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Plano de Aula: Crimes contra a Administração Pública praticados por funcionário público I. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Crimes contra a Administração Pública praticados por funcionário público I. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 1 
Tema Crimes praticados por Funcionário Público 
Objetivos O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula.  Analisar a aplicação, nos casos concretos apresentados, dos princípios constitucionais aos crimes contra Administração Pública, inclusive, o princípio da insignificância. 
? Diferenciar os crimes funcionais próprios e impróprios para fins de aplicação do preceito estabelecido no art. 30, do Código Penal. 
? Identificar, nos casos concretos apresentados, os delitos contra a Administração Pública praticados por funcionário público e respectiva responsabilidade penal do agente. 
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
 Os artigos. 312 a 327, todos do Código Penal. 
 Verbete de Súmula n. 147, do Superior Tribunal de Justiça. 
 Verbete de Súmula n. 18, do Supremo Tribunal Federal. 
 As páginas indicadas de seu material Didático. 
 
ESTRUTURA DE CONTEÚDO DESTA AULA: 
I - Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. 
 1.1. Conceitos de Administração Pública e funcionário público para o Direito Penal. 
 1.2. Distinção entre funções precípuas e concorrentes da administração pública. 
 1.3. Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios. 
 1.4. Conceitos de funcionário público e, funcionário público por equiparação, previstos no Código Penal; distinção do conceito de múnus público (art.327, do CP) 
 1.5. Distinção entre o conceito de funcionário público, previsto no Código Penal, e autoridade pública, prevista na Lei n 4898/1965: natureza das funções exercidas; aplicação do princípio da especialidade e derrogação tácita de dispositivos do Código Penal. 
1.6. A aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra Administração Pública. 
 II. Crimes em espécie praticados por funcionário público. 
- Elementos do tipo: objetivos, subjetivos e normativos. 
- Sujeitos do delito. 
- Consumação e Tentativa. 
- Modalidades culposas. 
- Figuras qualificadas, majoradas e privilegiadas. 
- O concurso de pessoas e a incidência do art. 30, do Código Penal: comunicabilidade das circunstâncias pessoais. 
- Questões controvertidas- entendimento dos Tribunais Superiores. 
 2.1. Peculato. (art.312, do CP) (i) figuras típicas: peculato furto, peculato culposo, peculato desvio, peculato mediante erro de outrem; (ii) concurso de pessoas; (iii)reparação do dano e extinção da punibilidade; (iv)distinção do delito de peculato dos delitos de falsificação de documento, furto e apropriação indébita. 
2.2 Concussão.(art.316, do CP): (i) análise do tipo penal; (ii) confronto com o delito de extorsão: semelhanças e dessemelhanças; concurso de crimes ou conflito aparente de normas; (iii) confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva; (iv) excesso de exação. 
2.3. Corrupção passiva (art.317, do cp): (i)análise do tipo penal;(ii) confronto com os delitos de concussão e prevaricação;(iii) incidência do princípio da insignificância; (iv)corrupção passiva privilegiada. 
2.4. Facilitação de contrabando ou descaminho. (art.318, do CP): (i) análise do tipo penal; (ii)distinção entre mercadorias absolutamente ou relativamente proibidas e mercadorias permitidas; (iii) incidência do princípio da insignificância; (iv)causas extintivas de punibilidade. 
2.5. Prevaricação. (art.319, do CP): (i) análise do tipo penal; (ii) confronto com os delitos de corrupção passiva privilegiada, concussão e desobediência; (iii) confronto com os delitos previstos nas normas extravagantes: art. 345, da lei n 4737/1965; art. 23 da lei n 7492/1986 e art. 15, §2º, da lei n 6938/1981. 
 2.6. Condescendência criminosa. (art.320, do CP: (i) Análise do tipo penal. 
2.7. Advocacia administrativa. (art.321, do CP) : (i) análise do tipo penal; (ii)confronto com os delitos de prevaricação, corrupção passiva e concussão (iii).confronto com os delitos previstos nas normas extravagantes: art. 3º,iii da lei n 8137/1990 e art. 91, da lei n 8666/1993. 
2.8. Abandono de função. (art.323, do CP: (i)Análise do tipo penal. 
2.9. Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado.(art. 324, do CP): (i)Análise do tipo penal. 
2.10. Violação de sigilo funcional: (i)Análise do tipo penal; (ii) Causas excludentes de ilicitude. 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: 
Considerações gerais. 
Para o Direito Penal, entretanto, a expressão Administração Pública deve ser compreendida como toda a atividade funcional do Estado, seja subjetivamente (órgãos instituídos para a concreção de seus fins), seja objetivamente (atividade estatal realizada com fins de satisfação do bem comum). (Neste sentido vide PRADO, Luiz Regis, op.cit. pp 387/388). 
Ainda, será analisada a possibilidade de incidência dos princípios da insignificância e adequação social aos crimes praticados contra a Administração Pública para fins de exclusão da tipicidade material da conduta. 
Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios. 
 Crime funcionais são aqueles perpetrados por funcionário público no exercício de suas funções ou em decorrência destas sendo, classificados em próprios e impróprios (mistos). 
Crimes funcionais próprios são aqueles são aqueles em que, caso não esteja presente a elementar do tipo ?funcionário público? a conduta será considerada atípica, enquanto, delitos funcionais impróprios são aqueles nos quais, uma vez excluída a elementar ?funcionário público? a conduta será tipificada como outro crime. 
 O delito de peculato, previsto no art.312, do Código Penal, descreve figuras especiais dos delitos de apropriação indébita (caput) e de furto (§1º), caracterizando-se, portanto, como delitos funcionais impróprios ou mistos. 
 Apresenta como figuras típicas os delitos de peculato próprio, impróprio (peculato-furto), peculato culposo e peculato mediante erro de outrem. Por outro lado, no caso da conduta culposa, o agente público, por meio da quebra do dever objetivo de cuidado, concorre para a prática de peculato doloso por outrem. 
 O delito de Concussão, previsto no art.316, do Código Penal, descreve a figura especial do delito de extorsão caracterizando-se, portanto, como delito funcional impróprio ou misto.  No que concerne ao excesso de exação, previsto no §1º, é compreendida como a exigência rigorosa de tributos ou contribuição social. Ainda, o §2º prevê a modalidade qualificada nos casos em que o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos.  O delito de Corrupção passiva, previsto no art.317, do Código Penal, configurase como tipo penal de ação múltipla ou tipo misto alternativo face à possibilidade da prática de mais de uma conduta sem que, com isso, seja caracterizada a pluralidade de infrações penais. Nas condutas de receber vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem haverá bilateralidade de condutas entre os delitos de corrupção ativa e passiva, este último praticado por particular contra a Administração Pública. Além da figura prevista no caput, comporta as figuras qualificada e privilegiada - §§1º e 2º.  No delito de facilitação de contrabando ou descaminho, previsto no art.318, do Código Penal, o legislador rompeu com a teoria unitária do concurso de pessoas na medida em que optou por tipificar a conduta do agente que, na verdade, realiza conduta acessória às condutas de contrabando ou descaminho. Trata-se de delito formal e plurissubsistente. Insta salientar que, no que concerne aos delitos de contrabando e descaminho houve alteração legislativa pela lei n. 13008 de 26/06/2014.  Com relação ao delito de prevaricação, previsto no art.319, do Código Penal, caracteriza-se tipo subjetivamente complexo cujo especial fimde agir é o interesse ou sentimento pessoal. Configura-se como delito formal e somente admite a modalidade tentada nas condutas comissivas.  O delito de condescendência criminosa, art.320, do Código Penal, configura-se como delito formal, admite condutas comissivas e omissivas e consuma-se independentemente da efetiva impunidade do subalterno.  O delito de advocacia administrativa, art.321, do Código Penal, compreende em sua figura típica a conduta de patrocinar interesse privado perante a administração pública, sendo a expressão patrocinar compreendida pelas condutas de proteger, beneficiar ou defender, direta ou indiretamente, interesse privado, que pode ser legítimo ou não (NUCCI, Guilherme de Souza. Material 
Didático). Saliente-se que a referida conduta configura-se como delito formal e não exige a obtenção de qualquer vantagem por parte do funcionário público.  Por fim, o delito de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, previsto no art. 324, do Código Penal, configura-se como norma penal do mandato em branco por força da expressão à expressão ?exigências legais?. 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV: 
Bibliografia Básica 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 9788530953898 
Bibliografia Complementar 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 2009.ISBN 978-85-02-09149-8. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 9788502619050. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. V.4, 2015. 9788576268178. 
 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683. 
 
