhecidos, subdivididos em 2 grupos de acordo 
com a sua importância para o organismo, os essenciais e não essenciais. 
 Aminoácidos essenciais: são aqueles que o organismo não 
consegue sintetizar, portanto devem ser recebidos através da 
alimentação. Sua importância para o organismo é que os mesmos 
são responsáveis pela função plástica/construtora das proteínas 
(crescimento, formação de células e tecidos, bem como 
reparação e substituição de células). 
 Aminoácidos não essenciais: são aqueles que o organismo 
consegue sintetizar, independente da dieta e não exercem função 
plástica. 
 Semi-essenciais: histidina e arginina são necessários até o 
crescimento. 
 
Essenciais – 8 Não essenciais – 12 
Metionina Ácido aspártico 
Treonina Ácido glutâmico 
Leucina Ácido hidroxiglutâmico 
Lisina Serina 
Triptofano Citrulina 
Valina Prolina 
Isoleucina Hidroxiprolina 
Fenilalanina Tirosina 
 Norleucina 
 Glicina 
 Cistina 
 Alanina 
 
Os aminoácidos se juntam para formar uma proteína e dependendo de 
suas associações possui nomenclatura 
diferente: 
 Dois aminoácidos: dipeptídeo. 
 Três aminoácidos: tripeptídeo. 
 Quatro ou mais aminoácidos: 
polipeptídio. 
 
Classificação quanto à origem: 
 Exógenas: ingeridas na dieta. 
 Endógenas: degradação das 
proteínas celulares do 
organismo. 
 
Classificação quanto à composição: 
 Simples: contém somente aminoácidos – ex.: albumina, globulina. 
 Compostas/Conjugadas: contém proteínas simples unidas a outras 
substâncias não proteicas – ex.: glicoproteínas, fosfoproteínas, 
lipoproteínas. 
 Derivados: fragmentos de proteínas – ex.: polipeptídios, 
tripeptídeos, dipeptídeos. 
 
Classificação quanto ao valor biológico: 
 Completas: proteínas de alto valor biológico (PAVB) – contém 
todos os aminoácidos essenciais em quantidades suficientes e em 
proporção adequada – garante um crescimento adequado – 
carnes, ovos, leite e derivados. 
 Incompletas: proteínas de baixo valor biológico (PBVB) – não possui 
um ou mais aminoácidos essenciais – não garante crescimento 
adequado quando utilizada como fonte única – proteínas dos 
cereais, leguminosas. 
 
Classificação estrutural: 
 Estrutura primária: é simplesmente uma sequência de aminoácidos 
em uma cadeia polipeptídica. – Por exemplo, o hormônio insulina 
tem duas cadeias polipeptídicas, A e B. 
 Estrutura secundária: refere-se às estruturas dobradas sobre si 
mesmas que se formam em um polipeptídeo, devido às interações 
entre os átomos da espinha dorsal – A espinha dorsal refere-se 
apenas à cadeia polipeptídica que não é dos grupos R, ou seja, 
estrutura secundária não envolve átomos do grupo R. 
 Estrutura terciária: estrutura geral tridimensional de um polipeptídeo 
– A estrutura terciária é principalmente resultante das interações 
entre os grupos R dos aminoácidos que compõem a proteína. 
 Estrutura quaternária: Muitas 
proteínas são constituídas por 
uma cadeia única de 
polipeptídeos e têm apenas três 
níveis de estrutura (primária, 
secundária e terciária). No 
entanto, algumas proteínas são 
constituídas por várias cadeias 
polipeptídicas, também 
conhecidas como subunidades. 
Quando estas subunidades se 
juntam, dão à proteína 
sua estrutura quaternária. – Por 
exemplo a hemoglobina. 
 
 
 
 
 
 
 
Funções: 
 Estrutural: algumas proteínas constituem 
estruturas celulares (glicoproteínas,histonas) e outras conferem 
elasticidade e resistência a órgãos e 
tecidos (colágeno, elastina e 
queratina). 
 Regulação/Hormonal: alguns hormônios 
são de natureza proteica (insulina, 
glucagon, calcitonina, hormônio do 
crescimento). 
 Regulação da expressão gênica: 
algumas proteínas regulam a expressão 
de certos genes, como fatores de 
transcrição e de tradução, outras 
regulam a divisão celular (ciclina). 
 Defesa: formação de anticorpos 
(glóbulos brancos) – imunoglobulina, 
trombina, fribrinogênio, mucina. 
 Transporte: lipídeos, vitaminas, oxigênio, gás carbônico, etc. são 
transportados no sangue, presos a uma proteína – hemoglobina, 
mioglobina, lipoproteínas, citocromos. 
 Contrátil: contração muscular, movimentação de cílios e flagelos – 
actina e miosina, deneína. 
 Reserva: fonte e reserva de aminoácidos (ovoalbumina, gliadina, 
hordeína, lactoalbumina). 
 Enzimática: as proteínas com função enzimática são as mais 
numerosas e especializadas. Atuam como catalisadores biológicos 
das reações químicas do metabolismo celular. 
 
