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PROVA COMENTADA – CONCURSO FISIOTERAPIA
1. A fisioterapia respiratória pode ser utilizada em pacientes críticos ou não, com o objetivo de prevenir e(ou) tratar complicações respiratórias. Assinale a opção correta quanto aos procedimentos utilizados nessa modalidade terapêutica:
A) A hiperoxigenação deve ser utilizada previamente ao procedimento de aspiração endotraqueal para minimizar a hipoxemia induzida pela aspiração traqueal.
B) Entre os sistemas de aspiração aberto e fechado, o sistema aberto determina menor risco de hipoxemia, de arritmias e de contaminação e deve ser o preferido.
C) Uma vantagem da liberação do paciente do ventilador mecânico é o treinamento dos músculos respiratórios por meio da redução da sensibilidade de disparo dos ventiladores.
D) Os umidificadores aquecidos e os trocadores de umidade não determinam bons resultados clínicos para umidificação dos gases durante a ventilação invasiva
Olha, gostei desta questão, pois foi bem elaborada e abrange um tema relevante e sem decorebas inúteis. Mas deixa eu parar de rasgar seda e ir logo ao que interessa.
Em relação à alternativa "A", os métodos mais comumente utilizados na prevenção da hipoxemia, durante a aspiração endotraqueal de pacientes críticos e em ventilação artificial, são: hiperoxigenação, hiperinflação, hiperoxigenação com hiperinflação e o sistema fechado de aspiração endotraqueal.
Para quem quiser saber mais, encontrei um artigo de revisão enfermagem cuja leitura ajudará bastante a quem tiver dúvidas sobre o tema. PREVENÇÃO DA HIPOXEMIA DURANTE A ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL
Na alternativa B, o candidato que tivesse a mínima idéia do que é um sistema aberto e fechado conseguiria facilmente identificá-la como falsa. Pois o sistema fechado de aspiração foi elaborado especialmente para minimizar contaminação e hipoxemia. Mas aqui cabe uma informação interessante: Alguns trabalhos recentes sobre o tema identificaram que, na prática, este sistema não é todas essas coisas que os livros afirmam ser: Em uma revisão sistemática publicada em 2008, os autores concluem que o sistema fechado parece aumentar o risco de colonizacao, mas traz as vantagens de nao diminuir os volumes pulmonares e nao acarretar queda de saturacao especialmente em pacientes com insuficiencia respiratoria grave e em uso de niveis altos de PEEP. Opinião corroborada por um outro trabalho de revisão de 2009disponível no site http://www.scielo.br/pdf/rbti/v21n1/v21n1a12.pdf. Esta observação não torna a alternativa verdadeira, pois o sistema fechado determina realmente uma menor queda na saturação e consequentemente menor risco de arritmia para o paciente. Alternativa "B": FALSA.
Em relação a alternativa "C", se você libera o paciente da ventilação mecânica (eu entendo isso como desmame), Não é necessário e nem possível influenciar a musculatura respiratória por meio de mudanças da sensibilidade. Porém, ao estudar o assunto desta alternativa, encontrei um artigo de revisão no Jornal Brasileiro de Pneumologia que investigou o único artigo publicado sobre o fortalecimento utilizando a sensibilidade do ventilador e concluiu que: "O treinamento dos músculos respiratórios por meio da redução da sensibilidade de disparo dos ventiladores não é fisiológico e parece não representar vantagem na liberação do paciente do ventilador, não sendo recomendada por este Consenso", com um grau de recomendação: B.
Acho que a alternativa "D" não merece sequer comentários.
GABARITO: Alternativa A
2. Entre as técnicas de crioterapia utilizadas para o tratamento de entorse de tornozelo de Grau I, após o décimo dia da lesão, a mais indicada é a de:
A) bolsa de gelo com degravitação, compressão, repouso e estabilização.
B) criocinética.
C) spray frio.
D) bolsa química.
Quando li esta questão, me pareceu moleza encontrar a resposta, afinal aprendemos na faculdade que as entorses de tornozelo são classificadas da seguinte maneira:
Grau I - ligamento preservado, processo álgico ligamentar e edema local.
Grau II - frouxidão ligamentar, dor intensa, edema difuso + hematoma.
Grau III - ruptura ligamentar parcial ou total, provável fratura por avulsão, dor intensa, instabilidade, edema difuso e hematoma.
E que o tratamento seria:
Grau I - Crioterapia + compressão + elevação + fortalecimento muscular + propriocepção.
Grau II - imobilização de 3 a 4 semanas. Após 20 dias faz-se: crioterapia + fortalecimento muscular + propriocepção.
Grau III - cirúrgico.
Fonte: http://br.geocities.com/fisioterapiabsb/artigos/e009.html
Confesso que nunca tinha ouvido falar em criocinética, se eu estivesse fazendo a prova, com certeza ee marcaria a alternativa "A". Porém, ao pesquisar sobre o assunto realmente fiquei em dúvidsa quanto ao gabarito correto pois na minha opinião as alternativas "A" e "B" estariam corretas. Neste pono, aparentemente não há consenso quanto a qual técnica de crioterapia é mais indicada na fase crônica de entorse de tornozelo. O Gabarito oficial é alternativa "A". Mas de qualquer modo, deixo a seguir os links para quem quiser saber mais sobre o assunto.
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/crioterapia2.htm
http://www.findyourself.com.br/site_antigo/boletins/fisioterapia/032crioterp.html
http://www.efdeportes.com/efd81/criot.htm
http://fisio100.blogs.sapo.pt/4269.html
http://fisioterapeutasplugadas.zip.net/arch2008-02-03_2008-02-09.html
GABARITO: Alternativa "A"
Um leitor do blog chamado Vitor deixou um comentário que vale a pena ser lido sobre a questão acima:
Gostaria de comentar a questao 32 (sobre a crioterapia). Ao meu ver, a resposta correta seria a B. O motivo pelo qual penso isso e que analisando o fato de que ja se foram 10 dias, a fase aguda da inflamacao ja cedeu. Por tanto, seria inutil combater um edema (compressao e elevacao) que provavelmente jah nao esta mais em evolucao. Acho que a criocinetica seria muito mais indicada, ja que na fases de reparo e remodelamento seria interessante o movimento (pela questao nutritiva) e a tensao causada pelo mesmo nas fibras colagenas (no sentindo de realinhamento). A criocinetica, ao meu ver, seria a mais indicada, por promover o movimento precoce livre de dor. Vi que vocë disse que nao havia ouvido falar muito de criocinetica. Gostaria de indicar o livro CRIOTERAPIA, do Knight! Vale a pena ler. 
3. Um paciente que apresente sinal positivo para o teste especial de Ely deve ser tratado com exercício terapêutico visando ao alongamento do(s):
A) músculo retofemoral.
B) adutores de quadril.
C) músculo tensor da fáscia lata.
D) músculos isquiotibiais.
Essa pergunta avalia se o candidato conhece o teste ortopédico de Ely. Infelizmente não tem jeito. Se o sujeito pretende passar em um concurso público, uma das etapas é decorar o maior número possível de nomes exóticos de testes ortopédicos. Eu particularmente considero isso uma tremenda crueldade com o candidato, mas . . . fazer o quê? Voltando ao assunto: O teste de Ely avalia se o reto femoral está encurtado. O paciente deita-se em prono e o examinador flexiona passivamente o joelho do paciente. Se durante a flexão ocorrer flexão de quadil na mesma perna, isso indica que o reto femoral está encurtado, como na foto abaixo:
Portanto, se o teste de Ely é posito, significa que o reto femoral está encurtado e que precisa ser alongado.
GABARITO: Alternativa "A"
4. Acerca dos procedimentos de fisioterapia utilizados durante a ventilação mecânica, assinale a opção correta:
A) A expansão e a reexpansão pulmonar diminuem a pressão alveolar, promovendo a expansão de unidades alveolares colabadas.
B) A terapia com PEEP promove a expansão alveolar ao final da inspiração.
C) A percussão e a vibração transmitem, através da parede torácica, uma onda de energia à broncodilatação.
D) A hiperinsuflação, em que se desconecta o paciente do ventilador, seguida de insuflação pulmonar com ressuscitador manual, ocorre com aplicação de volume de ar maior que o correntemente utilizado.
Comentário
Em relação à alternativa "A": Para aexpansão pulmonar é necessário que ocorra aumento da pressão alveolar (igualzinho uma bexiga de aniversário) se você diminuir a pressão, conforme o enunciado, você estará diminuindo também o volume alveolar e causando um colabamento deste alvéolo. Portanto a alternativa "A" é Falsa.
Quanto ao enunciado da alternativa "B", a sigla PEEP significa Pressão Positiva Expiratória Final (Positive End Expiratory Pressure). Portanto a alternativa "B" também é falsa pois indica que a pressão é inspiratória.
A alternativa "C" também é falsa, pois as ondas de energia produzidas pela percussão e vibração torácica tem como objetivo a mobilização e a modificação das características reológicas das secreções. Sendo que, em alguns casos, podem até causar broncoespasmo. POrtanto a alternativa "C" também é falsa.
OK galera, agora ficou fácil né? alternativa "D" é verdadeira por simples exclusão. É um enunciado até óbvio, pois se você deseja hiper-insuflar, então você precisa insuflar mais do que o normal. Sendo que o normal é o Volume Corrente.
