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Brasília-DF. SiStemaS de Geração de enerGia elétrica Elaboração Felipe Andery Reis Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção ................................................................................................................................. 4 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5 introdução.................................................................................................................................... 7 unidAdE i Introdução ....................................................................................................................................... 9 CAPÍtuLo 1 HIstórIa da geração de energIa elétrIca ......................................................................... 9 CAPÍtuLo 2 sIstemas de geração de energIa elétrIca no BrasIl ...................................................... 21 unidAdE ii Fontes de geração de energIa ..................................................................................................... 32 CAPÍtuLo 1 Fontes de geração de energIa ........................................................................................ 32 unidAdE iii sIstemas HíBrIdos de energIa .......................................................................................................... 94 CAPÍtuLo 1 sIstemas HíBrIdos de energIa ............................................................................................. 94 unidAdE iV Impactos amBIentaIs e sustentaBIlIdade ....................................................................................... 108 CAPÍtuLo 1 Impactos amBIentaIs e sustentaBIlIdade .......................................................................... 108 rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 120 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 introdução O Brasil possui um potencial energético com aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados e 7 mil quilômetros de litoral. Os potenciais hidráulicos, a irradiação solar, a biomassa e a força dos ventos são em grande quantidade, mantendo a autossuficiência energética do país em relação às reservas de combustíveis fosseis limitadas. Hoje, as duas principais fontes energéticas, hidráulica e petróleo, têm sido muito aproveitadas. Cerca de 90% do fornecimento de energia elétrica do país tem origem da geração hidráulica, sendo que o petróleo representa mais de 30% da matriz energética do Brasil. Considerando a importância das fontes hidráulicas e de petróleo, a atual situação do setor elétrico brasileiro, o crescimento da demanda energética, a diminuição de oferta de energia e as restrições em investimentos financeiros e ambientais à expansão do sistema de geração de energia, os profissionais do setor elétrico identificaram que no futuro será necessário maior aproveitamento das fontes alternativas de geração de energia. É bem claro para o Brasil a diferença entre a oferta existente na matriz de energia e o aumento da demanda pela sociedade brasileira, oriundos dos centros urbanos e das regiões do interior, em fase de desenvolvimento, em que as atuais formas de suprimento energético não atendem às condições socioeconômicas da maior parte da população. Na atual situação energética do país, ações de planejamento e regulação de oferta devem estimular outras formas de suprimento energético, tornando-se compatíveis com as matrizes energéticas e as necessidades socioeconômicas das cidades e do interior. É importante que cada fonte ou recurso de geração de energia seja bem aproveitado, visando obter o máximo de benefícios fornecidos e minimizando os impactos negativos ao meio ambiente e à sociedade. A atual estrutura do setor elétrico no Brasil, além das ações governamentais e diretrizes nacionais, garante o funcionamento básico do mercado energético, em que as regras de fornecimento e os mecanismos de regulação, baseados em dados pesquisados e informações consistentes proporcionam a atuação dos agentes reguladores do setor. Novas tecnologias são desenvolvidas e implementadas para melhoria e interação desta gestão. 8 Como base de informação e norteador para aplicação das políticas e diretrizes, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a ANEEL, disponibiliza aos profissionais, agentes do setor e a toda a sociedade dados e informações sobre fontes e tecnologias de geração de energia elétrica, investimentos e empreendimentos de geração e transmissão, assim como aspectos socioeconômicos de interesse do setor elétrico brasileiro. [SAIBA MAIS] Para maiores informações sobre o sistema de geração de energia elétrica no Brasil visite a página da Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEEL, disponível em: <http://www.aneel.gov.br/>.objetivos » História e sistemas de geração de energia elétrica no Brasil. » Conhecer quais são as fontes de geração de energia renováveis e não renováveis no Brasil. » Tipos e utilização de sistemas híbridos de energia no Brasil. » Impactos ambientais e sustentabilidade decorrente do sistema de geração de energia elétrica no Brasil. 9 unidAdE iintrodução CAPÍtuLo 1 História da geração de energia elétrica História da geração de energia elétrica no Brasil Para entender um pouco sobre a geração da energia elétrica no Brasil, um resumo da história será ilustrado, no qual serão entendidas as diversas fases de desenvolvimento do parque energético do Brasil, considerando o período, as necessidades e a fonte energética envolvida em cada época. Primeira fase – 1879 a 1889 A primeira ação do governo em relação à implementação do serviço público de energia elétrica no Brasil foi no período imperial. D. Pedro II, em 1879, concedeu a Thomas Alva Edison a oportunidade de instalar sua invenção no país utilizando equipamentos e estrutura necessária, destinados à utilização da eletricidade na iluminação pública. A seguinte sequência histórica representa a evolução da geração de energia elétrica no Brasil: » 1879: D. Pedro II concedeu a Thomas Alva Edison a implantação de serviço de iluminação pública. » 1879: Inauguração da primeira “iluminação pública” permanente da Estação Central da Estrada de Ferro D. Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro. A energia elétrica era gerada por um dínamo acionado por locomóveis. 10 UNIDADE I │ INtroDUção Figura 1. geração de eletricidade por locomóvel. Fonte: adIB (2007). disponível em: <http://www.carlosadib.com.br/elet_locom%20-%20demei%20-%20z.jpg>. acesso em: 13/11/2017. » 1881: a primeira iluminação pública “externa” foi instalada, em um trecho do Jardim do Campo da Aclamação, atual Praça da República, Rio de Janeiro. » 1883: operação da primeira Usina Hidrelétrica do Brasil, localizada em Ribeirão do Inferno, afluente do Rio Jequitinhonha, onde foi destinada ao fornecimento de energia elétrica e força motriz a serviços de mineração em Diamantina/MG. » 1883: D. Pedro II inaugurou o primeiro serviço público municipal de iluminação pública do Brasil e da América do Sul, na cidade de Campos, norte do Estado do Rio de Janeiro, com 39 lâmpadas, por meio da primeira usina termelétrica, movida a vapor proveniente de caldeira a lenha, com capacidade de 52 kW. » 1885: operação da Usina Hidrelétrica da Companhia Fiação e Tecidos São Silvestre, Viçosa/MG, em regime de autoprodução. » 1887: vários empreendimentos de usinas de energia elétrica foram implementados neste período. » 1888: criação da Companhia Mineira de Eletricidade com o objetivo de fornecer iluminação pública e particular a Juiz de Fora/MG e força motriz a sua fábrica e a outras da região. » 1889: operação da Usina Hidrelétrica Marmelos-Zero, a primeira de maior porte do Brasil com 250 kW de potência, iniciou operação em 1889, expandida para 375 kW em 1892, usina esta da Companhia Mineira de Eletricidade, de propriedade do industrial Bernardo Mascarenhas. 11 Introdução │ unIdAdE I Segunda fase – 1892 a 1934 A partir desta fase, continuaram os investimentos em geração de eletricidade e foram observadas as primeiras ações estruturais, a formação de concessionárias nacionais e estrangeiras. Os principais eventos desta fase foram: » 1892: inauguração da primeira linha de bondes elétricos de caráter permanente no Rio de Janeiro, pela Companhia Ferro-Caril do Jardim Botânico. Figura 2. largo de são Francisco – rio de Janeiro – 1895 usina termoelétrica para iluminação pública. Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/_ggumppxndka/sw1ofvoJr_I/aaaaaaaaaBm/Ir-HYwcnelu/s1600/mferrez+largo+de+s%c3%a 3o+Francisco+de+paul.jpg>. acesso em: 13/11/2017. » 1899: constituição em Toronto/Canadá da The São Paulo Tramway Railway, Light and Power Company Limited, para atender a primeira linha paulistana de bondes elétricos. Marca o início de investimento estrangeiro no Brasil, com os capitais canadenses. » 1903 e 1904: publicação, respectivamente, da primeira lei sobre energia elétrica, Lei no 1.145, de 31 de dezembro de 1903, e do primeiro Decreto no 5.704, de 10 de dezembro de 1904, para regulamentar, em termos gerais, a concessão, o aproveitamento da energia hidráulica dos rios brasileiros para fins de serviços públicos. » 1904: criação da The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Limited, com a finalidade da exploração de todos os serviços urbanos de utilidades públicas (bondes e ônibus, iluminação pública, produção e distribuição de eletricidade, gás canalizado e telefonia). 12 UNIDADE I │ INtroDUção » 1908: operação da Usina de Fontes Velha, da Light, cuja potência atingiu 24.000 kW (24 MW) em 1909, o que significou 20% da potência instalada naquela época no Brasil. » 1909: criação da Companhia Brasileira de Energia Elétrica (CBEE). » 1912: criação da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e da Brazilian Traction Light and Power, que unificou as empresas do Grupo LIGHT. » 1913: operação da Usina Hidrelétrica Delmiro Gouveia, primeira do Nordeste, construída para aproveitar o potencial da Cachoeira de Paulo Afonso no Rio São Francisco. » 1927: início das atividades da American and Foreign Power Company (AMFORP), subsidiária da Bond and Share Co., a qual adquiriu várias pequenas empresas no interior do Estado de São Paulo, São Gonçalo/RJ, Petrópolis/RJ e Pelotas/RS. » 1933: criação da Divisão de Águas vinculada ao Ministério da Agricultura, denominada Serviço de Águas. » 1934: promulgação do Decreto no 24.643, de 10 de julho de 1934, o chamado de Código de Águas, o qual se constitui em marco regulatório muito importante. terceira fase – 1939 a 1957 » 1939: criação do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), até a criação do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS), no início da década de 1960. » 1945: criação da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), com o objetivo de realizar o aproveitamento do potencial hidráulico da cachoeira de Paulo Afonso. » 1950: elaboração do Plano de Eletrificação de Minas Gerais, desenvolvido pela Companhia Brasileira de Engenharia (CBE), o qual teve como resultado a organização da Centrais Elétricas de Minas Gerais S.A. (CEMIG), depois denominada Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), criada em 1952. 13 Introdução │ unIdAdE I » 1953: criação, em função do Plano de Eletrificação do Estado de São Paulo, das Usinas Elétricas do Paranapanema S.A. (USELPA), da Usina Hidrelétrica Lucas Nogueira Garcez (70 MW) e da Usina Hidrelétrica Jurumirim (97,7 MW); da Companhia Hidrelétrica do Rio Pardo (CHERP), em 1955, responsável pela construção da Usina Hidrelétrica Armando de Salles Oliveira Limoeiro (32 MW) e da Usina Hidrelétrica Euclides da Cunha (108,8 MW) e da Centrais Elétricas do Urubupungá S.A. (CELUSA), que iniciou os projetos da Usina Hidrelétrica Eng. Souza Dias (1.551,2 MW) e da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (3.444 MW). » 1953 a 1956: criação da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL) e da Espírito Santo Centrais Elétricas S.A. (ESCELSA). No Rio Grande do Sul, a Comissão Estadual de Energia Elétrica (CEEE) procedeu à expansão do parque gerador, dando continuidade à execução do Plano de Eletrificação e construindo a Usina Hidrelétrica Passo do Inferno, a Usina Hidrelétrica Canastra e a Usina Termelétrica Candiota. » 1954: criação da Empresa Fluminense de Energia Elétrica (EFE). » 1955: criação da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (CELESC) e da Centrais Elétricas de Goiás S.A. (CELG). » 1956: criação da Companhiade Eletricidade do Amapá (CEA) e da Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. (CEMAT). » 1957: criação da Central Elétrica de Furnas S.A. denominada posteriormente Furnas Centrais Elétricas S.A. (FURNAS), com o objetivo expresso de aproveitar o potencial hidrelétrico do Rio Grande para solucionar a crise de energia na Região Sudeste. quarta fase – 1957 a 1986 A quarta fase foi iniciada por um importante marco regulatório, seguido de incremento do processo de estatização. Os principais eventos dessa fase são vistos a seguir. » 1957: publicação do Decreto no 41.019, de 26 de fevereiro de 1957, o qual estabeleceu o Regulamento dos Serviços de Energia Elétrica. » 1958: criação da Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). » 1960: criação do Ministério de Minas e Energia (MME) pela Lei no 3.782, de 22 de julho de 1960. 14 UNIDADE I │ INtroDUção » 1960: criação da Companhia Hidrelétrica do Vale do Rio Paraíba (CHEVAP), com o objetivo de promover a construção da Usina Hidrelétrica Funil. » 1960: criação da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA), da Empresa Energética de Sergipe S.A. (ENERGIPE) e da Companhia Energética de Alagoas (CEAL). » 1961: criação da Centrais Elétricas Brasileiras S. A. (ELETROBRÁS). » 1962 a 1986: criação de empresas estatais com áreas de concessão delimitadas, na maior parte das empresas, pelos limites dos estados, com controle acionário dos governos estaduais, entre elas: › Companhia Energética do Piauí (CEPISA) (1962). › Centrais Elétricas do Pará (CELPA) (1962). › Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN) (1962). › Companhia Energética do Amazonas (CEAM) (1963). › Sociedade Anônima de Eletrificação da Paraíba (SAELPA) (1964). › Centrais Elétricas de São Paulo (CESP) (1966). › Companhia de Eletricidade de Brasília (CEB) (1968). › Companhia Energética de Pernambuco (CELPE) (1969). › Centrais Elétricas de Rondônia (CERON) (1969). › Companhia Energética de Roraima (CER) (1969). › Companhia de Eletricidade do Acre (ELETROACRE) (1965). › Companhia Energética do Ceará (COELCE) (1971). › Empresa Energética de Mato Grosso do Sul S.A. (ENERSUL) (1979). › Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (CELTINS) (1986) (FUSP, 2006). 15 Introdução │ unIdAdE I fatos relevantes » 1964: organização da ELETROBRÁS, que passou a atuar como empresa holding das concessionárias públicas de energia elétrica do governo federal e, ainda, no planejamento setorial, voltando suas atividades para a expansão do sistema elétrico brasileiro, com estudos e projetos e construção de usinas e linhas de transmissão. » 1965: criação do Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) com a missão de realizar estudos hidrológicos, fiscalização, dar concessões e controlar os aproveitamentos das águas e dos serviços de eletricidade. Em 1964 foi feita uma reavaliação dos ativos e estabelecida sua permanente atualização pela correção monetária, ao mesmo tempo em que era assegurada a rentabilidade de 10% a 12% ao ano; O setor elétrico expandia-se com o aumento da participação do poder público, constituindo novas empresas e tornando-se acionista de concessionárias, verificando-se também a criação, pelos governos estaduais, das suas empresas e autarquias. A ELETROBRÁS foi criada 1962 para assumir o papel de empresa holding, gerenciando vultosos recursos, e assumiu a responsabilidade pelo planejamento, coordenação da construção, ampliação e operação dos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Apesar do crescimento da participação estatal na indústria de energia elétrica, até o fim dessa fase foi observada a predominância do capital estrangeiro nas empresas. quinta fase – 1968 a 2001 No início da quinta fase, foram observadas a aceleração do processo de estatização, seguido de um modelo centralizado com tarifas equalizadas, e remuneração limitada. Ao final dessa fase, o Brasil experimentou um novo processo de desestatização (ou privatização) restando apenas seis concessionárias distribuidoras sob domínio de capital dos estados a seguir: » CEB (DF). » CELG (GO). 16 UNIDADE I │ INtroDUção » CEMIG (MG). » COPEL (PR). » CELESC (SC). » CEEE (RS). A criação da Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEEL, se destacou ao final, em substituição ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica, DNAEE, além dos seguintes demais eventos: » 1968 a 1972: formação do sistema de empresas controladas atuantes em âmbito regional responsáveis pela geração em grosso e pela operação do sistema hidrelétrico interligado. » 1978: publicação da Portaria DNAEE no 46, de 17 de abril de 1978, que estabeleceu as disposições relativas à continuidade de serviço no fornecimento de energia elétrica e da Portaria DNAEE no 47, de 17 de abril de 1978, que determinou critérios quanto às tensões de fornecimento. » 1979: aquisição, pelo governo federal, das empresas do Grupo LIGHT, fato que originou a Light Serviços de Eletricidade, subsidiária no Rio de Janeiro e Eletricidade de São Paulo (ELETROPAULO), está controlada pelo Governo do Estado de São Paulo. » 1984 a 1985: operação de grandes hidrelétricas em função do crescimento vertiginoso do consumo anual de energia elétrica, na qual se destacaram as seguintes usinas: › Usina Hidrelétrica de Tucuruí (6.495 MW), pela ELETRONORTE (1973). › Usina Hidrelétrica Itaipu (14.000 MW), por intermédio da Itaipu Binacional (1973). › Usina Termo Nuclear Angra I (1985), em parceria com a Alemanha. » 1996: criação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por meio da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996 (FUSP, 2006). » 2001: publicação da Resolução ANEEL no 505, de 26 de novembro de 2001, que estabeleceu as disposições relativas à conformidade dos níveis de tensão de energia elétrica em regime permanente. 17 Introdução │ unIdAdE I nacionalização e centralização das usinas hidrelétricas do Brasil O desenvolvimento econômico foi acelerado, especialmente entre 1968 e 1974, com índices de crescimento de 11%, com importantes investimentos no setor de infraestrutura. O processo de nacionalização foi implementado com a aquisição pelo Governo Federal, das empresas do Grupo AMFORP, passando a Companhia Auxiliar de Empresas Elétricas (CAEEB), que já atuava como empresa de serviços na centralização e na supervisão das operações administrativas, de engenharia, jurídicas e contábeis das concessionárias da AMFORP, a gerir as concessionárias filiadas. Em 1968 as antigas empresas da AMFORP foram incorporadas, em sua maioria, às concessionárias públicas estaduais. Em 1970, com a criação de ITAIPU, estabeleceu-se uma hierarquia funcional com concessionárias federais sendo supridoras regionais, concessionárias estaduais sendo supridoras de área e outras concessionárias estaduais e empresas privadas sendo responsáveis pela distribuição de energia elétrica, caracterizando o início do processo de centralização. Com a criação da Centrais Elétricas de São Paulo S.A. (CESP), após denominada Companhia Energética de São Paulo (CESP), foram executados importantes projetos hidrelétricos, como: » Usina Hidrelétrica Barra Bonita (140,76 MW). » Usina Hidrelétrica Ministro Álvaro de Souza Lima (143,1 MW). » Usina Hidrelétrica Mário Lopes Leão (264 MW). » Usina Hidrelétrica Xavantes (414 MW). » Usina Hidrelétrica Rosana (376,2 MW). » Usina Hidrelétrica Senador José Ermírio de Moraes (1.396,2 MW), entre outros. A CEMIG desenvolveu similares iniciativas em Minas Gerais, sendo necessário destacar a execução dos projetos da: » Usina Hidrelétrica Jaguará (424 MW). » Usina Hidrelétrica Volta Grande (380 MW).UsinaHidrelétrica São Simão (1.710 MW). 18 UNIDADE I │ INtroDUção » Usina Hidrelétrica Emborcação (1.192 MW). » Usina Hidrelétrica Nova Ponte (510 MW). No Paraná, verificou-se a construção da: » Usina Hidrelétrica Gov. Bento Munhoz da Rocha Neto (1.676 MW.) » Usina Hidrelétrica Gov. Parigot de Souza (252 MW), da COPEL. E a execução dos projetos da: » Usina Hidrelétrica Itaúba (512,4 MW). » Usina Hidrelétrica Passo Real (158 MW), da CEEE, no Rio Grande do Sul. A partir de 1971, a centralização foi intensificada pela ELETROBRÁS de todos os recursos do Fundo Global de Reversão. fatos relevantes – equalização tarifária e regulação do setor energético no Brasil Em 1974, foi introduzida a equalização tarifária em todo o território nacional, acompanhada da câmara de compensação intrassetorial (RENCOR), que repassava o excedente de receita de algumas empresas para outras deficitárias. O modelo setorial pautado pela organização do sistema ELETROBRÁS garantiu a expansão expressiva dos segmentos de geração e transmissão de energia elétrica ao longo dos anos 1960 e 1970, tendência que viria a ser revertida, na década de 1980, tanto como reflexo das mudanças nas regras dos merca dos financeiros internacionais, como dos obstáculos à continuidade da captação interna de recursos. A partir dos anos 1980, o modelo começou a mostrar suas deficiências repercutindo negativamente na situação econômico-financeira das concessionárias, sendo ameaçada a sobrevivência da maioria delas. O Brasil passou a experimentar nova onda de privatização a partir de 1992, quando foi proposto o Plano Nacional de Desestatização (PND) do governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992), tendo sido definida como prioridade a venda das distribuidoras, facilitada no período de 1992 a 1994, por meio da Lei no 8.631/1993 e implementada no período do governo seguinte. 