 
Aplicação Prática Teórica APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
Em datas e horários diversos, todavia no período compreendido entre meados do mês de fevereiro até o mês de maio do ano de 2014, RONALDO ESPERTO, prevalecendo-se da condição de perito, nomeado pelo juízo da Xª Vara civil da Comarca da Capital, com o fim de obter indevida vantagem econômica solicitou aos advogados de determinado processo, o pagamento de determinada quantia em dinheiro para fins de elaboração de laudo favorecendo o cliente destes, todavia as vítimas não concordaram em repassar qualquer montante a RONALDO ESPERTO. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: 
a) RONALDO ESPERTO é considerado funcionário público para fins penais? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
b) Qual a correta tipificação de sua conduta? Ainda, responda se a mesma restou tentada ou consumada, haja vista as vítimas não terem concordado em repassar qualquer montante ao agente. 
Questão objetiva. 
Acerca dos crimes contra a Administração pública, assinale a resposta correta. 
 a) O crime de denunciação caluniosa (art. 339 do CP), além de outros requisitos de configuração, exige que a imputação sabidamente falsa recaia sobre vítima determinada, ou, ao menos, determinável. 
 b) Para a configuração do crime de peculato-furto (art. 312, § 1°, CP) é suficiente que o sujeito ativo,funcionário público, subtraia um bem móvel particular que esteja sob a guarda da Administração pública. 
 c) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem exerce múnus público, assim entendido o ônus ou encargo para com o poder público, como no caso do curador. 
 d) Nos crimes de inserção de dados falsos em sistemas de informações (art. 313-A do CP) e modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (art. 313-B do CP) se exige que figure, como sujeito ativo da conduta, o funcionário público autorizado. 
 e) Ao contrário do que ocorre na extorsão, o crime de concussão é classificado como delito material, operando-se quando o agente aufere a vantagem indevida almejada.
Plano de Aula: Crimes contra a Administração Pública praticados por Particular. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Crimes contra a Administração Pública praticados por Particular. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 2 
Tema Crimes contra a Administração Pública praticados por Particular. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula. 
 Identificar, nos casos concretos apresentados, os crimes praticados por particular contra a Administração Pública por meio de seus elementos objetivos, subjetivos e normativos.  Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos praticados por particular contra a Administração Pública e os delitos contra a pessoa e contra o patrimônio.  Diferenciar, nos casos concretos apresentados, os delitos em espécie. 
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
Os artigos. 328 a 334-A, todos do Código Penal. 
As páginas indicadas de seu material Didático. 
I. Dos Crimes praticados por particular contra a Administração Pública: disposições gerais. 
 II - Figuras típicas. 
 2.1 Usurpação de função pública. (ART.328, do CP) (i) análise da figura típica; (ii) confronto com o delito de estelionato. 
 2.2. Resistência. (ART.329, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de desacato, desobediência e lesão corporal; (iii) o delito de furto consumado e posterior delito de resistência: controvérsias - concurso de crimes ou crime único de roubo impróprio. 
 2.3. Desobediência (ART.330, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto entre o sigilo médico e o delito de desobediência; (iii) desobediência e o princípio que veda a autoincriminação compulsória. 
 2.4. Desacato (ART.331, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de desobediência e contra a honra. 
 2.5. Tráfico de influência. (ART.332, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva; (iii) confronto com o delito de exploração de prestígio, previsto no art.357, do código penal. 
 2.6.Corrupção ativa. (ART.333, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) confrontocom o delito de corrupção passiva: hipóteses de ocorrência simultânea ou isolada; (iii) confronto com os delitos de concussão; corrupção de testemunha, perito, tradutor ou intérprete; extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento; (iv) controvérsia sobre a possibilidade de incidência dos princípios da adequação social e insignificância. 
2.7.Descaminho. (ART.334, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) figuras equiparadas; (iii) distinção entre contrabando e descaminho; (iv) confronto com os delitos de falsidade documental e uso de documento falso: concurso de crimes; (v)controvérsia sobre a possibilidade de incidência do princípio da insignificância; (vi) a possibilidade de extinção de punibilidade pelo pagamento do tributo no delito de descaminho. analogia, súmula vinculante n.24 súmula n. 560 stf ? controvérsia. 
2.8. Contrabando (ART.334- A, do CP): (i) análise da figura típica; (ii) figuras equiparadas; (iii) confronto entre o delito de contrabando e as figuras típicas previstas na lei n. 11343/2006 (tráfico de drogas), na lei n.10826/2003 (tráfico internacional de armas); (iv) confronto entre os delitos de receptação e contrabando. 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: 
 O delito de usurpação de função pública compreende a conduta de exercício indevido, ou seja, a efetiva prática de ato específico de determinada função pública e, por tratar-se de delito formal, consuma-se independentemente da ocorrência de efetivo prejuízoà administração. 
 Com relação ao delito de resistência, previsto no art. 329, do Código Penal, é também denominado resistência ativa, na medida em que o agente se opõe ao cumprimento de ato legal mediante o emprego de violência ou ameaça. 
 Por outro lado, o delito de desobediência, previsto no art.330, do Código Penal, é denominado pela doutrina resistência passiva, pois o agente não emprega violência ou ameaça ao se opor ao cumprimento de ato legal. 
 A figura típica de desacato, previsto no art.331, do Código Penal, por sua vez contempla como objetos materiais o funcionário público e sua honra. Significa dizer que a expressão desacatar compreende as condutas de menosprezar, desrespeitar ou humilhar o funcionário público no exercício de sua função ou em razão dela (Material Didático, p. 1031). 
 O delito de tráfico de influência, previsto no art.332, do CP, configura-se como tipo de ação múltipla (alternativo) podendo a conduta do agente comportar desde a solicitação até a exigência ou recebimento da vantagem indevida sendo que o elemento normativo do tipo penal vantagem indevida não terá, necessariamente, natureza econômica.  Com relação ao delito de corrupção ativa, previsto no art.333 do CP, configurase como a conduta de oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício e, da mesma forma que no delito anterior, elemento normativo do tipo penal não terá, necessariamente, natureza econômica. Interessante o confronto entre as condutas de corrupção ativa e passiva e sua possibilidade de ocorrência simultânea em um mesmo contexto fático.  No que concerne aos delitos de contrabando e descaminho, importante salientar que, com o advento da lei n.13008/2014, estas condutas passaram a integrar tipos penais autônomos, art.334 e 334-A, CP e tem como principal elemento distintivo o reconhecimento da mercadoria ser proibida ou não. Desta forma, o descaminho configura-se, no tipo fundamental, pela conduta de iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria, ao passo que, a figura básica do delito de contrabando acresce a elementar normativa mercadoria proibida. 
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 
 Bibliografia Básica 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 9788530953898 
Bibliografia Complementar 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 2009.ISBN 978-85-02-09149-8. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 9788502619050. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. V.4, 2015. 9788576268178. 
 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683. 
 
Aplicação Prática Teórica 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
CASO CONCRETO 
Túlio, Guarda Municipal, encontrava-se em serviço em frente a determinado prédio público, quando verificou que José iniciava uma pichação naquele prédio. Em razão disso, ordenou a Flaviano Bom de Tinta que parasse de imediato e entregasse o material que estava sendo utilizado na pichação. Ocorre que Flaviano Bom de Tinta, para garantir sua fuga, desferiu chutes na canela do funcionário e, de imediato, empreendeu fuga, não vindo a ser alcançado. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os Crimes contra a Administração Pública, responda às questões formuladas: 
a) Diferencie as condutas de desacato, resistência e desobediência. Responda de forma objetiva e fundamentada. b) Qual a correta capitulação da conduta de Flaviano Bom de Tinta? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
 