GABARITO: Alternativa "D"
5. Um paciente com diagnóstico médico de neurotmese apresentou, no exame de estesiometria, perda da sua esteriognosia e da sua iliognosia na área do dermátomo do nervo ulnar. Considerando o caso clínico acima, assinale a opção correspondente aos estímulos sensoriais que devem ser recuperados no tratamento fisioterapêutico:
A) temperatura e forma de objetos
B) discriminação de dois pontos e textura
C) forma de objetos e textura
D) discriminação de dois pontos e temperatura
Entendeu alguma coisa? sabe o que é esteriognosia? iliognosia? nem eu. Vamos conferir cada um desses nomes estranhos:
Neurotmese: As lesões traumáticas dos nervos periféricos foram classificadas por Seddon em neuropraxia, axonotmese e neurotmese. A neurotmese é transsecção total do nervo. Para quem quiser estudar os outros termos tem um bom resumo no site: http://www.emglab.com.br/html/trauma_de_nervos.html e também no fisioweb
Estesiometria: A estesiometria é um teste de sensibilidade tátil. Geralmente se utiliza os monofilamentos de Semmes-Weinstein. O teste é baseado no princípio de que a força necessária para curvar um determinado fio é a mesma em todas as tentativas, o que permite uma boa reprodutibilidade do método. Fontes: O diabetes melito e a desnervação dos membros inferiores: a visão do diabetólogo e A IMPORTÂNCIA DO USO DOS MONOFILAMENTOS DE SEMMES-WEINSTEIN NO EXAME DE SENSIBILIDADE DO PACIENTE PORTADOR DE HANSENÍASE
Esteriognosia: Gnosia é o reconhecimento de objetos através dos órgãos dos sentidos. O exame da gnosia é realizado através da visão, da audição, do olfato e do tato. A gnosia tátil (estereognosia) é avaliada com os dedos do paciente fechados. Estereognosia é capacidade de reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. Fonte: Portal da Fisioterapia
Iliognosia: Essa eu fico devendo pois não encontrei o significado desta disfunção.
Muito bem, fico devendo uma explicação racional para esta pergunta. Pelo enunciado dá pra saber que o paciente tem um comprometimento da transmissão das informações táteis, mas as alternativas são muito parecidas. Se excluirmos as alternativas relaciondas à estímulação térmica, eliminamos metade das alternativas, sobrando 50% de chance de acerto pelo "chute".
O Gabarito oficial indica a alternativa "C" como verdadeira, De onde se conclui que iliognosia é a perda do reconhecimento de texturas.
6. Na utilização da terapia por ondas curtas, é importante o fisioterapeuta reconhecer as implicações biofísicas no corpo humano, para que a terapia possa alcançar seus resultados de forma segura e eficaz. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta:
A) O aquecimento produzido pela diatermia de ondas curtas independe das propriedades elétricas do tecido dentro do campo eletromagnético.
B) A diatermia por ondas curtas não é capaz de aquecer tecidos mais profundos tanto quanto os agentes que aquecem os tecidos por condução.
C) Na aplicação da diatermia por ondas curtas do tipo contraplanar, ambos os eletrodos são aplicados no mesmo lado do membro.
D) As alterações que ocorrem no fluxo sanguíneo, em resposta ao tratamento pela diatermia por ondas curtas, são proporcionais à potência média fornecida aos tecidos do paciente.
Na alternativa "A" é afirmado que o aquecimento por Ondas Curtas independe das propriedades elétricas dos tecidos. Entenda-se por propriedades elétricas a condutividade elétrica (que rege o fluxo da corrente elétrica) e a permissividade (que rege a amplitude dos efeitos de polarização). A condutividade elétrica e a permissividade variam com o tipo do tecido do corpo e também dependem da freqüência do campo aplicado. Fonte:http://www.nuclear.radiologia.nom.br/diversos/diretrad.pdf Sabemos que a distribuição das temperaturas teciduais durante o uso de Ondas Curtas depende das propriedades dos tecidos, como calor específico, sendo que a distribuição da temperatura é também modificada pela condutividade térmica dos tecidos. Assim, a alternativa "A" é falsa.
A Alternativa "B" inverte as propriedades das Ondas Curtas (aquecimento de tecidos profundos) com o de aquecimento por condução (calor superficial). Para saber mais sobre calor superficial acesse o link:
http://movimento.incubadora.fapesp.br/portal/referencias/Fukuda/eletrotermofototerapia/10.%20Termoterapia.pdf
A Alternativa "C" pode ser excluída por simples dedução. Se é contraplanar, deduz-se que seja contra planos, ou seja: em dois planos contrários. Assim não poderiam ser do mesmo lado do membro.
A alternativa "D", indica que quanto maior a potência maior a alteração no fluxo sanguíneo. Esta alternativa está de acordo com os efeitos fisiológicos da diatermia por Ondas Curtas.
Quem quiser saber mais sobre ondas curtaas acesse o link :http://movimento.incubadora.fapesp.br/portal/referencias/Fukuda/eletrotermofototerapia/12.%20Ondas%20curtas.pdf
GABARITO: Alternativa "D"
7. Considerando que a LER/DORT é resultante de uma relação social patológica, além de uma forma determinada de organização do trabalho e da utilização do corpo, assinale a opção correta acerca de fatores causais dessa afecção:
A) Atitude negativa em relação à vida é fator causal fisiológico da LER/DORT.
B) Atividades domésticas que exigem o uso de membros superiores são fatores causais biomecânicos.
C) Pausas curtas, ou inexistentes, entre os ciclos de trabalho são fatores causais de organização do trabalho.
D) O estilo de vida é fator causal psicológico dessa afecção
Vamos lá: Uma atitude negativa em relação à vida pode até ser um fator associado à LER/DORT, mas definitivamente não é reconhecido como fator causal. Alternativa "A" Falsa.
Em relação à "B", se o enunciado falasse em atividades domésticas que exigem o uso de membros superiores acima da linha do ombro, poderia ser verdadeira, mas a amior parte das atividades domésticas (assim como as laborais e recreativas) envolvem o uso de MMSS. Considero a alternativa "B" também como falsa
Se você trabalha ininterruptamente seja digitando, como empacotador, caixa de supermercado, taxista, ou mesmo fisioterapeuta, você estará sujeito à um stress biomecânico considerável, e a culpa é do processo de organização do trabalho, pois pequenas pausas durante a jornada de trabalho são necessárias. Portanto a Alternativa "C" é verdadeira.
A alternativa "D" não faz muito sentido, pois como eu disse na alternativa "A", o estilo de vida pode até ser umfator associado, mas creio que não um fator causal.
GABARITO: Alternativa "C"
8. Uma criança com diagnóstico de atraso no desenvolvimento motor, estando em decúbito ventral e segurada pelo tronco, ao ser levada em direção ao solo, de cabeça para baixo, não apresenta a resposta de extensão dos braços e das mãos em direção ao solo. Nesse caso, essa criança terá a classificação de ausência do reflexo de:
A) Landau.
B) pára-quedista.
C) Moro.
D) retificação.
Para responder esta questão vamos rever as alternativas:
Reação de Landau: Quando se levanta uma criança debruços da mesa, apoiada apenas com a mão do examinador sob o tórax, a criança primeiro erguerá a cabeça, de maneira que a face esteja numa posição vertical, após esta elevação da cabeça ocorre uma extensão tônica da coluna e membros inferiores, que pode ser tão forte que todo o corpo da criança torna-se curvado para trás.
Reação de paraquedas: Também conhecida como Reação de Extensão Protetora. Esta reação consiste em duas fases. Na primeira fase ocorre a extensão do braço, punho e dedos, para atingir o solo ou, outro apoio. Na segunda fase a criança coloca o peso sobre o braço e a mão levada para o apoio.
Reflexo de Moro: Testa-se deslocando-se o centro de gravidade da criança, ou dando um estímulo visual ou sonoro. Como resposta vai haver uma abdução e extensão dos membros. Em seguida ocorre a adução e flexão dos membros.
Quanto a reação de retificação, existe a reação óptica, labiríntica e cervical de retificação. Para inmaiores detalhes sobre os reflexos e reações consulte o sitehttp://www.geocities.com/bia_franco/reflexos.html
Pela descrição, dá pra perceber que a alternativa "B" é a que se encaixa melhor na descrição.
GABARITO: Alternativa "B"
9. Um paciente idoso, atendido em seu domicílio, onde não é possível dispor de exames computadorizados específicos, necessitando ter seu equilíbrio examinado para posterior prescrição terapêutica de treinamento funcional, deve ser avaliado pelo teste de:
A) Romberg.
B) Oxford.
C) caminhada de 6 minutos.
D) Kat’z.
Em relação à alternativa "A", O teste de Romberg é realizado com o paciente em pé, com os pés juntos e os olhos fechados. Se o paciente cair, pode indicar uma disfunção cerebelar. Se cair sempre para o mesmo lado, pode indicar uma disfunção vestibular. Portanto é um teste que avalia o equilíbrio.
O teste de Oxford é aquele de força muscular graduado de 0 a 5, portasnto alternativa "B" é falsa.
O teste de caminhada de 6 minutos também não é um teste de equilíbrio
A alternativa D relaciona-se ao índice de Katz, o qual serve para avaliar a capacidade funcional do indivíduo idoso. Trata-se de uma lista de seis itens hierarquicamente relacionados e refletem os padrões de desenvolvimento infantil, ou seja, que a perda da função no idoso começa pelas atividades mais complexas, como vestir-se, banhar-se, até chegar as de auto regulação como alimentar-se e as de eliminação ou excreção.
GABARITO: Alternativa "A"
10. Segundo a escala de graduação manual da força de contração muscular do assoalho pélvico, sugerida pela Sociedade Internacional de Continência, a força muscular classificada em grau 3 significa uma função perineal:
A) ausente, reconhecida somente à palpação.
B) débil, reconhecida à palpação.
C) totalmente ausente.
D) objetiva e resistência opositora, que não é mantida à palpação
Tudo bem, eu confesso, não sei absolutamente nada de avaliação ginecológica. Mas não me envergonho disso, pois graças a Deus existe a internet. A avaliação funcional do assoalho pélvico proporciona a noção da capacidade de contração do assoalho pélvico, bem como a manutenção dessa contração na vigência de exercício físico. Tem importância clínica no tratamento conservador da incontinência urinária, por facilitar o manejo terapêutico. Entre as técnicas de avaliação do assoalho pélvico, aquela descrita por Ortiz mostra-se simples e de fácil execução durante o exame ginecológico: ao exame vaginal, solicita-se à paciente que contraia e mantenha a contração dos músculos perineais ao redor do dedo do examinador. Assim, gradua-se a capacidade de contração dessa musculatura, avaliando-se de modo mais objetivo a função muscular do assoalho pélvico:
grau 0: sem função perineal objetiva, nem mesmo à palpação;
grau 1: função perineal objetiva ausente, reconhecida somente à palpação;
grau 2: função perineal objetiva débil, reconhecida à palpação;
grau 3: função perineal objetiva e resistência opositora, não mantida à palpação;
grau 4: função perineal objetiva e resistência opositora mantida à palpação por mais de 5 segundos.
