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MANUAL DE HISTOLOGIA Teresina, 2014 1. TECIDO EPITELIAL 1.1. Funções: Revestimento: na pele; Proteção; Absorção: no intestino; Secreção: nas glândulas; Percepção de estímulos: o neuroepitélio e o gustativo. 1.2. Características: Células justapostas formando folhetos ou aglomerados tridimensionais; Forma de células variadas, desde células colunares altas até células pavimentosas, com formas intermediárias; A forma do núcleo acompanha a forma das células, assim, células cubóides costumam ter núcleos esféricos e as pavimentosas têm núcleos achatados; Avascularizado; Células polarizadas, a porção da célula voltada para o tecido conjuntivo é denominada porção basal ou pólo basal, a extremidade oposta é denominada porção apical ou pólo apical e a superfície de células epiteliais que confrontam células vizinhas são denominadas paredes laterais. 1.3. Tipos de Epitélios: 1.3.1. Epitélios de revestimento As células são organizadas em camadas que cobrem a superfície externa do corpo ou revestem as cavidades do mesmo. Podem ser classificados de acordo com: Números de camadas de células: o Simples: contém uma só camada de células; o Estratificado: contém mais de uma camada; o Pseudo-estratificado: todas as células estão apoiadas na lamina basal, mas nem todas alcançam a superfície do epitélio, fazendo com que a posição dos núcleos seja variável. Forma das células: o Pavimentoso ou escamoso: quando simples revesti vasos, cavidades pericárdica, pleural e peritoneal, facilitando o movimento das vísceras, o transporte ativo por pinocitose e a secreção de moléculas biologicamente ativas. Já quando estratificados pode ser queratinizado na epiderme, protegendo e prevenindo a perda de água, ou ainda não queratinizado na boca, no esôfago, na vagina e no canal anal, protegendo, secretando e também prevenindo à perda de água; o Cúbico: quando simples revesti o externo do ovário, os ductos de glândulas, e os folículos. Já quando estratificado se localiza nas glândulas sudoríparas e nos folículos ovarianos em desenvolvimento; o Prismático, colunar ou cilíndrico: quando simples revesti o intestino e vesícula biliar, protegendo, secretando e transportando por cílios de partículas aderidas ao muco nas passagens aéreas. Já quando estratificado esta na conjuntiva, protegendo-a; o Transição: a forma das células muda, está presente na bexiga, nos ureteres e nos cálices renais, proporcionando proteção e distensibilidade. 1.3.2. Epitélios glandulares São constituídos por células especializadas na atividade de secreção. As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo adjacente. Tipos de glândulas: o Exócrinas: mantêm sua conexão com o epitélio do qual se originam. Esta conexão toma a forma de ductos formados por células epiteliais, pelos quais as secreções são eliminadas, alcançando a superfície do corpo ou uma cavidade; o Endócrinas: sua conexão com o epitélio é obliterada durante o desenvolvimento. Portanto, elas não possuem ductos e suas secreções são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela circulação sanguínea. Critérios de classificação das glândulas exócrinas: o De acordo com a ramificação do ducto: Simples: têm somente um ducto não-ramificado; Compostas: têm ductos ramificados. o De acordo com a forma da porção secretora: Tubulosas: têm a porção secretora em forma de tubo; Acinosas: têm a porção secretora em forma de esfera ou arredondada. o Modo de eliminação de secreção: Holócrinas: o produto de secreção é eliminado juntamente com toda a célula (glândulas sebáceas); Apócrinas: o produto de secreção é descarregado junto com porções do citoplasma apical (glândulas mamárias); Merócrinas: a secreção é eliminada pela célula por meio de exocitose, sem perda de outro material celular. o Tipos de secreção: Serosas: as células serosas são poliédricas ou piramidais, têm núcleos centrais arredondados e polaridade bem definida. A região basal possui grande numero de reticulo endoplasmático granuloso. Na região apical há um complexo de golgi bem desenvolvido (pâncreas, glândulas salivares parótidas); Mucosas: estas células possuem numerosos grânulos de grande tamanho, que coram fracamente e que contêm muco, que é constituído por glicoproteínas intensamente hidrofílicas. Tais grânulos de secreção preenchem a parte apical da célula, onde também se localiza o complexo de golgi e o núcleo achatado fica na região basal, juntamente com os retículos endoplasmáticos rugosos (glândula sublingual); Sero-mucosa ou mista. Critérios de classificação das glândulas endócrinas: o De acordo com o arranjo das células: Cordonais; Foliculares ou vesiculares: (tireóide). 1.4. Considerações sobre os epitélios: Inervação: a maioria das células epiteliais é ricamente inervada por terminações nervosas de plexos nervosos da lamina própria. Além da inervação sensorial, o funcionamento de muitas células epiteliais secretoras depende de inervação motora que estimula sua atividade. Renovação: as mitoses dos tecidos epiteliais estratificados e pseudo- estratificados ocorrem na camada basal do epitélio, onde se encontram as células-tronco desses epitélios. Células mioepiteliais: sua função é contrair-se em volta da porção secretora ou condutora da glândula e assim ajudar a impelir os produtos de secreção para o exterior. Metaplasia: um tipo de tecido epitelial se transforma em outro. Nos fumantes o epitélio pseudo-estratificado ciliado dos brônquios transforma-se em epitélio estratificado pavimentoso. 2. TECIDO CONJUNTIVO 2.1. Características: Vários tipos celulares; Abundante material intercelular (matriz extracelular). 2.2. Matriz extracelular: Substância fundamental amorfa (SFA): o Característica física: material gelatinoso, incolor e viscoso; o Composição química: glicosaminoglicanas (ác. Hialurônico), proteoglicanas e glicoproteínas; o Funções: Preenche os espaços entre células e fibras; Atua como lubrificante; Previne a penetração de partículas e microorganismos nos tecidos (a viscosidade da SFA é dada pelo ác. hialurônico e é responsável pela barreira de penetração de partículas e microorganismos estranhos nos tecidos - bactérias com enzima hialuronidase penetram nos tecidos); É veículo para difusão de substâncias hidrossolúveis (nutrientes) para dentro e fora dos tecidos por via sangüínea. Fluido tecidual: o Corresponde à mínima quantidade de plasma liberado dos vasos sanguíneos; o Moléculas de água de composição do fluido ligam com as glicosaminoglicanas, constituindo a água de solvatação, que é veículo de transporte e difusão de nutrientes e outras substâncias hidrossolúveis. Fibras colágenas: o São produzidas em um processo com dois estágios envolvendo eventos intracelulares e extracelulares: Aminoácidos (prolina e lisina) -> cadeias polipeptídicas (RER) -> adição de carboidratos (Golgi), construindo o procolágeno -> peptidases quebram moléculas eliminando para o exterior o procolágeno para transformar em tropocolágeno -> enrolamento e entrelaçamento de cadeias alfas 1,2 e 3 polipeptídicas, em hélice, formando a molécula de tropocolágeno -> fibrila de colágeno -> fibra colágena -> feixe de fibras colágenas. Dependendo dos tipos de cadeia e das associações dos mesmos, podem-se ter diferentes tipos de colágenos; O colágeno presente na matriz extracelular dos conjuntivos comuns é colágenoI; Possui grande extensibilidade e resistência e confere grande flexibilidade e força aos tecidos que o contém. Fibras reticulares: São compostas por colágeno do tipo III associado com glicoproteínas; São fibras extremamente finas; Reações tintoriais: PAS + argirófilas (coram-se com sais de prata, alto teor de carboidratos); Função: forma uma rede de arcabouço de sustentação em torno de células de certos órgãos: glândulas, fígado, rins, pulmão e pequenos vasos. Fibras elásticas: São fibras ramificadas que, algumas vezes, formam redes; São compostas por microfibrilas das proteínas, elastinas e fibrina; Possuem grande poder de distensibilidade; Observadas ao MO com coloração especial, orceína e resorcina – fucsina. 