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Maravilhas da Ciência Pág. 447

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MARAVILHAS 
DA CIÊNCIA 
i 
ÍNDICE 
A pequena esfera de aço de uma esferográfica, a descolagem 
de um Jumbo, a identificação das impressões digitais de um criminoso, 
a construção de uma torre com mais de 500 m de altura, a habilidade de tirar 
um coelho do chapéu. Estas são algumas das maravilhas e curiosidades 
que esta obra lhe revela. Esperamos, porém, que ao folhear 
este livro encontre muitos outros assuntos que lhe 
despertem o seu interesse e a sua admiração. 
MILAGRES 
DO DIA-A-DIA 
Pp. 9-30 
Desenhos em néon 
Iluminação controlada pelo Sol 
A resistência das lâmpadas 
As pilhas 
Como se "mete" o bico num lápis 
Esferográfica 
Supercolas 
Os post-it 
Pondo perfume num papel 
Fotografias em pontinhos 
As máquinas de moedas 
Vclcro 
10 
11 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
Itj 
17 
18 
19 
Pormenor do vekro 
Fecho de correr 20 
Parar um elevador em queda 20 
Testes de cheiro no gás natural 21 
As fibras dos saquinhos de chá 21 
Fósforos aos milhões 22 
Como adere a película aderente? 23 
Panelas antieslurro 23 
Como cozinham as microondas 24 
Como os frigoríficos "fazem frio" 25 
Panelas de pressão 26 
Eliminando o calcário das panelas 26 
"Girinos" na máquina de lavar 27 
Pasta de dentes - de giz e algas 28 
0 fio das lâminas de barbear 29 
Aço inoxidável 30 
GRANDES 
PROEZAS DE 
ORGANIZAÇÃO 
Um serviço mundial de mensageiros 56 
Pp. 31-72 
Multidões nos aeroportos 32 
Evitando colisões aéreas 33 
A selecção dos controladores 
aéreos 34 
A caça aos terroristas 35 
Refeições a bordo de um Jumbo 37 
0 m u n d o da Bolsa 38 
Dinheiro para queimar 41 
Como se constrói um automóvel 11 
A previsão meteorológica 44 
Abastecimento de água a uma 
cidade 46 
Tratamento de lixos 47 
Combate a incêndios na floresta 40 
O problema do trânsito 50 
Um dia nos cuidados intensivos 52 
Fotografias aéreas para mapas 54 
Uma carta atravessa o Mundo 5(5 
O controle do tráfego citadino 
Notícias de todo o Mundo 57 
Elaboração de um dicionário 58 
Abastecimento de um exército 
em guerra 513 
l ni dia num hotel de luxo 61 
Um dia num transatlântico 62 
Como se organizam as Olimpíadas 64 
Como se faz um filme 66 
Pôr em cena u m a comédia 
musical 68 
Equipas de socorro de montanha 71 
TÉCNICAS 
DE LOGRO 
E DETECÇÃO 
Pp. 73-100 
0 avião "invisível" 
Camuflagem 
Scramblers 
Códigos e cifras 
() m u n d o das "toupeiras" 
Dispositivos de escuta 
Tintas invisíveis 
74 
76 
77 
78 
79 
80 
81 
1 
As drogas da verdade 
Fotografias que mentem 
Detectores de mentiras 
A busca das causas de um 
incêndio 
Descobrindo pinturas ocultas 
81 
82 
87 
89 
90 
Fotografias ' men t irosas' 
Impressões digitais 92 
A "dacliloscopia" genética 94 
Como se produz um retrato-robô 95 
Análise ria caligrafia 95 
Detecção de droga 97 
Desmascarando traficantes 98 
A investigação de desastres aéreos 99 
IDEIAS PRATICAS 
E SOLUÇÕES 
ENGENHOSAS 
Pp. 101-164 
Como se obtêm os melais puros 102 
Como se transforma areia em 
vidro 104 
Das árvores ao papel 106 
Converter plantas em gasolina 108 
Conversão de carvão em petróleo 108 
Captando a fragrância das flores 108 
Tecido feito de fibras naturais 110 
Seda: fabricada por borboletas 
Vestuário de fibras sintéticas 
Tecidos com padrões 
Produção de vestuário cm massa 
Dos fios de algodão ao tecido 
Como se obtém água doce 
do mar 117 
Transformar lixo em energia 118 
A reciclagem do lixo 119 
Electricidade a partir do urânio 121 
Armazenagem de resíduos 
nucleares 122 
Electricidade a partir das marés 123 
Electricidade a partir do vento 124 
Rochas quentes: fonte de energia 125 
A origem das chuvas ácidas 126 
Captando a luz do Sol 127 
Fotografias de alta velocidade 128 
Captar em filme a Natureza 129 
Plástico que se autodestrói 130 
A "revolução do plástico" 131 
Como se extrai petróleo 132 
Prospecção de petróleo 133 
Limpar derrames de petróleo 134 
Fogo num poço de petróleo 135 
Como se mede uma montanha 138 
Tesouros no fundo do mar 138 
O escafandro autónomo 140 
Reparação dos cabos 
submarinos 141 
Diamantes sintéticos 142 
Como se cortam diamantes 143 
O corte do diamante Cullinan 144 
A técnica dos vedores 146 
Como se faz chover 146 
Construindo os aviões do futuro 146 
Aeroplanos accionados pelo 
homem 149 
Aterragem em porta aviões 150 
lançamento de aviões 
de um navio 151 
Tácticas dos pilotos de caça 151 
"Ver" com o radar 154 
Defesa contra torpedos e mísseis 154 
Como guiar mísseis até ao alvo 156 
Como um soldado vê na escuridão 157 
Porque vai uma bala a direito 157 
Construindo armas nucleares 158 
Raios de laser no espaço 159 
Extinguir um incêndio nuclear 160 
Velejar contra o vento 161 
O restauro de uma obra de arte 161 
A pintura da Capela Sistina 162 
A EXPLORAÇÃO 
DO UNIVERSO 
Pp. 165-186 
A força que impele o foguete 167 
^P 
'^ ^^^^^^^E -^ 
W Â 
1 • j 
W"'V' ÍM 
' '«1 % 
^H^^y ^ vt *"*' 
^\ à^Si 
E. ^ B 
h À 
Deslocação no espaço 
Navegação no espaço 168 
Refeições numa nave espacial 169 
("orno os satélites giram em órbita 170 
O controle das sondas espaciais 172 
Fotografias por satélite 174 
Receber fotografias de satélites 175 
Einstein e a relatividade 176 
Medindo o Universo 178 
Os espelhos dos telescópios 180 
Como se contam as estrelas? 182 
Como acabará o Universo? 183 
Em busca dos limites do Universo 183 
"Vendo" o invisível buraco negro 183 
A serpente que voltou do espaço 184 
Descobrindo planetas 185 
Em busca de vida no espaço 186 
ÍNDICE 
MARAVILHAS 
DA CIÊNCIA 
Pp. 187-210 
Clones de plantas e animais 188 
Os segredos das células 189 
Criação de novas espécies 190 
Como se iriam novos 
medicamentos 191 
Comunicar com .munais 192 
Os mamutes voltarão a existir' 193 
Reconstituir seres pre-historieos 194 
Km In isca da máquina pensadora 196 
Como é que um computador 
traduz? 196 
Computadores que falam 197 
Como se cindem os átomos? 198 
Explorando o interior do átomo 199 
Ver os átomos 200 
Medindo a velocidade da luz 201 
Medindo a velocidade do som 201 
Chuck Yeager e a barreira do som 202 
A previsão de sismos 201 
Perfurando a crusta terrestre 206 
A deriva dos continentes 207 
Dndc <>s ctuUttwntes se separam 
A idade da Terra 209 
O centro da Terra 210 
COMO 
FUNCIONA? 
Pp. 211-274 
(i teletl me 
A radio 
A televisão 
Controle remoto 
212 
2 IS 
218 
220 
O vídeo 220 
Gravação em fila 221 
O gira discos 222 
.Sons de duas direcções 223 
Edison e a lu/ eléctrica 224 
CDs: música com um raio 
de laser 226 
Os sintetizadores 227 
Fibras ópticas 228 
Hologramas 229 
Fax fotocópias pelo telefone 230 
O "bip" que nos chama 231 
Fotocopiadoras 231 
A câmara fotográfica 232 
«'•'miaras de focagem automática 237 
0 cristal de silício 238 
As utilizações de um micmchip 
Os computadores 
Como as calculadoras fazem 
somas 
Os cofres dos bancos 
Dinheiro de plástico 
O código de barras 
Relógios de quartzo 
Relógios atómicos - a perfeição 
O microscópio electrónico 
Os robôs 
O motor de um automóvel 
Travões antibloqueio 
O cinto de segurança 
Porque se usam pneus lisos 
Testes de alcoolemia 
Como funciona um aerossol 
Os herbicidas selectivos 
Os pesticidas selectivos 
Metais com memoria 
Relógio de fumo 
Alarmes contra ladrões 
A máquina de costura 
Porque flutuam os navios de aço 
Submerso durante semanas 
Como se navega uni submarino 
Cabinas pressurizadas 
George Stephenson e os comboios 
A descolagem de um Jumbo 
o helicóptero 
o hydrofoil: 'Voando" na água 
o hot ercrafi 
239 
211 
2-12 
212 
2 13 
211 
211 
2 IS 
246 
248 
2S0 
230 
251 
2S1 
251 
252 
253 
254 
254 
254 
255 
256 
257 
259 
259 
260 
262 
268 
272 
271 
MARAVILHAS 
DA MEDICINA 
Pp. 275-298 
A criação de um bebé-proveta276 
O exame oftalmológico 277 
Quando a cida auneçu numa panela 
Como os óculos aguçam a vista 27,s 
Como se fazem lentes 
de contacto 278 
Corno lêem os cegos 280 
Como se mede a inteligência 281 
o que e ,i memória? 282 
O que e a hipnose? 2.82 
Como se treinam os atletas 283 
"Vendo"' o interior do corpo 287 
Antibióticos 288 
A microcirurgia 289 
Marie Curie e o rádio 290 
Operar com um feixe de luz 292 
Como a anestesia elimina a dor 292 
Para que ser\e o pacemaker 293 
A cirurgia de transplante 291 
Eliminar as rugas da face 295 
O primeiro transplante cardíaco 296 
Como trabalha um rim artificial? 298 
Como se reduz, a calvície 298 
Sobreviver a um raio 298 
CONSTRUÇÃO 
E DEMOLIÇÃO 
Pp. 299-316 
Construir um arranha céus 300 
A mais alta construção do Mundo .502 
Como o cimento faz presa 
na tigiia .303 
Betão (ire esforçado 303 
A demolição de um arranha-céus 301 
Demolindo uma central nuclear 305 
Cabos que poderiam atar o Mundo 306 
6 
Como se represam grandes rios? 308 
Construções resistentes ao vento 311 
Montagem de gruas gigantes 312 
Soldar debaixo de água 314 
Construir túneis debaixo de água 316 
Domar a Natureza 
Como os túneis se encontram 
COMO FOI FEITO 
Pp. 317-372 
A Grande Pirâmide 
As doenças dos antigos egípcios 
Os rostos do passado 
Ferramentas na Idade da Pedra 
•\s estátuas da ilha da Páscoa 
A Cirande Muralha da China 
Um exército de barro 
As paredes de pedra dos Incas 
A construção de Stonehenge 
Datação de vestígios antigos 
0 passado em grãos de pólen 
Como Aníbal atravessou 
os Alpes 
Pão e cerveja na Idade da Pedra 
Desenhos com pedras 
Os artistas das cavernas 
Os Jogos Romanos 
Cerco a um castelo medieval 
A navegação \UÍ Antiguidade 
Colombo descobre o 
"Novo Mundo' ' 
319 
324 
325 
327 
328 
333 
335 
33(3 
338 
341 
343 
344 
346 
347 
347 
350 
352 
355 
356 
1'iiuuru nu kludc clu PedrQ 
A construção de l.ady Liberty 359 
O memorial do monte Rushmore 362 
A hidráulica romana 365 
Medicina na Idade da Pedra 366 
Os cosméticos primitivos 367 
Como os Gregos mediram 
a Terra 367 
Decifrando línguas esquecidas 368 
Travessia aérea sem escala 370 
CURIOSIDADES 
DE ALIMENTOS 
E BEBIDAS 
Pp. 373-394 
A pêra dentro da garrafa 571 
Rodelas de ananás todas iguais 375 
Como se faz o luro no macarrão 375 
Como se recheia uma azeitona 375 
Rechear chocolates 376 
Bolachas c o m pedaços 
de chocolate 376 
Filetes prontos a fritar 376 
Batatas fritas aos milhões 377 
Camarões descascados 
à máquina 377 
Ervilhas congeladas 378 
Alimentos tratados com radiações 378 
A liofilizaçáo 379 
Café instantâneo 380 
Sabores artificiais 380 
Escolher feijões 381 
Transformar feijões em "carne" 381 
Conservação do leite 381 
Algas nos gel.idos 385 
Maionese 385 
l.ouis Pasteur 386 
Assar um boi 388 
Comida para animais 
de estimação 388 
A coca-cola 38!) 