19 Introdução │ unIdAdE I Com a criação da Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEEL, organizada como autarquia especial vinculada ao Ministério de Minas e Energia e que sucedeu o antigo Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE, ela passou a atuar, de forma mais forte nos setores de concessão, regulação, mediação e ainda na fiscalização dos serviços concedidos. As atribuições da Agência Nacional de Energia Elétrica, ANEEL, são: » Regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica. » Mediar os conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os consumidores. » Conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia. » Garantir tarifas justas. » Zelar pela qualidade do serviço. » Exigir investimentos; estimular a competição entre os operadores e assegurar a universalização dos serviços. Para conhecer maiores informações sobre a história da geração de eletricidade no Brasil, visite o site Memória da Eletricidade em: <http://memoriadaeletricidade. com.br>. Com base nos dados do capítulo 1, verifique as questões a seguir. » Quando e como surgiu a geração de eletricidade no Brasil? Qual tipo de equipamento foi utilizado inicialmente para esta geração de eletricidade? O primeiro ato e a preocupação do governo com a implementação do serviço público de energia elétrica no Brasil foi no período imperial. D. Pedro II, em 1879, concedeu a Thomas Alva Edison a oportunidade de instalar no país seus equipamentos e processos de sua invenção, destinados à utilização da eletricidade na iluminação pública. A energia elétrica era gerada por um dínamo acionado por locomóveis. » Qual foi a primeira usina hidrelétrica construída no Brasil? 20 UNIDADE I │ INtroDUção Em 1883, iniciou-se a operação da primeira Usina Hidrelétrica do Brasil, localizada em Ribeirão do Inferno, afluente do Rio Jequitinhonha, destinada ao fornecimento de força motriz a serviços de mineração em Diamantina/MG. » Qual objetivo principal do Brasil em investir, na segunda fase, na geração de energia? A partir da segunda fase, continuam os investimentos em geração de eletricidade e observam-se as primeiras ações estruturais, a formação de concessionárias nacionais e estrangeiras. » Em que período foi criado a ELETROBRAS? Criação do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), até a criação do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRÁS), no início da década de 1960. » O sistema elétrico do Brasil entrou em crise e os racionamentos elétricos eram constantes, quando e por que ocorreu este fato? No período imediato ao pós-guerra (Segunda Guerra Mundial), a produção no Brasil já não acompanhava a demanda por eletricidade. O sistema elétrico entrou em crise, os racionamentos eram constantes, cresceu a participação da autoprodução. Tornou-se necessária ações do governo visando à capitalização do setor, sendo então instituído o Fundo Federal de Eletrificação e criado o Imposto Único sobre Energia Elétrica – IUEE, ambos por meio da Lei no 2.308, de 31 de agosto de 1954. 21 CAPÍtuLo 2 Sistemas de geração de energia elétrica no Brasil Sistemas de geração de energia elétrica no Brasil No Brasil, a geração e a distribuição de energia elétrica são formadas por uma rede complexa de geradores e transmissores, que possuem a finalidade de conduzir a energia elétrica desde o local de sua geração até o local onde será consumida. Esse sistema possui vários elementos conectados, como unidades geradoras, vias de transmissão e distribuição e os consumidores finais da energia elétrica, de forma integrada ou não. Há alguns anos, no período de desenvolvimento das indústrias, as linhas de transmissão e distribuições de energia eram isoladas e atendiam especialmente às necessidades locais. A região mais interligada neste período de desenvolvimento era a região Sudeste. Como o aumento de demanda de energia elétrica, proveniente dos centros urbanos e industriais das regiões sul e sudeste, houve um incentivo para a integração do sistema de energia no país. Nesta oportunidade, o maior potencial de geração foi considerado a fonte de geração de energia hidroelétrica, mesmo ela não sendo próxima aos locais de maior consumo. A figura 3 apresenta um diagrama que exemplifica como é gerada, transmitida e distribuída a energia elétrica entre os meios geradores e consumidores. 22 UNIDADE I │ INtroDUção Figura 3. produção, transmissão e geração de energia elétrica. Fonte: <http://s3.static.brasilescola.uol.com.br/img/2016/09/rede_distribuicao_energia.jpg>. acesso em: 13/11/2017. A distribuição de energia no Brasil envolve alguns processos, entre eles os processos de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica até o consumidor final. As empresas responsáveis por distribuir energia elétrica, sejam elas públicas ou privadas, são responsáveis pelos processos de geração, transmissão e entrega da energia. Para isto, são utilizados equipamentos como fio condutores, transformadores e equipamentos de medição, controle e proteção das redes elétricas. Com o objetivo principal de chegar às residências e empresas de todos os consumidores finais, o sistema de distribuição é considerado muito mais amplo e ramificado que o sistema de transmissão. As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão. A potência da energia distribuída e entregue pode ser dividida em redes elétricas primárias e secundárias. Nas redes elétricas primárias, as redes de distribuição são de média tensão e atendem a médias e grandes empresas, inclusive indústrias. Nas redes elétricas secundárias, as redes de distribuição são de baixa tensão e atendemresidências, pequenos estabelecimentos e iluminação pública. Atualmente no Brasil, há cerca de 80 milhões de unidades consumidoras (correspondente a um único consumidor e se refere ao ponto de entrega de energia com medição 23 Introdução │ unIdAdE I individualizada). A maior parte das UCs, totalizando 85%, são unidades residenciais, porém, a indústria é responsável por 35% do consumo de energia elétrica no país. Mercado consumidor de energia elétrica Para melhor visualização e percepção da atual situação do mercado consumidor de energia elétrica do Brasil, as tabelas 1, 2 e 3 ilustram o resumo dos dados fornecidos pelo Ministério das Minas e Energia. tabela 1. consumo de energia elétrica no Brasil estratificado por classe. Acumulado 12 meses Dez/16 GWh Evolução mensal (Dez/16/Nov/16) Evolução anual (Dez/16/Dez/15) Jan/15-Dez/15 (GWh) Jan/16-Dez/16 (GWh) Evolução Residencial 11.358 2,0% 2,6% 131.024 132.893 1,4% Industrial 13.453 -2,8% 0,9% 168.859 164.034 -2,9% Comercial 7.562 2,5% -3,3% 90.416 88.185 -2,5% Rural 2.249 -0,3% 5,8% 25.844 26.795 3,7% Demais classes* 4.095 1,3% -2,4% 48.259 48.094 -0,3% Perdas 10.165 20,3% -6,1% 107.455 111.629 3,9% Total 48.882 3,8% -1,0% 571.856 571.630 0,0% * em demais classes estão consideradas poder público, iluminação pública, serviço público e consumo próprio das distribuidoras. dados contabilizados até dezembro de 2016. Fonte: Boletim mensal de monitoramento do sistema elétrico brasileiro – janeiro 2017. disponível em: <http://www.mme.gov. br/documents/10584/4475726/Boletim+de+monitoramento+do+sistema+el%c3%a9trico+-+Janeiro-2017.pdf/18c00330- e3d9-4534-a9f1-73af3e989604>. acesso em: 13/11/2017. tabela 2. consumo médio de energia elétrica por classe de consumo. Valor mensal Acumulado 12 meses Dez/16 kWh/ NU Evolução mensal (Dez/16/ Nov/16) Evolução anual (Dez/16/ Dez/15) Jan/15-Dez/15 (kWh/NU) Jan/16-Dez/16 (kWh/NU) Evolução Consumo médio residencial 164 1,7% 0,3% 161 160 -0,9% Consumo médio industrial 25.053 -2,6% 3,1% 25.657 25.456 -0,8% Consumo médio comercial 1.323 2,3% -3,8% 1.324 1.285 -3,0% Consumo médio rural 507 -0,4% 4,3% 493 504 2,2% 24 UNIDADE I │ INtroDUção Valor mensal Acumulado 12 meses Dez/16 kWh/ NU Evolução mensal (Dez/16/ Nov/16) Evolução anual (Dez/16/ Dez/15) Jan/15-Dez/15 (kWh/NU) Jan/16-Dez/16 (kWh/NU) Evolução Consumo médio demais classes * 5.309 1,1% -4,2% 5.311 5.196 -2,2% Consumo médio total 480 -0,1% -1,6% 490 475 -3,0% * em demais classes estão consideradas poder público, Iluminação pública, serviço público e consumo próprio das distribuidoras. dados contabilizados até dezembro de 2016. Fonte: Boletim mensal de monitoramento do sistema elétrico brasileiro – janeiro 2017. disponível em: <http://www.mme.gov. br/documents/10584/4475726/Boletim+de+monitoramento+do+sistema+el%c3%a9trico+-+Janeiro-2017.pdf/18c00330- e3d9-4534-a9f1-73af3e989604>. acesso em: 13/11/2017. tabela 3. unidades consumidoras de eletricidade no Brasil – estratificação por classes. Número de Unidades Consumidoras Período Evolução Dez/15 Dez/16 Residencial (NUCR) 67.679.371 69.278.134 2,4% Industrial (NUCI) 548.456 536.979 -2,1% Comercial (NUCC) 5.688.987 5.717.721 0,5% Rural (NUCR) 4.369.678 4.433.111 1,5% Demais classes* 757.274 771.394 1,9% Total (NUCT) 79.043.766 80.737.339 2,1% * em demais classes estão consideradas poder público, Iluminação pública, serviço público e consumo próprio das distribuidoras. Fonte: Boletim mensal de monitoramento do sistema elétrico brasileiro – janeiro 2017. disponível em: <http://www.mme.gov. br/documents/10584/4475726/Boletim+de+monitoramento+do+sistema+el%c3%a9trico+-+Janeiro-2017.pdf/18c00330- e3d9-4534-a9f1-73af3e989604>. acesso em: 13/11/2017. Para maiores informações sobre o boletim mensal de monitoramento do sistema elétrico brasileiro de janeiro 2017, visite o seguinte documento da página do Ministério de Minas e Energia: <http://www.mme.gov.br/ documents/10584/4475726/Boletim+de+Monitoramento+do+Sistema+El%C3 %A9trico+-+Janeiro-2017.pdf/18c00330-e3d9-4534-a9f1-73af3e989604>. As redes de transmissão e distribuição de energia no Brasil seguiram a trajetória histórica dos processos de urbanização e industrialização. Na Figura 4 é ilustrado o mapa atual do sistema de transmissão, com os principais sistemas interligados no Brasil. 25 Introdução │ unIdAdE I Figura 4. sistema elétrico nacional Interligado. Fonte: aBradee (20170. disponível em: <http://www.abradee.com.br/images/artigos/mapa%20sin%20-%20horizonte%202015. png>. acesso em: 13/11/2017. Os grandes centros urbanos e as regiões industriais do Brasil são considerados os maiores consumidores de energia elétrica. Desta forma, a infraestrutura das redes de transmissão e distribuição foram direcionadas para esses espaços. Sistema interligado nacional – Sin Segundo a (ONS, 2017), o sistema de geração e transmissão de energia elétrica do Brasil é considerado um sistema hidro-termo-eólico de grande porte, predominando 26 UNIDADE I │ INtroDUção as usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O Sistema Interligado Nacional (SIN) é composto pelos seguintes subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte. A interligação dos sistemas elétricos, por meio da malha de transmissão, favorece a transferência de energia entre os subsistemas, além de permitir a obtenção de ganhos sinérgicos e explorar a diversidade entre os regimes hidrológicos das bacias. A integração dos recursos de geração e transmissão permite o atendimento ao mercado com segurança e economicidade. A figura 5 ilustra a sala de controle do Centro Nacional de Operação do Sistema (CNOS). Figura 5. sala de controle do centro nacional de operação do sistema (cnos). Fonte: ons (2017). disponível em: <http://www.ons.org.br/images/educativo/galeria_fotos/sala%20de%20controle%20do%20 cnos_Brasilia.jpg>. acesso em: 13/11/2017. Usinas hidrelétricas compõem a capacidade instalada de geração do SIN que são distribuídas em dezesseis bacias hidrográficas de diferentes regiões do Brasil. A instalação de usinas eólicas nos últimos anos, principalmente nas regiões Nordeste e Sul, apresentou um forte crescimento, aumentando a importância deste tipo de geração para o atendimento do mercado. As usinas térmicas, geralmente localizadas próximas dos principais centros de carga, desempenham um importante papel estratégico, pois contribuem para a segurança do SIN. Elas são despachadas em função das condições hidrológicas vigentes, em que são permitidas a gestão dos estoques de água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas assegurando assim o atendimento futuro. Os sistemas de transmissão 27 Introdução │ unIdAdE I possibilitam o suprimento do mercado consumidor e integram as diferentes fontes de geração de energia. Sendo a maior parte da capacidade de geração no Brasil oriundas da hidrelétrica, os montantes gerados nacionalmente dependem do regime de chuvas nas bacias hidrográficas, que variam entre as regiões do Brasil. O fornecimento de energia ficou mais eficiente e menos sujeito às possíveis restrições de oferta regionais devido a interligação elétrica das usinas, por meio do Sistema Interligado Nacional. A energia gerada em uma região com grande quantidade de água pode ser redirecionada de forma a equilibrar o sistema como um todo. A operação do SIN é centralizada, garantindo que as decisões de despacho das usinas geradoras sejam tomadas de tal forma a contemplar as necessidades nacionais de abastecimento de energia. A minimização dos custos futuros associados à eventual falta de energia é um dos critérios da operaçãocentralizada, o que pode provocar significativos prejuízos para o país. Como instrumentos de manobra para o gerenciamento da falta de energia, são também utilizadas usinas termoelétricas (ou termelétricas), pois estas não dependem de regimes sazonais para a produção de energia elétrica. Desta forma, o despacho de uma usina termelétrica hoje em dia pode ajudar na economia de água no futuro, considerando que dentro de um cenário de escassez, pode resultar em menores riscos de déficit para o setor. Sistema interligado nacional e o mercado brasileiro Em março de 2013, a capacidade instalada da matriz de energia elétrica do Brasil alcançou 122,9 mil megawatts (MW), uma potência 64,3% maior do que os 74,8 mil MW instalados em dezembro de 2001. Considerado este um aumento significativo, o Sistema Interligado Nacional (SIN) exige uma coordenação sistêmica para garantir que a energia gerada pelos 2.800 empreendimentos em operação chegue ao consumidor com segurança, garantindo o suprimento de forma contínua e com qualidade, além dos preços acessíveis para todos. Essa coordenação é feita pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), cuja função é controlar a operação eletro-energética das instalações de geração e de transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional, no qual predomina a fonte hidrelétrica. 28 UNIDADE I │ INtroDUção Para operar o SIN, o ONS conta com cinco Centros de Operação espalhados pelo país (como visto na seção anterior, a figura 5 ilustra um Centro Nacional de Operação do Sistema) que realizam a coordenação, supervisão e o controle da operação de toda a matriz de energia elétrica do Brasil. No ano, esses centros controlam mais de 49 mil intervenções e recebem, a cada 4 segundos, mais de 40 mil registros de medidas, além de gravar mais de 10 milhões de registros por dia. Eles também têm à disposição 761 instruções de operação e 1.040 diagramas atualizados. Apenas 2,2% da geração de eletricidade do país ainda se encontra fora do SIN, em pequenos sistemas elétricos dimensionados para o atendimento de necessidades localizadas, conhecidos como Sistemas Isolados, que se encontram, principalmente, na região amazônica. Atualmente, o SIN atende 98% do mercado brasileiro. Para maiores informações sobre o diagrama esquemático, operação, gestão e distribuição das usinas hidrelétricas do Brasil pelo SIN, visite o seguinte mapa de distribuição na página da ONS: <http://www.ons.org.br/images/conheca_ sistema/mapas_g/Hidrel%C3%A9tricas2013-2017_Mai2013.png>. Matriz mais limpa Baseando-se nas pesquisas realizadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o governo do Brasil precisará contratar 52 giga watts (GW) de potência instalada para o SIN até o ano de 2021, dado o crescimento da atividade econômica do País. As projeções levam em consideração uma expansão média anual do PIB (Produto Interno Bruto) de 4,7% nos próximos dez anos. A ideia é que a maior parte das contratações seja feita apenas de fontes renováveis, como as hidrelétricas, eólicas e termelétricas que são baseadas em biomassa, soluções ambientalmente vantajosas para o país. Com essa nova expansão, o total do Sistema Interligado Nacional passará dos atuais 122,9 mil MW para 174,2 mil MW nos próximos dez anos. Hidrelétricas de grande porte como as de Santo Antônio, Jirau e Belo Monte estão em andamento. Quando a usina de Belo Monte estiver concluída, será a terceira maior do mundo. Esses projetos continuarão a manter o Brasil como o maior mercado mundial de energias renováveis. As usinas hidrelétricas em operação respondiam por 68,9% da matriz de energia elétrica brasileira, em março de 2013. A segunda maior fonte é a termoelétrica, responsável por 29,4% da capacidade instalada, incluindo a fonte nuclear (1,6%). Outra fonte participante da matriz de energia elétrica é a eólica (1,7%). 29 Introdução │ unIdAdE I importância das fontes alternativas na matriz elétrica nacional A matriz energética no Brasil possui grande participação de fontes renováveis, o que contribui para que as emissões do setor energético sejam relativamente baixas quando comparadas as dos países desenvolvidos. Contudo, o crescimento previsto deste setor pode aumentar significativamente as emissões do país. O uso racional da energia elétrica, o crescente aumento da demanda energética e a preocupação com as questões ambientais tem norteado a procura por uma maior eficiência da atual matriz energética brasileira. Neste cenário, a busca por fontes alternativas de energia integradas à rede possibilita o desenvolvimento de todas as regiões do país, provoca um menor impacto ambiental possível. Nas últimas décadas, o aumento do consumo energético no Brasil tem originado um impacto negativo sobre o ambiente, o que contribui para a implementação de novas estratégias energéticas e ambientais. A utilização racional dos recursos naturais para satisfazer as necessidades humanas atuais, sem comprometer os recursos para as gerações futuras, são preocupações da sustentabilidade ambiental. Os aproveitamentos do sol, a utilização do vento para conversão em energia, são formas que tendem a minimizar a emissão de poluentes na atmosfera, uma vez que não requerem processos de combustão. Para conhecer mais sobre o sistema de geração de energia elétrica no Brasil, consulte: » RIBEIRO, Amarolina. Distribuição de energia elétrica no Brasil. Brasil Escola. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/ distribuicao-energia-eletrica-no-brasil.htm>. Acesso em: 23 de julho de 2017. » ONS. Operador Nacional do Sistema Elétrico. Sistema Interligado Nacional. Disponível em: <http://www.ons.org.br/conheca_ sistema/o_que_e_sin.aspx>. Acesso em: 23 de julho de 2017. Atualmente, considerando todas as fontes e a importação de outros países, a matriz de energia elétrica brasileira é apresentada na tabela 4. 30 UNIDADE I │ INtroDUção tabela 4. relação de matriz de energia elétrica do Brasil. Fonte Capacidade Instalada Total Origem Fonte Nível 1 Fonte Nível 2 N° de Usinas (KW ) % N° de Usinas (KW ) % Biomassa Agroindustriais Bagaço de Cana-de- Açúcar 397 11.047.910 6,8328 415 415 415 Biogás-AGR 3 1.822 0,0011 3 3 3 Capim Elefante 3 65.700 0,0406 86 86 86 Casca de Arroz 12 45.333 0,0280 13 13 13 Biocombustíveis líquidos Etanol 1 320 0,0001 17 17 17 Floresta Óleos vegetais 2 4.350 0,0026 451 451 451 Carvão Vegetal 7 41.197 0,0254 22 22 22 Gás de Alto Forno - Biomassa 10 114.265 0,0706 163 163 163 Lenha 3 15.650 0,0096 1 1 1 Licor Negro 17 2.273.036 1,4058 2206 2206 2206 Resíduos Florestais 49 385.100 0,2381 1266 1266 1266 Resíduos animais Biogás - RA 13 4.439 0,0027 2 2 2 Resíduos sólidos urbanos Biogás - RU 16 120.384 0,0744 51 51 51 Carvão - RU 1 2.700 0,0016 11.160.765 11.160.765 11.160.765 Eólica Cinética do vento Cinética do vento 451 10.943.243 6,7681 4.670 4.670 4.670 Fóssil Carvão mineral Calor de Processo - CM 1 24.400 0,0150 2.829.248 2.829.248 2.829.248 Carvão Mineral 12 3.317.465 2,0517 4.439 4.439 4.439 Gás de Alto Forno - CM 9 390.130 0,2412 123.084 123.084 123.084 Gás Natural Calor de Processo - GN 1 40.000 0,0247 10.943.243 10.943.243 10.943.243 Gás Natural 162 12.977.729 8,0263 3.731.995 3.731.995 3.731.995 Outros Fósseis Calor de Processo - OF 1 147.300 0,0911 13.017.729 13.017.729 13.017.729 Petróleo Gás de Refinaria 6 315.560 0,1951 147.300 147.300 147.300 Óleo Combustível 73 4.058.051 2,5098 10.024.775 10.024.775 10.024.775 Óleo Diesel 2109 4.670.836 2,8887 99.368.727 99.368.727 99.368.727 Outros Energéticos de Petróleo 18 980.328 0,6063 1.990.000 1.990.000 1.990.000 Hídrica Potencial hidráulico Potencial hidráulico1266 99.368.727 61,457 172.234 172.234 172.234 Nuclear Urânio Urânio 2 1.990.000 1,2307 6,9026 6,9026 6,9026 Solar Radiação solar Radiação solar 51 172.234 0,1065 0,0028 0,0028 0,0028 Importação Paraguai 5.650.000 3,4943 5,0529 Argentina 2.250.000 1,3915 Venezuela 200.000 0,1236 Uruguai 70.000 0,0432 Total 4696 161.688.209 100 4696 161.688.209 100 Fonte: aneel. disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/operacaocapacidadeBrasil.cfm>. acesso em: 14/11/2017. 