2.3. Células do tecido conjuntivo Incluem muitos tipos celulares com diferentes funções e que podem ser originadas localmente, permanecendo no tecido conjuntivo fixas ou serem originadas fora, permanecendo no conjuntivo apenas temporariamente (células móveis). Fibroblasto (fixa) o Origina-se de células mesenquimais indiferenciadas; o São predominantes no tecido conjuntivo; o Podem apresentar-se nas formas: Fibroblasto ativo: Forma fusiforme com prolongamentos citoplasmáticos numerosos; REG e Complexo de Golgi bem desenvolvidos; Núcleo ovulado de cromatina frouxa e nucléolo bem evidente; Função: síntese de procolágeno. Fibroblasto quiescente (fibrócito): Menores, mais achatados e quase sem prolongamentos comparados aos ativos; REG e Complexo de Golgi menos desenvolvidos; São sinteticamente inativos. o Obs.: fibroblastos e fibrócitos são dois estágios funcionais diferentes da mesma célula, sendo que os fibrócitos podem reverter ao estagio ativo se estimulado (durante a reparação de lesões, por exemplo). Pericitos (fixa) São derivadas das células mesenquimais indiferenciadas e permanecem com o papel pluripotencial (capacidade de originar diferentes tipos celulares) das células mesenquimais; São menores que os fibroblastos e estão localizados nas proximidades dos vasos sanguíneos; Função: reposição das células do conjuntivo (não-degeneradas ou degeneradas); Células adiposas: São derivadas das células mesenquimais indiferenciadas; São responsáveis pela síntese e armazenamento de gorduras neutras; Podem formar duas formas de tecido: Células adiposas uniloculares: Possuem núcleo e citoplasma restritos a uma delgada faixa que contorna grande gotícula lipídica que ocupa todo citoplasma; As gotículas lipídicas não são separadas do citoplasma por membrana; As gorduras são armazenadas sob forma de triglicerídeos e gorduras neutras. Células adiposas multiloculares: Apresentam múltiplas gotículas lipídicas dispersas pelo citoplasma; Possuem numerosas mitocôndrias geradoras de calor importantes nas fases iniciais da vida do indivíduo (estando presentes nos recém-nascidos) Praticamente desaparecem no adulo, vindo a constituir um estágio inicial de armazenamento de gordura. Macrófagos: Origina-se na medula óssea como monócito, este circula no sangue e migra para o tecido conjuntivo onde passam a constituir macrófagos imaturos e funcionantes que junto ao monócito compõe o Sistema Macrofágico Mononucleares (elementos circulares cuja circulação pela corrente sanguínea e distribuição nos diferentes tecidos conjuntivos recebem diferentes denominações). Sistema macrofágico mononuclear Compartimento medular Célula-tronco pluripotencial V Célula-tronco unipotencial V monoblasto V Monócitos V Compartimento sanguíneo Monócitos circulares V Compartimento tecidual Macrófagos Do tecido conjuntivo comum; Das cavidades serosas (macrófagos peritoniais); Dos órgãos hemocitopoéticos; Células de Küpffer (macrófago do fígado); Macrófagos alveolares (células de poeiras do pulmão); Micróglia (sistema nervoso central). São geralmente esféricos; Possuem pseudópodos, vacúolos fagocíticos, lisossomos e corpos residuais quando ativados, o que caracteriza a sua função fagocítica. Podem funcionar quando estimulados – células gigantes tipo corpo estranho; Em condições normais se encontram fixos as fibras do tecido conjuntivo; Em condições patológicas tornam-se móveis; Funções: Células fagocitárias mais ativas do tecido conjuntivo; Participam da resposta imunológica, como células apresentadoras de antígenos; Secretam substancias que funcionam na reparação tecidual. o Linfócitos: Núcleo volumoso e esférico ocupando quase a totalidade do citoplasma; Cromatina frouxa; Escasso citoplasma; São derivadas das células tronco-linfocitárias; Estão distribuídos no organismo através dos tecidos conjuntivos subepitelial (sistema respiratório, digestório e áreas de inflamação crônica); Apresentam duas classes funcionais: Linfócitos T: responsáveis pela resposta imunológica do tipo celular; Linfócitos B: após ativação apresentado pelos macrófagos – plasmócitos. Resposta imunológica do tipo humoral. o Plasmócitos: Originam-se dos linfócitos B; Possuem forma ovóide com núcleo excêntrico com grumos heterocromatina periféricos (roda de carroça); Complexo de Golgi bem desenvolvido; Grande concentração de RE; Síntese de imunoglobulina (anticorpos). 2.4. Tipos de tecidos conjuntivos: · 2.4.1. Tecido conjuntivo propriamente dito: o Frouxo: Preenche espaços entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em torno dos vasos sanguíneos; As células mais numerosas são os fibroblastos e os macrófagos; Tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações. o Denso: Oferece resistência e proteção aos tecidos; Predominância de fibras colágenas; Menos flexível e mais resistente; Não modelado: Quando as fibras são organizadas em feixes sem orientação definida; As fibras formam uma trama tridimensional, o que lhes confere certa resistência às trações exercidas em qualquer direção; Encontrado na derme profunda da pele. Modelado: Quando os feixes de colágeno estão paralelos e alinhados com os fibroblastos; Presente nos tendões. 2.4.2. Tecido conjuntivo de propriedades especiais: o Tecido adiposo: Maior depósito corporal de energia, sob forma de triglicerídeos; Predominância de células adiposas (adipócitos); Tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular: As células, quando completamente desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo citoplasma; Tecido adiposo pardo ou multilocular: Formado por células que contêm numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias. o Tecido elástico: Composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas; Cor amarelada; Grande elasticidade; Presente nos ligamentos amarelos da coluna e no ligamento suspensor do pênis. o Tecido reticular: É muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos; Constituído por fibras reticulares intimamente associadas com células reticulares (fibroblastos especializados). o Tecido mucoso: Consistência gelatinosa graças à predominância de matriz fundamental composta predominantemente e acido hialurônico com poucas fibras; As principais células são os fibroblastos; Principal componente do cordão umbilical, onde é referido como geléia de Wharton. Encontrado também na polpa jovem dos dentes. 2.4.3. Tecido conjuntivo de suporte: o Tecidocartilaginoso: Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, onde absorve choques e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações; É essencial pra a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intra-uterina e depois do nascimento; Contém células, os condrócitos, e abundante material extracelular, que constitui a matriz; As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são as chamadas lacunas; Não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio); Também é desprovido de vasos linfáticos e nervos; Cartilagem hialina: É a mais comum e cuja matriz possui delicadas fibrilas constituídas principalmente de colágeno do tipo II; Cartilagem elástica: Possui poucas fibrilas de colágeno tipo II e abundantes fibras elásticas; Cartilagem fibrosa: Apresenta matriz constituída preponderantemente por fibras de colágeno tipo I. o Tecido ósseo: Formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea; As células são os osteócitos, que se situam nas lacunas, os osteoblastos, produtores da parte orgânica da matriz e os osteoclastos, células gigantes, móveis e multinucleadas que absorvem o tecido ósseo, participando do processo de remodelação dos ossos; A nutrição dos osteócitos depende de canalículos que existem na matriz e que possibilitam as trocas de moléculas e íons entre capilares sanguíneos e os osteócitos; Os revestimentos internos e externos são respectivamente os periósteos e os endósteos; Funções: Suporte para as partes moles; Protege órgãos vitais; Aloja e protege a medula óssea; Proporciona apoio aos músculos esqueléticos; Constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular; Funciona como depósito de cálcio, fosfato e outros íons. 3. TECIDO ÓSSEO 3.1. Características: É um tecido conjuntivo especializado formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea; É recoberto, tanto na superfície externa (periósteo) como interna (endósteo), por camadas de tecido conjuntivo contendo células osteogênicas; As técnicas usadas para estudos são o desgaste e a descalcificação; A nutrição dos osteócitos depende de canalículos da matriz, que possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. 3.2. Funções: Suporte para as partes moles; Protege órgãos vitais; Aloja e protege a medula óssea; Proporciona apoio aos músculos esqueléticos; Constitui um sistema de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular; Funciona como depósito de cálcio, fosfato e outros íons. 3.3. Células do tecido ósseo: Osteócitos: Encontrados no interior da matriz óssea, ocupando as lacunas das quais partem os canalículos; São células achatadas, com forma de amêndoa; Possui pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso, complexo de golgi pequeno e núcleo com cromática condensada; São essenciais para a manutenção da matriz. Osteoblastos: São células que produzem a parte orgânica da matriz (colágeno tipo I, proteoglicanas e glicoproteínas); São capazes de concentrar fosfato e cálcio, participando da mineralização da matriz; Estão nas superfícies ósseas; Quando aprisionado pela matriz, torna-se osteócito. Osteoclastos: São células móveis, gigantes, ramificadas, com partes dilatas que contém seis a 50 ou mais núcleos; Possuem citoplasma granuloso, algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo quando jovens e acidófilo nos maduros; A superfície ativa dos osteoclastos, voltada para a matriz óssea, apresenta prolongamentos vilosos irregulares, circundado pela zona clara ( pobre em organelas e rica em actina), que é o local de adesão do osteoclasto com a matriz óssea, onde tem lugar a reabsorção óssea; Secretam ácido, colagenase e outras hidrolases que digerem a matriz orgânica, dissolvendo os cristais de sais de cálcio; A atividade do osteoclasto é coordenada por citocinas e por hormônios como a calcitonina e o paratormônio. 