Como se Faz o vinho 390 
O sabor do vinho 392 
As bolhíis do champanhe 393 
De onde vêm as bolhas 
PURO 
DIVERTIMENTO 
Pp. 395-437 
Como serrar uma mulher ao meio 396 
Mm coelho no chapéu 397 
Morte de um apanhador de balas 398 
Levitação 399 
O truque da corda indiano 400 
Homens que "lêem" o pensamento 401 
Os venlrí loquos 401 
Houdini: o mestre da evasão 402 
r 
Como se fax cerveja 394 
Porque é que náo caem'' 
O truque das três cartas 404 
Montanha russa 405 
Espelhos que enganam 406 
"Nevoeiro" no teatro e cinema 406 
Os eleitos especiais no cinema 406 
Os duplos 414 
O homem que "embrulha" paisagens 118 
Pleitos gráficos na televisão 120 
Animais que são estrelas de TV 425 
Concursos de televisão 426 
Roleta 427 
Preparando palavras cruzadas 427 
Computadores campeões de xadrez 427 
Aprisionar um dente de leão 428 
Um barco dentro de uma garrafa I2!> 
Cronometrar os atletas olímpicos 429 
JutZ de linha electrónico 430 
Curvar uma bola no ar 431 
As covinhas nas bolas de golfe 132 
Porque volta O bumerangue 432 
Andar sobre o fogo 433 
Mergulhos "em seco" 434 
Saltos de esqui 434 
Saltos de pára-quedas 435 
Surf 436 
ÍNDICE 438 
AGRADECIMENTOS 446 
Redactores e consultores da edição inglesa 
Nigel Hawkes • Nigel Henbest 
Graham Jones • Robin Kerrod • Terry Kirby 
Theodore Rowland-Entwistle 
John H. Stephens • Nigel West 
Neil Ardley • John Brosnan • Dr. John R. Bullen 
Prof. Geoffrey Campbell-Platt • Mike Clifford 
Jean Cooke • Mike Groushko • Ned Halley • Commander D. A. Hobbs 
Richard Holliss • W. F. A. Horner • Dr. Robert Ilson 
Dominic Man • John Man • Dr. J. R. Mitchell 
Prof. Frank Paine • Michael D. Ranken • Nigel Rodgers 
Dr. David A. Rosie • Andrew Wilbey 
Consultores da edição portuguesa 
Dr. Alfredo Barreto • Prof. António de Vallêra • Dr. António Dias Diogo 
Eng. António Pratt • Dr. Augusto Maldonado Simões • Dr. Carlos Santos Ferreira 
Dr.a Dulce Mota • Eurico da Fonseca • Filipe La Féria • Eng. Francisco Chumbinho 
Eng. Francisco Tudella • Dr.*1 Gabriela Iriarte • Eng. Gonçalo Borges de Castro 
Dr.a Graça Vieira • Dr.d Helena Paveia • Henrique Sampaio Soares • Dr. Horácio Novais 
Dr.a Isabel Barros Ferreira • Dr. João Matela • Arq. José António Abreu Valente 
Dr. José António Pestana • Dr. José de Matos Cruz • Eng. José Eduardo Noronha 
José Soudo • Liselotte Correia • Dr.a Lúcia Garcia Marques • Manuel Gorjão Henriques 
Dr. Ricardo Schedel • Profa Teresa Mira Azevedo • Dr. Vasco Rivoti 
Victor Milheirão • Vítor Neto 
8 
Milagres do dia-a-dia 
Todos os dias, e quase sem pensar, nos servimos dos mais 
extraordinários instrumentos e materiais - fornos de microondas, pasta 
dentífrica às riscas, máquinas de barbear descartáveis. Mas como sõo 
feitos, como funcionam e como foram concebidos todos estes 
ingredientes maravilhosos da vida moderna? 
Como se fazem anúncios aromáticos, p. 16 
Como se forma uma bola de sabão, p. 2 
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Néon: desenhos 
luminosos 
Por todo o Mundo se vêem anúncios luiui 
nosos. formando figuras coloridas ou de-
senhando os nomes de marcas comer-
ciais. Esla variedade na forma e na cor, im-
possível de obter com as convencionais 
lâmpadas d€ filamento incandescente, 
deve-se às lâmpadas de descarga eléctrica 
em gas. Estas são Formadas por simples 
tubos de vidro, a que pode dar-se a forma 
pretendida, no interior dos quais existe um 
gás a baixa pressão. Normalmente, os ga-
ses não condn/.em fac iliiicnlc a electrici 
dade — são bons isoladores —, mas pas-
sam ii la/è lo se se lhes baixar a pressão e 
se lhes aplicar uma tensão eléctrica (volta-
gem) elevada. A descarga através do gás fa-
lo brilhar com a luminosidade caracterís 
lica. 
Nos finais do século xix e princípios do 
XX, os cientistas que investigavam o com 
portamento das descargas eléctricas atra 
vés do gás raro néon a baixa pressão obser-
varam pela primeira vez a admirável lumi 
nosidade vermelho-alaranjada que o gás 
emite. Ainda hoje as lâmpadas de néon são 
das mais usadas nos anúncios luminosos. 
Quando experimentaram outros gases, 
B 
As noites de néon. O cowboydo Pioneei 
Club, com <> seu cigarro bamboleante, do 
mino o caleidoscópio de néon de Las Vegas 
(à esquerda). A figura data de 1951. Tam 
bem em Hong Kong a noite se enche de 
luzes (em cima). Algumas, como este dra 
gâo, são o pesadelo dos mestres vidreiros. 
raSfestóiSSJj fci' i 
MILAGRES DO DIA-A-DIA 
verificaram que luziam com cores diferen-
tes. Por exemplo, a lux emilicla pelo hélio é 
vermelho-dourada, e a do críplon, violcta-
pálido. Outros gases, como o árgon e o 
mercúrio, emitem sobretudo radiação ul 
Iravioleta, invisível para os nossos olhos, 
mas que tem a propriedade de provocar a 
fluorescência de muitas substâncias. Fsles 
gases usam se nas chamadas lâmpadas de"luz negra*', vulgares nas discotecas, ou 
nas de ultravioletas para tratamento ou 
bronzeamento, mas também, e sobretu-
do, nas chamadas lâmpadas fluorescen-
tes: o tubo de vidro é coberto com urna 
tinta que fluoresce fortemente com os ul 
Iravioletas emitidos pela descarga no gás. 
As cores das lâmpadas sáo determina 
das pela mistura gasosa com que se enche 
o tubo, por vezes em combinação com a 
utilização de vidro colorido. 
Como é que o Sol 
liga e desliga 
a iluminação 
pública? 
Na sua maioria, os candeeiros da ilumina-
ção pública sáo controlados por interrup 
tores temporizados que comandam toda 
uma área. Os primeiros interruptores esta 
vam equipados com um mecanismo de 
relógio, pelo que era necessário dar-lhes 
corda e acerlá-los todas as semanas. 
Muitos dos interruptores temporizados 
actuais possuem um relógio eléctrico com 
um mostrador rotativo munido de ressal-
tos, que acendem ou apagam as luzes a 
horas predeterminadas. 
Como as horas do nascer e pôr do .Sol 
valam ao longo do ano, os candeeiros da 
iluminação pública precisam igualmente 
de acender-se e apagar-se a horas diferen-
tes, pelo que aqueles mostradores permi-
tem alterar também o respectivo horário 
de acordo com as épocas do ano. Para tal, 
dispõem de um dispositivo mecânico que 
ajusta todos os meses os ressaltos de on c 
Ó/f, que ligam e desligam o interruptor por 
forma a seguirem as modificações verifica-
das nas horas de luz natural. 
Recentemente, surgiu um sistema de 
controle fotoelectrónico que comanda o 
interruptor que liga ou desliga as luzes. 
Ksle sistema inclui uma célula foloeléctrica 
que contém um composto sensível à luz, 
como o sulfureto de cádmio ou o silício. 
De madrugada, a luz que incide na célula 
provoca um fluxo de electrões entre os áto-
mos, conduzindo electricidade até ao in-
terruptor e desligando-o. Quando escure-
ce, os electrões imobilizam-se, a corrente 
interrompe se e as luzes acendem se 
Porque as lâmpadas são tão fortes 
O vidro de uma lâmpada eléctrica não é 
muito mais espesso que esta folha de pa 
pel, e, no entanto, suporta uma pressão 
forte quando enroscamos a lâmpada no 
suporte. A explicação reside principal 
mente na forma da lâmpada, que segue o 
princípio da casca do ovo. 
No início dos tempos, a Natureza resol 
vcu o problema de impedir que os ovos 
fossem esmagados pelo peso da ave en-
quanto eram chocados. A solução foi a for 
ma característica do ovo, que lhe propor 
Ciona resistência estrutural, permitindo 
-lhe suportar pressões surpreendente-
mente elevadas. (Se a casca fosse demasia 
do grossa, o pinto não conseguiria quebrá-
la para sair.) 
