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Drenagem de Rodovias: Hidrologia e Problemas Causados pela Água

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9 DRENAGEM DE RODOVIÁS
9.1 Considerações iniciais
O objetivo do estudo de drenagem de rodovias é orientar o engenheiro permitindo a ele conhecimento sobre a adequada utilização dos dispositivos, ao projetar, construir ou restaurar rodovias, fornecendo subsídios indispensáveis para a escolha de medidas de proteção da estrada contra a ação prejudicial das águas que o atingem sob suas diversas.
9.2 Noções de hidrologia e do comportamento da água
9.2.1 Ciclo hidrológico
As águas que se infiltram podem umedecer os materiais, alterando suas características físicas, e se movimentam por percolação, capilaridade ou por percolação do vapor.
9.2.2 Formas em que as águas são encontradas no solo
A água existente nos solos pode se apresentar tanto em seu estado líquido quanto sólido (gelo) ou gasoso (Vapor d’água). Pode-se encontrar também água fazendo parte da constituição de alguns minerais como a argila sob as seguintes apresentações:
Água ligada
Corresponde à água de adsorção� mantida junto a superfície dos cristais devido a forças de atração molecular. É mais forte junto à superfície e rapidamente diminui com o afastamento. A água ligada não transmite as pressões hidrostáticas, permanece estática frente a força de gravidade e é muito viscosa.
Água livre
A água livre não está sob ação direta da força de atração que atua sobre a água ligada, de forma que a força gravitacional age sobre ela. 
Água de retenção
A água de retenção é aquela que permanece presa ao solo após a secagem ao ar ou seja corresponde à soma do volume de água ligada e água suspensa da amostra, não permitindo ser retirada pelos meios usuais de drenagem.
9.2.3 Capilaridade
A capilaridade é o fenômeno que permite aa água elevar-se acima do nível do lençol freático por dentro dos poros interligados encontrados nos solos. Isto é devido à tensão superficial que acontece quando um líquido entra em contacto com outro material diferente pela atração entre as duas moléculas próximas.
9.2.4 Permeabilidade
A permeabilidade pode ser definida como a capacidade da água se deslocar por entre os poros que existem nos solos, sendo que seu grau de permeabilidade tem relação com:
Tamanho das partículas – existe uma correspondência potencial entre o tamanho das partículas e a permeabilidade;
Índice de vazios – a permeabilidade aumenta com o aumento do índice de vazios;
Composição – é importante quando se trata de solos finos e pouco importantes para solos grossos com exceção daqueles que contenham matéria orgânica ou mica em sua composição;
Textura – quanto maior a uniformidade granulométrica dos grãos maior a permeabilidade
Estrutura – A permeabilidade tem relação com a anisotropia do coeficiente k.
Grau de saturação – a permeabilidade será tanto maior quanto maior for a saturação visto a existência de maior permeabilidade hidráulica devido a não existência de meniscos capilares, ao espaçamento das partículas, etc..
9.2.5.2 Pressões neutras e efetivas.
Os solos como qualquer material quando submetidos a qualquer tipo de tensão responderá com uma deformação Desta forma pode-se deduzir que sempre haverá uma diminuição dos volumes de vazios e que a pressão entre as partículas também aumentará, ou seja, haverá um aumento das chamadas pressões efetivas.
As pressões transmitidas apenas pela água, e não pelas partículas de solos, recebem o nome de pressões neutras ou poro-pressões. Estas pressões neutras aumentam a resistência à deformação do solo já que a água não é compressível. Apenas com a expulsão da água é que haverá um aumento das pressões efetivas e a conseqüente deformação do solo.
9.3 Problemas nas estradas causados pela água
A presença da água junto à estrutura do pavimento pode causar:
A água ajuda na oxidação do material asfáltico, endurecendo-o, carreando finos e material betuminoso o que modifica a estabilidade da camada;
A água ao atingir a sub-base e/ou a base de um pavimento ocasiona uma redução em sua capacidade de suporte;
A água livre ao preencher as camadas permite que o tráfego produza impacto sobre a água, surgindo pressões pulsantes que causam movimento, com erosão e ejeção de material ou desprendimento de pedaços da capa, desintegra solos estabilizados com cimento, enfraquece as bases granulares pela rearrumação das partículas finas das misturas de agregados, etc.; 
Com a redução da proteção da camada superficial abre-se caminho para novas infiltrações, o que agrava o problema, dando origem a um circulo vicioso. 
