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Aulas Previdenciário_Ana Carla Fracalossi

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Aula 1 – 15/02/18
fracalossi@fracalossi.adv.br
1ª Avaliação: 05/04
2ª Avaliação: 07/06
Bibliografia: Castro e Lazzari (melhor livro); Fábio Ebraim Zambite (mais didático); Ivan Kertzan (resumo); Frederico Amado (pouco didático, mas atualizado)
Falará sobre demandas que ocorrem na justiça comum
Aula sobre apresentação do curso:
- Existem dois direitos previdenciários: prestacional (direito fundamental) e tributário
- Direito previdenciário a partir da Constituição de 88. Antes de 88 tínhamos sistema previdenciário no Brasil. O que no interessa é estudar o sistema a partir da Constituição. Analisar as reformas previdenciárias a partir de 1988, como a Emenda nº 20, nº41, PEC 286/2017. Entender como acontece nas esferas infraconstitucionais. A constituição servirá de crivo para avaliar a constitucionalidade das leis previdenciárias:
- Lei 8.212/91 (custeio)
- Lei 8.213/91 (prestacional)
- Decreto 3048/99 (envolve custeio e benefícios)
Mesmo que haja mudanças na previdência, geralmente por MP, a Constituição será o parâmetro. 
Falaremos da localização da matéria na Constituição e que faz parte de um tripé de direitos sociais: previdência, saúde e assistência social – que é a ideia de proteção social, ou seja, seguridade social. O constituinte poderia incluir nesse rol a moradia, o lazer, mas concentrou a noção de proteção social nesses tres elementos. Existe no Brasil a ideia de segurança física (direito de ir e vir, polícia judiciária, etc), segurança jurídica (devido processo legal, ampla defesa, contraditório...) e segurança social (que é a seguridade social – importado do direito espanhol). O dever de promover segurança social é avocado pelo Estado. O pilar da Seguridade Social é como veículo condutor do que está no artigo 3º da CF/88 (objetivos da República Federativa do Brasil):
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
- A forma como o Brasil chegará nessas finalidades será através da segurança social. Nunca foi objetivo extinguir as desigualdades, mas reduzi-las. A seguridade social também é forma de se concretizar o caráter democrático do Estado brasileiro – a seguridade social é destinada para atender à sociedade concretizando a democracia a partir da ideia que é custeada por todos e tmb deverá ser gerida por todos. 
- Princípios Constitucionais (art. 194, § único CF) – são os objetivos pelo sistema de saúde assistência e previdência – não tem aplicabilidade imediata, mas precisa de um sistema estruturado para viabilizá-los.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivo:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Todo o sistema normativo após a CF deverá respeitar os princípios (objetivos). Qualquer questão que envolva a seguridade social terá os princípios como paradigma. O princípio do caráter democrático (inciso VII – fala que o sistema da seguridade social deve ser gerido por órgãos colegiados – Governo, trabalhadores, empregadores e aposentados….que são os Conselhos). Ex.: o sistema de saúde municipal de Salvador alimenta o Conselho Estadual, que passa para o Conselho Nacional. A reforma da previdência não atendeu o artigo 194, ou seja, as necessidades deveriam partir desses Conselhos, de baixo para cima (dos municípios).
- O tripé de direitos é financiado e gerido pela sociedade – a forma é que essa gestão seja descentralizada – por meio dos municípios (de baixo pra cima).
O tripé de direitos deve ser gerido de forma descentralizada, por meio dos municípios, de baixo para cima – nas áreas de saúde e assistência social. Já a previdência social não tem como ser descentralizada, pois é organizada de forma centralizada dentro da União (competência privativa da União - art. 24 CF - centralização de competência) para legislar em matéria de previdência social, restando a competência concorrente aos estados e municípios para disciplinar a previdência de seus servidores titulares de cargos efetivos, diferentemente da saúde e da assistência . 
O sistema de previdência é universal, estruturado publicamente através da autarquia federal que é o INSS. A previdência social se subdivide em dois segmentos: previdência pública e a previdência privada. 
A Previdência Pública se divide em dois regimes: Regime Geral de previdência social (RGPS - administrada pelo INSS) e o Regime Próprio de Previdência Privada (RPP) que é destinado aos servidores públicos titulares de cargos efetivos – art. 40/CF. O servidor publico de cargo efetivo tem que ter um regime próprio de previdência. No município é o IPS, no Estado é o BAPREV. A base constitucional do regime próprio de previdência está no artigo 40 da CF/88. Ex.: município de Lauro de Freitas não estruturou o sistema de previdência de seus servidores efetivos e estão vinculados ao INSS.
O regime geral de previdência recebe todos os que trabalham de maneira remunerada e licita não importando se é ou não servidor publico ou da iniciativa privada, nacional ou estrangeiro, formal ou informal ......não sendo uma atividade ilícita, adentra ao RGPS (INSS). A previdência social do Brasil é o único regime (dentro do tripé: previdência, saúde e assistência) que tem um caráter contributivo. A sociedade que financiará, de forma direta e indireta, a seguridade social (art. 195). A forma direta é através do pagamento de tributos. Saúde não é contributiva, mas vem de um orçamento, de arrecadação, de tributos pagos pela sociedade, mas tmb de repasses orçamentários que são feitos por todos os Entes da Federação que é o financiamento indireto. Saúde, previdência e assistencia são financiadas atraves das contribuições sociais (financiamento direto) e através dos repasses orçamentários (financiamento indireto). Assistência tmb é não contributiva. O constituinte especificou que os pagamentos do art. 195 I,a) e II que não podem ser usados para outra coisa – somente para o pagamento de benefícios previdenciários. A contribuição previdenciária que está no art. 195, I, a) é a patronal (contribuição feita pelo empregador sobre a folha); e II contribuição previdenciária do segurado (paga pelo trabalhador sobre o total da remuneração auferida no mês pela prestação de serviços) – somente esses dois tributos são contribuições previdenciárias. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (PIS COFINS de importação ). (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Historicamente o nascimento da previdencia se deu de forma contributiva. A necessidade de segurança é distintiva do ser humano. As origens do direito previdenciário remonta às origens do direito do trabalho. A previdencia surge na Alemanha, a partir da falta de intervenção do Estado nos acidentes de trabalho – onde foi instituído o seguro de acidente de trabalho. A partir daí vários Estados no mundo chamam pra si a responsabilidade de segurança social.
Os incisos III e VI 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Quem financia a saúde são tributos, mas não tem um tributo especificamente criado para a saúde. Na Dinamarca qnd se compra um pão já se financia para previdência – a previdência não é contributiva. Mas no Brasil, a previdência pública é contributiva. Ou seja, elege um tributo especifico para financiar o sistema. As contribuições do artigo 195 I, a) e II são contribuiçãoes que financiam a previdência. O artigo 167, XI da CF/88 diz: Art. 167. São vedados:
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
 Só é benefício previdenciário o que está no artigo 195 I, a) e II, caso contrário não será benefício previdenciário. A PEC 287/2016 é justificada pelo “deficit” (equivocado) na previdência do Brasil – se arrecada pouco e gasta muito – só que o art 195 diz que o sistema será financiado de forma direta. Mas o governo diz que somente os incisos I, a e II não são suficientes para o financiamento da previdência.
Obs.: Art 201 (fala do RGPS) inciso III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário – fala do desemprego involuntário, mas esse inciso não é o motivo do auxilio desemprego. O seguro desemprego não é benefício previdenciário. O dinheiro que paga o auxílio-desemprego é alimentado pelo fundo de amparo do trabalhador, que é alimentado pelo dinheiro do PIS Pasep (que não é uma contribuição previdenciária, mas uma contribuição social). Seguro desemprego não é benefício previdenciário, pois a fonte de seu custeio não é contribuição previdenciária! Mas o desemprego voluntário é um risco social típico (risco para a pessoa e para os credores). O sistema de previdência serve para amparar o indivíduo.
O princípio da solidariedade se baseia em um estado estruturado que arrecada as contribuições para nos momentos de infortúnio da vida do indivíduo ele seja amparado. A noção de solidariedade impõe, na previdência publica (RGPS – INSS – art 201), um caráter e um dever distributivo - não tem o dever de manter padrão de vida, mas um parâmetro de solidariedade. A previdência pública é compulsória, coercitiva, básica, visa oferecer o mínimo existencial. Já a previdência privada (art. 202CF) tem o caráter de manter o padrão de vida das pessoas, pois tem como finalidade manter reserva para tal finalidade. É facultativa, contratual, complementar e baseada no individualismo. Pode ser contrato de previdência complementar aberta (instituição financeira – ex.: Banco do Brasil) ou fechada (ex.: Petros, OAB Previ, Faelba). 
