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Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 1/29 
 
Capítulo 1 – A NATUREZA DO PROBLEMA ECONÔMICO 
 
OBJETIVO 
Entender os “mistérios” da economia é compreender de que maneira as 
necessidades de bens materiais e serviços que todos os seres humanos apresentam 
serão satisfeitas. Os agentes econômicos se valem de recursos escassos para 
atender estas necessidades. Este tema é voltado para a compreensão da natureza 
do problema econômico, ou seja, qual é a essência da atividade econômica e de que 
maneira ela se manifesta no conjunto da sociedade. 
 
INTRODUÇÃO 
A economia, enquanto ciência que trata das relações do ser humano com um mundo 
dotado de recursos escassos, apresenta-se de forma extremamente simples: cada 
um de nós participa do sistema econômico do país – e também do resto do mundo – 
consumindo produtos e serviços básicos, tais como alimentos e bebidas, roupas, 
pagando aluguel ou prestação de um imóvel. Também participamos do sistema 
econômico quando poupamos parte de nossos rendimentos para consumo futuro ou 
como precaução frente a um futuro incerto. Ou mesmo como forma de aplicação em 
outras atividades reais ― uma sociedade 
em um empreendimento imobiliário, por 
exemplo, que apresenta grandes 
possibilidades de valorização ao longo de 
determinado tempo ― ou em ativos 
financeiros ― uma aplicação em ações de 
empresas com projeção de crescimento, dentre tantas outras possibilidades ―, com 
o objetivo específico de ganhar mais dinheiro com o dinheiro poupado. 
Na arte da sobrevivência no mundo dos negócios vencem aqueles que aprenderam 
a economizar certos fatores utilizados na produção, melhorando sua competitividade 
e usufruindo dos benefícios do aumento da produtividade. É assim que se obtém 
maior produção com o uso de 
quantidades menores de 
fatores, como o tempo de 
trabalho, a quantidade de 
matéria-prima, o consumo de 
materiais auxiliares no 
processo produtivo, dentre 
outros. 
 
Para explicar estes fenômenos, nós, economistas devotamos especial predileção 
por métodos quantitativos em que predominam 
equações diferenciais e modelos algébricos, 
explorando os aspectos considerados exatos neste 
particular campo do conhecimento, ou seja, aqueles 
que podem ser quantificados e explicados pelos 
números envolvidos em certas séries históricas e, por 
isto, figurar em um modelo matemático. Efetivamente, 
grande parte da atividade humana consiste, sim, de 
atividades mensuráveis: a jornada diária de trabalho, o 
Produtividade significa a utilização 
cada vez mais racional dos diversos 
fatores de produção, em prol do 
aumento da quantidade produzida. 
Custos são como as unhas: é preciso cortar 
sistematicamente, de tempos em tempos, sob o 
risco de, se isto não for feito, impedir o uso 
eficiente dos dedos. Na organização, o risco pode 
representar a ineficiência no uso dos fatores de 
produção. 
Os insumos de produção 
compreendem a mão-de-
obra direta e indireta, os 
materiais auxiliares, a 
matéria-prima, energia 
elétrica, combustíveis e 
lubrificantes, dentre outros. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 2/29 
 
tempo de execução de determinada tarefa, a quantificação e a representação 
monetária do bem ou serviço, quer seja insumo ou produto final. 
Mas, de forma geral, os problemas econômicos não podem ser reduzidos a fórmulas 
matemáticas. Envolvem questões relacionadas à sociedade, às instituições, à 
história, à cultura no seu sentido mais amplo. Dizem respeito à própria ideologia dos 
agentes econômicos e, portanto, referem-se ao povo, conceito que compreende o 
conjunto das classes e grupos sociais ― os patrões, os empregados, os 
profissionais liberais, os assalariados ― empenhados na solução objetiva das 
tarefas de crescimento da atividade econômica e desenvolvimento sustentável da 
condição de vida dos habitantes da nação. Uma tarefa que compete a todos, sem 
distinção de raça, credo, cor, religião, etnia e, principalmente, partido político. 
É aí que se integra o progresso tecnológico (que inclui a educação) e é também 
denominado “fator humano”. O interesse pelo fator humano tem contribuído para o 
surgimento e avanço de novas áreas de estudo, como a “Economia da Educação”, a 
“Economia do Trabalho”, a “Economia da Saúde”, a “Economia dos Recursos 
Humanos” etc. 
De forma geral, pode-se afirmar que a Economia é a ciência que trata da 
administração eficiente de recursos escassos com vistas à satisfação dos ilimitados 
desejos e necessidades humanas. Este conceito compreende três partes: os 
recursos escassos, desejos e necessidades humanas ilimitadas e congregando-os, 
a administração eficiente. 
 
SÍNTESE DO CAPÍTULO 
Ao final deste capítulo, você deverá estar familiarizado com alguns conceitos 
fundamentais da economia, com o significado do problema econômico enquanto 
agente das iniciativas de transformação da sociedade econômica e as formas de 
organização da sociedade para a solução das questões relacionadas à produção e 
distribuição dos bens que são destinados à satisfação das necessidades humanas. 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 3/29 
 
Tema 1 
RECURSOS ESCASSOS 
A natureza do problema econômico reside na constatação de que os recursos que a 
coletividade dispõe para a produção dos bens e serviços que irão satisfazer as 
necessidades dos seus membros são limitados em relação ao volume destas 
exigências. Os indivíduos necessitam de certos bens – roupas, alimentos, um lugar 
para morar, um veículo para se locomover – e também de serviços – educação, 
lazer, saúde – que são escassos, isto é, existem em quantidades limitadas. Em 
contrapartida, as aspirações humanas são relativamente ilimitadas, superando o 
volume de bens e serviços disponíveis para a satisfação destes desejos. 
Caracteriza-se, dessa forma, o problema fundamental da Economia: a escassez. Se 
não podemos ter tudo o que desejamos, já que os recursos ou os fatores de 
produção ― capital, terra, trabalho, tecnologia e capacidade empresarial – são 
escassos, é preciso escolher entre os bens que serão produzidos e oferecidos à 
coletividade. Esta, portanto, é uma das primeiras decisões por parte dos 
empreendedores. 
Vejamos, a seguir, cada um dos fatores de produção, para melhor compreensão do 
processo de geração de riqueza por que passou a humanidade. 
 