Portanto
GABARITO: Alternativa "D"
11. O desmame da ventilação mecânica deve ser realizado de forma muito precisa e cuidadosa sob pena de haver danos ao paciente. Sobre este importante momento da ventilação mecânica, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa:
( ) Um critério de tolerância é quando o padrão ventilatório for estável, ou seja, FR>30‐35 irpm e aumento > 50%.
( ) Uma das técnicas para a efetivação do desmame é a ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV).
( ) A PEEP pode ser utilizada após o desmame visando a melhora da capacidade residual funcional e a relação V/Q.
As afirmativas são, respectivamente,
(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) F, F e V.
Interrupção da ventilação mecânica (desmame)
O termo interrupção da ventilação mecânica refere-se aos pacientes que toleraram um teste de respiração espontânea e que podem ou não ser elegíveis para extubação.
Não existe uma única estratégia ou protocolo de desmame e não existe nenhum estudo que mostre superioridade entre as técnicas empregadas, mesmo em adultos.
O sucesso do desmame em pacientes submetidos à VM tem sido definido utilizando sinais e sintomas clínicos. Apesar de protocolos e experiências de vários serviços, a falha na extubação tem ocorrido em torno de 24% dos casos. Por isso, alguns índices e parâmetros são utilizados para prever e identificar o momento da extubação. Estes incluem diferentes funções fisiológicas do sistema respiratório, que permitem a identificação do momento em que o paciente está capaz de assumir e manter a sua ventilação, evitando a ventilação por tempo prolongado e suas complicações.
Os índices mais utilizados são:
– resolução da etiologia da insuficiência respiratória e função respiratória estável
– FiO2 < 50%
– PEEP 50 cmH2O).
Outros parâmetros que indiretamente afetam a oxigenação e complacência pulmonar são(3):
– relação paO2/FiO2 > 200
– paO2 > 60 mmHg em FiO2 94% em FiO2 < 0,5
– pressão inspiratória máxima < 30 cmH2O
– PEEP < 5 cmH2O
– diferença alvéolo-arterial de oxigênio < 350 em FiO2 de 1,0
Grau de evidência: A
1- Ventilação Mandatória Intermitente (IMV) e Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada(SIMV)
O paciente respirando com IMV pode respirar espontaneamente e receber ventilação do respirador. A freqüência respiratória é diminuída gradualmente, em médias 2 a 4 respirações por minuto,em intervalos tolerados pelo paciente.
Atualmente o IMV é substituído pelo SIMV, que é sincronizado: durante um período o paciente respira espontaneamente e em outro período o respira com parâmetros fornecidos pelo respirador. Há respiradores com válvula de demanda, onde o paciente gera uma pressão negativa (trigger ou disparo) e faz com que a válvula inspiratória se abra, desencadeando a liberação de fluxo de ar para iniciar o ciclo respiratório. Neste sistema, o paciente faz o esforço para abrir a válvula podendo levar ‘a fadiga conforme a situação clínica do paciente. Outros respiradores possuem o sistema chamado flow-by que mantém um fluxo contínuo e a válvula inspiratória parcialmente aberta, reduzindo o esforço para abrí-la e o tempo entre a percepção da respiração espontânea e a abertura da válvula. Neste último sistema existe sensibilidade a fluxo e a pressão no aparelho, sendo que o profissional escolhe a forma mais adequada que convier ao paciente.
2- Desmame gradual em tubo em T
Consiste em períodos de respiração espontânea de duração crescente, intercalados com períodos de ventilação mecânica. Após 30 minutos contínuos de respiração espontânea com gasometria normal e o paciente sem sinais de descompensação respiratória, pode ser extubado.
Esta técnica é pouco utilizada em crianças devido ao fato que o menor calibre do tubo endotraqueal leva a um aumento da resistência das vias aéreas( que já é aumentada em crianças) e a um aumento do espaço morto, o que pode ocasionar um esforço respiratória maior no paciente quando o paciente está respirandoespontaneamente.
3- Pressão de suporte (PS)
Técnica bastante utilizada com sucesso em crianças, embora não haja nenhuma comprovação científica de sua eficácia em relação ao IMV. Na prática, quando o paciente está ventilando, utiliza-se o SIMV com PS quando sai da controlada e vai-se progressivamente reduzindo a freqüência do respirador até o paciente ficar apenas em PS e ser extubado.
O aparelho libera uma quantidade de pressão positiva durante a inspiração quando a válvula inspiratória se abre, tanto no sistema de demanda como no flow-by. O fluxo, volume corrente, frequência e tempo inspiratório são determinados pelo paciente.Cada ciclo termina quando o fluxo reduz a 25% do pico de fluxo. Quando o paciente é colocado em PS, vai-se progressivamente diminuindo a pressão a intervalos que o paciente tolera e quando a PS baixa de 10 cmH2O, pode-se extubar.
Há trabalhos que mostram que a adição da PS ao SIMV durante os primeiros 28 dias pode reduzir o tempo de ventilação mecânica em prematuros de extremo baixo peso e pode levar ‘a diminuição da dependência de oxigênio.
Para saber mais:
http://www.sbp.com.br/pdfs/Retirada_Desmame_Ventilacao_Mecanica.pdf
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B
Alternativa que indico após analisar: B
12. Com relação aos efeitos adversos da pressão positiva expiratória final (PEEP), analise as afirmativas a seguir:
I. Pode causar aumento da resistência vascular periférica intra-alveolar.
II. Pode aumentar o retorno venoso e, consequentemente, o débito cardíaco.
III. Pode promover hiperinsuflação pulmonar comprometendo os músculos respiratórios.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta
(B) se somente a afirmativa II estiver correta
(C) se somente a afirmativa III estiver correta
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
(E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas
Com a aplicação de PEEP, a pressão no mediastino aumenta paralelamente. A partir desse mecanismo, com o pulmão distendido, o aumento da pressão externa justacardíaca resulta no aumento das pressões intracavitárias devido à complacência miocárdica e ao retorno venoso estarem diminuídos.A afirmação II é errada.
O propósito da aplicação da PEEP é manter pressão positiva na via aérea por toda a fase expiratória, inclusive ao seu final. Entretanto, a técnica consiste na aplicação de uma resistência ao fluxo expiratório do ciclo ventilatório, sempre ressaltando que a efetividade da técnica depende do ajuste do nível de PEEP ao processo fisiopatológico que está comprometendo a função pulmonar.
A PEEP também acarreta alteração na função hemodinâmica. Com o aumento da pressão intratorácica, há diminuição da resistência vascular sistêmica (RVS), compressão das veias cava superior e inferior, diminuição do enchimento ventricular, diminuindo também o enchimento do átrio esquerdo (AE) e diminuindo, finalmente, o débito cardíaco (DC). Por consequência do aumento da pressão intratorácica e diminuição do DC, há significante diminuição da pressão arterial média (PAM).
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
13. Leia o fragmento a seguir.
“A redução da função cardiovascular ‐ _____ ‐ em função da idade, que pode ser observada durante o esforço, é atribuída, dentre várias alterações à _____, aumento da massa adiposa, da frequência cardíaca, frente a um esforço _____.”
Assinale a alternativa cujos itens completam corretamente as lacunas da afirmativa acima.
(A) VO2 Max – osteoporose – médio
(B) VO2 Min – osteopenia – máximo
(C) VO Max– sarpoenia – mínimo
(D) VO2 Min – osteopenia – médio
(E) VO2 Max – sarcopenia – máximo
De cara, só dá para escolher as alternativas “A” ou “E”, por conta do VO2 máx. A alternativa “A” possui fatores que não interferem muito na função cardiovascular, restando a alternativa “E”.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
14. O reflexo primitivo e adaptativo que desaparece aos seis meses de idade, é o reflexo de:
(A) busca.
(B) Babinski.
(C) marcha.
(D) preensão
E) moro.
Reflexo de Moro = Primeira fase até 4 meses (abdução/extensão) / Segunda fase de 4 a 6 meses (adução e flexão).
Reflexo de moro é um tipo de reação involuntária que está presente no nascimento. Ele normalmente desaparece depois de três ou quatro meses. Pode ser demonstrado colocando-se o bebê com o rosto voltado para cima em uma superfície macia e almofadada. A cabeça é delicadamente erguida com suporte o suficiente para começar a retirar o peso corporal da almofada. (Observação: O corpo do bebê não deve ser erguido da almofada, somente o peso corporal deve ser retirado).
A cabeça é então solta repentinamente, possibilitando uma queda momentânea para a frente, mas rapidamente apoiada de novo (não permitindo que bata na almofada). O bebê pode ter uma aparência de “estremecimento”, e os braços se estendem para os lados com as palmas e os polegares flexionados. Quando o reflexo termina, o bebê puxa os braços para perto do corpo, cotovelos flexionados e, depois, relaxa.
Esse é o reflexo normal presente em recém-nascidos. A ausência do reflexo de Moro em um bebê é anormal. A presença de um reflexo de Moro em um bebê mais velho, criança ou adulto é também anormal. A ausência bilateral do reflexo de Moro sugere danos cerebrais ou da medula espinhal.
A ausência unilateral do reflexo de Moro sugere a possibilidade de um osso do ombro quebrado ou lesão do grupo de nervos que estão entre a parte inferior do pescoço e a área superior do ombro. Condições associadas a essa lesão neural incluem Paralisia de Erb e Paralisia de Erb-Duchenne. A perda da função muscular em um lado do corpo pode também produzir um reflexo de moro assimétrico.
