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1 1. Aceitabilidade das Premissas* Afirmações sobre multiplicidade de temas se apresentam diante da maioria de nós todos os dias. Lemos livros variados, artigos e revistas, conversamos com outras pessoas que falam de todo tipo de situações e problemas e, oferecem sua interpretação e opinião sobre o que está acontecendo. Muitas vezes algumas destas afirmações só devem ser aceitas e em outras ocasiones só tomamos conta que as fontes são notoriamente pouco confiáveis e algumas das afirmações que encontramos são falsas, pouco prováveis ou inconsistentes, portanto, não podemos simplesmente aceitar cada cosa que escutamos e lemos desde cada fonte. Para avaliar a aceitabilidade de um argumento você deve se perguntar se têm boas razões para aceitar essas premissas (apoios, fundamentos, opiniões, justificativas) sobre as quais o argumento está baseado. Portanto, você deve prestar atenção aos fundamentos colocados como apoio das afirmações realizadas sobre um determinado fenômeno. Assim, uma premissa será aceitável por aquele ao que o argumento se dirige se ao avaliar a afirmação realizada esta é razoável (opiniões fundamentadas em fatos atuais e em razões coerentes), ou seja, a conclusão está justificada pela(s) razão(ões) apresentada(s) como suporte. Quando avaliamos um argumento pensamos sobre a evidência a favor dessa afirmação e a probabilidade que existe de que a informação que proporciona seja verdadeira à luz da evidencia, portanto, em seguida se oferecem algumas dicas úteis na hora de avaliar a aceitabilidade das premissas. Leve em consideração que se qualquer das seguintes condições se cumpre você esta diante de uma premissa aceitável: 1. Se a premissa se apóia em outro argumento que ajuda na fundamentação da afirmação inicial para a conclusão. 2. Se a premissa se apóia de maneira explicita em fontes externas (outra pessoa) diferente do argumentador. Isto é, o argumentador utiliza como apoio evidências que indicam que sua afirmação é plausível (razoável). Um exemplo claro de este tipo de apoio é a citação de pesquisadores ou expertos que falem em relação com a questão que esta sendo discutida. 3. Se a premissa é um conhecimento a priori por ser verdadeiro. Uma afirmação a priori pode ser conhecida como um raciocínio de base verdadeira ou falsa. Si se sabe a priori que uma afirmação é verdadeira, então aquela afirmação é racionalmente aceitável. Por exemplo, a ciência não é a mesma coisa que religião; dezessete é um numero primo. 4. Se a premissa é um assunto de conhecimento comum. As premissas são consideradas aceitáveis racionalmente como ponto de partida em um argumento porque são amplamente conhecidas e compartilhadas. Se uma premissa é uma crença generalizada, e não se conhecem muitas evidencias em sua contra, freqüentemente é apropriado permiti-lo como aceitável. Por exemplo: Conduzir uma bicicleta é menos seguro que caminhar, as papeiras são uma doença contagiosa. 5. Se a premissa se apóia em testemunhas apropriadas (afirmação provável, fontes confiáveis e, a afirmação é restringida em seu conteúdo à experiência). Uma afirmação é aceitável sobre a base da testemunha de uma pessoa, se o que é dito é alguma coisa que ele ou ela tem experimentado. É aceita a afirmação sobre a experiência descrita em determinadas condições: a) A impossibilidade de uma afirmação verdadeira: A atenção seletiva e o viés na interpretação afetam nossa observação, isto é, podemos firmemente acreditar que temos boas evidências para acreditar que nosso lado é melhor que o lado dos outros – mas nossa convicção de seus méritos pode ter surgido de nosso prejuízo em favor de nos mesmos. * Govier (2010). A practical Study of Argument. Wadsworth: USA, 87-177. Traduzido ao português por Nancy Ramírez [versão 1.0: Maio de 2011]. 2 b) A pobre reputação da pessoa que faz a afirmação ou a fonte na qual a afirmação aparece: Confiabilidade na pessoa que faz a afirmação c) A afirmação tem claramente conteúdo que vai além da experiência e competência da pessoa que diz que isso é verdade: Se a afirmação é estranha ou suficientemente inverossímil, a natureza da afirmação faz com que a testemunha seja questionada - inclusive sim se conhece a pessoa (honesta, precisa e confiável) que está afirmando. 