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apostila neuro (1)

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Conceito.
	O sistema nervoso humano é o mais evoluído do reino animal, uma vez que trata-se de “uma extensa e complicada organização de estruturas” (GOSS, 1977), esta organização forma uma rede, que garante o controle das ações orgânicas bem como a vida de relação. 
O sistema nervoso e dividido, segundo alguns autores, arbitrariamente, para outros topográfica e funcionalmente, em duas porções, o Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP). 
Origem do sistema Nervoso
Quando pensamos sobre o sistema nervoso, usualmente esse exercício ocorre imaginando um sujeito adulto. No entanto, como ocorre em todas as estruturas biológicas, esse sistema sofre modificações ao longo do tempo. Como em um ciclo vital qualquer, essas estruturas surgem e durante a a vida embrionária passa por vertiginoso crescimento que promove completa mudança de forma e função. Após o nascimento durante a vida adulta parece estável, mas não esta, e lentamente se degenera e morre.
	O conhecimento da embriologia do sistema nervoso é importante, uma vez que possibilita a compreensão de muitos aspectos de sua anatomia, já que vários termos utilizados para denominar porções do encéfalo adulto baseiam-se na embriologia.
	Após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, o zigoto adquire sua completa carga genética e tem início as transformações que vão originar o embrião e conseqüentemente o sujeito adulto.
	O primeiro fenômeno relevante ocorre logo no primeiro dia após a fecundação, ainda na tuba uterina, são uma série de divisões mitóticas do zigoto até formar uma esfera sólida composta de muitas células, denominado mórula. A mórula chega ao útero e continua seu processo de divisão, de forema que logo surge uma cavidade em seu interior, esta cavidade e denominada blastocele. Neste momento a esfera lembra uma bola oca e recebe o nome de blástula e encontra-se prestes a se implantar na parede do útero. A divisão celular continua, porém e maior em um dos pólos, cuja parede se torna mais espessa. Ao fim da 1º semana de gestação, a blástula esta firmemente aderida a parede uterina e passa ser chamada de blastocisto.
	Nesse momento uma nova cavidade é formada, chamada de cavidade aminiótica, uma estrutura em forma de fita, constituída por dois folhetos de células, separa a cavidade amniótica da blastocele. O folheto celular mais interno é o endoderma, é o mais externo chamado de ectoderma, esse folheto externo que vai originar o sistema nervoso.
	Na transição da 2º para 3º semana, em certo ponto do ectoderma a divisão celular e mais intensa, essas células irão migrar para o interior do orifício que foi formado nesse folheto, ocorrendo a invaginação do ectoderma, formando um terceiro folheto, chamado mesoderma, situado entre o endoderma é o ectoderma.
	Esse novo folheto, o mesoderma, tem forte influência sobre o ectoderma, que agora é chamado de neuroectoderma, uma vez que parte dele formará praticamente todo o sistema nervoso. O resultado da interação entre mesoderma e neuroectoderma é que as células que surgem do neuroectoderma se alongam e tornam-se cilíndricas, tornando a região mais espessa, formando a placa neural.
	As células mantêm sua divisão e assumem um formato prismático causando o dobramento da placa neural ao redor de um sulco neural, esta sulco se aprofunda para formar a goteira neural. Os dobramentos, que pode ser chamados lábios da goteira neural, se fundem de forma que a placa neural se fecha sobre si mesma e forma o tubo neural, o ectoderma não diferenciado se fecha sobre o tudo, isolando-o do meio externo.
	No ponto de convergência dos lábios, algumas células se destacam formando duas lâminas longitudinais localizadas dorsolateralmente ao tubo neural, chamadas de cristas neurais. A placa, o tubo e as cristas neurais podem ser consideradas as primeiras estruturas do sistema nervoso, uma vez que o tubo irá formar o sistema nervoso central e a crista dará origem aos componentes do sistema nervoso periférico.
	Neste ponto o embrião já tem 1 mês de vida intrauterina, logo que o tubo neural completa seu fechamento, pode-se perceber alterações, no entanto é importante salientar que desde o inicio de sua formação, o tubo neural apresenta calibre não uniforme. A sua extremidade cranial se dilata formando encéfalo primitivo ou arquencéfalo, inicialmente nesta região se distinguem três dilatações chamadas vesículas encefálicas primordiais, a mais anterior chamada de procencéfalo, a do meio mesencéfalo e a mais posterior rombencéfalo. 
	O espaço existente no interior das vesículas é ocupado por um fluido orgânico, e dará origem aos ventrículos cerebrais e aos canais de comunicação entre eles. Ao longo do segundo mês de gestação as vesículas que eram três subdividem-se e passam a ser cinco, isso ocorre junto ao encurvamento do tubo neural, com isso:
Prosencéfalo forma o telencéfalo é o diencéfalo;
Mesencéfalo não sofre grandes modificações, por isso a nomenclatura é mantida;
O rombencéfalo divide-se em metencéfalo e mielencéfalo.
Das estruturas agora formadas, o mielencéfalo é mais caudal, a partir dela o tubo neural mantêm seu formato cilíndrico e gradativamente forma a medula espinhal primitiva.
O encurvamento citado acima no texto é o que literatura chama de “flexuras”, são três flexuras em posições distintas da anatomia do embrião, a primeira a surgir é a flexão cefálica, na região entre o mesencéfalo e o prosencéfalo. Na seqüência aparece a flexura cervical, entre o arquencéfalo é a medula primitiva, trata-se de uma flexão ventral de toda a cabeça do embrião na região do futuro pescoço. Por fim forma-se a terceira e ultima flexura chamada de flexura pontina, ocorre na direção contrária as anteriores no ponde de união entre metencéfalo e mielencéfalo. Ao longo do desenvolvimento, as duas flexuras posteriores praticamente desaparecem, permanecendo apenas a flexura cefálica, que determina no encéfalo do homem adulto um ângulo entre o cérebro e o resto do neuro-eixo. 