31 Introdução │ unIdAdE I Com base nos dados do capítulo 2, verifique as questões a seguir. » Como é formada a rede de geração e distribuição de energia elétrica no Brasil? É constituída por uma rede complexa de geradores e transmissores, com a finalidade conduzir a energia elétrica desde o local de sua geração até o lugar onde será consumida. Esse sistema conecta unidades geradoras, vias de transmissão e distribuição e seus consumidores finais da energia elétrica, de forma integrada ou não. » Qual estimativa atual da formação de unidades consumidores de energia elétrica no Brasil? Atualmente no Brasil, cerca de 80 milhões de Unidades Consumidoras (correspondente a um único consumidor e se refere ao ponto de entrega de energia com medição individualizada). A maior parte das UCs, totalizando 85%, são unidades residenciais, porém, a indústria é responsável por 35% do consumo de energia elétrica no país. » Como são classificadas as unidades consumidoras de energia no Brasil? Residencial, industrial, comercial, rural e demais classes. » O que é e qual atuação do SIN no Brasil? O Sistema Interligado Nacional (SIN) é composto pelos seguintes subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte. A interligação dos sistemas elétricos, por meio da malha de transmissão, favorece a transferência de energia entre os subsistemas, além de permitir a obtenção de ganhos sinérgicos e explorar a diversidade entre os regimes hidrológicos das bacias. A integração dos recursos de geração e transmissão permite o atendimento ao mercado com segurança e economicidade. 32 unidAdE ii fontES dE gErAção dE EnErgiA CAPÍtuLo 1 fontes de geração de energia fontes de geração de energia As fontes de energia são recursos que podem ser oriundos da natureza ou não, e são utilizados pela sociedade e pelo homem, para a geração de algum tipo de energia. A energia gerada é utilizada para diversos fins, com o objetivo de fornecer resultados de trabalho, como exemplo, o deslocamento de veículos, a geração de calor ou produção de eletricidade. É uma área de grande relevância e estratégica no cenário geográfico e político do mundo. O desenvolvimento dos países depende de uma infraestrutura energética capaz de suprir as demandas de sua população e de suas atividades econômicas. As fontes de energia também são consideradas uma questão de conservação ambiental, pois graves impactos sobre a natureza podem ser ocasionados dependendo das formas de utilização dos diferentes recursos. Os meios de transporte, de comunicação, iluminação, além das residências, indústrias, comércios em geral, e vários campos da sociedade, dependem totalmente da disponibilidade de energia. Com o crescimento socioeconômico de diversos países, a procura por recursos para a geração de energia cresce a cada ano, aumentando também o caráter estratégico e até disputas internacionais em busca desses recursos. As fontes de energia podem ser classificadas de diferentes formas, de acordo com a capacidade natural de reposição de seus recursos. As fontes renováveis e as fontes não renováveis fazem parte desta classificação. 33 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Para maiores informações sobre fontes de energia renováveis e não renováveis, visite o seguinte mapa de interação e utilização de fontes de energia na página Portal Energia: <https://www.portal-energia.com/wp-content/uploadsthumbs/ ciclo-da-energia.jpg>. Microgeração O fornecimento de energia elétrica pode causar consideráveis danos ambientais, desde seu processo de geração até a sua distribuição. Quanto maior for o sistema elétrico, ou seja, quanto maior for o trajeto entre geração e o consumo da energia, maiores poderão ser os impactos em razão da presença de construções e equipamentos de transmissão e distribuição, além de acrescentar uma perda extra de potência ao sistema. Quando um fluxo de potência percorre um meio, parte dessa energia é convertida em perdas de diferentes naturezas. Dessa maneira, a geração distribuída tem se tornado uma ferramenta na melhoria da eficiência e confiabilidade global do sistema elétrico nacional, além de ser uma ferramenta de sustentabilidade. A modalidade de microgeração foi criada como medida de ampliação da geração distribuída e incentivo à utilização de fontes renováveis de energia elétrica. Desta forma, surge então a necessidade de viabilizar essa modalidade da produção de energia elétrica em pequena escala, de analisar os impactos ambientais e os impactos sobre os níveis de qualidade e confiabilidade do sistema elétrico e dos usuários a ele conectados. Conceito de micro geração A micro geração surge junto com o conceito de geração distribuída. A geração distribuída pode ser entendida como a instalação de pequena unidade de geração junto à rede de distribuição ou consumidor. No Brasil, a potência máxima de 30 MW é a mais utilizada para definir geração distribuída. Uma das vantagens desse tipo de geração é o aumento da confiabilidade do sistema elétrico, considerando a diminuição das perdas nas redes, de transmissão, aumento da disponibilidade de energia, além da diminuição da emissão de gases na atmosfera e o aproveitamento de recursos naturais e sistemas de cogeração. A micro geração distribuída é considerada toda central geradora de energia elétrica com potência instalada menor ou igual a 100 kW. Esse nível de potência varia de país para país, de acordo com a regulação local. As fontes das micro centrais devem ser baseadas em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme 34 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras e não despachadas pela ONS. É importante diferenciar uma central geradora de energia elétrica, com potência instalada superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW para fontes (mini geração distribuída) com fontes baseadas em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada (micro centrais distribuídas) conforme regulamentação da ANEEL, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras. Desta forma, a classificação da geração distribuída então diferencia o micro gerador, com potência de até 100 kW, o mini gerador, com potência de até 1MW, e a geração distribuída com potência de até 30MW. O micro gerador de energia é considerado um consumidor e produtor de energia elétrica no Brasil. A energia é gerada para consumo próprio e seu excedente é vendido para a rede elétrica. Esse consumidor pode ser residencial ou comercial. Os sistemas de micro geração podem possuir uma única fonte, ou combinar duas ou mais fontes renováveis, desde que não seja excedido o limite de produção. São consideradas fontes apropriadas para micro geração, a energia solar fotovoltaica, micro geradores eólicos, microturbinas hidráulicas, biomassa e células a combustível. No Reino Unido, a classificação de micro geração é diferente do sistema brasileiro, que considera a micro geração as unidades de geração que utilizam unicamente a biomassa, biocombustíveis, células a combustível,células fotovoltaicas, recursos hídricos e energia eólica para geração de eletricidade e produção de calor com capacidade máxima de 50 kW para eletricidade e 45kW para calor. fontes renováveis As fontes renováveis de energia são aquelas que possuem a capacidade de reposição naturalmente, porém, algum dia elas podem se esgotar. Algumas destas fontes, como o vento, chuva, marés, ondas, geotérmicas e a luz solar, são permanentes, mas outras, como a água, biomassa e hidrogênio podem acabar, dependendo da maneira como elas são utilizadas. Nem toda fonte renovável de energia está livre da emissão de poluentes ou de impactos ambientais em larga escala. É importante destacar que nem todo recurso natural é renovável, ou seja, são retirados da natureza, porém existem em quantidade limitada. Alguns destes recursos são o urânio, o carvão e o petróleo. No ano de 2008, cerca de 19% do consumo mundial de 35 Fontes de geração de energia │ Unidade ii energia veio de fontes renováveis, sendo 13% provenientes da tradicional biomassa (usada principalmente para aquecimento), e 3,2% a partir da hidroeletricidade. Outras fontes de energias renováveis que constituem pequenas hidrelétricas, biomassa, eólica, solar, geotérmica e biocombustíveis, representaram outros 2,7% e este percentual está crescendo muito rapidamente. A proporção das energias renováveis na geração de eletricidade é de cerca de 18%, com 15% da eletricidade global vindo de hidrelétricas e 3% de novas energias renováveis. Algumas fontes de energia renováveis e seus funcionamentos serão descritos a seguir. Energia eólica A conversão de energia cinética em energia mecânica vem sendo utilizada pela humanidade há mais de 3.000 anos. Os moinhos de vento tinham diferentes funções, como o bombeamento de água para irrigação das plantações, sendo muito importantes na agricultura. O vento é um recurso energético inesgotável pela natureza e, portanto, considerado renovável. Em algumas regiões do mundo, a sua frequência e intensidade são suficientes para a geração de eletricidade por meio de equipamentos aero geradores. Estes equipamentos se movimentam pelas pás das hélices, movendo assim turbinas e geradores que convertem a energia mecânica produzida pelo vento em energia elétrica. A utilização desse tipo de energia para a produção de eletricidade iniciou-se na década de 1980, na Dinamarca. Desde 1990, o setor de energia eólica vem apresentando um crescimento acelerado em todo o mundo. A figura 6 ilustra um exemplo de geração de energia eólica. Figura 6. energia eólica. Fonte: mundo educação. disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/3f37ca20c96ec 8aac1780e7350b9558c.jpg>. 36 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA fundamentos da energia eólica Alguns elementos que fazem parte do sistema de energia eólica serão descritos a seguir. tipos de aero geradores rotores de eixo vertical Os rotores de eixo vertical possuem a vantagem de não necessitarem de meios de acompanhamento para variações da direção do vento, reduzindo assim a complexidade do projeto e os esforços devido às forças de Coriolis. Eles também podem ser movidos por forças de sustentação (lift) e por forças de arrasto (drag). Os principais tipos de rotores de eixo vertical são: Darrieus, Savonius e turbinas com torre de vórtices. Os rotores do tipo Darrieus são movidos por forças de sustentação e são constituídos por lâminas curvas de perfil aerodinâmico, atadas pelas duas pontas ao eixo vertical. A figura 7 ilustra um aero gerador de eixo vertical. Figura 7. aero gerador experimental de eixo vertical. Fonte: cresesB. disponível em: <http://www.cresesb.cepel.br/images/tutorial_eolica/image029.jpg>. rotores de eixo horizontal Os rotores de eixo horizontal são os mais comuns. Eles são movidos pelas forças de sustentação e forças de arrasto. Um corpo que impede o movimento do vento sofre a ação de forças que atuam perpendicularmente ao escoamento (forças de sustentação) e de forças que atuam na direção do escoamento (forças de arrasto). Ambas são proporcionais ao quadrado da velocidade relativa do vento e as forças de sustentação dependem da 37 Fontes de geração de energia │ Unidade ii geometria do corpo e do ângulo de ataque (que é formado entre a velocidade relativa do vento e o eixo do corpo). Os rotores que giram predominantemente sob o efeito de forças de sustentação permitem liberar muito mais potência do que aqueles que giram sob efeito de forças de arrasto, para uma mesma velocidade de vento. Os rotores de eixo horizontal ao longo do vento (convencionais) são movidos por forças de sustentação e devem possuir mecanismos capazes de permitir que o disco varrido pelas pás esteja sempre em posição perpendicular ao vento. Estes rotores podem ser constituídos de uma pá e contrapeso, duas pás, três pás ou múltiplas pás (multivane fans). As pás podem ter as mais variadas formas e empregar os mais variados materiais. Em geral, utilizam-se pás rígidas de madeira, alumínio ou fibra de vidro reforçada. Sobre a posição do rotor em relação à torre, o disco varrido pelas pás pode estar a jusante do vento (down wind) ou a montante do vento (up wind). Quando o disco varrido pelas pás está jusante ao do vento, a sombra da torre provoca vibrações nas pás. Quando o disco está montante do vento, a sombra das pás provoca esforços vibratórios na torre. Os sistemas a montante do vento necessitam de mecanismos de orientação do rotor com o fluxo de vento, enquanto nos sistemas a jusante do vento, a orientação é realizada automaticamente. Os rotores mais utilizados para geração de energia elétrica são os de eixo horizontal do tipo hélice, que são normalmente compostos de 3 pás ou, em alguns casos, quando as velocidades médias são muito altas e há possibilidade de geração de maior ruído acústico, 1 ou 2 pás. A figura 8 ilustra os componentes de um aero gerador de eixo horizontal. a. Componentes de um aero gerador de eixo horizontal: › Pás + Rotor. › Transmissão Mecânica. › Gerador Elétrico (Conversor). › Sistema de Controle e freio. › Sistema Estrutural – torre. › Sistema de refrigeração. › Sistema de monitoramento. › Controle. 38 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA › Proteção. › Nacele. › Torre. Figura 8. componentes de um aero gerador de eixo horizontal. Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/aBaaaauYgaI-7.jpg>. acesso em: 14/11/2017. Algumas opções de configuração relacionadas ao projeto de uma turbina e que são escolhidas conforme estudos técnicos e econômicos são listadas a seguir. » Número de pás do rotor. » Orientação do rotor com relação à torre. » Material em que são feitas as pás, método de construção, perfil do aerofólio. » Projeto do cubo: rígido, flexível, em balanço. 39 Fontes de geração de energia │ Unidade ii » Controle do torque aerodinâmico: estol e controle de passo. » Velocidade do rotor: fixa ou variável. » Orientação do rotor com relação à direção do vento: livre ou mecanismo ativo. » Gerador elétrico: síncrono ou assíncrono (gaiola de esquilo ou rotor bobinado). » Multiplicação de velocidade do rotor: com caixa de engrenagem (eixo paralelo ou planetário), sem caixa de engrenagem (acoplamento direto do gerador elétrico ao eixo de baixa rotação). Para maiores informações sobre princípio de funcionamento do aero gerador, visite o seguinte site: <https://evolucaoenergiaeolica.files.wordpress. com/2012/06/aerogeradores.gif>. b. Considerações sobre especificação do aero gerador: › Rotor eólico: pás, cubo do aero gerador, mecanismos de controle de passo. › Pás: · Aspectos considerados no projeto: aerodinâmico, estrutural. · Fatores que influenciam no projeto aerodinâmico: potência e velocidadenominal. 31 2 =Pm pAv Cp Onde: Pm = Torque (T) (Newton-metro) x Velocidade angular (w) Razão de velocidade de ponta de pá: 1 RRV V ω λ = = Solidez = área sólida das pás (S) / pela área formada pela rotação das pás. c. Aerofólio. d. Número de pás. 40 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA É vantagem ter um número menor de pás em função da técnica empregada atualmente na fabricação das pás, tendo em vista que o custo da turbina eólica fica reduzido. Em comparação de desempenho entre as turbinas de uma, duas e três pás, a turbina de três pás possui uma maior eficiência. Razões para obter maior estabilidade: » O momento polar de inércia é constante em relação ao movimento de guinada do rotor. » Possui uma menor velocidade rotacional para uma mesma produção de energia. » Menor ruído. » Atualmente, as turbinas de três pás são as mais usadas pois possuem o sistema menos complexo para absorver os impactos das cargas do rotor com a turbina. e. Controle de potência do rotor: Em relação ao controle de potência do rotor, o método emprega o controle (estol ou controle de passo) e tem um efeito significante no projeto das pás no que diz respeito à escolha do aerofólio. f. Orientação do rotor: A orientação do rotor em relação à torre tem efeito na geometria das pás de forma secundária, relacionada à inclinação das pás em relação ao plano de rotação. Outros aspectos relativos ao projeto das pás: » Conexão ao cubo. » Proteção contra descargas atmosféricas. » Sistema de aquecimento. g. Fatores restritivos ao projeto da torre: › Estético. › Econômico. › Aerodinâmico. 41 Fontes de geração de energia │ Unidade ii › Estrutural – posicionamento das pás – fadiga. › Regime esperado de vento – fatores climáticos. › Facilidade de acesso. › Disponibilidade de equipamento para transporte e içamento. h. Sistema integrado à rede elétrica. Figura 9. sistema integrado a rede elétrica. grupo eólico com gerador com: (a) rotor bobinado; (b) rotor de ímãs permanentes. (carvalho, 2006) Fonte: neves (2014). Ampliação da produção de energia eólica no Brasil No ano de 2016, foi apurado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) uma expansão de 2.491 MW, e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) 42 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA também registrou um aumento de 53,4% em relação ao ano de 2015. Desta forma, confirma-se a liderança do Brasil na produção dessa energia renovável. A geração dessa fonte renovável tem uma tendência em aumentar nos próximos anos, inclusive, baratear o custo da geração de energia no país. Atualmente, mais de 7% de toda a energia produzida no Brasil é de energia eólica. Considerando que a energia eólica é mais barata em comparação com a energia gerada em usinas hidrelétricas, ela possui uma tendência de crescimento muito grande. Para saber mais sobre a ampliação da energia eólica no Brasil, acesse o vídeo: Brasil amplia produção de energia eólica. Disponível em: <https://youtu.be/ efoodYAdbvA>. Acesso em: 27 de jul. 2017. nordeste na liderança de geração de energia eólica Na região Nordeste atualmente 50% da energia gerada é eólica, e a tendência é que isso cresça. A região é beneficiada por temporadas de ventos fortes, desta forma, ela continua sendo o maior polo brasileiro de geração de energia eólica. O Rio Grande do Norte foi o principal estado gerador no Brasil no ano de 2016. As usinas potiguares produziram 1.206 MW médios no período, representando um aumento de 50% em relação ao ano de 2015. Em razão do alto custo de seus equipamentos, atualmente a energia eólica não é tão utilizada no mundo. Alguns países como Estados Unidos, China e Alemanha já adotaram substancialmente esse recurso. A principal vantagem deste tipo de geração de energia é a não emissão de poluentes na atmosfera e os baixos impactos ambientais. A fgura 25 ilustra os dados da energia eólica no Brasil. Para maiores informações sobre a capacidade de energia eólica no Brasil, visite o seguinte site: <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2017/03/brasil-e-o- maior-gerador-de-energia-eolica-da-america-latina>. Energia solar Uma outra fonte de energia renovável é a energia solar. Ela aproveita a luz do sol para a geração de eletricidade e também para o aquecimento da água. Este tipo de energia é uma boa opção na busca por alternativas que impactam menos o meio ambiente, pois consiste numa fonte energética renovável e limpa, pois não emite poluentes. Normalmente, ela é utilizada em locais mais isolados, secos e ensolarados. 43 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Duas formas de aproveitamento da energia solar são existentes, sendo a fotovoltaica e a térmica. Para energia solar fotovoltaica, são utilizadas células específicas que lançam mão do chamado “efeito fotoelétrico” para a produção de eletricidade. Para energia solar térmica, o aquecimento da água é utilizado tanto para uso direto quanto para a geração de vapor. Este atuará em processos de ativação de geradores de energia, mas também podem ser utilizados também outros tipos de líquidos. A energia solar ainda não é muito utilizada mundialmente devido ao seu alto custo. Aos poucos seu aproveitamento vem crescendo com a instalação de placas em residências, indústrias e grandes empreendimentos e também na construção de usinas solares voltadas para a geração de energia elétrica. A obtenção da energia solar pode ocorrer pela forma direta e indireta. Pela forma direta, a energia é obtida por meio de células fotovoltaicas, utilizando geralmente material base silício. Quando a luz solar atinge as células, ela é diretamente convertida em eletricidade. O efeito fotovoltaico ocorre quando fótons incidem sobre os átomos, proporcionando a emissão de elétrons, que gera corrente elétrica. Os preços destas células são bem elevados. Pela forma indireta, a energia é obtida pela construção de usinas em áreas de grande insolação, pois como a energia solar atinge a Terra de forma tão difusa, ela requer captação em grandes áreas. Nestas áreas, são distribuídos centenas de coletores solares conforme ilustrado na figura 10. Figura 10. painel fotovoltaico. Fonte: <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2016/01/brasil-estara-entre-os-20-paises-com-maior-geracao-solar-em-2018/ solarpowerplantserpac.jpg/@@images/618e1b80-3c8b-4d86-a6a7-fc669baed123.jpeg>. acesso em: 14/11/2017. Alguns países utilizam bastante este tipo de energia. Por exemplo, em Israel, aproximadamente 70% das residências possuem coletores solares. Outros países adeptos à utilização da energia solar são Estados Unidos, Alemanha, Japão e Indonésia. Já no 44 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Brasil, a utilização de energia solar está aumentando significativamente, principalmente pela utilização do coletor solar destinado ao aquecimento de água. Como foi observado, a energia solar possui aspectos bastante positivos em relação à sua abundância, e pelo fato de ser renovável e limpa. Porém, ela ainda é pouco utilizada, pois os custos para a obtenção são muito elevados, não sendo viável economicamente. Para baratear os custos de instalação e aumentar a eficiência, necessita-se de pesquisas e maior desenvolvimento tecnológico. Componentes de um sistema fotovoltaico Existem dois tipos básicos de sistemas fotovoltaicos: os sistemas isolados (Off-grid) e os conectados à rede (Grid-tie). A instalação dos sistemas isolados é realizada em locais remotos ou onde há um custo elevado para se conectar à rede elétrica. Já os sistemas conectados à rede, substituem ou complementam a energia elétrica convencional disponível na rede elétrica. A fgura 11 ilustra um sistema de energia fotovoltaico utilizado em uma residência. Figura11. sistema de energia solar fotovoltaica. Fonte: <https://www.neosolar.com.br/images/saiba-mais/energia_solar_fotovoltaica-off-grid.jpg>. acesso em: 14/11/2017. De acordo com a figura 11, um sistema fotovoltaico é composto por quatro componentes básicos: » Painéis solares – painéis responsáveis por transformar energia solar em eletricidade. 