 
 
 
Digestão e absorção 
 
A proteína precisa ser digerida a aminoácidos livres ou pequenos 
peptídeos e absorvida no intestino. 
A digestão da proteína começa no estômago, por ação da pepsina, em 
pH baixo, promovido pela secreção de ácido clorídrico no suco gástrico, 
que é secretado por ação do hormônio gastrina. 
 
Em seguida, continua no intestino delgado com a inserção de secreções 
pancreáticas. 
 
O pâncreas libera bicarbonato de sódio para neutralizar o conteúdo 
gástrico, aumentando o pH para aproximadamente 7. Além disso, são 
secretadas enzimas pancreáticas como a tripsina, a quimotripsina e as 
carboxipeptidases em suas formas inativas (zimogênios) e são ativadas 
no intestino. Com o auxílio de algumas enzimas proteolíticas localizadas 
na borda em escova das células do intestino delgado, o processo de 
quebra das proteínas em aminoácidos é completado. Depois que todos 
os dipeptídeos e tripeptídeos remanescentes são degradados nos 
enterócitos, os aminoácidos livres são transportados pela veia porta ao 
fígado para o metabolismo energético, ou distribuídos para outros 
tecidos. 
 
Órgão Hormônio Enzima Ação 
Estômago Gastrina (estimula 
a secreção de 
HCL) 
Pepsina Pepsina proteoses e 
peptona 
Renina ou quimosina Caseína coagulação 
na presença do cálcio 
Intestino 
delgado 
Secretina (estimula 
a secreção do 
suco pancreático) 
Pancreáticas: 
tripsina, 
quimotripsina, 
carboxipeptidase 
Proteína 
Proteoses e peptona 
Polipeptídeos 
Dipeptídeos 
Peptídeos 
Aminoácidos 
Colecistoquinina -
CCK (estimula a 
secreção da bile) 
Entéricas: 
aminopeptidase, 
dipeptidase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese proteica: 
 
 
 
 
 
 
Desnaturação proteica 
 
Uma proteína nativa é aquela que se apresenta numa conformação 
espacial que permite a sua funcionalidade. A desnaturação proteica é 
a perda da funcionalidade em decorrência de uma alteração 
conformacional, originada pela ruptura de algumas ligações de sua 
estrutura (em nível de estruturas quaternária, terciária e secundária). A 
desnaturação de uma proteína pode ser reversível ou irreversível. Os 
fatores que podem ocasionar a desnaturação proteica são variações de 
temperatura e pH. 
 
 
 
 
 
 
 
Hormônios anabolizantes e suplementação dietética 
 
Anabolizantes são hormônios esteroides naturais e sintéticos que 
promovem o crescimento celular e a sua divisão, resultando no 
desenvolvimento de diversos tipos de tecidos, especialmente o muscular 
e ósseo. São substâncias geralmente derivadas do hormônio sexual 
masculino, a testosterona, e podem ser administradas principalmente por 
via oral ou injetável. 
Efeitos adversos: 
 
 tremores; 
 acne severa; 
 retenção de líquidos; 
 dores nas juntas; 
 aumento da pressão sanguínea; 
 tumores no fígado e pâncreas; 
 alterações nos níveis de coagulação sanguínea e de colesterol; 
 aumento da agressividade, que pode resultar em 
comportamentos violentos, às vezes, de consequências trágicas. 
 
Há também os efeitos crônicos causados pelo consumo indevido desses 
produtos: 
 
Em homens: 
 
 redução na quantidade de esperma; 
 calvície; 
 crescimento irreversível das mamas (ginecomastia); 
 impotência sexual. 
 
Em mulheres: 
 
 engrossamento da voz; 
 crescimento de pelos no rosto e no corpo; 
 redução dos seios; 
 irregularidade ou interrupção das menstruações. 
 
Se o consumo começa cedo, na pré-adolescência, o crescimento pode 
ser interrompido, deixando o usuário com baixa estatura. O uso das 
injeções de anabolizantes esteroides pode levar ao risco de infecção 
pelo HIV e pelos vírus da hepatite, se as agulhas forem compartilhadas. 
 
Usar anabolizantes para fins estéticos ou para aumentar o rendimento 
esportivo é proibido, além de ser um grande risco para a saúde. São 
medicamentos sob controle especial e só podem ser vendidos em 
farmácias e drogarias, com retenção da receita médica, de acordo com 
a legislação. 
 