3.4. Matriz óssea: 50% é parte inorgânica (cálcio e fosfato – Ca10(PO4)6(OH)2; A parte orgânica é formada por fibras colágenas, constituída por colágeno tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanas e glicoproteínas. 3.5. Periósteo e Endósteo: A camada mais superficial do periósteo contém fibras colágenas e fibroblastos. As fibras de Sharpey é o que prende o periósteo ao osso; Na porção mais profunda é mais celular e apresenta células osteoprogenitoras, que vão diferenciar-se em osteoblastos, desempenhando papel importante no crescimento dos ossos e na reparação das fraturas; O endósteo é constituído por uma camada de células osteogênicas achatadas revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de Volkmann. 3.6. Tipos de tecidos ósseos: Nos ossos longos as epífises são formadas por osso esponjoso com uma delgada camada superficial compacta e a diáfise é quase toda compacta (osso cortical), com osso esponjoso na camada profunda, delimitando o canal medular; Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recoberto por uma camada compacta. Os ossos chatos possuem duas camadas compactas (tábuas internas e externas), separadas por osso esponjoso (díploe) Tecido ósseo primário ou imaturo: Apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções, tem menor quantidade de sais minerais e maior proporção de osteócitos do que o tecido secundário; No adulto, persiste apenas próximo as suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção de tendões. Tecido ósseo secundário ou lamelar: Possui fibras colágenas organizadas em lamelas, que u ficam paralelas ou em camada concêntricas, formando os sistemas de Havers ou ósteons. Histogênese: Ossificação intramembranosa: É o processo formador dos ossos frontal, parietal, e de partes do occipital, do temporal e dos maxilares. Contribui para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos ossos longos; Tem início pela diferenciação de células mesenquimais que se transformam em grupos de osteoblastos, estes sintetizam o osteóide, que logo se mineraliza, englobando alguns osteoblastos que se transformam em osteócitos; A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo. Ossificação endocondral: Tem inicio em uma cartilagem hialina; Responsável pela formação dos ossos curtos e longos; Primeiro a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos e morte por apoptose dos mesmos, redução e mineralização da matriz cartilaginosa; Depois as cavidades antes ocupadas pelo condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas. Tais células diferenciam-se em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem ossificada. Crescimento dos ossos: Os ossos chatos crescem por formação do tecido ósseo pelo periósteo situado entre as suturas e na face externa do osso, enquanto ocorre reabsorção na face interna. Nos ossos longos, as epífises aumentam de tamanho devido ao crescimento radial da cartilagem, acompanhada por ossificação endocondral. A diáfise cresce em extensão pela atividade dos discos epifisários e, em espessura, pela formação do tecido ósseo na superfície externa da diáfise com a reabsorção na superfície interna, o que aumenta o diâmetro do canal medular. 4. TECIDO CARTILAGINOSO 4.1. Características: É uma forma especializadade tecido conjuntivo de consistência rígida;, Contém condrócitos e abundante material extracelular que constitui a matriz; As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são as chamadas lacunas; Não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio), nem vasos linfáticos e nervos; As cartilagens que revestem as superfícies dos ossos nas articulações móveis não têm pericôndrio e recebem nutrientes do líquido sinovial das cavidades articulares. 4.2. Funções: Suporte de tecidos moles; Reveste superfícies articulares, onde absorve choques; Facilita o deslizamento dos ossos nas articulações; É essencial pra a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intra-uterina e depois do nascimento; 4.3. Tipos: Cartilagem hialina: É o tipo mais freqüente encontrado no corpo humano; Tem coloração branco-azulada e translúcida a fresco; Forma o primeiro esqueleto do embrião; No adulto, é encontrada na parede das fossas nasais, traquéia e brônquios, na extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos; É formada por fibrilas de colágeno tipo II associadas ao ácido hialurônico, proteoglicanas muito hidratadas e glicoproteínas; O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanas atua como um sistema de absorção de choques mecânicos; É envolvida por uma camada de tecido conjuntivo denso, o pericôndrio, que é fonte de condrócitos para o crescimento e responsável pela nutrição, oxigenação e eliminação de refugos metabólicos de cartilagem e também é rico em fibras de colágeno tipo I na parte superficial e mais rico em células à medida que se aproxima da cartilagem; O crescimento da cartilagem pode ser intersticial, por divisão mitótica dos condrócitos preexistentes ou aposicional, que se faz a partir de células dos pericôndrio, que é a principal, Cartilagem elástica: É encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe; Além de fibrilas de colágeno, possui uma abundante rede de fibras elásticas continuas com as do pericôndrio; Tem coloração amarelada a fresco; A coloração usada para examiná-la é a orceína; O crescimento ocorre principalmente por aposição. Cartilagem fibrosa: É encontrada nos disco intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se inserem os ossos, e na sínfise pubiana; Está sempre associada a conjuntivo denso; Os condrócitos formam fileiras alongadas; É acidófila, por conter grande quantidade de fibra colágena; A substancia fundamental amorfa é escassa e limitada à proximidade das lacunas; Na fibrocartilagem não existe pericôndrio. 5. TECIDO MUSCULARr 5.1. Características: Origina-se do mesoderma; Presença de proteínas filamentosas contráteis (miofibrilas); Componentes recebem nomes especiais: sarcolema (MP), sarcoplasma (citoplasma) e reticulo sarcoplasmático (REL). 5.2. Função: Responsável pelos movimentos corporais. 5.3. Classificação: De acordo com suas características morfológicas e funcionais: 5.3.1. Músculo estriado esquelético: São formados por feixes de células longas, cilíndricas e multinucleadas, que tem origem no embrião através de células alongadas, os mioblastos; Possuem envoltórios: epimísio, endomísio e perimísio; São muito irrigados, cujos vasos sanguíneos penetram no músculo através dos septos de tecido conjuntivo e correm entre as fibras musculares; Cada fibra muscular apresenta uma terminação nervosa motora (placa motora); De acordo com a estrutura e a composição química, as fibras musculares esqueléticas dividem-se em: tipo I ou lentas, tipo II ou rápidas e intermediárias; Sarcoplasma preenchido por fibrilas paralelas, as miofibrilas: Aparecem com estriações transversais, que são alternâncias das faixas claras e escuras; Banda A, banda I e linha Z; A unidade funcional do tecido muscular estriado é o sarcômero: formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z e contêm uma banda A, separando duas semibandas I. ainda na banda A apresenta uma zona mais clara, no centro, chamada banda H; No microscópio eletrônico observa-se a presença de filamentos finos de actina e filamentos grossos de miosina; Estes dois filamentos são unidos e presos ao sarcoplasma por diversas proteínas, como a desmina e distrofina; As miofibrilas contêm quatro proteínas principais: Actina: o Actina F formada por monômeros globulares (actina G), torcidas uma sobre a outra em forma de hélice dupla; o Possui uma região que interage com a miosina; Tropomiosina: o Molécula longa e fina; o Localiza-se no sulco existente entre os dois filamentos de actina G; Troponina: o Possui três subunidades: TnT, que se liga fortemente à tropomiosina; TnC, que tem grande afinidade por íon cálcio; TnI, que cobre o sítio ativo onde ocorre interação entre a actina e miosina; Miosina: o Molécula grande, em forma de bastão; o Em uma de suas extremidades, possui locais específicos para a combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica; o Nesta parte também se encontra o local de combinação com actina; Contração muscular: Durante o ciclo de contração, o filamento de actina desliza sobre o filamento de miosina; O ATP liga-se à ATPase das cabeças de miosina; A actina atua como cofator, para liberar a energia química do ATP; Quando em repouso, a miosina não pode se associar a actina, por causa da repressão do sítio ativo feito pelo complexo troponona- tropomiosina; Na presença de cálcio, muda a configuração das três moléculas de troponina, liberando o sítio ativo da actina, ativando o complexo miosina-ATP; Essa atividade resulta do movimento da cabeça da miosina, fazendo o seu deslizamento sobre a actina; Quando a membrana do retículo sarcoplasmático é despolarizada pelo estímulo nervoso, os íons cálcio são liberados passivamente e atingem os filamentos finos e grossos; Quando cessa a despolarização, o retículo sarcoplasmático recolhe os íons por processo ativo; Placa motora: Local onde se inicia a despolarização da membrana; Consiste em uma junção entre nervo e músculo, situada na superfície da fibra muscular; É comandada por nervos motores que se ramificam no tecido conjuntivo do perimísio; Neste local, o nervo perde a bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de uma depressão na superfície da fibra muscular; O terminal axônico apresenta numerosas mitocôndrias e vesículas sinápticas com acetilcolina; A despolarização, iniciada na placa, propaga-se ao longo da fibra muscular e penetra na sua profundidade através do sistema de túbulos transversais: É o responsável pela contração uniforme da cada fibra muscular esquelética; É constituído por uma rede de invaginações tubulares do sarcolema, cujos ramos vão envolver ambas as junções das bandas A e I de cada sarcômero; Tríade é o complexo formado pelo túbulo T e cisternas terminal do retículo sarcoplasmático presentes em cada lado do túbulo; Unidade motora: É a fibra nervosa mais as fibras musculares por ela inervada. 