Questão objetiva. 
Em relação aos crimes praticados por particulares e funcionários públicos contra a Administração Pública, analise as assertivas e assinale a alternativa correta: 
I ? Pode-se afirmar que o crime de prevaricação tipifica-se por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
II ? O descumprimento, por autoridade administrativa, de sentença proferida em Mandado de Segurança, pode configurar, em tese, o crime de prevaricação. 
III ? Para configuração do crime de corrupção passiva, na modalidade solicitar vantagem indevida, é necessário que a solicitação do funcionário seja correspondida pelo particular. 
IV ? Se o funcionário deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, comete o delito de condescendência criminosa. 
V ? No crime de concussão, como o particular é ameaçado, caso ceda à exigência do funcionário, não incorre em corrupção ativa. 
 a) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
 b) Apenas as assertivas I, II e V são verdadeiras. 
 c) Apenas as assertivas II, IV e V são verdadeiras. 
 d) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras. 
 e) Apenas as alternativas II, III e V são verdadeiras.
Plano de Aula: Crimes contra a Administração da Justiça DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Crimes contra a Administração da Justiça 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 3 
Tema 
Crimes contra a Administração da Justiça 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula. 
 Identificar, mediante a análise dos casos concretos apresentados, elementos objetivos, subjetivos e normativos crimes praticados por particular contra a Administração da Justiça. 
 Analisar a incidência, nos casos concretos apresentados, de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos praticados por particular contra a Administração da Justiça. 
 Diferenciar os delitos praticados por particular contra a Administração da Justiça dos delitos contra a pessoa, contra o patrimônio bem como previstos na Legislação Penal Especial, tais como Leis n. 7492/1986, 8137/1990 e 9.613/1998. 
 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
Os artigos. 339 a 342; 345, 347 a 349-A, 357 e 359, todos do Código Penal. 
1. Dos Crimes praticados contra a Administração da Justiça Pública: disposições gerais. 
2. Denunciação caluniosa (Art. 339, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) confronto com os delitos de calúnia e comunicação falsa de crime ou contravenção; (iii) questões controvertidas: denunciação caluniosa e organização criminosa; confronto entre o direito à autodefesa e a denunciação caluniosa. 
3.Comunicação falsa de crime ou contravenção. (Art. 340, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas. 
4. Autoacusação falsa. (Art. 345, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas. 
5. Falso testemunho ou falsa perícia (Art. 342, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas: o compromisso de dizer a verdade e a caracterização de falso testemunho e o concurso de pessoas no crime de falso testemunho. 
6. Exercício arbitrário das próprias razões. (Art. 345, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas: concurso de crimes com o delito resultante da violência e ação penal. 
7. Fraude processual. (Art. 347, do Código Penal): (i) análise da figura típica; (ii) questões controvertidas: confronto com as figuras típicas previstas no caput e, parágrafo único, do art. 347 e com o delito de estelionato - art.171, todos do código penal; confronto entre o direito à autodefesa e a fraude processual; fraude processual prevista na legislação penal especial: lei n.9503/1997 e lei n.70826/2003. 
 8. Favorecimento pessoal (Art. 348, do CódigoPenal): (i) análise do tipo penal; (ii) questões controvertidas: distinção entre favorecimento pessoal e concurso de pessoas no delito antecedente; confronto com os delitos de prevaricação e corrupção passiva; alcance das escusas absolutórias. 
 9. Favorecimento real. (Art. 349, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questões controvertidas: o art. 349-a e sua subsunção à lei n. 9472/1997, art. 60,§1º; distinção entre favorecimento real e concurso de pessoas no delito antecedente; confronto com os delitos de favorecimento pessoal e receptação; inexigibilidade de conduta diversa. 
10. Exploração de prestígio (Art. 357, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questão relevante: confronto com o delito de tráfico de influência. 
11. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito. (Art. 359, do Código Penal): (i) análise do tipo penal; (ii) questão relevante: confronto com o delito de desobediência (art.330, código penal) e com as medidas previstas nas leis n. 9099/1995, 9503/1997 e 11340/206. 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Na presente semana de aula serão identificadas, demonstradas e relacionadas algumas das figuras típicas previstas no rol de crimes praticados contra a Administração da Justiça. 
 Em um primeiro momento, com relação aos delitos de denunciação caluniosa, comunicação falsa de crime ou contravenção, autoacusação falsa e falso testemunho ou falsa perícia serão identificadas suas semelhanças e elementares distintivas. 
 Saliente-se que nestas condutas o objeto jurídico é a própria administração da justiça, logo o Estado e, secundariamente, o particular que possa vir a ter seus direitos e garantias lesionados pelo falso, razão pela qual a todo momento há o confronto com o direito à autodefesa bem como à vedação da autoincriminação compulsória. 
 No que concerne ao delito de exercício arbitrário das próprias razões, relevante salientar que a pretensão visada pelo agente é lícita, todavia o meio empregado por ele para alcançá-la transforma sua conduta em relevante sob o prisma jurídico-penal. A conduta é descrita como a denominada justiça realizada pelas próprias mãos de modo a afastar, portanto, a normal administração da justiça. 
 Com relação ao delito de fraude, na medida em que à lesão à normal administração da justiça também figura como sujeito passivo indireto a pessoa prejudicada com a inovação artificiosa no processo pendente, seja ele no âmbito civil ou administrativo, conforme expressa previsão do art. 347, do Código Penal, todavia consuma-se independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo. 
 As infrações de favorecimento pessoal e favorecimento real, por sua vez, tem como elemento distintivo o fato de que na primeira o auxílio é prestado ao criminoso (para sua fuga ou ocultação) e não ao crime, como ocorre no favorecimento real. Por outro lado, ambos se configuram como delitos subsidiários, ou seja, para sua configuração é imprescindível a prática de delito anterior. 
 O delito de exploração de prestígio guarda similitude com o delito de tráfico de influência, previsto no art.332, do Código Penal, na medida em este configura espécie de tráfico de influência que recai sobre a conduta de magistrado, jurado, órgão do Ministério Público, perito, testemunha. 
 
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
Bibliografia Básica 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. 10.ed. Forense, 2014. ISBN 9788530953898 
Bibliografia Complementar 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 4.ed. São Paulo: Saraiva.v 4, 2009.ISBN 97885-02-09149-8. 
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 15. ed São Paulo: Saraiva.v.3,2015. ISBN 9788502619050. 
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Especial. 11.ed. Niterói: RJ: Impetus. V.4, 2015. 9788576268178. 
 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 13ª. edição revista e ampliada. São Paulo. Revista dos Tribunais.2014. ISBN 9788520350683. 
 
 
 