	Na seqüência das transformações a vesícula telencéfalica cresce exponencialmente para os lados e para trás formando os hemisférios cerebrais e acabam cobrindo as estruturas mais posteriores. O diencéfalo e o mesencéfalo se originam das vesículas de mesmo nome, e acabam encobertas pelos hemisférios cerebrais. A vesícula metencéfalica dá origem ao cerebelo é a ponte, sendo que em virtude de o cerebelo crescer para cima, ele acaba por encobrir a ponte. O bulbo se origina da vesícula mielencéfalica. Por fim, a medula primitiva se desenvolve por igual sem grandes modificações dando origem a medula espinhal no adulto.
Os processos transformatórios que ocorrem no sistema nervoso central também ocorrem no sistema nervoso periférico. As cristas neurais vai se alterar e originar as maioria das estruturas do sistema nervoso periférico. As cristas contem células tronco, devido a esse fato as cristas participam também da formação de outros tecidos que não fazem parte do sistema nervoso.
	Tais transformações morfogenêticas, resultantes de intensa proliferação e deslocamentos celulares nas estruturas percursoras, ocorrem durante os primeiros quatro meses de gestação na espécie humana, no embrião humano entre 4 e 5 meses de gestação as principais estruturas anatômicas já estão presentes.
O sistema Nervoso embrionário funciona?
Não existem muitos dados sobre o funcionamento do sistema nervoso durante o desenvolvimento embrionário e fetal, especialmente no que se refere ao cérebro humano. A razão é óbvia: é difícil investigar a criança no interior no útero materno. Os dados existentes provêm de imagens por ultrassom e do registro de sinais magnéticos do cérebro fetal captados externamente (magnetoencefalografia). Entretanto, ainda que escassos esses dados são inúmeras decisões de caráter ético que a sociedade discute acaloradamente, como a utilização de células-tronco embrionárias humanas para procedimentos terapêuticos, e os critérios para adoção ou proibição do aborto.
	A entradaem funcionamento de um órgão durante o desenvolvimento, inclusive o cérebro, raramente é abrupta e marcada, e se caracteriza quase sempre por uma lenta transição. A formação do tubo neural ocorre durante a 3ª semana de gestação, e já na semana seguinte aparecem às vesículas primitivas que resultam da proliferação celular mais ativa na região rostral do embrião. Os primeiros sinais de atividade bioelétrica produzida pelos jovens neurônios surgem por volta da 6ª semana e consistem em impulsos de células isoladas, já que as sinapses – contatos funcionais entre neurônios – começam a surgir muito mais tarde. Durante a 8ª e a 9ª semana ocorre intensa proliferação e ativa migração das células. O córtex cerebral ainda é liso, sem as circunvoluções características do cérebro maduro, e os dois hemisférios cerebrais permanecem separados, já que a comissura anterior e o corpo caloso começam a se formar na 10ª e 12 ª semanas, respectivamente. Os primeiros movimentos do feto podem ser sentidos pela mãe na altura da 13ª semana de gestação, sugerindo no mínimo a entrada em funcionamento dos músculos. Os primeiros sulcos corticais surgem na altura da 16ª semana e logo a seguir começam a se formar as primeiras sinapses, indicando a formação dos circuitos neurais. Na 23ª semana, o feto prematuro já é capaz de sobreviver fora do útero, desde que assistido em unidades hospitalares equipadas. É nesse momento que surgem as primeiras respostas para estímulos mecânicos, sugerindo algum amadurecimento funcional das vias sensitivas. Na 28ª semana formação de sinapses é maior, e já se consegue registrar respostas cerebrais a sons externos, o que indica a entrada em funcionamento do sistema auditivo. Na 32ª semana o feto adquire a capacidade de controlar autonomamente a sua respiração e a temperatura corporal: A partir desse momento bebês prematuros têm grande probabilidade de sobrevivência fora do útero.
Célula Nervosa.
	A unidade básica do sistema nervoso e o neurônio, ou seja, as células nervosas propriamente ditas. Segundo Junqueira e Carneiro (1995), os neurônios possuem uma morfologia complexa, no entanto quase todos apresentem três componentes:
Dendritos: Trata-se de prolongamentos numerosos, especializados em receber estímulos do meio ambiente, de células epiteliais ou de outros neurônios.
Pericário ou corpo celular: Representa o centro trófico da célula, ou seja, a porção do neurônio onde se encontra o núcleo e demais organelas. Esta região também e capaz de receber estímulos.
Axônio: Prolongamento único, especializado na condução de impulso que transmitem informações do neurônio para outras células.
O autor ainda cita que os neurônios podem se classificados de acordo com a sua função, assim:
Neurônios Motores: Controlam órgãos efetuadores.
Neurônios Sensoriais: Recebem estímulos sensoriais.
Interneurônios: Estabelecem conexões entre outros neurônios, formando circuitos complexos.
Os axônios ainda podem estar envolvidos por uma bainha lipídica, chamada Mielina.
Neurônios motores alfa e gama.
Neurônios alfa: São maiores e inervam o músculo esquelético enviando fibras nervosas para grandes fibras musculares
Neurônios Gama: Possuem fibras menores, são 50% menos numerosos, inervam fibras internas do músculo.
Em alguns momentos ocorre a coativação, que é a ativação dos neurônios alfa e gama ao mesmo tempo.
	Vamos seguir nosso estudo por ações que são realizados no cotidiano, como forma de deixar o estudo mais agradável.
Atingindo marcos...
	O estudo do desenvolvimento inicial da criança nos leva aos marcos motores, e a neuro busca associar as diferentes etapas com o processo de “amadurecimento” das estruturas neurais associadas.
