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Metodologia do 
ensino do futsal 
e futebol
UNIDADE 3
Unidade 3
SISTEMA DE JOGOS
Os sistemas de jogos no futebol são pontos de estudo importantes 
para aqueles que pretendem entender uma partida de futebol, trabalhar 
com o futebol ou praticá-lo. Uma das questões primordiais deste esporte 
é entender como ocorre a organização dos jogadores e de que maneira 
eles poderão adequar sua organização em decorrência de uma estratégia 
elaborada no confronto com outra equipe.
Seção 1 | Sistemas de jogos no futebol
Objetivos de aprendizagem: 
Nesta unidade, os objetivos de aprendizagem se destinam a conhecer as 
distintas possibilidades de trabalho a partir do arcabouço de possibilidades que 
os sistemas de jogos fornecem. Entender, tanto no futebol, quanto no futsal, as 
particularidades de cada sistema de jogo e as movimentações que os sistemas 
proporcionam é condição para entender a modalidade esportiva de uma maneira 
mais plena. É primordial entender os sistemas a partir de uma perspectiva de que 
as modalidades esportivas evoluíram e, com elas, os sistemas evoluíram também.
Tiago Tristão Artero
Os sistemas de jogos no futsal, diferente do futebol, envolvem uma 
outra dinâmica devido às suas características. Da mesma forma que 
o futebol, o futsal conta com possíveis organizações dos jogadores e 
posicionamentos decorrentes de seus sistemas de jogos. Isto poderá 
Seção 2 | Sistemas de jogos no futsal
determinar o sucesso ou fracasso de uma equipe, portanto, conhecer 
os sistemas de jogo no futsal e saber planejar o desempenho de uma 
equipe a partir deles é uma função bastante relevante para o professor 
ou técnico.
Sistema de jogos
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Introdução à unidade
Entender o que é um sistema de jogo ou, ainda, o que são sistemas de jogos 
permite ao professor, ao técnico e até mesmo ao praticante de futebol – esteja 
ele na condição de aluno ou na condição de atleta – entender o que ocorre não 
somente durante uma partida, mas também na preparação que antecede o jogo 
ou o torneio. Logo, é fundamental conhecer as possibilidades do trabalho coletivo 
e entender a movimentação inserida em uma estratégia que vai de uma visão que 
se estende do micro (no caso do jogador) ao macro (no da equipe como um 
todo e na interação entre uma equipe com a outra que a desafia). Outro ponto 
importante a ser considerado acerca dos sistemas de jogos é a necessidade de 
diferenciações e interações entre sistema, esquema, estratégia, entre outros 
termos que estão relacionados, mas que não possuem o mesmo significado. 
Por isso, é preciso compreender a extensão deste tema para que seja realizado 
um trabalho consciente, que parte de uma visão de desenvolvimento humano, 
podendo estender-se a uma prática recreativa ou competitiva.
Sistema de jogos
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Sistema de jogos
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Seção 1
Sistemas de jogos no futebol
Introdução à seção 
Nesta seção, você conhecerá os aspectos relativos aos sistemas de jogos, as 
possíveis movimentações decorrentes de cada sistema de jogo no futebol. Neste 
contexto está incluído a necessidade de estudarmos elementos que se relacionam 
com os sistemas, no que diz respeito ao esquema de jogo e à estratégia traçada para 
desempenho da equipe. Realizar uma observação sobre estes termos e os aspectos 
que auxiliam a aplicação correta no planejamento de um jogo é imprescindível 
tanto para o desenvolvimento dos jogadores quanto para o sucesso do trabalho 
em equipe. Desta forma, estudar esta seção e a bibliografia relacionada permite a 
realização de um trabalho consciente no papel de praticante, professor ou técnico.
Para saber mais sobre os assuntos tratados nesta seção é importante 
ler a obra Sistemas e táticas para o futebol1 , pois retrata por meio de 
explicações e de ilustrações as possíveis formas de trabalhar com os 
sistemas de jogo, em diferentes contextos surgidos em uma partida.
1MELO, Rogério Silva. Sistemas e táticas para o futebol. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.
2Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=f3U_62nUKJU>. Acesso em: 27 fev. 2016 
(11min28seg).