Exemplos: Os principais medicamentos esteróides anabolizantes utilizados 
no Brasil são: Durasteton®, Deca-Durabolin®, Androxon®. 
 
A utilização de suplementos alimentares tem se tornado cada vez mais 
popular entre frequentadores de academias, influenciados pelo culto ao 
corpo perfeito quase sempre imposto pela mídia. Os suplementos podem 
ser compostos de carboidratos, lipídeos, vitaminas, minerais e 
principalmente de proteínas/aminoácidos. 
 
A suplementação alimentar é recomendada quando se identifica a 
deficiência de um nutriente, seja por não alcançar a necessidade diária 
pela ingestão alimentar ou por enfermidade. Ela é indicada para um 
pequeno grupo de pessoas, no qual os atletas competitivos estão 
incluídos. No entanto, nos últimos anos se observa que a influência 
midiática do culto ao corpo perfeito tem contribuído cada vez mais com 
uso de suplementos por indivíduos praticantes de exercícios físicos. 
 
Estudos da prevalência do uso de suplementos alimentares evidenciam 
que a maioria dos frequentadores das academias faz uso de algum tipo 
de suplemento, sendo mais comum entre adolescentes, com maior 
consumo entre homens e com o objetivo de hipertrofia muscular. O 
suplemento alimentar de maior uso é do grupo proteico e, em todos os 
estudos, identificou-se o educador físico como principal responsável pela 
sua prescrição. 
 
É importante observar que o educador físico não é capacitado para 
avaliar a necessidade de suplementação nutricional em praticantes de 
exercícios físicos e que a escolha inadequada do suplemento ou sua 
ingestão excessiva podem apresentar efeitos adversos à saúde, como: 
sobrecarga renal e hepática, aumento do sono e maior produção de 
espinhas, desidratação e redução da densidade óssea, alterações 
psicológicas, e cardíacas. 
 
Suplementação com proteínas: 
 
Cada vez mais atletas e esportistas têm aumentado a utilização de 
suplementos com proteínas e aminoácidos. As proteínas geralmente não 
são utilizadas como substrato energético, elas apenas contribuem com 5 
a 10% das necessidades energéticas em alguns casos, mas respondem 
pelo suprimento de aminoácidos essenciais, garantindo assim 
crescimento, desenvolvimento e reconstituição tecidual do músculo 
esquelético para aqueles indivíduos praticantes de exercícios físicos. 
 
Os preparados proteicos são os suplementos alimentares mais 
consumidos, principalmente as proteínas do soro do leite (“whey 
proteins”) e albumina. As proteínas do soro do leite são obtidas após a 
extração da caseína do leite desnatado, apresentando alto teor de 
cálcio, aminoácidos essenciais e de cadeia ramificada. A proteína do 
soro do leite deve ser consumida na dosagem de 30 g/dia, pela manhã 
em jejum ou logo após a atividade física. A albumina é obtida a partir da 
clara do ovo desidratada e pasteurizada, possuindo alta digestibilidade 
e elevado valor biológico, sendo utilizada na dose de 1g/dia. 
 
A creatina é um composto nitrogenado derivado do aminoácido glicina. 
A maiorreserva de creatina no organismo está nos músculos esqueléticos 
(95%), representado de forma absoluta entre 120 e 140g. As reservas de 
creatina fosfato esgotam rapidamente durante o exercício, sendo 
responsáveis pelo declínio do desempenho. O efeito ergogênico da 
creatina é dado pelo aumento da sua concentração muscular, 
prolongando o metabolismo anaeróbico. Desde que foi demonstrado 
que a suplementação de creatina (20 g/dia por 5-7 dias) promove 
aumento de 20% nas concentrações de creatina muscular, diversos 
estudos investigaram o efeito da suplementação no rendimento 
esportivo. 
 
A suplementação com aminoácidos de cadeia ramificada (leucina, 
isoleucina e valina) surgiu com a hipótese de retardar a fadiga central, 
que afeta o cérebro. O aparecimento da fadiga seria causado pela 
diminuição da concentração plasmática de aminoácidos de cadeia 
ramificada (AACR), tendo assim uma maior concentração de triptofano 
livre no cérebro. O triptofano é precursor do neurotransmissor serotonina 
que está relacionado ao estado de bem-estar e relaxamento, que não 
são ideais durante o exercício físico. O aminoácido que estiver em maior 
concentração é transportado para dentro do cérebro, pois o triptofano 
e os AACR competem na barreira hematoencefálica. A ingestão de 
AACR em conjunto com o carboidrato diminui a degradação muscular 
durante o exercício, por oferecer substratos energéticos, evitando o 
catabolismo proteico, sendo a ingestão recomendada de leucina, valina 
e isoleucina de 14, 10 e 10 mg por kg/dia, respectivamente.

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