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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA TRIAGEM TOXICOLÓGICA DE FÁRMACOS BÁSICOS EM URINA POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA – CCD. Teste Qualitativo - Imipramina RECIFE - PE 2018 RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA TRIAGEM TOXICOLÓGICA DE FÁRMACOS BÁSICOS EM URINA POR CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA – CCD. Teste Qualitativo - Imipramina Relatório elaborado durante a aula prática de teste qualitativo de triagem toxicológica de fármacos básicos por meio da cromatografia de camada delgada na urina de voluntário anônimo, no curso de farmácia da UFPE, com finalidade de obtenção parcial de nota na disciplina Toxicologia Clínica. RECIFE - PE 2018 Resumo O fármaco imipramina é uma droga caráter básico. A cromatográfica de camada delgada (CCD) é uma técnica qualitativa de baixo custo, acessível e simples, por isso foi escolhida. A leitura das placas cromatográficas foi feita após revelação com reativo de Dragendorff iodado. Os resultados foram expressos como valores de Rf, onde foi confirmado a presença de Imipramina. A utilização da técnica de CCD pode facilitar e tornar mais rápido o reconhecimento de fármacos extraídos de fluídos biológicos. Palavras chaves: Imipramina, cromatografia em camada delgada SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 7 2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 7 2.2. Objetivos Específicos .................................................................................................. 7 3. MATERIAIS E MÉTODO ..................................................................................................... 8 3.1 Materiais .................................................................................................................... 8 3.2 Reagentes ................................................................................................................... 8 3.3 Método ....................................................................................................................... 8 4. RESULTADOS .................................................................................................................. 10 5. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 12 6. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 13 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 14 5 1. INTRODUÇÃO Intoxicação medicamentosa pode ser definido como uma série de sinais e sintomas que são produzidos, quando um medicamento é administrado, entrando em contato com pele, olhos ou membranas mucosas em doses acima da terapêutica. As intoxicações medicamentosas podem ser classificadas como agudas ou crônicas, que varia de acordo com as propriedades farmacocinéticas de cada droga. Dentre os medicamentos que podem ocasionar toxicidade, têm-se os antidepressivos tricíclicos. Os antidepressivos tricíclicos (ADT) constituem uma classe de drogas de alta importância toxicológica, porque o uso abusivo dessa substância pode acarreta alguma sintomatologia desagradável ou mesmo risco de vida. Tais situações ocorrem pelo fácil acesso, baixo custo, da distribuição pelo sistema público de saúde e pela prescrição indiscriminada. Esse tipo de droga aparece frequentemente nas tentativas de suicídio, mesmo porque é muito utilizada por pacientes que apresentam tendência suicida. Sabe-se que 90% das internações por intoxicações devem-se às tentativas de suicídio. Destas, cerca de 20% são por antidepressivos. Das internações ocorridas por ingestão de antidepressivos, há maior gasto hospitalar naquelas por ADT do que naquelas por inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), chegando a ser 4 vezes maior10, por causa da maior toxicidade dos primeiros. Apesar da ampla gama de antidepressivos relacionados a intoxicação, pode-se citar a imipramina. Imipramina pertence à classe dos antidepressivos tricíclicos, sendo portanto usados para tratamento da depressão, distúrbios do humor, estados de pânico, dores crônicas e incontinência urinária noturna em crianças acima de 5 anos de idade são outras condições psicológicas que podem ser tratadas com imipramina. Este medicamento age aumentando a quantidade de mensageiros químicos (noradrenalina e serotonina) no cérebro, ou fazendo seus efeitos durarem mais tempo. A imipramina tem várias propriedades farmacológicas, incluindo-se as propriedades alfadrenolítica, anti-histamínica, anticolinérgica e bloqueadora do receptor serotoninérgico (5-HT). Contudo, acredita-se que a principal atividade terapêutica da imipramina seja a inibição da recaptação neuronal de noradrenalina (NA) e serotonina (5-HT). A imipramina é chamada de bloqueador "misto" da recaptação, isto é, ela inibe a recaptação da noradrenalina e da serotonina, aproximadamente na mesma proporção. 6 Apesar da existência de metodologias de análise modernas com alta especificidade e elevada sensibilidade, parte dos laboratórios de toxicologia analítica ainda utilizam métodos clássicos, como a cromatografia em camada delgada (CCD).A técnica de CCD é considerada como método de escolha para a triagem de substâncias desconhecidas devido a sua velocidade, confiabilidade, simplicidade, baixo custo e habilidade de gerar parâmetros como cor e fator de retenção (Rf), frequentemente expresso multiplicado por 100 (hRf), em um curto intervalo de tempo, sendo considerada uma técnica de triagem mais abrangente que os imunoensaios. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi utilizar o método de cromatografia de camada delgada para separação de componentes de uma mistura na amostra de urina, visando a obter a identificação de substância causadora de toxicidade (fármaco). 7 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Utilizar o método de cromatografia de camada delgada para separação de componentes de uma mistura líquido-líquido em amostra de urina, visando a identificação de substância causadora de toxicidade, como o fármaco imipramina. 