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revisional alimentos

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EXMO. SR. JUIZ DA VARA DE FAMÍLIA DE CAMPO GRANDE – RIO DE JANEIRO:
MARCUS VINÍCIUS CORREA RAMOS, brasileiro, casado, administrador, portador da carteira de identidade registro 127182749 e do CPF: 098.991.477-10, residente e domiciliado na Rua Aliomar Baleeiro, 730, Recreio dos Bandeirantes, CEP.: 22790-550, Rio de Janeiro, correio eletrônico marcusbr2005@hotmail.com, telefone – 21-9-7170-7376, vem nesta oportunidade, por seu advogado, FÁBIO DA COSTA PASCOAL, brasileiro, solteiro, advogado, devidamente inscrito na OABRJ 132.533, e no CPF n.º 091.257.847-57, estabelecido na Avenida das Américas, 8445, sala 718, Barra da Tijuca, com fulcro nos artigos 13e 15, da Lei n.º 5.478/68, no artigo 1.699, do Código Civil, no artigo 693, parágrafo único, do Código de Processo Civil e demais cominações legais aplicáveis ao caso, propor a presente
AÇÃO DE REVISÃO DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA:
Do menor MIGUEL SENNA DOS SANTOS RAMOS, neste ato, representado por sua mãe FABIANA SENNA DOS SANTOS, brasileira, solteira, Nutricionista, portadora da carteira de identidade 122201973 e do CPF: 081.297.177-94, residente e domiciliada na Rua Ilhéus, 450, CEP.: 23050-410, Campo Grande, RJ, correio eletrônico fabiana.senna@hotmail.com pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
Dos fatos:
 	É cediço que o valor da pensão alimentícia deve ser fixado com esteio no binômio necessidade-possibilidade, sendo este primeiro atinente à pessoa que vai receber os alimentos e o último àquele que os deve prover.
Conforme poderá ser comprovado adiante, devidamente comprovados através da documentação acostada à inicial, que o valor da pensão alimentícia estipulado no processo nº XXXXXXXXXX.XXXX.X.X está em excesso quando comparado à atual possibilidade de pagamento do requerido.
 	Diante da necessidade de mudança do valor da pensão alimentícia, o Diploma Civil brasileiro prevê medidas para que uma nova deliberação judicial venha a adequar o valor da obrigação às reais condições de pagamento do alimentante. Neste sentido preceitua o artigo 1.699 do Código Civil in verbis:
“Art. 1.699 Se fixados os alimentos, SOBREVIER MUDANÇA NA FORTUNA DE QUEM OS SUPRE, OU NA DE QUEM OS RECEBE, PODERÁ O INTERESSADO RECLAMAR DO JUIZ, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”
A Lei nº 5.478/68 (Lei de Alimentos), em seu artigo 15, prevê a revisão da ação de alimentos, a qualquer momento, desde que, conforme já antecipado no Código de Processo Civil e no Código Civil Brasileiros, ocorra modificação no contexto financeiro do Alimentando ou do Alimentante, como se transcreve, in verbis:
“Art. 15. A DECISÃO JUDICIAL SOBRE ALIMENTOS NÃO TRANSITA EM JULGADO, PODE A QUALQUER TEMPO SER REVISTA EM FACE DA MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DOS INTERESSADOS.”
 	 Em acordo homologado pelo douto Juízo da xx Vara Cível, desta regional, processo n.º xxxx, o requerente concordou em pagar ao filho menor, a título de pensão alimentícia, a importância de 16% de seus rendimentos, além da integralidade dos gastos do colégio do menor, totalizando assim, por mês, o valor de R$ 2.286,43 (Dois mil duzentos e oitenta e seis reais e quarenta e três centavos reais), além do colégio, que hoje se encontra no patamar de R$ 1.800,0 (hum mil e oitocentos reais), e se for pago até dia 5 (cinco), R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), conforme comprovam os documentos em anexo.
Naquela oportunidade, o requerente, motivado pelo amor que dedica ao seu filho e pela situação financeira em que se encontrava na época, sem outro filho menor, que também depende de seu sustento, concordou com a referida obrigação alimentícia.