Ciclos de alternância de umidade afetam solos um pouco mais expansivos, causando sua descompactação;
Para se evitar transtornos se deve:
Evitar que a água atinja a estrutura da estrada;
Retirar imediatamente a água que atinja a base e/ou a sub-base da estrada.
9.3.1 Erosão
Erosão é a degradação produzida nas camadas de solos por agentes externos e que podemos classificar como erosão superficial ou erosão interna, também conhecida pela palavra inglesa piping.
9.3.1.1 Erosão superficial
A erosão superficial acontece devido a esforços tangenciais originados pela ação de fluxo hidráulico suficientemente representativo para remover e carrear partículas ou fragmentos de solo, tanto em aterros quanto em cortes (ver Figuras 9.4 e 9.5). A erosão será tanto maior quanto maior a quantidade de energia da água (volume e velocidade) e suscetibilidade erosiva do solo, resultante de suas características mineralógicas e granulométricas.
Os solos granulares são os mais suscetíveis ao processo erosivo devido a sua falta de coesão e acontece na proporção inversa do diâmetro das partículas. Para os solos argilosos a suscetibilidade decresce conforme a complexidade estrutural dos minerais aumenta.
A presença de materiais dissolvidos ou carreados na água aumenta a ação erosiva pois pode modificar a plasticidade, a resistência ao cisalhamento e a abrasão.
 
9.3.1.2 Erosão interna (piping)
A erosão interna ou piping ocorre devido a um processo semelhante ao da erosão externa superficial. A diferença é que o processo acontece dentro do maciço quando, devido a características próprias do solo, a água percola internamente carreando as partículas e abrindo um “tubo”. 
9.4 Drenagem superficial em áreas rurais
Cabe à drenagem superficial captar e orientar o fluxo de água retirando-a da área de influência das obras e entregá-las ao meio ambiente de forma que sua energia seja mínima a fim de não causar qualquer tipo de agressão, o que pode ocorrer principalmente pela erosão ou pelo seu acúmulo em lugares impróprios.
A água após se precipitar fora da estrada não deve alcançar a pista, sendo que para evitar isto são utilizados as valetas de proteção de cortes ou quaisquer outros meios. A água que estiver sobre a pista deve ser imediatamente retirada para que não crie perigo de aquaplanagem ou infiltre-se causando prejuízo tanto à estrutura quanto ao subleito. Também a água que apesar de tudo conseguiu infiltrar-se sob a pista deve ser retirada o mais rapidamente possível, a fim de se evitar tenha tempo para atingir a base e principalmente o subleito. 
 
Conforme as seguintes denominações:
Valetas de proteção de corte;
Valetas de proteção de aterro;
Sarjetas de corte;
Sarjetas de aterro;
Sarjetas de canteiro central;
Descidas d’água;
Saídas d’água;
Caixas coletoras;
Dissipador de energia;
9.4.1 Valetas
Valetas são dispositivos de drenagem responsáveis por captar e conduzir as águas que escoam superficialmente em terrenos lindeiros à rodovia, e que se atingirem os taludes de corte ou aterro podem comprometer a estabilidade da estrutura da estrada.
Na escolha do tipo de seção, deve-se considerar que:
As seções triangulares não são recomendadas para grandes vazões, pois criam um plano preferencial de escoamento da água;
Para o caso de valetas instaladas em rocha, adota-se a seção retangular por facilidade de execução;
As valetas trapezoidais possuem maioreficiência hidráulica.
9.4.6 Dissipadores de energia
Os dissipadores de energia destinam-se a dissipar a energia do fluxo de água, reduzindo sua velocidade tanto no escoamento através do dispositivo de drenagem quanto no deságüe para o terreno natural. Isto permite evitar erosão.
Estes dispositivos podem ser classificados em dissipadores de energia contínuos ou bacias de amortecimento.
9.4.6.1 Dissipadores contínuos
Dissipadores de energia contínuos são dispositivos executados para permitir a redução da energia de um fluxo d’água através do aumento da rugosidade. Ele é construído com a fixação de pedras com diâmetro aproximado de 7,5 cm sobre o meio por onde a água escorrerá. 