	É fato que logo ao nascimento a criança não possui praticamente nenhuma habilidade motora, a não ser o gesto de sugar, os movimentos são descontrolados, isto porque o sistema de comando ainda vai concluir seu processo de amadurecimento, quando falamos em sistema de comando, é uma forma de falarmos em sistema nervoso, nesse caso em especial em componentes do sistema nervoso central, o encéfalo em especial dois componentes que são o cérebro é o cerebelo, e também a medula espinhal, vamos ver cada um deles.
Encéfalo.
	O encéfalo e a porção superior do SNC e formada pelo cérebro, cerebelo e o tronco encefálico, que por sua vez e consiste no mesencéfalo, ponte e bulbo, que alguns autores chamam de medulo oblonga. (FATTINI, 2002). Na seqüência vamos analisar cada estrutura.
Cérebro.
	Sob uma ótica topográfica, podemos chamar de cérebro, segundo Goss (1977), a grande estrutura arredondada que ocupa a maior parte da cavidade craniana. Esta estrutura possui uma grande fenda medial, chamada de fissura longitudinal, esta fissura divide o cérebro em duas porções, chamadas hemisférios cerebrais. Machado (1998) e Citow e Macdonald (2004), descrevem que no fundo desta fissura, encontramos um conjunto de fibras transversais, chamadas de corpo caloso, esta grande comissura branca central, que une os dois hemisférios. Seccionando o corpo caloso, separamos os dois hemisférios cerebrais é e possível identificar as estruturas que constituem o cérebro, assim e possível visualizar o telencéfalo que é a porção mais externa do hemisfério e o diencéfalo a porção mias interna que não pode ser vista externamente. O diencéfalo e uma estrutura impar e econtra-se subdividida em quatro regiões denominadas: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo.
	Os hemisférios cerebrais são constituídos pela substancia cinzenta que pode ser identificada como uma fina camada mais externa, e mais internamente localiza-se a substancia branca. (MACHADO, 1998; GOSS, 1977; FATTINI, 2002; BRANDÃO, 2004 e CITOW e MACDONALD, 2004).
Generalidades da Anatomia Cortical.
	A porção externa do córtex cerebral encontra-se divido em quatro porções chamadas lobos, cada lobo recebe o nome da estrutura óssea com que guarda relações, salvo uma única exceção. Assim temos o lobo frontal, localizado anteriormente é o maior lobo e relaciona-se com o osso frontal; o lobo parietal, situado na porção lateral e superior do hemisfério, guardando relações com o osso parietal; o lobo temporal encontra-se na parede lateral inferior na região no osso temporal; o lobo occipital na região posterior do hemisfério, profundo ao osso occipital; e por fim o lobo da insula situado na face interna do sulco lateral, não se relaciona com os ossos do crânio, alguns autores o chamam de lobo central. (GOSS, 1977).
	O córtex cerebral tem uma aparência macroscópica marcada pela presença de circulvulções, ou seja, giros, lóbulos, sulcos e fissuras, essas características são compostas por arranjos estruturais, ultra-estruturais e bioquímicos, no interior do telencéfalo. (BRANDÃO, 2004).
Aspectos funcionais do telencéfalo.
	Machado (1998) descreve que o telencefalo relaciona-se com funções psíquicas superiores (abstração, lógica, raciocínio, entre outros), comando e controle de vários comportamentos motores, com a recepção e integração de fenômenos sensoriais, além de gerenciar e integrar os demais sistemas corpóreos. 
Cerebelo.
	Young e Young (1997) cita que o cerebelo é o “pequeno cérebro”, uma estrutura grande e simétrica em ambos os lados, Brandão (2004), descreve a posição da estrutura da seguinte forma” esta situado na fossa craniana posterior”, Machado (1998), observa que topograficamente e funcionalmente o cerebelo esta ligado a medula espinhal, ao bulbo, a ponte e ao mesencéfalo, ou seja, ao tronco encefálico.
	Segundo Machado (1998), as principais funções do cerebelo são a manutenção do equilíbrio, da postura, controle do tônus muscular, controle dos movimentos involuntários e aprendizagem motora.
Medula Espinhal.
	A medula espinhal é uma estrutura alongada, aproximadamente cilíndrica, inicia-se no forame magno e limita-se caudalmente na altura da 2º vértebra lombar. O comprimento médio e de 42 a 45 cm e peso de 30g. (GOSS, 1977; YONG e YOUNG, 1997; BRANDÃO, 2004).
	A medula concecta-secom os nervos espinhais, é a estrutura através da qual o encéfalo se comunica com todas as partes abaixo da cabeça. Os impulsos das sensações gerais como tato e dor, originados nos membros, pescoço e tronco tem que passar pela medula para atingir o cérebro, onde vão ser percebidos. Assim como os comandos para os movimentos voluntários nestas regiões devem passar pela medula espinhal para chegar aos nervos espinhais que inervam os músculos apropriados. (GOSS, 1997; MACHADO, 1998; CITOW e MACDONALD, 2004).
	Muitos reflexos são armazenados na medula espinhal, são eles:
Reflexo Nocioceptivo (de retirada): Ocorre quando um estimulo em um membro gera uma retirada, e evocado mais pela dor do que pelo tato.
Reflexo de extensão cruzada: Quando o membro oposto estende-se de 0,2 a 0,5 segundos depois do reflexo nocioeptivo, a fim de retirar o corpo do estimulo.
Reflexo de marcha eqüina rítmica: Quando o membro se flexiona e, a seguir estende-se, e a relação agonista/antagonista.
Reflexo da marcha rítmica: Possibilita que os dois lados da medula coordenem ambos os membros.