2.2. Objetivos Específicos Desenvolver a habilidade da técnica se separação de fases de líquidos, com auxílio das vidrarias de laboratório, aplicando e teste qualitativo por meio da cromatografia de camada delgada. Resgatar os conhecimentos do método físico-químico da cromatografia e aplicar na realização do teste de triagem toxicológico de fármaco básico utilizando como amostra a urina. Interpretar o teste por meio da emissão de laudo/diagnóstico de intoxicação por agente farmacológico presente na urina do voluntário anônimo. 8 3. MATERIAIS E MÉTODO 3.1. Materiais Ampola de separação Béquer e funil de vidro Pipetas graduadas Pêra Fitas de pH Materialpara CCD Papel filtro Placa de silicagel 3.2. Reagentes Éter-Clorofórmio (1:3) Hidróxido de amônio 27-30% Hidróxido de sódio 5% Metanol Sulfato de sódio anidro Reativo de Dragendorff iodado Solução padrão de cloridrato de imipramina 1mg/mL em metanol 3.3. Método Procedimento Primeiramente foi coletada uma alíquota de 10 mL da amostra de urina que foi colocada num béquer e adicionado um volume de 9 gotas de hidróxido de sódio a 5%, para que pudesse realizar a medição do pH que foi de 9,0, em seguida foi colocada a solução (urina + NaOH) em uma ampola de separação, e adicionado 10 mL de éter 9 etílico com clorofórmio numa proporção de 1:3, foi colocada a tampa fechando a ampola de separação para agitação por 1 minuto, passado este tempo de agitação, o material foi deixado em repouso no suporte para que ocorresse separação das fases, e realizasse a extração da amostra para a análise, onde foi utilizado um béquer com funil de vidro contendo o papel filtro, onde no béquer ficou retida a fase orgânica utilizada para análise. Em seguida, o béquer contendo a fase orgânica foi exposto a temperatura elevada até que secasse, fazendo evaporar o conteúdo líquido da amostra, na sequência o béquer com o extraído foi deixado em repouso até resfriar, e realizado a ressuspensão do material por meio da adição de 300 µL de metanol, onde foi colocada uma amostra de 100 µL em uma placa de Silicagel Ativada, assim como também foi colocado em torno de 50 a 75 µL do padrão. Por fim, foi colocada a placa de silicagel ativada no sistema eluente contendo metanol, hidróxido de amônio na proporção de 98,5:1,5 para um volume final de 50 mL por um período de tempo necessário para que a carreira do material fosse satisfatória e não perdesse o experimento. Ao final dessa etapa, foi realizada a revelação por meio do revelador com Dragendorf iodado. 10 4. RESULTADOS Através da metodologia trabalhada na triagem toxicológica de fármaco básicos em urina utilizando a cromatografia de camada delgada, foi possível obter os resultados das atividades de substâncias na amostra teste (urina) para que pudéssemos elaborar o laudo toxicológico do paciente, e poder comprovar se o mesmo fez uso da imipramina. Para chegar ao resultado, foi necessário realizar o cálculo do fator de retenção ou RF, porém para obter o RF, será necessário conhecer o comportamento das substâncias imipramina, do padrão e do solvente utilizados na metodologia, como por exemplo: fase estacionária e fase móvel, informações estas, indispensáveis para atender o princípio da cromatografia visando a mobilidade do equilíbrio, conforme mostra a figura 01. O RF é um parâmetro físico da substância e pode ser utilizado para sua identificação caso se mantém constante as seguintes condições: solvente ou mistura de solventes, fase estacionária (silicagel), condições ambientais (temperatura dentre outras), espessura da camada e quantidade de amostra aplicada. Figura 01: Imagem própria. Para fins de cálculo, utiliza-se a seguinte fórmula: Rf = 𝑨 𝑺 ; Onde: Rf: refere-se fator de retenção; A: refere-se a distância percorrida pela amostra; S: refere-se a distância percorrida pelo solvente. 11 No procedimento realizado na aula prática foram obtidas as seguintes informações: Figura 02: Imagem obtida na aula prática. A = 1,5 cm S = 3,2 cm Rf1 = 1,5 3,2 ; Rf1: Refere-se ao fator de retenção da amostra teste. Rfp: Refere-se ao fator de retenção da solução padrão. Obs1: Rfp=? Obs2: Não possível realizar o cálculo do fator de retenção do padrão, pois o mesmo não migrou na placa, como ilustra acima a figura 02, o que impossibilitou observar seu deslocamento, sendo informação indispensável para a obtenção do resultado, e com isto poder realizar a comparação com a amostra teste. Rf1= 0,47 12 5. DISCUSSÃO Como interpretação dos resultados da triagem toxicológica por imipramina em urina, foi concluído que o laudo para o teste aplicado encontra-se como inconclusivo, devido a não migração (deslocamento) da solução padrão na placa de silicagel, onde o padrão permaneceu no ponto de aplicação ou possivelmente seu deslocamento foi mínimo, o que tornaria impossível de visualização a olho desarmado ou olho nú. Devido ao fato mencionado do comportamento da solução padrão, poderíamos deduzir que a mesma não atingiu uma diluição satisfatória para que contribuísse na sua migração pela placa, o que comprometeu o resultado do teste em questão. Como forma de abordagem científica, o conteúdo trabalhado nesta prática foi bastante satisfatória, no sentido de despertar o raciocínio lógico e a compreensão do conteúdo trabalhado na mesma, o que leva a tomada de decisões para solucionar problemas no sentido de obter resultado satisfatório e liberação de laudo seguro e fidedigno na abordagem toxicológica. 13 6. CONCLUSÃO A técnica de CCD facilita a triagem para a análise qualitativa de substâncias orgânicas, possibilitando a separação dos compostos tanto na fase estacionário como na fase móvel. Na prática realizada em aula, foi possível, de forma prática e simples, analisar qualitativamente a presença de Imipramina na urina analisada, através do valor de Rf. 14 REFERÊNCIAS FERNANDES, G.; PALVO, F.; PINTON, F. A.; Impacto das intoxicações por antidepressivos tricíclicos comparados aos depressores do “sistema nervoso central”. Arquivo de ciências da saúde, v. 13, n. 3, p. 61-65, 2006. MALAMAN, K. do R. et al. Perfil das intoxicações medicamentosas no brasil. Infarma, Cidade, v. 21, n. 7, p. 9-15, set. 2009.
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