6. Se a premissa se apóia em um recurso apropriado de autoridade. As premissas de autoridade envolvem aceitar afirmações sob a base que outras pessoas têm afirmado e eles são fontes confiáveis de informação. A diferença da testemunha, autoridade requer conhecimento especializado em um campo com as normas reconhecidas da experiência. Um experto tem um papel especial na construção e comunicação do conhecimento porque ele tem mais evidencia, o uma compreensão mais sofisticada de conceitos e teorias, um maior conhecimento da pertinência dos antecedentes, e, –como resultado- juízos mais confiáveis na área particular de experiência que alguém que não é experto nessa área. 7. Uma circunstancia adicional é que a premissa no é conhecida por ser racionalmente aceitável, mas pode ser aceita provisionalmente para o propósito de argumentar. 3 2. Relevância das Premissas∗ Quando se faz a avaliação de um argumento você faz uso de critérios dirigidos a identificar se as premissas que são utilizadas para apoiar a conclusão são aceitáveis, relevantes e suficientes para considerar a verdade de um argumento; portanto, inicialmente você se pergunta se têm boas razões para aceitar as premissas sobre as que o argumento se baseia, isto é, você examina a verdade das premissas utilizadas para dar suporte à conclusão. Assim, dizemos que, a aceitabilidade das premissas se baseia nas evidências que existem a favor das afirmações e a probabilidade de que a informação proporcionada seja verdadeira à luz dos fatos. Uma vez as premissas são avaliadas como aceitáveis é preciso avaliar sua relevância para com a conclusão, para isso, deve-se perguntar se as premissas tem uma relação com a conclusão ou o tipo de apoio que à premissa oferece à conclusão? Por conseguinte, a relevância nós permite identificar o tipo de conexão (relação) que existe entre as premissas e a conclusão. A avaliação das premissas aqui proposta esta voltada sobre a evidência que as razões oferecem como fundamento à conclusão, ou seja, como as premissas demostram a plausibilidade de que a conclusão possa se derivar delas. Portanto, a Relevância das premissas seria uma condição necessária para estabelecer a força de um argumento. Na identificação da relevância das premissas será útil compreender três ideias básicas: Relevância Positiva Uma afirmação A é relevante positivamente para qualquer afirmação B se e só se a verdade de A conta em favor da verdade de B. Ou seja, que A apresente alguma evidencia para B, ou alguma razão para acreditar que B é verdadeiro. Em seguida um exemplo de uma afirmação positivamente relevante: (a) 1. Smith teve apendicites, gota e câncer na bexiga. 2. Smith não é saudável ainda que ele corra as 26 milhas na Maratona de Boston. Aqui, a primeira afirmação proporciona evidência para a segunda afirmação porque estas descrevem aspectos adversos da saúde de Smith, e se requer uma boa saúde para correr uma Maratona. Como se observa, no exemplo, o primeiro enunciado ou afirmação proporciona alguma razão para aceitar a segunda. Portanto, a primeira afirmação é relevantemente possível para a segunda. Se for verdade, (1) proporciona alguma evidência ou razão para (2). Quando buscamos determinar se um enunciado é relevantemente possível para outro, devemos nós perguntar como o primeiro pode fundamentar o outro. Relevância negativa Um enunciado A é relevantemente negativo para outro enunciado B se e só se a verdade de A conta contra a verdadede B. Isto significa que se A é verdadeiro, este proporciona alguma evidência ou razão para pensar que B não é verdadeiro. Considere o seguinte exemplo de relevância negativa: (b) 1. Correr frequentemente provoca lesões de joelho 2. Correr melhora a saúde geral da pessoa Em (b), o primeiro enunciado é relevantemente negativo para o segundo, porque ter lesões de joelho conta contra ter boa saúde geral. Neste exemplo, a primeira afirmação conta para rejeitar a segunda, isto é, constitui uma razão para pensar que a segunda afirmação não é verdadeira. ∗ Govier (2010). A practical Study of Argument. Wadsworth: USA, 87-177. Traduzido ao português por Nancy Ramírez [versão 1.0: Maio de 2011]. 