9.4.6.2 Bacias de amortecimento.
As bacias de amortecimento ou dissipadores localizados são dissipadores de energia não contínuos constituídos de uma bacia onde a água com velocidade choca-se contra obstáculos em forma de dente criando um turbilhão que dissipa parte da energia. Normalmente estes dispositivos são utilizados nas:
Saídas de sarjetas e valetas;
A jusante dos bueiros;
Saídas d’água em taludes de aterro. 
9.4.5 Bueiros
Bueiros são elementos drenantes constituídos por tubos, geralmente dispostos transversalmente à via, destinados a permitir a passagem das águas captadas e disponibilizadas por outros dispositivos.
Conforme sejam necessários, os bueiros podem ser executados em linhas simples, duplas ou triplas, assentados paralelamente lado a lado sobre o mesmo berço. 
De acordo com o ângulo em relação ao eixo da via os bueiros podem ser classificados em normais ou esconsos. Os bueiros normais fazem um ângulo reto com o eixo da via e os esconsos um ângulo qualquer, normalmente dentro dos limites entre 10( e 40(. Assim sendo a esconsidade de um bueiro pode ser definida como o ângulo interno formado pelo eixo longitudinal do bueiro e uma linha perpendicular ao eixo da estrada.
Os bueiros podem ser ainda classificados como tubulares ou celulares, conforme sejam construídos por tubos de seção circular ou seções de quadradas ou retangulares. Existe uma variação mais barata aos bueiros celulares que são os bueiros capeados. Embora de uso pouco comum existem também bueiros com seção ovalada, o que amplia sua resistência às cargas de ruptura e podem substituir os bueiros celulares com vantagens devido a economia de tempo para seu assentamento.
Quanto ao material empregado os mais comuns são concreto, concreto armado e aço
Os bueiros podem ser classificados, quanto à rigidez, como:
Flexível quando são capazes de resistir a deformações superiores a 3% sem sofre fendilhamentos;
Semi-rígido ou semiflexível quando suportam deformações até um limite de 3 % sem fendilhar-se;
Rígido quando a deformação máxima suportável limita-se a 1,0%.
A localização dos bueiros é definida preliminarmente de forma aproximada com o uso dos projetos horizontais e verticais, mapas e aerofotos. Os locais mais prováveis de necessitar de bueiros são os aterros ou cortes que interceptam talvegues naturais ou ainda pontos baixos junto aos off-sets de montante. Em seguida deve-se, in loco, confirmar os dados obtidos. Após isto, a topografia executa a locação do dispositivo. 
O cálculo da seção de vazão de bueiros de talvegue depende basicamente da declividade e da descarga da bacia a ser drenada que é obtida pelos estudos hidrológicos, normalmente com o uso do método racional. No caso dos bueiros de greide sua vazão está definida pela capacidade de escoamento das sarjetas, ou da caixa coletora.
9.4.5.1 Bueiros de transposição de talvegue
Os bueiros de transposição de talvegue são condutos destinados à passagem das águas oriundas de bacias hidrográficas lindeiras à rodovia
9.4.5.2 Bueiros de greide
Os bueiros denominados como bueiros de greide são aqueles dispositivos de drenagem construídos de forma a conduzir as águas captadas por dispositivos de drenagem superficial cuja vazão admissível já tenha sido atingida pela descarga de projeto para locais de deságüe seguro. 
9.4.5.3 Bueiros Tubulares
Os bueiros tubulares quando construídos em concreto são normalmente encontrados com diâmetros comerciais iguais a 0,60 m, 0,80 m, 1,00 m, 1,50 m e 2,00 m, podendo ser classificados como tubos de concreto simples e concreto armado.
Os tubos de concreto simples não possuem armadura podendo, segundo a EB-6, ser classificados em C. e C.2. Já os tubos de concreto armado são definidos pela EB-103 que os classifica em três classes: CA-1. CA-2 e CA-3 em função das cargas médias de trinca e ruptura para diâmetro. O comprimento de cada elemento é de 1,00 metro e suas armaduras podem ser circulares (simples ou duplas), ou excepcionalmente, elípticas.