As lâmpadas tal como os ovos pOS 
suem um perfil arredondado convexo cm 
toda a sua superfície: quando as seguramos 
ou apertamos, a forca que aplicamos Irans 
mite-se em Uxlas as direcções a partir da área 
de contacto, devido à curvatura do vidro. A 
pressão é de facto sujxirtada |>or todo o ob 
jecto, sem concentração das tensões em 
ponto algum. E por esta razão que o colapso 
de uma lâmpada ou ovo, uma vez ultra|)as.sa-
do o seu limite de resistência, é catastrófico, 
fitando todo o objecto destruído. 
lâmpadas a partir de uma fita 
de v idro 
A manufactura de lâmpadas é um proces-
so industrial complicado e altamente auto 
matizado, em que aquelas adquirem a sua 
forma em moldes a partir de uma fita conti 
nua de vidro em fusão. 
Um dos componentes essenciais da 
lâmpada é o filamento, uma espiral de lio 
de tungsténio com a espessura de um cen-
tésimo de milímetro. 
A lâmpada dá luz quando um filamento, 
ao ser atravessado por unia corrente eléc-
trica, fica incandescente. Para evitar a sua 
oxidação e rápida destruição, lodo o ar da 
lâmpada é extraído e substituído por uma 
mistura inerte de árgon e azoto. A lâmpada 
é então rolada, e só depois lhe é colocado o 
casquilho. 
Lâmpadas que zumbem 
Por que razão algumas lâmpadas fazem 
um zumbido antes de se fundirem'' Na 
verdade, o filamento quebra se enquan 
to a lâmpada está acesa, mas esta conti 
nua a dar luz porque se produz um arco 
voltaico entre as extremidades do fio par 
tido. F. este arco que emite o zumbido 
característico. 
FABRICO DE LÂMPADAS ELÉCTRICAS 
2. A base da ampola, ao rubro, é 
soldada à fiaste de vidro ÇU€ SU 
porta o filamento em espiral. 
1. As ampolas de vidro passam cm frente de urna chama 
para aquecer e amolecer o "gargalo", que em seguida é 
ajustado à medida do casquilho e aparado. 
3. Os contactos na base da am 
pola são soldados aos fios que 
conduzem ao filamento. 
II 
MILAGRES DO DIA-A-DIA 
Pilhas -
electricidade 
portátil 
Foram experiências no campo da anato-
mia na década de 1780 que levaram à in-
venção da pilha: Luigi Galvani, professor 
de Anatomia da Universidade de Bolonha, 
reparou que as pernas de rãs mortas se 
contraíam quando eram penduradas de 
ganchos num varão. Pensou (erradamen-
te) que esse facto se devia a qualquer tipo 
de electricidade animal. 
Allessandro Volta, da Universidade de 
Pavia, apercebeu-se de que a electricidade 
resultava do contacto entre os ganchos de 
cobre e o varão de ferro em que as rãs eram 
penduradas - as pernas destas faziam 
apenas parte do circuito. Esta observação 
deu lugar, em 1800, à pilha de Volta, precur-
sora de todas as pilhas actuais. A pilha de 
Volta era constituída por placas alternadas 
de zinco e cobre, separadas por discos de 
papel, e "empilhadas" umas sobre as ou-
tras (de onde a designação de pilha). 
Numa pilha, a corrente eléctrica é pro-
duzida pelas reacções entre dois eléctro-
dos (condutores eléctricos) e um electróli 
to (um líquido ou uma pasta condutora de 
electricidade). Cada eléctrodo está ligado a 
um dos terminais metálicos da pilha. 
Quando a pilha é integrada num circuito, 
produz-se neste um fluxo contínuo de 
electrões entre um terminal (o negativo) e 
o outro (o positivo). 
A produção deste fluxo deve-se ao facto 
de o material de um dos eléctrodos come-
çar a dissolver-se parcialmente no electró-
lito — isto é, os seus átomos começarem a 
migrar para o electrólito sob a forma de 
iões positivos, deixando electrões a mais 
no eléctrodo; estes podem partir para o 
circuito através do terminal negativo. 
O outro eléctrodo é geralmente de um 
material diferente e que não se dissolve 
da mesma forma no electrólito. Pelo con-
trário, perde electrões para os iões positi-
vos do electrólito, tornando-se deficiente 
em electrões — que vai buscar ao condu-
tor que fecha o circuito para compensar 
esta deficiência. O fluxo contínuo de 
electrões que assim se estabelece de um 
eléctrodo para o outro é que forma a cor-
rente eléctrica. 
As chamadas pilhas secas não contêm 
electrólito líquido livre. A caixa metálica da 
pilha é de zinco e forma um dos eléctrodos 
da pilha. Nela está contida uma mistura de 
cloreto de amónio, que constitui o electrn 
lito, e dióxido de manganésio. O manga-
nésio é, na realidade, o outro eléctrodo, 
pois perde electrões para o cloreto de amó-
nio. Uma vareta central de carvão-das-re 
tortas actua como colector da corrente, 
transferindo electrões do terminal positivo 
para o manganésio. 
Uma pilha seca deste tipo tem uma for 
A PILHA ALCALINA 
Nesta pilha de longa duração, 
um electrólito alcalino (potassa 
cáustica) está misturado 
com zinco em pó. 
Uma manga porosa 
separa esta mistura 
de um revestimen-
to de dióxido de 
manganésio. Um 
"prego" metálico, 
capta electrões do zin 
co e transmite os ao ter 
minai negatioo. Os elec-
trões dirigem-se, atra-
vés da lâmpada da lan-
terna, para o invólucro 
de aço, no terminal po 
sitioo, e dai pura o dióxi-
do de manganésio, para o 
compensar dos electrões que 
perdera paru o electrólito. 
ça electromotriz de 1,5 V enquanto nova, 
mas a tensão eléctrica entre os seus eléc-
trodos diminui com o uso, àmedida que se 
vão formando bolhas de hidrogénio na va-
O QUE É A ELECTRICIDADE? 
Uma corrente eléctrica é um fluxo de 
electrões — partículas minúsculas de car-
ga negativa que existem em toda a maté-
ria. Mesmo uma corrente fraquíssima 
precisa de um fluxo de biliões de elec-
trões. 
Toda a matéria é composta por peque-
níssimas partículas chamadas átomos, 
constituídos por um núcleo central com 
carga eléctrica positiva e por electrões 
que orbitam em torno dele, dispostos em 
camadas, em número exactamente sufi-
ciente para, com as suas cargas negati-
vas, compensarem a carga positiva do nú 
cleo — os átomos são assim electrica-
mente neutros. 
Um fio condutor só é percorrido por 
uma corrente eléctrica se houver excesso 
(ou deficiência) de electrões numa das 
suas extremidades relativamente à outra. 
Essa diferença é designada por diferença 
de potencial, ou tensão eléctrica, e é me-
dida em volts. 
No caso das pilheis, é gerada uma defi-
ciência de electrões num dos eléctrodos 
e um excesso no outro, de forma que, se 
ligarmos um voltímetro entre os seus 
dois terminais, mediremos uma dife-
rença de potencial - também chama-
da força electromotriz da pilha. Se agora 
unirmos os terminais da pilha por meio 
de condutores eléctricos (por exemplo, 
o filamento de uma lâmpada), fechan-
do o circuito eléctrico, estes serão per-
corridos por uma corrente (a lâmpada 
acender-se-á). 
Um circuito eléctrico é constituído por 
um fio, geralmente de cobre, partindo de 
uma fonte de energia eléctrica e regres-
sando a ela 
Por isso, as tomadas em nossas casas 
têm dois tenninais. Quando ligamos, por 
exemplo, um candeeiro, estamos a com-
pletar (fechar) o circuito eléctrico, permi-
tindo a passagem de corrente através dos 
condutores de cobre e do filamento das 
lâmpadas. 
Os geradores que abastecem a rede de 
distribuição pública não são pilhas, mas 
grandes máquinas eléctricas chamadas 
alternadores. Ao contrário das pilhas, nas 
quais um dos terminais tem sempre um 
excesso de electrões (o negativo) e o ou-
tro deficiência (o positivo), cada terminal 
de um alternador tem sucessivamente ex-
cesso e deficiência de electrões, alternan-
do portanto entre ser o positivo ou o ne-
gativo. Um circuito alimentado por um 
alternador é percorrido por uma corrente 
sucessivamente num sentido e no opos-
to: é uma corrente alternada. (A corrente 
gerada por uma pilha sempre no mesmo 
sentido é uma corrente contínua.) 
Convencionalmente, considera-se 
que a corrente eléctrica flui do terminal 
positivo para o negativo. Esta convenção 
foi estabelecida antes da descoberta do 
electráo, ao qual, de acordo com ela, teve 
de ser atribuída uma carga negativa. O 
fluxo de electrões é portanto no sentido 
contrário do sentido convencional da 
corrente eléctrica. 
12 
MILAGRES DO DIA A DIA 
reta de carvão, o que reduz a área da super-
fície do eléctrodo. 
As baterias de automóvel são baterias de 
acumuladores, assim chamadas porque 
podem ser recarregadas - isto é, as suas 
reacções químicas são reversíveis. O tipo 
mais comum de bateria possui seis pilhas 
primárias (elementos) ligadas entre si. 
Cada elemento possui vários eléctro-
dos, as placas, alternadamente positivos e 
negativos, separados por folhas isolantes 
para evitar eurtos-circuitos e suspensos 
num electrólito de ácido sulfúrico. As pla-
cas são constituídas por grades de chum-
bo, contendo as negativas chumbo espon 
joso e as positivas dióxido de chumbo. 
As reacções químicas que produzem a 
electricidade fazem com que tanto as pla-
cas negativas como as positivas se transfor-
mem gradualmente em sulfato de chum-
bo e o electrólito em água. Sc este processo 
cliega a completar-se, a bateria fica descar-
regada. Mas enquanto o motor do carro 
trabalha, a corrente do gerador carrega a 
bateria, invertendo as reacções químicas. 
As placas de chumbo são deste modo re 
convertidas na sua substância primitiva e a 
potência do ácido sulfúrico é restaurada. 
Como se "mete" o bico num lápis 
Átomo neutro. O núcleo do átomo tem 
carga positioa. e os electrões, carga nega 
liva. Assim, o átorno ê neutro. 
Ião positivo. A perda de um electrão re-
sulta num átomo de carga positiva. Torna 
então o nome de ião positivo. 
Ião negativo. Se o átomo ganha um ou 
mais electrões, a carga passa a ser negati 
va e ele torna o nome de ião negativo. 
Os antigos egípcios, gregos e romanos uti-
lizavam pequenos discos de chumbo para 
traçar linhas nas folhas de papiro antes de 
nelas escreverem com pincel e tinta. No 
século xiv, os artistas europeus usavam va-
retas de chumbo, zinco ou prata para faze-
rem os seus desenhos cinzento claros, de-
nominados a ponta-de-prala. E no século 
xv o suíço Conrad Gesner, de Zurique, des-
creveu no seu Tratado dos Fósseis uma 
vareta de escrever contida num invólucro 
de madeira. 