45 Fontes de geração de energia │ Unidade ii » Controladores de carga – responsáveis por evitar sobrecargas ou descargas exageradas na bateria, aumentando sua vida útil e desempenho. » Inversores – responsáveis por transformar a corrente contínua (CC) das baterias em corrente alternada (AC), ou outra tensão desejada. » Baterias – as baterias armazenam a energia elétrica para que o sistema possa ser utilizado quando não há sol. Convém destacar que um sistema isolado necessita de baterias e controladores de carga, já um sistema conectado à rede funciona somente com painéis e inversores, pois não precisam armazenar energia. irradiação solar A constante solar, que corresponde ao valor de 1367 W/m2, é conhecida como a densidade média anual do fluxo energético proveniente da radiação solar. Ela é medida no plano perpendicular em relação a direção de propagação dos raios solares no topo da atmosfera. Cerca de 54% da irradiação solar que incide no topo da atmosfera é refletida em torno de 7% e absorvida em torno de 47% pela superfície terrestre. Os demais 46% são absorvidos ou refletidos diretamente pela atmosfera. A potência total disponibilizada pelo sol a Terra é cerca de 94 mil TW que chegam efetivamente a superfície terrestre. A figura 12 exemplifica a distribuição de irradiação solar sobre a superfície da Terra. Figura 12. distribuição de irradiação solar sobre a superfície da terra. Fonte: manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos – João tavares pinho / marcos antônio galdino – cepel dte – cresesB. 46 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Brasil estará entre os 20 países com maior geração solar em 2018 No ano de 2014, houve a primeira contratação de energia solar de geração pública centralizada, e, no ano de 2015, mais dois leilões ocorreram, totalizando 2.653 MW. A potência instalada de geração de energia solar fotovoltaica contabilizada no final do ano de 2014 foi de 180 Gigawatts, sendo 40,2 Gigawatts a mais que o ano de 2013. No ano de 2018, o Brasil deverá estar entre os 20 países com maior geração de energia solar, considerando-se a potência já contratada e a escala da expansão dos demais países. O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2024) estima que a capacidade instalada de geração solar chegue a 8.300 MW em 2024, sendo 7.000 MW geração descentralizada e 1.300 MW distribuída. A proporção de geração solar deve chegar a 1% do total. Estudos para o planejamento do setor elétrico em 2050 estimam que 18% dos domicílios no Brasil contarão com geração fotovoltaica (8,6 TWh) ou 13% da demanda total de eletricidade residencial. Para saber mais sobre a energia solar no Brasil, veja os vídeos abaixo: Maior parque de energia solar do Brasil entra em funcionamento no oeste baiano. Disponível em: <http://g1.globo.com/bahia/jornal-da-manha/videos/v/ maior-parque-de-energia-solar-do-brasil-entra-em-funcionamento-no-oeste- baiano/5919557/>. Acesso em: 27 de jul. 2017. Cidades e Soluções: As novas tecnologias sobre energia solar no Brasil. Disponível em: <http://g1.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/videos/v/cidades- e-solucoes-as-novas-tecnologias-sobre-energia-solar-no-brasil/5189597/>. Acesso em: 27 de jul. 2017. Reportagem do Fantástico sobre a Energia Solar Fotovoltaica no Brasil. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2jkyJoi-DZU>. Acesso em: 27 de jul. 2017. Energia hidrelétrica O aproveitamento hidráulico da água dos rios para a movimentar as turbinas de eletricidade corresponde a energia hidrelétrica (ou hidroelétrica). Chamamos de energia potencial o nome dado a força da água em movimento. Essa água passa por tubulações da usina com grande força e velocidade, e realiza a movimentação das turbinas. 47 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Nesse processo, ocorre a transformação de energia potencial (provida da água) em energia mecânica (produzida pelo movimento das turbinas). Em um gerador estão conectadas as turbinas em movimento, sendo responsável pela transformação da energia mecânica em energia elétrica. A figura 13 ilustra a usina hidroelétrica de Itaipu. Figura 13. usina hidroelétrica de Itaipu. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/e/energia%20hidreletrica2.jpg>. acesso em: 14/11/2017. Pelo fato de o Brasil ter um grande potencial que corresponde a quantidade de rios propícios para a geração de hidroeletricidade, essa é a principal fonte de energia elétrica do país, ao lado das termoelétricas. Nas usinas hidroelétricas, são construídas barragens no leito do rio para o manter a água (represa) que será utilizada no processo de geração de eletricidade. A construção destas barragens em rios que apresentem desníveis em seus terrenos, são mais aconselháveis, pois tem por objetivo diminuir a superfície inundada. Desta forma, a instalação dessas usinas em rios de planalto é recomendada, sendo também possível em rios de planícies, porém com impactos ambientais maiores. No ano de 2014, a eficiência energética das hidrelétricas foi muito alta, em torno de 65,2%. O investimento inicial e os custos de manutenção são elevados, porém, o custo do combustível (que é a própria água) é nulo. geração de energia elétrica a partir de usina hidrelétrica A formação do sistema de geração de energia elétrica a partir da estrutura de uma usina hidrelétrica será detalhada a seguir. 48 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA a. Princípio de funcionamento: Considere o seguinte cálculo de potência: P = m.g.HQ Onde: HQ = queda bruta m = massa que cai/seg g = aceleração da gravidade Se a água que cai se origina de um rio com velocidade v’, considere: P = m.g.H + 1/2 m.v’2 Onde: 1/2 m.v’2 em geral pode ser desprezada pois v’ é muita pequena. Figura 14. conceito de queda d’água. Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000003523/md.0000039126.png>. acesso em: 14/11/2017. 49 Fontes de geração de energia │ Unidade ii b. Produção de energia em relação a vazão da água: Troca-se m/seg por Q (vazão) => m3/s Onde: ρ = m/Q Q é o volume de água que escoa por segundo através do tubo (vazão) P = g.H.Q Onde: g é aceleração da gravidade (9,81m/s2) ρ = 1.000 kg/m3 Potência = 9,81 H. Q (kW), sendo H = metros e Q = m3/s 3 t g HPg g. .10 . . . .Q.h [kW] −= ρ η η η Figura 15. conceito de função de produção de energia em relação a vazão da água. Fonte: próprio autor. 50 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA c. Quanto à potência Classificação das hidroelétricas quanto à potência. » Micro: P < 100 kw » Mini: 100 < P < 1.000 kw » Pequenas: 1.000 < P < 30.000 kw » Médias: 30.000 < P < 150.000 kw » Grandes: P > 150.000 kw d. Quanto à altura de queda d’água Classificação das hidroelétricas quanto à altura de queda d’água. » Baixíssima: H < 10 metros. » Baixa: 10 < H < 50 metros. » Média: 50 < H < 250 metros. » Alta: H < 250 metros. e. Quanto à forma de captação da água: Classificação das hidroelétricas quanto à forma de captação de água. » Leito de rio ou de barramento. » Desvio ou em derivação. f. Pontos a serem analisados para a instalação de uma central hidrelétrica › Potência mecânico – hidráulica disponível. › Potência utilizável. › Possibilidade de transporte dos componentes ao parque gerador. › Custo das obras civis. › Custos dosequipamentos de ação direta e dos equipamentos auxiliares. › Custo de manutenção. 51 Fontes de geração de energia │ Unidade ii › Rendimento dos equipamentos de ação direta (turbina e gerador). › Custo das áreas inundáveis. › Valores das áreas no entorno do reservatório. › Aspectos ligados à geologia e à localização do reservatório e da barragem. turbinas Máquinas de fluxo Os fluidos mecânicos são dispositivos que direcionam o fluido com lâminas ou pás fixadas em turbo máquinas, que é um elemento rotativo. Nas máquinas de deslocamento positivo, a transferência de energia é realizada por variações de volume no qual o fluido está confinado. A troca de energia em uma turbomáquina é resultado da interação entre o rotor sobre a corrente de fluido. As turbomáquinas podem ser classificadas de acordo com a geometria do percurso do fluido. » máquinas de fluxo radial (ou centrífugas) – a trajetória do fluido é radial. » máquinas axiais – a trajetória do fluxo é paralela à linha de centro da máquina. » máquinas de fluxo misto – a direção da trajetória do fluido varia moderadamente. As bombas são as máquinas que adicionam energia a um fluido de forma a realizar o trabalho sobre o fluido quando o escoamento é líquido ou pastoso. As turbinas são as máquinas que extraem energia de um fluido na forma de trabalho. Nas turbinas hidráulicas, o fluido de trabalho é a água. tipos de turbinas Os principais tipos de turbinas hidráulicas são listados a seguir. Cada um dos tipos tem suas vantagens para certas combinações de altura de queda e vazão. As turbinas também podem ser montadas com o eixo no sentido vertical ou horizontal. » Turbinas Pelton: são turbinas de impulsão que são acionadas por jatos livres de alta velocidade. A pressão e a velocidade relativa ao rotor não mudam enquanto o fluido passa sobre as conchas da turbina. A aceleração e a queda de pressão do fluido ocorrem em bocais externos às pás. 52 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Figura 16. turbina pelton. Fonte: mspc. disponível em: <http://www.mspc.eng.br/fldetc/fld_turb_10.shtml>. acesso em: 14/11/2017. » Turbinas Francis: são turbinas de reação, na qual a água entra circunferencialmente através da carcaça da turbina e escoa em direção ao rotor. A água que entra no rotor é defletida para baixo para sair na direção axial. Quando ela sai do rotor, escoa-se através de um difusor conhecido como tubo de extração antes da entrada no coletor. Figura 17. turbina Francis. Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/turbina_hidr%c3%a1ulica#/media/File:Hydroelectricturbine.jpg>. acesso em: 14/11/2017. » Turbinas Kaplan: é uma turbina hélice de reação, na qual a entrada de água é similar à turbina Francis, porém, mas é defletida para escoar quase axialmente antes da entrada no rotor. 53 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Figura 18. turbina de Hélice tipo Kaplan. Fonte: <http://www.exatecno.net/ampliacion/energia/turbinaKaplan03-Funcionamie.jpg>. acesso em: 14/11/2017. » Turbinas Bulbo: é uma unidade geradora formada por uma turbina Kaplan e um gerador envolto por uma cápsula. Esta cápsula fica imersa no fluxo d´água e o gerador fica posicionado no mesmo eixo do rotor, possibilitando seu uso em locais de pouca queda d’água. Figura 19. turbina Bulbo. Fonte: <http://pt.made-in-china.com/co_aerospace/product_Bulb-tubular-type-micro-Hydro-turbine_esuysisoy.html>. acesso em: 14/11/2017 Características de desempenho do sistema Para a especificação das máquinas de fluxo para os sistemas de escoamento, a equipe deve conhecer algumas variáveis como o aumento de pressão, o torque, o requisito de potência e a eficiência de uma máquina. Para uma determinada máquina, cada uma destas características é uma função da vazão e as características para máquinas 54 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA similares dependem do tamanho e da velocidade de operação. No processo de teste de uma turbina, um dinamômetro é utilizado para absorver a potência gerada pela turbina, enquanto a velocidade e o torque são medidos. Os testes de turbinas são conduzidos à velocidade constante sob uma carga variável, enquanto o consumo de água é medido e a eficiência calculada. a. Turbinas de impulsão Quando a altura de carga disponível excede cerca de 300m as turbinas de impulsão são escolhidas. A maior parte das turbinas de impulsão são rodas Pelton. Uma turbina de impulsão é suprida com água com altura de carga elevada por meio de um duto de adução. A água é acelerada por meio de um bocal e descarregada como um jato livre de alta velocidade à pressão atmosférica. O jato se choca contra as pás em forma de concha, que são montadas na periferia de uma roda giratória. A energia cinética do jato é transferida enquanto ele é defletido pelas pás. A potência gerada pela turbina é controlada, para uma velocidade de jato constante, pela variação da vazão da água atingindo as pás. A água descarregada da roda, a uma velocidade relativamente baixa, cai dentro do coletor. A altura de carga bruta disponível é a diferença entre os níveis do reservatório de alimentação e do coletor. A altura de carga efetiva ou líquida, H, usada para calcular eficiência, é a altura de carga total na entrada do bocal, medida na elevação da linha do centro do bocal. Nem toda a carga líquida é convertida em trabalho na turbina, uma parte é perdida por ineficiência da turbina, outra parte é perdida no bocal e mais uma outra é perdida como energia cinética residual na saída do escoamento. O tubo de adução na prática é geralmente dimensionado de modo que a altura de carga líquida na potência nominal seja 85 a 95% da altura de carga bruta. Figura 20. diagrama de uma turbina de impulsão. Fonte: <http://www.copel.com/hpcopel/root/pagcopel2.nsf/arquivos/turbina_hidraulica/$FIle/turbina_hidraulica.jpg>. acesso em: 14/11/2017. 55 Fontes de geração de energia │ Unidade ii b. Turbinas de reação As turbinas de reação têm melhor eficiência do que as turbinas de impulsão para alturas de cargas menores. Em contraste com o escoamento numa bomba centrífuga, o escoamento numa turbina de reação possui sua entrada no rotor na seção radial mais externa e descarrega na seção radial mais interna, após ter transferido a maior parte de sua energia ao rotor. As turbinas de reação tendem a ser máquinas de alta vazão e baixa carga e trabalham cheias de água. Desta forma, é possível usar um tubo de extração para recuperar uma fração da energia cinética que permanece na água que sai do rotor. A altura de carga bruta disponível é a diferença entre a altura de carga do reservatório de alimentação e a altura de carga do coletor. A altura de carga efetiva, H, usada para calcular eficiência, é a diferença entre a elevação da linha de energia imediatamente a montante da turbina e aquela do tubo de extração da descarga. A carga líquida disponível para a turbina é igual a carga bruta menos as perdas na tubulação de alimentação e a perda de energia cinética na saída da turbina. Sem o tubo de extração, a velocidade na saída e a energia cinética seriam relativamente grandes, porém, com o tubo de extração elas são pequenas, resultando em um aumento na eficiência da turbina. Ainda, o difusor do tubo de extração reduz a pressão através da turbina e, por consequência, aumenta a produção de energia. A turbina Francis é escolhida quando 15≤H≤300m e a turbina Kaplan é usada quando para cargas de 15m ou menos. O desempenho de turbinas de reação e de impulsão podem ser medidos da mesma forma, porém, nas turbinas de reação as cargas brutas são menores, e qualquer variação no nível de água durante a operação é mais significativa. As medições devem ser feitas para uma série de alturas de carga, com o objetivo de definir o desempenho deuma turbina de reação. A turbina de reação tem eficiência máxima superior àquela da turbina de impulsão, mas a eficiência da turbina de reação varia bruscamente com a carga. Figura 21. turbina de reação. Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/aBaaag7vmag-12.jpg>. acesso em: 14/11/2017. 56 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA tipos de turbinas utilizadas por usinas no Brasil a. Itaipu – Turbinas Francis A usina de Itaipu é considerada a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia. Em 2009, a usina atingiu a quarta maior produção anual de energia. Foram 91.651.808 megawattshora (MWh) produzidos ao longo do ano. O recorde histórico de produção de energia ocorreu em 2008, com a geração de 94.684.781 megawatts-hora (MWh). Figura 22. exemplo de unidade geradora Francis na usina de Itaipu. Fonte: <http://assets.inhabitat.com/wp-content/blogs.dir/1/files/2016/06/linthal-hydropower-station-8-generators-rendering. png>. acesso em: 14/11/2017. Dados técnicos: » Turbinas Francis: 20 un. » Rotação: 90,9/92,3 rpm. » Vazão Nominal Unitária: 645 m³/s. » Queda Bruta Normal: 120 m. b. Governador Parigot de Souza – Turbinas Pelton No município de Antonina, a usina hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza possui a potência de 260 MW. Seu reservatório está localizado na Rodovia 57 Fontes de geração de energia │ Unidade ii BR-116 (trecho Curitiba – São Paulo), no município de Campina Grande do Sul, a 50 km de Curitiba. Esta usina entrou em operação em outubro de 1970, tendo sido inaugurada oficialmente em 26 de Janeiro de 1971, quando entrou em operação comercial. Ela é a maior central subterrânea do sul do país. Inicialmente conhecida como Capivari-Cachoeira, a usina recebeu seu nome em homenagem ao Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, que liderou o Paraná entre 1971 e 1973, e foi, também, presidente da Copel. Para a sua construção, foram represadas as águas do rio Capivari, localizado no primeiro planalto paranaense, a 830 metros acima do nível do mar. Este represamento foi possível pela construção de uma barragem de terra de 58 m de altura e 370 m de comprimento. Na base da montanha, três grandes cavernas foram escavadas, compondo a Central subterrânea: sala de válvulas, sala de máquinas e sala dos transformadores. Figura 23. roda pelton da usina gov. parigot de souza. Fonte: <https://pt.scribd.com/doc/37528189/usinas-Hidreletricas-e-turbinas-para-geracao-de-energia>. acesso em: 14/11/2017. Dados técnicos: » Turbinas Pelton: 4 un. » Rotação: 514 rpm. » Diâmetro do conduto forçado: 3 m. 58 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA » Velocidade da água: 426 km/h. » Queda Bruta Normal: 754 m. c. Belo Monte – Turbinas Bulbo A usina de Belo Monte foi projetada para ser construída no Rio Xingu, no Pará. Devido a discussões entre o governo e ambientalistas, ela teve duas casas de força, sendo a casa complementar com 6 turbinas Bulbo e a principal com turbinas Francis. Quando entrar em operação, a energia gerada será equivalente a 6,4% do consumo total de eletricidade do Brasil. No ano de 2016, iniciou-se a operação da primeira turbina da usina, em fase de teste. Ficha Técnica (casa de força complementar): » Turbinas Bulbo: 6 un. » Rotação: 109,9 rpm. » Vazão Nominal Unitária: 320 m³/s. » Queda Bruta Normal: 11,5 m. Para saber mais sobre as usinas hidrelétricas no Brasil, veja os vídeos a seguir. O Brasil e suas usinas hidrelétricas. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=GtJVxVU17Xs>. Acesso em: 27 de jul. 2017. Como funciona uma usina hidrelétrica? Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=iYPMZamqSH4>. Acesso em: 27 de jul. 2017.Usina de itaipú Documentário 1. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=uBdCbCtgpDE>. Acesso em: 27 de jul. 2017. Potencial hidrelétrico brasileiro O potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica do Brasil está entre os cinco maiores do mundo; o país tem 12% da água doce superficial do planeta e condições adequadas para exploração. O potencial hidrelétrico é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão localizados na Bacia Hidrográfica do Amazonas. A Bacia do Paraná responde por 23%, a do Tocantins, por 10,6% e a do São Francisco, por 10%. Apenas 63% do potencial foi inventariado. A Região Norte, em especial, tem um grande potencial ainda por explorar. 59 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Algumas das usinas em processo de licitação ou em obras na Amazônia vão participar da lista das dez maiores do Brasil: » Belo Monte (que terá potência instalada de 11.233 megawatts). » São Luiz do Tapajós (8.381 MW). » Jirau (3.750 MW). » Santo Antônio (3.150MW). Entre as maiores em funcionamento estão: » Itaipu (14 mil MW, ou 16,4% da energia consumida em todo o Brasil). » Tucuruí (8.730 MW). » Ilha Solteira (3.444 MW). » Xingó (3.162 MW). » Paulo Afonso IV (2.462 MW). Biomassa A biomassa é um material formado por substâncias de origem animais e vegetais. Ela é classificada como qualquer material de constituição orgânica que pode ser utilizado para algum tipo de produção de energia. Sua utilização consiste na queima destas substâncias de origem orgânica para a produção de energia, ocorrendo por meio da combustão de materiais como os citados a seguir: » Lenha. » Bagaço de cana de açúcar. » Casca de arroz. » Resíduos agrícolas. » Mamona. » Girassol. » Soja. » Milho. » Outros. 