O capital 
Todo bem destinado à produção de outro bem é considerado um recurso de capital. 
Por capital entende-se, portanto, a infra-estrutura produtiva ― por exemplo, os 
edifícios industriais ― as máquinas e equipamentos ― tornos, furadeiras, fresas etc. 
―, as ferramentas ― chaves, alicates, moldes industriais ―, os computadores ― 
quer sejam aplicados à administração ou à linha de produção. 
O capital compreende o próprio fluxo de remuneração (os salários, por exemplo) e 
os pagamentos (de bens e serviços adquiridos das empresas). Incorpora, portanto, a 
renda que é empregada para gerar algum lucro. O conceito prevalecente nos dias de 
hoje é aquele que define o 
capital como um conjunto de 
recursos de natureza 
econômica, distintos e 
passíveis de reprodução, que possibilita a obtenção de um rendimento em períodos 
determinados. Várias ramificações dão origem à classificação do capital como 
capital técnico, capital jurídico, capital contábil. Mais recentemente, o conceito de 
capital humano toma conta das organizações, no particular aspecto da gestão dos 
recursos ― ou talentos ― humanos da empresa. O capital técnico refere-se ao 
conjunto de bens materiais utilizados no processo de produção; o capital jurídico tem 
a ver com a sua relação com os titulares de direito ― capital privado e capital 
público, por exemplo. O capital contábil compreende o capital de giro, o capital de 
empréstimo, o capital de participação,capital nacional, capital estrangeiro etc.. 
A formação de capital decorre da acumulação de riqueza destinada à obtenção de 
novas riquezas. É esta capacidade de geração de riqueza, consubstanciada nos 
investimentos, isto é, na capacidade de aumentar os meios de produção, que irá 
determinar o ritmo de desenvolvimento econômico de uma nação. Isto porque o 
emprego eficiente de bens de capital possibilita a elevação do rendimento do 
trabalho humano e da produtividade real do sistema econômico. 
O lucro é definido como a diferença entre a 
receita total e os custos totais da firma. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 4/29 
 
Os recursos 
necessários à 
formação de 
capital podem ser 
de origem interna 
ou externa, isto é, 
procedentes de 
outros países. Os 
recursos internos 
compreendem a 
poupança, que 
nada mais é do que a parcela da renda que não é destinada ao consumo imediato. 
Esta poupança nem sempre é espontânea, ou seja, nem sempre é resultado do 
desejo das pessoas. Em sistemas econômicos afetados por uma inflação 
persistente, tem-se, por vezes, a formação de poupança compulsória ― ou 
obrigatória, forçada ― para fazer frente à necessidade tanto de investimento como 
de redução da demanda e, portanto, como elemento de combate à inflação. 
A poupança pode ser proveniente de indivíduos, das empresas e do setor público. 
Os recursos externos a que nos referimos anteriormente vêm suprir uma carência de 
recursos internos: se a poupança interna não é suficiente para atender às 
necessidades de investimento, são contraídos empréstimos ou atraídos 
investimentos estrangeiros, ajudas governamentais de outros países e demais 
formas de ingresso de capitais estrangeiros. 
 
O fator terra ― ou recursos naturais 
Do ponto de vista econômico, os recursos naturais compreendem a base de um 
sistema sobre a qual se assentará o 
capital técnico. São os recursos 
naturais, tanto os renováveis (de 
natureza biológica, quer sejam 
vegetais ou animais), como os não 
renováveis (caso de certas riquezas 
minerais, como o petróleo) que proporcionarão a obtenção dos bens materiais 
destinados à satisfação de certas necessidades do ser humano, transformados e/ou 
in natura. 
Durante muito tempo prevaleceu a idéia, entre os precursores da análise econômica, 
de que a verdadeira riqueza de uma nação seria aquela resultante da utilização 
indireta do fator terra: a produção agrícola. Os outros bens seriam derivados de uma 
transformação dos produtos primários, não acrescentando, portanto, mais riqueza. 
Este conceito modificou-se substancialmente com o avanço das tecnologias de 
processo e de produto, que serão objeto de nossa análise um pouco mais à frente. 
 
O fator trabalho 
O trabalho humano, quando aplicado aos instrumentos – o fator capital –, num dado 
espaço físico – o fator terra –, promove a transformação do meio e a produção de 
bens segundo suas próprias necessidades. O sistema econômico depende 
fundamentalmente da qualidade do trabalho humano, que é eminentemente criador. 
O ser humano procura criar, desenvolver e enriquecer novos meios de produção, 
Para uma idéia do que sejam meios de produção, considere 
que sejam os meios de trabalho e os objetos de trabalho. Os 
meios de trabalho compreendem os instrumentos de 
produção (máquinas, ferramentas), as instalações (edifícios, 
armazéns, silos etc.), as fontes de energia utilizadas na 
produção (elétrica, eólica, nuclear, hidráulica etc.) e os meios 
de transporte. Os objetos de trabalho são os elementos sobre 
os quais ocorre o trabalho humano (matérias-primas, solo 
etc.). 
Em uma construção civil, por exemplo, os 
materiais intermediários compreendem o 
ferro, o aço, a cal, o cimento, o alumínio, 
dentre outros. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 5/29 
 
com vistas ao progresso e evolução da técnica. Para os economistas da escola 
clássica, o trabalho é o determinante do valor econômico. Segundo esta linha de 
pensamento, todos os fatores de produção, em última análise se resumem num só: 
o trabalho, fonte única de todo o progresso humano. No entanto, para outros 
economistas clássicos, menos radicais, o valor advém da colaboração entre o capital 
e o trabalho. 
 
A tecnologia 
Tecnologia significa o estudo das técnicas. Por técnica, entende-se a maneira 
correta de executar qualquer tarefa. É o que se conhece em inglês por know-how, 
que significa “saber como”, definindo formas, instrumentos, equipamentos, métodos, 
características físicas de materiais intermediários e outros insumos para a obtenção 
de um bem econômico. 
A tecnologia pode ser definida como o conhecimento humano aplicado à produção. 
Neste sentido, alguns autores consideram a tecnologia como uma mercadoria, com 
todas as suas características: tem um preço, pode ser adquirida e também se torna 
obsoleta, isto é, pode se tornar ultrapassada com o advento de outra tecnologia. As 
nações em desenvolvimento são potencialmente compradoras de tecnologia 
originária de nações desenvolvidas. Neste contexto, as empresas estrangeiras 
assumem papel preponderante na transferência de tecnologia, como resultado de 
uma licença de produção por firmas nacionais, por exemplo, mediante o pagamento 
de royalties. 
Quer seja por meio de descoberta de novas 
matérias-primas, por uma mudança nos 
métodos de produção, pela criação de novos 
produtos ou pela substituição de 
equipamentos, uma inovação técnica termina 
por modificar a própria divisão social do 
trabalho e as técnicas de produção, elevando 
a produtividade do trabalho. As inovações, 
geralmente de grande impacto na economia, 
se manifestam como inovação de processo 
(tecnologia de processo) e inovação de 
produto (tecnologia de produto). Uma 
tecnologia de produto caracteriza uma 
inovação que leva a um produto novo, isto é, 
que apresentará certas peculiaridades que qualificarão um produto diferente daquele 
anteriormente oferecido. Já a evolução tecnológica de processo atinge tão somente 
o processo de fabricação, sem mudanças nas características do produto. Refere-se, 
neste caso, a diminuições no tempo de obtenção do produto, a reduções no número 
de operações, à racionalização no uso de matérias-primas etc.. 
 
A capacidade empresarial 
A função empresarial é vital para a condução da ordem capitalista. Nas economias 
onde a livre iniciativa impera, compete aos empresários explorar uma invenção ou 
introduzir uma inovação de produto ou de processo. Também serão os 
empreendedores que abrirão nova frente de oferta de bens e serviços, novos usos 
para produtos conhecidos, reativação e reorganização de indústrias etc.. 
Os royalties compreendem um 
determinado montante de 
dinheiro a título de licença para 
utilização do design do produto, 
de moldes de fabricação, de 
especificação de materiais 
utilizados e outras especificações 
que caracterizam o produto. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 6/29 
 
O tipo empresarial é definido pela reunião de aptidões presentes em uma pequena 
parcela da população, que levam à descoberta de oportunidades de investimento, ao 
financiamento da operação idealizada, à obtenção e utilização adequada dos fatores 
de produção cuja natureza acaba de ser vista e à organização e coordenação das 
operações de forma eficiente. Trata-se, portanto, de uma aglutinação de um 
conjunto de fatores e funções, ou seja, da obtenção e da ação conjunta de capital, 
terra, trabalho e tecnologia. Estes fatores, organizados em funções industriais, 
comerciais, administrativas, financeiras e de pesquisa & desenvolvimento, serão 
vitais para a execução física de um projeto e sua transformação em uma realidade 
duradoura, em prol da geração de bens e serviços que satisfaçam alguma 
necessidade humana. 
A capacidadeempresarial se resume, portanto, em conseguir que as coisas sejam 
feitas. 
 