O chumbo deixou de constituir um ma-
terial de escrita quando em Borrowdale, 
no Norte de Inglaterra, se descobriu em 
1564 a grafite pura — nasceu então o lápis 
moderno. 
A grafite é uma forma de carbono e um 
dos minerais mais macios. Quando é fric-
cionada contra o papel, a grafite deixa nele 
delgados flocos que formam uma marca 
escura. 
Alguma da melhor grafite para o fabrico 
de lápis vem de Sonora, no México: é pulve-
rulenta e extremamente negra. A parte ex-
terior do lápis, de madeira, tem de ser bas-
tante macia para que possa ser afiada com 
facilidade à medida que o bico se gasta. 
O bico é constituído por uma mistura de 
grafite fina e argila, cortada em varetas e 
cozida num forno. A grafite não pode ser 
moída num moinho vulgar, pois a sua es-
trutura em camadas faz dela um lubrifican-
te natural. Recorre-se, por isso, a um pro 
cesso diferente, em que se lançam, uns de 
encontro aos outros, jactos de ar compri-
mido contendo partículas de grafite, que, 
colidindo, se pulverizam. 
Estas partículas minúsculas são mistu-
radas com caulino puro e água, formando 
uma pasta. Esta é introduzida num cilindro 
e forçada através de um furo na sua extre-
midade, de onde sai em filete contínuo e 
com o diâmetro pretendido. 
O filete é cortado em varetas do tama-
nho dos lápis, que são levadas a secar num 
forno antes de serem cozidas a uma tem-
peratura de cerca de 1200°C. São depois 
tratadas com cera para assegurar um traço 
suave e seladas para evitar que deslizem no 
invólucro de madeira. 
Para fabricar este invólucro, a madeira é 
serrada em tabuinhas com o comprimen-
to de um lápis, a largura de sete lápis e a 
espessura de meio lápis. Fazem-se os sul-
cos, introduzem-se os bicos e cola-se por 
cima uma segunda tabuinha igualmente 
com sulcos. Estas "sanduíches" são leva-
das à máquina, que as corta em sete lápis e 
dá a cada um uma secção hexagonal ou 
cilíndrica. 
Em seguida, os lápis são pintados com 
um verniz não tóxico. 
Risco ampliado. A grafite utilizada nos lá 
pis tern uma estrutura em carnudas. Quan-
do a grafite e friccionada contra o papel, 
soltam-se facilmente pequenas escamas 
que formam uma marca negra. 
DURO OU MOLE? DEPENDE 
DA ARGILA 
No fabrico dos bicos de lápis, a grafite 
é misturada com uma argila fina rio 
lipo utilizado nas melhores loiças e 
porcelanas. Os dois ingredientes sáo 
misturados em proporções diversas, 
consoante os graus de dureza e ne-
grura de traço pretendidos, 
O tipo de lápis mais largamente utili-
zado é o HB (hard and black, "duro e 
preto"). Os bicos mais macios e mais 
negros (B e BB, de black) possuem 
maior teor de grafite, e os mais duros 
- graduados de H (hard) a 10H - têm 
argila em proporções crescentes. 
Os bicos dos lápis de cor e os lápis 
de cera não contêm grafite, mas argila 
pura, cera e pigmentos. 
I:Í 
MILAGRES DO DIA ADIA 
Como se coloca 
a esfera numa 
esferográfica 
A parle principal de uma esferográfica éunia esfera de metal que transfere para o 
papel uma tinta a base de óleo e que tem a 
particularidade de ser de secagem muito 
rápida. 
A esfera é geralmente de aço médio ou 
inoxidável, com cerca de 1 mm de diâme-
tro, e. para que se adapte perfeitamente ao 
encaixe, é acabada com um rigor de centé 
siuiDs milésimos de milímetro. Bode tam 
bém ser constituída por um composto cie 
tungsténio e carbono, quase Ião duro 
como o diamante. Por vezes, a esfera 0 ás 
pêra para conseguir melhor atrito na su 
perfície de escrita. 
A esfera é aplicada num encaixe cie aço ou 
latão desenhado por forma a permitir que a 
esfera rode perfeitamente em todas as direc-
ções. O bordo do encaixe é de|>ois inclinado 
para dentro para que a esfera não caia 
A tinta corre do reservatório para <> en-
caixe da éster,i através de um tubo estreito. 
<) reservatório deve ser aberto ao ar ou ter 
um orifício, pois de outro modo criai .se ia 
um vácuo parcial a medida que o nível da 
tinta tosse baixando, o que acabaria por a 
impedir de correr Saliências no interior do 
encaixe distribuem homogeneamente a 
unta em redor d.i esfera para que. quando 
aplicada sobre uma superfície, ela rode e 
desenhe um traço. 
• Biro e a esferográfica • 
Uma pena cie ave com a haste afiada foi O instrumento de es 
cuia durante mais de 1000 .mos. .m 
tes da invenção da caneta de tinta 
permanente, em 1884, Na década de 
.5(1. o artista e jornalista húngaro La-
dislao Biro inventou em Budapeste a 
canela esferográfica. Biro fugiu com 
a eclosão da II (iuerra Mundial, fixan-
do se na Argentina. 
Com .i .ijud.i de seu irmão Georg. 
químico de formação, aperfeiçoou a 
caneta e fabricou-a em Buenos Aires 
durante .i guerra. Km 1944. vendeu 
os seus interesses no invento a um 
- seus financiadores, que passou 
a fabricar a caneta Biro para as torças 
aéreas aliadas, dado não ser afectada 
. i las ilt< raçi ies na pressão almosfé 
rica. Ladislao Biro desapareceu no 
obscurantismo, embora o seu inven 
to se tenha tornado um objecto utili 
zado em todo o Mundo. 
A esfera. De aço. a esfera (ampliado 80 vezes) reifhe um acabamento rigoroso, 
O encaixe. Saliências no seu interior luzem com que a tinia se distribua por toda a esfera 
A esfera colocada. 0.s bordos do encaixe suo dobrados pena ilcutio puni a segurarem. 
14 
Canetas e marcadores. 0 invento de Ladislao Biro foi aplicado no fabrico de novos 
modelos que produzem urna diversidade de traços de irrita sobre diversas superfícies, desde 
o metal ao vidro e ao plástico. A excepção da esferográfica, a tinia ê levada para a ponta 
através cie tubos finíssimos por acção da capilaridade. 
Ponta de feltro. O bico é de lã natura! ou sintética 
Ponta de fibra. Fibras ligadas por resina dururri mais que as pontas de feltro 
Esferográfica. A tinta e levada ao bico pela acção rotativa da esfera. 
Ponta de plástico. A tinia, que cone livremente, alimenta uma por na de plástico de grande resistência <n> desgastt 
Porque aderem tão bem as colas modernas 
Ale há KXI anos, as colas eram gomas vege 
lais ou obtinham se fervendo peles e ossos 
de animais; demoravam muito tempo a 
colar v o sen poder de união não era parti 
cularmente forte, utilizavam se principal 
mente nos trabalhos de carpintaria: o gru-
de IfqUÍdO penetrava nos poros da madeira 
e secava, ligando entre si as peças da obra. 
Hoje, as colas são, na sua maioria, total 
mente sintéticas. Secam rapidamente e 
formam uniões muito fortes. As mais rápi-
das são chamadas supercolas, ou colas 
instantâneas, e secam em segundos. Exis 
tem também resinas epoxídicas, que con-
sistem em dois componentes que são mis-
turados e fazem presa em 10a 30 minu 
tos. A supercola é uma resina acríli-
ca Fabricada a partir de produtos pe-
troquímicos. Quando exposta ao mí-
nimo de humidade, as suas pequenas mo-
léculas ligam se, formando moléculas 
maiores — processo químico denomina-
do polimerização. 
Dentro do tubo, a cola é impedida de 
polimerizar por meio de um estabilizador 
aofdiCO. Quando a rola é aplicada a uma 
superfície, a mais diminuta quantidade de 
humidade supera a acção do estabilizador 
e a resina polimeriza instantaneamente É 
a presenç,a dos iões da água grupos de 
átomos dotados de carga eléctrica - que 
desencadeia o processo de polimerização, 
Os iões estão 
presentes 
em praticamente todas as superfícies ex 
postas ao ar, pois este contém sempre ai 
guina humidade. 
As supercolas aderem bem a pele, dado 
esta ser húmida. Por este motivo, tem havi-
do muitos casos de pessoas com Ioda a 
natureza de objectos colados a pele, desde 
chávenas a maçanetas de portas. O remé-
dio é mergulhar a parte afectada cm água 
morna e descolar suavemente o objecto. 
Em cirurgia, têm sido utilizadas super-
colas em aerossol para fechar uma ferida e 
reduzir a hemorragia. 
A força da cola. Neste painel publicitário, o 
carto amarelo esta fixo por cola de 
resina epowlicu. O cairo encarnado 
assenta no tejadilho do outro de-
monstrando a força da cola. 
XzM 
MILAGRK5 DO DIA-A-DIA 
O PROCESSO QUE FAZ COLAR A SUPERCOLA 
A supercoio contém um estabilizador aa' 
dico (vermelho) que mantém a cola lí-
quida. 
O estabilizador acidico ê neutralizado em 
contado com a humidade (azul) da super 
íiae que se pretende colar 
Neutralizado o estabilizador, as mole 
cuias adesivas juntam se em cadeias hm 
gOS, ((instituindo nina união tenaz. 
Uma descoberta acidental que deixou a sua marca no Mundo 
No princípio da década de 80. começaram 
a aparecer nos escritórios uns papelinhos 
amarelos. Vinham geralmente colados 
aos documentos com pequenas mensa-
gens trocadas entre os executivos e tinham 
a grande vantagem de, depois cie lidos, po-
derem ser descolados com facilidade. 
Com o passar dos anos, estes pa-
pelinhos auto aderentes, cha-
mados post-it. estende 
ram-se as esa rias e depois às 
nossas casas. Os estudantes e 
os investigadores começaram 
a usá-los para marcar textos de 
ititeresse nos livros; e os maridos 
e mulheres, ao saírem para o tra-
balho, deixavam uns aos outros re-
cados apressados colados no frigorí-
fico. 
Estes autocolantes nasceram de uma 
descoberta acidental num laboratório de 
St. Paul, no Minnesota, quando se procura-
va produzir uma supercola, em 1968. O re-
sultado fora uma cola tao fraca que a em 
presa 3M a rejeitara por inútil. 
Mas um dos empregados, um químico 
chamado Art Fry, cantava num coro e utili-
zou aquela cola fraca para marcar o seu 
livro com papelinhos que podiam retirar 
•se sem estragar o livro. 
Fry tentou persuadir a empresa de que 
estava a deitar fora urna ideia que podia ter 
os mais variados usos. Mas só em 19X0 a 
3M começou a vender, para Utili2açâ0 nos 
escritórios, blocos de lolhas para notas 
com uma faixa adesiva num dos bordos 
que podem ser descoladas e recoladas. 
