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Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Olá, seja bem-vindo ao Curso Ênfase. Estamos aqui para oferecer ensino com qualidade e excelência. Lembre que não é permitida a divulgação, reprodução, cópia, distribuição, comercialização, rateio ou compartilhamento, oneroso ou gratuito, de aulas e materiais, ficando a pessoa sujeita às sanções cíveis e penais. Confiamos em você! Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br SUMÁRIO 1. VELHO ART. 840 DA CLT .................................................................................. 3 2. NOVO ART. 840 DA CLT ................................................................................... 4 3. ART. 841, §3º DA CLT ...................................................................................... 7 Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 1. VELHO ART. 840 DA CLT Neste tópico, versaremos sobre a petição inicial, especificamente quanto aos impactos trazidos pela Reforma Trabalhista (a Lei n. 13.467/17). VELHO art. 840 da CLT: - Petição escrita ou verbal - Subsidiariamente: NCPC (art. 292) - Simples e informal (“breve relato dos fatos”) - Quase não existe inépcia (súmula n. 263 do TST) Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. O art. 840 da CLT, sem o impacto da Reforma, é bastante incompleto e lacunoso, razão pela qual, na maioria dos casos, complementa-se com as regras de petição inicial do Código de Processo civil, verificada a compatibilidade. Esta petição do antigo art. 840 da CLT (atual) é bastante informal, contendo a cláusula bastante aberta com menção a “breve relato dos fatos”. Assim, a consubstanciação do brocardo iuria novit curia (“o juiz conhece o Direito”). Desta forma, ante toda esta informalidade, não obstante a Súmula n. 263 do TST, quase não se tem inépcia da petição inicial. Súmula nº 263 do TST PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE - Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015.do CPC de 2015). Eventualmente, alguns juízes reconhecem a inépcia, o que é difícil de verificar nos TRT’s ou no TST. No entanto, quase não se tem o reconhecimento das inépcias. Geralmente, toma-se a regra da Súmula n. 263 do TST, determinando-se a regularização. Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br Conforme se sabe, ao se fazer uma audiência pela reclamada, verificando-se que a defesa foi inviabilizada pelo pedido inicial, deve-se solicitar o adiamento da audiência com a concessão de prazo ao autor para que regularize sua petição. Raramente, portanto, extingue- se por inépcia. Em uma audiência, por exemplo, verificando-se que o reclamante não delimitou os períodos de prestação de serviços das tomadoras1, isto impede à defesa a apresentação dos documentos na audiência. Outro exemplo é quando se constam, por exemplo, duas tomadoras e uma prestadora, mas não se delimita a causa de pedir para o pedido de subsidiariedade ou de solidariedade. Estas situações de pedidos incompreensíveis2, geralmente, conduzem a uma inépcia, porém, antes de uma extinção, o juiz acaba por determinar que se emende/repare a inicial. Em suma, este problema advém da redação da CLT, que não traz parâmetro para a elaboração da inicial. 2. NOVO ART. 840 DA CLT Com a Reforma, chega-se a nova redação do art. 840 da CLT. O novo texto, contudo, não foi de todo decisivo e completo, não cuidando, por exemplo, da Teoria da Substanciação e da Teoria de Individualização. Lado outro, acabou por conferir um equilíbrio no que tange aos pedidos, os quais não eram tratados na redação anterior. 1 O que beira à inépcia, segundo o Professor, pois a tomadora não saberá o período em que está sendo acusada. 2 O Professor cita também a situação em que não se faz o pedido correto de equiparação salarial, pois se indicam vários paradigmas. O Professor destaca que a equiparação salarial é um antídoto contra a discriminação salarial. Assim, esta discriminação deve ser verificada/apurada em face de alguém, de uma pessoa determinada e não em relação a toda a empresa. Por isso, há que se delimitar o paradigma para fins de viabilizar a instrução, de forma que os juízes questionam qual o paradigma a ser indicado e se com esta escolha a empresa se sentir prejudicada, adia-se a instrução. O Professor destaca que não problemas em citar vários paradigmas se forem períodos distintos, porém para um mesmo período com vários paradigmas, recomenda-se que seja feita a escolha do paradigma, sob pena de inépcia. Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br NOVO Art. 840 CLT: - Pedido certo (contrário de implícito) - Pedido determinado (contrário de genérico) - Pedido com valor (liquidado) - Pena de extinção sem mérito (do pedido) - Mesma regra do Sumaríssimo - art. 852-B (?) Art. 840. .............................................................. §1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. §2º Se verbal, a reclamaçãoserá reduzida a termo, em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo. §3º Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito Veja-se que houve modificação para designar “partes” e não mais “reclamante e reclamado”. O artigo continuou com a expressão “breve exposição dos fatos” e detalhou a forma do pedido, que deve ser “certo, determinado e com indicação de seu valor”. Logo, com a Reforma, o pedido passou a ter estas três características. Destaque-se que a petição do rito sumaríssimo já era mais complexa do que a petição do rito ordinário, porquanto já trazia esta necessidade de pedido certo, determinado e com valor (art. 852-B, I da CLT). Desta forma, o rito ordinário agora também apresentará este mesmo regramento. Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente; (...) Atenção: Para as provas de primeira fase, há que se atentar para a diferença contida nos artigos. A disposição referente ao rito sumaríssimo aduz “certo ou determinado”, sendo que a redação nova do rito ordinário diz “certo, determinado” no sentido de “e”, assim como no CPC. Observação: de todo modo, a doutrina e a jurisprudência pacificada vêm entendendo que este “ou” do rito sumaríssimo deve ser entendido como “e” tal como o fez o CPC e agora, como fez a nova redação do art. 840 da CLT. Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br ➢ O que pode ser ressaltado como um impacto forte na petição inicial a partir da leitura da Reforma? A referência à exigência de indicação do valor. No rito sumaríssimo, como se sabe, também há esta exigência de indicação do valor, porém, ninguém faz a apuração correta do cálculo. Geralmente, extingue-se o pedido que não cite valor, com exceção daqueles pedidos incalculáveis, inestimáveis (como, por exemplo, o pedido para entrega de guias3). O Professor crê que, mesmo com a Reforma no rito ordinário, se continuará a dar valores fictícios e incorretos, assim como se faz no rito sumaríssimo, já que não há como o juiz aferir na prática. No entanto, a ideia do legislador foi tentar moralizar os pedidos, mesmo porque o valor de causa refletirá em possíveis consequências, como na litigância de má-fé, que, conforme abordado no bloco anterior, passa agora a ser calculada sobre o valor corrigido da causa. Isto é, não se pode dar à causa o valor de 1 milhão se os pedidos são singelos. Há que se tomar cuidado com isso. A ideia do legislador é que haja o cálculo correto. Não havendo o valor do pedido, será ele extinto sem apreciação do mérito. Observação: o pedido que será extinto e não o processo inteiro. Como se sabe, o Processo do Trabalho é cumulativo por sua própria essência, pois que junto à Justiça do Trabalho, faz-se vários pedidos (horas extras, férias, décimo terceiro, insalubridade, periculosidade, penosidade, alegação de menoridade, gravidez, falsa pejotização, empregado rural, empregado doméstico etc.). Destaca-se que os pedidos são diversos. Assim, se dentre eles houver algum não liquidado, este será, pelo texto da lei, extinto sem resolução de mérito (o pedido apenas e não a inicial inteira, frise-se4). 3 A petição inicial não pode ser indeferida por ausência de valor, pois que o pedido não tem valor pecuniário. 4 Existem alguns juízes que indeferem a inicial inteira por não estar algum dos pedidos liquidado. Deve- se recorrer deste tipo de decisão, adverte o Professor (embora alguns advogados prefiram regularizar a ter que recorrer). Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 7 www.cursoenfase.com.br No entanto, conforme já pontuado, tendo em vista a informalidade do Processo do Trabalho, não se sabe se realmente haverá esta apuração do valor do exato, mas a lei, agora, determina que o seja5. Embora acabem alguns juízes por não verificar o valor correto, há agora que se preocupar com a apresentação de um valor próximo aos pedidos, já que o valor da causa não pode mais ser diferente da somatória deles. Pontua o Professor que esta mudança será positiva, pois conferirá maior moralização. Estando o valor da causa atribuído de forma justa, isto será benéfico, até mesmo para o próprio trabalhador, embora em um primeiro momento se possa pensar o contrário. Pergunta-se: ➢ Atribuído um valor pela parte ao pedido e, sendo este julgado procedente, na fase de liquidação/execução, haverá o direito a apenas este valor cominado na inicial (com juros e correção) ou o juiz não precisa observá-lo quando da decisão baseando-se no cálculo da contadoria? A parte não precisa liquidar no rito ordinário (no sumaríssimo é necessário). No entanto, seja no rito sumaríssimo, seja no ordinário (mesmo que ainda não se precise, por ora, liquidar, antes da Reforma), quando a parte faz a liquidação, há muitos juízes que entendem que deva ser concedido apenas o valor do pedido com fundamento no art. 492 do Novo CPC6. Majoritariamente, no entanto, vem prevalecendo na jurisprudência do TST que o valor dado não limitará o juiz na sentença, sendo esta a posição também do Professor Josley Soares7. 3. ART. 841, §3º DA CLT Art. 841. .............................................................. ............................................................................... 5 Não há como saber, por ora, se na prática os juízes fiscalizarão este cálculo. Por muitas vezes, por exemplo, vê-se a parte constando como valor da causa 20 mil reais apenas para fins de enquadramento no rito Sumaríssimo, mesmo havendo nos pedidos pleito de dano moral de 500 mil reais, por exemplo (que agora deve ser indicado expressamente, conforme Novo CPC). Há também tratativas de acordos acima do valor de causa, de forma que o juiz deve, neste caso, rearbitrar o valor de causa (alguns juízes já fazem até mesmo de ofício com base na Lei 5584/80, art. 2º e também no Novo CPC). 6 Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como, condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 7 Segundo ele, o valor do pedido apenas será uma condição de apreciação da inicial e não limitará o juiz. Processo do Trabalho – Petição Inicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 8 www.cursoenfase.com.br §3º Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente8, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. O recebimento oficial da defesa se dá em audiência, quando ultrapassada a fase conciliatória. Pode ser ela postada, por exemplo, 30 dias antes da audiência, no dia da audiência, 1 hora antes, conforme alguns entendem etc. Porém, o recebimento oficial no Processo do Trabalhoé na audiência. Com a Reforma, mesmo que não se tenha recebido formalmente a defesa na audiência (após a fase conciliatória), mas se já consta do processo a contestação, o reclamante não poderá mais desistir sem o consentimento do reclamado. Antes da Reforma, o reclamante poderia desistir, porquanto não ocorrido o recebimento oficial. A ideia da lei foi também no sentido de conferir moralidade no processo, pois que se costuma ver na prática aventuras processuais. Assim, quando a defesa é vista no processo (pelo PJe), inclusive, com a prova documental, acontece de o reclamante desistir (ou permitir arquivar). Desta forma, ainda que não tenha havido um recebimento oficial desta defesa, conforme a nova previsão, estando a contestação oferecida, ainda que, eletronicamente, só poderá ocorrer a desistência se concordar a parte adversa. Frise-se que a nova redação não mencionou nada a respeito de aditamento ou emenda. Para este caso, continua-se utilizando (majoritariamente) a regra de que a emenda ou aditamento podem ser feitos até o recebimento oficial da defesa, que continua sendo na audiência. Logo, emendar ou aditar continua sendo até o recebimento oficial9. 8 A lei não detalhou se seria com sigilo ou não. 9 Poderão surgir novos pensamentos buscando utilizar analogicamente a nova redação. Já há pensamentos, inclusive, utilizando a ideia do CPC, qual seja, se já houve citação, embora não tenha havido o recebimento oficial da defesa, não se poderia promover a emenda/aditamento.
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