5.3.2. Músculo estriado cardíaco: É constituído por células alongadas que se anastomosam irregularmente; Apresentam estriações transversais semelhantes a do músculo esquelético; Possuem um ou dois núcleos localizados centralmente; São revestidos por uma delgada bainha de tecido conjuntivo muito irrigado; Presença de discos intercalares, que são junções ondeaparecem zônula de adesão, desmossomos e junções comunicantes; O sistema T e o retículo sarcoplasmático não são muito desenvolvidos, como no ME, são encontrados ao nível da banda Z; Presença de díades; No MC, as mitocôndrias ocupam 40% do volume citoplasmático, refletindo o intenso metabolismo aeróbio; A principal fonte de energia é os ácidos graxos que são armazenados sob forma de triglicerídeos; Apresentam grânulos secretores, mais numerosos no átrio esquerdo, que contém molécula precursora do hormônio ou peptídeo atrial natriurético; Tem sistema próprio de auto-estimulação, composto por células musculares cardíacas modificadas; 5.3.3. Músculo liso: Formado por associação de células longas, fusiformes, com núcleo único e central; São revestidas por lâmina basal e mantidas unidas por uma rede muito delgada de fibras reticulares; O sarcolema apresenta grande quantidade de vesícula de pinocitose; Os filamentos de actina e miosina não apresentam organização encontrada nas fibras estriadas; Apresentam feixes de miofilamentos que se cruzam em todas as direções formando uma trama tridimensional; A miosina da célula lisa só interage com a actina quando a miosina está fosforilada; O cálcio, no sarcoplasma, forma um complexo com a calmodulina, que ativa a cinase da cadeia leve de miosina, mudando a formação da cabeça, o que resulta no deslizamento dos miofilamentos; As células apresentam os corpos densos que servem de ancoragem para os filamentos de actina e intermediários; Não possuem sistema T e o reticulo sarcoplasmático é extremamente reduzido. As vesículas de pinocitose desempenham o papel regulador do cálcio; Existem terminações nervosas, mas o grau de controle é variado. Recebem fibras do sistema nervoso simpático e parassimpático; 5.4. Regeneração: O músculo cardíaco não se regenera. Nas lesões do coração, as partes destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras colágenas, formando uma cicatriz de tecido conjuntivo denso; O músculo estriado esquelético tem pequena capacidade de regeneração. Admite-se que as células satélites sejam responsáveis por esta regeneração. Tais células são mononucleadas, fusiformes, dispostas paralelamente às fibras musculares dentro da lâmina basal. Após uma lesão,as células satélites tornam-se ativas, proliferam por divisão mitótica e se fundem umas às outras para formar novas fibras musculares esqueléticas. As células satélites também entram em mitose quando o músculo é submetido a exercício intenso. Neste caso elas se fundem coma s fibras musculares preexistentes, contribuindo para a hipertrofia do músculo; O músculo liso é capaz de uma resposta regenerativa mais eficiente. Ocorrendo lesão, as células musculares lisas que permanecem viáveis entram em mitose e reparam o tecido destruído. Na regeneração do tecido muscular liso da parede dos vasos sanguíneos há também a participação dos pericitos, que se multiplicam por mitose e originam novas células musculares lisas. 6. TECIDO NERVOSO O tecido nervoso é um dos quatro tios básicos de tecidos do corpo, encontrando-se distribuído por todo organismo. É formado por células, os neurônios e as células glia ou neuroglia. Estas, por sua vez, são formadas pelos astrócitos protoplasmáticos e fibrosos, pelos oligodendrócitos e pelas microglias. Todas estas células agrupam-se, formando o Sistema Nervoso, que é dividido em Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal) e em Sistema Nervoso Periférico (gânglios nervosos e nervos). 6.1. Neurônios O neurônio é a maior célula nervosa. Histomorfologicamente é formado por um corpo (pericário), onde se localiza o núcleo. Do corpo partem prolongamentos celulares denominados dendritos e um prolongamento citoplasmático chamado axônio, cuja extremidade distal denomina-se telodendro. De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser classificados em: Neurônios Multipolares: Apresentam vários dendritos e um axônio. É o tipo mais comum. Neurônios Bipolares: Apresentam um dendrito e um axônio, localizados em pólos opostos da célula. Encontrados nos gânglios coclear e vestibular, na retina e na mucosa olfatória. Neurônios Pseudo-unipolares: Apresentam apenas um prolongamento citoplasmático, que próximo ao pericário bifurca-se em axônio e dendrito. Encontrados nos gânglios espinhais. Obs.: Todo neurônio pode apresentar um ou vários dendritos, entretanto apresenta só um axônio. Citomorfologicamente o neurônio apresenta o núcleo arredondado e central. A cromatina nuclear é descondensada ( eucromatina), por isso, o seu núcleo é claro, deixando o nucléolo bem evidente. Em neurônios do sexo feminino, encontra-se aderido à face interna do envoltório uma estrutura elétron-densa denominada cromatina sexual. No citoplasma dos neurônios destaca-se em volta do Núcleo a presença do Complexo de Golgi que é visto apenas no citoplasma do pericário, não sendo observado no citoplasma dos dendritos, nem do axônio. As mitocôndrias são encontradas em grande quantidade no citoplasma dos telodendros, em quantidade moderada no pericário. No citoplasma do pericário encontram-se estruturas basófilas, constituídas por polirribossomos livres e Retículo Endoplasmático Rugoso, denominadas Corpúsculo de Nissl. Destacam-se também algumas inclusões citoplasmáticas e algumas vesículas lipídicas. Sinapses São locais de contato entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetuadoras. A função da sinapse é transformar um sinal elétrico do neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua sobre a célula pós- sináptica. A maioria das sinapses transmite informação por meio da liberação de neurotransmissores. A sinapse constitui-se por um terminal axônico (terminal pré-sináptico) que traz o sinal, uma região na superfície da outra célula, onde gera um novo sinal (terminal pós-sináptico) e um espaço muito delgado entre os dois terminais, a fenda pós-sináptica. A sinapse de um axônio com o corpo celular (pericário) chama-se axo- somática, a sinapse com um dendrito chama-se axo-dendrítica e entre dois axônios chama-se axo-axônica. O terminal pré-sináptico contém vesículas sinápticas com neurotransmissores e contém também muitas mitocôndrias. Por não possuir estas vesículas é rara a passagem de estímulo nervoso de um dendrito para outro, mas isto acontece, sendo chamada de sinapse dentro- dendrítica. 6.2. Neuroglia Astrócitos protoplasmáticos: (localizam-se na substância branca) Citomorfologicamente apresentam o corpo arredondado, de onde partem numerosos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes grossos e intensamente ramificados. Alguns destes prendem-se à parede endotelial dos capilares sanguíneos, sendo chamados de pés- vasculares. Por isso são responsáveis pela sustentação e nutrição do tecido nervoso. Participam também do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. Astrócitos fibrosos: Apresentam corpo celular de uma forma irregular, de onde partem numerosos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes muito ramificados. Alguns destes formam os pés-vasculares, por isso, também são responsáveis pela nutrição e sustentação do tecido nervoso. Oligodendrócitos: Apresentam o corpo celular, geralmente, com a forma hexagonal, de onde partem poucos prolongamentos citoplasmáticos, sendo estes finos e pouco ramificados. Formam a bainha de mielina no SNC. Microglias: Apresentam corpo pequeno e oval, de onde partem numerosos prolongamentos, sendo estes finos e intensamente ramificados, conferindo à célula um aspecto espinhoso. São célulasfagocitárias e representam o sistema histiocitário. Células Ependimárias: São células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais as células ependimárias são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano. Obs.: As células da neuroglia não são evidenciáveis à microscopia óptica em cortes corados por método de rotina (HE). Para observá-las faz-se necessário colorações especiais que utilizam a prata e o ouro. 6.3. Sistema nervoso 6.3.1. Sistema