Ainda sobre os assuntos tratados, há também uma entrevista2, em que João 
Batista Freire, referência na Educação Física, inclui questões a serem refletidas em 
seus aspectos educativos e políticos. A entrevista permite refletir acerca da função 
do trabalho do professor, para que nenhum dos conceitos trabalhados, como os 
sistemas de jogos, estratégias e esquemas, percam-se nos seus significados, que 
sejam parte de um contexto social e educativo.
Sistema de jogos
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Quando uma equipe busca realizar uma partida desafiando outra determinada 
equipe, muito se diz em termos desencontrados a respeito de tática, estratégia e sistema 
de jogo. Apesar destas palavras parecerem similares em seu significado, confundindo 
expectadores, jogadores e até mesmo os que estão à frente da coordenação técnica de 
uma equipe de futebol, é imprescindível entender as diferenças para que as táticas e os 
sistemas possam ser aplicados corretamente em um contexto estratégico. Sobre este 
assunto, Mantovani e Frisselli (1999) orienta que sistema de jogo refere-se à maneira pela 
qual os componentes de uma equipe estão distribuídos no espaço destinado à prática 
do esporte. A partir desta organização, papéis diferentes, ou seja, funções distintas 
serão destinadas a cada jogador. Esta definição difere da movimentação escolhida 
para a equipe desempenhar sua tática de maneira adequada, indo ao encontro de 
uma superação da equipe adversária via estratégia definida antes e/ou durante um 
jogo (MANTOVANI; FRISSELLI, 1999). Sobre a estratégia, Capinussú e Reis (2004) 
exemplificam a possibilidade de realizar uma preparação nas dimensões emocionais, 
táticas, físicas e dos fundamentos técnicos. O treinamento que será realizado com a 
equipe, de acordo com Capinussú e Reis (2004), necessita ser destinado à aplicação do 
que está sendo treinado em um contexto de jogo, buscando-se evitar um treinamento 
mecânico. Desta forma, Capinussú e Reis (2004) indicam a existência do treinamento 
‘físico’, ‘técnico’ e ‘tático’. Desenvolver as qualidades físicas, melhorar a precisão nos 
fundamentos do futebol ou futsal e treinar jogadas (e esquemas) são indicações para 
os treinamentos citados, respectivamente (CAPINUSSÚ; REIS, 2004). Os esquemas a 
serem treinados referem-se, segundo Capinussú e Reis (2004), às manobras táticas que 
serão realizadas pelo time.
Frisselli e Mantovani (1999) indicam que para conhecer os sistemas de jogos é preciso 
entender o que são esquemas, táticas e estratégias. Há outros fatores que influenciam 
na escolha do sistema de jogo e na organização da equipe em campo ou em quadra, de 
uma forma geral, como saber quem são os espectadores da partida, se há imprensa e 
entender as possíveis influências destes nos jogadores (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999). 
É necessário conhecer o clima da região e o horário em que irá acontecer a partida, 
minimizando as influências negativas que as questões meteorológicas poderão exercer 
na equipe e no seu desempenho, que podem impactar nos aspectos táticos e técnicos. 
É preciso conhecer, também, o grau de importância dada pelos jogadores à partida 
– pois, neste caso, a equipe tende a jogar com maior cautela – e as dimensões do 
campo ou da quadra em que ocorrerá a partida, bem como as condições do gramado 
ou do piso da quadra, pois esses fatores e os citados anteriormente, podem prejudicar 
a movimentação e a estratégia do time. Saber das condições físicas do jogadores 
também é importante, dado que elementos como lesões, maior ou menor potência 
no chute, maior ou menor condicionamento físico são fatores que podem exigir uma 
reestruturação da tática de jogo. Em relação às condiçõesfísicas, estas podem ser 
observadas tanto em relação aos jogadores da equipe quanto em relação à equipe 
adversária (FRISSELLI; MANTOVANI, 1999).
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É certo que, com o passar do tempo, a prática do futebol, taticamente, evoluiu. 
Inclusive o número de jogadores dos jogos que deram base ao futebol diminuiu. 
