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sindrome de li fraumeni e retrovirus - passei direto


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Síndrome de Li-Fraumeni.
O câncer é uma patologia de etiologia multifatorial, resultante principalmente de alterações genéticas, de fatores ambientais e do estilo de vida. O descobrimento de genes relacionados ao câncer humano – oncogenes – permitiu uma maior compreensão das alterações genéticas associadas a transformações malignas das células. Tais alterações afetam principalmente três classes degenes reguladores: os promotores do crescimento (proto-oncogenes), os inibidores do crescimento celular (genes supressores de tumor) e os genes que regulam o programa de morte celular (apoptose). 
De fato, a principal alteração genética encontrada no câncer humano é a mutação do gene supressor de tumor p53 presente em pouco mais de 50% dos tumores. O gene p53 localiza-se no braço curto do cromossomo humano17, e codifica a síntese de uma fosfoproteína nuclear expressa em níveis basais em todas as células normais. A proteína p53 desacelera a progressão do ciclo celular e permite, portanto, que a célula tenha mais tempo para repararo DNA antes de entrar na fase S ou mitose. Entretanto, quando a reparação dos danos do DNA não for eficiente,o p53 pode estimular a morte celular programada (apoptose) da célula. Estes efeitos contribuem para a proteção do organismo contra o acúmulo de mutações genéticas, dificultando assim a ocorrência de células geneticamente instáveis e com predisposição à transformação maligna. Entretanto, havendo uma alteração funcional do p53, não há reparo eficiente do DNA, e as mutações acumulam-se nas células em divisão, que podem então, em um dado momento, sofrer transformação maligna. 
Na formação da maioria dos tumores, as mutações de inativação de ambos os alelos do gene p53 ocorrem de modo aleatório, sendo necessário, portanto, dois eventos distintos na célula somática. Com menor freqüência, alguns indivíduos herdam um alelo p53 mutante, necessitando, dessa forma, de apenas um evento que afete a única cópia normal existente deste gene para a perda da atividade do gene supressor de tumor. Esses indivíduos são portadores de uma síndrome rara, conhecida como Síndrome de Li-Fraumeni, e possuem uma probabilidade vinte e cinco vezes maior de desenvolver tumores malignos, tais como sarcomas, tumores de mama, leucemias, linfomas, entre outros.
A Síndrome de Li Fraumeni (LFS) foi descrita em 1969; inicialmente organizada através de observações clínicas seguidas de estudos epidemiológicos. Corresponde a uma síndrome rara, autossômica dominante negativo, caracterizada por mutações herdadas que ocorrem na linhagem germinativa, principalmente do gene p53 (cerca de 70% dos casos) e por um fenótipo clínico de múltiplas neoplasias primárias.
Assim, caracteriza-se pela predisposição ao câncer, sendo que os portadores de 50 anos possuem uma probabilidade de vinte e cinco vezes mais chance de desenvolver vários tipos de tumores malignos, comparada com a população em geral.
A LFS está relacionada a uma alta taxa de morbimortalidade em consequência das diferentes localizações das neoplasias e das repercussões sistêmicas decorrentes.
Muitos estudos de acompanhamento de famílias portadoras da LFS foram realizados identificando os tipos de cânceres e a faixa etária das pessoas afetadas. O osteossarcoma está entre os tumores mais freqüentes quando associado a mutações do TP53. Os sarcomas de tecido mole e o câncer de mama são predominantes na LFS e aproximadamente 10% dos pacientes desenvolvem tumores cerebrais. 
Portanto, a LFS foi inicialmente organizada através de observações clínicas seguidas de estudos epidemiológicos. A definição clínica desta síndrome tem sido ampliada para abranger tumores de células germinativas e tumor de Wilms. O espectro de cânceres, desta síndrome tem sido determinado incluindo carcinoma de mama, sarcomas de partes moles, tumores de cérebro, osteossarcomas, leucemias e carcinomas adrenais. Existem outros tumores freqüentemente observados nessa síndrome como melanoma, neoplasias gonadais , carcinomas de pulmão, pâncreas, próstata, entre outros. 
Após inúmeras observações de famílias com um grande número de neoplasias e de acometimento de crianças e de adultos relativamente jovens, foram elaborados critérios para o diagnóstico da LFS.
