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Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Olá, seja bem-vindo ao Curso Ênfase. Estamos aqui para oferecer ensino com qualidade e excelência. Lembre que não é permitida a divulgação, reprodução, cópia, distribuição, comercialização, rateio ou compartilhamento, oneroso ou gratuito, de aulas e materiais, ficando a pessoa sujeita às sanções cíveis e penais. Confiamos em Você!!! Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 www.cursoenfase.com.br SUMÁRIO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 3 2. ACORDO EXTRAJUDICIAL ................................................................................. 3 Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 www.cursoenfase.com.br 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Estamos de volta com nosso curso e agora, com o bloco 4 da parte de Processo Trabalho. Neste bloco, será tratado a respeito do acordo extrajudicial (matéria de justiça voluntária). 2. ACORDO EXTRAJUDICIAL A inovação trazida pela reforma está no art. 652, letra f, CLT: Art. 652. Compete às Varas do Trabalho: f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho. Isto é, trata-se de acordo feito fora do juízo, fora da justiça, pelo patrão e pelo empregado. Em geral, a jurisprudência sempre foi muito refratária à ideia de acordo extrajudicial, posto que a situação típica do empregado, no Brasil, é de hipossuficiência (tem dificuldade financeira e, até mesmo, de compreensão de alguns aspectos jurídicos). Muitas vezes, esse empregado e esse empregador faziam um acordo fora de juízo, combinavam entre si alguma questão. O empregador poderia abusar dos seus poderes e conhecimento na confecção do acordo e dispor que o empregado dava quitação total pelo contrato de trabalho, ou seja, o empregado não poderia reclamar em juízo nenhuma outra parcela. Por sua vez, o empregado, por não compreender o que estava assinando, ou até mesmo que compreendesse, mas diante da situação de hipossuficiência financeira, acabava aceitando firmar o acordo para receber as verbas rescisórias. Isso porque o empregador poderia condicionar o pagamento das verbas rescisórias se o empregado assinasse o acordo dando ao empregador quitação plena, total e irrestrita. Claramente, trata-se de uma situação que pode gerar embaraços no acesso à justiça. O empregado, nesse caso, estaria impossibilitado de acessar o poder judiciário, por força de um acordo feito fora de juízo, sem a presença de nenhuma autoridade estatal a fim de verificar, eventualmente, a renúncia de direitos. O trabalhador poderia estar renunciando os direitos sem nenhuma necessidade. Diante disso, na doutrina e na jurisprudência, sempre se teve muita cautela com relação a acordo extrajudicial, ou seja, até se admitia, mas o juiz precisava ter vários cuidados com relação ao acordo. Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 www.cursoenfase.com.br A previsão de competência trazida pela reforma possui por pontos positivos: a) Desestimula as lides simuladas: tem-se por lides simuladas aquelas lides que não existem, em que as partes simulam que estão litigando, que estão em confronto, mas, na verdade, só visam um acordo. Ex: empregado ajuíza reclamação trabalhista, em que, tanto empregado, quanto empregador, comparecem em audiência, e realizam acordo no processo para ter a homologação/ chancela judicial. O acordo extrajudicial que seja homologado judicialmente possui força de coisa julgada (aí está, portanto, o mérito do dispositivo); ou seja, o acordo feito pelo patrão e o empregado, de forma extrajudicial, foi levado à homologação pelo juiz do trabalho, este possui o mesmo valor que uma decisão judicial com trânsito em julgado, possui coisa julgada material, não podendo ser modificado, alterado. b) Redução da litigiosidade: reduz o número de ações instauradas; as ações ajuizadas serão aquelas em que realmente exista o conflito, posto que, quanto as demais, diante dessa previsão legal, haverá mais uma possibilidade de acordo, mais uma oportunidade de conciliação. c) Aumento da segurança jurídica: as partes sabem que podem firmar acordo, o qual pode ser levado à homologação pelo juiz, apresentando status de coisa julgada material. Contudo, tem-se por pontos negativos: a) Risco de o poder judiciário figurar como órgão homologador: essa previsão legal traz o risco de o poder judiciário passar a figurar como órgão homologador de rescisões de contrato de trabalho. Sabe-se que, nos termos da CLT, quem homologa a rescisão é o sindicato da categoria profissional ou o Ministério do Trabalho; geralmente, são os órgãos que vão fazer a homologação de rescisão, que irão verificar se o empregador está pagando as parcelas, se há desconto indevido, se há alguma causa de estabilidade do empregado, enfim, os critérios de proteção ao empregado. A lei quando prevê a homologação, certamente, prevê com objetivo de proteger o empregado, de evitar rescisões feitas sem cautela que possam vir a prejudicar esse empregado. Caso seja permitido que um acordo extrajudicial venha a ser homologado pelo poder judiciário, para que tenha o efeito de coisa julgada e para que possa ser imodificável, o que pode acontecer as pessoas deixarem de fazer a homologação pelo sindicato e/ou Ministério do Trabalho e optar por fazer junto ao poder judiciário. Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 www.cursoenfase.com.br Esse tipo de homologação é muito mais seguro, principalmente, para o empregador, posto que um acordo extrajudicial homologado em juízo, com os efeitos de coisa julgada material, não poderá ser modificado. ➢ No entanto, o poder judiciário pode atuar como órgão homologador? Será que, na prática, haverá essa transferência de competência do sindicato/ministério do trabalho para o poder judiciário? Esse é o grande perigo, o grande risco dessa previsão. A recomendação do professor, principalmente, para os colegas juízes, é no sentido de se ter muita cautela nas situações dessas homologações. O professor afirma ser muito difícil visualizar soluções em relação a esse paradigma, contudo, tem-se uma ideia que pode auxiliar: CONDENAÇÃO EM CUSTAS. Primeiramente, jamais se deve isentar de custas uma situação de homologação de acordo extrajudicial; se as partesoptam por levar o acordo para homologação pelo poder judiciário, estas deverão arcar com as custas, com as despesas do processo, bem como, com os honorários advocatícios. No próximo bloco, será visto o procedimento de homologação de acordo. Sugere-se, pois, que, nos processos de homologação de acordo extrajudicial, as partes sejam condenadas ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios sucumbenciais. Caso haja a cobrança das custas e dos honorários advocatícios, pelo menos, haverá um desestímulo financeiro/econômico para que as partes optem por levar o acordo extrajudicial para homologação pelo poder judiciário. Se as partes levam o acordo para homologação junto ao Sindicato/Ministério do Trabalho, a homologação será gratuita; contudo, se levar em juízo, deverá arcar com as custas e honorários. Observa-se, pois, pelo menos, um desestímulo, não necessariamente, efetivo, mas uma tentativa de se buscar essa transferência de atribuição de homologação para o poder judiciário. ➢ Em que situações o juiz do trabalho pode se recusar a homologar acordo extrajudicial? Aproveita-se o momento para criticar a redação da Súmula 418 do TST: Súmula nº 418 do TST. MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 www.cursoenfase.com.br Através da redação da Súmula, constata-se que o juiz seria livre para homologar ou não homologar acordo extrajudicial. Percebe-se que esta súmula fora alterada pelo TST para se adequar ao CPC/15. Antes dessa alteração, a súmula previa que a concessão/indeferimento de liminar também seriam faculdades do juiz. Essa disposição é bastante criticada, posto que o juiz não tem opção, não tem faculdade, não tem juízo de conveniência e oportunidade para deferir/indeferir a liminar a seu bel-prazer, a seu querer, ou homologar ou não, o acordo a seu entender. Insta salientar que o juiz não tem juízo de conveniência e oportunidade. O juiz pode e deve deixar de homologar um acordo caso exista situação de risco, de fraude, entre o empregado e o empregador para prejudicar terceiros, de acordo altamente lesivo ao trabalhador, em que está renunciando direitos líquidos e certos sem qualquer justificativa plausível. Nessas situações, o juiz deve portar-se com cautela e não homologar o acordo. Trata- se, portanto, de DEVER; não é faculdade. Da mesma forma, se dava a situação de tutela antecipada, prevista na Súmula anteriormente, o que já fora corrigido pelo TST, de modo que o mesmo deveria se dar quanto à homologação de acordo. Repisa-se que homologação de acordo não é faculdade do juiz, assim como a concessão/não da tutela antecipada. No caso da tutela antecipada, se estiverem presentes os requisitos legais (fumus boni iuris e periculum in mora), o juiz tem o dever de conceder; se não tem os requisitos presentes, o juiz tem o dever de não conceder. Não existe liberdade na apreciação judicial. Logo, ainda que a súmula fale em “faculdade”, já se expôs que não é esse o caso, sendo um dever do juiz. O juiz deve se recusar a homologar acordo extrajudicial quando houver situação de fraude; de acordo lesivo ao trabalhador; situação em que haja direitos que estão sendo renunciados. Exemplo: faz-se um acordo em que o empregador pagará a rescisão do empregado, mas o trabalhador renuncia a outras parcelas ou direitos que, eventualmente, possua. Tais quais: indenização por danos morais, adicional de periculosidade, etc. Observe que se trata de um acordo sem fundamento, altamente lesivo. As verbas rescisórias são direitos líquidos e certos, de modo que, havendo dispensa imotivada, sem justa causa, o empregado deve receber o aviso-prévio, o 13º salário, férias, FGTS com 40%. Diante disso, não faria sentido o juiz do trabalho homologar acordo extrajudicial referente ao pagamento das verbas rescisórias, sendo que existe cláusula em que o Processo do Trabalho – Acordo Extrajudicial O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 7 www.cursoenfase.com.br empregado renuncia a qualquer outro direito, dá quitação total com relação ao contrato de trabalho. Nessas situações, o juiz possui o dever de não homologar esses acordos prejudiciais ou fraudulentos. Não se trata, portanto, de faculdade, mas sim, de dever, sendo que a negativa em homologar deve ser fundamentada, ou seja, o juiz precisa expor os fundamentos. A previsão do art. 652, f, CLT possui, potencialmente, efeitos positivos, contudo, deve ser aplicado com cautela em virtude dos inúmeros riscos decorrentes. Sugeriu-se também que as partes sejam instadas a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios sucumbenciais para que o acordo extrajudicial seja homologado pelo Poder Judiciário.
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