SUMÁRIO DO TEMA 
Capital, terra e trabalho, ao lado do conhecimento tecnológico e capacidade 
empresarial constituem recursos de produção escassos. Deles resultam os bens e 
serviços que são oferecidos à sociedade para a solução de suas necessidades e 
desejos ilimitados. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Você pretende iniciar um empreendimento na área de prestação de serviços de 
manutenção de implementos agrícolas. Quais os recursos de produção você 
necessitará? 
2. As economias primitivas apresentavam maior ou menor escassez do que as de 
agora? Justifique sua resposta. 
3. De quantos e quais tipos de capital podemos falar, quando pensamos neste 
importante fator de produção? 
4. Como se origina o capital? Qualquer nação tem possibilidade de incrementar o 
seu estoque de capital? 
5. Quais as diferenças fundamentais entre meios de trabalho e objetos de 
trabalho? 
6. A poupança interna, no caso brasileiro, é suficiente para atender às 
necessidades de investimento do país? Se não é considerada suficiente, quais 
são as alternativas para a ampliação dos recursos destinados ao investimento 
nas atividades produtivas geradoras de emprego? 
7. Dê um exemplo de recursos naturais não renováveis. Em seguida, imagine um 
produto para a sua substituição e explique as razões de serem considerados 
recursos não renováveis e recurso renovável. 
8. Qual era o conceito inicial de riqueza de uma nação, entre os primeiros 
pensadores da atividade econômica? 
9. Qual, dentre os fatores de produção, aquele que constitui a fonte única de todo 
o progresso humano na visão de alguns pensadores? 
10. Qual a origem do valor, na concepção dos economistas clássicos menos 
radicais? 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 7/29 
 
11. O que diferencia tecnologia de produto e tecnologia de processo? 
12. Quais as características do tipo empresarial? 
13. “Conseguir que as coisas sejam feitas” resume um predicado do fator trabalho, 
de forma genérica? Justifique sua resposta. 
14. Qual a contribuição da empresa estrangeira no que se refere à transferência de 
tecnologia? Cite um exemplo conhecido. 
15. O capital, um dos fatores de produção, representa 
a. a técnica de aumentar a produtividade dentro da economia; 
b. a força produtiva representada pelos operários na indústria; 
c. a quantidade de dinheiro à disposição do sistema econômico; 
d. a infra-estrutura produtiva representada pelas máquinas, ferramentas, 
edifícios, equipamentos etc.; 
e. as alternativas (a) e (c) estão corretas. 
Resposta correta: alternativa d. Isto porque a alternativa a diz respeito à 
tecnologia, ou seja, o como produzir. Por sua vez, a alternativa b se refere ao 
fator de produção trabalho. A alternativa c aborda tão somente o capital 
financeiro. Assim sendo, a alternativa e também está errada, porque cita duas 
alternativas que não são as corretas. 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 8/29 
 
Tema 2 
NECESSIDADES ILIMITADAS 
Este aspecto requer uma análise igualmente detalhada e sistematizada, dada a sua 
importância e vinculação com o equacionamento do problema econômico. 
Uma primeira questão a responder diz respeito ao volume de necessidades que 
possamos ter. Evidentemente, um ser humano que vive numa comunidade moderna 
tem necessidades diversas e em maior quantidade do que alguém que vivia na 
Idade Média. Uma volta por uma das alas comerciais de um shopping center das 
grandes metrópoles ou meia hora de televisão comprovam facilmente esta 
afirmação. Além deste aspecto temporal – hoje o mundo é completamente diferente 
do que em tempos passados – há que se considerar que, somado ao volume, 
também a composição das necessidades varia entre habitantes de uma metrópole e 
de uma pequena cidade do interior do Estado. 
Em que pese a diversidade entre volume e composição das necessidades humanas, 
é possível detectar várias características comuns: elas podem ser coletivas ou 
individuais e, dentre estas, absolutas ou relativas. Vejamos cada uma destas 
características com mais detalhes: 
a) necessidades coletivas 
Aí estão enquadradas as necessidades que todo grupo sente, tais como a 
necessidade de segurança, de defesa, necessidade de educação, de 
saneamento básico, do cuidado com a saúde etc.. Estas necessidades são 
supridas em parte ou totalmente pela ação do Estado. 
b) necessidades individuais 
Compreendem basicamente dois grupos: o das necessidades absolutas do 
ser humano, isto é, relacionadas às exigências de natureza biológica, tais 
como dormir, respirar, comer, habitar, procriar, vestir etc.. Veja que estas 
necessidades absolutas – ou também chamadas de necessidades 
biológicas – nem sempre têm sua satisfação associada imediatamente a 
uma solução econômica. É o caso da necessidade de respirar, por exemplo. 
Em muitas comunidades, a preservação das áreas verdes e o controle da 
poluição do ar podem requerer grandes esforços econômicos. 
O segundo grupo das necessidades individuais compreende as necessidades 
relativas ou sociais. São relativas porque não são idênticas para todos os indivíduos. 
Compreendem o conjunto de hábitos, normas, costumes e valores (uso de talheres e 
pratos, cama para dormir, o hábito da leitura, audiência de uma sinfonia e outros). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1 
TIPOS DE NECESSIDADES 
COLETIVAS INDIVIDUAIS 
Absolutas Relativas 
Segurança, defesa, 
educação, saneamento 
básico, saúde etc. 
Dormir, respirar, comer, 
habitar, procriar, vestir 
etc. 
Hábitos, normas, 
costumes e valores 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 9/29 
 
 
 
As necessidades dos indivíduos modificam-se a cada novo dia, quer sejam 
absolutas ou relativas. Alguns estudos a esse respeito, em especial o de Abraham 
Maslow, um psicólogo norte-americano que viveu entre 1908 e 1970, revelam que as 
necessidades são hierarquizadas, isto é, um indivíduo procura satisfazer suas 
necessidades em certo momento ou período de sua vida, por etapas consecutivas, 
uma após outra. Imaginemos uma escada, para dispor tal hierarquização. O primeiro 
degrau é reservado para as necessidades biológicas ou básicas. Satisfeitas estas 
necessidades, o indivíduo busca a segurança, em seu mais amplo sentido: 
segurança no lar, na comunidade, segurança no emprego. A etapa seguinte refere-
se à necessidade que o indivíduo sente de viver em comunidade, de ser aceito pelo 
grupo, de relacionar-se. Na próxima etapa, quer satisfazer seu ego: busca 
reconhecimento, status, poder. E, nesta evolução motivacional, a última etapa 
refere-se à auto-realização: o indivíduo abre-se a novos desafios, procura a 
experimentação de forma decidida, tal como alguns cientistas que injetam certo tipo 
de vírus em seu próprio organismo, para testarem, em seguida, determinada teoria 
ou vacina por ele desenvolvida. 
Segundo estes estudos, uma necessidade superior não poderá ser suprida sem a 
satisfação da necessidade imediatamente anterior. Outro aspecto revela que a 
posição do indivíduo na sua hierarquia de necessidades é mutável ao longo do 
tempo, ou seja, o indivíduo terá projetadas novas hierarquias introduzidas pelas 
transformações do meio, principalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Necessidades biológicas ou básicas 
Segurança 
Associação 
Auto-estima 
Auto-realização 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 10/29 
 