nervoso central (SNC): É formado pelo cérebro, cerebelo e medula espinhal; Substância branca: É constituída por axônios mielinizados, oligodendrócitos produtores de mielina. Possui também outras células da glia; É predominante nas partes centrais do cérebro e do cerebelo, já na medula localiza-se externamente. Substância cinzenta: É formada de corpos de neurônios, dendritos, a porção inicial não mielinizada dos axônios e células da glia; Predomina na superfície do cérebro e do cerebelo, constituindo o córtex cerebral e cerebelar, enquanto na medula localiza-se internamente, com a forma de letra H, que, por sua vez, possui um corno anterior, onde possui neurônios motores e um orno posterior, que recebe as fibras sensitivas. Tais neurônios são multipolares e volumosos; No córtex cerebral a substância cinzenta está organizada em seis camadas, já no córtex cerebelar existem três camadas, a camada molecular, a mais externa; uma camada central com grandes células de Purkinje; e uma camada granulosa mais central, formada por neurônios muito pequenos. Meninges: É formada por tecido conjuntivo e envolve o SNC; São formadas por três camadas: Dura-máter: É a meninge mais externa, constituída por tecido conjuntivo denso, contínua com o periósteo dos ossos da caixa craniana e separada do periósteo das vértebras, formando o espaço peridural, que contém tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo; Aracnóide: É formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos, com suas superfícies revestidas por epitélio simples pavimentoso. A parte que a mantém contato com a dura-máter é constituída por membrana, possuindo um espaço entre elas, o espaço subdural; e a parte que a liga com a pia-máter é constituída de traves, formando uma cavidade, o espaço subaracnóideo, que contém líquido cefalorraquidiano, constituindo um colchão hidráulico; Pia-máter: É muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso, ficando entre eles prolongamentos dos astrócitos. A sua superfície externa é revestida por células achatadas. 6.3.2. Sistema nervoso periférico (SNP): É formado por nervos, gânglios e terminações nervosas. Fibras nervosas: Constituídas por um axônio e suas bainhas envoltórias; Seus grupos formam os feixes ou tratos do SNC e os nervos do SNP; Nas fibras periféricas a célula envoltória é a célula de Schwann, já no SNC estas células são os oligodendrócitos. O conjunto de envoltórios é denominado bainha de mielina, que se interrompe em intervalos regulares, formando os nódulos de Ranvier; O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, o epineuro, que reveste o nervo. Cada um dos feixes é revestido por uma bainha de várias camadas de células, o perineuro. Os axônios estão envolvidos por bainha de células de Schwann, com sua lâmina basal e um envoltório conjuntivo constituído principalmente por fibras reticulares, o endoneuro. Gânglios: É o acumulo de neurônios localizados fora do SNC; São esféricos protegidos por cápsulas conjuntivas e associados a nervos; Conforme a direção do impulso nervoso, os gânglios podem ser: Gânglios sensoriais (aferentes): podem estar associados aos nervos cranianos (gânglio cranianos) ou localizados nas raízes dorsais dos nervos espinhais (gânglios espinhais), que são aglomerados de grandes corpos neuronais, com muitos corpos de Nissl e circundados por células da glia, denominadas células satélites. Os neurônios dos gânglios cranianos e espinhais são pseudo-unipolares. O gânglio do nervo acústico é o único bipolar. Um estroma de tecido conjuntivo forma uma cápsula que protege o gânglio; Gânglios do sistema nervoso autônomo (eferente): aparecem como formações bulbosas ao longo dos nervos do sistema nervoso autônomo, localizando-se alguns no interior de certos órgãos, principalmente na parede do tubo digestivo, formando os gânglios intramurais. Os neurônios são geralmente multipolares, com a camada de células satélites incompleta. 6.4. Sistema nervoso autônomo: Relaciona-se com o controle da musculatura lisa, com a modulação do ritmo cardíaco e com a secreção de algumas glândulas, mantendo a homeostase; É formado por aglomerados de células nervosas, localizadas no SNC, por fibras que saem do SNC através dos nervos cranianos e espinhais e pelos gânglios nervosos situados ao longo dessas fibras; É uma rede de dois neurônios. O primeiro está ligado no SNC e entra em conexão sináptica com o segundo no gânglio. As fibras que ligam o primeiro ao segundo são as pré-ganglionares e as que partem do segundo são as pós-ganglionares; É formado por duas partes distintas: o sistema simpático, que possui núcleos nas porções torácica e lombar da medula, em geral, tem ação estimuladora e tem como mediador químico a noradrenalina; e o sistema parassimpático, cujos núcleos situam-se no encéfalo e na porção sacral da medula, em geral, tem ação inibidora, e tem como mediador químico a acetilcolina. 7. SANGUE Funções: Transporte; Sistema tampão; Nutrição; Excretora; Manutenção do volume do fluído corporal; Regulação térmica; Proteção. Coloração: Misturas especiais (eosina, azul de metileno e azuares). Glóbulos sanguíneos: Eritrócitos ou hemácias; Leucócitos: granulócitos e agranulócitos; Plaquetas. Plasma: Solução aquosa; Proteínas plasmáticas; Sais inorgânicos; Compostos orgânicos. Hemácias Tamanho: o 7,5µm de diâmetro e 2,6 µm de espessura; Quantidade: o Mulher: 3,9 a 5,5 milhões por mm³; o Homem: 4,1 a 6,0 milhões por mm³; Função: o Transportar oxigênio e um pouco de gás carbônico. Leucócitos Granulócitos: Neutrófilo: o Características: Dois a cinco lóbulos no núcleo; Citoplasma com diversos grânulos; o Tamanho: 12-15µm de diâmetro; o Quantidade: 60-70% dos leucócitos; o Função: Fagocita intensamente. Eosinófilo: o Características: Núcleo bilobular; Citoplasma com diversos grânulos; o Tamanho: 12-15µm de diâmetro; o Quantidade: 2-4% dos leucócitos; o Funções: Fagocita somente complexo antígeno anticorpo; Libera uma enzima que bloqueia a ação da histamina liberada por mastócitos (modulador). Basófilo: o Características: núcleo retorcido em forma de “S”. as granulações azuladas do citoplasma sobrepõem o núcleo; o Tamanho: 12-15µm de diâmetro; o Quantidade: 20-30% dos leucócitos; o Funções: Histamina: fatores quimiotáticos para eosinófilos e neutrófilos; Heparina: responsável pela metacromasia do grânulo. Leucócitos Agranulócitos: Linfócito: o Características: Núcleo geralmente esférico; Cromatina esta bastante condensada (heterocromatina), o que faz o núcleo ser bastante corado; Delgado citoplasma; o Tamanho: 6-18µm de diâmetro; o Quantidade: 20-30% dos leucócitos o Função: Linfócito T: resposta celular (produzido na medula óssea e amadurece no timo); Linfócito B: resposta humoral (produzido e amadurecido na medula óssea). Monócito:o Características: Maior leucócito; Núcleo e forma de rim ou em ferradura; Cromatina está muito descondensada (eucromatina); o Tamanho: 12-20µm de diâmetro; o Quantidade: 3-8% dos leucócitos; o Função: Diferencia-se em macrófago. Plaquetas Tamanho: o 2-4µm de diâmetro; Quantidade: o 200.000-400.000µ/L; Função: o Coagulação sanguínea. 8. SISTEMA CARDIOVASCULAR Todo o sistema circulatório (sanguíneo e linfático) encontra-se revestido internamente por um epitélio simples pavimentoso originado do mesênquima, o endotélio. O sistema circulatório, através da distribuição de hormônios e nutrientes para as células e tecido do corpo, e do transporte de produtos do refugo do metabolismo para órgãos excretores, contribui para manter a constância do meio interno e para integrar o funcionamento do organismo como um todo. O sistema circulatório abrange os sistemas vascular sangüíneo e linfático. O sistema vascular sanguíneo é formado pelos seguintes componentes: coração, artérias, capilares e veias. 8.1. Capilares sangüíneos Constituição: o Uma camada de células endoteliais, enroladas em forma de tubo; o Uma lâmina basal onde os endotélios se apóiam; o Espessura: varia de 9 a 12 mm. Tipos: o Capilares Contínuos ou Somáticos: o Ausência de fenestrações em suas paredes; o São encontrados em todos os tipos de músculo, tecido conjuntivo, glândulas exócrinas e tecido nervoso. o Capilares Fenestrados ou Viscerais: o Presença de orifícios (fenestrações), obliterados por um diafragma que é mais delgado que a membrana celular; o Lâmina basal contínua; o São encontrados em órgão onde ocorre intensa trocas entre o tecido eo sangue (rins, intestino e glândula endócrina). o Capilares Fenestrados sem Diafragma: o Fenestrada sem diafragma; o Lamina basal contínua; o São encontrados no glomérulos renais. o Capilares Sinusóides: o Trajeto tortuoso com calibre aumentado (diminui a velocidade da circulação sanguínea) o Células endoteliais formam uma camada descontínua; o Grande quantidade de poros sem diafragma; o Presença de macrófago na parede; o Lamina basal descontínua; o São encontrados no fígado e nos órgãos hemocitopoéticos (medula óssea e baço) o Apresentam essa estrutura que lhes convergem a característica de serem mais fácil e mais intenso o intercâmbio do sangue com o tecido. 