Os reflexos do bebê
Se você bater palmas bem pertinho do rosto do seu recém-nascido, ele piscará forte. Aperte a sola do pé e ele dobrará todos os minúsculos dedos. Se apoiar o peito dele na água, verá um peixinho movimentando braços e pernas como se estivesse nadando. Seu bebê faz tudo isso por puro reflexo. No dia do parto, o cérebro dele pesa entre 300 e 400 gramas, quatro vezes menos que o de um adulto. Para que se desenvolva completamente, é preciso que todas as células nervosas estejam cobertas por uma substância branca gordurosa chamada mielina. Essa camada de nome engraçadinho é a responsável pela transmissão de impulsos nervosos do cérebro para o corpo. Sem ela, a conversa entre a cabeça e as mãos, por exemplo, fica na base do impulso. “Esse processo de cobertura, chamado de mielinização, começa no segundo trimestre de gestação, atinge seu período mais intenso quando a criança tem 8 meses e continua até o segundo ano de vida”, afirma o neuropediatra Luiz Celso Amaral. Com o cérebro em formação, as reações são instintivas. E esses reflexos são muito importantes para o crescimento da criança. “Indicam que o cérebro está se desenvolvendo e trabalhando de forma correta. E também têm a função de ajudar a criança a perceber as fronteiras entre seu corpo e o mundo”, diz a neuropediatra Saada Ellovitch.
São seis os reflexos mais importantes e há mais de 15 exercícios feitos na maternidade para testá-los. Eles desaparecem quando a maior parte das células está recoberta pela mielina. Lá pelo sexto ou sétimo mês, a conexão entre cérebro e corpo melhora, e o bebê perde aquele jeitão estabanado. A partir do terceiro mês, já é capaz de fazer alguns movimentos voluntários, como sustentar o pescoço. Isso porque o amadurecimento da medula se dá no sentido da cabeça para os pés. Os movimentos reflexos começam ainda na gravidez, entre a 28a e a 35a semana, como a sucção.”Ela e o choro são reações vitais para a sobrevivência e a proteção do bebê. O movimento de sugar já aparece no útero”, afirma o fisioterapeuta Marcus Vinicius Marques de Moraes. Logo depois de nascer, se você colocar a boca do recém-nascido em contato com qualquer objeto, ele tentará abocanhá-lo. Mais tarde o bebê procura intencionalmentea chupeta, por exemplo, porque a sucção o acalma, ou vai às lágrimas para comunicar o que ainda não consegue dizer em palavras. Alguns reflexos ficam por mais tempo, como o de Moro, em que a criança, sentindo-se desequilibrada ou assustada por um ruído forte, joga a cabeça para trás e estica braços e pernas. Isso até os 5 meses.
Na maternidade
Mais do que uma exibição de habilidades para os pais, os reflexos são fonte de pesquisa para os pediatras. Num dos testes realizados na maternidade, chamado clonos, os pés do bebê são empurrados para trás repetidas vezes. A reação esperada é a de que os pezinhos batam como se estivessem acelerando um carro. Ao menos seis desses movimentos – marcha, sucção, pontos cardeais (toca-se os cantos da boca ou lábios inferior e superior e a criança vira a cabeça em direção ao toque como se quisesse mamar), preensão das mãos, do pés e reflexo de Moro — devem ser reavaliados nas primeiras consultas pediátricas. Mas nem sempre foi assim. Até o início do século passado, os médicos examinavam os bebês apenas fisicamente. Ouviam o coração, sentiam a respiração, mediam e pesavam. Não detectavam alterações causadas por pequenos problemas neurológicos. “Alterações nos reflexos podem sinalizar problemas futuros. Os exames servem para evitar que a criança tenha pouco ou nenhum atraso em seu desenvolvimento. É uma ação preventiva”, diz a neonatologista Marina de Moraes Barros. “Quanto mais reflexos observados, melhor. Porém, com esses seis já é possível saber se a criança é saudável. O importante é o resultado do conjunto, e não de um reflexo isolado”, ressalta Marina.
Vigor emocional e muscular
Os exames não machucam e é importante que o bebê chore. “Por meio do choro, percebemos a capacidade de autoconsolo do bebê, de como ele se reorganiza emocionalmente. Se fica inconsolável ou indiferente, isso pode indicar certa dificuldade de adaptação à nova vida. É necessário repetir os testes numa próxima consulta”, explica a neonatologista. Quando os pediatras fazem essas avaliações reflexas, também estão de olho no vigor muscular do seu filho. Verificam, por exemplo, se o braço dele volta rapidamente quando alguém o estica. “Se isso não ocorrer ou se o bebê resistir ao movimento, pode significar algum problema”, afirma Marina.
A influência da nutrição
Tão importante quanto ter os reflexos é perdê-los. O crescimento da circunferência da cabeça e o desaparecimento dos reflexos indicam que o bebê está cumprindo as etapas: vai primeiro sentar, depois engatinhar – mesmo que seja um pouquinho. Que ficará em pé, apoiado em algo, para depois andar. E que falará feito uma matraca aos 2 anos. A falta dessa resposta indica aos médicos uma possível lesão neurológica que, dependendo do tipo, pode ou não ter comprometimento no futuro, como desenvolvimento motor e neurológico mais lento. É possível amenizar o problema com fisioterapia. Infecções na gravidez e hipertensão grave, por exemplo, podem prejudicar a formação da mielina ainda na gestação. O fisioterapeuta catarinense Marcus Vinicius Marques de Moraes fez um estudo inédito em seu trabalho de mestrado. Avaliou os reflexos de bebês entre 14 dias e quatro meses. Queria descobrir se existe uma relação entre o desenvolvimento motor dos pequenos, sua alimentação, os problemas no parto e a amamentação. Concluiu que a nutrição influencia. “Bebês gordos se movimentam menos e, nos de baixíssimo peso, o cérebro não se desenvolve como deveria. Demoram para passar dos movimentos reflexos para os voluntários”, diz Moraes.
Bebês prematuros são apontados como os de maior risco para seqüelas neurológicas porque nascem antes de o organismo estar completo. “A finalização do amadurecimento neurológico desses bebês ocorre fora do útero, o que faz seu desenvolvimento ser mais lento. Eles nem fazem os mesmos testes de reflexos que as crianças nascidas depois de 38 semanas”, diz a neuropediatra Saada.
Gordos, magrinhos, prematuros ou não, os recém-nascidos querem entender o mundo à sua volta e, para isso, precisam de estímulos. Quanto mais os pais os tocarem, melhor. Os bebês estão criando códigos de comunicação nessa fase e o ideal é que suas experiências sejam positivas. Eles se sentem amparados e seguros quando os pais entendem suas poucas dicas: um resmungo para avisar que a fralda está suja ou um chorão para indicar que quer colinho.
Os reflexos e suas reações
Reflexo de Moro – O bebê joga a cabeça para trás, estica as pernas, abre os braços e os fecha depois. Surge quando o recém-nascido se sente desequilibrado ou assustado. Some por volta do segundo ou terceiro mês.
Marcha reflexa – Colocado em pé, com apoio nas axilas, ele ergue uma perna dando a impressão de estar andando. É o primeiro a desaparecer. Some até o fim do primeiro mês.
Sucção e busca pelo seio – O bebê abre a boca e suga o que aparece à sua frente. Ao tocar qualquer região em torno da boca, ele vira o rosto para o lado estimulado. A busca pelo seio desaparece por volta do segundo mês, quando o reflexo da sucção passa a ser voluntário.
Preensão palmar e plantar – O recém-nascido agarra o dedo da mãe com força. Esse reflexo ocorre nas mãos e nos pés. O da mão costuma desaparecer por volta do terceiro mês. O do pé continua até o sétimo ou oitavo mês.
Tônico-cervical – Com o bebê deitado, o médico gira a cabeça do bebê para o lado, a criança tende a estender este braço e dobrar o outro. É chamado de posição de esgrimista. Costuma desaparecer no terceiro mês.
Engatinhar – De bruços, o bebê estica as pernas, como se tentasse rastejar, quando alguém lhe dá apoio nos pés. Some por volta do quinto mês.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
15. Neonato é um bebê em seu primeiro mês de vida. Sua saúde pode ser avaliada pela Escala de Apgar. Relacione os aspectos observados nessa escala, com a característica do escore atribuído:
1. Frequência cardíaca
2. Taxa respiratória
3. Tônus muscular
4. Resposta a estimulação dos pés
( ) Escore 2 – Choro
( ) Escore 2 – Choro forte e respiração regular
( ) Escore 1 – Alguma flexão das extremidades
( ) Escore 0 – Ausente
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
(A) 1 – 3 – 2 – 4
(B) 1 – 4 – 2 – 3
(C) 4 – 2 – 3 – 1
(D) 2 – 4 – 3 – 1
(E) 4 – 3 – 2 – 1
Este índice foi criado por uma anestesista inglesa, Dra. Virgínia Apgar, na década de 50. É o método mais comumente empregado para avaliar o ajuste imediato do recém-nascido à vida extra-uterina, avaliando suas condições de vitalidade. Consiste na avaliação de 5 itens do exame físico do recém-nascido, com 1, 5 e 10 minutos de vida. Os aspectos avaliados são: freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor da pele. Para cada um dos 5 itens é atribuída uma nota de 0 a 2. Somam-se as notas de cada item e temos o total, que pode dar uma nota mínima de 0 e máxima de 10.
Uma nota de 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém-nascidos significa que o bebê nasceu em ótimas condições. Uma nota 7 significa que o bebê teve uma dificuldade leve. De 4 a 6, traduz uma dificuldade de grau moderado, e de 0 a 3 uma dificuldade de ordem grave. Se estas dificuldades persistirem durante alguns minutos sem tratamento, pode levar a alterações metabólicas no organismo do bebê gerando uma situação potencialmente perigosa, a chamada anóxia (falta de oxigenação).
O boletim Apgar de primeiro minuto é considerado como um diagnóstico da situação presente, índice que pode traduzir sinal de asfixia e da necessidade de ventilação mecânica. Já o Apgar de quinto minuto e o de décimo minuto são considerados mais acurados, levando ao prognóstico da saúde neurológica da criança (seqüela neurológica ou morte).