Reflexo do galope rítmico: Permite que os membros torácicos e pélvicos se movimentem em conjunto.
Reflexo da coçadura: Desencadeado por prurido ou cócegas.
(GOSS, 1977; YOUNG e YOUNG, 1997; MACHADO, 1998; CITOW e MACDONALD, 2004; BRANDÃO, 2004).
Meninges e Liquor.
	O sistema nervoso central é revestido por um conjunto de membranas chamadas meninges. Essas membranas, da mais superficial para a mais profunda são a dura-máter, aracnóide e pia-máter.
	A aracnóide conecta-se com as outras duas meninges por meio de filamentos que lembram uma teia de aranha, preenchendo um espaço chamado de sub-aracnóide, por onde circula o liquor.
	O liquor ou liquido cefalorraquidiano tem como função remoção de metabolitos, transporte de nutrientes para o cérebro, participação na regulação de varias funções cerebrais e de proteção contra choques mecânicos. (CITOW e MACDONALD, 2004; BRANDÃO, 2004)
Enfim...
	Bem, agora que vimos essas estruturas podemos seguir nossas associações, assim, tão logo os sistemas responsáveis pelo controle motor amadurecem, as ações podem ser executadas, a figura abaixo apresenta os marcos motores.
FIGURA...
Vamos seguir,
Ações motoras.
	Como vimos, nosso cérebro é responsável por uma séria de funções, e para conseguir realizar todas elas podemos dizer que nosso cérebro está loteado em funções, vamos ver.
Áreas e Regiões Funcionais do Córtex Cerebral.
	Goss, 1977, cita que existem muitas evidencias de que determinadas áreas do córtex cerebral não funcione independentemente, sem a influencia de outras área ou mesmo do hemisfério inteiro. No entanto estudos da citoarquitetura e da mieloarquitetura de diferentes áreas, extirpação parcial cirúrgica, estimulação elétrica sob anestesia local, e experimentação em animal, tornaram possível dar uma identificação funcional a certas áreas. Brodmann em 1909 mapeou quarenta e sete áreas diferentes, demonstradas a seguir.
 
	ÁREA DE BRODMANN
	FUNÇÃO
	1, 2,3
	TATO
	4
	CONTROLE MOTOR VOLUNTÁRIO
	5
	ESTEREOGNOSIA
	6
	PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS DOS MEMBROS E DOS OLHOS
	7
	VISÃO MOTORA; PERCEPÇÃO
	8
	MOVIMENTOS SACÁDICOS DOS OLHOS
	9, 10, 11,12
	PENSAMENTO, COGNIÇÃO, PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS
	13, 14, 15,16
	VISÃO MOTORA; PERCEPÇÃO
	17
	VISÃO, PROFUNDIDADE
	18
	VISÃO, COR, MOVIMENTO, PROFUNDIDADE
	19
	FORMAÇÃO DA VISÃO
	20
	FORMAÇÃO DA VISÃO
	21
	AUDIÇÃO, FALA
	22
	EMOÇÕES
	23, 24, 25, 26,27
	OLFATO, EMOÇÕES
	28
	EMOÇÕES
	29, 30, 31, 32,33
	OLFATO, EMOÇÕES
	34, 35,36
	PERCEPÇÃO, VISÃO, LEITURA, FALA.
	37
	OLFATO, EMOÇÕES
	38
	PERCEPÇÃO, VISÃO, LEITURA, FALA.
	39
	PERCEPÇÃO, VISÃO, LEITURA, FALA.
	40
	 GIRO SUPRAMARGINAL, PARTE DA ÁREA DE WERNICKE
	41
	AUDIÇÃO
	42
	AUDIÇÃO
	43
	PALADAR
	44
	FALA PLANEJAMENTO DOS MOVIMENTOS
	45
	PENSAMENTO, COGNIÇÃO, COMPORTAMENTO DE PLANEJAMENTO
	46
	PENSAMENTO, COGNIÇÃO, COMPORTAMENTO DE PLANEJAMENTO, MOVIMENTO OCULAR
	47
	PENSAMENTO, COGNIÇÃO, COMPORTAMENTO DE PLANEJAMENTO
MMAPA DAS ÁREAS DE BRODMANN
 A seguir visualizamos os mapas das áreas de funções corticais.
 
Logo para que seja possível o simples gesto de pegar um objeto é necessário utilizar ás áreas 6, para planejar o movimento, á área 4 para controlar este movimento que é um movimento voluntário, das fibras nervosas eferentes motoras somáticas para encaminhar a ordem para os membros superiores, essas informações vão transitar pelo plexo braquial para atingir a musculatura do membro superior, a ação dos músculos envolvidos é controlada pelo cerebelo. Após esse objeto ser “agarrado”, um impulso nervoso iniciado na mão pelos mecarecepetor e será enviado ao cérebro através dos nervos aferentes sensitivos somáticos, esse impulso tem como destino ás áreas 1,2,3 que são responsáveis pelo tato, com isso será possível se o objeto esta seguro ou não e se algum ajuste será necessário no movimento, essa mesma informação será encaminhada para o cerebelo para que ele tome ciência do que esta ocorrendo e se necessita realizar algum reajuste. Esse é o processo neural básico para o gesto de segurar um objeto, e conforme a complexidade do movimento aumenta, o sistema precisa de mais recursos para conseguir executar o movimento, a capacidade de o cérebro é o cerebelo “aprenderem” movimentos é chamada de vocabulário motor, e esse vocabulário começa e ser formar logo ao nascimento e vai se aprimorando com a exposição a experiências motoras, nesse sentido o brincar é fundamental para uma boa formação, no entanto ao longo da vida, novas habilidades podem ser adquiridas. 
 
Como vemos?