Vista ao microscópio, a superfície adesi 
va de um post-it apresenta se coberta por 
minúsculas bolhas de resina de ureia for 
maldefdo que contém a substância adesi 
va. As bolhas rebentam sob a pressão dos 
dedos, mas não Iodas simultaneamente, 
pelo que as folhas são reutilizáveis. 
p* 
^ 
*L [ < • * 
Pondo perfume num papel 
Pode fazer se publicidade a perfumes im-
pregnando um prospecto com o respecti-
vo aroma, que é libertado quando se raspa 
a superfície do papel. 0 método é designa 
do por microfragrância. 
O perfume está contido em pequeninas 
cápsulas de plástico, aplicadas ao papel 
num revestimento resinoso. 0 plástico 
quebra ao ser raspado ou esfregado, liber 
tando os óleos essenciais do perfume do 
seu interior. A técnica, denominada micro 
encapsulação, foi iniciada pela empresa 
americana 3M na década de 60. 
Para 0 enchimento das capsulas, o óleo 
é misturado com água e agitado, a fim de 
se desintegrar em gotas minúsculas -
como acontece com o azeite eo vinagre no 
CHEIROS NUMERADOS 
Em 1984, foi produzido na América 
um filme jocoso de couiboys que li-
nha como atracção adicional aromas 
microencapsulados. Cada especta-
dor recebia um pequeno cartão com 
uma meia dúzia de números. 
De vez em quando, no decorrer do 
filme, aparecia um número no canto 
ÚOécran - o número que os especta-
dores deviam raspar nos seus cartões. 
Podiam assim sentir o cheiro adequa-
do à cena em curso — o encanto de 
um perfume, o cheiro a pólvora quei-
mada, etc. 
16 
O cheiro a maças. Nesta microfotografia 
(em cima) oèem-se as microcápsulas que 
contêm o perfume num autocolante. Quan-
do se raspam as cápsulas, o perfume é liber 
lado. 0 autocolante deste quarto de maçã é 
típico dos que aparecem nas revistas. A 
área no interior do tracejado conteria mi-
crocápsulas para lembrar aos leitores o de-
licioso cheiro da maçã. 
tempero da salada. As gotas sáo depois es-
palhadas sobre uma superfície e cobertas 
por urna camada de resina plástica. 
Deixam-se secar (por vezes são aqueci-
das) antes de serem aplicadas sobre o pa-
pel por meio de outra resina. Algumas ve-
zes utilizam-se como um revestimento 
adesivo na dobra de um folheio publicitá-
rio, e o aroma é libertado quando o revesti-
mento se quebra ao desdobrar-se o folheto. 
Actualmente, alguns cosméticos con-
têm microcápsulas de óleos nutrientes da 
pele, que apenas são libertados quando o 
preparado é aplicado, o que garante a sua 
frescura até à utilização. 
Fotografias nos jornais: milhares de pontinhos 
Se se observar de perlo uma fotografia 
num jornal, verifica-se que a gama das to-
nalidades nos é dada por combinações de 
pontinhos negros. Nas zonas escuras, os 
pontos são maiores e fundem-se entre si, 
de modo que quase não se vê o papel bran 
co. Nas zonas mais claras, os pontos sáo 
más pequenos e estão rodeados por gran-
des porções de branco. As diversas tonali-
dades da fotografia são convertidas num 
padrão de pontos com diferentes dimen-
sões recorrendo a urna retícula, ou trama. 
A fotografia a ser reproduzida é fotografada 
através de uma retícula posta em contacto 
com o filme, retícula que consiste num pa-
drão de linhas diagonais sobre uma pelí-
cula transparente. 
A maioria dos jornais utiliza uma retí-
cula de malha relativamente larga para a 
reprodução de fotografias em papel nor-
mal A retícula tem cerca de 20 a 35 linhas 
por centímetro, produzindo, quando im-
pressa, o mesmo número de pontos por 
centímetro. 
A luz reflectida da fotografia passa atra-
vés da retícula e é decomposta em zonas 
de intensidade luminosa variável captadas 
em película fotográfica de alto contraste, 
que, ao ser revelada, produz um padrão de 
pontos em imagem negativa. A continua-
ção do processo de revelação produz uma 
imagem positiva. 
Imagem desportiva. Fotografia a preto e 
branco, tal corno aparece num jornal (em 
cima). A ampliação mostra que a imagem se 
compõe de uma série de pontos pretos entre 
meados de espaços brancos. A densidade de 
pontos utilizados determina a qualidade da re-
produção da fotografia na página impressa. 
17 
IMAGENS A CORES 
As fotografias a cores são lambem repro 
duzidas como padrões de pontos. Estes 
são de Ires rores diferentes amarelo, 
magenta e azu\cyan (azul esverdeado). 
Vistas a distância, as combinações de pon-
tos destas cores, com dimensões diferen 
tes. fundem-se por forma a simular lodo o 
espectro das emes. A impressão a cores 
baseia se no principio de que todas as co 
res podem ser produzidas através de com 
lunações destas três cores primárias. 
Fotografia com filtros 
0 primeiro passo na reprodução é a "selec 
çao" (Lis cores, tirando fotografias através 
de filtros. As três imagens, uma de cada cor, 
são depois fotografadas através de uma re 
tícula de meio tom. como n.i impressão .. 
prelo e branco, a fim de se produzir um 
padrão pontilhado. Faz se uma chapa de 
impressão para cada cor e, para aumentar 
ii pormenor, iunta.se ainda uma chapa a 
preto, pelo que " processo toma <> nome 
de quadricromia. Esta é hoje feita, normal 
mente, por scanners electrónicos, em vez 
das máquinas fotográficas tradicionais. 
Uma impressão 
a cores e feita 
a partir de 
combinações 
destas três 
cores 
primárias. 
amarelo, magenta 
e azul-cvm. 
A imagem impressa a 
três cores segue se 
a impressão do 
prelo para acentuar 
a profundidade, 
a defi/itaio 
f o i ontraste. 
Finalmente, <> olha 
humano mistura 
os pontos coloridos 
e vê t<ulas as cores. 
Como funcionam as máquinas de moedas 
Balancim 
Calha, ou tampa 
Com 11111,1 moeda que se introduz numa 
ranhura, as máquinas Fornecem-nos des-
de bilhetes de comboio a chamadas lelelo 
nicas, bebidas, maços de cigarros e ale 
juckpols de moedas. 
Mas, antes de entregarem o seu produ 
lo. as máquinas analisam cada moeda. 
submetendo-a a uma série de exames, co 
meçando por rejeitai as de valor diferente, 
as estrangeiras, as falsas e as anilhas. 
Cada tipo de moeda no Mundo tem as 
suas características próprias. São diferentes 
no diâmetro, na espessura, no peso e até na 
composição química. Nas máquinas de 
moedas, todas estas propriedades são in 
vestigadas, e só quando a moeda entra no 
percurso correcto da máquina é que é dis 
parado o mecanismo de funcionamento. 
A máquina de moedas típica funciona 
ilo seguinte modo: o sistema de verifica 
çao começa pela própr ia ranhura, impe 
dindo a entrada de moedas demasiado 
grandes, espessas ou deformadas 
As moedas que entram podem ser exa 
minadas por uma sonda, que verifica se 
elas são luradas, detectando assim as ani 
lhas. As genuínas caem soba- um balan 
cim rigorosamente equilibrado: quando o 
seu peso é suficiente, a moeda faz tombar 
ii balancim e é dirigida para .1 calha [ou 
ranipae quando é insuficiente, o balancim 
não oscila e a moeda cai no rejeitado!. 
A moeda que foi aprovada percorre a 
Verdadeira ou falsa 
Esta máquina de moedas 
destinada a moedas francesas 
tem unta ranhura igual 
ao tamanho de ama moeda 
de 10 francos. Uma moeda mais 
leve não consegue bascular o 
balancim e é desviada Separador 
para o rejeilador. 
! ma moeda de metal 
diferente é desviada 
pelo magneto. 
atinge o deflector 
c passa pelo lado 
eirado do 
separador 
Rejeilador 
(moedas 
rejeitadas) 
Magneto 
Percursos das moedas 
rejeitadas 
Lâmina de contacto 
calha e passa polo magneto. Ao atravessar 
o campo magnético deste último, ê descar-
regada uma pequena corrente eléctrica no 
seu interior, fazendo a rodar mais ou me-
nos lentamente devido à força magnética 
provocada pelo campo magnético. 
Ima moeda com a composição correc-
ta abranda exactamente o necessário para. 
ao cair da rampa, percorrer uma trajectória 
que evita o obstáculo seguinte, o deflector. 
Acerta então no separador por baixo des-
te, a um ângulo de incidência lai que a faz 
dirigir se para o canal "aceite", As moedas 
com peso demasiado e as menos afecta-
das pelo magneto atingem o defleclor e 
são encaminhadas pelo lado errado do se-
parador para o rejeitador. 
Máquinas de moedas electrónicas 
A ultima geração destas máquinas confere 
as moedas electronicamente, Assim que a 
moeda é introduzida, a sua condutibilida-
de capacidade para deixar passar unia 
corrente eléctrica - é verificada. 
As moedas aceitáveis num primeiro 
exame atravessam depois uma "cancela", 
percorrendo a rampa e passando entre 
dois magnetos. Também neste caso, a ve 
locidade com que deixam os magnetos 
depende da composição das moedas. 
Conjuntos de díodos emissores de luz e de 
fotossensores medem a velocidade da 
moeda. Sc os valores obtidos coincidirem 
com os da memória da máquina, abre-se 
nova cancela para aceitar a moeda. Se não, 
esta é rejeitada. Algumas máquinas po-
dem ser programadas para tratar até oito 
tipos de moedasdiferentes. 
Podem também ser programadas para 
dar trocos, Quando a moeda atravessa o 
sistema de verificação. 0 respectivo valor é 
identificado. Quando chega ao fim do per 
curso, um microchip liberta o troco certo. 
Velcro: como as 
ervas que se 
agarram às meias 
Os fechos de velcro. pequenas almofadas 
crespas formadas de ganchos e ilhós de 
plástico, têm encontrado aplicações a to 
dos os níveis. 
Na indústria de vestuário, substituem as 
molas e os fechos de correr. No vaivém 
espacial, OS astronautas usam fita velcro 
para agarrar tabuleiros, embalagens de ali 
mentos, equipamento científico, e ate cies 
próprios, a uma superfície tixa. para evitar 
que flutuem desordenadamente no espa 
ço na ausência da força da gravidade. 
O engenheiro suíço Georgcs de Mestral 
concebeu a ideia que deu origem ao velcro 
depois de um passeio pelo canipo em 1948. 
Voltou para casa com umas ervas agarradas 
às meias e ao pêlo do cão e decidiu investi-
gar por que razão aquelas se pegam Ião 
bem á lá. Ao microscópio, observou que 
minúsculos ganchos nas pontas dessas er 
vas ficavam presos às argolas da lã. 
Mestral imaginou rapidamente uma for-
ma de reproduzir em tecido de nylon o 
esquema de ganchos e argolas e deu ao 
produto o nome de velcro - contracção 
de uelours e CfOChet, palavras francesas 
que significam "veludo" e "gancho". 