A definição da classe do bueiro é função das cargas e do diâmetro. A forma e o tipo da armadura devem ser escolhidos de acordo com as cargas atuantes. 
a) Berço do bueiro
O assentamento dos bueiros, embora possa ser feito diretamente sobre o terreno, utilizando-se apenas um pequeno afundamento para servir como friso de acomodação, pode ser feito sobre um berço, preferencialmente de concreto (armado ou não) conforme se vê na Figura 9.44. A utilização deste berço assegura melhores condições de estabilidade, pois resiste a eventuais recalques que poderiam ruir o corpo do bueiro.
b) Bocas de bueiros
Nas extremidades dos bueiros são construídas estruturas que protegem o solo da ação erosiva das águas e a direcionam para dentro do corpo do bueiro. Os bueiros, quando normais à estrada, possuirão suas alas com uma abertura simétrica em relação ao seu eixo formando um ângulo igual a 30(. 
c) Cobertura dos bueiros
Para que o bueiro não receba diretamente as cargas provenientes do tráfego, visto que não está dimensionado para isto, é necessário que tenha uma cobertura mínima que no caso dos bueiros tubulares é de 1,5 vezes o diâmetro externo dos tubos, e nunca inferior a 0,60 metros. 
d) Declividade dos bueiros
A declividade do corpo bueiro deve variar de 0,4 a 5%. Caso não seja possível, se a declividade superar 5%, é necessário se tomar alguma medida como: projetar o bueiro em degraus e fazer o berço com dentes de fixação no terreno, implantar caixa coletora a montante, construir-se a boca de jusante no corpo do aterro com uma descida d’água em degraus. 
9.4.5.4 Bueiros celulares
Os bueiros celulares são dispositivos drenantes constituídos por células de concreto armado com seções retangulares ou quadradas geralmente com capacidade de escoamento superior ao dos bueiros mas inferior à das pontes. 
9.4.5.5 Bueiros capeados
Os bueiros capeados são dispositivos drenantes utilizados para a transposição de córregos ou pequenos rios como alternativa mais econômica aos bueiros celulares. Suas paredes são construídas em concreto ciclópico assentadas sobre sapatas do mesmo material e a laje superior é fabricada com o uso de concreto armado, assentada sobre as paredes. São construídas lajes inferiores entre as paredes de modo a proteger o solo da erosão.
9.4.6 Caixas de contenção
Caixas de contenção, caixas de retenção ou bacias de captação são pequenas bacias, geralmente construídas em seqüência, de forma a captar as águas das sarjetas acumulando-as a montante e liberando-as para a caixa de jusante com menos energia à medida que sua capacidade de armazenamento se esgota. Normalmente são obras provisórias e construídas sem revestimento com uso de material local. 
9.4.7 Corta-Rios
Corta-rios são canais de desvio que interceptam o curso de um rio que, em forma de “U”, cruzaria a estrada duas vezes obrigando a construção de dispositivos de drenagem. Também são utilizados para afastar o curso d’água que ao fluir próximo à estrada pode poder em perigo sua estabilidade. A figura 9.54 mostra um exemplo típico deste dispositivo.
9.4.8 Escalonamento de taludes
O escalonamento de taludes é a construção de “degraus” de forma a evitar que as águas que se precipitam nos taludes de corteou aterro, não alcancem volume e velocidade suficiente para causar erosões. Nelas estão implantadas sarjetas que captam as águas e as dispõem de forma segura ao meio ambiente. 
9.5 Drenagem superficial em áreas urbanas
Os dispositivos utilizados para este fim são:
Meio-fios com sarjetas
Bocas de lobo
Poços de Visitas
Galerias
Estruturas especiais
9.5.1 Meio-fios com sarjetas
Normalmente em áreas urbanas as vias são ladeadas por meio-fios e calçadas. Esta condição limita a forma da sarjeta a um tipo que une ambos os dispositivos, que são os meio-fios com sarjetas. Nele as águas pluviais, após escorrerem das calçadas dos passeios e das pistas de rolamento, são captadas e levadas aos bueiros através das bocas-de-lobo. 
9.5.2 Bocas-de-lobo
Os dispositivos denominados bocas-de-lobo são aqueles destinados a captar as águas que escorrem pelas sarjetas e as conduzem aos bueiros, podendo ser classificadas em:
9.5.3 Poços de visita
Os poços de visita são dispositivos implantados nas mudanças de direção, dimensão ou declividade dos bueiros, permitindo a limpeza e a verificação do funcionamento do sistema de drenagem. 
9.5.4 Poços de queda
São assim denominados os poços de visita cuja diferença de cotas entre os tubos afluentes e efluentes ultrapassem 0,70 metros, e tem por finalidade diminuir a declividade dos tubos de jusante.