60 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA O milho é o material mais utilizado nos Estados Unidos, país que utiliza cana-de-açúcar para a produção de etanol em larga escala, assim como o Brasil. É considerada uma fonte de energia renovável pois o dióxido de carbono produzido durante a queima é utilizado pela própria vegetação na realização da fotossíntese. O seu uso é sustentável por não alterar a macro composição da atmosfera terrestre, desde que seja mantido o controle. Sua decomposição libera CO2 na atmosfera e durante seu ciclo é transformado em hidratos de carbono por meio da fotossíntese realizada pelas plantas. Desta forma, a utilização da biomassa não agride o meio ambiente, visto que a composição da atmosfera não é alterada significativamente. Algumas vantagens da biomassa são listadas a seguir: » Menor custo de operação. » Facilidade no transporte e armazenamento.Reaproveitamento dos resíduos. » Eficiência energética. » Fonte renovável e limpa. » Emissão de menos gases poluentes. O uso da biomassa sem um planejamento pode provocar a formação de grandes áreas desmatadas pelo corte incontrolado de árvores, perda dos nutrientes do solo, erosões e emissão excessiva de gases. Sua utilização é de fundamental importância para o desenvolvimento de novas alternativas de energia. A matéria-prima empregada é utilizada na fabricação de vários biocombustíveis, como o bio-óleo, BTL, biodiesel, biogás e outros. A figura 24 mostra um exemplo de plantação de cana de açúcar, material utilizado pela biomassa. Figura 24. Biomassa – cana-de-açúcar. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2015/05/cana-de-acucar.jpg>. acesso em: 14/11/2017. 61 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Biocombustível Os biocombustíveis podem ser considerados como um tipo de biomassa, pois também são produzidos a partir dos vegetais (origem orgânica), para a geração de combustível. Eles são utilizados principalmente nos meios de transporte em geral. Estes são alternativas aos combustíveis fósseis e aumentam as expectativas sobre a geração de energia no mundo de forma sustentável. O exemplo mais conhecido de biocombustível é o etanol, que é produzido da cana-de-açúcar,porém, podem existir outros compostos oriundos de vegetais diferentes, como a mamona, o milho e outros. Os biocombustíveis correspondem a uma das formas pela qual a biomassa pode ser utilizada, e são utilizados de forma a reduzir a queima dos combustíveis fósseis, sendo uma alternativa econômica e ambiental. Os tipos de biomassa utilizados como matérias-primas dos biocombustíveis geralmente são os vegetais que possuem substâncias em formas de óleos e gorduras (plantas oleaginosas) que podem ser extraídas a partir de determinados processos. O Brasil possui uma produção de etanol que supera os 21,5 milhões de barris por ano, o que corresponde a um total de aproximadamente 3,52 bilhões de litros. Segundo a Agência Internacional de Energia, as perspectivas é que a produção aumente próximo a 200% até o ano de 2050, tornando o Brasil uma referência internacional em biocombustíveis. Figura 25. Biocombustível através do milho. Fonte: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:and9gcQnInplVBsgX5tXtd1oe-bquzZJekl7Ztge65gh5mwafrzwl- cV3g>. acesso em: 14/11/2017. 62 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Algumas vantagens dos biocombustíveis são listadas a seguir: » Menor índice de poluição. » Fonte renovável. » Geração de empregos em sua cadeia produtiva. » Diminuição da dependência em relação aos combustíveis fósseis. » Aumento dos índices de exportações do país. Algumas desvantagens dos biocombustíveis são listadas a seguir: » Necessidade de amplas áreas agricultáveis, podendo aumentar o desmatamento; » Produção diminuída dos alimentos para dar lugar à produção de biomassa; Convém destacar que os países que possuem uma grande extensão territorial e espaços produtivos maiores são capazes de produzirem uma grande quantidade de matérias-primas para serem processadas e convertidas em óleos e combustíveis. Esse cenário favorece o Brasil e os Estados Unidos que são líderes mundiais na produção e consumo do biocombustível. Conheça agora algumas características individuais sobre os biocombustíveis. Álcool absoluto O álcool absoluto é oriundo da destilação de etanol e o tratamento com benzeno. O álcool é um composto orgânico composto por um ou mais grupos oxidrila (OH) ligado a átomos de carbono saturados. Os mais comuns são o metanol e o etanol, que são utilizados como combustíveis e reagentes químicos. O etanol combustível é obtido, principalmente, por meio da fermentação da cana-de-açúcar. Substâncias com maior ou menor teor de concentração podem geradas pelo processo de produção do álcool. Uma concentração máxima de 95% é resultante da destilação simples ou fracionada de etanol e água. O álcool absoluto, ou álcool puro, é oriundo da destilação de etanol e o tratamento com benzeno, proporcionando desta forma uma substância altamente concentrada de aproximadamente 100%. É uma substância incolor e seu estado físico é o líquido. 63 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Figura 26. Álcool absoluto. Fonte: roma reagentes. disponível em: <http://www.romareagentes.com.br/imagens/informacoes/alcool-etilico-absoluto-01. jpg>. acesso em: 14/11/2017. O álcool absoluto é um produto altamente inflamável e, se derramado sobre o solo, pode causar a contaminação do lençol freático. Ele deve ficar fora do alcance de crianças, e sua forma adequada de armazenamento é em tanques metálicos aterrados e protegidos contra descargas atmosféricas. Por causa de sua alta concentração, o álcool absoluto possui um valor comercial superior ao álcool comum, sendo sua utilização mais restrita, sendo mais utilizado no preparo de fórmulas farmacêuticas e de cosméticos. Bioetanol Outro combustível que pode ser encontrado é o bioetanol, combustível renovável e sua combustão não tão agressiva ao meio ambiente. Com a necessidade da redução da dependência da utilização de petróleo, estudos voltados para o desenvolvimento de novas alternativas na produção de combustíveis foram impulsionados. Desta forma, o bioetanol se tornou uma opção eficaz, sendo ele uma fonte renovável originada de produtos vegetais. O bioetanol é obtido pelo controle da fermentação e da destilação de resíduos vegetais, como o bagaço da cana-de-açúcar, a beterraba, trigo ou o milho. Todos estes passam por processos físico-químicos (deslignificação, fermentação, destilação e outros) até transformarem em combustíveis. Ele é um combustível altamente energético, podendo ser utilizado em automóveis adaptados para este tipo. Sua produção é mais expressiva com a utilização da cana-de-açúcar como matéria-prima, observando que sua fermentação já proporciona 64 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA açúcares. Aproximadamente 6.800 litros de bioetanol são produzidos com 80 toneladas de cana. Figura 27. Bioetanol. Fonte: ambiente energia. disponível em: <http://www.ambienteenergia.com.br/wp-content/uploads/2013/08/bioetanol- 300x208.jpg>. acesso em: 16/11/2017. A utilização do bioetanol é muito vantajosa, pelo fato de sua matéria-prima utilizada ser renovável, ao contrário do petróleo, que irá se esgotar da natureza em algumas décadas. Outro ponto positivo em relação à utilização do bioetanol se refere à emissão de gases poluentes. A queima do combustível não é tão agressiva ao meio ambiente, desta forma, há uma redução dos gases responsáveis por aumentar o efeito estufa. Uma parcela da sociedade não é a favor da utilização de bioetanol, apontando que a matéria-prima utilizada na fabricação (cana-de-açúcar, milho e outras) poderia ser destinada para a alimentação de várias pessoas. A sociedade também aponta que os terrenos destinados à plantação da matéria-prima do bioetanol deveriam ser substituídos pelo cultivo de outros alimentos. Biogás Usado como combustível para fogões, motores e geração de energia elétrica, o biogás é um tipo de gás inflamável produzido a partir da mistura de dióxido de carbono e metano por meio da ação de bactérias fermentadoras em matérias orgânicas. Esta fermentação acontece em determinados valores de temperatura, umidade e acidez. O biogás é uma fonte energética renovável. 65 Fontes de geração de energia │ Unidade ii De forma artificial, esse processo ocorre por meio de um equipamento biodigestor anaeróbico. O metano não possui cheiro, cor ou sabor, mas os outros gases apresentam cheiro desagradável. A matéria-prima usada na produção do biogás é de origem orgânica em que são aproveitados materiais como esterco (humano e de animais), palhas, bagaço de vegetais e lixo. Devido à alta concentração de metano (aproximadamente 50%) e de dióxido de carbono (superior a 30%), este biocombustível é um dos principais poluentes do meio ambiente, pois contribui diretamente para o aumento do efeito estufa. Ele pode considerado até 21 vezes mais poluente que o gás carbônico. Figura 28. usina de biogás. Fonte: <http://fullenergy.grupomidia.com/wp-content/uploads/2016/08/biogas-2.jpg> Os biodigestores para produção de biogás geralmente são instalados em áreas rurais e em determinados espaços urbanos. Os países como a China e a Índia contam com um número grande desse equipamento em pequenas cidades e propriedades rurais. No Brasil, eles são instalados principalmente na zona rural. Há uma ideia de implantá-los em grandes cidades brasileiras, porém, a capacidade de processamento do equipamento não acompanha a quantidade de lixo e para superar essa dificuldade seria preciso milhares de biodigestores. O biogás é considerado como novas fontes de energia alternativa, pois o mundo precisa encontrar fontes energéticas para substituir as tradicionais que provocam grande poluição e impactos ambientais. Sua utilização é favorável para a contribuir para a questão do lixo, uma vez que os resíduos orgânicossão as matérias-primas. 66 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA BtL O combustível líquido conhecido como BTL (do inglês, Biomass-to-liquids) é obtido pela pirólise rápida ou pelo processo de Fischer-Tropsch. Esses processos são responsáveis por transformar a biomassa em gás e, em seguida, na forma de líquido, dando origem ao BTL. Para a utilização do BTL como combustível em um automóvel, este precisa ser adaptado e esta adaptação deve ser realizada em locais autorizados. A utilização do BTL inclui alguns benefícios como redução de custos (pois é mais barato que a gasolina), e redução da poluição atmosférica, pois são liberados apenas 10% dos gases emitidos durante a combustão da gasolina. Figura 29. Btl. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/btl.jpg?i=<http://brasilescola.uol.com.br/ upload/e/btl.jpg&w=500&h=350&c=FFFFFF&t=1>. acesso em: 16/11/2017. E85 O E85 é um combustível alternativo que é composto por 85% de etanol e 15% de gasolina. Como já visto anteriormente, o etanol é um combustível renovável que é produzido a partir da fermentação de determinadas plantas, como a cana-de-açúcar, por exemplo. Com a finalidade de reduzir a dependência do uso do petróleo que é uma fonte esgotável e muito poluidora, o E85 foi desenvolvido por pesquisadores. 67 Fontes de geração de energia │ Unidade ii A utilização do E85 nos automóveis contribui para reduzir o lançamento de gases poluentes na atmosfera, visto que sua combustão emite menos metano, dióxido de carbono e óxido nitroso. Isto é resultante da razão da grande concentração de etanol, que polui menos que a gasolina. Figura 30. usina de e85. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/panorama_usina_costa_pinto_piracicaba_sao_10_2008.jpg>. acesso em: 16/11/2017. Assim como o BTL, para a utilização do E85, os automóveis também precisam ser adaptados. Algumas montadoras já estão fabricando motores para funcionarem com esse combustível, como é o caso da Ford, Mercedes-Benz e da General Motors. Os países que se destacam mundialmente como grandes consumidores do E85 são a Suécia e os Estados Unidos. Algumas pessoas defendem a utilização do E85 alegando que esse combustível é menos poluente, se comparado à gasolina, e isso reduz a dependência do petróleo, mantendo o sistema de combustível mais limpo, e aumentando a quantidade de empregos no campo e nas usinas. Porém, outros discordam desta ideia e afirmam que durante a produção do E85 o consumo de energia é muito grande e que a matéria-prima poderia ser destinada à população, além de haver maior diversificação nos cultivos de gêneros alimentícios. Etanol Um biocombustível muito conhecido e utilizado em automóveis é o etanol. Considerado uma substância altamente inflamável e incolor, ele é obtido por meio do cultivo de plantas, como a beterraba e o milho. Também conhecido como álcool etílico, o etanol é produzido através da fermentação de amido e de outros açúcares, como a cana-de-açúcar. 68 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA O etanol também é uma substância renovável, pois sua matéria-prima é obtida pelo cultivo de plantas pelo homem. A matéria-prima é submetida a uma fermentação alcoólica, com atuação do micro-organismo Sacchromyces cerevisiae. Pelo fato de apresentar maior produtividade, a cana é a mais utilizada. Após o processamento, o etanol pode ser utilizado puro (em motores adaptados) ou misturado com gasolina, como combustível. A produção mundial do etanol é da ordem de 40 bilhões de litros. O Brasil se destaca no cenário global como sendo o país com tecnologia mais avançada na fabricação de etanol sendo responsável pela fabricação de 15 bilhões de litros. A redução da quantidade dos subprodutos (bagaço e vinhaça) gerados durante a fabricação de etanol é um dos grandes desafios das usinas. Algumas destilarias utilizam o bagaço como combustível durante o processo produtivo. Uma outra alternativa eficaz é realizar a fermentação contínua pela redução da quantidade de vinhaça em até 75%. Figura 31. Fonte de etanol. Fonte: etanol eficiente. disponível em: <http://etanoleficiente.org.br/sites/default/files/imagens/conceitos/virou-commodity/ imagem-01-virou-commodity-25.jpg>. acesso em: 16/11/2017. 69 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Assim como os outros combustíveis já comentados, o etanol surge como uma alternativa eficiente para reduzir a utilização do petróleo, pela baixa emissão de gases poluentes e por ser mais barato. Caso sua utilização não seja bem planejada, uma série de transtornos socioeconômicos como listados a seguir podem surgir. » Esgotamento do solo. » Erosão. » Aumentos dos latifúndios de cana-de-açúcar. » Elevação dos valores de outros gêneros alimentícios. » E outros. Proálcool O Proálcool (Programa Nacional do Álcool) é uma iniciativa do governo brasileiro para intensificar a produção do etanol e substituir a gasolina. Isto surgiu devido à crise mundial do petróleo, durante a década de 1970, em que o preço do produto estava muito elevado ocasionando grande peso nas importações do país. Com vários incentivos fiscais e empréstimos com juros abaixo da taxa de mercado, a partir de 1975 o programa foi oferecido para os produtores de cana-de-açúcar e para as indústrias de automóvel que desenvolvessem carros movidos a álcool. No início do programa, os resultados foram positivos, visto que os consumidores priorizavam os automóveis movidos a álcool. Em 1983, as vendas desses veículos dominaram o mercado brasileiro e, em 1991, quase 60% dos carros do país eram movidos por essa fonte de energia. Apesar de substituir parcialmente o petróleo, o Proálcool apresentou uma série de problemas, tais como as listadas a seguir. » Elevação da dívida pública. » Aumento dos latifúndios monocultores de cana-de-açúcar. » Elevação dos preços de alguns gêneros alimentícios. Um outro problema encontrado é que, durante a década de 1990, houve a redução do preço do barril de petróleo fazendo com que a diferença entre a gasolina e o álcool diminuísse. A produção de açúcar foi destinada para o mercado internacional, pois o mercado interno estava menos lucrativo. Estes aspectos contribuíram para que os consumidores e fabricantes de veículos priorizassem os automóveis movidos à gasolina. 70 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Após uma nova crise do petróleo, em 2003, as indústrias automobilísticas passaram a desenvolver os veículos com motores flex, oferecendo ao consumidor opção de uso tanto do álcool quanto da gasolina. Etanol celulósico O etanol celulósico é um biocombustível produzido por meio da biomassa. Ele se diferencia do etanol “comum” pela matéria-prima e pela forma de processamento. É fabricado por meio de reações químicas onde existe a quebra das cadeias dos principais polímeros que formam a estrutura das plantas: celulose, hemicelulose e pectina. Isto ocorre através da hidrólise enzimática ou da fermentação e destilação. Figura 32. etanol celulósico. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/alcool%20celulosico.jpg?i=http:// brasilescola.uol.com.br/upload/e/alcool%20celulosico.jpg&w=500&h=350&c=FFFFFF&t=1>. acesso em: 16/11/2017. Alguns pontos positivos podem ser encontrados com a fabricação do etanol celulósico. Sua matéria-prima é um subproduto das atividades agrícolas pois não apresenta utilidade para a alimentação humana e possui poucos nutrientes para serem destinados aos gados. O aproveitamento desses resíduos para a fabricação de combustível é uma forma útil para o destino final da biomassa. O etanol celulósico pode ser adicionado à gasolina, e também pode ser utilizado puro. Porém, o veículo deve ser adaptado para receberbiocombustível. 71 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Metanol O biocombustível metanol é utilizado nas indústrias químicas como solvente e também para a fabricação de diversos produtos. Ele também é chamado de álcool metílico e hidrato de metilo, sendo um biocombustível altamente inflamável. Ele pode ser obtido por meio da destilação destrutiva de madeiras, pelo processamento da cana-de-açúcar ou por meio de gases de origem fóssil. Suas propriedades químicas se assemelham ao do etanol, porém, a toxidade é bem maior. Figura 33. metanol. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/metanol(6).jpg?i=http://brasilescola.uol. com.br/upload/e/metanol(6).jpg&w=302&h=293&c=FFFFFF&t=1>. acesso em: 16/11/2017. Algumas outras utilizações do metanol incluem a fabricação de plástico, o preparo de vitaminas e hormônios, solvente em reações farmacológica, produção de biodiesel, combustível e outros. A utilização do metanol como combustível foi bem criticada, pelo fato dele poluir o meio ambiente, ser extremamente tóxico e, em caso de incêndio, dificultar o controle do fogo pois sua chama é limpa e clara. Outro problema é que o contato frequente com esta substância pode trazer vários problemas de saúde, como causar câncer, irritação nos olhos, dor de cabeça, vômito, náusea e outros. Nas últimas duas décadas bons resultados foram alcançados pela tecnologia brasileira de produção de metanol. A destilação do eucalipto é o principal processo utilizado onde o gás resultante é comprimido e, por catálise, se origina o metanol. Para reduzir os gastos durante a produção e aprimorar a distribuição para o mercado consumidor, algumas técnicas precisam ser elaboradas. 72 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Óleo vegetal O óleo vegetal é um combustível que se tornou uma boa opção na procura por alternativas de combustíveis menos poluentes e renováveis. Ele é uma espécie de gordura obtida através das plantas, principalmente de suas sementes. As principais matérias-primas utilizadas para sua produção são a soja, mamona, girassol, milho, dendê, coco, linhaça, babaçu e outros. Figura 34. óleo vegetal. Fonte: cpt. disponível em: <https://cptstatic.s3.amazonaws.com/imagens/enviadas/materias/materia8113/oleos-vegetais- cursos-cpt.jpg>. acesso em: 16/11/2017. Após o processamento físico-químico, o óleo vegetal pode ser utilizado como lubrificante, óleo de cozinha, produção de biocombustível, cosmético, farmacêutico e outros. Ele é muito comum nas cozinhas, mas também pode ser utilizado como combustível, sendo usado puro ou misturado com o diesel de petróleo. Uma vantagem na utilização do óleo vegetal como combustível é que, quanto maior a quantidade desta substância, menor será a emissão de gases poluentes na atmosfera. Convém destacar que o motor do veículo também deve ser adaptado para receber óleo vegetal. A substituição do diesel de petróleo pelo óleo de dendê é uma tecnologia sendo desenvolvida no Brasil. Após as devidas transformações químicas, o óleo de dendê pode proporcionar diesel de ótima qualidade, necessitando de uma área menor para o seu cultivo, tornando assim o processo mais barato. Biodiesel O biodiesel é um combustível que traz vantagens ambientais, sendo considerado renovável e biodegradável. Em 1895, foi desenvolvido pelo engenheiro alemão Rudolf 73 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Diesel, o primeiro motor movido com este combustível. O biodiesel utilizado era totalmente de origem vegetal, oriundo do óleo de amendoim. A substância é utilizada desde o século XIX, porém, com o tempo ela veio a ser substituída pelo diesel de petróleo, que apresenta maior eficiência. As pesquisas para a produção de biodiesel estão cada vez mais avançadas, destacando que esta é uma alternativa para a redução da utilização do petróleo, que apresenta valores altos e não é uma fonte renovável, além de ser poluente. Convém lembrar que as fontes renováveis surgem como boas opções para os consumidores e para a preservação do meio ambiente. O biodiesel pode ser obtido pelo craqueamento, esterificação ou transesterificação. As principiais matérias-primas são o girassol, babaçu, amendoim, soja, mamona, dendê, e a gordura animal. A transesterificação consiste numa reação química da matéria-prima com etanol ou metanol, sendo estimulada por um catalisador. O combustível pode ser usado puro ou misturado ao diesel de petróleo, com suas proporções variadas. O combustível que apresenta 10% de biodiesel é denominado B10 e assim sucessivamente, até o biodiesel puro, conhecido como o B100. Quanto maior a porcentagem de biodiesel nos combustíveis são emitidos, menos gases do efeito estufa durante a combustão são gerados. Além das vantagens ambientais, o biodiesel contribui para o aumento de emprego nas propriedades rurais, reduzindo o êxodo rural. Figura 35. Biodisel. Fonte: Wikimedia. disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e9/Biodiesel.Jpg/220px-Biodiesel. Jpg>. acesso em: 16/11/2017. A utilização do biodiesel por trazer alguns problemas. Sua intensificação poderá acarretar diversos danos ambientais como esgotamento do solo, erosão, desmatamento 74 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA e outros. Outro grande problema é com relação ao destino e tratamento dos resíduos gerados durante a produção do combustível. Energia das Marés (Mare Motriz) Uma outra fonte de energia encontrada é a energia oriundas das marés, conhecida como energia mare motriz. Ela é obtida pelo aproveitamento da energia proveniente do desnível das marés. Esta energia é revertida em eletricidade por meio de barragens, eclusas (que permite a entrada e saída de água para a movimentação das turbinas) e unidades de geração de energia. O sistema utilizado pela mare motriz é semelhante ao de uma usina hidrelétrica. As barragens são construídas próximas ao mar, e os diques são responsáveis pela captação de água durante a alta da maré. A água é armazenada e depois liberada durante a baixa da maré, onde passa por uma turbina que gera energia elétrica. A energia das marés é uma boa alternativa para a produção de eletricidade, visto que é uma fonte limpa e renovável. Porém, poucas localidades apresentam características propícias para a obtenção desse tipo de energia, uma vez que as marés devem ter um desnível superior a 7 metros. Altos investimentos e o baixo aproveitamento energético destacam-se como outros fatores agravantes. Alguns locais têm o potencial para a produção deste tipo de energia, entre eles estão a baía de Fundy (Canadá) e a baía Mont-Saint-Michel (França), as duas com mais de 15 metros de desnível. No Brasil, se destacam o estuário do Rio Bacanga, em São Luís (MA), com marés de até 7 metros e a ilha de Macapá (AP), com marés que atingem até 11 metros. Figura 36. energia das marés. Fonte: <https://surfguru.pictures/2012/06/flutuadores-instalados-no-porto-de-pecem-no-ceara-que-coletam-a-energia-das- ondas-120609011640.jpg>. acesso em: 16/11/2017. 