A patente original de protecção ao vel-
cro expirou em 1978, e existem actual men 
te muitas imitações, mas o nome mantém-
se como marca registada 
0 velcro é feito tecendo fio de nylon de 
modo a produzir um tecido com urna 
grande densidade de minúsculas argolas. 
A face dos ganchos obtém-se cortando as 
argolas noutra porção de tecido — de 
modo que cada meia argola passe a cons-
tituir um gancho. Por meio de aquecimen-
to, argolas e ganchos tomam a sua forma 
definitiva. 0 tecido é depois tingido, colado 
ao suporte adequado e cortado à medida. 
O velcro pode fechar-se e abrir se milha 
res de vezes, e provavelmente durará mais 
do que O tecido a que foi aplicado. E feito de 
modo a poder ser aberto à mão com um 
estorço relativamente pequeno. No entan-
to, possui enorme resistência transversal. 
Alguns tipos de velcro têm tanta resistência 
que uma peça quadrada de 12 cm de lado 
consegue suportar uma carga de 1 t. 
Como as ervas se agarram. As minúscu-
las vagens da aparína possuem ganchos 
que se ugurram ao vestuário de lã e aos 
pêlos dos ailimais 
Copiando a Natureza. .4 fotografia do oel-
CfO QO microscópio moslru como esíe copio 
a Natureza. Os minúsculos ganchos de 
nylon numa peca de i elcro agarram as argo 
las da outra peca exat tumente do mesmo 
modo que terias plantas como a aparinu se 
agarram às meias de la (mundo passeamos 
no meio das ervas. Uma peca de velcro com 
5 x 2 cm contém cerca de 750 ganchos. 
com 12 500 argolas na lace oposta. 
Como a Marinha dos EUA 
lançou o fecho de correr 
A Marinha dos EUA foi a pioneira no uso 
dos fechos de correr quando, em 1918, en-
comendou 10 000 unidades para aplicar 
em fatos de voo. 
0 fecho de correr fora inventado pelo 
engenheiro americano Whitcomb Judson 
em 1893. Lste desenhara um fecho com 
posto de carreiras de colchetes machos e 
fêmeas como método rápido de apertar as 
botas de cano alto. Mas este fecho, que utili 
zava um cursor para ligar os colchetes ma-
chos e fêmeas, revelou se pouco prático. 
O passo decisivo para o aparecimento 
do moderno fecho de correr deu-se cerca 
de 20 anos depois, quando o engenheiro 
sueco Gideon Sundback foi admitido por 
Judson para aperfeiçoar o seu fecho. Sund-
back desenhou o chamado Hookless 2, 
quase igual ao moderno fecho rie correr, e 
criou a maquinaria que permitiu o fabrico 
dos dentes e a sua fixação a uma fita. 
Km 1918, a Marinha Americana fez a sua 
encomenda, e o fecho de correr estava lan 
çado. O fecho de correr consiste ern duas 
tiras de tecido com 
dentes de metal ou 
plástico ao longo das 
bordas. Os dentes das 
duas fitas são desen-
contrados para pode-
rem encaixar entre si: 
num dos lados têm 
uma saliência e no ou-
tro uma concavidade, 
por forma que, quando 
forçados a juntar-se, as 
saliências encaixem 
nas concavidades. Ao 
fechar, as duas fiadas de 
dentes entram obliqua-
mente no cursor que as 
junta, engatando os 
d e n t e s . Quando se 
puxa o cursor para 
abrir o fecho, dá-se o 
contrário, os dentes en-
tram pelo fundo do cur-
sor e separam-se. 
Separador 
Cursor 
Fita 
Fiadas de dentes 
Dentes que engatam. A mecâ-
nica do fecho de correr é muito 
simples. Um cursor move-se 
num ou noutro sentido sobre 
duas fiadas de dentes presos a 
fitas, engatando-os ou desenga 
ÍB tando-os. 
Como se faz parar um elevador em queda 
O mais alto edifício de escritórios do Mun-
do, a Sears Tower, em Chicago, com 443 m, 
tem 103 elevadores para transportar passa-
geiros entre os seus 110 andares a velocida-
des que chegam aos 550 m por minuto 
Mas o que aconteceria se um cabo se 
partisse quando um dos elevadores se en-
contrasse no topo de tão alto edifício? Teo-
ricamente, um corpo que caísse do último 
andar da Sears Tower esmagar-se-ia no 
solo a 820 km/h. Para evitar estes aciden-
tes, os elevadores são dotados de dispositi-
vos de segurança. 
O moderno elevador de passageiros 
leve as suas origens em 1854, quando o 
engenheiro americano Klisha Graves Otis 
introduziu o primeiro dispositivo de segu-
rança para a elevação de cargas na Exposi-
ção do Palácio de Cristal, em Nova Iorque. 
Otis demonstrou a segurança do seu 
processo por forma espectacular. A carga 
foi guindada até uma altura de 8 ou 10 m 
com Otis também sobre a plataforma. Or-
denou então que cortassem o cabo de sus 
pensão. Num elevador normal, as conse-
quências teriam sido desastrosas, mas o 
mecanismo de segurança de Otis resul-
tou - e a queda foi interrompida depois 
de cortado o cabo. 
O segredo do sucesso da experiência 
residiu numa mola em fornia de arco fixa 
20 
da ao topo da plataforma. O cabo de sus-
pensão estava ligado à mola, e quando a 
plataforma era puxada para cima, o seu 
peso iria arquear a mola, de modo que as 
suas extremidades não tocassem nos enta-
lhes das duas calhas dentadas de guiamen-
to, situadas de um e outro lado da platafor 
ma. Mas quando o cabo de suspensão foi 
cortado, a mola abriu c as suas exlremida 
des encaixaram nos entalhes das calhas, 
impedindo a queda da plataforma. 
Olis instalou o primeiro elevador de pas 
sageiros cm Nova Iorque em 1857, no esta-
belecimento V. Haughwout & Co., com 
cinco pisos. A invenção do elevador de se-
gurança foi um factor decisivo na evolução 
do arranha-céus, pois libertou os arquitec-
tos das restrições na altura. 
O moderno elevador é constituído por 
uma cabina içada por cabos de aço entre 
duas calhas laterais de guiamento e possui 
um dispositivo de segurança que trava de 
encontro às calhas no caso de os cabos se 
partirem. Os cabos fixos ao topo da cabina 
Subida rápida. A Sears Tower, edifício de 
IK) andares em Chicago, dispõe de eleou 
dores rápidos que se deslocam a 32 km/h. 
Os elevadores estão equipados com dispo 
sitiuos de segurança para o caso de quebra 
dos cabos. 
sobem alé um mecanismo de roldanas no 
cimo da caixa do elevador. A roldana é ac-
cionada por um motor eléctrico, e os ca-
bos sustentam na outra extremidade um 
contrapeso que corre igualmente em ca-
lhas de guiamento. 
Limitador do excesso de velocidade 
Este é outro componente fundamental da 
segurança do elevador. Parle dele um cabo 
que corre para cima e para baixo na caixa 
do elevador e está ligado ao mecanismo de 
segurança montado sob a cabina. 
0 limitador do excesso de velocidade 
baseia-se num sistema mecânico de pe-
sos, que são impelidos para fora devido à 
força centrífuga. Acima de uma velocidade 
preestabelecida, os pesos accionamum 
interruptor de segurança que desliga a cor-
rente eléctrica do motor. A roldana pára 
automaticamente e o elevador imobiliza-
-se sem que tenha de ser activado o dispo-
sitivo de segurança. 
Se, contudo, a cabina continuar a acele-
rar, o limitador centrífugo prende o respec-
tivo cabo com força suficiente para dispa-
rar o mecanismo de segurança. 
Existem outros mecanismos de segu-
rança, como o de compressão de roleles ou 
de excêntricos de bordos serrilhados con-
tra as calhas de guiamento, ou o de cunhas, 
que reduz a velocidade por meio de fricção. 
Testes de cheiro no gás natural 
Numa indústria de alta tecnologia como a 
do gás natural, o teste final de segurança é, 
curiosamente, o nariz humano. O gás na-
tural, ao contrário do gás de hulha, não 
tem cheiro próprio, pelo que uma fuga nas 
tubagens poderia passar facilmente des 
percebida e causar uma explosão. No en-
tanto, pode juntar-se-lhe um odorizante. 
Assim, peritos empregados pela sua capa 
cidade olfacliva muito sensível asseguram 
que, numa emergência, o gás emita o chei 
ro certo para fazer disparar o alarme men-
tal de "fuga de gás!" 
Esses peritos cheiram o gás para terem a 
certeza de que a sofisticada aparelhagem 
de análise está a funcionar correctamente. 
O gás natural encontra-se no solo ou 
sob o fundo do mar. O seu componente 
principal é o metano, gás que nos pânta-
nos pode ser visto em bolhas emanando 
dos lodos orgânicos. O cheiro intenso que 
acompanha o metano nos pântanos deve-
-se à matéria vegetal em decomposição, 
pois o gás em si é inodoro. 
O gás natural comercial começou a ser 
utilizado comercialmente nos Estados 
Unidos nos anos 20 c na Europa na década 
de 60. Como era necessário que tivesse 
cheiro, foram ensaiadas como odorizan-
tes diversas combinações de compostos 
orgânicos de enxofre. O odorizante ideal 
tinha de ter um cheiro forte e muito carac-
terístico, náo devia ser absorvido pelo solo 
para que as fugas subterrâneas pudessem 
ser detectadas e tinha de ser inócuo e náo-
-corrosivo. Acabou por descobrir se a fór 
mula correcta. Esse odorizante, sob a for-
ma líquida, é pulverizado no gás quando 
este deixa o complexo de produção. A 
quantidade de odorizante é medida rigo-
rosamente por computador. Tem um aro-
ma tão intenso que apenas é necessário 
1,5 kg por cada 100 000 rrí*. 
Apesar dos odorizantes, as fugas de gás 
nas tubagens subterrâneas podem ainda 
passar despercebidas. Por isso, os técnicos 
seguem frequentemente os percursos das 
tubagens com instrumentos extremamen-
te sensíveis. Contudo, estes detectam o 
gás, e náo o cheiro. As sondas são coloca-
das junto ao solo e o ar que captam é intro-
duzido num aparelho que detecta gás em 
concentrações de apenas algumas parles 
num milhão. 
As fibras que conferem resistência aos saquinhos de chá 
Diariamente, fazem-se milhões de cháve-
nas de chá a partir de saquinhos. O papel 
de filtro rendilhado, que constitui o saco, 
tem orifícios de tamanho suficiente para 
deixar passar a água a ferver sem deixar 
fugir as folhas do chá. É também suficien 
temente forte para náo se rasgar nas má-
quinas de empacotamento ou durante a 
manipulação — esteja seco ou molhado. 