Obs.: Na previdência fechada, parte da premissa que tanto o participante qnt a entidade de previdência fechada, estão em pé de igualdade e não existe mais a incidência do Codigo de defesa do consumidor.
Quando falamos que a previdência publica tem a finalidade de distribui renda é pelo fato de que a legislação de custeio vai impor para aquela pessoa que trabalha, um limite máximo sobre o qual ela deverá contribuir. Ex. salário de 10 mil, a contribuição previdenciária (que é um tributo) incide sobre aproximadamente sobre 5.500 (é a base de incidência da contribuição previdenciária – 195, II – contribuição do segurado) – não se contribui sobre tudo que se ganha. Se contribui sobre 5.500, será esse valor que entrará no futuro cálculo da prestação previdenciária/benefício. Por quê o sistema é contributivo e baseado na solidariedade? Porque não se contribui sobre o que se ganha, mas se tem um teto - 
Lucro não é base de incidência para contribuição previdenciária, pois o lucro não é remuneração do trabalho, mas sim do capital, o que é remuneração do trabalho é pró-labore.
Ex.: a pessoa ganha 30 mil e paga todas as suas contas, mas a contabilidade, muitas vezes, lança como lucro, que não é base de incidência previdenciária. A contabilidade maqueia e diz que recebe 1.000 de pró-labore (que é a remuneração do trabalho) – o empregado paga sobre o que realmente ele ganha, mas a empresa paga um sobre um valor muito abaixo. No futuro, quando requerer seu benefício previdenciário, irá receber sobre o que a empresa lançou. 
Obs.: Desde 2007 o INSS não é mais o sujeito ativo da relação tributaria de custeio. Quando pagamos o tributo, quem arrecada e fiscaliza é a Receita Federal e não o INSS.
Obs.:A PEC do governo Temer que acabar com o art. 201 §2º (que diz que ninguém pode receber aposentadoria menor que um salario mínimo).
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
-O sistema contributivo é exatamente quando uma pessoa contribui sobre uma base e essa base que entra no cálculo do futuro benefício. O papel do sistema pautado na solidariedade (o do art 40 para o servidor público e o 201 para o trabalhador do setor privado e do servidor público que não tem um regime próprio para si) não é manter o padrão de vida do cidadão – tira de quem tem mais e distribuir para quem tem menos. Porém, nada impede que um individuo que exerce uma atividade remunerada lícita e queira manter seu padrão de vida faça uma previdência privada (fechada ou aberta). 
A previdência pública (art 201) é que será objeto dos nossos estudos. A previdência do artigo 40 CF/88 (servidor público) sofreu várias alterações. Após a Emenda nº 20/98, nº 41/2013, 47/2015 – atualmente um servidor público que assuma cargo de 25 mil na União – caso ele não tenha vínculo anterior com o Ente, o art 40 § 14 e 15, determina que o servidor publico, que ingresse hoje, contribua, em seu regime próprio de previdência, sobre o teto do INSS. Em vez de contribuir sobre 25 mil, contribuirá sobre 5.500. Em 2003 houve uma mudança na Constituição que acrescentou dois parágrafos no artigo 40:
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro eatuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Desde 2013 temos o FUNPRESP-JUD, “ESEQUE” e “LEJ” – Entes de previdência complementar que foram criados para os servidores do judiciário, do legislativo e do executivo. Todo servidor público federal que tomou posse a partir de 2013 já entra no serviço público (caso não tenha vínculo anterior) recebendo 25 mil na ativa, mas só sendo tributado 5.500. Se o servidor quiser, ele adere ao plano de previdência complementar do seu Ente.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Eventuais insuficiências para pagamento das aposentadorias e pensões do INSS, dos servidores públicos federais, saem do orçamento da União, para os servidores públicos do Estado, do orçamento do Estado. Quando se limita um teto de contribuição, o servidor receberá do Ente, no máximo, esse teto.
Diferenças, no Direito Previdenciário, entre:
Relação de Custeio
- Relação de direito tributário;
-Sujeito ativo é a União – arrecadação feita pela Receita
- Sujeito passivo é toda sociedade. Toda sociedade paga contribuições previdenciárias 
- Obrigações tributárias principais e acessórias (na falta de pagamento a Receita emite auto de infração) arrecadadas pela Receita (devedores: empresa, empregador doméstico, que é diferente de empresa, e os segurados obrigatórios). Todos os segurados obrigatórios pagam obrigação principal de contribuição previdenciária. 
- Caso o sujeito passivo descumpra a obrigação principal, a receita notifica, caso a obrigação descumprida seja acessória, a receita expede auto de infração e se desenvolve proc adm fiscal – pode inscrever o nome da pessoa na dívida ativa – pode haver processo de execução fiscal contra a pessoa.
Relação Prestacional
- Relação de direito fundamental
- Sujeito passivo é o INSS – autarquia federal e não a União
- O objeto são prestações previdenciárias - prestações previdenciárias de natureza pecuniária (benefícios) ou de natureza não pecuniárias (serviços). O sujeito passivo deve aos sujeitos ativos o pagamento de benefícios ou oferta de serviços previdenciários. Os sujeitos ativos são são os segurados (obrigatórios e facultativos) e os dependentes (ligados aos segurados)
 **A única coisa em comum nessas duas relações são os segurados obrigatórios
Ex.: João empregado de terceirizada da Baiana, a obrigação principal de João (relação de custeio) que é descontado pelo empregador e repassa (obrigação acessória). 
Ex2.: O novo presidente do Bradesco foi office boy e progrediu na carreira apenas no Bradesco. A empresa tem obrigação acessória de descontar e repassar. A obrigação principal da empresa é recolher sobre a folha de pagamento e sua obrigação acessória é descontar do trabalhador. Caso a empresa descontou a vida toda do empregado e nunca repassou, quem sofrerá será o trabalhador que não se aposentará. Descontar e não repassar é crime de apropriação indébita previdenciária.
Importante!!! Ter caráter contributivo não significa que o benefício só é devido se houver o pagamento. O vínculo jurídico é o que titulariza os sujeitos ativos perante o sujeito passivo. O vínculo jurídico é chamado pela Constituição de filiação é o que dá direitos previdenciários.
Para quem é segurado obrigatório, a filiação não decorre de pagamento. A previdência pública é pautada na solidariedade e não na capitalização (previdência privada). O que gera direitos previdenciários, no sistema pautado na solidariedade, é o exercício de atividade remunerada. 
Ex.: o advogado, profissional liberal, que não é vinculado a nenhum CNPJ, é segurado obrigatório (chamado de contribuinte individual) e, além de ser contribuinte, deverá pagar sua própria contribuição previdenciária, pois não tem ninguém que o substitua, já que ele presta serviço para pessoas físicas. Ele só tem o dever de contribuir porque ele trabalha. 
- É sujeito passivo da relação tributária de direito previdenciário, as pessoas que trabalha de forma remunerada e lícita. O segurado facultativo não aparece nessa relação, pois não trabalha de forma remunerada lícita – ex.: o estudante que estagia conforme a lei de estágio – o vinculo de estagio gera o pagto de bolsa auxilio, que não tem natureza remuneratória.
Então, para os que trabalham, o pagamento de contribuição previdenciária não é o que gera o direito, mas é consequência do exercício de uma atividade remunerada lícita.
- Filiação (exercício de atividade remunerada lícita) é um fato da vida que gera duas consequências jurídicas:
a) na relação de custeio, gera o dever de pagar um tributo ;
b) na relação prestacional, gera o direito previdenciário
- Os direitos da seguridade social não são restritos aos nacionais. A saúde é ofertada aos estrangeiros. Já o direito à previdencia e à assistência social, houve uma discussão sobre o tema. Se a previdencia é destinada às pessoas que exercem atividade remunerada lícita, em regra, toda pessoa que presta serviço no território nacional, será coberta por um sistema de previdência local. O principio que vigora no Brasil é o da territorialidade (estrangeiros que trabalham no Brasil serão alcançados pelo sistema de previdência nacional). Teremos situações de extraterritorialidade (pessoas que são contratadas aqui para prestar serviço fora do Brasil terão o regime de previdência brasileiro – uma empresa que tem filial fora do Brasil e a maioria do capital votante é nacional).