	A visão é uma ação importantíssima para vida dos mais diversos animais, no ser humano não e diferente, trata-se de uma função complexa, tanto que ela compõe um dos seus componentes pertence a um sistema especial chamado “órgãos especiais dos sentidos”, que corresponde a visão, audição e gustação.
	O estrutura mais conhecida do aparelho é olho, o olho é órgão que possui uma estrutura com anatomia complexa, composta por estruturas opacas, porções liquidas, porções translúcidas, enfim, por hora vamos ater nossa atenção em duas regiões do olho, a mácula é o disco do nervo óptico.
	A mácula é o ponto de maior acuidade visiual, ou seja, esse e o ponto para onde toda a luz captada pelos olhos converge, tornando-se o ponto onde é formada a melhor imagem, ao lado da mácula esta o disco do nervo optico, esse é o local onde o nervo optico, (II par de nervo craniano), conecta-se ao olho para transportar as informações captadas pelo olho para o córtex cerebral, o disco optico é um “ponto cego”, ou seja sobre ele não se formam imagens.
	Antes de falar sobre a transmissão das imagem e o mecanismo de formação de imagem, quero lembrar que os olhos tem capacidade de se movimentar independente do movimento da cabeça, isso é possível graças a um conjunto de músculos ligados ao olho, chamados de musculatura extrínseca dos olhos , essa musculatura é controlada pelo nervo oculomotor (III par de nervo craniano), permite os diversos movimento do globo ocular.
O principio básico da formação da visão e o mesmo da câmera fotográfica, assim e necessário a luz e algo capaz de “revelar” a imagem.
No caso do ser humano, a luz atravessa os mecanismos de refração do olho, ou seja, as estruturas transparentes. Os raios vão sensibilizar os cones e bastonetes localizados na retina, nesse ponto se originam os impulsos nervosos que serão conduzidos pelo nervo óptico.
	Essa primeira imagem formada na retina e invertida, estes impulsos serão conduzidos pelos nervos ópticos, os dois nervos se unem no quiasma óptico, localizado logo acima da hipófise. O quiasma se estende ate o trato óptico, sendo um em cada hemisfério, até o corpo geniculado lateral, as radiações ópticas ligam o corpo geniculado lateral ao córtex visual occipital.
	No córtex visual primário,áreas 13,14,15,16, a imagem será ajustada em sua posição real, não sendo mais invertida como na retina, em um único impulso o cérebro reúne informações dos dois olhos de uma vez, o que torna possível ter a noção da terceira dimensão, ou seja, a profundidade, ação que ocorre na área 17. Se utilizarmos apenas um olho percebemos apenas duas dimensões.
	Os impulsos visuais são retransmitidos para outras áreas do córtex cerebral, onde a imagem será interpretada, memorizada e utilizada nos processos cognitivos, as áreas ,18,19 e 20. Este impulso também será transmitido ao hipotálamo a fim de informar o sistema nervoso, especialmente o corpo pineal (melatonina), que auxilia os ritmos circadianos. 
	No entanto, para a identificação de objetos depende de experiência previa, quando observamos um objeto pela primeira vez, esse objeto precisa ser identificado, alguém precisa dizer o que é, ou um placa explicativa, enfim, algo que nos informe do que se trata. Feito isso, a informação segue para a memoria e quando necessário é informação e atividade.
Vamos voltar ao movimento um pouco?
	Quando abordamos o movimento, o movimento foi abordado o tato doi apresentado de uma forma simples, já notou que é possível identificar objetos apenas pelo toque, sem olhar? Vamos analisar passo.
	Quando tocamos um objeto os mecanoreceptores são ativados, as informações que ele coleta do ambiente externo são encaminhadas através dos nervos sensitivos somáticos até as áreas 1,2,3 que são responsáveis pelo tato, ou seja, nesta região iremos saber as informações referentes a textura, peso, dimensões do objeto, com base nessa informações uma área que esta na região de associação será ativada, esta área é a área 5, chamada de estereognosia, essa região tem como função nomear objetos através do tato, integrando as informações sensoriais com as informações visuais, dessa forma podemos identificar objetos através do toque. 
O movimento pode ter falhas?
As lesões no cerebelo podem produzir um conjunto de sintomas chamados síndromes cerebelares, apresentadas por Machado (1998), da seguinte forma:
Síndrome do Arquicerebelo.
	Ocorre com certa freqüência em crianças de menos de 10 anos, é devido a tumores do teto do IV ventrículo, que comprimem o nódulo e o pedúnculo do flóculo. Nesse caso a somente a perda de equilíbrio, e as crianças não conseguem se manter em pé, não há, entretanto, nenhuma alteração do tônus muscular e, quando elas se mantêm deitadas, a coordenação dos movimentos e praticamente normal.
Síndrome do Palocerebelo.
	Ocorre no homem como conseqüência da degeneração do córtex do logo anterior no alcoolismo crônico. Manifesta-se por perda do equilíbrio e andar com a base alargada, a ataxia dos membros inferiores.
Síndrome do Neocerebelo.
	As lesões na região têm como sintoma fundamental uma incordenação motora, que pode ser testada por vários sinais, alguns dos quais vão ser descritos a seguir.
Dismetria: Consiste na execução defeituosa de movimentos que visam atingir um alvo, pois o individuo não consegue dosar exatamente a “quantidade” de movimentos necessários para isso. Pode-se testar esse sinal pedindo para o paciente colocar o dedo na ponta do nariz e verificar se e capaz de executar a ordem.
Decomposição: Movimentos complexos que normalmente são feitos simultaneamente por varias articulações, são decompostos, ou seja, realizado em etapas sucessivas, por cada uma das articulações.
Disdiadocienesia: É a dificuldade de fazer movimentos rápidos e alternados, como, por exemplo, tocar rapidamente a ponta do pegar com os dedos indicador e médio, alternadamente.