Nenhum papel vulgar podia satisfazer 
estas exigências. O papel dos saquinhos de 
chã é fabricado com duas fibras fortes: câ-
nhamo-de-manila, fibra natural longa utili-
zada no fabrico de cordas para conferir re-
sistência, e fibras termoplásticas, para fe-
char os saquinhos. As duas fibras náo são 
tecidas em conjunto, mas assentes, sob a 
forma de mistura aquosa, em duas cama 
das separadas. Forma se o papel quando a 
água se escoa e o emaranhado de fibras é 
apertado em rolos para secar. Este proces-
so confere ao papel uma estrutura irregu-
lar, com poros de diversas dimensões. 
O papel passa pela máquina de embala 
gem do chá sob a forma de duas tiras e a 
máquina vai colocando as doses de chá 
sobre a tira inferior. Dá-se forma aos sacos 
vedando os bordos por meio de calor. As 
fibras termoplásticas são derretidas para se 
ligarem fortemente entre si, mantendo a 
sua resistência quando, ao arrefecerem, so-
lidificam novamente. O seu ponto de fusão 
é superior a 100°C para que o saquinho náo 
se desmanche na água a ferver. 
Orifícios filtrantes. Ampliando 
60 vezes um saquinho de chá, 
vêem-se bem OS orifícios filtrantes. 
Estes deixam passar a água, mas 
sem deixarem sair as folhas de chá. 
2\ 
Fósforos aos milhões 
Se riscarmos um fósforo de segurança 
(amorfo) em qualquer superfície que não 
seja a lixa da caixa, ele não se acende. Se 
lhe batermos com um martelo, nada acon-
tece. Antigamente, porém, os fósforos 
acendiam-se ao serem riscados em qual 
quer superfície rugosa, e se lhes batêsse-
mos com um martelo, explodiriam. 
No caso dos fósforos de segurança, é a 
reacção entre os produtos químicos da ca-
beça do fósforo e da lixa da caixa que os 
incendeia. A reacção é desencadeada pelo 
riscar do fósforo, que gera calor devido à 
fricção. Se a cabeça e a lixa não estiverem 
em contacto, não se dá a ignição. 
O antepassado do fósforo actual foi pro-
duzido pelo químico inglês John Walker 
em 1827. Os seus fósforos acendiam-se em 
qualquer superfície e não eram de grande 
confiança. Km 1830, Charles Suria, em 
França, inventou um fósforo muito mais 
eficaz, utilizando fósforo branco. Os fósfo 
ros deste tipo mantiveram-se em uso até 
finais do século xix e, embora eficientes, 
tinham uma grande desvantagem: po-
diam matar - e fizcram-no muitas vezes 
O fósforo branco liberta fumos tóxicos 
que provocam, cm casos de exposição 
prolongada, uma doença deformante — e 
eventualmente fatal — em que ocorre a 
decomposição dos maxilares. Os opera 
rios das fábricas de fósforos eram os mais 
afectados; assim, no início deste século, foi 
proibido o uso de fósforo branco, tendo 
passado a utilizar se o sesquissulfureto de 
fósforo. 
Contra o imposto 
Em 1801, a firma Bryant & May pro-duziu o seu primeiro fósforo de 
segurança numa fábrica em Londres. 
Ao fim de um ano, a fábrica produzia 
1 800 000 fósforos por semana. A procura 
era tanta que, em 1871, o chanceler do 
Tesouro propôs uma taxa de 1 penny por 
caixa. A proposta originou protestos no 
Parlamento e na imprensa - e milha-
res de operários da indústria fosforeira 
protestaram contra aquilo que viam 
como uma ameaça ao seu ganha-pão. 
Seguiram-se manifestações e tumultos 
e o Parlamento aboliu o imposto. 
Por todo o Mundo, as técnicas do fa-
brico de fósforos foram sendo aperfei 
coadas, e actualmente podem produ-
zir-se mais de 800 caixas por minuto. 
11 
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22 
Em movimento. I m tapeie rolante de aço 
transporta os palitos de madeira - já com 
as cabeças tingidas de vermelho ao en-
contro das caixas, que se movem numa tela 
transportadora perpendicularmente ao 
percurso dos fósforos. Estes são automati-
camente expulsos do tapete, por fornia a 
caírem dentro das caiwis nus quantidades 
certas. 
Na década de 1850, o sueco John Lunds-
Irom foi pioneiro dos fósforos de seguran 
ça (amorfos) ao separar o elemento fósfo-
ro dos outros ingredientes combustíveis: 
pós fósforo vermelho, não tóxico, na lixa e 
os outros ingredientes na cabeça. 
Actualmente, os fósforos são fabricados 
por máquinas automáticas que chegam a 
produzir 2 milhões de unidades por hora. 
O vulgar fósforo de madeira começa por 
um toro que é cortado em fasquias de cer 
ca de 2.r> mm de espessura. Estas são de-
pois cortadas em palitos que são embebi-
dos numa soluçáo de fosfato de amónio -
retardador de ignição que evita que os pali-
tos continuem a deitar fumo. 
Os palitos são depois introduzidos auto-
maticamente nos orifícios de um tapete ro 
lante de aço que mergulha as pontas num 
banho de parafina aquecida.Esta vai im-
pregnar as fibras da madeira e anulará a 
fazer passar a chama da cabeça para o palito. 
Os palitos são cm seguida mergulhados 
na mistura que constituirá a cabeça. Nos 
fósforos de segurança, essa mistura con 
tem enxofre, e por vexes carvão, para pro-
duzir a chama e clorato de potássio para 
fornecer o oxigénio necessário á combus 
tão. Quando as cabeças secam, os fósforos 
sao empurrados do tapete rolante para 
dentro das caixas de fósforos que correm 
numa tela transportadora. 
As tampas das caixas correm noutra tela 
em movimento paralelo, A intervalos de 
alguns segundos, as telas param e .is caixas 
sao metidas nas respectivas tampas. As ta 
ces laterais destas aplica se a lixa, uma tira 
rui>osa impregnada de fósforo vermelho. 
que constitui o produto combustível. 
Como adere 
a película 
aderente? 
Esta película adere por duas razões: quan 
do esticada, a sua elasticidade leva a a reto-
mar as dimensões iniciais; e a electricidade 
estática que possui cria uma forma de 
atracção a muitas outras coisas. 
O segredo da elasticidade esta na estru-
tura molecular da película. Os plásticos são 
formados por moléculas longas cente-
nas cie milhares de unidades repetitivas de 
um átomo de carbono e dois de hidrogénio 
numa molécula de polietileno, por exem 
pio. A maioria das substâncias comuns é 
constituída por moléculas pequenas a 
molécula de agua contém apenas dois álo 
mos de hidrogénio e um de oxigénio 
As moléculas longas da película aderen 
te. ou adesiva, encontram se enroladas c 
dobradas como as libras da la. Quando .• 
película é esticada, as moléculas ordenam 
se Mas, lai como as fibras da lá ou 
como um elástico . elas procuram reto 
mar a sua forma inicial 
O poder de aderência desta película 
ocorre naturalmente na maioria das pelí 
cuias plásticas, que aderem porque adqui 
rem uma carga eléctrica estática. A película 
aderente pode. por exemplo, adquirir uma 
carga eléctrica negativa por fricção, << que 
faz deslocar electrões d<i superfície de uma 
película ou de outro material adjacente. Na 
segunda superfície, .i carga eléctrica será 
positiva, o que leva a que as duas superfí-
cies se unam por atracção electrostática. 
A película aderente podo ser fabricada 
num destes plásticos: PVC 'cloreto de poli 
vinilo) ou polietileno. O PVC. normalmen-
te duro. toma se- macio c flexível pela adi 
cão de certos produtos químicos, os plasli 
ficanles. o polietileno é macio por nature-
za, pelo que não necessita de plastificantes. 
A película de PVC e mais transparente 
que a de polietileno, mas ê mais sujeita a 
fadiga Com eleito. 24 horas depois de utili 
zada perdeu já mais de dois lerços da sua 
elasticidade, enquanto o polietileno per 
deu apenas um lerço 
Um material 
escorregadio 
como o gelo 
o revestimento interior náo-aderente dos 
modernos tachos e frigideiras e o maleri.il 
mais escorregadio que ri tecnologia co-
nhece. Tendo quase o mesmo coeficiente 
de atrito que o gelo. se cohrisseinos as ruas 
com ele. torná-las-íamos intransitáveis. 
() PTFE e um dos mais notáveis produ 
tos artificiais, e a náo-aderencia não é a sua 
Superfície revestida. Para lazer uma (ri 
gideira náo-aderente. mistura-se PTFE cm 
pó com aii.ua puberiza-se o sen interiot e 
seca se 
Válvula cardíaca. O 
anel desta válvula está 
coberto com um tecido 
revestido de PTFE. O 
PTFE é quimicamente 
inerte, pelo que não há 
o risco de causar 
infecção. 
Sol e espaço. A cúpula 
plástica deste estádio 
japonês está revestida 
de PTFE para reduzir o 
calor dos raios do Sol. 
Os fatos de pressão dos 
astronautas possuem 
diversas camadas de 
material, incluindo uma 
de tecido revestido a 
teflon, incombustível e 
resistente à abrasão. 
única qualidade invulgar. K considerável a 
sua resistência a temperaturas, tanto mui-
to altas como muito baixas, e ao ataque 
químico; é ainda um mau condutor de 
electricidade. 
PTFE é a abreviatura de politetrafluoroe-
tileno, material que foi descoberto quase 
por acaso em 1938 pelo americano Dr. Roy 
Plunkett quando ensaiava para a Du Pont 
um produto químico utilizado para refrige-
ração. A Du Pont deu à descoberta o nome 
comercial de teflon. 
O PTFE é um material difícil de manu-
sear, e só se lhe descobriu utilidade em 
larga escala quando o engenheiro francês 
Marc Gregoire se apercebeu das possibili-
dades da sua aplicação em utensílios do-
mésticos. Assim, nos meados da década de 
50, Gregoire comercializou com a marca 
Tefal os primeiros tachos não-aderentes. 
No entanto, já desde o início dos anos 40 
se vinha desenvolvendo uma grande varie-
dade de aplicações industriais para o PTFE. 
A sua não aderência foi utilizada nas chu-
maceiras - componentes de máquinas 
que suportam veios rotativos. As chuma-
ceiras de PTFE são consideradas autolubri-
ficantes, pois não precisam de qualquer 
lubrificação além da sua própria natureza 
deslizante. Para lhes aumentar a resistên-
cia, são geralmente reforçadas com outros 
materiais, como a fibra de vidro e a grafite. 
A resistência ao ataque dos ácidos 
O PTFE não é afectado por nenhuma subs-
tância química vulgar, incluindo os ácidos 
e os álcalis a ferver. Mesmo a água-régia 
(mistura de ácidos clorídrico e nítrico) dei-
xa-o incólume. As únicas substâncias que 
o atacam são o sódio em fusão, o cálcio em 
fusão e o flúor muito quente. 