 
Aplicação Prática Teórica 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
 
Caso concreto. 
ARNALDO, jovem de 17 anos, após praticar o crime de roubo de um veículo automotor, procura seu amigo LAURO e o solicita que mantenha o carro guardado em sua casa por um tempo. LAURO aceita a incumbência e age conforme o combinado, unicamente com a intenção de ajudar ARNALDO. Contudo, a autoria do roubo é descoberta, pois a Polícia Civil consegue recuperar o veículo que ainda estava com LAURO. Dos fatos, ARNALDO e LAURO são denunciados em processo-crime pelo delito de roubo, sendo LAURO, considerado partícipe do delito. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os delitos contra o Patrimônio e Administração Pública, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões: 
a) A capitulação da conduta de LAURO está correta? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
b) O fato de ARNALDO ser inimputável possui alguma relevância para a conduta de LAURO? 
Questão objetiva. 
Xisto, Vereador de um determinado município do Estado de Sergipe, com o escopo de vingar-se do seu desafeto Tácito, também Vereador do mesmo município, faz uma denúncia escrita de crime eleitoral perante a Autoridade Policial contra Tácito, sabendo da inocência deste, apresentando-se como Moisés 
para não ser identificado. O Inquérito Policial é instaurado pela Autoridade Policial. Neste caso Xisto cometeu crime de 
 a) denunciação caluniosa com pena de 2 a 8 anos, aumentada de um terço. 
 b) comunicação falsa de crime, com pena de 1 a 6 meses de detenção e multa, aumentada de um terço. 
 c) denunciação caluniosa com pena de 2 a 8 anos e multa, aumentada da sexta parte. 
 d) comunicação falsa de crime, com pena de 1 a 6 meses de detenção e multa, sem qualquer majoração. 
 e) denunciação caluniosa, com pena de 2 a 8 anos, sem qualquer majoração.
Plano de Aula: Legislação Penal Especial. Crimes Hediondos . Lei n.8072/1990. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Legislação Penal Especial. Crimes Hediondos . Lei n.8072/1990. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 4 
Tema 
Legislação Penal Especial. Crimes Hediondos I. Lei n.8072/1990. Aspectos penais e crimes em espécie. Genocídio 
Objetivos 
O aluno ao final da aula deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula.  Reconhecer as medidas de política criminal adotadas na Lei n.8072/1990 e sua necessária subsunção aos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito consubstanciado na Constituição da República de 1988.  Compreender, nos casos concretos apresentados, os conflitos de Direito Intertemporal e seus reflexos na Lei de Crimes Hediondos.  Identificar, nos casos concretos apresentados, a tipificação dos delitos como incursos na Lei de Crimes Hediondos e seus consectários penais. 
Estrutura do Conteúdo 
O conteúdo será apresentado com base no Material Didático de Direito Penal IV 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
Os artigos. 1º a 8º, todos da Lei n. 8072/1990. 
Verbete de Súmula n. 471, do Superior Tribunal de Justiça. 
Verbetes de Súmula n. 711 e 719, do Supremo Tribunal Federal. 
Súmula Vinculante n. 26. 
Estrutura de conteúdo 
 1. Movimento da Lei e da Ordem e Crimes Hediondos - confronto com o sistema Penal Garantista consubstanciado na Constituição da República de 1988. 
 2. Crimes Hediondos: Assento Constitucional. 
 3. Lei n. 8072/1990. 
 3.1.Controle de constitucionalidade e alterações legislativas. 
 3.2. Direito Intertemporal e a Lei n.11.464/2007 - as denominadas normas híbridas. 
 3.3. Critérios de tipificação. 
 3.4. ConsectáriosPenais e Processuais: (i) vedação à indulgência soberana; (ii) crimes hediondos e liberdade provisória; (iii). individualização das penas, progressão de regimes e a possibilidade de conversão das penas em penas restritivas de direitos;(iv) associação criminosa para a prática de delitos hediondos. milícia privada e lei de crimes hediondos; (v) delação eficaz. 
4. Crimes em Espécie. 
4.1. Homicídio. 
 O delito de homicídio e sua tipificação como delito hediondo: (i)Homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (Art.121, §2º, incisos I a VII);(ii) Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (iii) a (in)aplicabilidade da Lei n.8072/1990 ao delito de homicídio qualificado-privilegiado. 
4.2. Latrocínio 
 O roubo qualificado pelo resultado morte e sua tipificação como delito hediondo - Lei n.8930/1994: (i) a admissibilidade da tentativa no delito de latrocínio: controvérsias; (ii) a competência para processo e julgamento do delito de latrocínio. 
4.3. Extorsão 
 O delito de extorsão e a lei de crimes hediondos: (i) figuras típicas consideradas hediondas; (ii) a Lei n. 11923/2009 e a extorsão qualificada do §3º, do art. 158, do Código Penal e sua (in)aplicabilidade à Lei n.8072/1990- controvérsias. 
4.4 Extorsão mediante sequestro. 
O delito de Extorsão mediante sequestro: (i) figuras típicas consideradas hediondas. 
4.5. Os delitos de Estupro e Estupro de Vulnerável. 
 Figuras típicas consideradas hediondas: (i) Estupro de Vulnerável- a Lei n.12015/2009 e sua incidência sobre a Lei de Crimes Hediondos; (ii) O Direito Intertemporal - a Lei n.12015/2009 e as causas de aumento previstas no art. 9º, da Lei n. 8072/1990; (iii) O Direito Intertemporal, a Lei n.12015/2009 e o delito de atentado violento ao pudor. 
4.6. Epidemia com resultado morte. 
4.7. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. 
4.8. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. 
4.9. Crimes Hediondos. Crimes em espécie previstos na Legislação Penal Especial. 
 O delito de Genocídio previsto na Lei n.2889/1956 e a EC n.45/2009: art. 5º, §4º e art. 109, inciso V-A, da CRFB/1988 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 Nesta semana de aula serão analisadas as formas de criminalidade que, segundo sua gravidade objetiva, finalidade, modus operandi, lesividade ou consequências, são tipificadas como hediondas e equiparadas, bem como, as medidas de Política Criminal de Controle a serem adotadas pelo Estado Democrático de Direito. A lei de crimes hediondos possui assento constitucional (Art. 5º, XLIII, CRFB/1988) e seu texto legal não conceituou crime hediondo ou equiparado, tendo o legislador optado pela adoção de um critério taxativo, no qual selecionou figuras típicas previstas no Código Penal e as rotulou como hediondas e, algumas previstas na legislação penal especial, equiparadas a hediondas. 
 Interessante destacar que, desde sua entrada em vigor, a lei tem sido objeto de controle de constitucionalidade face ao tratamento diferenciado mais rigoroso imposto aos condenados pelos referidos delitos, razão pela qual na presente semana de aula será realizado o confronto constitucional dos dispositivos repressores constantes na lei n.8072/1990. 
 Cabe salientar que o art.1º, da lei n.8072/1990, ao apresentar o rol taxativo de delitos hediondos, elencou as figuras típicas previstas no Código Penal, figuras estas estudadas na disciplina Direito Penal III, quais sejam: homicídio praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado, latrocínio, extorsão qualificada pelo resultado morte, extorsão mediante sequestro, estupro, estupro de vulnerável, epidemia com resultado morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e o delito de favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (esta acrescida pela lei n. 12.978, de 2014). 
 No que concerne ao delito de homicídio qualificado, a lei n. 13.104, de 2015 alterou o Código Penal acrescentando a figura denominada de feminicídio, no qual o motivo determinante para a prática do homicídio é a violência discriminatória de gênero o que, segundo a referida lei envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 Ainda, a lei n. nº 13.142, de 2015 acrescentou ao art.1º, da lei de crimes hediondos as condutas de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. 
 Com relação às figuras equiparadas, previstas no art.2º da lei n.8072/1990, rol também taxativo, quais sejam: tortura (lei n.9455/1997), o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins (lei n.11343/2006) e o terrorismo, serão analisadas separadamente nas semanas de aula seguintes. 
 
Aplicação Prática Teórica 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
 
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
Tentativa de roubo de tênis termina com morte de uma adolescente em SP 
O criminoso queria roubar o tênis do namorado da vítima. Gabriela dos Santos tinha 17 anos, chegou com vida ao hospital, mas não resistiu. 
Disponível em: http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/11/tentativa-de-roubo-de-tenis-termina-com-mortede-uma-adolescente-em-sp.html (Atualizado em 16/11/2016 08h44) 
A polícia de São Paulo procura um motoqueiro suspeito de matar uma adolescente, na capital. Tudo aconteceu porque o criminoso queria roubar o tênis do namorado dela. O crime aconteceu por volta das 20h de segunda-feira (14). Uma câmera de segurança gravou a aproximação de uma moto preta, em baixa velocidade na avenida Arraias do Araguaia, em Sapopemba. A polícia suspeita que o rapaz que aparece nas imagens, de capacete preto e blusa vermelha, procurava uma vítima pelo bairro - e encontrou assim que entrou na travessa Alessandro Tassoni. Era um casal que saiu de uma padaria caminhando e foi parado quase na porta de casa. O namorado contou à polícia que o ladrão desceu da moto, apontou uma arma para o casal e exigiu que ele entregasse o tênis. Quando o rapaz se abaixou para tirar o calçado dos pés, o motoqueiro fez um disparo que atingiu a cabeça da namorada, que estava ao lado. O bandido fugiu sem levar nada. Os namorados tinham saído de casa só para trocar dinheiro e já estavam voltando quando foram abordados. O rapaz contou aos policiais que tudo foi muito rápido e quando ele pediu calma, o ladrão atirou. Gabriela dos Santos, de 17 anos, foi socorrida pelos parentes. Chegou com vida ao pronto socorro, mas algumas horas depois os médicos constataram a morte cerebral da adolescente. A vizinhança passou o dia tentando acalmar a família da jovem. Revoltados, os amigos e os parentes não quiseram falar sobre o crime. Até agora ninguém foi preso. A polícia disse que o suspeito aparenta termenos de 20 anos e cerca de um 1,80m de altura. 
Com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécies e delitos hediondos, responda às questões formuladas: 
a) Qual a correta capitulação da conduta do motoqueiro? Ainda, o delito restou tentado ou consumado? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
b) Caso o motoqueiro venha a ser preso e posteriormente condenado pelo delito praticado, sendo no curso do processo-crime descoberto que o mesmo é reincidente, qual será o prazo mínimo de cumprimento de pena para a progressão de regimes? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
Questão objetiva 
A respeito do que dispõe a Constituição Federal de 1988 e a Lei n.º 8.072/1990, assinale a opção correta. 
 a) O agente que pratica homicídio simples, consumado ou tentado, não comete crime hediondo. 
 b) A prática de racismo constitui crime hediondo, inafiançável e imprescritível. 
 c) A tortura é crime inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia. 
 d) O crime de lesão corporal dolosa de natureza gravíssima é hediondo quando praticado contra parente consanguíneo até o quarto grau de agente da segurança pública, em razão dessa condição. 
 e) A lei penal e a processual penal retroagem para beneficiar o réu.
Plano de Aula: Crimes Equiparados a Hediondos. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Crimes Equiparados a Hediondos. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 5 
Tema 
Crimes equiparados a hediondos. Lei de Tortura. Terrorismo 
Objetivos O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula.  Identificar as figuras típicas de tortura, previstas na lei n.945/1997 e sua necessária interpretação constitucional.  Diferenciar o delito de tortura de outras figuras típicas previstas no Código Penal e na Legislação Penal Especial.  Identificar as figuras típicas de terrorismo, previstas na lei n.13260/2006.  Analisar as controvérsias existentes acerca do delito de terrorismo, seu iter criminis e respectiva responsabilização penal. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
 O Art. 5º, inciso XLIII CRFB/1988.  Os artigos 1º a 4º, todos da Lei n. 9455/1997.  Parte I, art. 1º da Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (1984).  Os artigos 1º a 11, 16 a 18, todos da Lei n.13260/2006.  Os artigos 1º a 3º, do Decreto n. 5639/2005 que ratificou a Convenção Interamericana contra o Terrorismo. 
 
