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CAPÍTULO Ferdinand P. Beer E. Russell Johnston, Jr. Terceira Edição RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Análise de Tensões no Estado Plano R esistência dos M ateriais 6 - 2 Capítulo 6 – Análise de Tensões no Estado Plano 6.1 – Introdução 6.2 – Estado Plano de Tensões 6.2.1 - Transformações do Estado Plano de Tensões 6.3 – Tensões Principais 6.4 – Tensões Máxima de Cisalhamento 6.5 – Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas R esistência dos M ateriais 6 - 3 6.1 – Introdução • O estado de tensões em um ponto pode ser representado por 6 componentes, , , tensão normal , , tensão de cisalhamento (Note que: , , ) x y z xy yz zx xy yx yz zy zx xz • O mesmo estado de tensão é representado por um conjunto diferente de componentes, se os eixos são rotacionados. Nosso objetivo aqui é verificar as transformações de tensão no elemento, a partir de uma rotação nos eixos coordenados e em seguida, fazer a mesma análise para a transformação das deformações. R esistência dos M ateriais 6 - 4 6.2 – Estado Plano de Tensões Estado Plano de Tensões – situação onde duas das faces do cubo elementar estão isentas de tensões. • Consideremos o eixo z como perpendicular a estas faces, temos: • As únicas componentes que restam são: xy, ,x y O estado plano de tensões ocorre, por exemplo, na superfície livre de um elemento estrutural ou elemento de máquina, i. e., em qualquer ponto da superfície não sujeita a uma força externa. 0z zx zy R esistência dos M ateriais 6 - 5 6.2.1 - Transformações do Estado Plano de Tensões • Dado um estado de tensões em um ponto P, veremos como determinar as componentes σx’, σy’, τx’ y’, associadas ao elemento, depois deste ter sido girado de um ângulo, em torno do eixo z. R esistência dos M ateriais 6 - 6 6.2.1 - Transformações do Estado Plano de Tensões 0 cos cos cos sen sen sen sen cos 0 cos sen cos cos sen cos sen sen x x x xy y xy y x y x xy y xy F A A A A A F A A A A A • Seja o equilíbrio de um elemento prismático com as faces perpendiculares aos eixos x, y e x’ . • As equações podem ser reescritas para produzir cos2 sen 2 2 2 cos2 sen 2 2 2 sen 2 cos2 2 x y x y x xy x y x y y xy x y x y xy I II III 2 2 2 2 lembrar que: sen 2 2sen cos cos2 cos sen 1 cos2cos 2 1 cos2sen 2 R esistência dos M ateriais 6 - 7 6.2.1 - Transformações do Estado Plano de Tensões • Podemos encontrar σy’, substituindo na exp. para σx’ o ângulo por θ + 90o. • Como: cos (2θ + 180o)= -cos2θ e sen(2θ+180o)= -sen2θ, encontramos: A soma das tensões normais em um elemento em estado plano de tensões independe da orientação deste elemento. Tratando as tensões de forma algébrica, a tensão de tração é positiva e a tensão de compressão é negativa. Para a tensão de cisalhamento, se convencionou que serão positivas as tensões em cujas faces do elemento se está estudando e que tendem a girá- lo no sentido anti-horário. cos2 sen 2 2 2 x y x y y xy II • Somando membro a membro as expressões (I) e (II), encontramos: x y x y R esistência dos M ateriais 6 - 8 6.3 – Tensões Principais • Os valores máximos e mínimos de σx’ ocorrerão para valores de θ nos quais: • As faces do cubo elementar obtido pela rotação do ângulo θp definem planos chamados planos principais no ponto P e as tensões normais nesses planos são conhecidas como Tensões Principais e são dadas pela seguinte expressão 20 2sen 2 2cos2 0 tg2 2 x y xyx x xy p x y d d d d A equação define dois valores de θp defasados de 90º. 2 2 max,min 2 2 x y x y xy • Substituindo θ = θp na expressão (III), vemos que não há tensão de cisalhamento nos planos principais. 