1- Uma família incluindo dois parentes de primeiro grau com cânceres pertencentes ao espectro da LFS, sendo um dos parentes afetado antes dos quarenta e cinco anos.
2- Crianças ou adultos jovens com um raro tumor em relação a população em geral pertencente ao espectro da LFS, tal como o carcinoma da adrenocortical.
3- Criança ou adultos jovens com menos de quarenta e cinco anos com múltiplos tumores primários do espectro da LFS.
O diagnóstico clínico, portanto, se faz através de critérios que relacionam o número de neoplasias, a idade em que essas surgem, os tipos e a distribuição dessas dentro da família. Assim, a determinação da LFS é feita clinicamente, e posteriormente a análise molecular é realizada para identificar o gene mutado.
Apesar dos avanços dos métodos moleculares para se detectar mutação, ainda não se desenvolveu um método efetivo de tratamento dessa síndrome. Entretanto, a detecção precoce da mutação poderá fornecer informações importantes e orientar para futuras intervenções.
Antes de se iniciar um tratamento específico, todos os pacientes devem ter seu diagnóstico de câncer confirmado por histopatologia tecidual. Atualmente, há as seguintes alternativas para o tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e bioterapia. A decisão da melhor conduta terapêutica dependerá do local, do tipo, da extensão, bem como do número de tumores e, principalmente, da condição clínica do paciente. O principal objetivo da terapêutica ainda é oferecer alívio dos sintomas, com uma melhor qualidade de vida.
A terapia gênica da linhagem germinativa em humanos ainda não tem sido utilizada por conceitos éticos e pela limitação da tecnologia para manipulação das células de linhagem germinativa.
A mutação germinativa do gene TP53 deve ser investigada em todos os tipos de cânceres que demonstram alguma forma de apresentação familiar, em casos de tumores multifocais e em casos de neoplasias malignas secundárias. Esse é o principal interesse da comunidade médica, tanto clínica quanto científica.
Oncogenes retrovirais. 
Oncogeneses: genes responsáveis pela transformação maligna das células. Retrovírus oncogênicos tem uma cópia de um gene celular alterado em seu genoma.
Retrovírus: se a interação ocorrer em células germinativa a informação genética do vírus será herdada verticalmente.
Um dos mais bem estudados retrovírus é o chamado vírus Sarcoma de Rous. Esse retrovírus foi descoberto em 1911 por Peyton Rous. Onde o oncro pode ser induzido em galinhas saudáveis, injetando-o com extrato de células do tumor de uma galinha doente.
Os genes do retrovírus são codificados em RNA e não em DNA. O vírus contém uma transcriptase reversa, uma DNA polimerase que utiliza o RNA como seu mode b.
Assim que o retrovírus infecta uma célula, a sua transcriptase reversa sintetiza cópias de DNA do seu genoma. Ao entrar no núcleo da célula e inserir-se ao longo do DNA dos cromossomos hospedeiro. Esse gene dentro do núcleo produz um retrovírus de RNA mensageiro.
O vírus do Sarcoma de Rous tem apenas quatro genes;
GAG: codifica a cápse de proteínas.
POL: codifica a transcriptase reversa.
ENV: codifica a proteína de “envelope”.
SIC: codifica uma tirosina-quinase.
O genoma viral é constituído de duas moléculas de RNA de fita simples, ligadas entre si. Morfologicamente são vírus muito parecidos entre si, apesar da sua diversidade. São compostos de proteínas, RNA e lipídeos da membrana.
O vírus reconhece a superfície da célula e se funde com a membrana, podendo ocorrer endocitose. Após a penetração do núcleo capsídeo viral, ocorre a transcrição reversa do RNA do vírus em DNA viral.
Esses vírus sofrem varias mutações e modificações durante a transcrição reversa, fazendo com que fiquem cada vez mais difíceis de seremcombatidos. Um dos tipos mais conhecidos de retrovírus é o HIV, que por infectar humanos ataca os linfócitos do sangue.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
file:///C:/Users/Bia%20Santos/Downloads/70084-93511-1-
 http://genetica.ufcspa.edu.br/seminarios%20textos/LiFraumeni.pdf
http://blog.medportal.com.br/genetica/sindrome-de-li-fraumeni/?SUPERVAR=genetica/sindrome-de-li-fraumeni/
www.infoescola.com/biologia/retrovírus
user.rxn.com/jkimball.ma.ultranet/bidogypage/r/rsv.hml