9.5.5 Emissários ou coletores
Os emissários ou coletores são os tubos ou galerias que encaminham as águas coletas pelas bocas-de-lobo ao seu destino. A declividade longitudinal destes elementos corresponde àquela encontrada na via ou no terreno sob a qual será implantada, contanto que a velocidade do fluxo situe-se entre 0,75 e 7,00 m/s.
9.6 Drenagem subterrânea
A drenagem subterrânea ou drenagem profunda são os dispositivos implantados em cortes ou em terrenos planos com a finalidade de interceptar e rebaixar o lençol freático a uma profundidade segura para a estrada, normalmente entre 1,5 e 2,0 metros.
9.6.1 Drenos profundos
Os drenos longitudinais profundos são drenos implantados nos corte ou terrenos planos, geralmente entre 1,5 e 2,0 m de profundidade no solo, e que tem como objetivo interceptar e rebaixar o lençol freático, impedindo que este atinja o corpo da estrada, sendo que, de acordo com a função para que são construídos podem ser classificados como:
Interceptantes – quando são implantados para que interceptem as águas que se infiltram pelas áreas adjacentes à rodovia;
De rebaixamento de lençol freático – quando sua função é a de rebaixar o lençol subterrâneo existente. 
Quanto à disposição os drenos profundos podem ser classificados em:
Longitudinais – quando são implantados de forma aproximadamente paralela ao eixo da estrada. 
Transversais – quando sua implantação se faz de forma que cruzam o eixo da via, segundo um ângulo que está geralmente entre 45º e 90º. 
Estes dispositivos podem ainda ser classificados de acordo com:
Sua permeabilidade na camada superior:
Selados – quando na parte superior se coloca uma camada de material impermeável (como argila, por exemplo), denominada selo, para impedir a entrada de águas superficiais;
Abertos – quando não se aplica o selo, o que permite o acesso das águas superficiais às camadas drenantes. 
O preenchimento da cava:
Drenos cegos - quando a cava é preenchida com material drenante desprovido de tubo, tendo em geral pequena vazão;
Com tubo – quando o material drenante, ou drenante e filtrante, envolve um tubo, que faz a condução da água. 
Sua granulometria:
Contínuos – quando o material de enchimento da cava possui uma única granulometria;
Descontínuos – quando os materiais empregados (drenante e/ou filtrante) são de granulometrias diferentes. 
A implantação dos drenos profundos deve ser feita quando:
Houver corte em rocha;
For preciso rebaixar o lençol freático;
Houver cortes que possam ter problemas de instabilidade devido à umidade;
Os estudos do lençol freático assim determinarem;
A montante exista água que não possa ser transposta por bueiros;
Se precisar complementar a drenagem fornecida pelos barbacãs, junto à base de muros de arrimo de taludes;
Em locais onde as camadas superiores de terraplanagem têm dificuldades em serem drenadas;
For encontrada uma camada permeável sobreposta à outra impermeável; mesmo que não se tenha encontrado água livre até 1,5 m;
Possa haver aumento da umidade do terreno devido a infiltrações de vazamento de coletores de águas pluviais ou distribuição de água potável (como é o caso encontrado nas zonas urbanas);
9.6.2 Espinhas-de-peixe
Os drenos denominados como espinhas-de-peixe são drenos geralmente rasos e sem tubos, implantados de forma oblíqua à estrada e paralelos entre si, como apresentado na Figura 9.66, e que permitem a drenagem e grandes áreas. Podem desaguar diretamente em local apropriado ou em drenos cegos.
Este tipo de dreno é normalmente previsto para drenagem de:
Grandes áreas pavimentadas, como praças de pedágio, por exemplo;
Em cortes em que a opção de dreno longitudinal seja inviável ou insuficiente;
Sob aterros em que o terreno natural seja impermeável ou possua o lençol freático muito alto. 
9.6.3 Colchão drenante
Este dispositivo de drenagem é utilizado quando o volume a ser drenado for superior ao recomendado para ser drenado por outros dispositivos, como espinha-de-peixe, por exemplo. Sua construção é feita a pouca profundidade no leito, constituindo-se numa superfície contínua e drenante elaborada em uma ou mais camadas. Normalmente são utilizados em:
Aterros sobre camadas impermeáveis;
Aterros sobre solos moles e drenos verticais;
Cortes em rocha;
Cortes com o lenço freático próximo (ou acima) do greide de terraplenagem;
Aterros com sinais de água livre próxima do terreno natural.