4 Irrelevância Um enunciado A é irrelevante para outro enunciado B se e só se este não é nem relevantemente positivo nem relevantemente negativo para B. Quando existe irrelevância, não existe relação de apoio lógico ou compreensão lógica entre dois enunciados. A não proporciona uma razão para B nem A proporciona uma razão contra B. Considere o seguinte exemplo: (c) 1. Catástrofes naturais tais como tremores estão além do controle humano 2. Os Seres Humanos não têm livre escolha sobre suas ações Aqui, a primeira afirmação fala sobre algum evento natural que está além do controle humano e a segunda afirmação fala ao respeito da escolha humana sobre sua própria ação. A verdade do primeiro enunciado não conta como razão para aceitar ou rejeitar o segundo enunciado, portanto, o primeiro é irrelevante para o segundo porque este não está proporcionando evidências que fundamentem, nem evidências em sua contra. Pode-se concluir então, que na avaliação da relevância das premissas para a conclusão, você deve demostrar que as premissas não proporcionam bases racionais adequadas para sua conclusão, porém, a conclusão pode ser verdadeira ou plausível por outras razões. 5 3. Suficiência das Premissas∗ Para determinar a solidez de um argumento devem-se observar as premissas em se mesmas e verificar o cumprimento das condições de aceitabilidade e relevância, isto é, determinar se as premissas são verdadeiras ou aceitáveis e se tem que ver com a conclusão. Uma vez que se determina que as premissas cumprem estas duas condições - A, R-, se avalia se as premissas consideradas em conjunto proveem boas razões para a conclusão e se são suficientes para suportar a conclusão, portanto, premissas suficientes respondem necessariamente a premissas que são aceitáveis e relevantes para a conclusão. Avaliar os argumentos tendo em conta estas três condições ARS - aceitabilidade, relevância e suficiência-, permite determinar o grau de apoio que as premissas lhe oferecem à conclusão e em consequência a força do argumento. Premissas que são aceitáveis e relevantes podem falhar para prover bases suficientes para a conclusão, estas podem proporcionar um tipo adequado de evidencia, mas não dão conta da conclusão. Diante deste caso, se poderia afirmar que a condição de suficiência não se satisfaz e que as premissas (aceitadas) em seu conjunto não oferecem bases sólidas –boas razoes– para a conclusão e que o argumento no é forte. Em seguida se descrevem as quatro formas em que as premissas podem-se conectar adequadamente a sua conclusão. 1. Implicação dedutiva: estreita relação lógica entre as premissas (tomadas em conjunto) e a conclusão, que permite afirmar que a premissas verdadeiras a conclusão também deve ser verdadeira. (a) Todos los ministros del gabinete tienen un grado universitario, y Joe Nelson está en el gabinete, así podemos concluir que Joe Nelson tiene un grado universitario. Neste argumento as premissas são as primeiras duas cláusulas (“todos os ministros do gabinete tem um grau universitário” e “Joe Nelson está no gabinete”) e a conclusão é “Joe Nelson tem um grau universitário” Nos argumentos dedutivamente válidos, não existem casos nos quais a conclusão seja falsa quando as premissas são verdadeiras. 2. Apoios condutivos: As premissas são apresentadas como apoio à conclusão convergente, não de uma maneira relacional. Um aspecto crucial da avaliação condutiva dos argumentos é pensar em contra-argumentos (fatores ou razões que se contarão contra da conclusão). A acusação na tentativa de morte pode argumentar que o acusado (1) não tem coartada, (2) teve um motivo para cometer o crime, (3) tem sido identificado como o mais próximo à cena do crime por uma testemunha chave, e (4) mentido sobre seu paradeiro e a relação com a vítima. Podem-se apresentar estas quatro afirmações como razoes para acreditar que o acusado realmente, cometeu o crime. As afirmações apresentadas são relevantes e por separado convergem para apoiar a conclusão. 3. Apoios indutivos: As inferências aqui estão baseadas em generalizações desde una amostra a um grupo maior. Em contextos de argumentos indutivos, é comum se falar de evidencias mais do que razões, a evidência em questão começa desde a observação e a experiência. (b) 1. Todos os estudantes que conheço que tem se formado da escola X obtiveram notas boas em matemáticas. Portanto, provavelmente 2. Todos os estudantes que tem se formado da escola X obtiveram formação em matemáticas. A inferência aqui feita é baseada na generalização da amostra de um grande grupo. Quando você faz uma inferência como esta, você pode presumir que os casos não observados se assemelham aos observados. ∗ Govier (2010). A practical Study of Argument. Wadsworth: USA, 87-100. Traduzido ao português por Nancy Ramírez [versão 1.0: Maio de 2011].
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