Com o passar do tempo, no século XVII, é possível observar que dezessete 
jogadores podiam ser utilizados na linha (em jogos antigos como o epyskiros, 
na Grécia, século I a.C.), distribuídos da seguinte forma: três na defesa, quatro 
próximo ao meio de campo, cinco mais avançados e mais cinco adiantados, em 
um jogo (MANTOVANI; FRISSELLI, 1999). A Figura 3.1, encontrada em Melo (1999), 
ilustra bem a organização dos jogadores em campo, no século XIX.
Quando há um norteamento sobre a posição dos jogadores, é importante 
lembrar que a organização não é estática, irá variar conforme o desenvolvimento 
do jogo, tanto em sua estrutura quanto nas possibilidades de reorganização da 
equipe para encontrar um caminho mais viável rumo a um melhor desempenho, 
orienta Mantovani e Frisselli (1999).
A confusão que se faz em relação à tática e sistema de jogo ficam melhor 
esclarecidos quando percebemos que na Figura 3.1 há uma ilustração do sistema 
de jogo, enquanto que a movimentação específica e a adequação da forma de 
jogar referem-se às possíveis táticas a serem aplicadas durante um jogo, de acordo 
com o que a outra equipe apresentar de movimentação e, consequentemente, de 
esquema de jogo (BANGSBO; PEITERSEN, 2000). 
O que Melo (1999) reforça é que o sistema, mesmo sendo composto por 
todos os praticantes de uma equipe, incluindo neste entorno um aspecto de 
complexidade, deverá ter certa constância, para que a equipe saiba em quais 
posições os possíveis atletas se encontrarão, necessitando de um elemento tático 
Figura 3.1 | Sistema com 18 jogadores
Fonte: Melo (1999).
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diferente de acordo com a equipe desafiante. Em termos práticos, significa dizer 
que a tática são ações ofensivas e defensivas realizadas em decorrência das ações 
do adversário, no transcorrer de uma partida (MANTOVANI; FRISELLI, 1999).
Atualmente, o sistema é formado por onze jogadores, número que já era 
utilizado pelas equipes inglesas, desde a criação do futebol, no século XIX, mesmo 
que sem muitas regras definidas. A organização dos jogos que deram base à 
formação do futebol (que estava em construção), como observado na Figura 
3.2 chegava a ter um jogador na defesa, um jogador no meio do campo e oito 
jogadores posicionados em uma região mais avançada do campo, conforme Melo 
(1999) informa.
No contexto individual, mesmo que haja uma programação previamente 
definida, Drubscky (2003) alerta que há elementos individuais a serem considerados, 
como os estilos de jogo. Em relação a essa consideração, embora uma equipe 
possua uma tática e um sistema de jogo, os jogadores que desempenham os 
papéis durante uma partida sempre estão realizando ações individuais e coletivas 
durante um jogo. Individualmente, seu estilo interfere no coletivo e coletivamente 
as ações da equipe vão interferir em sua ação individual.
Melo (1999), na Figura 3.3, aponta uma distribuição de praticantes utilizada por 
jogadores da Escócia, no século XIX, em que, mesmo com um número bastante 
expressivo de atacantes, já haviam alguns homens menos adiantados auxiliando a 
equipe a não sofrer reveses durante a partida, como pode ser visto a seguir.
Figura 3.2 | Sistema com 11 jogadores, eminentemente na região do ataque
Fonte: Melo (1999).
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Racionalmente, o técnico poderá realizar de maneira adequada uma partida 
equilibrando o número de componentes em cada um dos espaços do campo 
(MELO, 1999). Certamente, o técnico deverá considerar os talentos individuais, a 
capacidade de cada jogador, o papel de cada um na interação com o coletivo para 
construir um sistema e delinear uma organização dos componentes em campo 
(LUXBACHER, 1996).
Figura 3.3 | Sistema com 11 jogadores, 2-2-6.
Figura 3.4 | Sistema com 11 jogadores, 2-3-5
Fonte: Melo (1999).
Fonte: Melo (1999).
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Como é possível notar na Figura 3.4, um equilíbrio estava sendo alcançado entre 
jogadores ofensivos e defensivos, principalmente quando o componente “impedimento” 
entrou em vigor (em 1963), fazendo com que um número excessivo de atacantes 
fosse inexpressivo caso estivessem em condição de impedimento. A partir desta regra, 
os jogadores ofensivos exerciam uma função de avançar e recuar, esquivando-se da 
condição de impedimento, como orientam Mantovani e Friselli (1999).