0x y R esistência dos M ateriais 6 - 9 6.4 – Tensões Máxima de Cisalhamento • A tesão de cisalhamento máxima se dá onde: 0 cos2 2 sen 2 0 tg 2 2 x y x yx y x xy c xy d d d d A equação define dois valores de θc defasados de 90º. • Substituindo θ = θc nas expressões (I), (II) e (III), temos 2 2 max e 2 2 x y x y xy med Observa-se que tg2θc é a inversa negativa de tg2θp ; Portanto, estes dois ângulos diferem de 90º; Logo, θc e θp estão afastados de 45º; Isto significa que os planos onde ocorrem as tensões de cisalhamento máximas estão a 45º dos planos principais. R esistência dos M ateriais 6 - 10 Exemplo 6.1 Para o estado plano de tensões mostrado, determine: (a) Os planos principais, (b) As tensões principais, (c) A tensão máxima de cisalhamento e a tensão normal correspon- dente nestes planos. R esistência dos M ateriais Exemplo 6.1 – Solução 1 SOLUÇÃO 01: (a) Determine os planos principais: 2 2 40 tan 2 1,333 50 10 2 53,1 e 233,1 xy p x y p 26,6 e 116,6p (b) Determine as tensões principais: max min 70MPa 30MPa x y 50 MPa 40 MPa 10 MPa x xy x 6 - 11 50 10 50 10 cos 2.26,6 40sen 2.26,6 2 2 50 10 50 10 cos 2.26,6 40sen 2.26,6 2 2 x y 50 10 sen 2.26,6 40cos 2.26,6 0 OK!2x y R esistência dos M ateriais 6 - 12 Exemplo 6.1 – Solução 1 50 10 2 2 x y med • A correspondente tensão normal nestes planos é: MPa20 (c) Calcule os planos onde ocorrem a tensão de cisalhamento máxima e o valor desta tensão MPa50max 50 10 tan 2 0,75 2 2 40 x y c xy 50 10 sen 2 18,4 40cos2 18,42x y 50 MPa 40 MPa 10 MPa x xy x 18, 4c R esistência dos M ateriais Exemplo 6.1 – Solução 2 (b) Determine as tensões principais: 22 2 2 minmax, 403020 22 xyyxyx MPa30 MPa70 min max 6 - 13 50 MPa 40 MPa 10 MPa x xy x SOLUÇÃO 02: (a) Determine os planos principais: 2 2 40 tan 2 1,333 50 10 2 53,1 e 233,1 xy p x y p 26,6 e 116,6p R esistência dos M ateriais 6 - 14 Exemplo 6.1 – Solução 2 2 2 22 max 30 402 x y xy MPa50max 45c p 18.4 , 71.6c 50 MPa 40 MPa 10 MPa x xy x 50 10 2 2 x y med MPa20 (c) Calcule os planos onde ocorrem a tensão de cisalhamento máxima e o valor desta tensão • A correspondente tensão normal nestes planos é: R esistência dos M ateriais 6 - 15 Exemplo 6.2 Uma força horizontal P de 670N é aplicada na extremidade D da alavanca ABD. Determine: (a) As tensões normal e de cisalhamento em um elemento localizado no ponto H de lados paralelos aos eixosx e y; (b) Os planos principais e as tensões principais no ponto H. R esistência dos M ateriais 6 - 16 SOLUÇÃO: a) As tensões normal e de cisalhamento em um elemento localizado no ponto H de lados paralelos aos eixos x e y. 1. Determinar a força em notação vetorial; 2. Encontrar o sistema equivalente na origem C; 3. Determinar os esforços internos na seção transversal; 4. Encontrar as propriedades geométricas da seção transversal; 5. Encontrar as tensões normal e de cisalhamento no ponto; 6. Desenhar o elemento plano do estado de tensões no ponto. R esistência dos M ateriais 6 - 17 SOLUÇÃO: • Esforços internos na seção transversal; • Elemento plano do estado de tensões no ponto. ˆ670 N ˆ ˆ167,5 301,5 N.m R C F k M i j Vz x z y x z x S z S xy C z x M MP z x A I I V M V MT J I t I t R esistência dos M ateriais 6 - 18 SOLUÇÃO: b) Os planos principais e as tensões principais no ponto H. 2 tan 2 xyp p x y 2 2 max,min ou 2 2 x y x y xy cos2 sen 2 2 2 cos2 sen 2 2 2 x y x y x xy x y x y y xy R esistência dos M ateriais 6 - 19 6.5 – Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões • As equações anteriores podem ser combinadas encontrando-se a equação de um círculo, chamado de círculo de Mohr para as tensões. 2 2 2 2 2 sendo 2 e 2 x med x y x y med x y xy R R R esistência dos M ateriais 6 - 20 6.5 – Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões Passos para a construção do círculo de Mohr: 1. Retire um ponto do elemento que se deseja estudar, no qual as tensões normais e de cisalhamento são conhecidas, indicando o sentido correto dessas tensões; 2. Num sistema de eixos coordenados marque os pontos X(σx;-τxy) e Y(σy;τxy) e interligue-os com uma reta, encontrando o centro C (σmed;0). Com centro em C e raio CX, trace o círculo, encontrando os pontos A, B, D e E. 3. Os pontos A de coordenadas (σmax;0) e B (σmin;0) representam as tensões principais. O ângulo CAX é o ângulo 2θp. R esistência dos M ateriais 6 - 21 6.5 – Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões • Após o círculo ser desenhado, os demais valores são encontrados geometricamente ou calculados. 