- Se um indivíduo é membro de uma repartição consular, unidade diplomática estrangeira, essas entidades gozam, inclusive, de imunidade tributária perante uma série de tributos nacionais, mas quanto à contribuição previdenciária, a Cf traz normas de imunidade e de isenção. ex.: Brasileira que trabalha em embaixada do EUA em Recife – a embaixada é solo americano – só que como não se tem cobertura previdenciária americana, essa atividade torna a empregada segurada obrigatória e torna a entidade internacional como empresa para fins previdenciários. A embaixada não paga IPTU, nem taxa de iluminação pública, por exemplo, mas paga contribuição previdenciária, pois a única figura que goza de imunidade, no tocante a contribuições previdenciárias no Brasil (art 195 §7º) são as unidades filantrópicas (que preencham os requisitos). A seguridade social tem como um fim constitucional nobre (saúde, assistência...). 
A assistência social (art. 203) é destinada a quem não tem condição de se sustentar, independentemente de contribuição. Tem uma vertente prestacional. 
- Solidariedade assistencial prestada pelo Estado.
- LOAS (Lei Orgânica de Assistencial Social – 8742/93, art 203, IV) – assegura um salário mínimo ao idoso/deficiente sem condições de manter seu sustento nem de tê-lo mantido pela família – ex.: pessoa que foi abandonada; pessoa que nunca trabalhou pois nunca teve condições e nem a família teve condições. É não contributivo e advém do princípio da solidariedade, que inspira a função social. O dever de alimentos tmb decorre da solidariedade. O Brasil aderiu a Convenção dos Direitos do homem e do cidadão e, por isso, a CF engloba os desvalidos na sociedade.
- A LOAS - ampara o idosoe o deficiente. O estrangeiro tem acesso direto ao que regulamenta a LOAS (um salário-mínimo mensal para idoso/deficiente a título de amparo assistencial)? Vamos analisar um acórdão sobre esse tema.
A assistência social é preponderantemente não-pecuniária (e menos pecuniária) diferentemente da previdência que é preponderantemente pecuniária. A assistência social protege a família, ampara crianças carentes, integra a reabilitação no mercado de trabalho, garantia de salário mínimo ao deficiente/idoso, etc... Ex.: Assistência social se dá por meio de serviços tmb - orfanatos públicos ou conveniados por sociedades filantrópicas – serviços, recursos que advêm da assistência social. 
Saúde
É um direito preponderantemente não pecuniário???
- Lei 10.708/2003 – Lei institui o auxilio reabilitação psicossocial para pacientes com transtornos mentais - disciplina um beneficio pago pelo Sistema Único de Saúde (orçamento da saúde) – oferece salario à pessoa que esteve internado e teve alta para tratamento psiquiátrico – visa manter a pessoa dignamente durante o período de tratamento.
Lei orçamentária anual – art 165 da CF/88 - diz que a Lei orçamentaria da União têm três livros: orçamento fiscal (arrecadação), orçamento de investimento (o que será gasto) e o orçamento da seguridade social (orçamento criado pela CF/88) – a partir desse orçamento, é criada a lei 10.708/2003 – de onde sai o bolsa família, Fome Zero, etc.
O sistema de seguridade social não pode ter desvio. Esse sistema é alimentado diretamente pelas contribuições sociais – que são tributos vinculados por essência, pois, “de cara” se diz para o que serve. O imposto, no entanto, é desvinculado por essência – qualquer imposto que venha a ser criado, indicando no que será gasto, é inconstitucional.
Obs.: Emenda Constitucional introduziu a D.R.U (Desvinculação de Receitas da União) - art 76-A do ADCT – desvincula 30% do fundo, órgão ou despesa. O sistema de Seguridade Social foi criado para ser vinculado, veio uma emenda e rompeu com essa proteção.
Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por cento) da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico e às taxas, já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data.     (Redação dada pela Emenda constitucional nº 93) 
O artigo 76 desvincula 30% das contribuições que vierem a ser criadas. Cria-se um sistema vinculado para evitar fraudes. O art. 154,I – Limita o poder de tributar do Estado
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
- Esses limites não existem para instituir novas contribuições sociais. O art 195 – diz que outras contribuições poderão ser criadas para manter ou expandir o sistema de seguridade social.
- Foi criado tmb o 76-A, para aumentar essa possibilidade (art. 76) para os Estados.
Art. 76-A. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por cento) das receitas dos Estados (o que incide sobre taxa) e do Distrito Federal relativas a impostos, taxas e multas, já instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e respectivos acréscimos legais, e outras receitas correntes.      (Incluído dada pela Emenda constitucional nº 93)   Produção de efeitos
Falaremos mais adiante sobre essa desvinculação de receitas – o que tmb prejudica os municípios, pois uma parte da arrecadação da União deverá ser dividida com os municípios.
Aula 2 – 01/03/18
Art 3º da CF – principio da solidariedade - base.
Vamos falar de custeio previdenciário e da relação prestacional.
É importante que tenhamos uma ideia dos direitos fundamentais à saúde e à assistência, que foram institucionalizados.
Saúde
- Saúde (art 196) e assistência (art 203) são direitos não contributivos, mas nem por isso não deixam de gerar custos. Praticamente todas as petições que visam a efetivação da saúde, o fato de ser gratuito, o próprio caput do artigo 196 diz que a saude é direito de todos e dever do Estado
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
- Saúde não é um direito absoluto. Na década de 90, todas as demandas referentes ao direito da saude eram acatadas. Pedidos para se fazer procedimentos fora do Brasil, transporte, hospedagens… - no STJ, a maioria era favorável a esses pedidos, principalmente mostrando que disso dependia a vida do indivíduo. A partir daí o Brasil começou a ter a ideia de como proceder a efetividade dos direitos à saude. A saúde pública é regida por alguns principios, além da igualdade, gratuidade e integralidade, o da descentralização é um dos objetivos do Brasil. Pensamos que pelo fato de a saúde do Brasil ser estruturado por um sistema único, na verdade esse sistema parte da premissa da descentralização. Temos ações de competencia da União, Estados/DF e Municipios – mas Municípios ficam com a carga maior. A saúde pública é estruturada com graus de complexidade. Ações de alta complexidade (União), media complexidade (Estados) e atenção básica (Municipios). A maioria das ações na área de saúde são destinadas a oferta de ações não tributadas, que são os serviços de saúde. O Municipio traça a parte de saúde, tanto na sede, quanto na zona rural, auxilia na confecção da política estadual. A politica nacional, portanto, é a junção de todas as politicas estaduais – o sistema de saúde nacional é descentralizado. Há outras estruturações como a politica, social, econômica, educacionais que inviabiliza atenção básica do município, que vão buscar a ação média do Estado. Existem unidades de saúde na Bahia, por exemplo, que tem especialidades – quando uma pessoa sente dor de cabeça, o correto é buscar atenção básica, no posto de saúde do Município. Há uma regulação do SUS – que faz uma realocação do indivíduo dentro da rede de saúde, nos casos em que não conseguem ser atendidos no sistema de saúde do Município. Sem necessidade de recorre a um vereador, por exemplo. Existe um sistema de dispensação de medicamentos – quando entramos no site do Ministério da Saúde vemos um link de dispensação de medicamentos - insere o individuo no sistema para ser fornecido medicamentos por um dos Entes Federativos. Ex.: coquetel para soro positivo
- Nos caso em que o juiz expede liminar sobre determinado medicamento que não é fabricado ou vendido no Brasil, têm-se um entendimento consolidado, que antes dele expedir uma liminar, deva aguardar a manifestação do Estado. Se o medicamento já faz arte de uma dessas listas que o Estado ou município deva oferecer de uso continuo, mesmo que seja de alto custo, já passou por todo o procedimento, mas não está sendo disponibilizado pois o Estado não teve recursos, ou a licitação atrasou – existe uma omissão do Poder Público. O STJ, no caso de omissão, de um dever já reconhecido institucionalmente, o juiz deverá definir – a liminar é mais do que devida sem ouvir a parte contrária. Mas nos demais casos, é melhor pedir um parecer técnico, antes de emitir liminares.