8.2. Células endoteliais Além de papel nas trocas de moléculas e células entre o sangue e os tecidos, as células endoteliais exercem diversas funções: > Ativação: conversão de angiotensina I em angiotensina II; > Inativação: conversão de bradicinina, serotonina, noradre- nalina, trombina e outras moléculas biologicamente ativas em com- postos inertes; > Lipólise: degradação enzimática de lipoproteínas; > Produção de fatores vasoativos; > Função antitrombogênica. 8.3. Camadas dos Vasos Sangüíneos Túnica Íntima: o Uma camada de células endoteliais; o Camada subendotenlial (tec. Conjuntivo frouxo) o Pode ocasionalmente apresentar células musculares lisas esparsas; o Nas artérias, a camada íntima apresenta ainda a membrana limitante elástica interna, que é a camada mais externa da íntima, separando-a da média. Túnica Média: o Fibras musculares lisas; o Fibras elásticas, fibras reticulares e proteoglicanas; o Nas artérias, a média possui também uma lâmina limitante elástica externa, que a separa da túnica adventícia. Túnica Adventícia: o Tecido conjuntivo (fibras de colágeno e elástica). 8.4. Vasos Arteriais Arteríolas: São os menores tipos de vasos arteriais; o Túnica íntima: apresenta a camada subendotelial muito delgada e não existe a membrana limitante elástica interna, exceto nas arteríolas mais grossas; o Túnica média: formada por uma ou duas camadas de células musculares lisas e não existe limitante elástica externa; o Túnica adventícia: pouco desenvolvida. Artérias de Médio Calibre (artérias musculares): o Túnica íntima: composta por uma camada subendotelial mais espessa do que nas arteríolas e por um a membrana limitante elástica interna bem desenvolvida; o Túnica média: pode conter mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. Alem disso, também apresenta quantidade variável de fibras elásticas, fibras reticulares e proteoglicanas. E ainda é composta por uma membrana limitante elástica externa, exceto nas artérias musculares mais finas. o As limitantes elásticas e a túnica íntima aparecem pregueadas nos cortes histológicos, devido à queda da pressão arterial e à contração da musculatura lisa no momento da morte; o A camada muscular das artérias médias pode controlar o afluxo do sangue nos vários órgãos por meio de seu grau de contração ou relaxamento; o Túnica adventícia: é formada por tecido conjuntivo rico em fibras colágenas e com algumas fibras elásticas. Apresenta capilares linfáticos, vasos vasorum e nervos, que podem penetrar até a parte externa da túnica média. Artérias de Grande Calibre (artérias elásticas): o Túnica íntima: bastante espessa devido ao grande desenvolvimento da camada subendotelial e rica em fibras elásticas. A membrana elástica interna não é bem evidente.; o Túnica média: acumula elastina resultando na cor amarelada dessas artérias. É constituída por uma serie de membranas elásticas, perfuradas, dispostas concentricamente, que estão intercaladas por células musculares lisas, fibras colágenas, proteoglicanas e glicoproteínas.as laminas elásticas permitem a túnica média regularizar o fluxo sangüíneo, fazendo com que as artérias se distendem na sístole e recuperem seu calibre normal na diástole, impulsionando o sangue; o Túnica adventícia: é relativamente pouco desenvolvida. 8.5. Vasos Venosos Vênula: o Túnica íntima: composta por endotélio e delgada camada subendotelial; o Túnica média: inexiste ou é formada por poucas fibras musculares lisas; o Túnica adventícia: composta de tecido conjuntivo. É mais espessa. Veias de pequeno e médio calibre: o Túnica íntima: com camada subendotelial delgada; o Pequenos feixes de músculo liso entremeados de fibras reticulares e de uma rede delicada de fibras elásticas; o De natureza colágena. É bastante desenvolvida; o As veias contêm válvulas no seu interior. As válvulas são pares de dobras da camada íntima, em forma de semilua. São constituídas por tecido conjuntivo com fibras elásticas. Veias de grande calibre: o Túnica íntima: é bem desenvolvida; o Túnica média: é bastante reduzida, com pouco músculo e pouco conjuntivo; o Túnica adventícia: é a camada mais evidente, contendo feixes de músculo liso dispostos longitudinalmente ao vaso. 8.6. Vasos linfáticos Consiste em vasos, revestidos por endotélio, que recolhem o líquido tecidual e o devolvem no sangue. Esse líquido, ao contrário do sangue, circula em uma direção, isto é, dos órgãos para o coração. Os capilares linfáticos originam-se nos vários tecidos como delgados túbulos em fundo de saco constituídos apenas por endotélio e lâmina basal incompleta. 8.7. Coração É um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue no sistema circulatório, e é também o responsável pela síntese de um hormônio chamado polipeptídeo atrial natriurético. Sua parede é constituída por três túnicas: Túnica interna ou Endocárdio: o Homólogo à camada íntima dos vasos; o Constituída por endocárdio apoiado sobre uma delgada camada subendotelial, de tecido conjuntivo frouxo; o Entre o miocádio e a camada subendotelial, encontra-se o estrato subendocárdio (tec. Conj.), onde correm vasos, nervos e ramos do aparelho condutor. Túnica médiaou Miocárdio: o Constituído por fibras musculares cardíacas; o Disposição das fibras variáveis. Túnica externa ou Pericárdio: o É um saco seroso onde está contido o coração; o Externamente ao coração encontra-se o epicárdio (pericárdio visceral) que é a camada visceral do pericárdio. É constituído por tecido conjuntivo frouxo que contém vasos, nervos e gânglios nervosos. Obs.: o coração apresenta-se coberto externamente por um tecido epitelial pavimentoso simples (mesotélio) apoiada em delgada camada conjuntiva (epicárdio). 8.8. Esqueleto Fibroso do Coração São septos membranosos, trígonos fibrosos e anéis fibrosos. Constituição: o Tecido conjuntivo denso; o Em determinadas regiões, aparecem zonas de cartilagens fibrosas. Função: o Servem de ponto de apoio às válvulas (cordoalhas tendíneas) e fibras musculares cardíacas (trabéculas córneas). 8.9. Válvulas Cardíacas É constituída por tecido conjuntivo denso contendo fibras colágenas e elásticas (no centro), revestida nas suas duas faces por uma camada endotelial. 8.10. Nodos Cardíacos É um sistema próprio que o coração possui para gerar estímulos e transmitir a excitação produzida. Esse sistema é constituído por dois nodos localizados no átrio. O nodo sinoatrial e o nodo atrioventricular, e por um feixe, o chamado feixe atrioventricular. > Nodo Sinoatrial: Massa de células musculares cardíacas especializadas, pequenas e fusiformes, ricas em sarcoplasma e pobre em miofibrilas. > Nodo atrioventricular: Semelhante ao sinoatrial, porém apresentam células ramificadas com prolongamentos que se entrecruzam, formando uma rede. Obs.: estas células têm um ou dois núcleos, como as fibras do miocárdio, mas possuem o citoplasma muito rico em glicogênio e pobre em miofibrilas, que se localizam somente na periferia do citoplasma. 9. SISTEMA RESPIRATÓRIO Os pulmões e as inúmeras vias aéreas a eles ligadas compõem o sistema respiratório. As vias aéreas entram nos pulmões e lá se ramificam constituindo a árvore brônquica, essas ramificações atingem espaços aéreos pequenos, chamados alvéolos. As vias do trato respiratório dividem-se em: 1) porção condutora: constituída pelas cavidades nasais (durante a respiração forçada, a cavidade oral também faz parte dessa porção), faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos; 2) porção respiratória: formada pelos bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. A porção condutora tem a função de acondicionar o ar, fazendo com que ele seja aquecido e umidificado, além disso, tem a função de retirar do ar as partículas indesejadas. Já a porção respiratória é aquele local onde ocorre a troca gasosa entre o ar e o sangue. A principal função do sistema respiratório é a troca gasosa nos pulmões. A base estrutural para a realização dessa função é a relação de organização estabelecida entre os capilares pulmonares e os alvéolos durante a irrigação pulmonar. A irrigação dos pulmões é feita por vasos sangüíneos que entram neles com os brônquios e ramificam-se em vasos cada vez menores que, finalmente, entram em íntimo contato com os alvéolos. Cada componente do sistema respiratório tem uma constituição histológica dependendo da função que será desempenhada por esse órgão. 