2 2 2 2 x y x y med xyOC CX R • As tensões principais são obtidas em A e B. max min max med med OA OC CX R OB OC CX R CD R A direção de rotação de Ox para Oa é a mesma que de CX para CA. • Os planos principais são dados por 2 tan 2 xyp x y R esistência dos M ateriais 6 - 22 Exemplo 6.3 Para o estado plano de tensões mostrado, (a) Construa o círculo de Mohr; (b) Determine as tensões principais; (c) Determine a tensão de cisalhamento máxima e a correspondente tensão normal. R esistência dos M ateriais 6 - 23 SOLUÇÃO: ; 50; 40 ; 10; 40 x XY y XY X X Y Y R esistência dos M ateriais 6 - 24 6.5 – Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões Com o círculo de Mohr definido, o estado de tensão para qualquer outra orientação pode ser encontrado. • Para um estado de tensão a um ângulo θ em relação aos eixos xy, construa um novo diâmetro X’Y’ com um ângulo 2θ relativo ao diâmetro XY. • As tensões normal e a tensão de cisalhamento para esta nova orientação, são conseguidas pelas coordenadas de X’Y’. R esistência dos M ateriais 6 - 25 Exemplo 6.4 Para o estado de tensão mostrado, determine (a) As tensões e os planos principais; (b) As componentes de tensão para um elemento girado de 30º no sentido anti-horário. R esistência dos M ateriais 6 - 26 2 2 2 2 100 60 80 MPa 2 2 20 48 52MPa x y med R CF FX SOLUÇÃO: (a) Planos principais e tensões principais: ; 100; 48 ; 60; 48 x XY y XY X X Y Y R esistência dos M ateriais 6 - 27 2 2 2 2 100 60 80 MPa 2 2 20 48 52MPa x y med R CF FX SOLUÇÃO: (b) Tensões no elemento a 30o no sentido anti-horário: ; 100; 48 ; 60; 48 x XY y XY X X Y Y R esistência dos M ateriais 6 - 28 6.5 – Círculo de Mohr para o Estado Plano de Tensões • Círculo de Mohr para carga axial centrada: 0, xyyx A P A P xyyx 2 • Círculo de Mohr para torção pura: J Tc xyyx 0 0 xyyx J Tc R esistência dos M ateriais 6 - 29 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas 1 2 tensão tangencial tensão longitudinal • Seja um vaso cilíndrico de parede fina que possui comprimento l e diâmetro d, com uma espessura de parede (t) muito pequena em relação a este diâmetro. • Suponha que neste tubo exista uma pressão interna p. Esta pressão irá atuar no interior do tubo de maneira a fazer com que exista um crescimento em seu diâmetro e um crescimento em seu comprimento. • Para que estas variações ocorram, é necessário que apareçam tensões na parede do vaso que são as tensões principais do elemento R esistência dos M ateriais 6 - 30 Determinação da tensão tangencial • A figura ao lado mostra uma porção do cilindro de comprimento x 1 1 0 2 2zF t x p r x pr t • A figura ao lado mostra uma porção do cilindro à esquerda de uma seção transversal perpendicular ao eixo x 22 2 1 2 0 2 2 2 xF rt p r pr t 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas Determinação da tensão longitudinal R esistência dos M ateriais 6 - 31 Circulo de Mohr • Tensão de cisalhamento máxima (pontos D e E) no plano do elemento é igual ao raio do círculo: (no plano) 2 1 = 2 4 pr t É obtida quando se gira o elemento inicial de 45o dentro do plano tangente à superfície. • Os pontos A e B correspondem a tensão tangencial, σ1, e a tensão longitudinal, σ2, respectivamente. 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas R esistência dos M ateriais 6 - 32 • Ela é igual ao raio do circulo de diâmetro OA e corresponde a uma rotação de 45o com o plano das tensões, sendo seu valor: max 2 = 2 pr t • No entanto, a tensão de cisalhamento máxima na parede do vaso é maior. 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas Circulo de Mohr R esistência dos M ateriais 6 - 33 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas • Seja um vaso de pressão esférico de raio interno r e com parede de espessura t, que contém um fluido à pressão p. • Pela simetria, as tensões que se exercem nas quatro faces de um pequeno elemento da parede devem ser iguais. 1 2 2 pr t R esistência dos M ateriais 6 - 34 6.6 – Tensão em vasos de Pressão de Paredes Finas • O circulo de Mohr para o plano das tensões se reduz a um ponto. 1 2 (no plano) constante = 0 • Tensão de cisalhamento máxima na parede do vaso (fora do plano das tensões): max 1 1 = 2 4 pr t Ela é igual ao raio do circulo de diâmetro OA e corresponde a uma rotação de 45o com o plano das tensões
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