A consciência dos achados normais esperados durante cada processo de avaliação ajuda a enfermeira a reconhecer qualquer desvio que possa evitar que o recém-nascido progrida, sem intercorrências, através do período pós-natal imediato.
Alternativa assinalada no gabarito da bancaorganizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
16. Com relação ao desenvolvimento neonatal, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa:
( ) A hipotonia global está diretamente relacionada com o tempo de prematuridade.
( ) O nascimento a termo promove, geralmente flexão e adução nas extremidades.
( ) O bebê prematuro apresenta uma forte flexão fisiológica da coluna vertebral.
As afirmativas são, respectivamente,
(A) F, V e F.
(B) F, V e V.
(C) V, F e F.
(D) V, V e F.
(E) F, F e V.
Algumas características do bebê nascido a termo, que vai de 38 semanas a 41 semanas e 6 dias:
Sinais Vitais
FC 10-160 bpm
FR 40-60 rpm
T 36-37 oC
Postura (flexora)
O eritema tóxico é descrito como pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de 1 a 3 dias após o nascimento, sendo localizado na face, tronco e membros. É classificado como um exantema benigno, desaparecendo em 1 semana.
 – Lanugem: A lanugem, que são pêlos finos, macios e imaturos, é encontrada nos prematuros. Nos lactentes a termo ela é substituída por pêlos. Tufos de pêlos na coluna lombossacra sugerem uma anomalia subjacente como espinha bífida oculta, fístula ou tumor.
A FR acima de 60 durante períodos de respiração regular, indicam patologias de origem pulmonar ou cardíaca. Os ápices pulmonares se expandem antes das bases. Estas últimas tem sua total expansão em 2 a 4 dias.
 – Exame neurológico
Moro – com ruídos fortes ou movimentos bruscos o RN joga os braços e pernas para a frente. Desaparece no 4°mês.
Preensão : flexão dos dedos das mãos e pés quando a palma ou a planta é estimulada com o dedo ou algum objeto.
Plantar: Babinski bilateral. Desaparece em tomo do 3° mês vida.
Sucção e Deglutição: presente exceto nos prematuros de baixo peso. Reptação Marcha Fuga a asfixia
Para saber mais:
http://www.faculdademedicina.ufpa.br/doc/Terminologia%20e%20Classificacao%20do%20Recem%20nascido.pdf
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
17. Com relação à Espina Bífida, analise as afirmativas a seguir:
I. É um grave acometimento do sistema nervoso, causado pelo fechamento incompleto da coluna vertebral.
II. Trata‐se de uma doença adquirida durante a gestação e ocorre mais comumente na região lombo-sacra.
III. Poderá ocorrer paraparesia acima do nível da lesão, se atingir as raízes nervosas subjacentes ao segmento vertebral.
Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta.
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
Esta é a primeira questão de conhecimentos específicos desta prova.
Uma das lesões congênitas mais comuns da medula espinhal é causada pelo fechamento incompleto da coluna vertebral. Quando isso acontece, o tecido nervoso sai através do orifício, formando uma protuberância mole, na qual a medula espinhal fica sem proteção. Isto é denominado espinha bífida posterior e, embora possa ocorrer em qualquer nível da coluna vertebral, é mais comum na região lombossacra. Quando as raízes dos nervos lombo sacrais estão envolvidos, ocorrem graus variáveis de paralisia abaixo do nível envolvido.
http://www.espinhabifida.com/
Aqui temos um problema. A patologia é desenvolvida nos dois primeiros meses de gestação, mas a banca considera errada a assertiva II, que diz que a patologia é adquirida durante a gestação. A única coisa que que justifica essa escolha é uma questão de semântica, de não poder se entender por “adquirir” o fato de se “desenvolver” na gestação, ou ainda se afirmar que não está claro se a patologia acomete a gestante ou o bebê.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A
Alternativa que indico após analisar: D
18. O padrão respiratório em pacientes com TCE deve ser avaliado, pois não só pode servir como sinal de deterioração neurológica, mas indicar medidas protetoras imediatas. Assinale a alternativa correspondente ao padrão caracterizado por “total ausência na regularidade do ritmo, frequência e profundidade respiratória”, que ocorre por lesão no nível do bulbo ou da medula:
(A) Respiração de Cheyne-Stokes.
(B) Respiração apnêustica.
(C) Respiração atáxica.
(D) Respiração de Kussmaul.
(E) Hiperpneia neurogênica central.
Alguns padrões respiratórios anormais:
- Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza-se por ciclos de hiperventilação e hipoventilação (até apnéia); tal padrão é observado nas lesões hemisféricas bilaterais, principalmente decorrentes de hipoxia. (John Cheyne, médico escocês, 1777-1836)
- Hiperventilação neurogênica central: padrão respiratório rápido (freqüência em torno de 25 incursões/min), regular e profundo; embora tenha um valor localizatórjo específico, descrita em lesões mesencefálicas.
- Respiração apnêustica: há uma fase inspiratória prolongada seguida por apnéia, que pode ser seguida por uma salva inspiratória; este padrão ocorre nas lesões pontinas.
- Respiração de Biot (ou atáxica): ritmo totalmente irregular e sem sincronismo, caracteristicamente observado em lesões bulbares. tipo de respiração curta e rápida com pausas que duram entre 10 a 30 segundos. Pode ser observada em casos de meningite, sendo sinal de mau prognóstico. (Camile Biot, médico francês, 1878-1963)
 Respiração deprimida: consiste num padrão superficial, lento e ineficaz, causado por depressão bulbar geralmente por drogas.
- Respiração Kussmaul: tipo de respiração em que se verifica uma inspiração rápida e profunda, seguida de uma pausa, uma expiração súbita, em geral seguida de nova pausa. Encontra-se nos doentes em coma diabético e é uma respiração com hiperventilação que tenta compensar a acidose diabética.(Adolf Kussmaul, médico alemão, 1822-1902)
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
19.São indicações da Ventilação Não Invasiva (VNI), EXCETO:
(A) edema agudo de pulmão cardiogênico.
(B) pneumotórax não drenado.
(C) apneia do sono obstrutiva.
(D) atelectasias.
(E) doença neuromuscular.
Recomendações para VNI:
- Exacerbação da DPOC (Recomendação A)
– Edema Agudo de Pulmão Cardiogênico (Recomendação A)
– Isuficiência Respiratória Hipoxêmica: Pneumonia, Sindrome do Desconforto Respiratório Agudo ou Lesão Pulmonar Aguda (Recomendação B)
– Exacerbação da Asma (Recomendação B)
– Insuficiência Respiratória Hipoxêmica em condições especiais (Recomendação B): Imunossuprimido, Pós transplante e Pós-ressecção pulmonar.
– Pacientes terminais quando a causa da IrpA for potencialmente resolvida (Recomendação B).
– Período Pós-operatório para tratamento da IrpA (Recomendação B)
– Não deve ser utilizada como método de resgate da insuficiência respiratória pós extubação, pois pode retardar a re-intubação. ( Recomendação A)
– VNI como estratégia de desmame (Recomendação B). O uso da VNI como estratégia para facilitar o desmame da VM invasiva apresenta evidências altamente encorajadoras, principalmente em se tratando de pacientes portadores de DPOC
– Neste momento não podemos recomendar o uso rotineiro de VNI como adjuvante no desmame de pacientes em VM. Sugere-se a sua utilização em pacientes com DPOC e em um ambiente altamente controlado
– Pacientes que não necessitam de intubação de emergência ou que têm uma doença que conhecidamente respondem ao uso da VNI
– Outras situações: Neuro-musculares em insuficiência respiratória, deformidades torácicas, apnéia obstrutiva do sono e apnéia central.
– Seleção de pacientes para VNI requer uma análise cuidadosa de suas indicações e contra-indicações.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B
Alternativa que indico após analisar: B
20. Sobre a Ventilação de Alta Frequência (VAF), assinale a alternativa correta:
(A) Quando comparada à ventilação convencional, minimiza o potencial de lesões por diminuir o processo repetitivo de abertura e fechamento alveolar.
(B) Atualmente, vemsendo utilizada de forma precoce, como recurso de escolha em casos de insuficiência respiratória.
(C) Esta técnica promove ventilação adequada por meio de uma circulação de ar mais amena.
(D) Requer volumes corrente baixos, em torno de 4 a 7 ml/ Kg.
(E) Uma de suas vantagens é que, mesmo na ausência de um recrutamento alveolar efetivo, a VAF é capaz de ventilar com perfeição, atendendo às necessidades do paciente.
Mesmo sem saber o que é essa tal de VAF, dá para perceber que as alternativas “B”, “C” e “E” são incorretas.
Restam “A” e “D” como alternativas possíveis.
A alternativa “A”, apesar de chegar a uma conclusão coerente, tem o erro de dizer que uma técnica que utiliza maior frequencia pode ter menor potencial de causar lesão. Só resta a “D” mesmo.
Mas vamos descobrir o que é essa VAF, que é uma modalidade utilizada na ventilação mecânica.
Ventilação Oscilatória de Alta Frequência (VOAF)
Apesar de não ter sido demonstrada redução de mortalidade com o seu uso, a VOAF é estratégia ventilatória protetora que pode melhorar a oxigenação e reduzir o aparecimento de lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica nas doenças que cursam com redução da complacência pulmonar, nas quais a ventilação convencional protetora falhou ou quando há necessidade do uso de parâmetros lesivos para os pulmões (FiO2 > 0,6 ou pico de pressão >34 cmH2O). Lembrar que a utilização precoce parece ser mais benéfica.
Grau de evidência: A
A Ventilação de alta frequência oscilatória (VAFO) reduz o volume corrente ao mínimo e aplica uma pressão de distensão contínua acima da PEEP, permitindo com o seu uso que sejam alcançados objetivos significantes da estratégia protetora, como a prevenção da lesão pulmonar que ocorre com o fechamento e reabertura cíclica dos alvéolos. Estudos em adultos que incluíram meta-análise e ensaio randomizado controlado, concluíram que em pacientes com LPA, a VOAF não levou à benefícios, mas que pode ter um papel benéfico quando utilizada em casos de SDRA mais severos. Inicialmente, a VOAF foi utilizada como estratégia de resgate quando outros modos de ventilação falhavam. Em 1997, Fort et al. descreveram o uso da VOAF em 17 adultos com SDRA e observaram melhora da relação PaO2/FiO2 e do índice de oxigenação em 13 pacientes, com 53% de mortalidade.
