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Trab. Síndrome de Burnou 1

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR
DA GRANDE FLORIANÓPOLIS
CURSO DE FISIOTERAPIA
DANIELA VIEIRA
PATRICIA KINGESKI PACHECO
RAILANE ARAÚJO
SABRINA REGINA COSTA
SINDROME DE BURNOUT
Silenciosa e Assustadora
São José
2018
DANIELA VIEIRA
PATRICIA KINGESKI PACHECO
RAILANE ARAÚJO
SABRINA REGINA COSTA
SINDROME DE BURNOUT
Silenciosa e Assustadora
Trabalho apresentado como requisito parcial para a composição da nota da NP1 na disciplina de Biossegurança do curso de Fisioterapia do Instituto de Ensino Superior da Grande Florianópolis – IESGF.
Professora: Amanda Soares
São José
2018
RESUMO
A Síndrome de Burnout é o “esgotamento profissional” estando totalmente interligada com o trabalho e cada vez mais presente no cotidiano. Sendo que pode ser facilmente confundida com o estresse ou até mesmo a depressão, o que muitas vezes dificulta um diagnóstico mais preciso e ágil. Os sintomas se dividem entre: físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos. Os Policiais Militares são profissionais propensos a esta síndrome. Para o tratamento ser eficaz deve envolver o acompanhamento psicoterápico, farmacológico e intervenções psicossociais na vida do indivíduo.
Palavra chave: Burnout, Policiais, estresse
1 Introdução
Pretende-se com este trabalho conceituar a Síndrome de Burnout, que se trata de uma Síndrome diretamente ligada ao âmbito profissional. Propõe-se abordar a síndrome em profissionais da Polícia Militar, cujo trabalho é extremamente estressante e vulnerável, o que pode ser um dos motivos causadores da Síndrome nestes profissionais. 
Acredita-se que as mudanças sociais têm contribuído para o desenvolvimento desta Síndrome nestes profissionais, cujo principal objetivo de trabalho é garantir a segurança de todos os cidadãos.
Portanto, os objetivos deste trabalho são, conceitualizar a Síndrome, mostrando-lhes seus sintomas e tratamentos.
2 Síndrome de Burnout
A Síndrome de Burnout (do inglês to burn out, queimar por completo), também chamada de síndrome do esgotamento profissional, foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970.
Síndrome de Burnout é um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, de estudo recente e apesar de Freudeberger ser considerado o precursor sobre o assunto, foi Maslach e Jackson em 1981 o papel protagonista nos primeiros estudos, conceituando e validando um instrumento de mensuração denominado Maslach Burnout Inventory (MBI). (Http://www.scielo.br/img/revistas/rsp/v44n1/15anx.gif) 
	A dedicação exagerada à atividade profissional é uma característica marcante de Burnout, mas não a única, o desejo de ser o melhor e sempre demonstrar alto grau de desempenho é outra fase importante da síndrome: o portador de Burnout mede a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional.
O que tem início com satisfação e prazer, termina quando esse desempenho não é reconhecido. Nesse estágio, necessidade de se afirmar, o desejo de realização profissional se transforma em obstinação e compulsão.
Burn-out, no jargão popular inglês, se refere àquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. Significa aquilo, ou aquele, que chegou ao seu limite e, por falta de energia, não tem mais condições de desempenho físico ou mental. (Benevides-Pereira, 2002).
Esta síndrome está diretamente ligada ao trabalho, caracterizada por ser o ponto máximo do estresse profissional. Nos dias atuais o uso excessivo da tecnologia, foco demasiado no consumo e materialismo são fatores que contribuem com o problema, e faz com que esta síndrome seja cada vez mais presente e frequente. Pode ser encontrada em qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos em que há impacto direto na vida de outras pessoas. É o que acontece, por exemplo, com profissionais da saúde em geral, jornalistas, advogados, professores e policias. 
2.1 Estresse X Burnout
Segundo COON, Dennis 2006, o Estresse é uma condição mental e física que surge quando nos ajustamos ou nos adaptamos ao ambiente. Situações com acontecimentos desagradáveis, como pressões no trabalho, problemas conjugais, crises financeiras graves, entre outras, são motivos geradores de estresse.
Alguns sintomas do Estresse são:
Sinais emocionais: ansiedade, apatia, irritabilidade, fadiga mental.
Sinais comportamentais: fuga das responsabilidades e relacionamentos, comportamento radical ou autodestrutivo, autonegligência, avaliação negativa.
Sinais físicos: preocupação excessiva com doenças, doenças frequentes, exaustão, uso excessivo de medicamentos, queixas e distúrbios físicos.
A síndrome de Burnout é uma situação em que trabalhadores se sentem totalmente exauridos física, mental e emocionalmente. 