Tendo visto os recursos ― escassos ― de produção e as necessidades humanas ― 
ilimitadas ― vamos organizar nosso aprendizado com relação ao conhecimento das 
diversas formas de satisfação das necessidades humanas: os bens.SUMÁRIO DO TEMA 
Identificadas como necessidades coletivas e necessidades individuais, este tema 
investigou a classificação da contrapartida à existência de recursos escassos: as 
necessidades humanas. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Explique sucintamente o entendimento do conceito de necessidades coletivas. 
Cite um exemplo. 
2. Explique o conceito de necessidades individuais e cite um exemplo. 
3. Imagine-se no deserto do Saara. Quais as necessidades imediatas que 
necessitam ser supridas para a sua sobrevivência? Quais os fatores de 
produção envolvidos para a solução destas necessidades? 
4. Imagine-se num shopping center. Quais as necessidades que você verá 
despertadas em si mesmo? E numa criança? 
5. Explique o conceito relacionado à hierarquia de necessidades do ser humano, 
segundo Maslow. 
6. Cite uma das necessidades hierarquizadas por Maslow, explicando-a e 
localizando-a em sua própria vida. 
7. O que indica uma necessidade biológica? 
8. Qual o significado de uma necessidade como “segurança”? Como se 
materializa a satisfação dessa necessidade? 
9. Cite um exemplo de necessidade de associação e forma de satisfação dessa 
necessidade, aí em sua região. 
10. O indivíduo pode suprir uma necessidade superior na hierarquia apresentada 
por Maslow, sem ter cumprido com a solução a uma necessidade 
imediatamente inferior? Por quê? 
11. Como se dividem as necessidades individuais? 
12. Cite um exemplo de necessidade absoluta que não consta das atividades 
listadas no Quadro 1 – Tipos de Necessidades. 
13. Qual a definição de “necessidades relativas”? Dê um exemplo diferente 
daquelas que constam do Quadro 1 – Tipos de Necessidades. 
14. No melhor dos entendimentos, o cumprimento das leis por todos os cidadãos 
é, por si só, uma forma de suprimento de necessidades individuais? Por quê? 
15. Uma necessidade de associação com base na hierarquia das necessidades de 
Maslow reflete uma situação em que 
a. o indivíduo se sente atraído por um desejo de se associar a um 
empresário para abrir um negócio. 
b. o indivíduo carece de sentimentos por si mesmo. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 11/29 
 
c. Nenhuma outra necessidade pode ser suprida se esta não for satisfeita. 
d. Todas as demais necessidades já foram supridas pelo indivíduo. 
e. O indivíduo já satisfez suas necessidades fisiológicas e de segurança e 
agora sente necessidade de ser aceito pelo grupo. 
Resposta correta: alternativa e. Isto porque, no caso da alternativa a, a 
referência a uma associação em um empreendimento foge aos conceitos de 
Maslow no caso particular da necessidade de associação. Também o fato de 
sentir necessidade de associação não quer dizer que o indivíduo não gosta 
de si mesmo e, portanto, a alternativa b também não se aplica. Quanto à 
alternativa c, é fato que existe uma hierarquia nas necessidades, mas a 
necessidade de associação está no meio desta hierarquia. Assim sendo, 
outras necessidades foram, sim, supridas, antes de se chegar a esta. Mas, 
nem todas as outras necessidades foram supridas, o que também implica em 
que a alternativa d está incorreta. Então, a alternativa e complementa 
adequadamente a assertiva. 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 12/29 
 
Tema 3 
BENS 
A satisfação de uma necessidade, no sentido aqui tratado, requer a existência de um 
bem. Mesmo as mais elementares necessidades são satisfeitas por certo tipo de 
bem. O ar, por exemplo, é o bem que satisfaz a necessidade de respirar. Em 
circunstâncias normais, quando se caracteriza a abundância, este e outros bens, 
como a água do mar e a luz do sol, são considerados bens livres. Não constituem, 
portanto, um problema cuja solução esteja no âmbito da análise econômica. Ocorre, 
no entanto, que a maioria das necessidades dos indivíduos será satisfeita por bens 
escassos, cuja obtenção irá requerer certa quantidade de trabalho e, muito 
provavelmente, também de outros fatores de produção. Estes bens são 
denominados bens econômicos e compreendem duas categorias de bens: os bens 
tangíveis, isto é, que se pode apalpar, sendo, portanto, materiais, e os bens 
intangíveis, que não são de natureza física, onde se enquadram os serviços. 
Na tentativa de melhor compreensão do fato econômico, a classificação dos bens 
completa-se com o enquadramento dos bens econômicos tangíveis nas seguintes 
categorias: 
a) bens finais 
Aqui são abrigados os bens de consumo, que compreendem os produtos que se 
destinam ao consumo. Subdividem-se em bens de consumo não-duráveis ― 
porque possuem existência muito limitada no tempo e geralmente desaparecem 
ao satisfazer a necessidade, como é o caso dos alimentos ― e bens de consumo 
duráveis ― cuja utilização é substancialmente prolongada, como, por exemplo, 
eletrodomésticos, automóveis etc.. São estes produtos que, como regra geral, 
promovem a atividade econômica, porque na sua produção são utilizados 
produtos intermediários, máquinas, fornecimentos de terceiros e um contingente 
considerável de pessoas direta ou indiretamente ocupadas que, auferindo 
rendimento, poderão adquirir bens econômicos, realimentando o processo de 
produção agregada de toda a sociedade. 
Também fazem parte do grupo de bens finais os chamados bens de capital, que 
compreendem os bens destinados à produção de novos bens e, por isso mesmo, 
também conhecidos por “bens de produção”. São as máquinas industriais, 
ferramentas etc.. 
É de se notar, ademais, que um mesmo bem pode ser classificado em grupo 
distinto, segundo a categoria uso. Assim sendo, um automóvel pode ser um bem 
de consumo durável e, para aquele que o utiliza como forma de prestação de um 
serviço – táxi, por exemplo ― este bem é considerado um bem de capital ou bem 
de produção. 
 
b) bens intermediários 
Certos bens, como o aço, o cimento, a cal e uma infinidade de outras 
mercadorias, requerem transformações antes de se converterem num bem de 
consumo ou bem de capital. São, portanto, considerados bens intermediários. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 13/29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO DO TEMA 
As necessidades coletivas e necessidades individuais são supridas pelos bens ou 
serviços. Este tema tratou da identificação dos bens livres e dos bens econômicos. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Como estão classificados os bens, de maneira geral? 
2. O que caracteriza a natureza do bem livre? 
3. O ser humano poderia viver unicamente de bens livres? Ele seria feliz se 
pudesse fazê-lo? Neste caso, como ficaria a Economia, enquanto ciência? 
4. Como se classificam os bens econômicos, de maneira geral? 
5. Cite um exemplo de bem intangível? Você se dedica a este tipo de atividade, 
conseguindo com o rendimento obtido a cada mês suprir todas as suas 
necessidades? 
 