Estrutura de Conteúdo 
1. A Lei n. 9455/97. 
 1.1. Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, III e XLIX, XLIII da Constituição da República de 1988. 
 1.2.. A Lei n. 9455/1997 e o art. 4°, da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura. 
 1.3 Conceito de Tortura: alcance da expressão sofrimento físico e mental. 
 1. 4. A incidência dos institutos repressores previstos na Lei n. 8072/1990. 
1.5. Figuras típicas: controle de constitucionalidade: (i)figura Equiparada - art. 1°, §1°; (ii) a responsabilidade do omitente prevista no art. 1°, §2° - confronto com os art.13, §2º e 29, ambos do Código Penal; (iii) confronto com as figuras típicas da Lei n. 4898/1965 - Lei de Abuso de Autoridade; (iv) confronto entre a figura típica prevista no art. 1°, II, da Lei n. 9455/1997 e o art. 136, do Código Penal; (v)a figura qualificada e o confronto com a figura prevista no art. 121, §2°, III, do Código Penal. 
1.6. Consectários Penais e Processuais: (i) alterações legislativas e o Direito Intertemporal; (ii) causas de aumento de pena; (iii) questões controvertidas. 
 
2. A Lei n. 13260/2006 
2.1. Bem jurídico-penal tutelado - art. 5°, XLIII da Constituição da República de 1988. 
2.2. A Lei n. 13260/2006 e os arts. 1° e 2º , doDecreto n. 5639/2005. 
2.3. Conceitos de Terrorismo: alcance da expressão e características. 
2.4. Alterações legislativas no Código Penal e Lei de Crimes Hediondos. 
2.5. Figuras típicas: atos de terrorismo, atos preparatórios, iter criminis. 
2.6. Exclusão da tipicidade e iter criminis. 
 
 UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 Tortura. 
A lei de tortura, ainda que tenha por fonte normativa a definição constante no art.1º, da Convenção da ONU de 1984, em muitos aspectos desvencilhou-se desta para fins de 
tipificação das condutas de tortura. Antes do advento da lei de tortura, a mesma só era tipificada expressamente pelo Estatuto da Criança e Adolescente (lei n.8069/1990, art.233). 
 A lei n.9455/1997, por questões de política criminal, não restringiu a tipificação da prática da tortura a qualquer condição pessoal do agente, sendo, portanto, um delito comum e tem por objetivo imediato a proteção da dignidade humana. 
 Crime equiparado a hediondo e, portanto, sujeito aos institutos repressores da lei n.8072/1990 apresenta como figuras típicas: tortura prova, tortura meio e tortura discriminatória, estas com especial fim de agir ou motivação. As demais figuras, previstas no art.1º, II e §1º do art.1º, aplicam-se aos agentes que exercem sobre as vítimas sob sua guarda, poder ou autoridade. 
 Cabe salientar que a conduta prevista no §2º do art.1º, não é equiparada a delito hediondo e configurase como delito omissivo próprio. 
 Por fim, insta salientar a existência da figura qualificada pela lesão corporal de natureza grave ou gravíssima ou morte, prevista no §3º, do art.1º e as causas de aumento previstas no §4º, do mesmo artigo. 
Terrorismo. 
A Convenção Interamericana contra o Terrorismo, ratificada pelo Brasil pelo Decreto 5639/2005, estabelece que?(?) o terrorismo constitui uma grave ameaça para os valores democráticos e para a paz e a segurança internacionais (?)?.(Organização dos Estados Americanos ? OEA. Convenção Interamericana contra o Terrorismo). 
 As tentativas de sua conceituação partem dos meios empregados e dos resultados produzidos, bem como da finalidade política dos atos, da qualidade organizacional e cujos efeitos são indiscriminados. 
 Para os atos de terrorismo ou ?preparatórios de terrorismos? os bens jurídicos penais tutelados são tanto individuais, quanto metaindividuais, tais como a paz pública e a própria democracia. 
 
 
Aplicação Prática Teórica 
 APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
CASO CONCRETO 
Leia a situação hipotética abaixo e responda às questões formuladas: 
ROMOALDO, padrasto de L.T, de 11 anos de idade, foi denunciado pelos vizinhos por ter submetido a criança a intenso sofrimento físico e mental com o fim de castigá-la ao agredi-la por diversas vezes com a utilização de seu cinto, pois esta estava brincando na sala de sua casa no momento em que ROMOALDO assistia ao jogo final do campeonato estadual de futebol e o barulho da brincadeira atrapalhava sua concentração no jogo. Dos fatos, ROMOALDO restou denunciado pelo delito de maus-tratos, previsto no art.136,§1º, do Código Penal. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os crimes em espécie e crimes hediondos e equiparados, responda de forma objetiva e fundamentada se a capitulação da conduta de ROMOALDO está correta. 
QUESTÃO OBJETIVA 
Crisóstomo, policial militar, e Elesbão, agente da Polícia Civil, agindo em comunhão de esforços e desígnios, buscando a confissão de um crime, provocaram intenso sofrimento físico a Nicanor. Posteriormente, Vitorino, delegado de polícia, ao saber do ocorrido, mesmo possuindo atribuição investigativa, opta por não apurar o caso, visando a abafá-lo. Nesse contexto é correto afirmar que: 
 a) todos praticaram crimes da Lei nº 9.455, contudo a conduta do delegado não é equiparada a crime hediondo. 
 b) o policial militar cometeu crime militar, equiparado a hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, também equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crimede prevaricação, não hediondo. 
 c) O policial militar e o agente cometeram crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo. 
 d) todos praticaram crimes equiparados a hediondo, previstos na Lei n° 9.455. 
 e) o policial militar cometeu crime militar, não hediondo; o agente cometeu crime previsto na Lei n° 9.455, equiparado a hediondo; e o delegado cometeu crime de prevaricação, não hediondo.
Plano de Aula: Lei de Drogas I. Lei n.11343/2006. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Lei de Drogas I. Lei n.11343/2006. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 6 
Tema Politica Criminal de Drogas – Prevenção e Tratamento usuário. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula.  Reconhecer os diferenciados modelos de política criminal adotados para as condutas típicas de uso indevido e tráfico ilícito de drogas.  Identificar as condutas típicas de uso indevido de drogas e seus consectários penais e processuais penais.  Compreender os conflitos de Direito Intertemporal para fins de tipificação Das condutas previstas na lei n.11343/2006 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
 Os artigos. 1º a 4º, 27 a 30, 48 e 66, todos da Lei n. 11343/2006.  Verbete de Súmula n. 711, do Supremo Tribunal Federal.  Verbete de Súmula n. 501, do Superior Tribunal de Justiça. 
Estrutura de Conteúdo 
1. Lei n. 11.343/2006. Política Criminal de Drogas. 
 1.1. Movimento da Tolerância Zero e Política da Redução de Danos - distinção. 
 1.2. A Lei n.11.343/2006 e o Princípio da Alteridade. 
 1.3. A Lei n.11.343/2006 e o Direito Intertemporal. 
2.Distinção entre as condutas de uso indevido de drogas e tráfico ilícito de drogas - critérios. 
3. Do uso indevido de drogas: atividades de prevenção. 
3.1. Posse de Droga para consumo pessoal. Art. 28, da Lei n. 11.343/2006 - natureza jurídica: Crime ou infração administrativa. 
3.2. Consumo pessoal ou tráfico ilícito de drogas - critérios de diferenciação. 
3.3. A figura típica do plantio para uso próprio. 
3.4. Cessão gratuita a pessoa de seu relacionamento - controvérsias. 
4. Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores. 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. Nesta semana de aula serão identificadas as medidas de política criminal adotadas pela lei n.11343/2006 para o uso indevido de drogas. 
 Com a entrada em vigor da lei n.11343/2006 uma das principais questões debatidas foi acerca da natureza jurídica da figura prevista no art.28, qual seja: nesse dispositivo teria o legislador contemplado um crime, uma infração penal sui generis ou uma infração administrativa? Consoante entendimento pacificado nos Tribunais Superiores e Estaduais ocorreu apenas a despenalização, na medida em que a conduta de porte para uso próprio tornou-se infração penal de menor potencial lesivo. 
 A partir desta premissa e, em consonância com a política criminal de redução de danos, a lei 11.343/2006 em título específico tratou não apenas do caráter retributivo do controle social penal, mas também das medidas de prevenção do uso indevido e reinserção social de usuários ou dependentes de drogas. 
 Para tanto, a utilização do procedimento previsto nos art.60 e seguintes, da lei n.9099/1995 – Lei dos Juizados Especiais Criminais, não podendo ser imposta prisão em flagrante ao autor do fato, mas termo circunstanciado sendo este encaminhado ao JECrim para a adoção do respectivo procedimento. 
Aplicação Prática Teórica 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
CASO CONCRETO 
LEONARDO foi surpreendido por policiais militares, na noite de sábado, 11 de janeiro de 2014, às 00h30min, próximo a um bar localizado na Asa Norte de Brasília, trazendo consigo uma porção de cocaína totalizando massa líquida de 26,45g. No carro em que ele estava foi encontrada a droga em um saco plástico e dinheiro. Dos fatos restou denunciado e condenado pelo delito de tráfico de drogas, previsto no art.33, caput, da Lei n.11343/2006. Em sede de apelação criminal suscitou sucessivamente: (i) atipicidade material da conduta pelo princípio da insignificância; (ii) desclassificação para o delito de porte de drogas para uso. 
Ante o exposto, sendo certo que no momento da abordagem, seus atos não poderiam qualificar sua conduta como sendo a de vendedor de drogas, analise a possibilidade de aplicação das teses defensivas. Responda de forma objetiva e fundamentada. 
QUESTÃO OBJETIVA 
Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver portando certa quantidade de droga para consumo pessoal e for abordada por um agente de polícia, ela 
 a) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for reincidente por este mesmo fato. 
 b) estará sujeita à pena privativa de liberdade, se for condenada a prestar serviços à comunidade e, injustificadamente, recusar a cumprir a referida medida educativa. 
 c) estará sujeita à pena, imprescritível, de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 d) poderá ser submetida à pena de advertência sobre os efeitos da droga, de prestação de serviço à comunidade ou de medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 e) deverá ser presa em flagrante pela autoridade policial.
Plano de Aula: Lei de Drogas II. Lei n.11343/2006. Tráfico ilícito de drogas DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Lei de Drogas II. Lei n.11343/2006. Tráfico ilícito de drogas 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 7 
Tema 
Lei n.11343/2006. Tráfico ilícito de drogas 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Confrontar as medidas de Política Criminal adotadas pela Lei n. 11343/2006 e consequente interpretação constitucional dos tipos penais.  Identificar as condutas típicas de tráfico ilícito de drogas, a incidência dos institutos repressores previstos na Lei n.8072/1990 e seus consectários penais.  Solucionar, mediante a análise dos casos concretos apresentados, os conflitos de Direito Intertemporal face ao denominado "tráfico privilegiado".  Diferenciar a conduta de associação para o tráfico das demais figuras típicas de associação para a prática de crimes previstas no art.288, do Código Penal e no art. 8º da Lei n. 8072/90. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
 Os artigos 33 a 47 e 49, todos da Lei n. 11343/2006.  Verbetes de Súmula n. 145, 522 e 711, do Supremo Tribunal Federal.  Verbetes de Súmula n. 492, 501 e 528, do Superior Tribunal de Justiça.  Resolução n. 5 de 2012 do Senado Federal. 
 