No entanto, no momento, não tem como dar continuidade na referida obrigação alimentar, uma vez que a pensão, representa, nos dias atuais, um encargo pesado demais para o requerente, já que hoje, o requerente se casou, e em virtude dos laços maritais, veio assim a se tornar pai novamente, conforme certidão de nascimento acostada.
 
O requerente, pleiteia tal redução, não apenas pelo fato de se tornar pai novamente, mas sim, pelo momento ter tido gastos para o nascimento do menor que não estavam programados, e ainda pelo fato, de ter sido necessário internação emergencial do menor aos 1 mês de vida, de ter sido necessário consultar especialistas sobre o caso clínico deste e de necessitar de alimentação especial.
Que para conseguir arcar com tais gastos necessitou de empréstimos com instituições financeiras, gravando assim seu veículo como garantia, além de valores com parentes para conseguir saldar as obrigações assumidas.
 	DAS TRATATIVAS COM RELAÇÃO AO FILHO MIGUEL:
 	Que o autor, sempre tentou fazer de tudo o que estava ao seu alcance para proporcionar segurança e bem estar ao seu filho. Não por obrigação mas sim por preocupação e senso de responsabilidade em proporcionar um futuro digno.
	O autor, ajuizou demanda para rever os alimentos fixados do menor, tendo sido pactuado, 16% de seus ganhos líquidos, além das despesas com educação, conforme cópia em anexo, exigência esta que motivou o ingresso em juízo, ou seja, a garantia de ter o mesmo uma educação de qualidade e que o preparasse para o futuro.
	Desta forma, o mesmo é o responsável financeiro pelo pagamento da escola, conforme se comprova através do boleto em anexo.
	O autor foi ordenado como Pastor, e passou assim a receber prebenda da igreja que serve atualmente a IGREJA BATISTA MONTE HOREBE EM CAMPO GRANDE.
	Diante de tal fato, o mesmo pediu desarquivamento do processo, para que dessa forma fosse garantido ao menor o recebimento dos valores a que faz jus. Obrigação, sim, mas acima de tudo respeito pelo mesmo.
	Ocorre Exa., que infelizmente diante de todos os gastos inesperados, sua realidade financeira mudou, necessitando assim de uma adequação do pensionamento do menor.
DOS GASTOS NÃO PROGRAMADOS:
	Que em virtude da gestação, que em um primeiro momento não estava planejada para o momento, haja vista que a esposa do autor estava cursando Doutorado, e devido as disciplinas exigirem muita disciplina com relação ao corpo, esta não poderia engravidar até a conclusão do curso, sob pena de perda da bolsa auxílio.
	Diante de tal fato, a mesma não estava plenamente coberta pelo plano de saúde tendo sido assim necessário arcar com as despesas de parto e internação.
	Que foi necessária a realização de Cesariana, o que elevou os gastos, haja vista o mesmo já estar em estágio de sofrimento fetal.
	Além de todas as despesas, o mesmo precisou ser internado de emergência permanecendo no CTI por quase uma semana. Que os gastos da internação foram arcados pelo autor uma vez que o menor ainda não estava coberto pelo plano.
Além da internação e do parto assistido, o menor foi diagnosticado com Alergia à Proteína do Leite, sendo assim necessário a aquisição de suplementos alimentares para sua alimentação, onde o mesmo não pode se alimentar do Leite Materno.
	Que atualmente o mesmo gasta 2 latas de Complemento Pregomin Petit por semana, tendo assim um gasto médio , só de leite R$ 1032,80/mês
O parto assistido, além de consultas com obstetra – R$ 13.862,50
A internação do menor – R$ 4.827,06 (o restante, após término da carência foi arcada pelo plano de saúde)
 Consulta especialistas R$ 1.230,00
Vacinas – R$ 2.025,00
Plano de saúde R$ 1.186,83 / mês
Valor das despesas extraordinárias – R$ 21.799,19, isso sem contar a reforma do quarto do menor, e despesas com enxoval.
Logo Exa., como se comprova, houve sim, alteração da capacidade financeira do autor, haja vista que atualmente, sua esposa, mãe do menor Paulo encontra-se desempregada, já que logo após, concluso do Doutorado, que possuía dedicação exclusiva, a mesma entrou em estado gestacional.