75 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Figura 37. energia das marés. Fonte: Jornal ggn. disponível em: <http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/imagens/010115150304-geracao- energia-mares-1.jpg>. acesso em: 16/11/2017. Energia azul A energia obtida pela diferença de concentração de sal entre a água do mar e a do rio com o uso de eletro diálise reversa (EDR) é conhecida como energia azul e possui as membranas específicas para cada tipo de íons. Figura 38. energia azul. Fonte: <https://unila.edu.br/sites/default/files/images/foto%20estuario%20maracaipe_pe(1).jpg>. acesso em: 16/11/2017. 76 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA A energia azul é considerada uma das novas energias do futuro, quando o esgotamentodas energias não renováveis acontecer. A tecnologia de EDR foi confirmada em condições laboratoriais. Assim como em outras tecnologias, o custo da membrana foi um obstáculo. Uma membrana nova e mais barata, baseada em polietileno eletricamente modificado, permitiu seu uso comercial. Energia geotérmica A energia geotérmica é uma energia calorífica oriunda da Terra. Essa energia calorífica é gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em uma camada de rochas, chamada magma, que chega pode atingir até 6.000°C. O termo “geo” significa Terra e térmica corresponde a calor. O magma é resultante das grandes pressões abaixo da superfície e do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas. O magma explode em erupções vulcânicas quando encontra fissuras na crosta terrestre, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres ou minas de água quente. A energia elétrica pode ser obtida quando ocorre a perfuração do solo em locais onde existe uma grande quantidade de vapor e água quente, em que estes devem ser drenados até a superfície da Terra por meio de tubulações específicas. Em seguida, o vapor é transportado a uma central elétrica geotérmica, em que irá girar as lâminas de uma turbina. A energia obtida por meio da movimentação das lâminas é transformada em energia elétrica através do gerador. Alguns aspectos positivos desse tipo de energia podem ser encontrados, como os listados a seguir. » Quase nula a emissão de gases poluentes. » Pequena área para a instalação da usina. » Abastecimento de comunidades mais isoladas. Alguns aspectos negativos são listados a seguir: » Energia muito cara e pouco rentável. » Esgotamento do campo geotérmico. » Aumento da temperatura do ambiente devido ao calor perdido. » Emissão de ácido sulfídrico (H2S) que é nocivo à saúde. 77 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Figura 39. energia geotérmica. Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-ueF2wZ3qvwI/VWqgsWouzcI/aaaaaaaaaFo/ldspoujtmgY/s1600/energia%2Bgeotermica. png>. acesso em: 16/11/2017. fontes não renováveis As fontes não renováveis de energia são aquelas que se utilizam de recursos naturais esgotáveis, que terão um fim, seja em um futuro próximo, médio ou longo. Estes fatores fazem com que estratégias sejam previstas, com intenção de serem substituídas e sem causar impactos a sociedade e natureza. Os principais tipos de recursos energéticos não renováveis que podem ser encontrados serão discutidos a seguir. Combustíveis fósseis A queima de combustíveis fósseis são empregados tanto para o deslocamento de veículos de pequeno, médio e grande porte quanto para a produção de eletricidade em estações termoelétricas. Os principais tipos são: » Petróleo. » Carvão mineral. » Gás natural. » Nafta. » Xisto betuminoso. » Combustíveis nucleares. 78 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Segundo a Agência Internacional de Energia, cerca de 81,63% de toda a matriz energética global são originais dos três principais combustíveis fósseis citados, valor que se reduz para 56,8% quando é analisado somente o território brasileiro. Por esse motivo, muitos países dependem da exportação desses produtos, enquanto outros importam este produto. Os combustíveis fósseis possuem altos índices de poluição, gerados pela sua queima, e são considerados os principais responsáveis pela intensificação do efeito estufa e pelo agravamento dos problemas vinculados ao aquecimento global. Em alguns casos, esse tipo de energia apresenta problemas de ordem ambiental, além de disputas comerciais e jurídicas, envolvendo a extração e comercialização de suas matérias-primas. Petróleo O petróleo é considerado atualmente a principal matéria-prima e uma das principais fontes de energia do mundo. Sua extração e utilização são alvos de conflitos envolvendo potências mundiais, países produtores e refinadores. É um recurso natural de caráter estratégico, pois é amplamente utilizado por veículos, além de também ser utilizado na fabricação de produtos derivados, principalmente o plástico. O petróleo é um hidrocarboneto que se forma a partir da deposição de restos orgânicos de animais e vegetais no fundo dos oceanos e territórios, em que também se constituem as bacias sedimentares. Os combustíveis originados do petróleo são profundamente criticados pelo ponto de vista ambiental, pois a sua queima é responsável pela emissão de poluentes na atmosfera. Devido a este motivo, vários países e entidades vêm buscando alternativas, a exemplo dos biocombustíveis. Figura 40. poço de petróleo. Fonte: ItaBeraBa. disponível em: <https://i1.wp.com/www.itaberaba.net/wp-content/uploads/2017/05/petroleo-utinga- itaberaba.jpg?zoom=1.5&fit=670%2c420&ssl=1>. acesso em: 16/11/2017. 79 Fontes de geração de energia │ Unidade ii Carvão mineral O carvão mineral foi amplamente utilizado a partir das revoluções industriais resultantes do capitalismo, sendo ainda hoje uma fonte de energia bastante utilizada em todo o mundo, perdendo somente para o petróleo. Ele corresponde a pouco menos de 26% dos recursos utilizados na produção de energia mundialmente, um número que cai para cerca de 6% no Brasil. Figura 41. mina de extração carvão mineral. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2014/10/carvao-mineral.jpg>. acesso em: 16/11/2017. Figura 42. carvão mineral. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s3.static.brasilescola.uol.com.br/img/2015/08/carvao-mineral.jpg>. acesso em: 16/11/2017. 80 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA A formação do carvão mineral assemelha-se, parcialmente, com a do petróleo, pois ambos são combustíveis fósseis, que se formaram em áreas sedimentares. Durante o período carbonífero da Era Paleozoica, havia áreas com imensas florestas e pântanos em que houve um enorme acúmulo de plantas mortas, constituindo-se em material orgânico, que foi por diversas vezes soterrado por várias camadas de sedimentos. Assim, com o passar do tempo, formou-se uma condição natural de grande pressão sobre esse material que se transformou em carvão mineral. Túneis e poços são construídos para a extração do carvão mineral do subsolo. Em alguns casos, sua disponibilidade ocorre em áreas de reservas ambientais ou florestais, o que pode gerar impactos ambientais elevados. A queima do carvão mineral é considerada ainda mais poluente que a do petróleo. Esse material foi muito utilizado em trens de ferro como combustível e também é utilizado em alguns tipos de usinas termoelétricas. gás natural O gás natural é a mistura de hidrocarbonetos leves na forma gasosa, tais como o metano, etano, propano, butano e outros. Suas reservas são disponibilizadas nas áreas onde se extrai o petróleo, passando pelo mesmo processo de formação. Ao contrário do petróleo e do carvão mineral, o gás natural é menos poluente, apesar que a sua combustão apresenta alguns níveis de poluição que causam danos à atmosfera. Figura 43. usina de produção de gás natural. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s3.static.brasilescola.uol.com.br/img/2014/10/gas-natural.jpg>. acesso em: 16/11/2017. 81 Fontes de geração de energia │ Unidade ii O gás natural é muito utilizado em usinas termoelétricas, considerado como uma fonte vantajosa por possuir menor impacto ambiental, maior facilidade de transporte, além de uma necessidade quase nula de armazenamento. É também utilizado como fonte de energia em indústrias, residências (gás de cozinha) e em alguns tipos de veículos com adaptação para esse tipo de combustível. O transporte do gás natural é realizado por meio de gasodutos, o que representa certa vantagem em comparação com outras fontes de energia. No Brasil,existem importantes áreas de extração desses recursos, destacando-se a Bacia de Santos, havendo também gasodutos que transportam petróleo retirado da Bolívia, produto de importação. gnV O GNV é o gás natural empregado nos veículos automotores, ele é um combustível que agride menos a natureza. Ele é obtido em rochas porosas, calcárias ou em arenitos no subsolo, normalmente associado ao petróleo. O gás natural empregado nos veículos automotores (GNV) é um produto formado por hidrocarbonetos leves, principalmente de metano e etano. Este gás surge como alternativa eficaz para reduzir a dependência do petróleo, além de ser uma fonte menos agressiva ao meio ambiente. Sua utilização reduz em 65% a emissão de gases poluentes responsáveis pela intensificação do efeito estufa. Outro aspecto positivo do GNV é a economia financeira, visto que seu custo é inferior ao da gasolina e do álcool, e apresenta um rendimento superior. Para receber o gás natural veicular, o automóvel deve ser adaptado. Porém, o valor desse procedimento não é barato, mas, o retorno é rápido, visto que o GNV é muito mais rentável se comparado aos outros combustíveis. Xisto betuminoso O xisto betuminoso é encontrado em áreas de rochas sedimentares, em que um material de origem orgânica, sob determinadas condições de pressão e temperatura, forma-se e agrega-se por entre essas rochas. Ao aquecê-las a mais ou menos 500ºC, obtém-se o chamado óleo de xisto, resultante da extração de “tirar óleo de pedra”. Figura 44. rocha de xisto. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2014/10/xisto-betuminoso.jpg>. acesso em: 16/11/2017. 82 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA O Brasil possui uma das maiores reservas de xisto betuminoso do planeta, o que pode ser visto como uma condição estratégica. Sua extração não é tão eficaz financeiramente, pois ele é considerado uma fonte de energia menos eficiente e também com produtividade menor, além de ser responsável por profundos impactos ambientais tanto em sua coleta quanto em sua combustão. Energia nuclear (atômica) Na energia nuclear (energia atômica), a produção de eletricidade ocorre por intermédio do aquecimento da água, que se transforma em vapor de alta pressão e ativa os geradores pelas turbinas. Nas usinas nucleares, o calor é gerado em reatores onde ocorre uma reação chamada de fissão nuclear a partir, principalmente, do urânio-235, um material altamente radioativo. Figura 45. usina nuclear. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2014/10/usina-nuclear.jpg>. acesso em: 16/11/2017. As usinas nucleares gerem menos poluentes do que outras estações de operação semelhante (como as usinas termoelétricas), elas são alvo de muitas polêmicas, pois o vazamento do lixo nuclear produzido ou a ocorrência de acidentes podem gerar graves impactos na natureza e muitas mortes. Com a emergência da questão sobre o aquecimento global, o seu uso vem sendo reconsiderado por muitos países. Cada tipo de energia apresenta suas vantagens e desvantagens, de forma que não há nenhuma fonte que se apresente como superior sobre as demais em termos de viabilidade. Algumas são econômicas e abundantes, mas geram graves impactos ambientais e outras são mais limpas e sustentáveis, mas inviáveis financeiramente. 83 Fontes de geração de energia │ Unidade ii O mais recomendado é que exista uma grande diversidade nas matrizes energéticas para atenuar os seus respectivos problemas, o que não acontece no Brasil e em boa parte dos demais países. definições científicas básicas Os processos que mudam o estado ou composição da matéria são sempre acompanhados pelo consumo ou produção de energia. Processos comuns como a combustão produzem energia pelo rearranjo químico dos átomos ou moléculas. A combustão do metano (gás natural) é representada pela seguinte reação: CH(4) + 2 O(2) = CO(2) + ENERGIA Neste exemplo, a energia produzida é de 8 eletron volts (eV). O eletron volt é uma unidade de energia utilizada por físicos nucleares e representa o ganho de energia cinética quando um elétron é acelerado pela queda do potencial em um volt. A mais conhecida reação nuclear é a fissão, em que um núcleo pesado se combina com um nêutron e se separa em dois outros, de núcleos mais leves. Uma reação de fissão envolvendo o urânio-235 é: 92 U235 + 1 NÊUTRON = 38 Sr96 + 54 XE138 + 2 NÊUTRONS + ENERGIA Figura 46. princípio de funcionamento fissão nuclear. Fonte: <http://s1.static.brasilescola.uol.com.br/artigos/processo-fissao-nuclear-1317903157.jpg?i=http://brasilescola.uol.com. br/upload/conteudo/images/processo-fissao-nuclear-1317903157.jpg&w=500&c=FFFFFF&t=1>. acesso em: 16/11/2017. Onde a energia liberada é de aproximadamente 200 milhões de eletron volts (eV), com um fator de 25 milhões de vezes superior ao da reação da combustão do metano. 84 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA Outra reação nuclear importante é a fusão, na qual dois elementos leves se combinam para formar um átomo mais pesado. Uma importante reação é: 1H(2) + 1 H(3) = 2 He(4) + 1 NÊUTRON + ENERGIA Nessa reação, a energia liberada pela reação é de 18 milhões de eV. A fusão nuclear é um processo de produção de energia a partir do núcleo de um átomo, em que este fenômeno ocorre naturalmente no interior do Sol e das estrelas. Núcleos leves como o do hidrogênio e seus isótopos, o deutério e o trítio, se fundem e criam elementos de um núcleo mais pesado, como o hélio. Usinas (elétricas) nucleares aproveitam a elevada energia liberada por reações nucleares para a produção de energia em alta escala. Em uma moderna usina de carvão, a combustão de uma libra (453,59g) de carvão produz 1 quilowatt hora (Kwh) de energia elétrica. Já a fissão de uma libra de urânio em uma moderna usina nuclear produz cerca de 3 milhões de Kwh de energia elétrica. fusão nuclear São sistemas eficientes que conseguem promover a fusão controlada de átomos leves. Esses sistemas são chamados de reatores de fusão nuclear, objeto de intensas pesquisas, considerados atualmente, a maneira mais adequada de gerar energia para suprir a sua demanda atual. A engenharia de mecanismos que promovam a fusão de átomos é bastante complexa. Inicialmente, são três as exigências para a operação bem-sucedida de um reator termonuclear. » Elevada densidade n de partículas – densidade das partículas integrantes deve ser suficientemente elevada para que a taxa de colisões d-d seja bastante alta. » Elevada temperatura T do plasma – o plasma deve estar quente, pois de outra maneira os dêuterons colidentes não terão energia suficiente para penetrar na barreira coulombina que tende a mantê-los separados. » Um tempo de confinamento t dilatado – um grande problema identificado é o do confinamento do plasma, quente durante um intervalo de tempo bastante longo para que a densidade e a temperatura permaneçam bastante elevadas e haja fusão apreciável do combustível. 85 Fontes de geração de energia │ Unidade ii reator nuclear Reator nuclear é todo sistema que, sob condições efetivamente controláveis, pode se produzir reação em cadeia de material físsil: urânio-235, plutônio, urânio-233. Esta especificação é amplamente utilizada na atualidade com nome de “pilha atômica”, sugerido pela estrutura dos primeiros sistemas postos em funcionamento. Nas bombas atômicas, a reação em cadeia é processada integralmente durante tempo muito curto, o que libera de modo explosivo toda a energia armazenada no material fissionável, urânio ou plutônio, sendo consumido todo ele de uma vez. O processo é violento e não sujeito a controle algum, salvo no que respeita ao início da reação. Aparentemente, numa bomba atômica, a matéria ativa é conservada em porçõesde tamanho subcrítico, e incapazes de inflamarem separadamente. No momento oportuno, as porções são reunidas de repente e se desencadeia a explosão. Nos reatores nucleares, pelo contrário, a libertação da energia se faz com velocidades que podem ser modificadas pela intervenção de elementos reguladores antes previstos. As maiores velocidades de reação até agora postas em jogo, nas pilhas experimentais, desprendem energia à razão de 30.000 quilowatts, o que corresponde ao consumo de 36,2g de U-235 por dia, ou 13,2Kg/ano. O grande problema na construção de um reator é a obtenção do combustível nuclear, cuja escolha deve obedecer a critério complexo, balanceando razões de ordem técnica e econômica, com restrições de origem estratégica. Ao combustível nuclear devem associar-se o moderador e, às vezes, o refletor. A consecução destes poderá ser restrita, dependendo da substância preferida: água comum, água pesada, água leva, berílio ou seu óxido, grafito. Em alguns reatores o urânio fica em solução ou suspensão finíssima dentro do moderador; tem-se um sistema “homogêneo”. Mais frequentemente, porém, o reator é do tipo “heterogêneo”: moderador e material físsil têm forma de barras ou blocos que se alternam, formando malhas de dimensões especialmente calculadas. Figura 47. princípio de funcionamento reator nuclear. Fonte: <http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/nuclear/nuclear.htm>. acesso em: 16/11/2017. 86 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA tipos de reatores nucleares Dois tipos de reatores nucleares podem ser diferenciados: os reatores de investigação nuclear e os reatores nucleares. Os reatores de investigação nuclear são tipos de reatores de nêutrons gerados durante as reações de fissão nuclear para produzir radioisótopos que estão indo para ser usado em outras aplicações da energia ou materiais para estudos nuclear usado. Já os reatores nucleares são baseados na utilização da energia térmica gerada nas reações de cisão. A aplicação principal e mais conhecido deste tipo de reator é para gerar eletricidade em usinas nucleares. Existem outras classificações dos tipos de reator nuclear, dependendo dos critérios utilizados. » Segundo o combustível nuclear usado, podem ser encontrados os reatores nucleares de urânio natural e nuclear urânio enriquecido. » Dependendo da velocidade dos neutrões produzidos em reações de fissão nuclear. » De acordo com o moderador, pode ser usado reatores nucleares de água pesada, água luz ou reatores de grafite. » De acordo com o material utilizado como refrigerante: os materiais mais comuns são um gás ou água. As diferenças entre os diferentes tipos de centrais nucleares são com base no tipo de reator utilizado para produzir eletricidade. O caminho da geração de eletricidade, gerada a partir do vapor gerado, é semelhante em todas as centrais nucleares. nafta A nafta é um composto de origem do petróleo, que pode ser petroquímica ou energético e é utilizada como matéria-prima em indústrias do ramo petroquímico, na fabricação de eteno e propeno, incluindo ainda o benzeno, tolueno e xilenos. A Nafta petroquímica se apresenta em forma líquida e sem cor, seu potencial de destilação é semelhante ao da gasolina. Esse composto é agregado como matéria-prima em três centrais petroquímicas brasileiras: » Braskem (Bahia). » Copesul (Rio Grande do Sul). » Petroquímica União (São Paulo). 