Estrutura de Conteúdo 
1. Lei n. 11.343/2006. Tráfico de Drogas. 
1.1. Política Criminal. 
1.2. Normal penal do mandato em branco, Direito Intertemporal e o Enunciado 711 da Súmula do Supremo Tribunal Federal. 
2. Figuras Típicas e equiparadas 
 2.1.Distinção entre as condutas de uso indevido e tráfico ilícito de drogas. 
 2.2. A figura do tráfico privilegiado – questões controvertidas. 
2.2. Associação para fins de tráfico- distinção das figuras típicas previstas no art. 288, do Código Penal e no art. 8, da Lei n. 8072/1990. 
2.3.Financiamento ou custeamento do tráfico ilícito de drogas e as teorias adotadas acerca do concurso de pessoas - controvérsias. 
2.4. A figura do informante - confronto com o delito de corrupção passiva. 
 3. As causas de aumento de pena - análise de sua incidência. 
 4. Tráfico Transnacional de drogas. 
 5. Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores. 
 
UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na BibliografiaBásica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 Nesta semana de aula serão identificadas as medidas de política criminal adotadas pela lei n.11343/2006 para o tráfico de drogas e seus consectários penais. Da mesma forma que nas condutas de uso indevido, as figuras típicas e equiparadas de tráfico de drogas caracterizam-se como critérios de tipificação de condutas pela utilização de tipo misto alternativo e norma penal do mandato em branco. 
 Com a entrada em vigor da lei 11343/2006 algumas alterações relevantes ocorreram face à revogação expressa das leis n.3636/1976 e 10409/2002, dentre elas: 
- a figura privilegiada do §4º, do art.33, segundo a qual a pena pelo tráfico de drogas será reduzida de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa; 
- a figura do art.36, como figura autônoma em rompimento à teoria monista do concurso de pessoas para a conduta de financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. 
- a figura do informante, prevista no art.37 da lei para a conduta do agente que colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34. 
- a figura do uso compartilhado, segundo a qual o agente oferece droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem que, embora prevista no §3º do art.33, configura-se infração penal de menor potencial ofensivo. 
- as vedações previstas no art.44, objeto de controle difuso de constitucionalidade. 
 