Subsequentemente, vários outros autores publicaram sua experiência com este modo ventilatório. Em 2002, o MOAT (Multicenter Oscillatory Ventilation for Acute Respiratory Distress Syndrome Trial) comparou a alta frequência com ventilação com pressão-controlada. A VOAF associou-se com melhora mais rápida da relação PaO2/FiO2 quando comparada com a ventilação convencional27. Os autores concluíram que a VOAF é segura e efetiva para tratamento da SDRA. Mehta et al.28, em 2004, concluíram que a VOAF tem efeitos benéficos sobre a oxigenação, pode ser tratamento de resgate efetivo na hipoxemia grave e que sua instituição precoce pode ser vantajosa.
Vantagens teóricas:
manter as vias aéreas abertas 
menor volume fásica e mudança de pressão 
troca de gás a pressões significativamente mais baixos das vias aéreas 
menos envolvimento do sistema cardiovascular 
menos depressão da produção de surfactante endógeno.
VAFO é recomendado para reduzir o barotrauma pulmonar e lesão pulmonar conseqüente não-homogênea patologia pulmonar, vazamentos de ar, Pulmonar Persistente Hipertensão do recém-nascido (HPP) e ventilação de bebês prematuros. 
Contraindicações:
obstrução pulmonar de aspiração de mecônio fresco 
displasia broncopulmonar 
RSV bronquiolite 
hemorragia intracraniana.
Complicações:
hiperinsuflação pulmonar em doenças pulmonares obstrutivas 
hemorragias intracranianas; Redução da frequência cardíaca atribuída ao aumento da atividade vagal; displasia broncopulmonar devido a ventilação pulmonar não homogênea necrotizante; traqueobronquite, aumento da permeabilidade do epitélio do pulmão e umidificação insuficiente de traqueo-brônquicas secreções.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
21. Durante a ventilação mecânica, o paciente está sujeito ao represamento de ar correspondente à chamada hiperhinsuflação dinâmica, refletida mecanicamente como auto-PEEP. Esta pode ser causada por parâmetros do ventilador mal ajustados. Assinale a alternativa INCORRETA:
(A) Tempo exalatório insuficiente.
(B) Volume corrente elevado.
(C) Tempo inspiratório alto.
(D) Fluxo inspiratório alto.
(E) Frequência respiratória elevada.
A auto-PEEP é conceituada como a persistência de uma pressão alveolar positiva, ao final da expiração, não intencional, devido à presença de um volume pulmonar expiratório final maior do que a capacidade residual funcional prevista. Ocorre em pacientes submetidos à VPM, em consequência de o aparelho de ventilação iniciar uma fase inspiratória com pressão positiva, antes que o tempo expiratório tenha sido suficiente para a exalação completa do volume inspirado anteriormente. O resultado deste fenômeno é um aumento progressivo do volume pulmonar e da pressão pleural a cada respiração, elevando a pressão de retração tecidual a um nível crítico, capaz de determinar um aumento do fluxo expiratório suficiente para abrir a via aérea e reduzir a resistência ao fluxo.
No ponto correspondente ao nível crítico, o volume pulmonar estabiliza-se, de modo que todo o volume corrente passa a ser expirado às custas de um aumento na pressão pleural. Pode hiperdistender os alvéolos, predispondo ao barotrauma, diminuir a complacência pulmonar e a ventilação alveolar devido ao aumento do espaço morto, comprometer o fluxo sanguíneo brônquico e aumentar a permeabilidade capilar alveolar. Aumenta, também, a pressão intracraniana e compromete a função renal. Do mesmo modo que a PEEP aplicada, a auto-PEEP pode ter efeitos hemodinâmicos adversos, produzindo leituras falsas das pressões das câmaras cardíacas e dos vasos pulmonares.
Embora auto-PEEP e hiperinsuflação pulmonar dinâmica sejam utilizados habitualmente como sinônimos, um não implica necessariamente o outro. A auto-PEEP pode ser observada em pacientes sem hiperinsuflação dinâmica, devido a ajustes no aparelho de ventilação pulmonar mecânica que elevam excessivamente o volume minuto, como pressões inspiratórias, frequências respiratórias, volumes correntes e pressões de distensão (PEEP ou CPAP aplicadas) altos, tempos inspiratórios longos ou tempos expiratórios curtos. Ocorre, também, devido à grande resistência ao fluxo aéreo oferecida pela cânula endotraqueal e pelos componentes do aparelho de ventilação pulmonar mecânica (circuito e válvula expiratória), que aumentam as constantes de tempo.
A auto-PEEP não é evidente, a menos que seja pesquisada com técnicas adequadas, podendo alterar agudamente a dinâmica alveolar e constituir um risco reconhecido em situações que afetam o fluxo durante a expiração, levando a um aumento desnecessário do trabalho mecânico do sistema respiratório.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
22. Paciente, 30 anos, internado com pneumotórax espontâneo à direita. No momento, encontra-se com dreno de tórax em selo d´água e respiração espontânea, eupneico e sem queixas álgicas. Pela ausculta pulmonar, observa-se Murmúrio vesicular presente assimétrico, reduzido em hemitórax direito, principalmente em base, sem ruídos adventícios. Para promover reexpansão pulmonar em zonas basais e mediais e aumentar o VRI (volume de reserva inspiratório), realizou-se o exercício respiratório composto por Inspiração nasal suave e curta interrompida por apneias pós-inspiratórias. Dessa forma, assinale a alternativa correta em relação à denominação do respectivo padrão:
(A) Soluços inspiratórios.
(B) Expiração abreviada.
(C) Respiração diafragmática.
(D) Inspiração fracionada.
(E) Inspiração abreviada.
Esse enunciado está estranho. A técnica descrita é claramente a inspiração fracionada, que é a alternativa “d”, mas é definida como “alternativa corretaem relação à denominação do respectivo padrão”. A inspiração fracionada é um exercício, não é um padrão.
Não sei se algum membro de banca visita meu blog, mas gostaria de deixar a sugestão para que, em questões de conhecimentos específicos, se abandone essas práticas antiquadas de elaborar questões que suscitem dúvidas pela forma do texto.
Sim, isso mesmo. Que se façam pegadinhas dentro de um contexto de técnicas da fisioterapia. Deixem as avaliações da capacidade de interpretação de texto para quem elabora as questões de língua portuguesa e as avaliações de inteligência para quem elabora questões de raciocínio lógico.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
23. A fisioterapia respiratória é amplamente utilizada tanto em enfermaria hospitalar quanto em unidades de terapia intensiva (UTI). Sobre a fisioterapia respiratória, assinale a alternativa correta:
(A) O oscilador oral de alta frequência (Flutter®) é um incentivador inspiratório a volume.
(B) O freno labial é utilizado em pacientes com dificuldade expiratória, pois evita o colabamento das vias aéreas e auxilia na desinsuflação pulmonar.
(C) O Voldyne® e o Respiron® são incentivadores expiratórios para promover reexpansão pulmonar.
(D) O Theshold® é um dispositivo utilizado para promover higiene brônquica.
(E) A tapotagem é realizada apenas na expiração.
Na alternativa “A”, o erro é que o Flutter é um incentivador expiratório. Na alternativa “C”, o erro é que esses incentivadores são inspiratórios, tanto o Voldyne, que é a volume, como o Respiron, que é a fluxo. Na alternativa “D”, o Trhreshold é um aparelho para o condicionamento da musculatura inspiratória, não tem a mesma função de mobilizar secreções como o Shaker ou o Flutter. Na “E”, outra afirmação errada.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: B
Alternativa que indico após analisar: B
24. Paciente de 72 anos, tabagista crônico, foi encaminhado ao Hospital apresentando quadro de dispneia aos mínimos esforços, T 37,3º C, FR 32 rpm, FC 105 bpm, PA 90/60 mmHg, cianose central, tosse úmida produtiva com expectoração mucopurulenta, uso de musculatura acessória e tiragem supraclavicular. Assinale a alternativa correta:
(A) Classificam-se os sinais vitais como hipertermia, taquipneia, taquicardia e hipotensão arterial;
(B) Denomina-se cianose a coloração azulada da pele e/ ou mucosas provocada pelo aumento na quantidade absoluta de hemoglobina insaturada na rede capilar periférica. A cianose do tipo central é decorrente da vasoconstrição e pode ocorrer durante a exposição ao frio e/ou redistribuição do fluxo sanguíneo nas extremidades.
(C) Dispneia é o termo usado para designar a sensação de dificuldade respiratória (falta de ar) e pode ser classificada como: aos grandes esforços (atividade física acima do habitual), aos médios esforços (atividades de rotina como tomar banho) e aos pequenos esforços (aparece ao repouso).
(D) A tiragem pode ser considerada um sinal de insuficiência respiratória aguda e geralmente está presente em casos de obstrução brônquica.
(E) A avaliação da secreção expectorada não pode auxiliar no diagnóstico e gravidade da doença, devendo determinar a cor, consistência, quantidade e odor da mesma.
A alternativa “A” classifica como hipertermia a temperatura de 37,3 ºC, mas o termo hipertermia é para temperaturas acima de 40ºC. A alternativa “B” define a cianose periférica, e não a central como propõe. A alternativa “C” não me parece exatamente errada, apenas incompleta. A alternativa “E” é bem errada.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
Com base no caso clínico a seguir responda as questões 25 e 26.
“Criança com nove meses, internada apresentando taquidispneia e hipertermia com diagnóstico de broncopneumonia, evoluindo para derrame pleural à direita apresentando tosse produtiva. Na avaliação fisioterapêutica, observou-se a seguinte história familiar: mãe tabagista na gestação; mãe relata que a criança já apresentou duas infecções pulmonares prévias; tosse: úmida e produtiva; ausculta pulmonar: Murmúrio vesicular presente, assimétrico (diminuído à direita) com roncos discretos e sibilos expiratórios abundantes em todos os campos pulmonares.”