Rechaço: Verifica-se esse sinal mandando o paciente forçar a flexão do antebraço contra uma resistência que se faz no pulso. No individuo normal, quando se retira essa resistência, a flexão para por ação imediata dos músculos extensores, coordenados pelo cerebelo. Entretanto, no doente neocerebelar, essa coordenação não existe, os músculos extensores custam a agir e o movimento e muito violento, levando quase sempre o paciente a dar um tapa no próprio rosto.
Tremor: Trata-se de um tremor característico, que se acentua ao final do movimento ou quando o paciente esta prestes a atingir um objetivo, como, por exemplo, apanhar um objeto.
Nistagmo: Movimento oscilatório rítmico dos bulbos oculares, que ocorre especialmente em lesões do sistema vestibular e do cerebelo.
(Texto transportado na integra de MACHADO, 1998)
Antes de seguir, vamos falar de dor...
	A dor é definida pela literatura como uma função protetora, um sinal de algo não vai bem, existem diferentes tipos de dor, bem como pessoas que respondem de forma diferente a dor, essa diferença de resposta entre os indivíduos e chamada de limiar de dor, indica a sensibilidade de cada pessoa a estímulos dolorosos idênticos, alguns mais outros menos sensíveis. 
	No entanto a dor possui mecanismos próprios de sensibilidade, os receptores específicos para dor são chamados de terminações nervosas livres ou nocioceptores, essas estruturas estão presentes na pele, periósteo, paredes das arterias, faces articulares e dura-mater. 
	Na medula existem tipos de reflexos específicos para dor, o mecanismo de transporte da dor segue de seguinte forma, o estimulo doloroso e captado pelos nocioceptores e transmitidos pelas vias aferentes sensitivas somáticas ou viscerias, dependendo da região onde o partiu o estimulo, esse estimulo, quando advém dos regiões inervadas pelos nervos medulares, primeiro chegam na medula espinhal, lá os reflexos nociocpetivos e ,se necessário, os reflexão de extensão cruzada são ativados, ou seja, uma resposta simples já é apresentada para defender o organismo, enquanto isso o impulso continua subindo pela medula em direção ao encéfalo, quando chega ao tálamo o cérebro toma ciência de onde é a dor, sua intensidade e o tamanho da lesão produzida e com base nessas informações pode emitir respostas mais complexas e produzir ajustes fisiológicos se necessários. Nas regiões inervadas pelos nervos cranianos, a informação chega direto ao encéfalo, por ser tratar de estruturas mais sensíveis do organismo.
O que são nervos afinal?
Sistema Nervoso Periférico
Conceito
	O Sistema Nervoso Periférico e formado por nervos, gânglios e terminações nervosas. A estrutura do nervo e conceituada como um cordão amarelo esbranquiçado, formado por feixes de axônios, envolvidos por tecido conjuntivo. A função do nervo e estabelecer a comunicação entre o centro e a periferia, e vice versa.
Nervos
	Os nervos podem ser formados por fibras mistas, sensitivas ou motores. As fibras sensitivas conduzem os estímulos as SNC. As fibras motoras estimulam, ativam a musculatura, ou seja, conduzem o estimulo. Por fim, as fibras mistas contem tanto fibras motoras quanto sensitivas.
	As fibras nervosas podem ser somáticas ou viscerais. As fibras viscerais estão relacionadas às vísceras, aos movimentos involuntários. Por sua vez, as fibras somáticas, a grosso modo, estão relacionados ao sistema muscular, a movimento voluntário.
	E por fim, as fibras somáticas e viscerais podem ser aferentes ou eferentes. As fibras aferentes “chegam” ao SNC, e as eferentes "saem” do SNC.
Nervos Espinhais e Cranianos
	São chamados de nervos espinhais aqueles que fazem conexões com a medula espinhal. São 31 pares de nervos espinhais. Os nervos espinhais são numerados de acordo com a sua emergência, sendo: 8 pares cervicais, 12 pares torácicos, 5 pares sacrais e 1 par cocígeo. Os nervos espinhais são todos mistos.
	Os nervos que realizam que realizam conexões com o encéfalo, são chamados de nervos cranianos. São 12 pares de nervos cranianos, estes nervos possuem componentes funcionais constituídos por:
	Fibras aferentes
	 
	Fibras eferentes
	Somáticos
	Viscerais
	
	Somáticos
	Viscerais
 Os Nervos Cranianos são:
	I par
	Olfatório
	II par
	Óptico
	III par
	Oculomotor
	IV par
	Troclear
	V par
	Trigêmio
	VI par
	AbducenteVII par
	Facial
	VIII par
	vestibulo-coclear
	IX par
	glossofaríngeo
	X par
	Vago
	XI par
	Acessório
	XII par
	Hipoglosso
Os nervos espinhais se unem em plexos. São numerados de acordo com sua emergia, sendo: C1 – C8 os cervicais, T1 – T12 os torácicos, L1 – L5 os nervos sacrais e Co o par cocigeo. 
Divisão e função
As funções voluntárias realizadas pelo organismo, ou seja, aquelas funções que ocorrem de acordo com a vontade do individuo são realizadas pelo Sistema Nervoso Somático (SNS). Já as funções que involuntárias, que independem da consciência, são controladas pelo Sistema Nervoso Autônomo ou Visceral (SNA). Este sistema funciona em nível inconsciente.
 	O SNA e o SNS também podem ser separados topograficamente. As vias eferentes do SNA que saem do SNC são compostas por dois neurônios, um pré-ganglionar e outro pós-ganglionar. Já o SNS possui, em sua via eferente, apenas um neurônio, que segue direto para a estrutura inervada. 
Como ouvimos ?