Quadro 2 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS BENS 
 
Bens Econômicos Bens 
Livres 
(água do 
mar, luz do 
sol etc.) 
Bens Tangíveis Bens 
Intangíveis 
(serviços) 
Bens Finais Bens 
Intermediários 
(a cal, o cimento, o 
ferro, o aço, 
alumínio etc.) 
Bens de Consumo 
 
Bens de 
Capital 
(máquinas, 
ferramentas 
etc.) 
Bens de 
Consumo 
Não-
duráveis 
(alimentos, 
artigos de 
vestuário etc.) 
Bens de 
Consumo 
Duráveis 
(eletrodomésticos, 
automóveis etc.) 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 14/29 
 
6. O que representam os bens finais? Esta denominação é apropriada para a 
maioria dos bens que você consome no seu dia-a-dia? 
7. Quando foi sua última aquisição de um bem intermediário? O que você fez com 
ele? 
8. Se você classificou corretamente o bem identificado na questãoanterior, informe 
qual foi este bem e o resultado da sua incorporação no produto final, 
identificando este produto final na sua resposta. 
9. Você está utilizando um bem de consumo durável neste exato momento? Qual é 
ele? 
10. Qual ou quais os tipos de bens finais que podem ser considerados aqueles que 
dão mais impulso à atividade econômica? Por quê? 
11. O que são “bens de capital”? Como também são conhecidos estes bens? Cite 
um exemplo. 
12. O seu automóvel particular é um bem de consumo durável ou um bem de 
capital? O que o leva a cada uma destas classificações neste particular tipo de 
bem econômico? 
13. Quando você utiliza o seu computador pessoal para uma atividade de 
aprimoramento de suas competências e habilidades, a qual categoria de bem 
econômico ele pertence? E se você o utilizasse para a elaboração de um balanço 
patrimonial de um cliente? 
14. O trator que o agricultor utiliza na sua lavoura é um bem de capital? E quando ele 
o utiliza para levar a família à cidade? 
15. Apenas uma das alternativas abaixo pode ser considerada correta, à luz da teoria 
abordada no presente tema: 
a. Bem de capital representa a soma dos recursos financeiros de que o 
indivíduo dispõe para a satisfação de suas necessidades. 
b. Bem intermediário significa aquele que é adquirido no comércio em 
geral, porque o comerciante é um intermediário entre a indústria e o 
consumidor. 
c. Bens finais são aqueles que chegam ao consumidor final, ou seja, uma 
empresa ou um indivíduo que os utilizará para satisfação de uma 
necessidade. 
d. Os bens de consumo duráveis constituem aqueles produtos que a 
indústria utiliza para a produção de eletrodomésticos em geral. 
e. Os bens de consumo não duráveis são bens intermediários utilizados 
para a produção dos bens assalariados. 
Resposta correta: alternativa c. A alternativa a se refere ao capital 
financeiro tão somente. Por sua vez, a alternativa b confunde a 
classificação do bem com a relação envolvida na sua comercialização. A 
alternativa d mescla a classificação do bem, levando à falsa idéia de que 
se trata de um bem intermediário, o mesmo acontecendo com a alternativa 
e. A alternativa c indica o conceito correto de um bem final. 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 15/29 
 
Tema 4 
FLUXOS FUNDAMENTAIS 
O funcionamento do sistema econômico caracteriza-se, de um lado, pela atividade 
de obtenção de recursos – ou fatores – de produção em si e, de outro, pela 
obtenção de meios financeiros e sua utilização. Caracterizam-se, portanto, dois 
mercados: o primeiro, de fatores de produção; o segundo, de bens e serviços finais. 
A obtenção dos fatores de produção e a produção e distribuição dos bens e serviços 
constituem a atividade real da economia. Os indivíduos – que são os proprietários 
dos fatores de produção – fornecem às empresas – que são as produtoras de bens 
e serviços finais – os recursos de que elas necessitam para a produção de bens e 
serviços finais que irão satisfazer suas necessidades. Como contrapartida, as 
empresas remuneram os indivíduos, sob a forma de salários (quando o fator 
fornecido é a mão-de-obra), juros (quando se fornece capital de empréstimo para as 
empresas), lucros (quando o capital é cedido sob a forma de participação no 
empreendimento) e aluguéis (quando se cede imóvel, terreno ou mesmo máquinas 
para o exercício da atividade empresarial). Com estes recursos, os indivíduos 
pagam às empresas pelos bens e serviços finais adquiridos. Este processo de 
remuneração e pagamento caracteriza o lado monetário da economia. 
Combinamos, na Figura 1, os fluxos real e monetário; pode-se nela visualizar a sua 
interdependência e a caracterização dos dois grandes mercados em que se 
fundamenta a organização econômica: o mercado de fatores – ou recursos – de 
produção e o mercado de bens e serviços, nas partes superior e inferior dos fluxos, 
respectivamente. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 16/29 
 
 
Figura 3 
Os fluxos real e monetário e os mercados de fatores de produção e de bens e 
serviços finais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A linha cheia, indicando o fornecimento de fatores de produção e o suprimento de 
bens e serviços finais, identifica o fluxo real. A linha pontilhada, por onde se dá a 
passagem da remuneração pelos fatores e o pagamento dos bens e serviços 
adquiridos, constitui o fluxo monetário. 
 
Vazamentos e injeções no fluxo circular da renda a dois pólos 
Nem todo o rendimento auferido pelos indivíduos ao fornecerem fatores de produção 
constitui base para o pagamento pelos bens e serviços adquiridos. Uma parte destes 
rendimentos pode ficar retida sob a forma de poupança — identificada pela letra S, 
do inglês saving, na maioria dos trabalhos acadêmicos que focalizam esta 
importante variável econômica. Este ato representa um vazamento de recursos 
Unidades 
Produtoras 
(ou Empresas) 
Unidades 
Consumidoras 
(ou Indivíduos) 
Fornecimento de Fatores de Produção 
(capital, terra, trabalho, tecnologia, capacidade empresarial) 
Suprimento de Bens e Serviços Finais 
Remuneração pelos Fatores de Produção 
(salários, juros, lucros, aluguéis) 
Pagamento pelos Bens e 
Serviços 
MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO 
MERCADO DE BENS E SERVIÇOS FINAIS 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 17/29 
 
financeiros do sistema, já que haverá produção que não será adquirida. Neste fluxo 
circular da renda a dois pólos — empresas e indivíduos —, as empresas também 
são poupadoras, na medida em que não utilizam todo o seu lucro para a aquisição 
de novos fatores de produção, juntando-se aos indivíduos poupadores. 
Por outro lado, nem toda a produção de bens e serviços finais é destinada aos 
indivíduos. Uma parcela considerável dos bens e serviços produzidos é adquirida 
pelas próprias empresas, para constituírem seu ativo permanente, ou seja, a parcela 
dos ativos totais da empresa que compreendem o ativo imobilizado e os 
investimentos sob diversas formas, dentre outras rubricas. Estes dispêndios das 
empresas com aquisição de bens e serviços finais que irão ampliar seus ativos são 
considerados genericamente como investimentos no sentido econômico e não 
financeiro do termo, caracterizando, portanto, uma injeção, ou seja, uma entrada de 
recursos no fluxo circular da renda. 
Diz-se que o sistema econômico está equilibrado quando os vazamentos são de 
mesma magnitude que as injeções, ou seja, quando a poupança S é igual ao 
investimento I, tal que 
 