As dívidas estão sendo integralmente arcadas pelo autor, que não tem tido condições de suportar tais encargos.
DOS EMPRÉSTIMOS:
Como se comprova, o autor para conseguir equilibra e gerir tais gastos, necessitou efetuar um financiamento pessoal pagando assimR$ 908, 71 (novecentos e oito reais e setenta e um centavos), além de ter pego um empréstimo com sua mãe de R$ 20.000,00, que necessita ser devolvido.
Junta cópia do depósito em sua conta dos valores, além de cópia do boleto de parcelamento, onde este deu seu automóvel como garantia do pagamento do débito, que teve início em maio de 2018, e se estenderá por 48 meses.
Logo, Exa., necessário se faz que seja pelo menos temporariamente adequado os valores de forma que seja possível a reorganização financeira do mesmo.
Além disso, o Autor também possui um gasto mensal acima das suas possibilidades, tem despesas com sua própria subsistência e da sua nova família, referente à alimentação, condomínio, plano de saúde, água e energia, e outros necessários a subsistência digna.
DA POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO, DA NÃO AFETAÇÃO ÀS NECESSIDADES BÁSICAS E DA DIGNIDADE DO FILHO MIGUEL:
	Como se depreende da simples análise dos autos, o resguardo da dignidade do sustento do menor, além de não impactar a qualidade do ensino necessário estão garantidos.
	Pretende assim, o autor a redução dos alimentos devidos para eu sejam pagos o importe de R$ 1.000,00 ao mês, além da manutenção dos gastos com a educação do menor, ou seja, continuará o mesmo pagando a integralidade dos gastos com a mensalidade do colégio, como o é até a presente data, permanecendo como Responsável financeiro.
	Em verdade Exa., se for analisado, os gastos deste com o filho, ficarão ainda em um patamar de grande dignidade, haja vista que famílias não dispõe para se sustentar dos valores garantidos a este.
	Não quer com isso Exa., tecer discussão acerca do tema, mas sim, expor a necessidade imediata da redução pretendida, uma vez que, mesmo que momentânea, a necessidade está presente e caracterizada.
	E ainda, pelo fato, de ser as tratativas com relação aos alimentos intransitáveis podendo ser fruto de revisão a qualquer tempo!
DO BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE QUE REGE A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR.
 	A pretensão do Autor encontra amparo legal no art. 1.º, III, da Constituição Federal, que dispõe sobre o princípio da dignidade humana, como fundamento da República Federativa do Brasil.
 	No que se refere à possibilidade de alteração dos valores fixados anteriormente em ação judicial, o art. 1.699 do CC discorre, in verbis:
Art. 1699 - Se fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. 
Ainda nesse sentido, o § 1º do artigo 1.694 do Código Civil dispões que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
 	Como visto, o que rege a relação alimentícia entre o alimentante e o alimentado é o binômio possibilidade/necessidade, ou seja, o quantum a ser arbitrado deve levar em consideração não só a necessidade de quem precisa de alimentos, mas sim, também, a possibilidade econômica de quem presta tal responsabilidade, levando-se sempre em consideração outras despesas em que deve arcar o alimentante, como por exemplo, o caso em tela, em que seu outro filho menor, em tenra idade, se encontra necessitando de suas possibilidades econômicas para a garantia de uma vida digna e de melhorias de condições de saúde
 	Outrossim, o Autor comprova sua impossibilidade econômica para continuar arcando com a presente obrigação no quantum fixado por meio da certidão de nascimento de seu filho e de cópia dos documentos que seguem anexos.
 	Como ressaltado acima e atendendo ao binômio necessidade/possibilidade, temos que houve uma diminuição das possibilidades econômicas do Autor, motivo pelo qual propõe a presente revisional, no sentido de obter uma obrigação alimentar que atenda suas condições econômicas. 
DO CABIMENTO DA TUTELA DE URGÊNCIA.
 	
 	Dispõe o artigo 300 do Novo Código de Processo Civil autoriza que a parte pode requerer a tutela provisória de urgência antecipada quando haja probabilidade de existência do direito material alegado e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
 	Neste sentido, o artigo 300, caput, do Novo Código, deixa claro os requisitos comuns para a concessão da tutela provisória de urgência (antecipada ou cautelar): a) probabilidade do direito (fumus boni iuris); e b) perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora). 