Um fator que gerou impactos nas mudanças nos sistemas de jogo e nas táticas a 
serem utilizadas pelas equipes foi a presença de quatro jogadores no meio de campo 
(conhecido como WM, em 1925), como pode ser visto na Figura 3.5 (MELO, 1999).
A partir daí, foi sentida a necessidade de realizar um tipo de marcação não mais 
por zonas, mas individual, devido a um melhor equilíbrio encontrado na organização 
da equipe (MANTOVANI; FRISSELLI, 1999). Neste sistema, taticamente, os jogadores 
que atuavam próximo à linha lateral poderiam armar uma jogada para os atacantes, 
movimentando-se de uma maneira mais eficiente. A marcação individual significou 
uma mudança que interferia tanto no sistema de jogo quanto na tática e na estratégia 
delineada para uma equipe. Esta tática pode ser compreendida a partir de uma 
ótica referenciada por Frisselli e Mantovani (1999), em que o jogo ofensivo e o jogo 
defensivo acontecem visando obter vantagem em relação à equipe adversária, em 
ambos os aspectos. 
Figura 3.5 | Sistema com 11 jogadores, 3-4-3
Fonte: Melo (1999).
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Ao utilizar uma técnica específica ou considerar um jogador, em suas habilidades, 
perceber se ele se movimentará em determinada zona contribuirá para a organização 
da equipe e a tática a ser empregada. Mantovani e Frisselli (1999) orientam que, no 
sistema ilustrado na Figura 3.6, poderá ocorrer enfatizando-se a defesa ou o ataque, 
dentro do mesmo sistema, a partir da movimentação dos jogadores do meio de campo. 
Esse tipo de raciocínio sugere que, com um mesmo tipo de organização dos jogadores 
em campo, ou seja, em um mesmo sistema, a movimentação dos componentes da 
equipe será delineada a partir de um objetivo maior, seja ele de caráter defensivo ou 
ofensivo, considerando-se as condições do jogo e da equipe adversária.
A tática em si, de acordo com Frisselli e Mantovani (1999), poderá ser classificada 
em relação a seus aspectos de ataque e de defesa, ou seja, uma indicada à defesa e 
outra indicada ao ataque. Quando a equipe está movimentando-se com a bola, seria 
utilizada a tática ofensiva, caso a perca, a tática de defesa entra em ação. Outros autores 
classificam a tática, não somente como prática, ou seja, no momento da partida, mas 
como todo o contexto de preparação e de treinamento no decorrer do tempo entre 
partidas (BAUER, 1993). Certamente, além desta classificação, o mesmo autor ainda 
considera que, para resolver uma situação de ordem prática ou emocional, novos 
direcionamentos poderão ser tomados no momento de execução da própria partida.
Uma formação bastante utilizada pelas equipes brasileiras, principalmente na década 
de 1950, foi o ataque com quatro componentes, a defesa com quatro componentes e 
o meio de campo com dois, que pode ser visto na Figura 3.6 (MELO, 1999).
Figura 3.6 | Sistema com 11 jogadores, 4-2-4
Fonte: Melo (1999).
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Uma evolução em relação ao esquema representado na Figura 3.6 foi a 
organização a partir de um equilíbrio numérico entre meio de campo e ataque, 
constituindo-se de três componentes em cada zona, utilizado significativamente na 
década de 1960 e observadona Figura 3.7 (MELO, 1999).
Já na década de 1980, Melo (1999) destaca que, ao modificar a localização 
de possíveis atacantes para auxiliar no meio de campo, reduziu-se o número de 
jogadores que, ofensivamente, desempenhavam a função exclusiva de ação no 
ataque, aumentando de maneira significativa o número de componentes no meio 
de campo e reduzindo-se pela metade o número de jogadores que, normalmente, 
jogavam de maneira avançada. Então, não somente na década de 1980, mas 
também, na década de 90, muitas equipes foram exitosas em promover seus 
jogos a partir deste esquema eficiente para a época, como sugere a Figura 3.8, a 
seguir (MELO, 1999). As possíveis variações do 4-4-2 referem-se ao 4-4-2 losango 
e 4-4-2 inglês. Forma um losango porque um ‘meia’ joga recuado e o outro 
avançado, e entre eles há os dois ‘volantes’, o que forma a figura de um losango, 
diferentemente do 4-4-2 inglês, que tradicionalmente forma duas linhas de quatro 
jogadores (MELO, 1999).