O facto de ser quimicamente inerte sig-
nifica que o PTFE não contamina os ali-
mentos nele cozinhados. Na realidade, ele 
não produz efeitos sobre qualquer matéria 
orgânica, inclusive o tecido humano. Estas 
características permitem ainda a sua utili-
zação em próteses cirúrgicas, particular-
mente nas articulações artificiais; o seu re-
duzidíssimo coeficiente de atrito constitui 
uma vantagem adicional. Também já tem 
sido utilizado, sob a forma de fibras entre-
tecidas e impregnadas de carbono, na re 
construção dos ossos da face. 
Outra propriedade importante do PTFE 
é a sua resistência à electricidade, o que o 
torna excelente para o revestimento de 
fios. Possui ainda a grande vantagem de 
manter a flexibilidade a temperaturas que 
váo dos — 270°C (poucos graus acima de 
zero absoluto) até aos 260°C. 
Este conjunto único de propriedades re 
sulta da estrutura química do PITE. Corn 
efeito, a sua molécula consiste numa "es-
pinha dorsal" formada por uma cadeia 
longa de átomos de carbono, cada um dos 
quais ligado a dois átomos de flúor. As liga-
ções químicas entre os átomos de carbono 
e de flúor são extremamente fortes, razão 
pela qual o PTFE náo reage com outras 
substâncias químicas. 
As fortes ligações carbono-flúor verifi-
cam-se também entre as moléculas adja-
centes, de modo que se atraem mutua 
mente mais do que atraem as moléculas 
de outras substâncias. Este o motivo por 
que nada se lhe adere. 
Esta forte atracção intermolecular signi-
fica igualmente que o PTFE não funde, 
mesmo a temperaturas elevadas. A fusão 
dá-se quando as moléculas obtêm sufi-
ciente energia por aquecimento e se sepa-
ram umas das outras. No PTFE, a atracção 
molecular é tão forte que as moléculas têm 
grande dificuldade em separar-se. 
Como se fabrica o PTFE 
O PTFE é produzido a partir do fréon 22 
(diclorodífluorometano), refrigerante lí-
quido largamente utilizado em frigoríficos. 
O engenheiro americano Dr. Roy Plunkett 
descobriu que o aquecimento do fréon 
produz o gás tetrafluoroeteno. A urna pres-
são de cerca de 45 a 50 atmosferas e na 
presença de um catalisador, o gás sofre 
uma alteração química da qual resulta o 
PTFE sob a forma de resina pulverulenta. 
Como náo chega propriamente a fun 
dir, o PTFE é misturado com um aglutinan-
te adequado e enformado num molde. É 
depois sujeito a pressão e temperatura ele-
vadas, e as partículas da resina fundem, 
formando uma massa sólida. Para os reci 
pientes decozinha não-aderentes, o pó de 
PTFE é suspenso em água para formar um 
acabamento não-aderente que é depois 
pulverizado sobre a superfície e seco. 
Como as 
microondas 
cozinham sem 
aquecer os pratos 
Ao ligarmos um forno de microondas, 
criamos no seu interior um poderoso cam-
po electromagnético que oscila na mesma 
banda de frequência que as emissões de 
televisão por satélite e o radar. As microon-
das utilizam-se na cozedura rápida de ali-
mentos, pois fazem vibrar as moléculas de 
água contida naqueles. A vibração absorve 
energia do campo electromagnético e 
aquece os alimentos. 
Como toda a energia é absorvida pelos 
alimentos sem se desperdiçar no aqueci-
mento do ar ambiente nem do próprio for-
no, e como as microondas penetram nos 
alimentos, aquecendo-os directamente 
por dentro (ao contrário dos fornos con-
vencionais, nos quais só a superfície é di-
rectamente aquecida), o processo é muito 
mais rápido e económico do que os méto-
dos tradicionais de cozinhar. 
A energia das microondas náo aquece os 
utensílios no forno, porque os materiais de 
que são feitos - louça e vidro - não absor-
vem energia do campo electromagnético 
(os recipientes não saem frios do forno, por-
que são aquecidos pelos alimentos). 
Utensílios de cozinha especiais 
Além da louça e do vidro, muitos outros 
materiais - como o plástico, o papel e a 
cartolina — podem ser usados num forno 
de microondas. Os recipientes de metal 
não devem ser usados, porque o meta] não 
transmite as microondas, reflecte-as. Por 
este motivo, os alimentos náo devem ser 
cobertos com folha de alumínio. 
As ondas longas da rádio têm compri 
mentos de onda de milhares de metros. As 
microondas utilizadas nos fornos têm um 
24 
comprimento de onda de cerca de 12 cm. 
Uma onda electromagnética é uma vi-
bração de campos eléctricos e magnéticos 
que alternam constantemente, dirigidos 
ora no sentido positivo, ora no negativo. Os 
fornos de microondas funcionam com on-
das que vibram 2450 milhões de vezes por 
segundo — uma frequência de 2450 MH/. 
(megahertz), ou 2,45 GHz (gigahertz). 
As moléculas da água tem um pólo de 
carga positiva e um pólo de carga negativa. 
As microondas em vibração positiva nega-
tiva interagem com as moléculas polares 
da água, atraindo e repelindo os seus pó-
los, fazendo-as rcxlar ora num sentido, ora 
no outro. Este movimento acontece tam-
bém 2450 milhões de vezes por segundo. 
O componente mais importante do for-
no de microondas é o magnetrão, o dispo-
sitivo que gera as microondas. Foi criado 
em 1940 em Inglaterra, mas foi a Raytheon 
Company, dos EUA, que, no princípio dos 
anos 50, se apercebeu das aplicações do 
mestiças que este invento poderia ter e pa 
tenteou um "aparelho de aquecimento die-
léctrico de alta frequência". Os pequenos 
modelos domésticos foram aperfeiçoados 
na América em finais da década de 60. 
Ferver até transbordar. Quando se 
aquece agua num copo num forno de mi-
croondas, a temperatura pode subir ulé 
]10"C sem que a água (ema. Isto acontece 
porque as microondas aquecem a água no 
centro sem aquecerem o copo. peto que u 
água em contacto com o vidro está abaixo 
do ponto de ebulição. Como as bolhas de 
oapor na água a ferver se formam principal 
mente sobre as irregularidades do recipien-
te, não se dá a ebulição. Mas se deitarmos 
café solúvel na água, formam se bolhas em 
redor dos grânulos, e o liquido borbulha e 
transborda. 
Como os frigoríficos «fazem frio» 
Quando ligamos uma torradeira ou um 
ferro eléctrico, obtemos calor. Porque é 
então que um frigorífico ou um congela 
dor -lazem frio» quando OS ligamos0 
Assim acontece porque estes aparelhos 
utilizam dois princípios científicos. O pri-
meiro é o de que, quando um líquido se 
evapora, absorve calor do ambiente que o 
cerca: o liquido precisa de energia para se 
transformar em vapor e vai buscá-la sob a 
forma de calor. O segundo é o de que um 
líquido evapora-se a uma temperatura 
mais baixa quando a pressão é, por sua 
vez, mais baixa. Qualquer líquido que se 
evapore facilmente a temperaturas baixas 
é um refrigerante, ou agente de arrefeci 
mento, em potencia. E é possível fazê-lo 
vaporizar-se e liquefazer-se alternadamen-
te, obrigando-o a circular numa tubagem 
em que a pressão seja variável. Na maioria 
dos frigoríficos domésticos, o refrigerante 
é um dos compostos artificiais, denomina 
dos clorofluorocarbonos (CFCs). 
Os tubos no interior do frigorífico são 
largos, a pressão é baixa e o refrigerante 
vaporiza-se. Oeste modo, o tubo mantém-
se frio c retira o calor aos alimentos. 
I Im motor eléctrico aspira o gás frio da 
tubagem do interior do frigorífico, compri-
me o - o que o aquece - e envia-o à 
tubagem exterior, na parte de trás do trigo 
rífico. 0 ar em torno destes tubos absorve-
-lhes o calor, fazendo com que o gás se 
condense novamente em líquido, ainda a 
uma pressão elevada. 
Depois, um tubo de diâmetro muito pe 
queno, o tubo capilar, reconduz o líquido 
sob pressão para o interior do frigorífico; 
COMO SE CONSERVAM 
OS ALIMENTOS 
O arrefecimento dos alimentos no fri-
gorífico retarda a acção de dois dos 
principais causadores da sua deteriora-
ção: o desenvolvimento de bolores e 
bactérias e a decomposição química. 
Num frigorífico doméstico, a tempe-
ratura é mantida entre 1 e 5°C — tempe-
ratura suficientemente baixa para man-
ter frescos durante uma semana a 
maioria dos alimentos que utilizamos. 
O crescimento dos organismos causa-
dores da decomposição é retardado, 
mas as temperaturas baixas não cies 
troem esses organismos. A decomposi-
ção química é também retardada de 
modo idêntico, mas não completa 
mente anulada. 
A temperatura do congelador do 
mestiço ronda os - lo"C. o que preser-
va os alimentos até um ano. 
aqui o tubo alarga e o gás vaporiza se nova 
mente, reiniciando-se o ciclo. 
A refrigeração desenvolveu se no século 
estimulada pela necessidade de se ob-
terem fornecimentos de carne das grandes 
pastagens da Austrália, Nova Zelândia, 
América do Sul e Oeste Norte-Ainericano 
para os principais mercados da Europa e 
do Leste da América do Norte. 
lima das primeiras pessoas a descobrir 
e aplicar o princípio da refrigeração foi um 
tipógrafo, James Harrison. Ao limpar OS 
caracteres de metal com éter. verificou o 
efeito refrescante que este tinha sobre o 
metal - o éter é um líquido com ponto de 
ebulição muito baixo que se evapora fácil 
mente. Harrison deu aplicação prática á 
sua descoberta no edifício de uma fábrica 
de cerveja em Bendigo, Vitória, em 1851, 
fazendo circular éter numa canalização 
própria para refrescar o ambiente. 
A ideia de Harrison levou á primeira via-
gem coroada de êxito com um equipa-
mento frigorífico a partir da Austrália: a do 
navio Strathleven, com um carregamento 
de carne para Londres em 1880 - viagem 
que demorava dois meses. 
O primeiro frigorífico doméstico foi cria 
do em 1879, quando o engenheiro alemão 
Karl von Linde modificou um modelo in 
dustrial que desenhara seis anos antes (> 
refrigerante era o amoníaco que circulava 
por acção de uma pequena bomba a va 
por. Os pioneiros dos frigoríficos eléctricos 
foram os engenheiros suecos Balzer von 
Platen e Cari Munters, com o seu modelo 
Eiectrolux de 1923, que utilizava um motor 
eléctrico para accionar o compressor. 
COMO FUNCIONA LM FRIGORÍFICO 
O CFC vaporiza-se Tubo O CFC 
no tubo largo capi lar liqufifaz-S6 
\ - , sob pressão 
~~""'* ' •/ e levada 
O ar quente no interior do frigorifico sobe e 
é arrefecido à medida que o calor lhe é reti 
rodo pelo refrigerante contido na secção 
larga da tubagem. O refrigerante transporta 
o calor, que é depois radiado para 0 um 
biente na serpentina por trás do frigorífico 
25 
Porque se cozinha tão depressa 
numa panela de pressão 
Quando cozemos batatas numa

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