25. Assinale a alternativa correta sobre o recurso da fisioterapia respiratória que é contraindicado para esta criança:
(A) Tapotagem.
(B) Vibração expiratória.
(C) Estimulação costal.
(D) Estimulação diafragmática.
(E) Fluxo dirigido / direcionamento de fluxo.
No caso clínico, o paciente apresenta taquidispnéia e sibilos expiratórios. Esses fatores, somados ao conjunto do quadro apresentado, sugerem a ocorrência de broncoespasmo. Que é uma contraindicação para a tapotagem.
A tapotagem é contraindicada ou deverá ser aplicada com cautela quando o paciente apresentar ruídos sibilantes exacerbados, o que indica um estado de espasmo bronquial, sobretudo se acompanhado de dispneia, crise asmática, edema agudo do pulmão, fratura de costelas, cardiopatias graves, presença de hemoptise, metástase do pulmão ou de mediastino, em certos casos de pós-cirurgia e em menos de uma hora após as refeições.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A
Alternativa que indico após analisar: A
26. Em relação à percussão pulmonar realizada na avaliação fisioterapêutica, assinale a alternativa correta contendo o provável resultado encontrado:
(A) Timpanismo à direita e som claro pulmonar à esquerda.
(B) Som claro pulmonar à direita e timpanismo à esquerda.
(C) Macicez à esquerda e som claro pulmonar à direita.
(D) Timpanismo à direita e macicez à esquerda.
(E) Macicez à direita e som claro pulmonar à esquerda.
No caso clínico, consta a informação de derrame pleural à direita. Ora, se o pulmão contém líquido ocasionado pelo derrame pleural, obviamente o som estará maciço neste segmento. No lado esquerdo, apesar das alterações da ausculta pulmonar, o som é claro. O maior erro aqui é confundir som claro com normalidade da ausculta, são fatores diferentes.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
27. Preencha a lacuna e, em seguida, assinale a alternativa correta.
O músculo __________ tem a função de adução da coxa na articulação do quadril e flexão da perna na articulação do joelho e com inervação em L2 e L3.
(A) Grácil
(B) Adutor Longo
(C) Pectíneo
(D) Adutor Magno
(E) Adutor Curto
Uma bela pegadinha. Quando pensamos em adução coxofemoral já nos vêm à mente os adutores. Mas nem só com adutores se realiza esse movimento.
Falando sobre terminologia anatômica, é interessante reparar que um músculo pode receber um nome por características como o formato, a inserção ou a ação muscular.
No caso dos adutores, recebem o nome da ação muscular porque essa é exclusivamente sua função. Nesse grupo muscular, apenas o pectíneo e o grácil possuem função diferente além da adução.
Grácil
Inserção Proximal: Sínfise púbica e ramo inferior do púbis
Inserção Distal: Superfície medial da tuberosidade da tíbia (pata de ganso)
Inervação: Nervo Obturatório (L2 – L3)
Ação: Adução da coxa, flexão e rotação medial do joelho
Pectíneo
Inserção Proximal: Eminência ílo-pectínea, tubérculo púbico e ramo superior do púbis
Inserção Distal: Linha pectínea do fêmur
Inervação: Nervo Femoral (L2 – L4)
Ação: Flexão do quadril e adução da coxa
Adutor longo
Inserção Proximal: Superfície anterior do púbis e sínfise púbica
Inserção Distal: Linha áspera
Inervação: Nervo Obturatório (L2 – L4)
Adutor curto
Inserção Proximal: Ramo inferior do púbis
Inserção Distal: Linha áspera
Inervação: Nervo Obturatório (L2 – L4)
Ação: Adução da coxa
Adutor magno
Inserção Proximal: Tuberosidade isquiática, ramo do púbis e do ísquio
Inserção Distal: Linha áspera e tubérculo adutório
Inervação: Nervo Obturatório (L2 – L4) e Nervo Isquiático (L4 à S1)
Ação: Adução da coxa
Alternativa assinalada no gabarito da bancaorganizadora: A
Alternativa que indico após analisar: A
28. São efeitos terapêuticos dos exercícios na água, EXCETO:
(A) alívio da dor ou aumento da ADM.
(B) melhoria na circulação.
(C) espasmos musculares e aumento da pressão arterial.
(D) reeducação dos músculos paralisados.
(E) manutenção e melhoria do equilíbrio, coordenação e postura.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
29. Assinale a alternativa que corresponde às indicações para o Ondas Curtas:
(A) Hemorragias.
(B) Tumores e condições inflamatórias agudas.
(C) Implantes metálicos.
(D) Miosite e artrite.
(E) Marcapasso cardíaco.
Entre 4 contraindicações absolutas, temos a miosite e a artrite.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
30. O movimento do fêmur é afetado na maioria das direções pela tensão passiva de dois músculos articulares. Assinale a alternativa que NÃO corresponde à amplitude passiva de movimento:
(A) Flexão: 120-135º (90º se o joelho estiver estendido por causa da tensão dos isquiotibiais).
(B) Abdução: 30-50º.
(C) Extensão: 60-70º.
(D) Adução: 10-30º.
(E) Rotação externa: 45-60º.
Algumas questões dão pra resolver só olhando o que as alternativas oferecem. A alternativa “C” é bem absurda.
Flexão da articulação coxofemoral:
Amplitude articular com o joelho fletido: 0°-125° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-135° (Magee, 2002).
Extensão da articulação coxofemoral:
Amplitude Articular: 0°-10° (Marques, 2003); 0°-10/15° (Magee, 2002; Palmer & Epler, 2000).
Adução da articulação coxofemoral:
Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-30/50° (Magee, 2002).
Abdução da articulação coxofemoral:
Amplitude Articular : 0°-15° (Marques, 2003); 0°-30° (Magee, 2002), 0°-20/30° (Palmer & Epler, 2000).
Rotação interna(medial) da articulação coxofemoral:
Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003); 0°-30/40° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer & Epler, 2000).
Rotação externa(lateral) da articulação coxofemoral:
Amplitude Articular : 0°-45° (Marques, 2003); 0°-40/60° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer & Epler, 2000).
http://www2.fm.usp.br/fofito/fisio/pessoal/isabel/biomecanicaonline/articulacoes/quadril/PDF/avalquadril.pdf
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
31. Assinale a alternativa que corresponde à sequência temporal correta dos eventos na junção neuromuscular.
(A) Captação de Ca2+ na terminação pré-sináptica; liberação de acetilcolina (Ach); despolarização da placa motora do músculo.
(B) Potencial de ação no nervo motor; despolarização da placa motora do músculo; captação de Ca2+ na terminação nervosa pré-sináptica.
(C) Liberação de Ca2+; potencial de ação no nervo motor; potencial de ação no músculo.
(D) Captação de Ca2+, potencial de ação na placa motora; potencial de ação no músculo.
(E) Liberação de Ach; potencial de ação na placa motora do músculo; potencial de ação no músculo.
A análise da transmissão sináptica por seu componente nervoso mostra que o axônio, além do sinal elétrico, carrega todo aparato bioquímico, representado pela acetilcolina, necessário para a transmissão no terminal nervoso.
A entrada de cálcio é crítica para a liberação de acetilcolina. A presença do cálcio intracelular ativa um grupo de proteínas especializadas (sinaptofisina e sinapsina I) algumas vezes diretamente e outras indiretamente, através de outras proteínas como a calmodulina. Esse processo resulta na ativação da fusão das vesículas de acetilcolina na membrana pré sináptica e a liberação de seus conteúdos na fenda sináptica.
No terminal nervoso existem receptores colinérgicos nicotínicos pré-juncionais que ativam a mobilização (estocagem e liberação) de acetilcolina quando o nervo é submetido a impulsos nervosos de alta freqüência (maior que 1 hertz). Exercem um papel de “feed-back” positivo.
Para acabar com as dúvidas sobre a fisiologia da junção neuromuscular, um texto completo e esclarecedor, da Profª. Drª. Maria Angela Tardelli:
http://www.saerj.org.br/download/livro%202002/01_2002.pdf
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A
Alternativa que indico após analisar: A
32. Assinale a alternativa que indica a transecção completa da medula espinhal no nível de T1, que resultaria em:
(A) perda temporária dos reflexos de estiramento abaixo da lesão.
(B) perda temporária da propriocepção consciente abaixo da lesão.
(C) perda permanente do controle voluntário dos movimentos acima da lesão.
(D) perda permanente da consciência acima da lesão.
(E) óbito do paciente.
Auhauha, chorei de rir com essa questão… óbito do paciente? Perda da consciência acima da lesão? Tem comediante na AOCP, só pode.
Como seria uma pessoa inconsciente de T1 para cima e consciente de T1 para baixo? Frank, are you?
Das opções que temos, a única que resta é a alternativa “A”.
Já tem aqui no blog um post sobre dermátomos e miótomos, que aliás é o campeão absoluto de acessos:
http://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/2014/03/10/vunesp-sao-paulosp-2002-questao-32/
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: A
Alternativa que indico após analisar: A
33. Quais músculos se contraem ativamente durante uma expiração forçada?
(A) Esternocleidomastoideos.
(B) Diafragma.
(C) Escalenos.
(D) Intercostais internos.
(E) Músculos abdominais.
Fácil demais. Realize você mesmo a expiração forçada e repare qual musculatura contrai.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
34. Assinale a alternativa que indica o valor do débito cardíaco de acordo com as seguintes aferições que foram obtidas em um homem:
I. Pressão venosa central: 10 mmHg
II. Frequência cardíaca: 70 bpm
III. [O2] da veia pulmonar: 0,24 ml O2/ml
IV. [O2] da artéria pulmonar: 0,16 ml O2/ml
V. Consumo de O2 corporal total: 500 ml/min
(A) 1,65 l/min.
(B) 4,55 l/min.
(C) 5,00 l/min.