I = S 
 
Reproduzimos a Figura 3, incorporando os vazamentos e a injeção, isto é, a 
poupança dos indivíduos e das empresas e os seus investimentos em ativos, 
conforme apontado na Figura 4. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 18/29 
 
 
Figura 4 
Os fluxos real e monetário e os mercados de fatores de produção e de bens e 
serviços finais, com incorporação da poupança (S) e dos investimentos (I) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO DO TEMA 
Este tema abordou o fluxo circular da renda em sua mais simples versão: a de dois 
pólos, onde se situam as empresas e os indivíduos, como agentes econômicos que 
interagem na produção e distribuição de fatores de produção e bens e serviços 
finais. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. O que caracteriza um mercado de fatores de produção, no entendimento do fluxo 
circular da renda? 
Unidades 
Consumidoras 
(ou Indivíduos) 
Fornecimento de Fatores de Produção 
(capital, terra, trabalho, tecnologia, capacidade empresarial) 
Suprimento de Bens e Serviços Finais 
Remuneração pelos Fatores de Produção 
(salários, juros,lucros, aluguéis) 
Pagamento pelos Bens e 
Serviços 
MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO 
MERCADO DE BENS E SERVIÇOS FINAIS 
S 
Unidades 
Produtoras 
(ou Empresas) 
I 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 19/29 
 
2. Quais as características de um mercado de bens e serviços finais na 
interpretação do fluxo circular da renda? 
3. O fornecimento de fatores de produção pelos seus proprietários e a aquisição 
dos mesmos pelas empresas caracteriza uma oferta de produtos e serviços? 
Justifique sua resposta. 
4. E quando a empresa fornece bens e serviços aos indivíduos, este também 
constitui um ato de oferta? Por quê? 
5. O que se convencionou chamar de “atividade real da economia”? 
6. O que é fluxo real, no contexto do fluxo circular da renda? 
7. Os movimentos de moeda são caracterizados por qual dos fluxos? Explique-os. 
8. Segundo os conceitos compreendidos no fluxo circular da renda, o que é fluxo 
monetário? 
9. Quando um capitalista injeta capital financeiro numa empresa, ele está agindo 
em qual dos dois tipos de mercados: de fatores ou de bens e serviços finais? Por 
quê? 
10. As empresas também adquirem bens e serviços finais. Como se chama este 
processo, no contexto do fluxo circular da renda? 
11. O que mantém o sistema econômico em equilíbrio, na abordagem do fluxo real e 
monetário? 
12. Qual a contrapartida em termos monetários ao fornecimento de mão-de-obra 
direta? 
13. Como se denomina a renda auferida por um indivíduo que aportou capital 
financeiro — e somente capital financeiro — numa determinada empresa, sob a 
forma de empréstimo a longo prazo? 
14. E o que representa a remuneração para um sócio do empreendimento, ao final 
do período contábil da empresa? 
15. No tocante ao funcionamento do sistema econômico, o fluxo real descreve: 
a. a quantidade de fatores de produção que são vitais para o suprimento de 
bens e serviços de que a sociedade necessita; 
b. a entrada de fatores e a saída de materiais do estoque das empresas; 
c. as relações entre os proprietários de recursos e as unidades mobilizadoras 
destes recursos; 
d. os movimentos de moeda e sua destinação e uso; 
e. o fornecimento de fatores de produção e sua remuneração. 
 
Resposta correta: alternativa c. Vejamos por que: a alternativa a fala em 
quantidade de fatores. Ora. O fluxo real não aponta quantidade de fatores, 
mas, sim, a entrada e saída de recursos, independentemente de sua 
quantidade. A alternativa b se refere ao estoque das empresas e não ao 
fluxo. Por sua vez, a alternativa d tem a ver com o fluxo monetário, que 
também está envolvido na alternativa e. A alternativa c aborda as relações 
daqueles que detém a propriedade dos fatores de produção (capital, terra, 
trabalho, tecnologia, capacidade empresarial), que são as famílias ou 
indivíduos, e, no outro pólo, aqueles que demandam estes fatores, 
transformando-os em bens e serviços, que são as empresas. 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 20/29 
 
Tema 5 
QUESTÕES CENTRAIS DA ECONOMIA 
O dilema traduzido pelo confronto entre recursos de produção escassos e 
necessidades humanas ilimitadas implica a existência de três questões 
fundamentais que a economia trata de responder, enquanto ciência: 
 Quê e quanto produzir? 
 Como produzir? 
 Para quem produzir? 
Compete à ciência econômica, como sua mais importante função, reunir um máximo 
de informações que possibilite completo diagnóstico da relevância de cada um 
destes problemas e suas diversas formas de solução. Esta é, na realidade, a própria 
razão de ser deste ramo de conhecimento. 
Mas, se à Economia compete a elucidação ou equacionamento dos problemas, a 
aplicação das recomendações para a solução compete à comunidade, dado que, na 
maioria das vezes, intervêm fatores de natureza social, política, histórica, física, 
tecnológica etc., de influência decisiva sobre o resultado. 
Examinemos mais detalhadamente cada uma das questões: 
 
Quê e quanto produzir? 
Dada a escassez dos fatores de produção, a resposta a esta indagação deve 
considerar que, ao mesmo tempo em que se decide pela produção de determinado 
bem, se estará decidindo pela não-produção de outro bem. Assim, a terra destinada 
ao plantio da cana-de-açúcar não poderá ser utilizada para a produção de alimentos. 
Então, a produção de álcool derivada da cana-de-açúcar implica a não-produção de 
alimentos naquela porção de terra utilizada para o cultivo da cana-de-açúcar. A 
contribuição da análise econômica à questão “quê e quanto produzir” localiza-se no 
conhecimento das máximas possibilidades econômicas de produção estabelecidas 
pelas “curvas de possibilidades de produção”. Vejamos este conceito mais de perto. 
Imagine que, em dada região ou país, a utilização dos recursos disponíveis – capital, 
terra, trabalho, tecnologia e capacidade empresarial – para a produção de dois bens, 
que chamaremos de alfa e beta, possibilitaria as seguintes quantidades: 
 
Tabela 1 
Possibilidades de Produção, conhecidos os fatores. 
Alternativa Quando a produção do bem alfa é... ...a produção do bem beta é... 
A 0 20 
B 1 19 
C 2 17 
D 3 13 
E 4 8 
F 5 0 
 
A ciência econômica, como tantas outras, lança mão de técnicas desenvolvidas por 
outras áreas do conhecimento científico para auxiliar na demonstração de certos 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 21/29 
 
fatos econômicos. Assim, a representação gráfica em duas dimensões – um eixo 
dos x, considerada a primeira variável, e um eixo dos y, a segunda variável – , 
utilizando dados econômicos observados ou idealizados, será um instrumento de 
apoio de fundamental importância na apresentação das questões econômicas. 
Assim sendo, se dispusermos os dados da Tabela 1 numa representação gráfica de 
duas dimensões, tal que as quantidades do bem beta estejam demonstradas no eixo 
dos y e as quantidades do bem alfa no eixo dos x. 
Vamos, portanto, juntar as informações desta tabela num gráfico composto por uma 
abscissa — o eixo dos x — e uma ordenada — o eixo dos y —, ou seja, as 
quantidades do bem alfa no eixo horizontal (abscissa) e quantidades do bem 
beta no eixo vertical (ordenada). Desta forma, utilizando este sistema de 
coordenadas cartesianas1, poderemos posicionar as alternativas A, B, C, D, E e F 
num plano. 
 