Aplicação Prática Teórica APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
CASO CONCRETO 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às questões formuladas: 
Astolfo, nascido em 15 de março de 1940, sem qualquer envolvimento pretérito com o aparato judicial, no dia 22 de março de 2014, estava em sua casa, um barraco na comunidade conhecida como Favela da Zebra, localizada em Goiânia/GO, quando foi visitado pelo chefe do tráfico da comunidade, conhecido pelo vulgo de Russo. Russo, que estava armado, exigiu que Astolfo transportasse 50 g de cocaína para outro traficante, que o aguardaria em um Posto de Gasolina, sob pena de Astolfo ser expulso de sua residência e não mais poder morar na Favela da Zebra. Astolfo, então, se viu obrigado a aceitar a determinação, mas quando estava em seu automóvel, na direção do Posto de Gasolina, foi abordado por policiais militares, sendo a droga encontrada e apreendida. Astolfo foi denunciado perante o juízo competente pela prática do crime previsto no Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. Em que pese tenha sido preso em flagrante, foi concedida liberdade provisória ao agente, respondendo ele ao processo em liberdade. Astolfo, em suas alegações finais, confirmou que fazia o transporte da droga, mas alegou que somente agiu dessa forma porque foi obrigado pelo chefe do tráfico local a adotar tal conduta, ainda destacando que residia há mais de 50 anos na comunidade da Favela da Zebra e que, se fosse de lá expulso, não teria outro lugar para morar, pois sequer possuía familiares e amigos fora do local. (XX Exame OAB Unificado. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL Aplicada em 18/09/2016. MODIFICADA). 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre os delitos previstos na Lei n.11343/2006, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões: 
a) A partir da premissa de que Astolfo é primário e não possui antecedentes, apresente as possíveis teses defensivas. 
b) À conduta de Astolfo aplicam-se os institutos repressores da lei de crimes hediondos? 
c) Uma vez condenado, será possível a substituição de pena privativa de liberdade? 
QUESTÃO OBJETIVA 
Jeremias integra de forma estável e permanente a estrutura da facção criminosa instalada em determinada comunidade, exercendo dupla função: é responsável por manter droga em depósito para revenda e, em outras oportunidades, serve como “fogueteiro”, em razão do que aciona fogos de artifício toda vez que percebe a ação de policiais ou de grupos rivais naquela localidade, a fim de alertar os demais integrantes de sua facção. Nesse contexto, é correto afirmar que Jeremias pratica o(s) crime(s) previsto(s) no(s)artigo(s): 
 a) 33, da Lei n° 11.343. de 2006. 
 b) 33. 35 e 37, da Lei n° 11.343. de 2006 
 c) 33 e 35, da Lei n° 11.343. de 2006. 
 d) 33 e 37, da Lei n° 11.343. de 2006. 
 e) 35, da Lei n° 11.343. de 2006 
Plano de Aula: Organização Criminosa. Lei n. 12850/2013 DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Organização Criminosa. Lei n. 12850/2013 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 8 
Tema Organização Criminosa. Lei n. 12850/2013 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula.  Identificar as características do instituto “organização criminosa”.  Diferenciar organização criminosa dos delitos de associação criminosa e milícia privada. 
Estrutura do Conteúdo 
Organização Criminosa: Lei n. 12850/2013. 
1. Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. Definição e análise das figuras típicas. 
2. Crimes por natureza e por extensão. 
3. Dos crimes em espécie. 
4. Transnacionalidade do crime organizado. 
5. Confronto com os delitos de associação criminosa e milícia privada. 
6.. Questões controvertidas: direito material e processual - entendimento dos Tribunais Superiores. 
Aplicação Prática Teórica 
 APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO 
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas. 
Membro de organização criminosa é condenado a 16 anos de prisão no CE. 
Acusado foi preso com maconha, crack e uma escopeta calibre 12. 
Justiça negou habeas corpus a outro membro de uma quadrilha. 
Disponível em: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/12/membro-de-organizacao-criminosa-econdenado-16-anos-de-prisao-no-ce.html (atualizado em 15/12/2016) 
A Justiça condenou a 16 anos de prisão um dos integrantes de uma organização criminosa preso com drogas e uma escopeta em Fortaleza. O acusado foi condenado pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo. O juiz Ernani Pires Paula Pessoa Júnior, titular da 1ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Fortaleza, estabeleceu o cumprimento da sentença inicialmente em regime fechado. O magistrado negou ainda o direito de recorrer em liberdade. “A gravidade dos crimes imputados ao réu e a quantidade dos entorpecentes apreendidos, de patente nocividade à saúde pública, justificam a segregação antecipada do mesmo, a fim de evitar novos atentados à ordem pública e a aplicação da lei penal, em caso de confirmação desta condenação”, destacou o juiz. Segundo os autos do processo, Mayandreson Araújo Albuquerque foi preso em flagrante no dia 18 de abril de 2016 no Bairro Granja Lisboa. Policiais militares notaram uma movimentação suspeita em frente a uma residência e abordaram o réu. Com ele foi apreendido 116.650 gramas de maconha, 910 gramas de crack, uma escopeta calibre 12, munição e uma balança digital. Em depoimento, o acusado confessou ser responsável por receber, guardar e distribuir no Ceará os entorpecentes que eram trazidos do estado da Paraíba. Habeas corpus negado: A Justiça do Ceará também negou habeas corpus para Marcos Aurélio de Sousa, acusado de corrupção de menores, posse de arma de fogo, tráfico de entorpecentes, associação ao tráfico. Ele é apontado pela polícia com integrante de uma outra organização criminosa com atuação no Ceará e em outros estados brasileiros. O acusado foi preso junto com outros 31 suspeitos em um sítio localizado no parque Tijuca, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. No momento da operação, ele estava em uma moto à frente da residência. A prisão foi realizada por policiais civis que estavam investigando, há vários meses, a existência e atuação da organização criminosa noCeará. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões: 
a) Diferencie as condutas de organização criminosa, associação criminosa e associação criminosa para fins de tráfico de drogas. 
b) Identifique a correta capitulação das condutas de Mayandreson Araújo Albuquerque. 
QUESTÃO OBJETIVA. 
O Delegado de Polícia, no ano de 2015, toma conhecimento da existência de organização criminosa que atua na área da circunscrição de sua Delegacia, razão pela qual instaura inquérito policial para apurar a prática de delitos considerados de grande gravidade. No curso das investigações, determinado indiciado procura o Ministério Público, acompanhado de seu advogado, manifestando interesse em realizar um acordo de colaboração premiada, de modo a auxiliar na identificação dos demais coautores. Para tanto, solicita esclarecimentos sobre os requisitos, pressupostos e consequências dessa colaboração. No caso, o Promotor de Justiça deverá esclarecer, de acordo com as previsões da Lei nº 12.850/13, que: 
a) considerada meio de prova, poderá uma sentença condenatória ser proferida com fundamento, apenas, nas declarações do agente colaborador; 
 b) em observância ao princípio da obrigatoriedade, a Lei nº 12.850/13 não admite que o Ministério Público requeira ao magistrado a concessão de perdão judicial ao colaborador, apesar de ser possível o requerimento pelo reconhecimento de causa de diminuição de pena; 
 c) a colaboração premiada somente pode ser realizada até a publicação da sentença, de modo que qualquer auxílio após poderá apenas ser considerado como atenuante inominada; 
 d) de modo a garantir o contraditório, as negociações para formalização do acordo de colaboração contarão com a participação do magistrado, do Ministério Público e do acusado com seu defensor, podendo, ainda, haver contribuição do delegado de polícia; 
 e) após o acordo de colaboração, nos depoimentos que prestar, o colaborar renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade. 
 Plano de Aula: Estatuto do Desarmamento. Lei n.10826/2003. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Estatuto do Desarmamento. Lei n.10826/2003. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 9 
Tema 
Estatuto do Desarmamento. Sistema Nacional de Armas. Crimes em espécie. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula  Confrontar as condutas típicas previstas na lei n.10826/2003 com os princípios limitadores do poder punitivo estatal.  Diferenciar armas de fogo de uso proibido, restrito, permitido, obsoleto ou de valor histórico, para fins de correta tipificação da conduta, ou ao contrário, considerá-la atípica.  Identificar as condutas típicas previstas na lei n.10826/2003 e a incidência de concurso de crimes ou conflito aparente de normas com outras figuras típicas previstas no Código Penal e nas demais Legislações Especiais. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
 Os artigos. 1º a 3º; 6º e 12 a 21, da Lei n.10826/2003. 
 Verbete de Súmula n. 513, do Superior Tribunal de Justiça. 
Estrutura de Conteúdo 
Lei n.10826/2003 - Estatuto do Desarmamento. 
 1. Disposições Gerais. 
 1.1. Política Criminal e a criação do Sistema Nacional de Armas. 
 1.2. Objetividade jurídica: imediata e mediata. 
 1.3.A ADI n.3112/DF. Controle de constitucionalidade e alterações legislativas: A Lei n.11706/2008 - e o Direito Intertemporal. 
 1.4. Conceito de arma de fogo. 
- Distinção entre arma de fogo de uso proibido, restrito, permitido, obsoleto ou de valor histórico - Dec. n.5123/2004. 
2. As figuras típicas. 
 2.1. Posse irregular de arma de fogo de uso permitido. 
 2.2. Omissão de cautela 
 2.3. Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido 
 2.4. Disparo de arma de fogo 
 2.5.Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito 
 2.6. Comércio ilegal de arma de fogo 
 2.7. Tráfico internacional de arma de fogo 
3. Questões controvertidas 
 3.1. Arma de brinquedo ou simulacro. 
 3.2. Arma de fogo desmuniciada e adequação típica. 
 3.3. Abolitio criminis temporária; art. 30 a 32 Lei n.10826/2003 e o Verbete de Súmula n.513, do Superior Tribunal de Justiça. 
 3.4. Porte de Arma e perícia sobre a Potencialidade Lesiva; confronto entre as figuras típicas previstas na Lei n. 9437/1997. 
 UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 O Estatuto do Desarmamento, da mesma forma que a revogada Lei n.9437/1997, tutela de forma imediata a incolumidade pública e que, portanto, expõem a perigo de lesão toda a coletividade – número indeterminado de pessoas. Desta forma, o referido estatuto volta-se à proteção não só de direitos individuais, mas, também da própria coletividade, ao tipificar condutas que exponham os bens jurídicos a perigo de lesão. 
 Questão relevante a ser analisada versa sobre a caracterização das condutas como de perigo abstrato, bem como a tipificação de condutas que possuem como objeto material acessórios ou munições. 
 Ainda, da mesma forma que a lei n. 9437/1997, Estatuto do Desarmamento diferenciou as condutas relacionadas às denominadas armas de fogo de uso permitido, restrito e proibido para fins de tipificação e cominação de sanções penais. Tal distinção também possui relevância quando da análise da ocorrência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes em relação à outras figuras típicas previstas no Código Penal ou na Legislação Penal Especial. 
 Cabe salientar que, em 02 de maio de 2007 foi declarada a inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do art. 21 da Lei 10.826/2003 através da ADIN n.3112 de modo a afastar a inafiançabilidade dos delitos de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, vedação à concessão da liberdade provisória aos delitos de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, comércio ilegal de arma de fogo e tráfico internacional de arma de fogo, previstos nos art.16, 17 e 18 da Lei n.10826/2003. 
Aplicação Prática Teórica 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
 
CASO CONCRETO 
Mediante denúncia anônima, foi descoberto que ROBERTO possuía no interior de sua residência, armas de fogo e munições de uso permitido com os respectivos registros vencidos. Indagado por policiais, informou que tinha conhecimento das regras estabelecidas pelo Estatuto do Desarmamento, mas que não tinha a intenção de utilizá-las, mas, de tornar-se um colecionador de armas, pois acreditava ser esta conduta permitida por lei. 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o Estatuto do Desarmamento, responda de forma objetiva e fundamentada às questões: 
a) Qual a tipificação dada à conduta de ROBERTO? 
b) Uma vez denunciado, quais teses defensivas a serem apresentadas? 
 