9.6.4 Drenos verticais
Os drenos verticais são usualmente utilizados em conjunto com colchões drenantes e com o objetivo de aumentar a velocidade do adensamento do sub-leito em solos-moles 
Os drenos verticais podem ser construídos como colunas de areia ou serem fibroquímicos, onde um envelope de tecido sintético permeável (geotextil) recobre um núcleo condutor de polietileno ou algum outro material similar.
9.6.5 Drenos Sub-horizontais
Os drenos sub-horizontais são tubos ranhurados ou furados na parte superior introduzidos em posição quase horizontal dentro dos taludes de forma a drenar a água, aliviando a pressão nos poros e fazendo com que o fluxo da percolação, antes horizontal, passe a ser vertical o que aumenta a estabilidade do maciço. Sua utilização pode evitar eventuais escorregamentos cuja causa seja a instabilidade devido à presença do lençol freático ou do nível piezométrico dos lençóis confinados. 
9.6.6 Valetões laterais
Os chamados valetões laterais, nada mais são no que valas abertas nos cortes, paralelas à plataforma, com a finalidade de substituir os dispositivos de drenagem tanto subterrânea, quanto superficial. Normalmente são executadas em caixas de empréstimo e podem funcionar como sarjeta e dreno profundo. Contudo é importante que se tome os devidos cuidados quanto a possibilidade de erosão, principalmente quando sua declividade longitudinal for acentuada.
9.7 Dispositivos de drenagem do sub-superficial
Drenagem sub-superficial ou drenagem do pavimento é aquela cujos dispositivos visam interceptar e remover águas superficiais que se possam afetar o pavimento, quer nos cortes quer nos aterros, oriundas tanto de precipitações pluviométricas quanto de lençóis d’água subterrâneos.
Os dispositivos de drenagem sub-superficial são:
Camada drenante do pavimento,
Drenos laterais de base (sangras),
Drenos rasos longitudinais,
Drenos transversais de pavimento.
9.7.1 Camada drenante do pavimento
A camada drenante é uma camada situada entre a capa e a base que se estende até os drenos rasos longitudinais ou, se for o caso,as bordas livres
9.7.2 Drenos laterais de base
Os drenos laterais de base ou sangras são drenos construídos com material inerte e no mínimo com a mesma condutividade hidráulica do material das camadas drenantes, tendo a função de recolher as águas que se infiltraram na base encaminhando-as para fora da plataforma. São usados quando a base do acostamento apresenta baixa permeabilidade e possuem a mesma função dos drenos rasos longitudinais, mas explorando mais sua capacidade de escoamento.
As águas drenadas correm junto à base dos acostamentos e depois são captadas pelos drenos laterais de base, que as conduzirão até o deságüe, atravessando os acostamentos.
São construídos no acostamento entre a borda da camada drenante e a borda livre, geralmente seguindo a direção da reta de maior declive, o que facilita o fluxo. A direção e a declividade da reta de maior declive é determinada pelas declividades longitudinal e transversal do acostamento.
9.7.3 Drenos rasos longitudinais
Drenos rasos longitudinais são drenos que se localizam abaixo da face superior da camada drenante de modo que possam receber todas as águas dela provenientes. Recebem o fluxo das águas drenadas por esta camada drenante, escoando-as pelos drenos laterais e transversais quando atingida sua capacidade máxima de vazão, conduzindo-as para fora da faixa estradal. 
9.7.4 Drenos transversais de pavimento.
Os drenos transversais do pavimento são os drenos implantados transversalmente à pista de rolamento, em toda a largura da plataforma. São normalmente utilizados quando o material da base dos acostamentos possui baixa permeabilidade e servem para drenar as águas que atravessam as camadas do pavimento, em seu sentido longitudinal. São muito importantes quando das restaurações de rodovias onde houver, abaixo do revestimento, uma base drenante ineficiente.
Sua implantação localiza-se nos pontos baixos das curvas verticais côncavas e nos locais onde se deseja captar as águas acumuladas das bases permeáveis, que não tenham sido drenadas por outros dispositivos. 
Figura 9. 15 – Vista em corte de dispositivos utilizados na drenagem superficial.
� Adsorção, segundo a química, é a fixação das moléculas de uma substância na superfície de outra.

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