Gráfico 1 
Disposição dos dados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unindo-se os pontos A a F, que representam as alternativas constantes da Tabela 1, 
tem-se a Curva de Possibilidades de Produção (CPP). Trata-se de uma construção 
extremamente simples, que revela as escolhas que são oferecidas à sociedade em 
função da limitação dos recursos. O exame atento dos pontos A a F no gráfico 
permite a constatação de um decréscimo na produção do bem beta, na medida em 
que aumenta a produção do bem alfa. No ponto A, todos os fatores são utilizados 
para a produção do bem beta. No outro extremo, quando todos os fatores são 
alocados para a produção do bem alfa, nenhuma unidade de beta pode ser 
produzida. Entre estes dois extremos existem pontos intermediários que revelam a 
 
1 Descartes, filósofo e matemático francês (1596-1650) imaginou um sistema de eixos onde se 
pudessem localizar pontos do plano, através de dois números (as coordenadas) ou, dado um ponto, 
fazer-lhe corresponder um par de números. Normalmente usa-se um sistema de eixos 
perpendiculares e que utilizam a mesma escala (sistema ortonormado). Assim teremos o par (3, 2) 
onde 3 representa a abscissa e 2 a ordenada. O par diz-se ordenado por sempre estar escrito na 
forma (abscissa, ordenada). 
Bem beta 
Bem alfa 
5 
0 
10 
15 
20 
1 2 3 4 5 
A 
B 
C 
F 
D 
EEconomia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 22/29 
 
escassez dos recursos e, como conseqüência, a imperiosidade de sacrifício de 
unidades de produção de um bem quando se aumenta a produção de outro bem. 
 
Gráfico 2 
Traçado da curva de possibilidades de produção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CPP é uma demonstração dos limites máximos de produção possível de dois 
bens. Na realidade, a produção pode ficar aquém desta fronteira. É o caso 
demonstrado no ponto U do Gráfico 3. Neste ponto, não estão sendo empregados 
todos os recursos disponíveis, havendo, portanto, desemprego de fatores. Por 
conseguinte, o pleno-emprego se dá sobre a CPP, que indica a fronteira das 
possibilidades de produção, com os recursos conhecidos. Assim, os pontos 
localizados “dentro” da curva representam situações em que os recursos não estão 
sendo administrados de forma eficiente. Observa-se, no Gráfico 3, que, se a 
economia estiver operando no ponto U – e, portanto, com ociosidade de fatores, ou 
seja, com fatores que não estão devidamente aproveitados – é possível expandir a 
produção do bem beta, ou do bem alfa ou, ainda, uma combinação de ambos, até os 
limites das possibilidades de produção, indicado pela CPP. 
Bem beta 
Bem alfa 
5 
0 
10 
15 
20 
1 2 3 4 5 
A 
B 
C 
F 
D 
E 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 23/29 
 
 
Gráfico 3 
Curva de possibilidades de produção e o desemprego de fatores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sendo a CPP uma indicação das fronteiras, isto é, da produção máxima de dois 
bens com dado volume de recursos, não é possível admitir pontos “fora” da curva. 
Mas, o que se observa na realidade é um deslocamento da CPP para cima e para a 
direita, denotando crescimento da produção decorrente de alterações positivas na 
composição e no volume dos fatores de produção. Estas alterações geralmente 
acontecem como decorrência de um aumento na quantidade do fator capital, uma 
melhoria qualitativa na força de trabalho, e, ainda, do progresso tecnológico, 
responsável por novos métodos de produção. Este deslocamento é demonstrado no 
Gráfico 4. Evidentemente, uma diminuição de fatores de produção pode levar a um 
deslocamento da CPP para a esquerda, o que constitui uma anormalidade no 
funcionamento de todo o sistema econômico. Uma guerra ou uma epidemia, por 
exemplo, podem causar grande redução na quantidade e qualidade do fator mão-de-
obra, por exemplo. 
 
Bem beta 
Bem alfa 
5 
0 
10 
15 
20 
1 2 3 4 5 
A 
B 
C 
F 
D 
E 
U 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 24/29 
 
 
Gráfico 4 
Deslocamento da CPP em função de alterações nos fatores de produção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A análise da CPP conduz a duas importantes constatações: a primeira delas diz 
respeito ao custo de oportunidade, isto é, à renúncia ou sacrifício de um bem em 
prol da obtenção de outro. Assim, o custo de oportunidade para a obtenção da 
primeira unidade do bem alfa é uma unidade do bem beta, conforme se pode 
deduzir da Tabela 2. A obtenção da segunda unidade de alfa leva ao sacrifício de 
mais duas unidades de beta; a terceira unidade de alfa exige um custo de 
oportunidade de mais quatro unidades de beta, e assim por diante. Ao final, para a 
produção da quinta unidade 
de alfa, deverão ser 
sacrificadas mais oito 
unidades de beta. Este custo 
de oportunidade no caso 
específico de opções entre 
cada alternativa de produção 
de alfa e beta está 
demonstrado no Gráfico 5. 
 
Bem beta 
Bem alfa 
5 
0 
10 
15 
20 
1 2 3 4 5 
O custo de oportunidade é um importante 
conceito em economia. Também é conhecido por 
“custo do economista”. Significa que, em dadas 
circunstâncias, como, por exemplo, ao montar 
um escritório de representação em um imóvel 
próprio, existirá um custo de oportunidade 
retratado pela possibilidade de alugar o imóvel. 
Assim sendo, a renda que deverá ser auferida 
pelo empreendimento deverá considerar o que se 
receberia como aluguel como determinante do 
retorno mínimo idealizado pelo negócio. 
Voltaremos a este conceito quanto tratarmos dos 
custos de produção e/ou comercialização. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 25/29 
 
 
Tabela 2 
Custo de oportunidade 
Alternativa Quando a produção do 
bem alfa é... 
...a produção do bem 
beta é... 
... e o custo de 
oportunidade (em 
unidades de beta) é... 
A 0 20 
B 1 19 1 
C 2 17 2 
D 3 13 4 
E 4 8 5 
F 5 0 8 
 
Gráfico 5 
Custo de oportunidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem beta 
Bem alfa 
5 
0 
10 
15 
20 
1 2 3 4 5 
1 
2 
5 
4 
8 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 26/29 
 