- Quando falarmos dos princípios, o parágrafo único do artigo 194 único, diz que o gestor público seleciona que tipo de ação de saúde será possível ser executada através do orçamento existente que é o princípio da seletividade e distributividade (inciso III) na prestação de benéficos (que são prestações pecuniárias) e serviços (que são prestações não pecuniárias). O direito à saúde é preponderantemente não pecuniário, oferece muito mais serviços do que benefícios. Existe um benefício que é pago com orçamento da saúde,que é o auxílio psicossocial – que são aquelas pessoas que saem de internamento psiquiátricos dentro do SUS e continuam o tratamento em casa. É oferecido um salário mínimo mensal para o paciente durante o tempo que precisar. Isso é um benefício com recursos do orçamento da saúde. Esse auxilio está baseado na lei 10.708/03 – que institui o auxílio reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais e egressos de internação hospitalar – pessoas que tem problemas com drogas, por exemplo, teria direito ao auxílio.
A saúde pública será ofertada de maneira direta, por hospitais públicos, ou de maneira indireta, por hospitais privados ( através de convênios com o Poder Público – Parcerias Público-Privada) – exemplo de parceria Público-Privada era o Hospital Espanhol – uma empresa privada que ofertava saúde pública em convenio com o SUS – parceria mista. Existe tmb a parceria público-privada tmb quando há um hospital público que é gerido por meio da administração privada e recebe repasses públicos – dentro de determinada cota, pode oferecer serviços privados. A CF diz que a saúde é pública, mas autoriza o oferecimento de serviços privados. Atualmente, todos os serviços privados de saúde passam pela autorização dos Conselhos e da Agencia Nacional de Saúde. O SUS fiscaliza a parceria que tem com os hospitais privados – ex.: Hospital que mandava as faturas do cliente de plano de saúde privado para o SUS. O NIS (Numero de Inscrição de Saúde) existe para evitar fraudes. 
A saúde é organizada de forma descentralizada – o sistema é perfeito. O direito à saúde não é restrito aos nacionais. Ex.: um estrangeiro poderá ser operado às pressas. Além da CF, o Brasil tem muitos tratados assinados referente à direitos humanos. Pela CF não é possível restringir o direito à saúde, pelo fundamento que a pessoa não é nacional. 
Assistência Social
Assistência social – art. 203 CF 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
A Constituição traz a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso ou deficiente que preencha duas condições: que não tenha condição de prover o próprio sustento nem de ter esse sustento provido por sua família. Se uma pessoa não tiver condição de se sustentar, mas tem uma família que apoia, não será digna de assistência social. Ex.: pessoa egressa do hospital psiquiátrico que não tem condição de se sustentar, para essa pessoa existe a assistência social. A assistência social é um plano B, pois o plano A é que a pessoa se sustente. E contribua com a previdência e possa se aposentar. Mas se a pessoa não tem condição de trabalhar, nem tem uma família que contribua para ela como segurado facultativo, já que não pode trabalhar – essa pessoa no final da vida terá a assistência social.
- A assistência social, assim como a saúde, é preponderantemente não pecuniária. Assim como a saúde oferece muito mais serviços, a assistência social tmb é assim – oferece mais asilos, orfanatos, casas de acolhimento a crianças e adolescentes, casa de acolhimento vítima de violência, oferece atendimento psicossocial. 
- Essa garantia do inciso V, nos manuais de direito previdenciário, pouco se fala das politicas públicas da área de assistência. No judiciário, o que é judicializado não são tutelas coletivas da área de assistência. O MPBA criou uma coordenadoria de direito do idoso e da criança e adolescente, descobriu que o artigo 203 é obrigação dos Municípios, assim como a saúde – a assistência social deverá fomentar a criação de conselhos tutelares para evitar que as crianças se desencaminhe no interior e construção de casas de acolhimento ao idoso. O MPBA descobre quais são os Municipios que não estão agindo da forma correta e chama para formar um TAC. O prefeito da cidade tem condições buscar verbas federais para a assistência. Caso o prefeito não cumpra o TAC, o MP entra com ação de improbidade administrativa contra o prefeito. Se entra com essas tutelas coletivas, como improbidade administrativa, ações civis públicas quando determinado direito a transporte do idoso não é atendido.
- O beneficio da LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social – Lei 8.742/93) – amparo assistencial ao idoso (deve ter 65 anos ou mais) ou ao deficiente – o conceito de deficiente hoje está no art. 20, parágrafo 2º: Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 Na redação original, era considerada pessoa com deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho – se não fosse incapaz para as duas coisas, não tinha direito ao benefício. Ex.: pessoa com síndrome de dow que foi estimulada durante toda infância para ser independente, mas mesmo assim tem dificuldade para trabalhar e ter relação social – se fosse pela redação antiga, essa pessoa não seria considerada deficiente. A previsão antiga destoava da Constituição, pois a CF dá a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Não diz aqui “pessoa que não teve vida independente”, ou seja, não fala que a pessoa que deveria ser completamente independente. A lei mudou várias vezes e foi estabilizada depois do Estatuto da pessoa com deficiência. Cada pessoa, a deficiência será analisada no caso concreto – a pessoa pode ter um tipo de limitação física que pode ser associada com uma limitação boba – mas tem varias barreira sociais, econômicas. Ex.: existem deficiências visuais que a pessoa nunca conseguirá ser alfabetizada, enquanto tem outras deficiências visuais que advogam.
Caso uma pessoa tenha uma doença terminal, mas nunca contribuíram, nunca vão se aposentar. O benefício que estamos falando aqui não é aposentadoria, é benefício assistencial. Uma pessoa que não contribui como facultativo, jamais vai se aposentar.
Todas as pessoas do pais que não tenham condições de prover o seu próprio sustento e nem de ser sustentadas pela sua família, idosos e deficientes, fá jus à assistência social. 
- O estrangeiro tem direito à saúde e também à assistência social. 
- A forma de pedir esses direitos devrá se dar com uma mudança filosófica. Atualmente tem-se um sistema individualista – instituições como o MP e Defensoria são pautadas na CF, que demandam ações coletivas, diferentemente do advogado, que faz lides individuais e não coletivas. 
- O bolsa família, o vale gás, tarifa social de energia – são programas sociais que decorre do fundo assistencial à pobreza que está dentro do sistema de assistência social. Todas as pessoas necessitadas são dignas de receber assistência social. Apesar do Estatuto do Idoso, logo em seu artigo 1º, que idoso é quem tem 60 anos ou mais: É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Mas o artigo 34 do Estatuto diz: Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família,é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
 - A lei diz quem é idoso, deficiente e quem é família carente – a lei vai instituir, portanto, o critério de miserabilidade.
- No parágrafo 3º do artigo 20 da LOAS diz: Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
Renda familiar mensal per capita inferior a 1/4 do salario mínimo. Ex.: João trabalha fora ganha um salário mínimo cravado, Maria é esposa de João e é dona de casa – na família tem o pai de Antônio, pai de João, idoso e cego dos dois olhos – ainda tem o filho de Maria e João – família de 4 pessoas recebendo um salario mínimo como única renda mensal. A renda per capita é 937 dividido por 4, que é igual ¼ do salario mínimo. Sr. Antonio deu entrada no benefício de amparo assistencial ao idoso. O benefício não será concedido, pois a lei fala que deve ser inferior a 1/4. A solução poderá ser a judicialização – a pessoa ingressa com a demanda e diz que mesmo a renda familiar não sendo inferior a 1/4, se tem uma situação que o idoso tem vários problemas de saúde e não recebe os remédios que deveriam ser dispensados regularmente pelo sistema único, a casa é humilde... colocar vários argumentos. Existe dentro do judiciário de o juiz analisar o caso concreto. O parágrafo 3º cria uma presunção de que se a pessoa receber menos de 1/4, será uma família miserável, o que não significa dizer que esse critério é absoluto. Mas muitas vezes os juízes recebem esse tipo de pedido e segue a análise que o INSS manda, e analisa apenas documentalmente sem analisar o caso concreto.