QUESTÃO OBJETIVA. 
Sobre os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, assinale a resposta correta. 
 a) O crime previsto no art. 14 do Estatuto (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido) versa sobre armas de fogo e munições, não contem plando os acessórios entre suas elementares. 
 b) Entende-se como posse de arma de fogo a conduta de possuir ou manter arma em casa ou local de trabalho, qualquer que seja ele, em desacordo com determinação legal ou regulamentar. 
 c) Comete o crime do art. 14 do Estatuto o praticante de tiro esportivo que transporta arma de fogo municiada, quando a guia de tráfego autoriza apenas o transporte de arma desmuniciada. 
 d) Para a consumação da infração penal prevista no art. 13 do Estatuto, basta que o sujeito ativo omita as cautelas necessáriaspara impedir que pessoas menores de 18 anos ou portadores de deficiência mental se apoderem de munições. 
 e) O porte de simulacro de arma de fogo de uso restrito caracteriza o crime previsto no art. 16 do Estatuto. 
 
 
Plano de Aula: Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. DIREITO PENAL IV - CCJ0034 
Título Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 10 
Tema Código de Trânsito Brasileiro. Lei n. 9503/1997. Crimes em espécie. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
 Conhecer o plano de aula.  Compreender os princípios norteadores do Código de Trânsito  Reconhecer a existência de condutas ilícitas de natureza administrativa e penal e suas respectivas sanções.  Analisar a incidência das medidas despenalizadoras previstas na Lei n. 9099/1995 às condutas típicas previstas na Lei n.9503/1997.  Analisar os crimes em espécie previstos na Lei n.9503/1997, seus elementos distintivos e a incidência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre eles.  Reconhecer a aplicabilidade do instituto do perdão judicial aos crimes de trânsito e seus consectários penais e extrapenais. 
Estrutura do Conteúdo 
Antes da aula, não esqueça de ler: 
 Os artigos 1º; 291 a 312, da Lei n.9503/1997.  Verbete de Súmula n.720, do Supremo Tribunal Federal.  Verbete de Súmula n. 18, do Superior Tribunal de Justiça. 
Estrutura de Conteúdo 
1. Disposições gerais. 
1.1 Bem jurídico tutelado: objetividade jurídica - imediata e mediata. 
1.2 Sociedade de Risco e o incremento de um risco não permitido. A Teoria do Risco e a Lei n. 9503/1997: (i) os crimes de perigo e de dano; (ii) os crimes de perigo abstrato e sua recepção pela Constituição de 1988. 
1.3. Princípios norteadores do Código de Trânsito e Segurança Viária. 
2. Dogmática jurídico-penal. 
2.1.Crimes de Trânsito. Considerações gerais: Crimes de perigo e crimes de dano. 
2. 2. Objetividade jurídica: (i)imediata e mediata; (ii) elementos do tipo (objetivos, subjetivos e normativos);(iii) sujeitos do delito; (iv) classificação dos delitos;. 
2.3. Incidência dos institutos despenalizadores da lei n.9099/1995 
2.4. Suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor – hipóteses de cabimento. 
2.5. Multa reparatória - aplicabilidade e natureza jurídica. 
2.6. Crimes em Espécie: (i) Homicídio Culposo; (ii) Lesão Corporal Culposa; (iii)Participação em competição não autorizada; (iv) Embriaguez ao Volante. 
2.7. O instituto do Perdão Judicial e os delitos de trânsito: (i) Natureza jurídica do instituto; (ii) Obrigatoriedade ou facultatividade de aplicação; (iii)Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial. Controvérsia: entendimento dos Tribunais Superiores. Verbete de Súmula n. 18 STJ. 
 
 UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS. 
 Para enriquecer seus conhecimentos, como leitura complementar indica-se a leitura dos seguintes livros didáticos constantes na Bibliografia Básica e Complementar da disciplina Direito Penal IV. 
 No Código de Trânsito Brasileiro a tutela objetiva imediata volta-se à proteção da própria coletividade, identificada como a segurança viária, razão pela qual há diversas figuras típicas eminentemente de perigo, tais como o delito de embriaguez ao volante e a participação em competição não autorizada. 
 De forma reflexa, tutela-se a vida e a integridade física nos denominados crimes de dano, tais como o homicídio culposo e a lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Interessante ressaltar que, a partir do reconhecimento do incremento de riscos permitidos, o legislador optou pela tipificação de determinadas condutas a fim de evitar a produção de danos efetivos. 
 Acrescidos aos princípios norteadores e limitadores do Direito Penal, podemos citar os princípios da proporcionalidade das penas e confiança como norteadores da responsabilização e consequente individualização das sanções penais constantes no CTB. 
Para a caracterização dos delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor relevante a distinção entre culpa consciente e dolo indireto eventual, bem como a impossibilidade de compensação de culpas nos casos de concorrência de culpas. Os delitos de homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor podem ser praticados em via particular ou pública, diferentemente dos demais crimes de trânsito que exigem sua prática em via pública em decorrência da objetividade jurídica, qual seja, segurança viária. 
 Ainda, serão objeto de estudo os principais crimes de trânsito, seus elementos, figuras típicas, bem como a ocorrência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre estes e os crimes previstos no Código Penal. 
 Com relação ao delito de embriaguez ao volante, o tema é bastante controvertido, haja vista tratar-se de crime de perigo. De qualquer forma, quando praticado no mesmo contexto fático de crimes de dano será por estes absorvidos. 
 Com relação ao delito de participação em competição não autorizada, também crime de perigo, a entrada em vigor da lei n. 12971/2014 gerou muita controvérsia para as situações nas quais desta conduta advier resultado lesão corporal culposa e/ou homicídio culposo. 
 
 
Aplicação Prática Teórica 
APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA 
CASO CONCRETO 
Leia a situação hipotética abaixo e responda às questões formuladas: 
No dia 25 de julho de 2014, por volta de 20h30min, em via pública localizada na Estrada Velha de Búzios, bairro Tangará, NORBERTO, de forma livre e consciente, conduziu o veículo automotor caminhão VW, placa KXX-0000, cor branca, com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool, conforme laudo de fl. 09. Nas mesmas condições de tempo e lugar, o denunciado praticou lesão corporal na direção de veículo automotor, obrando com imperícia e causando lesões em FERDINANDO, descritas no Boletim de Atendimento Médico e no Auto de Exame de Corpo de Delito. Momentos após, no mesmo local, NORBERTO, também de forma livre e consciente, desacatou funcionários públicos no exercício das suas funções. Na ocasião dos fatos, a vítima FERDINANDO estava trafegando na mesma Estrada quando, ao reduzir a velocidade para passar por quebra-molas, sentiu um forte impacto na traseira do seu veículo, qual seja, um FIAT UNO, cor vermelha, placa KYY- 1111, sendo arrastado por cerca de 200m, vindo a parar na outra pista, quase colidindo com uma motocicleta que trafegava no sentido contrário. A colisão, que gerou lesões corporais na vítima, foi provocada pelo denunciado, que dirigia embriagado e de maneira imprudente. Pouco depois, os policiais militares ora arrolados como testemunhas chegaram ao local dos fatos, momento em que foram desacatados pelo denunciado que os chamou de "viados", "policiais de merda", "ladrões", incitando-os a "cair na porrada". Em sede policial, o denunciado assumiu a prática do fato delituoso afirmando, para tanto, que, no dia dos fatos, estava embriagado e, conduzindo um caminhão, colidiu na traseira de um veículo e que não lembrava de ter ofendido os policiais." 
Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre a Teoria Geral do Delito e nos delitos previstos na Lei.9503/1997, indaga-se: qual a correta tipificação da conduta de NORBERTO? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
QUESTÃO OBJETIVA. 
Ao manobrar veículo automotor no interior de uma garagem particular, Felisberto, descuidadamente, atropela a amiga Marinalva, que orientava a manobra, a qual sofre lesões corporais de natureza leve. Durante a investigação do fato, descobre-se que Felisberto não possuía permissão ou habilitação para dirigir veículos automotores. Contudo, logo depois, a vítima comparece à Delegacia de Polícia e se retrata da representação anteriormente oferecida. Passados seis meses, é correto afirmar que Felisberto: 
 a) poderá ser criminalmente

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