	A audição, a exemplo da visão, compõe a parte sensorial especial, trata-se de um tipo de função que precisa ondas sonoras, que são mecânicas e transformar em impulsos nervoso, ou seja, em ondas elétricas, e para isso conta com um sistema estrutural complexo.
	A onda sonora é captada pelo pavilhão auditvo, conduzida pelo meato acústico externo até a membrana timpânica, essa membrana esta ligada aos ossículos do ouvido, o martelo, o estribo é a bigorna, a ligação da membrana é com o cabo do martelo, o martelo toca a bigorna e por sua vez faz vibrar o estrib, essa vibração é captada pelo vestíbulo e posteriormente pelo órgão espiral, chegando a cóclea, o nervo vestíbulo coclear (VIII par de nervo craniano) conduz o impulso elétrico até as 41 e 42, respectivamente Córtex auditivo primário e secundário, onde o som será “interpretado”.
	Para que seja possível a ação de ouvir um som e discernir a origem do som, ou seja, se é o latido de um cão, o ruído de um motor de carro ou ser capaz de se lembrar onde ou em que situação ouviu determinado som, uma música por exemplo, as informações sonoras precisar ser integradas nas áreas 22 e 28, chamadas de áreas psíquica acústica, nessa região os sons são integradas com memórias das mais diferentes regiões, possibilitando esse discernimento.
	
 
	
É como falamos?
	Para a fala, a área neural responsável é a área 44, ou também chamada área de Broca, esta área tem como função organizar as ações motoras para a possibilitar a criação de sons, mas principalmente a organização cerebral da palavras, para seja a possível estruturar o discurso, em caso de lesão a essa região o paciente perde a capacidade de organizar de falar, pois não é mais capaz de organizar a palavras, no entanto sua percepção a que dito a ele permanece perfeito. 
Como esses eventos se relacionam com a aprendizagem?
	Interessante pensar como essas diferentes ações estão presentes dentro da sala da aula e como o professor faz uso e precisa de cada uma delas dentro do processo educacional.
	Ao se pensar na criança ainda na educação infantil, onde o professor faz toda a estimulação sensorial, amplia vocabulário motor através de atividades, expõe o aluno a experiências que são importantes para a formação de seu córtex cerebral e cerebelar que serão fundamentais para o sucesso dos processos de alfabetização.
	Durante a alfabetização, quando o aluno esta aprendendo a escrever, o córtex cerebral através da área motora, juntamente com cerebelo precisar organizar a ações dos músculos e das articulações do membro superior para que o lápis possa executar o traçado das letras e números.
	Ainda dentro do processo de alfabetização, o reconhecimento visual dos sinais gráficos e numéricos dependem dos sistemas visuais, aliado ao sistema auditivo possibilitando o processo fonético.
MECANISMO DE PENSAMENTO E MEMÓRIA.
Pensamento
Alguns mecanismos de funcionamento do sistema neural humano ainda encontram-se no limbo, são eventos ainda não explicados pela ciência, dentre estas funções encontra-se o ato de “pensar”.
	O mecanismo que cerca o pensamento humano ainda é uma incógnita na ciência, não existe uma teoria precisa para explicar este evento, o que se conhece até o momento é que o ato de pensar implica em uma sequencia de disparos padronizados de diversas áreas do córtex cerebral,indicando que o pensamento humano utiliza diversas regiões cerebrais não cabendo a uma região em especial como se pensava anteriormente.
Memória.
	A memória humana também e outro tópico divergente dentro de literatura, no entanto existem pontos de convergência entre as teorias, entes eles encontra-se o fato de a memória ser dividida em “níveis” de acordo com o tempo de armazenamento da informação, tipos de alterações que causa na memória, se são alterações simplesmente químicas ou estruturais. O que se aponta com certeza pelo meio cientifico é o fato de as informações guardadas na memória sempre podem ser acessadas e que esta capacidade neural é ilimitada podendo ser expandida continuamente ao longo da vida.
	Sobre o funcionamento de memória a literatura aponta que ela trabalha com um sistema chamado de “habituação e facilitação”, de forma que este mecanismo garante que apenas informações entendidas como úteis sejam armazenadas, informações consideradas inúteis são descartadas, de forma que questões ligadas à dor e prazer são armazenadas facilmente.
	O primeiro nível de memória e chamado da “memória imediata”, trata-se daquela memória que esta em uso enquanto o individuo esta pensando, é o nível mais raso de memória, onde pode ocorrer a inibição ou facilitação pré-sináptica seguindo o mecanismo de habituação e facilitação.
	O nível seguinte é a “memória de curto prazo”, usualmente neste nível encontram-se as informações que ficam armazenadas por dias ou semanas, neste nível de memória as alterações podem ser químicas, geralmente ligadas a informações que serão utilizadas em eventos determinados, ou alterações físicas caso a informações seja considerada pelo mecanismo de habituação e facilitação como útil.
	Por fim temos a “memória de longo prazo”, neste nível encontram-se as informações que foram guardadas por mais três semanas, trata-se do que o individuo realmente “aprendeu”, tais memórias irão acompanhar o elemento por toda a vida, tais informações podem sempre ser acessadas, dependendo apenas no nível de organização, a exemplo de uma biblioteca. 
Por que as pessoas tem reações diferentes diante da mesma situação?
	Vamos ver um pouco de teoria pura sobre mais algumas porções do encéfalo.
Diencéfalo.
	O diencéfalo, conforme descrito anteriormente é uma região cerebral impar, liga o mesencéfalo com os hemisférios cerebrais e encontra-se completamente envolvido pelo telencefalo. O diencéfalo compreende a quatro territórios anatomicamente denominados tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. (YOUG E YOUNG, 1997).
Tálamo.