- Houve um julgamento, uma reclamação constitucional, proposta pelo INSS, contra uma série de decisões que vinham sido tomadas, por juízes quanto por tribunais federais, que utilizavam critérios diferentes. A Lei Orgânica de Assistência Social é de 1993, em 97 foi proposta ADIn questionando esse critério. Na época o MP solicitou que fosse avaliado se o criterio inferior a 1/4 do salário mínimo seria um critério razoável e constitucional – o STF declarou a constitucionalidade desse critério a partir da questão formal, pois a CF dizia que o critério deveria ser estabelecido por lei e o Congresso Nacional legislou formalmente, corretamente e indicou o critério que foi a renda mensal per capita inferior a 1/4, o STF dizendo que era constitucional, segundo o INSS – logo os juízes não poderiam utilizar outros critérios. Quando essa reclamação foi proposta, diversos outros Recursos Extraordinários estavam pontuando a pauta do STF questionando o fato de muitos juízes utilizarem outros critérios (deveria julgar com base na presunção legal, mas dentro do processo pedia que a assistente social fosse na casa da pessoa, realizava audiências, solicitava estudo social daquele caso concreto e, ao invés de julgar com base na presunção, ele julgava com base nas provas e no caso concreto, usando o critério do livre convencimento motivado). A professora irá disponibilizar o voto dos Ministros do Supremo que julgaram essa reclamação improcedente - para assegurar o direito ao idoso e declarar a inconstitucionalidade, sem redução de texto, da previsão do artigo 20 §3º. Gilmar Mendes foi relator, entendeu que os tribunais (a reclamação foi proposta contra acordão do TRF da 4ª Região) - Gilmar suscitou que os tribunais estavam usurpando uma competência legal, pois estavam utilizando o critério do meio salário mínimo, em vez de 1/4, estava usando o critério de renda mensal per capita inferior a “meio”?? salario mínimo para sair concedendo os benefícios de amparo – Gilmar Mendes disse que não era certo, que existe a interdependência dos poderes, mas que de outra sorte, de 1993 (quando a LOAS foi editada) até 2013 (quando foi julgada a reclamação), a sociedade brasileira passou por diversas mudanças sociais, econômicas - teria sofrido a norma um processo de inconstitucionalização em razão da alteração da realidade fática. A realidade mudou e a norma não acompanhou, algo que é muito comum no direito. Ele entendeu que houve uma inconstitucionalização em razão do passar do tempo, e esse critério não era mais um critério correto. Como ele iniciou dizendo que o tribunal não poderia legislar, pois quem legisla é o legislador, não houve quórum dentro do STF para dizer quel seria o critério que iria substituir a renda mensal per capita inferior a um 1/4 salario mínimo. O resumo do acórdão, como não houve quórum e ele foi julgado em conjunto com outros recursos extraordinários, a proposta de um dos autores era que aguardasse até 2 anos para que o Congresso legislasse um novo critério – passou-se os anos e o critério substitutivo não existe. O que acontece na prática, o INSS, de 2013 pra cá, por causa desse julgado, o INSS começou a fazer concurso para assistente social – que faz uma entrevista na própria agencia ou vai na casa da família – preenche um formulário e com base nessa analise que o INSS concede o beneficio. Se o INSS indefere, cai numa vara especial federal, pois é de baixa complexidade – causas de até 60 salarios mínimos, somando as prestações vencidas mais uma unidade de vincenda. O juiz tem elementos fáticos para julgar com base no caso concreto. 
- O critério de1/4, antes da declaração de inconstitucionalidade, era constitucional mas não era absoluto. Depois da declaração de inconstitucionalidade, ele não é nem constitucional, nem absoluto, mas ainda é legal. O STF está cauteloso em ficar criando efeitos e usa o argumento da reserva legal – o STF não indica qual o critério certo
Princípios Constitucionais em Seguridade Social – art 194 §único
- O Art 34 do Estatuto do Idoso regula que “Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas”. (Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
 Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.
O artigo só fala do benefício para os idosos maiores de 65 anos. Na LOAS fala do beneficio de amparo ao idoso e deficiente – só que no Estatuto do idoso só existe a previsão do amparo ao idoso somente. O paragrafo único diz que o beneficio concedido à família nos termos do caput – que é o beneficio concedido aos idosos. NO exemplo de João e dona Maria, o bebe e o pai de João, Sr. Antonio, ganha o amparo ao idoso – a renda mensal per capita ainda é igual a um salário mínimo, pois nos termos do parágrafo único, do artigo 34, o beneficio ao idoso não é computado para fins de alcance da renda mensal. Ex.: Caso João ganhasse um salario mínimo, Maria não trabalhasse, Sr Antonio tem 64 anos e Maria tem um filho deficiente mental – quando requerer o beneficio, de cara o beneficio foi concedido – quando Sr. Antônio fizer 65 anos e for requerer o beneficio qual será a renda familiar mensal per capita, considerando que Joãozinho ganha um salario de amparo ao deficiente? O INSS interpreta que só é para ser excluído o amparo ao idoso. A interpretação constitucional que declarou a inconstitucionalidade do artigo 20 §3º da LOAS, para dizer que o critério de 1/4 teria mudado, pois a sociedade mudou – no mesmo julgado, afasta a interpretação literal que o INSS faz do artigo 34. O julgado diz que nenhum valor pago, a titulo de amparo, será considerado como renda! Tem que excluir o LOAS tanto do idoso, quanto o do deficiente.
Amparo assistencial é beneficio de assistência social, de matriz não contributiva – não precisa comprovar que contribuiu. Pelo contrario, quem trabalhou e contribuiu é muito mais difícil conseguir o amparo, pois o amparo é concedido a quem nunca trabalhou– quem realmente é necessitado. 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
Assistência social, na verdade, é uma esmola institucionalizada. São pessoas sem condições. E faz parte de um grupo familiar miserável. Se a pessoa não pode ser sustentada pela família, onde temos a solidariedade orgânica, a pessoa vai ser assistida pela sociedade através da solidariedade social, gerenciada pelo Estado.
O amparo, quer seja ao idoso ou deficiente, não gera o direito a pensão por morte. Enquanto que a aposentadoria por idade ou invalidez, paga, no ano civil, de janeiro a dezembro mais o decimo terceiro – o amparo assistencial só paga de janeiro a dezembro. Se o idoso ou deficiente digno de assistência, não gera a pensão por morte, pois não é provedor, mas o necessitado – o valor pago não compõe a renda familiar, pois não é para pagar despesas da família, é para ser utilizado intuitu personae. E se o deficiente deixar de ser deficiente? Sim. Mas o idoso não rejuvenesce – como o beneficio é concedido em razão da impossibilidade de manter o próprio sustento e de ter esse sustento por sua própria família, caso a família deixe de ser miserável, o beneficio deixa de ser pago. Quando o idoso faz 65 anos, ele pede e recebe, a cada dois anos é feita uma nova analise social. Ex.: Um filho que compõe o grupo familiar, começa a trabalhar e ganhar 2 mil por mês – o grupo familiar sai da condição de miserabilidade – o INSS faz a reanalise – que olha o cadastro de composição nacional – se mora com 5 pessoas vai analisar a renda de cada um. Caso o filho comece a trabalhar, mas sai do convívio familiar, não compõe o grupo familiar. O art 20 diz o que é família, dizendo que deve residir sob o mesmo teto. 
Geralmente, na prática, o público alvo é quem mora na rua.
- As pessoas que estão fugindo da miséria da Venezuela – são refugiados que chegam aqui, mas não tem onde ficar e, as vezes ficam morando debaixo da ponte. Tem direito à assistência social? Sim, baseado no princípio da solidariedade, mas o INSS não entende assim. Isso já foi objeto de questionamento do Judiciário – o STF analisou, em sede de repercussão social, se o estrangeiro legal, se os benefícios de assistência social são devidos aos estrangeiros, que estejam aqui no Brasil de forma legal – o STF por unanimidade entendeu que o estrangeiro tem direito ao benefício de natureza assistencial
- O STF (ver acórdão), por unanimidade, entende que o estrangeiro tem direito à assistência social – não deve ter distinção – princípio da igualdade e da necessidade de tratamento isonômico. Foi definida a seguinte tese para fins de repercussão geral: os estrangeiros residentes no pais são beneficiários da assistência social prevista no art 203, V da CF/88 – o problema será o estrangeiro ilegal, que não tem visto.
Todos os direitos sociais não são limitados somente aos nacionais – deve comprovar que não consegue se sustentar – serão abarcados pelo artigo 203, V CF/88. Já os estrangeiros ilegais, não se pode falar o mesmo. Ainda existe um problema de como tratar os estrangeiros que entraram de forma ilegal no país e que não foram deportados.