Conforme MASLACH et Al., 2001, A síndrome de Burnout tem três aspectos:
Esgotamento emocional: fadiga, tensão, apatia, e sofrem de distúrbios físicos. Sentem-se usadas e vazias.
Cinismo ou desinteresse: os trabalhadores esgotados têm uma atitude do tipo: ¨não ligo mais a mínima¨, e tratam os clientes com frieza, como se fossem objetos.
Sentimentos de realização pessoal reduzida: os trabalhadores esgotados trabalham mal e sentem-se inúteis. Sem esperança e com raiva.
Sendo assim observa-se que a síndrome de Burnout é uma situação de estresse crônica no trabalhador. Enquanto o estresse acontece por situações adversas, não somente no âmbito profissional.
2.2 Sintomas
Os sintomas da síndrome de Burnout podem variar de acordo com o ambiente de trabalho, o tipo de ocupação, o tempo de profissão, com o modo que o profissional lida com o “estresse do trabalho”. De modo que, não necessariamente apresentará todos os sintomas existentes. São eles:
2.2.1 Sintomas físicos:
Fadigas constantes e progressivas;
Dores musculares ou osteomusculares;
Distúrbios do sono;
Cefaleias, enxaquecas;
Perturbações gastrointestinais;
Imunodeficiência;
Transtornos cardiovasculares;
Distúrbios do sistema respiratório;
Disfunções sexuais.
2.2.2 Sintomas Psíquicos
Falta de atenção, de concentração;
Alterações de memória, tanto evocativa como de fixação;
Lentificação do pensamento;
Sentimento de alienação;
Sentimento de solidão;
Impaciência
Sentimento de impotência;
Labilidade emocional;
Dificuldade de auto aceitação, baixa autoestima;
Astenia, desânimo, disforia, depressão;
Desconfiança, paranoia.
2.2.3 Sintomas Comportamentais
Negligencia ou escrúpulo excessivo;
Irritabilidade;
Incremento da agressividade;
Incapacidade para relaxar;
Dificuldade na aceitação de mudanças;
Perda de iniciativa;
Aumento do consumo de substancias;
Comportamento de auto risco;
Suicídio.
2.2.4 Sintomas defensivos
Tendência ao isolamento;
Sentimento de onipotência;
Perda do interesse pelo trabalho (ou até mesmo pelo lazer);
Absenteísmo;
Ironia, cinismo.
2.3 Tratamento da Síndrome de Burnout
O tratamento deve ser elaborado de acordo com a necessidade de cada indivíduo e o contexto em que trabalha. Sendo que o enfrentamento deve vir de uma mudança multifatorial sendo elas individuais, organizacionais ou de forma atrelada.	De acordo com o estágio da Síndrome, o tratamento pode envolver o acompanhamento psicoterápico, farmacológico e intervenções psicossociais.
2.4 Síndrome de Burnout em Policias Militares
No século XI instituiu-se a polícia militar com a finalidade de promover a segurança pública, não somente de forma ostensiva, mas também preventiva.
Polícia vem do latim pelitiae do grego politeia, e significa a organização que engloba os órgãos e instituições incumbidas de fazer respeitar as leis ou regras e de reprimir e perseguir o crime, ou ainda a corporação incumbida de manter a ordem pública. É uma função do Estado que ao materializar-se tem por obrigação propiciar aos seus integrantes a nítida sensação de segurança que inicia da pessoa estendendo-seaté a propriedade, dos agregados a qualquer bem tutelado sob disposições. (Polícia Militar do Estado do Piauí, PMPI, 2006)
O trabalho de um policial é um trabalho altamente estressante por haver constantes ameaças, violência, risco de vida, cobrança pela sociedade, tensão, entre outros. Estas situações combinadas com choques emocionais podem provocar danos aos profissionais, sendo um deles a Síndrome de Burnout.
A falta de recursos e ferramentas no trabalho policial tem consequências direta nas suas atividades e no atendimento a população. Esta falta de recursos gera atraso no atendimento das ocorrências, atendimento rápido com menos atenção do que necessário e até mesmo a falta de atendimento em algumas situações, gerando a insatisfação na população, que acaba por colocar a culpa em sua grande maioria, única e exclusivamente nos profissionais da polícia, sendo considerados ¨incompetentes¨ na maioria das vezes. Esta situação gera uma grande desmotivação contribuindo para as aposentadorias precoces por tempo de serviço, e até mesmo para o surgimento da Síndrome de Burnout.
3 Legislação
A Síndrome de Burnout está inserida no CID 10, nas seguintes sessões:
Z56.3 – Ritmo de trabalho penoso.
Z56.6 - Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas ao trabalho.