(D) 6,25 l/min.
(E) 8,00 l/min
Inicialmente devemos recordar como se calcula o débito cardíaco:
DC = VS x FC
Traduzindo, o débito cardíaco é o resultado da multiplicação do volume sistólico pela frequência cardíaca.
Simplificando ainda mais, débito cardíaco é o volume que o coração ejeta em um minuto. Ele pode ser calculado multiplicando-se o número de batimentos pela quantidade de sangue ejetada em cada batimento(sístole).
Nas informações acima, já temos o valor da frequência cardíaca, que é 70 bpm. Nossa fórmula ficaria assim: DC = VS x 70 Pois é, #SQÑ! (Olha eu usando hashtags de novo… #issovicia.)
Precisamos achar o volume sistólico. E como se faz isso? Não sei. Mas como eu faço essa conta então!?
Pois é, já resolveram isso pra gente há mais de 100 anos. O médico alemão Adolf Eugene Fick, apresentou ao mundo em 1855 sua teoria para a difusão do gás através de uma membrana líquida.
É a lei de Fick, que envolve:
– O consumo de oxigênio por minuto (VO2) , usando um espirômetro (com o indivíduo respirando ar) e absorção de CO2.
– O conteúdo de oxigênio do sangue retirado da artéria pulmonar (representando o sangue venoso).
– O conteúdo de oxigênio do sangue colhido de uma cânula em uma artéria periférica (representando o sangue arterial).
A partir destes valores, sabe-se que:
VO² = (CO x CA) – (CO x CV)
onde
CO = Débito Cardíaco (Cardiac Output),
CA = Concentração de Oxigênio no sangue arterial e
CV = Concentração de Oxigênio no sangue venoso.
Isto nos permite dizer que DC = VO²/(Ca-Cv), e desta maneira calcular o débito cardíaco. Na realidade, este método é raramente usado em nossos dias, devido à dificuldade de coleta e de análise das concentrações gasosas.
Nossa conta, então, fica assim:
Sendo, DC = VO²(500ml/min)/(Ca(0,16)-Cv(0,24))
DC = 500/(-)8 = 62,5.
Lembrando que:
II. Frequência cardíaca: 70 bpm
III. [O2] da veia pulmonar: 0,24 ml O2/ml
IV. [O2] da artéria pulmonar: 0,16 ml O2/ml
V. Consumo de O2 corporaltotal: 500 ml/min
Para quem quiser ler mais:
http://ilucas.com.br/?tag=equacao-de-fick
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
35. Durante a inspiração:
(A) a pressão intrapleural é positiva.
(B) o volume nos pulmões é menor do que a capacidade residual funcional.
(C) a pressão alveolar é igual do que a pressão atmosférica.
(D) a pressão alveolar é maior do que a pressão atmosférica.
(E) a pressão intrapleural é mais negativa do que durante a expiração.
Aqui dá para deduzir a resposta, mas temos que saber o que é pressão intrapleural e qual a relação da pressão atmosférica com a pressão alveolar.
Pressão intrapleural: é a pressão existente entre a pleura parietal e visceral, é sempre negativa, pois existe uma drenagem constante do líquido intersticial pelos ductos linfáticos, sendo no repouso – 5cm H2O.
-Durante a expansão do pulmão a pressão intrapleural fica mais intensa e negativa, cerca de –7cm H2O (inspiração).
- Durante a expiração a pressão intrapleural, aumenta para – 3cm H2O, esta pressão é sempre negativa nunca positiva.
Pressão alveolar: é a pressão interna do pulmão, no momento de repouso, ou seja, não se inspira nem expira a pressão alveolar é de 0cm H2O (sendo na realidade a pressão atmosférica).
- Durante a inspiração a caixa torácica se expande por causa da musculatura, o que expande também o pulmão, de acordo com as leis da física quando o volume de gás sofre um aumento súbito sua pressão diminui assim durante a inspiração a pressão alveolar cai para cerca de –1cm H2O.
- Durante a expiração ocorre o oposto do descrito acima e a pressão aumenta para cerca de 1cm H2).
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
36. Em uma expiração máxima, o que indicaria o volume total expirado?
(A) O volume corrente.
(B) O volume residual.
(C) O volume de reserva expiratório.
(D) A capacidade vital.
(E) A capacidade inspiratória.
Essa questão foi anulada. Aqui é realmente complicado de se responder. As alternativas não passam nem perto de mensurar o volume expirado.
Só para não perder o gancho da questão, um texto do jornal de pneumologia sobre volumes pulmonares.
http://jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_135_45_22%20volumes%20pulmonares.pdf
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: Anulada
Alternativa que indico após analisar: Nenhuma
37. Os objetivos da fisioterapia preventiva aplicada a pacientes amputados são, EXCETO:
(A) prevenir complicações pós-cirúrgicas.
(B) prevenir deformidades.
(C) diminuir a força dos músculos que controlam o coto.
(D) diminuir o edema do coto.
(E) melhorar o equilíbrio e as transferências.
Aqui pode acontecer de se associar o disposto na alternativa “C” – diminuir a força dos músculos que controlam o coto, com prevenir as famosas contraturas em flexão, principalmente de coxofemoral.
Mas não são sinônimos, é preciso cuidado e dar a devida atenção à interpretação do enunciado e das alternativas. Sim, isso mesmo, interpretar de forma precisa a informação, o que não é o mesmo que levar as afirmações ao pé da letra.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
38. Se a frequência cardíaca aumentar, em que fase do ciclo cardíaco ela diminui?
(A) na sístole atrial.
(B) na contração ventricular isovolumétrica.
(C) na ejeção ventricular rápida.
(D) na ejeção ventricular reduzida.
(E) no enchimento ventricular reduzido.
As alternativas de “A” a “D” descrevem fases do ciclo cardíaco normal Se o volume que chega ao coração for aumentado, a frequência de contração também será maior, para poder fazer esse volume desembocar na circulação novamente.
Então, a única forma de se diminuir a frequência cardíaca, é com a menor demanda, ou seja, com a diminuição do volume, o que na alternativa “E” é descrito como “enchimento ventricular reduzido”.
Vale pena revisar o conteúdo de anatomia e, principalmente, fisiologia do coração.
http://www2.ucg.br/cbb/professores/40/Biomedicina/Fisiologia/O%20coracao%20como%20uma%20bomba.pdf
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: E
Alternativa que indico após analisar: E
39. Extremidades corporais com aspecto cilíndrico associadas ao deslocamento da articulação do quadril, importantes contraturas e articulações rígidas em crianças com a presença de sensibilidade intacta são características de:
(A) Amiotrofia Espinhal do Tipo I.
(B) Acondroplasia Congenita.
(C) Artrogripose Multipla Congenita.
(D) Disrafismo espinhal.
A Artrogripose Múltipla Congênita (AMC) é uma síndrome caracterizada por contraturas de várias articulações e rigidez de tecidos moles presentes desde o nascimento e de caráter estacionário. Pode ser caracterizada por alterações de pele, tecido subcutâneo inelástico e aderido, ausência de pregas cutâneas, hipotrofia muscular, sendo substituído por tecido fibrogorduroso, deformidades articulares, espessamento e rigidez de estruturas periarticulares, com preservação da sensibilidade.
A luxação do quadril tem grande incidência nesses pacientes (80% dos casos). Dentre as causas podemos citar a própria escoliose, por gerar um desalinhamento da pelve e apresentação pélvica ao nascimento.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
40. Os movimentos que podem ser observados em articulações distais nas crianças com mielomeningocele em nível torácico:
I. São movimentos reflexos residuais provenientes dos arcos reflexos locais, não controlados por funções corticais.
II. São movimentos controlados por funções corticais não interrompidos pela lesão medular.
III. Por sua natureza involuntária, podem representar uma forca articular deformadora.
IV. Representam um movimento funcional e útil para recuperação funcional da criança.
V. Por serem um movimento reflexo poucas vezes tem valor para recuperação funcional.
Estão corretas as afirmativas
(A) I, III e IV.
(B) II, III e V.
(C) II, IV e V.
(D) I, III e V.
Levando-se em consideração que a mielomeningocele manifesta-se na grande maioria dos casos a nível da região lombossacra (L5-S1), os sintomas mais relatados na literatura, segundo Shepherd (1998), são:
-Paralisia flácida;
-Diminuição da força muscular;
-Atrofia muscular;
-Diminuição ou abolição dos reflexos tendíneos;
-Diminuição ou abolição da sensibilidade exterioceptiva e proprioceptiva;
-Incontinência dos esfíncteres de reto e bexiga;
-Deformidades de origem paralíticas e congênitas e;
-Hidrocefalia (acomete 100% das crianças com mielomeningocele torácica; 90% das lombotorácicas; 78% das lombares; 60% das lombossacras e 50% das sacrais, segundo Diament, 1996).
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: D
Alternativa que indico após analisar: D
41. No desvio postural de hiperextensão da coluna cervical, qual(is) músculo(s) se encontra(m) em posição alongada?
(A) Extensores da coluna torácica.
(B) Trapézio médio e inferior.
(C) Flexores da coluna cervical.
(D) Trapézio médio.
(E) Trapézio inferior.
É só visualizar a anatomia desses músculos, que dá para perceber que o trapézio e os extensores estariam contraídos na hiperextensão da cervical.
Os flexores são os antagonistas deste movimento, permanecendo alongados.
Alternativa assinalada no gabarito da banca organizadora: C
Alternativa que indico após analisar: C
42. Assinale a alternativa correta que corresponde ao principal músculo, na flexão, abdução e rotação externa da coxa com o joelho flexionado:
(A) Sartório.
(B) Vasto medial.
(C) Vasto lateral.
(D) Glúteo médio.
(E) Tensor da fáscia lata.
Aqui, o enunciado quer saber qual músculo é o agonista principal da articulação coxofemoral, na flexão, abdução e rotação externa, estando o joelho em flexão.
O principal flexor dessa articulação é o iliopsoas, mas com o joelho em flexão, creio que o psoas aja mais como um sinergista e estabilizador, ficando

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