	O tálamo é descrito por Gardner (1963), como uma grande massa ovóide de aproximadamente 4 cm de comprimento, é uma estrutura par, ou seja, presente nos dois hemisférios cerebrais. O tálamo divide-se em cinco regiões:
Região Anterior;
Região Posterior;
Região Mediana;
Região Lateral;
Região Medial.
Essas regiões são compostas por massas de substancia cinzenta representadas por núcleos. (BRANDÃO, 2004). 
	Os núcleos talâmicos são do tipo especifico e inespecífico; os núcleos específicos relacionam-se com áreas corticais somestesicas, exceto olfato, e os inespecíficos envolvidos na ativação indireta cortical. Assim podemos dizer que esta estrutura participa da retransmissão, integração, modificação e ate interpretação das sensibilidades, menos do olfato. O tálamo guarda relações com o comportamento motor, emocional e ainda que indiretamente com a ativação cortical.
	Na região interior encontramos o núcleo anterior, uma estrutura que tem função integradora junto ao Circuito de Papez. Pensa-se que este circuito esta relacionado com o comportamento afetivo,emocional e também com a memória recente, as respostas fisiológicas que apresentamos diante de um estimulo psicológico são determinadas por esse sistema Uma lesão nesta região produz uma incapacidade de repetir ordens verbais por meio de linguagem. (MACHADO, 1998; TRIATHOU, 2008).
Agora que conhecemos um pouco mais do encéfalo, vamos nos ater respostas a situações, nosso sistema nervoso, como vimos, e divido em duas grandes partes, o SNC é o SNP, no sistema nervoso periférico encontramos nova divisão quando ao tipo de controle, para ações voluntárias o controle pertence ao Sistema Nervoso Somático e para ações involuntárias o comando é do Sistema Nervoso Autônomo.
	Vamos ater nossa atenção ao sistema nervoso autônomo, uma vez que esse sistema é subdivido em duas porções, o Sistema Nervoso Simpático é o Sistema Nervoso Parassimpático, apesar de os dois trabalharem juntos, as funções são antagônicas.
	O Sistema Nervoso Simpático, também chamado de sistema de “luta-ou-fuga”, assim de forma simples podemos dizer que sua função e preparar o organismo para enfrentar uma situação de crise, onde o corpo esta sob risco, de maneira simples pode-se definir sua função como estimular o funcionamento de estruturas.
	Por sua vez, o sistema parassimpático tem função contrário, ao passo que o sistema simpático, estimulo funcionamento o parassimpático faz que a função volta ao ritmo normal, essa interação permite o equilíbrio das funções.
	Assim, quando estamos em determinada condição, o tálamo, através do circuito de papez determina qual comportamento adotar, ativando ou não a ação simpática.
É outras ações?
Vamos concluir o encéfalo:
Hipotálamo.
	É uma estrutura localizada, segundo Brandão (2004), abaixo e a frente do sulco hipotalâmico, possui três partes visíveis externamente na peça anatômica, indicadas por Goss (1977), são elas os corpos mamilares, tuber cinero, infundíbulo, hipófise e quiasma óptico.
	Quanto à função, Brandão (2004), e Citow e Macdonald (2004), citam que o hipotálamo atua no controle de funções endócrinas, regulando a fome e a saciedade, também controla funções vegetativas regulando a temperatura do corpo e também atua sobre o comportamento emocional.
Epitálamo.
	O epitálamo situa-se acima do sulco hipotalâmico, posteriormente ao tálamo. Diversos autores apontam que o epitálamo e formado por estruturas endócrinas, a glândula pineal, e por não endócrinas. A glândula pineal tem como principal hormônio a melatonina, se liga ainda com a função gonadotrópica e agindo na regulação dos ritmos circadianos.
 Subtálamo.
	Young e Young (1997) descrevem o subtálamo como uma zona de transição entre o tálamo e o mesencéfalo, e composto pela formação reticular subtálamica, que algumas literaturas chamam de zona incerta, e um núcleo subtalamico, esse núcleo e importante na regulação da motricidade somática, lesões nesta área repercutem na síndrome do hemibalismo
REFERENCIAL TEÓRICO.
DANGELO, Jose Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia humana sistêmica e segmentar: para o estudante de medicina. 2ºEd. Editora Atheneu. São Paulo, Sp.2002
BRANDÃO, Mirian Celeste Sanaiote. Anatomia sistêmica: visão dinâmica para o estudante. Editora Gunabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, Rj, 2004.
CITOW, Jonathan Stuart; MACDONALD, Robert L. Neuroanatomia e Neurofisiologia: uma revisao. Livraria Editora Santos. São Paulo, Sp. 2004
MACHADO, Ângelo B.M. Neuroanatomia funcional. Editora Atheneu. São Paulo, Sp. 1998.
SNELL, Richard S. Clinical neuroanatomy for medical students.5º Ed. Lippincott Williams &Wilkins. Phildelphia, Pensylvania, USA, 2001.
WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiológia do esporte e do exercício
Editora Manole LTDA, São Paulo, SP. 2001.
YOUNG, A. Paul; YOUNG, H. Paul. Bases da Neuroanatomia Clínica. Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, RJ, 1997.
NOOBACK, Charles R. ; STROMINGER, Norman L. ; DEMAREST, Robert J. Neuroanatomia- estrutura e função do sistema nervoso humano.
Editora Premier. São Paulo, SP. 1999.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histólogia Básica. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2004.
CATALA, Martin. Embriologia. Desenvolvimento Humano Inicial.
Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2004.
GARCIA, Sonia Maria Laverde; Fernandez, Casemiro Garcia Embriologia. 
2º edição. Artmed Editora, Porto Alegre,2001.
SADLER, T.W. Langman Embriologia Médica. 8º Edição.
Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2001
ROWLAND, Lewia P. Tratado de Neurologia. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro, RJ. 2000

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