Universalidade de Cobertura e Atendimento
Falamos de dois julgamentos sobre assistência social, um que declarou a inconstitucionalidade artigo 20 §3º da LOAS / parágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso. E falamos do julgamento, em sede de repercussão geral, que disse que o estrangeiro, legal, tem direito ao benefício de assistência social. Esses dois julgados tem um ponto em comum, a partir do parágrafo único do artigo 194 da CF/88 (que fala dos princípios) – quando a CF traz que a seguridade social (caput do artigo 194) é o conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinado a alcançar saúde, previdência e assistência – no paragrafo único traz os objetivos da seguridade social – são sete princípios. O constituinte firma os objetivos como forma de princípios. Quer dizer que a partir da vigência da CF, as normas antes do texto constitucionais, que colidissem com os objetivos, não seriam recepcionadas. Além disso, os objetivos servem como paradigma para o próprio Supremo. E, sobretudo, os princípios não tem aplicabilidade imediata. Traçam uma norma geral principiológica, que servira de base de sustentação para o sistema. Esses objetivos tmb são para evitar o retrocesso social.
- A saúde, assistência e previdência são direitos sociais, universais portanto. Todos eles são concedidos a brasileiros e estrangeiros, todas as pessoas que estejam na mesma condição fática. A universalidade vem da noção de isonomia, da noção de igualdade. A maioria da doutrina entende que desses três direitos, só a saúde seria universal (destinados a todos e estrangeiros em transito) - a assistência social é restrita ao grupo de pessoas necessitadas - a previdência é restrita às pessoas que trabalham. Logo, universal mesmo, somente a saúde.
Não é porque a previdência tem caráter contributivo, que é menos universal que a saúde. Não é porque a assistência é destinada aos necessitados, tmb não será menos universal que a saude. Todos são universais. A assistência é um fim que tem que ser alcançado – todos que são destinatários da assistência social, todos devem ser tratados de forma isonômica. 
- E com relação à previdência social, a crítica contra a universalidade da previdencia é mais forte, pois é a única que caráter contributivo (que somente é destinada a quem exerce atividade remunerada) – se a pessoa não trabalha não tem direito à previdência. É certo isso? O art 201 §5º da CF/88 (segurado facultativo) reafirma a universalidade do paragrafo único, do artigo 194, pois cria a figura do segurado facultativo. Se a previdência so fosse destinada a quem trabalha de forma remunerada licita e se dissesse que quem não trabalha não poderia se aposentar, não existiria a figura do segurado facultativo – logo não é somente a quem trabalha. Isso é uma das formas de colocar o principio da universalidade para alcançar tmb a previdência.
O segurado facultativo não contribui de maneira compulsória, pois não trabalha de forma remunerada e lícita, mas pode contribuir se quiser o beneficio – ex.: dona de casa. As pessoas que trabalham de maneira licita é segurado da previdência, preenchendo os requisitos – mas os facultativos tmb. O caráter contributivo não torna a previdência menos universal, pois exisem segurados obrigatórios e facultativos.
Ex.: DER (Data de Entrada do Requerimento) – antigamente, uma pessoa que quisesse dar entrada na aposentadoria teria que ficar muito tempo na fila – o INSS demorava meses para o benefício e recebia retroativo à data de entrada do requerimento – atualmente qualquer pessoa deve ligar e agendar. Se a pessoa ligar abril de 2102 – se agendar para 25/07/12 – se ela remarcou para outubro, onde foi atendida e deu entrada no requerimento - mas só concedia o benefício no momento do atendimento (outubro). O direito de petição ao Estado – quando requer o beneficio se deflagra um processo administrativo – terá tmb o devido processo legal. Atualmente a data de entrada do requerimento será no dia que a pessoa ligou para agendar (data de interesse) – independentemente do agendamento para o atendimento físico. Essa mudança se deu, pois a antiga forma feria o principio da universalidade. Quase todas as ações, que desemboca no STF, ouviremos a palavra universalidade.
- Salário maternidade – no primeiro momento, atendia as empregadas que estivessem em gozo a licença maternidade – a CF (art 7º, XVIII) diz que a licença não pode ter prejuízo do emprego e do salario durante 120 dias. A licença maternidade era pra dar um aviso ao mercado que a maternidade não era um impedimento – o salario durante a licença seria pago pela previdência social, não era pra existir descriminação, pois o INSS iria pagar o salario. 
As outras mulheres (dona de casa, empresária, segurada facultativo, empregada rural...).O judiciário começou a dar, em nome da universalidade de cobertura de atendimento, esse beneficio para as demais trabalhadoras. No primeiro momento a proteção era o emprego feminino, depois passou a ser o trabalho feminino. As adotantes tmb começaram a pedir o beneficio – o judiciário disse que teriam o direito ao beneficio: crianças até 1 ano, o beneficio será concedido por 120 dias; se a criança tiver de 1 a 4 anos, benefício concedido por 60 dias. Se tiver de 4 a 8 anos, 30 dias de benefícios – acima de 8 anos, não terá beneficio. 
A PGR entrou com ADIn – dizendo que a criaca deveria ser protegida em sua integralidade e o STF sancionou a inconstitucionalidade desses critérios. Atualmente, o homem que adota também tem o direito do salário maternidade, pois o foco de proteção agora é a família. No momento em que a sociedade muda, se tem objetivos, sob a forma de princípios, permitiu esse avanço para se proteger mais a sociedade. O art 71-A (Lei 8.213/91) diz que ao segurado(a) é devido o salário maternidade por 120 dias.
Aula 3 – 08/03/18
 Discussão sobre os textos passados até 1h:35 min
Princípio da eficiência
Riscos social típico – art 201
Ex.: contribuição com 1/2 salario mínimo, mas no momento de aposentadoria, será o salario de um salario mínimo 
Continuação de princípios
Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços prestados às populações urbanas e rurais
- É um principio auxiliar do principio da universalidade. O fato de que historicamente, socialmente as populações rurais sempre foram excluídas. Antes da CF/88 não havia previdência universal, a previdência era focada em algumas categorias (farmacêuticos, bancários, comerciários, industriários – a exemplo do bairro IAPI que foi construído com recursos dos industriários). Antes da previdência de 88, só se tinha previdência para urbanos. O homem rural não tinha força de trabalho, pois tinha verminose e nunca se aposentava, pois não existia beneficio de aposentadoria para as pessoas da zona rural, existia apenas um fundo social. A partir da CF/88 que se universalizou o sistema de previdência para urbanos e rurais. Em conjunto com o princípio da universalidade, temos o princípio da uniformidade e equivalência, que parte das históricas distinções que sempre houve entre urbanos e rurais. Diz que para se alcançar igualdade material é necessário dar certos direitos específicos. Junto com o principio da universalidade visa alcançar a igualdade material.
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
No artigo 201 §7º veremos que no Brasil um homem da zona urbana se aposenta com 65 anos de idade e a mulher com 60 anos. Por foça do principio da uniformidade e equivalência, na zona rural alcança aos 60 anos e a mulher aos 55 anos de idade. Significa tratar os desiguais de forma desigual, almejando igualdade material. Veremos benefícios melhores aos trabalhadores rurais, isso não significa que se está infringindo a universalidade, mas que se está tentando alcançar a igualdade material através da uniformidade e equivalência. Ex.: Jornal Nacional teve uma reportagem sobre os rurícolas, como se fossem responsáveis pelo déficit da previdência – dizendo que os rurícolas não contribuíam e por isso não deveriam se aposentar.
Na Constituição temos o segurado especial, o artigo 195 fala do financiamento e o do benefício é o artigo 201. Primeiro arrecada e depois gasta. No artigo 195 §8º CF/88: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
- Até 15/12/98 o garimpeiro deixou de ser contribuinte especial e passou a ser segurado individual.
- Os cônjuges e membros da família que exerçam atividade em regime de economia familiar (atividade de plantar e colher para consumo próprio) que é sem empregados permanentes. A lei vai dizer se o empregado permanente. No regime de economia familiar poderá ter até 1 empregado por até 120 dias, 120 empregados por um dia – as vezes precisa fazer a colheita, por exemplo – é um uso eventual. A regra do segurado especial é exercer em regime de economia familiar.