Observa-se, portanto, que o NCPC acertadamente abandonou a expressão “prova inequívoca da verossimilhança”, ainda presente no vigente art. 273 do CPC/73.
 	Além disso, exige a ausência de irreversibilidade da decisão. Cumpre mencionar, ainda, que há possibilidade de se revogar a decisão. No presente caso demonstrou-se, pelo acima relatado, que o Requerente sofreu severa diminuição em sua renda e passa por privações.
 	Cumpre destacar que o valor do mesmo se reduzidos como requer, não afetará a dignidade humana e nem mesmo a sua qualidade de ensino garantidos de forma integral pelo genitor.
 	No que pertine ao segundo requisito, como ressaltado acima, o Autor enfrenta enormes problemas financeiros, de ordem emergencial, principalmente pelos gastos com o nascimento e sustento do filho menor, Paulo Davi.
 	O adimplemento da obrigação tem prejudicado, sobremaneira, a condição de vida do suplicante. Portanto, preenche o Autor todos os requisitos para o deferimento da tutela de urgência ora pleiteada.
Diante do exposto, requer:
A) A procedência do pedido;
B) A concessão da Tutela de Urgência pleiteada no sentido de reduzir, liminarmente, a obrigação alimentícia fixada para o valor de R$ 1.000,00, ou 9% de seus rendimentos líquidos e manutenção da despesa integral dos gastos do colégio do filho Miguel, conforme ocorre atualmente, cujo boleto segue incluso.
C) Audiência prévia de conciliação bem como, frustrada esta, a concessão do prazo de 15 (quinze) dias, para querendo, apresentar resposta, sob pena de se presumirem verdadeiros os fatos acima descritos;
D) A intervenção do insigne representante do Ministério Público;
E) Que instruídos e provados os fatos descritos na exordial, julgue procedente o pedido, confirmando como definitiva os efeitos do pedido da tutela de urgência, fixando o quantum da pensão alimentícia, a ser pago pelo Autor, em 9% (nove por cento) de seus rendimentos líquidos ou 105% do salário mínimo, além da manutenção dos gastos com a escola do menor (hoje em R$ 1.200,00, se pagos até o dia 5 de cada mês) mensais;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova lícitos e permitidos em direito, especialmente através de depoimento pessoal, de testemunhas, documentos, prova pericial, dentre outros.
Dá-se à causa o valor de 12.020,40 (Doze Mil e Vinte Reais e Quarenta Centavos), para efeitos meramente fiscais. 
Nestes termos, 
pede e espera deferimento.
 	Em razão do exposto, e com fundamento nos arts. 1.583  e 1.584 do CC/2002, requer:
I- A citação do Requerido, para tomar conhecimento dos termos desta inicial, oferecendo, se quiser, a sua contestação;
II -A intimação do representante do Ministério Público para acompanhar o feito;
III - A procedência da presente ação, conferindo aos progenitores, ora Requerente e Requerido, a GUARDA COMPARTILHADA( E NÃO A GUARDA ALTERNADA) – no tocante a tomada de decisões e participação do autor na vida do menor, MIGUEL SENNA DOS SANTOS RAMOS nos termos legais;
IV- Protesta por todo o gênero de provas e requer a sua produção pelos meios admitidos em direito, como ouvida de testemunhas e depoimento pessoal do Requerido, sob pena de confissão, e outras provas que se fizeram necessárias.
V – Que receberá o patronos as devidas intimações e publicações em seu escritório profissional estabelecido na Avenida das Américas, 8445, sala 718, Barra da Tijuca, Rio de janeiro.
VI – Dá-se a presente o importe de R$ 1.000,00
Termos em que,
Pede Deferimento.
Rio de Janeiro 15 de maio de 2013.
Fábio da Costa Pascoal
OAB/RJ 132.533
Av.das Américas nº 8.445 - Sala 718 - Barra da Tijuca - Barra Tower - RJ
CEP: 22793-081 - Tel.: 21 8505-0499 / 21 7823-8992 / 55*23*5056

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