87 Fontes de geração de energia │ Unidade ii No Brasil, somente a Petrobras produz a nafta petroquímica, essa empresa supre parcialmente o mercado interno com sua produção. Para não faltar o produto, as centrais petroquímicas adquirem por meio da importação. Figura 48. nafta. Fonte: <http://petroleo.50webs.com/nafta.jpg>. acesso em: 16/11/2017. Óleo diesel O óleo diesel é um combustível fóssil obtido pela destilação do petróleo, e é empregado como combustível para motores do ciclo diesel, como ônibus e caminhões. Essa substância se encontra no estado físico líquido, com coloração amarelada, odor característico, além de apresentar baixo teor tóxico e ser pouco inflamável. Visando amenizar os danos ambientais causados pela combustão do óleo diesel, alguns pesquisadores desenvolveram um método para misturar o biodiesel (de origem vegetal) com o diesel de petróleo, reduzindo, assim, a emissão de gases poluentes. Figura 49. óleo diesel. Fonte: <http://www.br.com.br/wcm/connect/8a551d28-7670-4d81-a6eb-db58fb8d3317/1/dig38656.jpg?mod=aJperes&cacH eId=rootWorKspace-8a551d28-7670-4d81-a6eb-db58fb8d3317/1-lttfXdg>. acesso em: 16/11/2017. 88 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA usinas termoelétricas As usinas termoelétricas são unidades de geração de energia elétrica, que utilizam combustíveis fósseis (gás natural, carvão mineral, óleo diesel, óleo combustível) para operação. O Brasil possui várias termoelétricas em operação. O custo da energia elétrica gerada nas usinas termoelétricas é mais baixo do que a gerada nas hidrelétricas ou nas usinas nucleares. Porém, com a queima de combustíveis fósseis, para funcionar, possui a desvantagem de poluir mais o ar do que os outros sistemas de geração de energia. Principais componentes de usinas termoelétricas a. Tipos de caldeiras: São equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior a atmosfera, utilizando qualquer fonte de energia. » Flamo tubulares: onde os gases circulam pelo interior de tubos imersos em água, geralmente utilizada em aplicações de menor porte. » Aguo tubulares: onde a circulação de água ocorre no interior dos tubos e os gases trocam calor com a água por meio da parede desses tubos através de radiação. b. Força motriz para circulação do fluido de trabalho: As caldeiras podem ser classificadas como: » De circulação natural: na qual a circulação do fluido de trabalho no interior dos tubos acontece em decorrência da diferença de densidade de água liquida e a mistura agua vapor. » De circulação forçada: são projetadas com paredes de agua e apenas um tambor separador. » De passe único: são utilizadas em projetos de termoelétricas de alta potência, a agua circula somente uma vez pela tubulação por meio de uma bomba de alimentação, não existindo recirculação da agua. c. Nível de pressão de operação: As caldeiras são classificadas como: » Caldeiras de vapor de média e baixa pressão ( < 10 Mpa ). » Caldeiras de vapor de alta pressão ( 10-16 Mpa ).Caldeiras de vapor de pressão super alta ( > 17 Mpa ). 89 Fontes de geração de energia │ Unidade ii » Caldeiras de vapor de pressão super crítica ( > 22 Mpa ). » Caldeiras de vapor de pressão deslizante, operado com pressões abaixo do nominal, visando diminuir as perdas que ocorrem nas válvulas de admissão da turbina. d. Tipos de combustíveis ou fontes de calor: » Sólidos: carvão mineral, biomassa, resíduos sólidos. » Líquidos: óleo combustível e óleo diesel. » Gasoso: gás natural, gás de processo e calor residual. e. Tecnologia de combustão: São classificadas como: » De grelha fixa e ou grelha rotativa: queima de biomassa ou resíduos agroindustriais em caldeiras de pequeno porte. » De queima em suspensão: queima de combustível solido pulverizado, óleo combustível ou gás natural. » Leito fluidizado (borbulhante ou circulante): queima de combustíveis sólidos. f. Organização dos processos de tiragem do ar e gases de combustão: As caldeiras são classificadas como: » Tiragem natural: feito por chaminé e garante o suprimento de ar e remoção dos gases de exaustão. » Tiragem forçada: feito por sopradores na entrada da fornalha que favorecem a queima e auxilia na retirada dos gases pela chaminé. » Tiragem induzida: feito por ventiladores de exaustão, que criam uma pressão negativa dentro da fornalha. » Tiragembalanceada: é a combinação da tiragem forçada com a tiragem induzida. g. Sistemas de combustão em fornalhas e queimadores. 90 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA fornalhas Apresenta um sistema distribuidor de ar em que parte desse ar é concedida com o combustível e o ar remanescente é injetado por um grupo de bocais, visando o sistema de combustão completo. Os principais tipos de fornalhas aplicadas são: » Fornalha de queima em grelha: caldeiras de pequeno e médio porte, utilizado para queima de resíduos sólidos. » Fornalha de grelha plana: caldeiras de pequeno porte. » Fornalha de grela móvel ou rotativa: caldeiras de maior porte, garantindo alimentação continua dos combustíveis e remoção das cinzas. » Fornalha de queima em suspensão para combustíveis sólidos: resíduos são preparados inicialmente antes de serem utilizados pela caldeira, por exemplo, carvão mineral. » Fornalhas de turbilhão ou de jatos tangenciais: usado em movimento tangencial sobre a chama. » Fornalhas de queima em leito fluidizado: utilizado para combustíveis de baixa qualidade e aproveitamento. queimadores São utilizados para combinação de ar e combustíveis dentro da câmara de combustão. a. Turbinas: Turbinas a vapor É uma máquina térmica rotativa na qual a energia térmica proveniente do vapor é convertida em energia cinética em virtude se sua expansão. Esta energia é convertida em energia mecânica de rotação por meio da força que o vapor exerce nas pás rotativas. As turbinas a vapor são classificadas como: » Acionamento elétrico. » Acionamento mecânico. » Turbinas de ação (impulso). » Turbinas de reação. 91 Fontes de geração de energia │ Unidade ii » Turbinas de ação simples ou de laval. » Turbinas curtis. » Turbinas rateau. » Turbinas curtis rateau. turbinas a gás São máquinas térmicas nas quais a energia potencial termodinâmica contida nos gases quentes, provenientes da combustão é convertida em trabalho mecânico ou utilizada para propulsão. É formado por um conjunto de três equipamentos: compressor, câmara de combustão e a turbina. As turbinas a gás são classificadas como: » Turbinas aero derivativas: turbinas derivadas de projetos aeronáuticos, com características de maior eficiência e confiabilidade. » Heavy duty: turbinas aplicadas em meios industriais, robustas, altamente confiáveis e flexíveis na sua forma de utilização, ciclo simples com um eixo. Principais termoelétricas no Brasil » Termoelétrica Cuiabá I (Cuiabá-MT) – Potência instalada: 470 MW. » Termoelétrica de Uruguaiana (Uruguaiana-RS) – Potência instalada: 480 MW. » Termoelétrica de Araucária (Araucária-PR) – Potência instalada: 410 MW. » Termoelétrica Norte Fluminense (Macaé-RJ) – Potência instalada: 740 MW. » Termoelétrica Muricy (Camaçari-BA) – Potência instalada: 147 MW. » Termoelétrica Euzébio Rocha (Cubatão-SP) –Potência instalada: 220 MW. » Termoelétrica Termoceará (Caucaia-CE) – Potência instalada: 220 MW. 92 UNIDADE II │ FoNtEs DE gErAção DE ENErgIA » Termoelétrica Bahia I (Camaçari-BA) – Potência instalada: 32 MW. » Termoelétrica Aureliano Chaves (Ibirité-MG) – Potência instalada: 226 MW. » Termoelétrica Juiz de Fora (Juiz de Fora-MG) – Potência instalada: 87 MW. » Termoelétrica Luís Carlos Prestes (Três Lagoas-MS) – Potência instalada: 386 MW. Cerca de 6% da energia elétrica gerada no Brasil tem como origem as usinas termoelétricas. A capacidade instalada desta fonte de energia foi de 37,8 mil MW em 2014. Figura 50. usina termoelétrica. Fonte: <http://www.tecnogera.com.br/wp-content/uploads/2015/03/1-interior-termeletrica.jpg>. acesso em: 16/11/2017. Com base nos dados desse capítulo, verifique as questões a seguir. » O que são fontes de geração de energia? » As fontes de energia são recursos provenientes da natureza ou não, utilizados pelo homem e sociedade para a produção de algum tipo de energia. 93 Fontes de geração de energia │ Unidade ii » Porque as fontes de geração de energia estão em evidência nas ações de conservação da sociedade? » As fontes de energia constituem-se também como uma questão de conservação ambiental, pois, a depender das formas de utilização dos diferentes recursos energéticos, graves impactos sobre a natureza podem ser ocasionados. » Como são classificadas as fontes geradoras de energia? » As fontes de energia podem ser classificadas conforme a capacidade natural de reposição de seus recursos. Existem, assim, as chamadas fontes renováveis e as fontes não renováveis. Exemplos de fontes renováveis: vento, marés, ondas, água, biomassa, luz solar. Exemplo de fontes não renováveis: petróleo, carvão mineral, gás natural, combustíveis nucleares. » Porque os combustíveis fósseis possuem altos índices de poluição e são extremamente impactantes a natureza? Os altos índices de poluição são gerados pela queima destes combustíveis. Considerados como os principais responsáveis pela intensificação do efeito estufa e pelo agravamento dos problemas vinculados ao aquecimento global. 94 unidAdE iiiSiStEMAS HÍBridoS dE EnErgiA CAPÍtuLo 1 Sistemas híbridos de energia Um sistema de energia híbrido pode consistir de duas ou mais fontes de energia renováveis utilizadas em conjunto para proporcionar uma maior eficiência no sistema, além de um maior equilíbrio no fornecimento de energia. Este sistema poderá utilizar mais de uma fonte de energia que, dependendo da disponibilidade dos recursos, deve gerar e distribuir energia elétrica, de forma otimizada e com custos mínimos, a uma determinada carga ou a uma rede elétrica, isolada ou conectada a outras redes. Existem áreas em que mais de uma fonte renovável se destaca, podendo de acordo com a aplicação serem combinadas em um único sistema, que em muitos casos podem ser confiáveis, flexíveis e atrativos economicamente. Com a possibilidade de uma fonte suprir a falta temporária de outra, esse sistema tem capacidade de operar com menor risco de interrupção. De uma forma geral, os sistemas híbridos são isolados e incorporam os seguintes equipamentos: » Módulos fotovoltaicos, aero geradores, turbinas hidráulicas – tecnologias de conversão de fontes renováveis. » Grupos geradores a diesel, a gasolina ou a gás – tecnologia de conversão de fontes não renováveis. » Baterias (formando um banco de baterias) – subsistema de armazenamento de energia elétrica. » Inversores de tensão, retificadores e controladores de carga – equipamentos do sistema de condicionamento de potência. 95 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii Estes equipamentos são conectados por meio de cabeamento adequado e de dispositivos de proteção e manobra (chaves, relés e disjuntores) a dois barramentos, um de corrente contínua (CC) e outro de corrente alternada (CA), para o atendimento das cargas. A Figura 50 ilustra um sistema híbrido de energia. Figura 51. sistema hibrido de energia. Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/aBaaafsfIaH/sistemas-hibridos>. acesso em: 17/11/2017. Sistemas híbridos isolados Os sistemas híbridos isolados são sistemas cuja geração é entregue diretamente a uma carga específica ou a uma rede elétrica não conectada ao sistema interligado. A utilização de sistemas híbridos para o atendimento de locais isolados, onde não há disponibilidade de suprimento através de uma rede convencional, torna-se uma alternativa cada vez mais considerada. Em muitos casos, a única forma é a utilização de grupos geradores, apresentando diversos problemas ambientais e relacionados à sua operação e manutenção. Os sistemas híbridos já se mostram como fontes confiáveis e técnica e economicamente viáveis. A principal característica de sistemas híbridos isoladospara eletrificação é a necessidade do sistema de armazenamento, para suprir a carga em períodos onde não haja disponibilidade de recursos renováveis e a necessidade de estratégias operacionais que indiquem qual a melhor forma de utilização do grupo gerador no atendimento. A partir desses pontos, existem inúmeras configurações a serem adotadas. A figura 51 apresenta uma das configurações de sistemas híbridos isolados. 96 UNIDADE III │ SIStEmAS híbrIDoS DE ENErgIA Figura 52. sistema hibrido isolado. Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/aBaaafsfIaH/sistemas-hibridos>. acesso em: 17/11/2017. A carga não crítica conectada à barra CC é uma carga alternativa que pode ser alimentada quando a energia gerada é maior que a consumida e o banco de baterias está em sua plena carga. Nessa situação, o sistema de controle de carga interrompe a geração e, quando não há a presença de uma carga alternativa, o excedente de energia não será aproveitado. Outras opções dessa configuração podem prever a utilização de seguidores de ponto de máxima potência conectados ao arranjo fotovoltaico, utilização de controle único para as três fontes, medidores conectados entre a barra CA e a minirrede, em casos em que haja tarifação, entre outras. Sistemas híbridos interligados Os sistemas híbridos interligados à rede são aqueles instalados para complementar a geração de uma outra fonte, que já entrega sua energia gerada a uma rede elétrica de pequeno, médio ou grande porte. Os sistemas interligados possuem configurações típicas: » Sistemas que somente fornecem energia na rede. » Sistemas que realizam troca de energia com a rede. Nas duas configurações, um cuidado especial deve ser dado à qualidade da energia no ponto de entrega. Os componentes eletrônicos de potência devem ser utilizados para 97 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii garantir que a geração híbrida não cause qualquer tipo de prejuízo à rede elétrica já existente, em condições normais de operação, ou em condições extremas. Vários estudos vêm sendo desenvolvidos com o objetivo de garantir interconexões ótimas entre fontes renováveis e redes elétricas contendo outras fontes de geração primárias. A figura 52 apresenta uma das configurações de sistemas híbridos interligados. Figura 53. sistema híbrido interligado. Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/aBaaafsfIaH/sistemas-hibridos>. acesso em: 17/11/2017. A utilização de grupos geradores em sistemas interligados está bastante relacionada a situações em que o atendimento deve ser prioritário em horários específicos, como horários de maior consumo. Nesse cenário, quando há escassez de recursos renováveis, o atendimento à carga não é garantido, sendo a presença do grupo gerador fundamental nessas condições. A utilização do medidor de consumo entre a barra CA e a rede elétrica é evidenciada. As setas indicam que a medição é realizada em sentido duplo. Os sistemas que somente fornecem energia na rede dispensam esse tipo de medidor, utilizando apenas o medidor de energia entregue à rede. tipos de sistemas híbridos de geração de energia no Brasil » Microhídrico-diesel. » Fotovoltaico-microhídrico. 98 UNIDADE III │ SIStEmAS híbrIDoS DE ENErgIA » Eólico-diesel. » Fotovoltaico-diesel. » Fotovoltaico-eólico-diesel. » Fotovoltaico-eólico. A seguir serão apresentados os principais sistemas híbridos aplicados no Brasil. Sistema eólico-diesel O sistema híbrido eólico-diesel refere-se a um sistema de produção de eletricidade baseado nos aproveitamentos eólico e diesel-elétrico operando de maneira integrada, com a finalidade de fornecer uma determinada carga. Figura 54. configuração do sistema eólico diesel. Fonte: carreiras (2013). A figura 53 representa a integração de sistema eólico e grupo gerador a diesel acoplados a um sistema de baterias o acúmulo de energia. Esta integração é utilizada em locais com elevada exposição ao vento em que a componente solar é desprezível ou não aplicável. Em zonas com sazonalidade solar muito baixa, deve ser privilegiada a utilização do sistema eólico, promovendo a carga do banco de baterias. A gestão das cargas será feita 99 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii por sistema regulador próprio que promoverá o arranque do gerador a diesel em caso de necessidade. Todos os componentes produzem a energia em CA em que é necessário retificar para carga do banco de baterias. Este sistema pode ser utilizado de imediato pois a injeção é feita diretamente no barramento de CA. Sistema fotovoltaico-eólico-diesel O sistema híbrido fotovoltaico-eólico-diesel é a integração dos aproveitamentos renováveis solar fotovoltaico e eólico com unidades geradoras a diesel num único sistema de produção de eletricidade. Este sistema funciona de maneira semelhante aos anteriores, porém com a vantagem de incorporar duas fontes renováveis, que atuam permitindo principalmente maior redução do consumo de combustível diesel e dos custos referentes ao uso desse combustível, além do aumento da confiabilidade do sistema de produção. Figura 55. configuração sistema eólico-fotovoltaico-diesel. Fonte: carreiras (2013). A figura 54 representa a integração de sistema eólico, fotovoltaico e grupo gerador a diesel acoplados a sistema de baterias para acumulação de energia. Esta integração 100 UNIDADE III │ SIStEmAS híbrIDoS DE ENErgIA é utilizada em locais com exposição ao vento e presença solar e pretende privilegiar a utilização do sistema eólico e fotovoltaico. Este sistema permite a carga do banco de baterias e a gestão das cargas será feito por sistema regulador, promovendo o arranque do gerador a diesel em caso de necessidade. Todos estes componentes produzem a energia em CA, com exceção dos painéis fotovoltaicos, sendo necessário retificar a energia produzida pela carga do banco de baterias. Conforme pode ser verificado na figura 54, a energia pode ser utilizada imediatamente pois a injeção é feita diretamente no barramento de CA. Sistema fotovoltaico-eólico Um sistema híbrido de produção do tipo fotovoltaico-eólico é baseado nos aproveitamentos solar fotovoltaico e eólico. A integração dessas fontes procura explorar a complementaridade entre ambas no tempo. Uma vantagem do sistema híbrido fotovoltaico-eólico é não empregar recursos não renováveis. O sistema híbrido renovável é um que fornece eletricidade a partir de um gerador de vento e painéis solares do sol durante o dia e continua a ser alimentado pela fonte gerador de energia eólica, juntamente com a energia armazenada nas baterias durante a noite. Devido à característica intermitente e aleatória das fontes, é necessário o uso de um sistema de armazenamento de energia maior que o utilizado nas configurações que possuem produção diesel-elétrica. É comum que os sistemas híbridos de energia tragam um maior rendimento e retornos econômicos e ambientais do que sistemas independentes de geração de energia eólica, solar, hídrica ou biomassa. Existe a combinação de sistema eólico e foto voltaico conectados ao sistema de baterias para acumulação de energia. Esta integração é utilizada em locais com exposição ao vento e presença solar garantindo a produção de energia mediante a utilização do sistema eólico e fotovoltaico. Este sistema promove a carga do banco de baterias e a gestão das cargas será feita por um sistema regulador. O gerador eólico produz a energia em CA e os painéis fotovoltaicos produzem em CC carregando diretamente o banco. A energia produzida pelo aero gerador necessita de retificação para carregar as baterias. Futuramente, será necessário um inversor para injetar a energia produzida para as cargas AC. 101 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii Neste sistema (isolado) no lado AC,é sempre necessário ter 2 barramentos independentes, um ligado ao processo de produção de energia e outro à saída. No sistema de energia híbrido renovável, pode também incluir um sistema de aquecimento de água solar térmica que absorbe a radiação do sol durante o dia para aquecer e armazenar água quente na caldeira ou boiler para o uso à noite. O sistema híbrido utilizado foi montado baseado na energia eólica e solar para suportar um sistema independente, que não precisa da fonte de alimentação de eletricidade da rede. Figura 56. sistema híbrido de energia. Fonte: eco planet energy. disponível em: <http://www.ecoplanetenergy.com/wp-content/uploads/2012/03/Hybrid-light-system. jpg>. acesso em: 17/11/2017. Figura 57. sistema híbrido de energia. Fonte: eco planet energy. disponível em: <http://www.ecoplanetenergy.com/wp-content/uploads/2012/03/Hybrid-House-system. jpg>. acesso em: 17/11/2017. 