A segunda constatação leva à lei dos rendimentos decrescentes. Conforme foi visto, 
uma expansão dos fatores de produção leva a deslocamentos positivos da CPP. Se, 
no entanto, se mantiver constante um ou mais recursos físicos, os aumentos nas 
possibilidades de produção serão menos que proporcionais, tornando-se 
decrescentes ou mesmo nulos a partir de certo nível. Em outras palavras, a lei dos 
rendimentos decrescentes baseia-se na impossibilidade de uma expansão de todos 
os fatores de produção na mesma intensidade. Se apenas um dos fatores 
permanecer constante, aumentando-se os demais, a produção apresentará menor 
taxa de crescimento a cada estágio. Suponhamos, num primeiro momento, que, 
como resultado da utilização de 
 100 unidades do fator terra 
 300 unidades do fator capital 
 50 unidades do fator trabalho 
obtém-se 
 30 unidades do bem alfa e 
 40 unidades do bem beta. 
Num segundo momento, mantendo-se constante a quantidade do fator terra e 
incrementando-se o capital e a mão-de-obra para 360 e 60 unidades, 
respectivamente, a possibilidade de produção passa para 35 e 45 unidades de alfa e 
beta. Observa-se que, para um aumento de 20% nos fatores, a possibilidade de 
produção cresce aproximadamente 17%. Num terceiro momento, utilizando-se 
 100 unidades do fator terra 
 430 unidades do fator capital 
 70 unidades do fator trabalho 
a possibilidade de produção atinge 
 38 unidades do bem alfa e 
 48 unidades do bem beta. 
Nesta simulação, a um novo aumento de 20% nos fatores capital e trabalho, 
mantendo constante o fator terra, as possibilidades de produção aumentam em 
menos de 9%. 
Vejamos, a seguir, a segunda das questões centrais da economia: 
 
Como produzir? 
Trata-se, aqui, de uma questão relacionada às possibilidades tecnológicas de 
produção. Competirá à sociedade como um todo a adoção de técnicas de produção 
que procurem combinar, da forma mais adequada possível, seus recursos humanos 
e patrimoniais. Atenção especial deve ser dedicada à absorção da tecnologia, tal 
que a penetração da técnica no aparelho produtivo não implique desperdício do 
potencial humano e, por outro lado, a sociedade não deverá recusar o emprego de 
técnicas que possam significar aumento da eficiência produtiva. 
 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 27/29 
 
Para quem produzir? 
A terceira questão fundamental que a economia busca responder é a que merece 
maior atenção por parte da política econômica. Consiste em decidir de que forma 
será distribuída, por toda a sociedade, a produção obtida. Em termos atualmente 
mais corriqueiros, esta questão visa solucionar o problema da distribuição da renda. 
A participação da sociedade na determinação do produto deve estender-se 
igualmente à determinação da distribuição mais justa dos bens, superando odesnível que se verifica em muitas regiões do planeta, quando uma grande 
escassez de bens contrasta com a acumulação evidente em outros setores. É 
importante destacar que foi este desnível a causa que promoveu as lutas de classes 
sociais consubstanciadas nos acontecimentos mais importantes dos últimos tempos. 
Tem-se, portanto, que, do ponto de vista da economia, o ideal seria a adequada 
combinação entre uma estrutura produtiva eficiente – obtida por meio de uma 
solução ótima às questões “quê e quanto produzir” e “como produzir” – e a justa e 
efetiva distribuição da produção, solucionando, de forma eficaz, o problema “para 
quem produzir”. A Figura 2 ilustra esta visão. 
 
A economia de mercado e as questões centrais da economia 
Numa economia de mercado impera a propriedade privada dos meios de produção, 
ao lado de decisões sobre “quê e quanto produzir” fundamentadas no mercado e 
nos preços. As empresas estariam dispostas a oferecer seus produtos à medida que 
houvesse possibilidades efetivas de obtenção de lucros, um dos grandes 
determinantes de uma filosofia liberal. 
A perspectiva de lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no mercado. Essa 
oferta seria orientada pela demanda de bens que suprissem as necessidades dos 
indivíduos. É de se supor, então, que o livre jogo da oferta e da procura, em que 
imperasse a livre concorrência, seria fundamental para a operação da atividade 
econômica. Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e 
prejudicial. Ao Estado competiria zelar pelo livre funcionamento do mecanismo dos 
preços e do mercado, sem interferir em nenhum aspecto da produção. 
Neste sistema, a decisão sobre “quê e quanto produzir” seria tomada pelos 
consumidores e produtores; a decisão sobre o “como produzir” seria determinada 
pela competição entre os produtores, em busca de maior produtividade e redução 
dos custos; a questão sobre “para quem produzir” seria solucionada pela capacidade 
de aquisição dos bens produzidos, isto é, cada indivíduo irá apossar-se da 
quantidade de bens e serviços conforme sua disponibilidade de recursos financeiros. 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 28/29 
 
 
Figura 2 
Combinação ideal entre produção e distribuição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO DO TEMA 
O tema focalizou as questões centrais da economia “quê e quanto produzir”, “como 
produzir” e “para quem produzir” e a forma como a economia de mercado responde 
cada uma destas questões. De passagem, abordou a curva de possibilidades de 
produção e a lei dos rendimentos decrescentes, dois conceitos de importância 
fundamental no estabelecimento e compreensão de uma política econômica. 
 
QUESTÕES PARA REVISÃO 
1. Quais as questões fundamentais que a economia, enquanto ciência, procura 
responder? 
2. O que se pode entender pela questão “quê e quanto produzir”? 
3. Qual o significado da questão “como produzir”? 
4. Explique o conceito que envolve a questão fundamental da economia “para quem 
produzir”? 
5. O que se entende por “conhecimento das máximas possibilidades de produção”? 
6. O que é um sistema de coordenadas cartesianas, na compreensão da curva de 
possibilidades de produção (CPP)? 
7. Quantas variáveis estão compreendidas na CPP? Dê um exemplo destas 
variáveis. 
8. Qual o significado da CPP? 
9. O que se entende por uma economia operando com ociosidade de fatores? 
10. De que maneira uma economia pode aumentar suas possibilidades de 
produção? 
 
Estrutura 
produtiva eficiente 
 
Justa e efetiva 
distribuição da 
produção 
 
Solução ótima às questões “quê e quanto produzir”, 
“como produzir” e “para quem produzir” 
Economia de Empresas Capítulo 1 – A natureza do problema econômico 29/29 
 
11. As possibilidades de produção de uma economia podem ser reduzidas em algum 
momento? Como se demonstra este fenômeno graficamente? 
12. Como se explica uma redução das possibilidades de produção? Cite um 
exemplo. 
13. O que é custo de oportunidade? 
14. Em seu dia-a-dia você consegue identificar um custo de oportunidade em sua 
profissão? 
15. As curvas de possibilidades de produção mostram 
a. a quantidade total de bens existentes na economia. 
b. quanto se pode produzir de bens utilizando as quantidades de trabalho. 
c. quanto se pode produzir de bens utilizando todos os recursos da 
economia dada uma tecnologia. 
d. se há desemprego de recursos. 
e. a ociosidade dos fatores de produção. 
Resposta correta: alternativa d. A alternativa a aponta para uma indicação de 
que a curva de possibilidades de produção já indicaria qual a quantidade total 
de bens da economia, ao invés da possibilidade de produção. A alternativa b 
relaciona a quantidade de bens com a quantidade de um único fator, o 
trabalho. A alternativa d fala em desemprego de recursos, o que se dá no 
espaço interno determinado pela fronteira das possibilidades de produção, no 
limite da curva de possibilidades de produção. E, finalmente, a alternativa e 
também se refere a um ponto no interior da curva. A alternativa c indica 
corretamente a relação entre os fatores de produção e os limites das 
possibilidades de produção da economia.

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