- Alíquota de 2,1% sobre a alienação da produção rural. Atualmente, para uma pessoa da zona urbana se aposentar por idade ela tem que ter uma carência de 180 meses, já na zona urbana(??) são 180 meses contribuídos. Para o trabalhador da zona rural, ele sempre trabalhou desse jeito, como, então, ele conseguirá ter 180 contribuições mensais para se aposentar? Não vai conseguir se aposentar nunca, logo deve haver uma regra diferenciada. Em nome do princípio da uniformidade e equivalência, para uniformizar e reduzir essa desigualdade que é histórica, criaram a figura de segurado diferente, que é o segurado especial. O segurado especial não precisa comprovar recolhimento, mas precisa comprovar efetivo exercício de atividade de segurado especial (nos dias de hoje é muito difícil comprovar). Ex.: uma rurícola em audiência deve provar que tem idade e que trabalhou por, no mínimo, 15 anos na roça. Não precisa fazer o recolhimento, por que quem faz é o adquirente da produção rural. Ex.: em audiência uma mulher que sempre morou na zona urbana, com unhas feita, maquiada e com cabelo arrumado – nunca contribuiu, mas tem 60 anos de idade – a família tem um terreninho na roça – essa mulher diz que plantava e que colhia trabalha na roça – pode ser processada por falso testemunho – deve provar que realmente vivia em regime de economia familiar 
O sistema do reconhecimento do segurado especial evoluiu.
Pessoas do Sul se unem à cooperativas de produtores rurais – são cooperativados. A Lei diz que não desvirtua a figura de segurado especial se ela for pequeno produtor rural, caso seja vinculado à cooperativa. Elas produzem, sem uso permanente de empregado, e a produção é exportada para o exterior – essas pessoas não querem se aposentar, provando a atividade, para ganhar um salário mínimo, mas querem contribuir sob o teto. Uma mudança de 2011 preve a forma de contribuição desses segurados, ao invés de ser o adquirente da produção rural quem recolhe, quem recolherá são eles próprios. Eles não deixam de ser segurados especiais para serem empresários, mas teve um avanço social tão grande que eles não precisam mais da “mão amiga” para ser considerado segurado especial pelo princípio da uniformidade e equivalência. – O art. 20 (?) da lei 8212/91 – fala da alíquota de 2,1%, que é recolhida pelo adquirente da alienação produção rural do segurado especial. 
As prefeituras fizeram um convênio com a receita federal – Ex.: a barraca de frutas e verduras que tem perto da minha casa, para funcionar precisa de alvará do município. Já os municípios do sul do Brasil fizeram um convenio com a receita federal. Quem arrecada e fiscaliza o recolhimento dessa contribuição é a receita, só que a receita não fiscaliza feiras públicas, por exemplo. Fizeram convenio com a prefeitura na medida em que cada um desses produtores (adquirentes – feirantes) que forem pedirautorização para vender no município, o município condiciona a concessão do alvará municipal, para a feira ou feirante, a prova de quitação da alíquota. Ex.: para se ter alvará para vender na ceasinha do Rio Vermelho deverá apresentar a certidão negativa – o município ganha uma parte desse valor – a Receita repassa para o Município. No nordeste do Brasil se tem um déficit econômico grande, pois muitas prefeituras não têm recursos próprios.
O principio da uniformidade e equivalência, assim como o principio da universalidade, são princípios concessores, que dizem que todos tem direitos e alguns tem direitos mais específicos.
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços
Princípio que restringe. É como o freio e o contrapeso. Se tem dois que concede e outro que é restritivo.
- A doutrina diz que esse principio é como se fosse um cheque em branco. Dada a escassez de recursos, existe no sistema (que é um sistema prevê cobertura pra sociedade) um custo para manter os benefícios e serviços, tanto na área da saúde, assistência e previdência. O princípio da seletividade e distributividade vai dizer que todos tem acesso à cobertura de atendimento, alguns de forma mais especifica, mas em razão da escassez de recurso, o legislador infraconstitucional tem o poder de selecionar que tipo de atuação vai ser escolhida para ser priorizada no atendimento das pessoas mais necessitadas, mais carentes para a prestação daquele serviço.
O benefício de salário família não será devido a todos os segurados. A legislação diz que o salario família só é devido aos segurados de baixa renda. A lei diz que só o segurado empregado domestico e o trabalhador avulso tem direito à cota de salário família. É uma cota que é pago por filho menor de 14 anos inválido ou deficiente (algo em torno de 35 reais) mais necessitados. O que prevalece é o principio da seletividade e distributividade. 
Ex.: Casal em que cada um ganha um salario mínimo – a legislação diz que o beneficio é devido ao empregado de baixa renda (quem recebe até aproximadamente 1.300 – é o segurado e não a renda do casal) para fins previdenciários. Vamos imaginar que essa família tenha 6 filhos, todos menores de 14 anos – cada um vai receber aproximadamente 40 reais – soma todos os filhos e paga o valor total ao pai e à mãe também – cada um é segurado de baixa renda.
Aula 4 - 15/03/18
Além dos princípios gerais, falaremos dos princípios específicos
A relação previdenciária é preponderantemente pecuniária – diferentemente da saúde e da assistência que é ofertada preponderantemente na forma de serviços.
Irredutibilidade do valor dos benefícios
Verificamos mais na previdência social.
Não é só irredutibilidade nominal se fosse somente nominal uma pessoa que há dez anos atrás ganhasse 1000 reais – e continuasse recebendo até hoje esse valor, essa pessoa aposentada estaria atendendo à irredutibilidade nominal, pois estaria recebendo a mesma quantidade de dinheiro. Está sendo pago de forma irredutiva até hoje. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
O art. 7º da CF diz que o salário mínimo do ano de 2018 é de 954,00, o salario mínimo de 2019 não pode ser 953,00, tem que ser, pelo mesmo, 954,00 – significa que o valor não poderá diminuir. A irredutibilidade advém do direito de propriedade, a quantidade fixada, caso não haja nenhuma redução legal, um desconto devido, deverá continuar, no mínimo o mesmo valor. Ex.: vc tem um trato com o empregado de que ele vai receber liquido 1.100 reais não é possível que o empregador, vendo que não terá condição de pagar o valor, sem que o empregado tenha dado margem para desconto, o empregador não pode dizer que não tem o valor e que vai pagar 600 – isso fere a regra de irredutibilidade do salário, assim como a irredutibilidade do salario mínimo. 
Esse termo irredutibilidade que está na Constituição: “irredutibilidade da remuneração paga aos servidores públicos”; irredutibilidade da remuneração do subsidio devido aos membros do MP e das Forças armadas” – essa irredutibilidade é a nominal. Só que a irredutibilidade do artigo 194, inciso IV (IV - irredutibilidade do valor dos benefícios) cumulado com a previsão do art 201 §4º (É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei) – essa irredutibilidade para os benefícios previdenciários e os sociais – é a irredutibilidade nominal + a irredutibilidade real. A irredutibilidade nominal decorre do direito de propriedade. A irredutibilidade real está relacionada ao poder de compra. Ex.: fulano se aposentou em 10/02/2005 – recebendo inicialmente 1000 – no ano de 2006 deve ser reajustado de forma a assegurar seu poder de compra, assegurar seu valor real. O art. 201§4º coloca que é garantido o reajuste para assegurar de maneira permanente o valor real dos benefícios – anualmente se reajusta os benefícios de aposentadoria. Não obstante o artigo 201§4º fala que os índices serão escolhidos conforme critérios regulados em lei, o STF disse que não precisa ser lei, mas que pode ser uma medida provisória, a princípio, em razão da urgência, um decreto, até que a lei orçamentária anual seja votada. Então, o reajuste é para assegurar o poder de compra.