9.1. Fossas nasais As fossas nasais são subdivididas em três regiões: o vestíbulo, a área respiratória e a área olfatória. Todas essas porções são revestidas por uma mucosa com diferentes estruturas, conforme a região considerada. A porção mais anterior e dilatada das fossas nasais chama-se vestíbulo; sua mucosa é formada por um epitélio plano estratificado não-queratinizado e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo denso. Nesse local existem pêlos e glândulas cutâneas, que constituem uma primeira barreira à entrada de partículas grosseiras de pó nas vias aéreas. A área respiratória é a maior parte das fossas nasais, sua mucosa é constituída por um epitélio pseudo-estratificado colunar ciliado, com muitas células caliciformes. Esse tipo de epitélio reveste a maioria das vias aéreas, por isso freqüentemente é chamado de epitélio tipo respiratório. O epitélio respiratório repousa sobre um lâmina basal, depois dela vem uma lâmina própria fibrosa rica em glândulas do tipo misto, cuja secreção ajuda a manter úmidas as paredes das cavidades nasais. A lâmina própria por sua vez se apóia no periósteo subjacente. O epitélio respiratório típico consiste em seis tipos celulares identificáveis ao microscópio eletrônico, todas as células desse epitélio apoiam- se na lâmina basal. O tipo mais abundante é a célula colunar ciliada, cada células possui cerca de 300 cílios na superfície apical e embaixo dos corpúsculos basais há numerosas mitocôndrias (produzem ATP para possibilitar os batimentos ciliares). Em segundo lugar quantitativo, estão as células caliciformes, as quais são secretoras de muco rico em polissacarídeos. Existem ainda as células em escova, devido aos numerosos microvilos presentes em suas superfícies apicais. Além disso, têm as células basais, pequenas e arredondadas, estas células multiplicam-se continuamente, por mitose e originam os demais tipos celulares do epitélio respiratório. Outro tipo celular é a célula granular; célula endócrina que atua como efetora na integração das secreções mucosa e serosa; parece a célula basal, mas possui numerosos grânulos que deixam sua parte central mais densa aos elétrons. Devemos ressaltar que nas áreas mais expostas ao ar, o epitélio apresenta-se mais alto e com maior número de células caliciformes. A área olfatória, está localizada na região superior das fossas nasais e é responsável pela sensibilidade olfativa. O epitélio que compõe essa região é o epitélio respiratório formado por três tipos distintos de células: 1) células de sustentação: prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na base, com microvilos na sua superfície que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio, além disso essas células possuem um pigmento acastanhado que é responsável pela cor marrom da mucosa olfatória; 2) células basais: pequenas, arredondadas ou cônicas, formam um a camada única na região basal do epitélio, entre as células olfatórias e as de sustentação; 3) células olfatórias: são neurônios bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. São dilatadas nas extremidades de onde partem cílios longos, sem movimento e com a função de receptores. 9.2. Seios paranasais São grandes espaços aéreos situados no interior dos ossos frontal, etmóide, esfenóide e o maxilar, que se abrem para a cavidade nasal. Os seios paranasais são revestidos por um epitélio respiratório, isto é, pseudo- estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. As secreções se dirigem dos seios para as cavidades nasais através de uma atividade ciliar coordenada. 9.3. Faringe A faringe é uma estrutura que liga a cavidade nasal à laringe, ela serve aos sistemas respiratórios e digestivo. Sua função é servir de passagem para o ar e alimentos, além de servir como uma câmara de ressonância para a fala. Esse órgão divide-se em três porções: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Certas porções da faringe estão sujeitas ao desgaste pelos alimentos que não tenham sido bem macerados; esses locais são revestidos por epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. As porções não sujeitas ao desgaste são revestidas por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. Sob o epitélio de revestimento está a lâmina própria constituída por tecido conjuntivo fibroelástico. Externamente ao tecido conjuntivo está o tecido muscular estriado dos músculos faríngeos e externamente a estes há mais tecido conjuntivo.A faringe contém glândulas mucosas perto da sua junção com o esôfago, além disso apresentam agregados de nódulos linfáticos que são denominados tonsilas faríngeas ou palatinas. 9.4. Laringe A laringe é um tubo irregular que une a faringe à traquéia. Suas paredes são compostas por peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibroelástico (que mantém a laringe sempre aberta). As maiores peças cartilaginosas (tireóide, cricóide) são formadas por cartilagem do tipo hialina; as demais peças são cartilagens do tipo elástico. A mucosa da faringe forma dois pares de pregas que fazem saliência na luz; o primeiro par de pregas constitui as falsas cordas vocais ou pregas vestibulares (essa região tem lâmina própria frouxa e numerosas glândulas); o segundo par de pregas constitui as cordas vocais verdadeiras (com eixo de tecido conjuntivo elástico, ao qual se seguem, externamente, os chamados músculos intrínsecos da laringe). A laringe não tem um revestimento epitelial uniforme ao longo da via. Na face ventral e parte da face dorsal da epiglote e nas cordas vocais, o epitélio está sujeito a atritos e desgastes por isso o revestimento desses locais é feito por um epitélio do tipo estratificado plano não-queratinizado. Nas demais regiões, o epitélio de revestimento é do tipo respiratório. Este epitélio está sob uma lâmina própria rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas do tipo misto. Essas glândulas não estão presentes nas cordas vocais verdadeiras. 9.5. Traqueia A traquéia é um órgão que se continua com a laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios extrapulmonares. Na sua estrutura apresenta um número variável de peças cartilaginosas do tipo hialino, as quais são revestidas por pericôndrio que se continua com um tecido conjuntivo fibroso, unindo as cartilagens entre si. A porção dorsal da traquéia (voltada para o esôfago), que não é ocupada por cartilagem apresenta feixes musculares lisos. Ela é revestida internamente por um epitélio do tipo respiratório que está sob uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas. Além disso, contém glândulas principalmente do tipo mucoso, cujos ductos se abrem na luz traqueal. Externamente a traquéia revestida por tecido conjuntivo frouxo, formando a camada adventícia, que liga o órgão aos tecidos vizinhos. A principal característica da mucosa traqueal, é ser secretora. O muco produzido forma um tubo mucoso que funciona como uma barreira mucosa às partículas de pó que entram junto com o ar inspirado, nesse tubo o muco é transportado em direção à faringe pelo batimento ciliar. Outro sistema de defesa além da barreira mucosa, é a barreira linfocitária, sua função é imune e ela é composta por linfócitos e por acúmulos linfocitários ricos em plasmócitos. 9.6. Brônquios Os brônquios são ramificações da traquéia. Nos seus ramos maiores, a mucosa que reveste os brônquios é idêntica à da traquéia; já nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Abaixo da mucosa há uma camada muscular lisa que circunda completamente os brônquios, ela é constituída por feixes musculares dispostos em espiral. Externamente a essa camada muscular encontram-se glândulas do tipo mucoso ou misto, cujos ductos se abrem na luz brônquica. Possui também peças cartilaginosas na sua estrutura, elas são envolvidas por uma capa de tecido conjuntivo rica em fibras elásticas chamada de camada adventícia. Na camada adventícia e na mucosa podemos observar o acúmulo de linfócitos e de nódulos linfáticos, principalmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica. 9.7. Bronquíolos Os bronquíolos são originados de divisões repetidas dos brônquios. Eles são segmentos intralobulares, tendo diâmetro de 1mm ou menos. Na sua constituição não apresentam cartilagem, glândulas e nem nódulos linfáticos. O epitélio que reveste os bronquíolos na porção inicial, é do tipo cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. No decorrer do trajeto dos bronquíolos, o número de células caliciformes diminui progressivamente, podendo até deixar de existir. Apresenta também uma lâmina própria delgada e constituída de fibras elásticas. Depois da mucosa vem uma camada muscular lisa cujas células se entrelaçam com as fibras elásticas. Como observação, podemos dizer que a musculatura da parede dos bronquíolos é relativamente mais espessa que a musculatura da parede dos brônquios. Cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar, onde se ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Os bronquíolos terminais são as últimas porções da árvore brônquica, eles possuem estruturas semelhantes aos demais, porém com paredes mais delgadas. Além disso, esses bronquíolos apresentam células Claras, as quais possuem grânulos citoplasmáticos de função desconhecida. O bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória. O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, revestido por epitélio simples que varia de colunar baixo a cubóide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. A parede desses bronquíolos contém alvéolos (parecem descontínuas num corte histológico). Os alvéolos são expansões saculiformes revestidos por um epitélio capaz de realizar trocas gasosas. 9.8. Ductos Alveolares Esses ductos iniciam efetivamente a porção respiratória. São formados por ramificação dos bronquíolos respiratórios e apresentam-se como condutos longos e tortuosos. A característica principal desse segmento, é apresentar inúmeros alvéolos e sacos alveolares em suas paredes. Devemos observar que entre a abertura de dois alvéolos existem fibras colágenas e elásticas, e células musculares lisas formando feixes musculares. Esses feixes se dispõem ao redor da abertura de um alvéolo, porém não se estendem pelas paredes deste. No entanto, as fibras colágenas e elásticas se continuam com a parede alveolar, constituindo um sistema de sustentação. O revestimento dos ductos alveolares é epitélio do tipo cúbico simples, com células muito baixas. Esses ductos são as últimas porções a apresentar em sua estrutura células musculares lisas. 