102 UNIDADE III │ SIStEmAS híbrIDoS DE ENErgIA As vantagens e desvantagens na utilização dos sistemas híbridos são listadas a seguir. Quadro 1. Vantagens e desvantagens na utilização de sistemas híbridos. Condições Vantagens Desvantagens » Local de implantação. » Recursos energéticos – utilização dos recursos que estão disponíveis no local. » Recursos energéticos – a disponibilidade energética dos recursos precisa ser favorável para produção de eletricidade. » Equipamento e investimento. » Flexibilidade – sistemas facilmente ampliáveis, devido a modularidade dos subsistemas de produção. » Investimento inicial – bastante elevado em face da necessidade da importação dos principais equipamentos de produção. » Operação e manutenção. » Sistemas independentes – não precisam estar ligados a rede de energia elétrica convencional. » Confiabilidade – pouca necessidade de manutenção para as tecnologias de produção renovável e sua redução para os sistemas diesel – elétrico de pequeno porte. » Produção: proximidade de carga a ser atendida (forma de produção descentralizada). » Qualidade de energia: qualidade maior da energia fornecida, em comparação com o diesel-elétrico. » Sistema de armazenamento – necessidade de armazenamento de energia, em função da intermitência das fontes primarias. » Baterias – ciclo de vida relativamente curto comparando aos demais equipamentos do sistema. » Sistema de controle – pode ser bastante complexo, dependendo do porte do sistema. » Questões ambientais. » Ambientalmente correto, dado o baixo nível de emissão de CO2 e outros gases, comparando a produção exclusivamente a partir de combustíveis fosseis. » Baterias – descarte e reciclagem de baterias são pontos fracos. » Porte do sistema – para sistemas de grande porte tem-se a ocupação de grandes áreas (arranjo fotovoltaico), além do aspecto visual (aero geradores). » Organização. » Utilizadores – completamente adaptável as necessidades energéticas dos utilizadores. » Utilizadores – necessidades de maior envolvimento do utilizador com os sistemas durante e após a importação, por meio do uso racional da energia. Fonte: carreiras (2013). Sistemas híbridos de energia no Brasil Ainda não existem políticas bem definidas de incentivos para o emprego desses sistemas híbridos no Brasil. Algumas instituições nacionais envolvidas são: » Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobrás (CEPEL). » Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (GEDAE)/Universidade Federal do Pará (UFPA). » Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE)/Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 103 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii » Laboratório de Energia Solar (LABSOLAR)/Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). » Petróleo Brasileiro S.A. (PETROBRAS). O primeiro sistema híbrido do Brasil corresponde ao sistema eólico-diesel de Fernando de Noronha, no estado de Pernambuco. No ano de 1986, esse sistema foi implantado, sendo composto por uma potência eólica de 75 kW e diesel-elétrica de 50 kW. Há diversos pequenos projetos de produção híbrida de energia elétrica atuantes na Amazônia. Como a área desta região é muito grande e boa parte da população reside em área rural, pequenas vilas isoladas, de baixa densidade demográfica e de renda, infraestrutura precária, elevada distância dos grandes centros, locais afastados e situados muitas vezes em encontros de rios, que somadas com o fator econômico inviabilizam a tradicional eletrificação por extensão da rede elétrica. Figura 58. sistema hibrido de energia Brasil. Fonte: <http://docplayer.com.br/docs-images/30/14305536/images/21-0.png>. acesso em: 17/11/2017. Sistema solar-eólico-diesel aplicado em tamaruteua Foi instalado em junho de 1999. Sua geração abastece residências, escola, comércios, igrejas, prédios de uso diverso da vila e iluminação. 104 UNIDADE III │ SIStEmAS híbrIDoS DE ENErgIA As seguintes tecnologias foram utilizadas nesta comunidade: » Energia eólica com aero geradores importados. » Energia solar fotovoltaica. » Controladores de carga, inversores estáticos. » Banco de baterias e grupo gerador a diesel. Figura 59. sistema solar-eólico-diesel. Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-k23X-ca2F0w/uX7uYnfy-8I/aaaaaaaaaK0/jps6rdqpvxY/s1600/sem+t%25c3%25adtulo.png>. acesso em: 17/11/2017. Sistema híbrido solar-eólico-diesel de São tomé Foi instalado em setembro de 2003, com a finalidade de abastecer as 67 unidades consumidoras da vila. A tecnologia utilizada é similar a de Tamaruteua. Figura 60. sistema solar eólico diesel. Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-rfelpQ0n9m4/uX7Vju8pvjI/aaaaaaaaala/2X-c12F0kd0/s1600/sem+asgasd.png>. acesso em: 17/11/2017. 105 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii A vila de São Tomé é situada ao norte do município de Maracanã, localizado no estado do Pará. A população da vila é composta por aproximadamente 226 habitantes distribuídos em 40 famílias. A economia se baseia no extrativismo dos recursos naturais locais e cultivo de mandioca para a produção de farinha. A quadro 2 apresenta as principais características do sistema híbrido de geração de energia elétrica existente na localidade. Quadro 2. configuração do sistema híbrido. Componente Potencia / Capacidade Gerador fotovoltaico 3,2 KWPico Aero gerador 10 KW Banco de baterias 72 KW hora Inversor DC / AC 15 KW Grupo gerador dieses 20 KVA Fonte: Hauschild (2006). A localidade possui algum potencial eólico, o que viabilizou a utilização de um aero gerador no sistema híbrido. O sistema possui a configuração com o acoplamento das fontes renováveis de energia no barramento CC e a conexão do grupo gerador no barramento CA. A energia elétrica é distribuída por meio de uma minirrede trifásica. O chaveamento entre o inversor do subsistema com fontes renováveis e o grupo gerador, para energização da rede é feito manualmente. Sistema híbrido solar-eólico de Joanes Instalado no ano de 1994, porém, só em junho de 1997 entrou em pleno funcionamento para atender às 170 unidades consumidoras da vila. As seguintes tecnologias foram utilizadas nesta comunidade: » Energia eólica com aero geradores importados.Energia solar fotovoltaica. » Inversor rotativo, banco de baterias. 106 UNIDADE III │ SIStEmAS híbrIDoS DE ENErgIA Figura 61. sistema solar eólico. Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-cla943tcsKc/uX7dBjvveWI/aaaaaaaaalk/Jmllep12g3e/s1600/gfhg.png>. acesso em: 28/07/2017. Com base nos dados do capítulo 4, verifique as questões a seguir. » O que significa sistemas híbridos de energia? Sistema que utiliza mais de uma fonte de energia que, dependendo da disponibilidade dos recursos, deve gerar e distribuir energia elétrica, deforma otimizada e com custos mínimos, a uma determinada carga ou a uma rede elétrica, isolada ou conectada a outras redes. » Quais os tipos de equipamentos que compõe os sistemas híbridos de energia? Módulos fotovoltaicos, aero geradores, turbinas hidráulicas – tecnologias de conversão de fontes renováveis. Grupos geradores a diesel, a gasolina ou a gás – tecnologia de conversão de fontes não renováveis. Baterias (formando um banco de baterias) – subsistema de armazenamento de energia elétrica; Inversores de tensão, retificadores e controladores de carga – equipamentos do sistema de condicionamento de potência. » O que significa sistemas híbridos isolados? São sistemas cuja geração é entregue diretamente a uma carga específica ou a uma rede elétrica não conectada ao sistema interligado. » O que significa sistemas híbridos interligados? 107 SiStemaS híbridoS de energia │ Unidade iii Sistemas híbridos interligados à rede são aqueles instalados de forma a complementar a geração de uma outra fonte, que já entrega sua energia gerada a uma rede elétrica de pequeno, médio ou grande porte. Essa forma de geração é conhecida como geração distribuída. » Cite quais são os tipos de configurações de sistemas híbridos de geração de energia? » Microhídrico-diesel. » Fotovoltaico-microhídrico. » Eólico-diesel. » Fotovoltaico-diesel. » Fotovoltaico-eólico-diesel. » Fotovoltaico-eólico. 108 unidAdE iV iMPACtoS AMBiEntAiS E SuStEntABiLidAdE CAPÍtuLo 1 impactos ambientais e sustentabilidade impactos ambientais Impacto ambiental são alterações no meio ambiente causadas pelas atividades humanas que podem ser negativas ou positivas, permanentes ou temporárias. Estes impactos podem ser positivos, quando resultam em melhorias para o ambiente, ou negativos, quando essas alterações causam algum risco para o ser humano ou para os recursos naturais encontrados no espaço. O termo impacto ambiental é mais utilizado em referência aos aspectos negativos das atividades humanas sobre a natureza. Isso ocorre em virtude do modelo de desenvolvimento da sociedade moderna, que se baseou na exploração intensiva dos recursos naturais do mundo, tidos como uma fonte inesgotável de matéria-prima e de energia para a produção dos mais diversos produtos. Os principais impactos ambientais negativos causados pelo desenvolvimento das atividades humanas são listados a seguir. » Redução da biodiversidade de plantas e animais: como o desenvolvimento das atividades humanas tornou-se cada vez mais comum a substituição da vegetação nativa por construções humanas. As vegetações foram sendo substituídas por estradas, fazendas, indústrias e cidades, reduzindo, assim, o habitat de muitas espécies de animais e plantas. Infelizmente, muitas espécies já desapareceram ou correm risco de extinção caso sejam mantidas as formas atuais de apropriação da natureza. 109 Impactos ambIentaIs e sustentabIlIdade │ unIdade IV Figura 62. redução da vegetação nativa. Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-Q1-r0usooro/Viq37JHtB6I/aaaaaaaat7Q/-muKsIlVbuu/s400/an%25c3%25a1lise%2Bdas%2B avalia%25c3%25a7%25c3%25B5es%2Bde%2BImpacto%2Bambiental%2B1.png>. acesso em: 17/11/2017. » Contaminação do ar, água, fauna e flora: as atividades humanas e empresariais geram muitos resíduos que se acumulam na natureza e causam a poluição e contaminação. Figura 63. contaminação da água por petróleo. Fonte: pensamento verde. disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/wp-content/uploads/2013/10/img122.jpg>. acesso em: 17/11/2017. » Compactação, impermeabilização, redução da fertilidade e erosão do solo: as atividades agropecuárias, quando realizadas sem consciência ambiental, favorecem a compactação, a redução da fertilidade e a erosão do solo. As pavimentações asfálticas utilizadas nas cidades e estradas impermeabilizam o solo, comprometendo a infiltração da água, ocasionando alagamentos e dificuldades de abastecimento das águas subterrâneas. 110 UNIDADE IV │ ImpActos AmbIENtAIs E sUstENtAbIlIDADE Figura 64. erosão do solo. Fonte: <http://ciflorestas.com.br/arquivos/e_curso__31797.jpg>. acesso em: 17/11/2017. » Esgotamento dos mananciais: grande parte das atividades humanas necessita de uma grande quantidade de água, o que causa a exploração intensiva dos cursos d’água para abastecer indústrias, comércio, fazendas e cidades. Apesar da água ser um recurso disponível no planeta Terra, a crescente demanda aliada à má utilização dos recursos hídricos já tem causado escassez de água ou falta de água em locais que não sofriam com esse problema, como é o caso do Brasil. Figura 65. esgotamento da água na natureza. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/95/aral_sea_1989-2008.jpg/300px-aral_sea_1989-2008. jpg>. acesso em: 17/11/2017. 111 Impactos ambIentaIs e sustentabIlIdade │ unIdade IV » Alterações climáticas: o desenvolvimento da sociedade empresarial trouxe grandes alterações no clima mundial, contribuindo para a intensificação do efeito estufa e aquecimento global do mundo. Figura 66. Queimada na natureza. Fonte: <http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/3-136/queimadas-naturais-impacto-ambiental-do- solo-2.jpg>. acesso em: 17/11/2017. » Destruição da camada de ozônio: os gases lançados na atmosfera contribuem para a destruição da camada de ozônio. Como o gás ozônio é muito instável, a acumulação dos gases na atmosfera favorece a degradação de suas moléculas. Figura 67. camada de ozônio. Fonte: <https://2.bp.blogspot.com/-guedumt0Z2o/V4d8qXjme6I/aaaaaaaaecs/rvXmntunikwhppi6hsV7WiqFrljupBdeQclcB/ s1600/atmosfera.jpg>. acesso em: 17/11/2017. 112 UNIDADE IV │ ImpActos AmbIENtAIs E sUstENtAbIlIDADE A crescente produção e a destinação indevida de resíduos sólidos têm causado a poluição da água em todo o mundo. Figura 68. resíduos sólidos na natureza. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://s2.static.brasilescola.uol.com.br/img/2016/03/poluicao-no-litoral.jpg>. acesso em: 17/11/2017. Em virtude do comprometimento da vida no planeta, cresceu o debate, a nível internacional, sobre as questões ambientais mundiais. É comum o estudo sobre os impactos ambientais, para que haja conscientização da população e de governantes sobre a necessidade de se praticar um desenvolvimento sustentável. Diversas medidas (como o Protocolo de Kyoto e o Protocolo de Montreal) têm sido tomadas para reverter o quadro de degradação ambiental existente no mundo atual. Essas medidas foram impedidas por interesses econômicos, principalmente de países desenvolvidos, que acreditam que esse desenvolvimento sustentável é inviável, devido a um alto custo e limitação da extração dos recursos naturais e de fontes de energia. Para maiores informações sobre os impactos ambientais veja a definição retirada da Resolução no 1, Artigo 1o, do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/>. impactos dos sistemas híbridos de produção de energia em comunidades isoladas Os sistemas híbridos de energia implantados são mais benéficos do que prejudiciais, principalmente quando instalados em pequenas comunidades. Não há nenhum grande 113 Impactos ambIentaIs e sustentabIlIdade │ unIdade IV impacto ambiental, a não ser as baterias existentes, pois há necessidades de programas de reciclagem para o descarte final desta sem prejudicar o meio ambiente. Em relação aos impactos socioeconômicos causados por essas instalações em locais mais isolados, é fato que há um aumento populacional em torno da região beneficiada, devido ao difícil acesso da energia elétrica em algumas comunidades que são isoladas. Estes sistemas híbridos que levam energiaelétrica para essas comunidades isoladas são de total importância social e contribuem com o desenvolvimento local e aumento na qualidade de vida das pessoas. Figura 69. sistema híbrido. Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-Xvyqi7Fzr_e/uX7x3xhnmnI/aaaaaaaaB10/ygasaa3lkrc/s1600/images.jpg>. acesso em: 17/11/2017. Sustentabilidade desenvolvimento sustentável O desenvolvimento sustentável é um importante conceito criado para melhorar a preservação do meio ambiente de modo a garantir um futuro melhor para as próximas gerações. É um conceito elaborado para fazer referência ao meio ambiente e à conservação dos recursos naturais. 114 UNIDADE IV │ ImpActos AmbIENtAIs E sUstENtAbIlIDADE Entende-se por desenvolvimento sustentável a capacidade de utilizar os recursos e os bens da natureza sem o comprometimento da disponibilidade desses elementos para as gerações futuras. O sentido é adotar um padrão de consumo e de aproveitamento das matérias-primas extraídas da natureza de modo a não afetar o futuro da humanidade. Figura 70. plantio sustentável. Fonte: Brasil escola. disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/2e94fbc9060a0c8b88293d19a7a 8b00b.jpg>. acesso em: 17/11/2017. É preciso adotar medidas para conservar os recursos para diminuir ou eliminar os impactos ambientais gerados pela exploração predatória. O ambiente das florestas e demais áreas naturais, os cursos d’água, o solo e outros elementos necessitam de certo cuidado para continuarem disponíveis e não haver nenhum tipo de prejuízo para a sociedade e o meio ambiente. A história do conceito de desenvolvimento sustentável O conceito de desenvolvimento sustentável foi oficialmente declarado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia, e também chamada de Conferência de Estocolmo. A importância da elaboração do conceito, nesse período, foi a de unir as noções de crescimento e desenvolvimento econômico com a preservação da natureza, questões que antes eram vistas de forma separada. O relatório “Nosso Futuro Comum”, elaborado em 1987, mais conhecido como Relatório Brundtland, formalizou o termo desenvolvimento sustentável e o tornou 115 Impactos ambIentaIs e sustentabIlIdade │ unIdade IV de conhecimento público mundial. Em 1992, o conceito “satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” tornou-se o eixo principal da conferência, concentrando os esforços internacionais para o atendimento dessa necessidade. Medidas sustentáveis Diversas medidas podem ser adotadas tanto pelos governos quanto pela sociedade civil em geral para a construção de um mundo baseado na sustentabilidade. Entre elas, pode-se citar as seguintes: » Redução ou eliminação do desmatamento. » Reflorestamento de áreas naturais devastadas. » Preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades de conservação de matas ciliares. » Fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação ao meio ambiente. » Adoção da política dos 5rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar). » Contenção na produção de lixo e direcioná-lo corretamente para a diminuição de seus impactos. » Diminuição da incidência de queimadas. » Diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés das indústrias quanto pelos escapamentos de veículos e outros. » Opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos ambientais em larga e média escala. » Adotar formas de conscientizar o meio político e social das medidas acimas apresentadas. Essas medidas são formas viáveis e práticas de se construir uma sociedade sustentável que não comprometa o meio natural, tanto na atualidade quanto para o futuro a médio e longo prazo. 116 UNIDADE IV │ ImpActos AmbIENtAIs E sUstENtAbIlIDADE Figura 71. preservação das áreas com instalação de sistemas híbridos energia. Fonte: <https://thumbs.dreamstime.com/t/torres-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-do-telefone-celular-na-natureza-90818344. jpg>. acesso em: 17/11/2017. Figura 72. preservação das áreas com instalação de sistemas híbridos energia. Fonte: <http://www.bsbsolar.com/gallery_gen/4feab0cad3974075bd32d3c922ea788f_380x250.jpg>. acesso em: 17/11/2017. Sustentabilidade dos sistemas híbridos de produção de energia em comunidades isoladas A maneira como é feita a gestão do sistema é um ponto que pode afetar significativamente a sustentabilidade dos sistemas híbridos. No Brasil, existem poucos sistemas híbridos de pequeno porte instalados, e a maioria se encontra fora de operação devido a problemas de gestão. Esforços nesta área tem sido feito pelo Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (GEDAE), da Universidade Federal do Pará. O GEDAE já instalou três sistemas híbridos em comunidades isoladas do estado do Pará. Apenas um destes sistemas se encontra em operação plena, que é o da comunidade de São 117 Impactos ambIentaIs e sustentabIlIdade │ unIdade IV Tomé. Além destes, existe um sistema solar-diesel instalado em Araras, Rondônia, pelo LabSolar da Universidade Federal de Santa Catarina, que se encontram em operação. Os atuais modelos de gestão apresentam como meta uma administração realizada pela própria comunidade, através de uma organização ou associação comunitária, que na maioria das vezes não conta com a fundamental ajuda da prefeitura municipal. Além disso, o auxílio financeiro para a execução das atividades de manutenção e operação do sistema de eletrificação é obtido por meio da cobrança mensal a cada unidade consumidora, sendo este tipo de tarifação em geral correspondente a um valor médio do total dos gastos familiares em recursos energéticos utilizados por unidade consumidora. Esse recurso financeiro é então utilizado para a compra do óleo diesel e outros gastos relativos à operação e manutenção do sistema. Esse tipo de tarifação não reflete o consumo real de cada unidade consumidora, contribuindo para a insustentabilidade do sistema, pois, dependendo do caso, em algumas unidades consumidoras haverá consumo de menos, e em outras, consumo de mais. Novos sistemas de tarifação, como o pré-pago, além da participação mais efetiva das prefeituras e concessionárias de distribuição de energia elétrica na gestão junto à comunidade, poderão contribuir para a sustentabilidade dos sistemas híbridos. Com base nos dados do capítulo 5, verifique as questões a seguir. » O que é impacto ambiental? São alterações no ambiente causadas pelo desenvolvimento das atividades humanas no espaço geográfico. Nesse sentido, eles podem ser positivos, quando resultam em melhorias para o ambiente, ou negativos, quando essas alterações causam algum risco para o ser humano ou para os recursos naturais encontrados no espaço. » Quais são os principais impactos ambientais negativos causados pelo desenvolvimento das atividades humanas? » Redução da biodiversidade de plantas e animais. » Contaminação do ar, água, fauna e flora. » Compactação, impermeabilização, redução da fertilidade e erosão do solo Esgotamento dos mananciais. » Alterações climáticas. » Destruição da camada de ozônio. 118 UNIDADE IV │ ImpActos AmbIENtAIs E sUstENtAbIlIDADE » Quais são os impactos que um sistema hibrido de produção de energia pode causar em comunidades isoladas? Não há nenhum grande impacto ambiental, tirando as baterias existentes, pois há necessidades de programas de reciclagem para o descarte final desta e sem prejudicar o meio ambiente. Há um aumento populacional em torno da região beneficiada, devido ao difícil acesso da energia elétrica em algumas comunidades que são isoladas. » O quesignifica sustentabilidade e desenvolvimento sustentável? Ações para melhorar a preservação do meio ambiente de modo a garantir um futuro melhor para as próximas gerações. Desenvolvimento sustentável é a capacidade de utilizar os recursos e os bens da natureza sem comprometer a disponibilidade desses elementos para as gerações futuras. » Cite alguns exemplos de medidas sustentáveis que deverão ser levadas em consideração quando se instalam sistemas híbridos de produção de energia? » Redução ou eliminação do desmatamento. » Reflorestamento de áreas naturais devastadas. » Preservação das áreas de proteção ambiental, como reservas e unidades de conservação de matas ciliares. » Fiscalização, por parte do governo e da população, de atos de degradação ao meio ambiente. » Adoção da política dos 5Rs (repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar). » Contenção na produção de lixo e direcioná-lo corretamente para a diminuição de seus impactos. » Diminuição da incidência de queimadas. » Diminuição da emissão de poluentes na atmosfera, tanto pelas chaminés das indústrias quanto pelos escapamentos de veículos e outros. 119 Impactos ambIentaIs e sustentabIlIdade │ unIdade IV » Opção por fontes limpas de produção de energia que não gerem impactos ambientais em larga e média escala. » Adotar formas de conscientizar o meio político e social das medidas acimas apresentadas. 120 referências ABRADEE. 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