Ex.: quando se aposentou em 2005 recebia 3 salários mínimos, mas hoje o beneficio está em 1.900 – do ano de 2005 até aqui, com os reajustes, mudou o valor. Quer receber os 3 salarios mínimos, quer uma revisão. Até a CF/88 esse discurso era verdadeiro, pois o Estado fazia essa promessa. Quando a CF/88 é editada e o art define o que é salário mínimo, diz que o salário mínimo não pode ser utilizado como indexador, salvo a previsão contida no art. 201 §2º que fala que os benefícios substitutivos da remuneração do trabalhador, não podem ter valor menor que um salário mínimo – tirando essa possibilidade de se vedar o retrocesso (garantia do benefício mínimo), o salário mínimo não pode ser utilizado como indexador à concessão de benefícios previdenciários. A pessoa quando se aposenta, recebe uma renda mensal inicial, no segundo mês recebe a renda mensal de benefício, no terceiro mês tmb – a mensalidade numero 220 é renda mensal de beneficio. É sempre um valor em reais e não em x salários. O individuo busca o judiciário para dizer que ganhava 3 salários e quer continuar ganhando 3 salários, esse pedido é juridicamente impossível – não existe respaldo constitucional pra isso. A constituição permite, que qualquer ação chegue ao STF é que, por exemplo, o valor que ela ganhava há 5 anos, dava pra comprar determinados itens, e que atualmente não dá mais, pois tudo aumentou e o beneficio não acompanhou e não consegue mais arcar como arcava antes – quando demonstra que o índice usado pelo governo foi menor e o usado pelo mercado foi maior – e o déficit foi grande – ex.: revisão do plano Collor. Se observar que houve um descumprimento constitucional da irredutibilidade real, o STF informa ao legislativo para adotar providencias. Em razão do principio da universalidade de cobertura e atendimento – não pode pessoas que estão em mesma situação fática terem direito a uma revisão judicial, e outras que não tem acesso, não receberem. Os benefícios previdenciários são direitos sociais devidos a todos de forma indistinta. Ex.: revisão do plano Collor – as pessoas receberam valores retroativos ou por precatórios (montante excede 60 salários mínimos) ou por requisição de pequeno valor (forma simplificada e rápida de pagtos) – art 100 CF – se um precatório alimentar contra o INSS, for inscrito em novembro de 2018 – o INSS vai pagar durante ao tribunal respectivo durante o ano de 2020, mas se a pessoa inscreve até junho de 2018, vai receber no âmbito de 2019. Aquelas pessoas que não entraram com ação judicial, foram alcançadas em razão do principiouniversalidade da cobertura e atendimento, foram alcançadas por um ato que foi uma lei legislada após o reconhecimento desse erro da administração em respeito ao principio da irredutibilidade real dos valores. O executivo manda a Medida Provisória, que é convertida em lei, muitas vezes, existe uma previsão por meio dessa lei de como serão feitas as revisões administrativamente. 
- Se a pessoa morre no curso do parcelamento do retroativo ,os herdeiros tem direito a receber, mediante alvará – pensionista que tem direito a pensão por morte tmb recebe.
- O principio da irredutibilidade do valor dos benefícios, normalmente, está presente em qqer pleito judicial que busca revisão dos valores dos benefícios – em qqer ação revisional – se não tiver lastreada em erro de calculo, mas estiver lastreada em índice de reajuste q o governo tem que manter de acordo com a CF e não se manter esse reajuste – tem que suscitar esse princípio. O sistema de previdência social parte da premissa de que aquela renda mensal de aposentadoria, pensão....vai assegurar a subsistência digna da pessoa, por isso a irredutibilidade é muito mais que nominal, é nominal e real. 
Servidores públicos na ativa não tem direito a irredutibilidade real, mas apenas à nominal. Na época de Fernando Henrique Cardoso que estava como orçamento apertado, mas os servidores estavam reivindicando aumento – ele deu ajuste aos servidores públicos de 0,1% - servidores entraram com ação, mas não ganharam, pois a irredutibilidade é nominal.
A irredutibilidade nominal é a que está em todo texto constitucional, o que está no art. 194 parágrafo único, inciso IV (irredutibilidade dos benefícios) cumulado com o 201 §4º (É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei) é a irredutibilidade real – que é mais relevante que a irredutibilidade nominal. O servidor público aposentado tem direito à irredutibilidade real, os da ativa que não tem direito.
A regra da paridade dizia que toda vez que o servidor publico da ativa viesse a ter reajuste, o servidor inativo teria o mesmo reajuste – ex.: um auditor fiscal que ganha 20 mil – se aposenta, mas os servidores, seus colegas da ativa, ganham uma promoção e reajustava o salario em 23 mil – o que foi aposentado passava a receber os mesmos 23 mil. Atualmente, muitos servidores inativos e que já estavam no regime de previdência antigo, passaram a buscar o direito adquirido da paridade – hoje quem está na inatividade tem direito ao reajuste com base na manutenção do valor real dos benefícios. Não tem como atuar nos dois cenários, ou tem direito à paridade, e ficar aguardando reajuste do servidor da ativa, ou ele não tem esse direito e fica no cenário de que todo ano o beneficio será reajustado com base no índice ditado pelo governo. 
Quando se fala em sistema de previdência pautado na solidariedade, temos um cenário que a paridade em si é esdrúxula – como é que a pessoa vai receber, a titulo de aposentadoria, ou pensão por morte, 100% do que recebia quando estava em atividade? Lembrando que qnd a pessoa está em atividade, está contribuindo para o benefício dos outros, e quando está na inatividade, são os outros que financiam. O sistema pautado na solidariedade não é um sistema individualista, mas um sistema pautado na solidariedade. É um sistema que parte da ideia de repartição – a noção de paridade colide com a ideia de solidariedade. 
A integralidade no Estado da Bahia é interessante, pois era muito comum (antes dos critérios de merecimento e antiguidade) que os juízes que não tinha uma produtividade boa, só conseguia entrar como desembargador nas vagas de antiguidade, e não merecimento. Ex.: um juiz conseguiu entrar para o cargo de desembargador dois meses antes de se aposentar e conseguiu o valor do benefício na integralidade – ele não contribuiu sobre a base do salário de desembargador, pois só ficou dois meses – toda vez que o desembargador da ativa tinha aumento, o aposentado tinha tmb o aumento.
Na Bahia o fundo de previdência dos funcionários públicos é o FUNPREV – onde esse dinheiro vai todo mês para o fundo de previdência – só vai a contribuição do servidor, a cota do Estado não vai para o fundo (alega que não tem o dinheiro)
Ex.: Lauro de Freitas faz concurso de provimento de cargo efetivo para professor, medico, auditor, fiscal da receita municipal – todos são concursados – a pessoa trabalha 30 a 35 anos, não vai requerer a aposentadoria na prefeitura, pois a prefeitura não tem regime próprio de previdência, mas no INSS. Aposentadoria causa vacância no cargo público? Caso uma professora de uma escola particular de Lauro, trabalhou 30 anos em escola e pediu a aposentadoria – já tem três anos aposentada, mas ninguém da escola sabe – num dia que essa professora foi permutada da escola, se ela está aposentada pelo INSS, o patrão descobrir que ela está aposentada – o patrão pode demiti-la por justa causa? Não! Desde 97 a aposentadoria no RGPS não é causa de cessação de contrato de trabalho. A prefeitura de Lauro, Barreiras, Jequié estão quebradas, pois tem uma mora legislativa por não ter instituído para seus servidores de cargo efetivo, regimes próprios de previdência. Não é o órgão da prefeitura que aposenta as pessoas. Em Salvador, por exemplo, entra pela prefeitura, mas se aposenta pelo IPS. Se entra pelo Estado, se aposenta pelo Estado – caso tenha um PAD contra mim, não me aposento. Mas no caso de Lauro, entra pela prefeitura e se aposenta pelo INSS. Artigos 40, 37 e 201, o que a CF diz é que se você se aposenta pelo regime de previdência do artigo 40 – ex.: professor de Secretaria de Educação do Estado da Bahia se aposentou pelo regime próprio de previdência do Estado, o cargo está vago, pra que essa pessoa entre de novo tem que fazer outro concurso publico que seja compatível nos termos do artigo 37, XVII (“a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público”) – regra da acumulabilidade – pode ter dois de docentes, desde que tenha compatibilidade de carga horaria, dois de profissionais da área de saúde, um nível técnico ou cientifico com magistério . Ex.: Juiz federal e professor da UFBA; membro do MP e prof da Uneb; mas técnico bancário e professor da Secretaria de Educação do Estado não pode. Apesar do nome ser técnico bancário, o cargo não é técnico-científico. Mas químico, advogado, professor, enfermeiro, radio imagem – para fazer o concurso deve ter a especificidade técnica – mas técnico bancário e professor do Estado não podem – se a pessoa se aposenta como professor do Estado e faz um concurso pra Caixa, é uma acumulação indevida, mas essa aposentadoria do artigo 40 é caso de vacância do cargo público – a aposentadoria do INSS do artigo 201 não é causa de cessação de contrato de trabalho. 
Ex.: é bancário e fez um curso de medicina onde ele é uma pessoa que trabalha com oncologia, não poderá fazer um concurso público para o Hospital publico, pois o cargo de bancário não é acumulável – ele pode ter dois cargos de médico, mas não pode ser medico e caixa de banco (art. 37 CF)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)
- Atualmente se pode ter um cargo do Estado e do Município – quando for dedicação exclusiva não poderá acumular. Ex.: um assistente técnico do TJ ou MP tmb não poderá fazer

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