Z73.O - Esgotamento
No Decreto nº 3048/99, de 6 de maio de 1996, que dispõe sobre a Regulamentação da Previdência Social, em seu Anexo II, que trata do Agentes Patogênicos causadores de Doenças Profissionais, conforme previsto no Art. 20 da Lei nº. 8.213/91, ao se referir aos transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho (Grupo V da CID-10), no inciso XII aponta a Sensação de Estar Acabado (“Síndrome de Burnout”, Síndrome do Esgotamento Profissional”). (BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria T., 2002)
4 Curiosidades
Alguns estudos têm indicado maior incidência da Síndrome de Burnout em profissionais com idade inferior aos 30 anos;
Os sintomas mais evidentes da Síndrome em mulheres é a exaustão emocional, já nos homens é a despersonalização;
Algumas pesquisas têm indicado que a Síndrome de Burnout tem atingido mais indivíduos solteiros, viúvos ou divorciados;
A Síndrome acomete na maioria das vezes os profissionais que tem o dever com o bem estar do próximo, sendo eles: profissionais da área da saúde, da educação, da segurança, entre outros
5 Conclusão
A síndrome de Burnout é um estresse crônico no âmbito profissional. Ou seja, é uma doença do trabalho. Por ser facilmente confundida com o estresse e a depressão, nem sempre o diagnóstico é fácil, preciso e ágil.
São recomendadas como formas de tratamento envolver o trabalhador em um acompanhamento psicoterápico, farmacológico e intervenções psicossociais.
Os pontos fortes que podem ocasionar a Síndrome são geralmente a pressão no trabalho, o acumulo de atividades, o modo em que cada indivíduo lida com essas situações, o fato de trabalhar longos períodos, sem nenhum descanso físico ou mental, entre outros.
Pode-se concluir também, que as profissões cuja a responsabilidade é o bem estar de terceiros, a incidência da Síndrome de Burnout é maior.
Os sintomas se dividem entre: físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos. 
Sabe-se que a profissão de Policial Militar é uma das mais estressantes, pela vulnerabilidade, pelo alto risco vivido diariamente e por este motivo é uma das profissões cuja síndrome se apresenta com maior frequência.
Conclui-se também que como modo de prevenção, encontra-se a capacidade do indivíduo de lidar com o estresse no ambiente de trabalho; a organização por parte do empregador da rotina diária do trabalhador, de modo que ocorra períodos de pausas durante o horário de trabalho, que estabeleça um plano de cargos e salários, para que não gere nenhum tipo de insatisfação profissional. Para profissões de alto risco ou maior desgaste emocional, é aconselhado o acompanhamento com um profissional capacitado, para ajudar lidar com essas situações.
6 Referências
BENEVIDES-PEREIRA, Ana Maria T. Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem Estar do Trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
COON, Dennis. Introdução à psicologia: uma jornada. 2. ed. São Paulo: Thomson, 2006. 712 p. Tradução de Eliane Kanner; Helena Bonoli; Suely Sonoe Murai Cuccio Título original: Psychology: a journey.
RODRIGUES, Cátia Marisa Pereira. Ser polícia: perturbação de burnout a vulnerabilidade ao stress e à depressão. 2014. 1 v. TCC (Graduação) - Curso de Psicologia, Instituto Miguel Torga, Instituto Miguel Torga, Portugal, 2014.
SARTORI, Leonardo Fávero; CASSANDRE, Marcio Pascoal; VERCESI, Cristiane. Burnout em Policiais: a Relação entre o Trabalho e o Sofrimento. In: ENCONTRO DA ENPAD, 2008, Rio de Janeiro. Xx. Rio de Janeiro: 22, 2008. p. 1 - 13.
MENEGALI, T. T. et al.Avaliação da sindrome de burnout em policiais civis do municipio de Tubarão (SC). RevBrasMed Trab. São Paulo – Vol. 8 – Nº 2 – 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL Representação no Brasil da OPAS/OMS. Doenças relacionadas ao Trabalho. Manual de Procedimentos para os Serviços da Saúde. Brasília/DF. ed. MS, 2001.
MORENO, F. N. et al. Estratégias e intervenções no enfrentamento da síndrome de Burnout.Rev. Enferm. UERJ, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p.140-145, jan. 2011.
WILTENBURG, Dinéa Cristina Distéfano; KLEIN, Roseli Bilobran. SINDROME DE BURNOUT: CONHECER PARA PREVENIR-SE, UMA INTERVENÇÃO NECESSÁRIA. Secretaria de Estado da EducaÇÃo, SÃo Mateus do Sul, v. 1, n. 1, p.1-10, jan. 2009.
Fonte: www.anpad.org.br/admin/pdf/GPR-B906.pdf
Fonte: http:/www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-81082006000300015
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/rsp/v44n1/15anx.gif http://www.scielo.br/pdf/refuem/v23n1/a14v22n1.pdf

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