9.9. Saco Alveolar e Alvéolos A definição de alvéolos é, são pequenas evaginações em forma de saco, encontradas nos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. O ducto alveolar termina em um alvéolo simples ou em sacos alveolares formados por inúmeros alvéolos. Cada parede alveolar é comum a dois alvéolos vizinhos, por isso denomina-se parede ou septo interalveolar. Este septo consiste em duas camadas de epitélio pavimentoso simples separadas por capilares sangüíneos, fibras reticulares e elásticas, fibroblastos e substância fundamental amorfa do conjuntivo. Além disso ele apresenta três tipos celulares distintos: 1) células endoteliais dos capilares: as mais numerosas e com núcleo um pouco menor e alongado que o das células epiteliais de revestimento, o endotélio é do tipo contínuo e não fenestrado; 2) pneumócitos tipo I: também chamado de célula epitelial de revestimento, tem núcleos achatados e distantes entre si devido a grande extensão do citoplasma. Essas células têm um retículo endoplasmático granular pouco desenvolvido e apresentam microvilos curtos em alguns pontos de sua superfície, existem também desmosomas ligando duas células epiteliais vizinhas; 3) pneumócitos tipo II: chamados de células septais, são menos freqüentes que as células epiteliais de revestimento, aparecem de preferência em grupos de duas ou três células nos pontos em que as paredes alveolares se tocam. O núcleo dessas células é maior e mais vesiculoso que o das outras células epiteliaisde revestimento, o citoplasma não se adelgaça, o retículo endoplasmático rugoso é desenvolvido e possui microvilos na superfície livre. A principal característica dessas células é a presença de corpos lamelares na região basal do citoplasma, eles são responsáveis pelo aspecto vesiculoso do citoplasma à microscopia óptica. Quatro membranas separam o ar alveolar do sangue capilar, são elas: o citoplasma da célula epitelial; a lâmina basal dessa célula; a lâmina basal do capilar e o citoplasma da célula endotelial. O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue capilar através dessas membranas e o dióxido de carbono difunde-se em direção contrária. A parede alveolar está sempre revestida por uma fina película surfactante (lipoprotéica), a qual impede o contado direto do ar alveolar com essa parede. A função dessa camada lipoprotéica é diminuir a tensão superficial dos pneumócitos do tipo I (principal célula de revestimento dos alvéolos), essa diminuição permite que os alvéolos sejam inflados com mais facilidade na inspiração, dessa forma o esforço muscular despendido nos movimentos respiratórios é diminuído. 9.10. Pleura Definimos pleura como sendo a camada serosa que envolve o pulmão. Ela é formada por dois folhetos: o parietal e o visceral, os quais são contínuos no hilo pulmonar. Os folhetos são constituídos por mesotélio e por uma fina camada de tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas. Esses dois folhetos são capazes de delimitar, para cada pulmão, uma cavidade pleural independente e revestida pelo mesotélio. Normalmente essa cavidade pleural contém apenas uma película de líquido lubrificante, o qual permite o deslizamento suave dos dois folhetos durante os movimentos respiratórios, impedindo o atrito entre o mesotélio visceral e o parietal. Freqüentemente, pode-se acumular líquido entre os dois folhetos pleurais, isso pode ser explicado pela grande permeabilidade da pleura. O acúmulo ocorre devido à transudação de plasma através dos capilares, provocada por processos inflamatórios. Essa situação é prejudicial para o organismo. 10. SISTEMA DIGESTÓRIO 10.1. Constituição: - Tubo digestivo: > Cavidade oral; > Esôfago; > Estômago; > Intestino; > Reto; > Ânus. - Glândulas anexas: > Fígado; > Pâncreas; > Glândulas salivares. 10.2. Função: Retirar dos alimentos digeridos os metabólicos necessários para o desenvolvimento e a manutenção do organismo. Cavidade Oral Lábios: o Superfície externa: Pele com folículos pilosos; Glândula sebácea e sudorípara; Parte vermelha: transição entre pele e mucosa; Recoberto por uma camada de células mortas, semelhantes às da pele; As papilas conjuntivas da derme subjacente são numerosas, altas e vasculares, dando coloração avermelhada; Como o epitélio não está intensamente queratinizado, nem com sebo, deve se umedecido pela língua. o Superfície interna: Epitélio pavimentoso estratificado, não queratinizado (há alguns grânulos de querato-hialina); Tecido muscular estratificado esquelético (músculo orbicular dos lábios); Tecido conjuntivo fibroelástico (papilas da lâmina própria latas); Pequenos aglomerados de glândulas mucosas. Bochechas: o Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; o Lâmina própria de tecido conjuntivo fibroelástico denso que se funde com a submucosa, rica em fibras elásticas achatadas e muitos vasos sangüíneos; o Feixes fibroelásticos fixam a membrana mucosa ao músculo adjacente (permite formar inúmeras dobras quando aboca está fechada); o Pequenas glândulas mucosas (algumas meia lua). Língua: o Face dorsal: Parte oral (corpo): Superfície irregular (papilas linguais) – são elevações do epitélio oral mais lâmina própria); Tipos de papilas: Filiforme; Fungiforme; Valadas. Parte faríngea (raiz): Amígdala lingual; Glândulas mucosas adjacentes. o Face ventral: Mucosa lisa. Dente: o Porções: Coroa: porção que se projeta além da gengiva; Raiz. o Os dentes se articulam nos ossos em cavidades chamadas alvéolos; o São derivados da membrana mucosa oral: o Dentina: Forma o corpo (tecido conjuntivo calcificado); Semelhante ao osso, porém mais duro; Não possui células, somente prolongamentos dos odontoblastos; o Esmalte: Camada epitelial calcificada Estrutura mais rica em cálcio do corpo. o Polpa: Tecido conjuntivo frouxo; Predominam odontoblastos de forma estrelada. o Perionto: Cemento: Bainha de tecido conjuntivo calcificado; Mantém o tamanho da raiz e garante a fixação do dente; Sua produção na raiz é contínua para compensar o desgaste da coroa. Ligamento periodontal: Tecido conjuntivo Osso alveolar ou lâmina dura. Palato Duro: o Lamina própria contínua com o periósteo; o Glândula mucosa o Mistura e deglutição dos alimentos. Palato Mole: o Músculo estriado esquelético e glândulas mucosas na submucosa; o Na deglutição oclui a nasofaringe. Gengiva: o Não tem submucosa; o Gengiva inserida (epitélio queratinizado); o Gengiva marginal (vertente livre (queratinizada) e vertente dentária (não queratinizada)). Faringe É uma dependência da cavidade bucal comum aos aparelhos digestório e respiratório (orofaringe e nasofaringe). Formada pela lamina própria fibroelástica com grupos de glândulas mucosas. Estrutura geral do tubo digestivo Túnica Mucosa: o Camada epitelial de revestimento; o Lamina própria ou córion (tec. conj. Frouxo), vasos sanguíneos e linfáticos, podendo apresentar glândulas e tecido linfóides); o Muscular da mucosa (camada delgada de tec. musc. Liso). Túnica Submucosa: o Tec. conj. Moderadamente frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos; o Contém plexo nervoso submocosa ou de Meissner; o Pode apresentar glândulas e tecido linfóide. Túnica Muscular: o Duas subcamadas de fibras musculares lisas, orientadas em hélice (interna (circular) e externa (longitudinal)); o Plexo mioentérico ou de Amerbach. Túnica Adventícia ou Serosa: o Tecido conjuntivo frouxo com grande quantidade de nervos sanguíneos e linfáticos, e células adiposas; o Mesotélio (sob a forma de um epitélio simples pavimentoso). Principais funções do revestimento epitelial (túnica mucosa): o Promover uma barreira semipermeável entre o conteúdo do tubo digestivo e o meio interno; o Sintetizar e secretar enzima para a digestão dos alimentos; o Promover a absorção dos produtos desta digestão; o Secretar hormônios para a coordenação destas atividades; o Produzir muco para lubrificação e proteção. Esôfago Função: o Transportar rapidamente o alimento da boca para o estomago. Constituição: o Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado; o Glândulas cárdicas esofágicas (mucosas) – na mucosa próxima ao esôfago; o Glândulas esofágicas (mucosas) – na submucosa; o Túnica muscular terço superior – músculo estriado esquelético; terço médio – músculo estriado esquelético e músculo liso; terço inferior – músculo liso. Estômago Epitélio cilíndrico simples muco secretor; Fossetas ou fovéolas ou criptas gástricas – são invaginações do epitélio de revestimento para dentro da lâmina própria; Junções oclusivas – agem como barreira contra o líquido do ácido do estômago (suco gástrico). Áreas com estruturas histológicas diferentes: o Cárdica: Fossetas curtas; Glândulas longas; Glândulas tubulares ramificadas ou não, com porção final frequentemente enovelada – glândula cárdica. o Fúndica: Glândulas tubulosas ramificadas – glândula gástrica