Figura 3.7 | Sistema com 11 jogadores, 4-3-3
Fonte: Melo (1999).
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De maneira coletiva, um sistema de jogo refere-se a um objetivo em comum 
entre componentes de uma equipe, mesmo que para isso as ações individuais 
estejam condicionadas dentro de um norteamento designado e possivelmente 
modificável, conforme as necessidades surgidas (RIPOLL, 1979). Isto significa 
que determinado jogador – mesmo que tenha talentos e capacidades individuais 
ou, até mesmo, limitações permanentes ou pontuais – está amparado por uma 
equipe, de caráter coletivo e com um objetivo maior, em comum entre todos 
os componentes do time – fator que auxilia ou limita o praticante, conforme as 
características individuais e/ou coletivas.
Os sistemas continuaram evoluindo e, em Melo (1999), é possível observar a 
valorização do meio de campo, em uma organização com cinco jogadores nesta 
zona (Figura 3.9), e, de uma forma ainda mais impactante (em relação aos esquemas 
do início do século XX), o sistema de jogo com somente um atacante, como pode 
ser visto na Figura 3.10, demonstrada por Melo (1999) – não significando que um 
jogador iria atuar sozinho no ataque, mas que o meio de campo faria uma intensa 
movimentação para auxiliar no ataque e manter a função principal de controle 
de jogo na zona à qual se destina. Uma variação do 3-5-2 é a formação do 5-3-2, 
sendo utilizado como uma forma de melhorar a característica defensiva do sistema 
(MELO, 1999).
Figura 3.8 | Sistema com 11 jogadores, 4-4-2
Fonte: Melo (1999).
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Figura 3.9 | Sistema com 11 jogadores, 3-5-2
Figura 3.10 | Sistema com 11 jogadores, 4-5-1
Fonte: Melo (1999).
Fonte: Melo (1999).
A respeito da figura 3.10 (MELO, 1999), utilizada na década de 90, referente à 
organização com somente um atacante, este sistema foi utilizado pela seleção 
norueguesa, dando-se ênfase à característica defensiva de uma equipe que, não 
tomando gols (ou dificultando a aproximação da equipe adversária de seu gol), teria 
grandes chances de não ser derrotada (mesmo que para isso a função ofensiva 
pudesse ficar, de alguma maneira, sem uma ênfase que levasse o time ou seleção 
à obtenção de gols marcados).
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É certo que, de acordo com a organização dos jogadores escolhida pela equipe 
técnica, bem como a tática e a estratégia, o domínio de uma disputa será imposto 
por determinada equipe. É de comum aceitação que o que um time deseja é 
impor seu jogo e sua estratégia como superiores aos da equipe desafiante. Neste 
formato, considerando-se a evolução do futebol e da organização técnica, o uso 
de jogadores com múltiplas funções é imprescindível (KACANL, 1982). Assim, as 
concepções antigas de futebol e a organização, outrora utilizadas, hoje caem 
como obsoletas, visto que o objetivo de manter o equilíbrio do time e desfazer o 
equilíbrio da equipe desafiante é consenso no futebol moderno, de acordo com a 
visão de Bacconi e Marella (1995).
• O que é um sistema de jogo?
• O que pode influenciar na escolha de um sistema de 
jogo?
• No decorrer da evolução do futebol, de que forma os 
sistemas de jogos foram evoluindo?
1. Em relação à sistema, técnica, estratégia e esquema:
a) Possuem o mesmo significado, dado que todos referem-se 
à distribuição dos jogadores no campo.
b) Não possuem nenhuma relação com as três zonas utilizadas 
para dividir o espaço do campo no futebol.
c) São conceitos diferentes, embora estejam interligados e 
pareçam similares.
d) São palavras que possuem bastante significado para o técnico, 
mas não dizem respeito à compreensão dos praticantes.
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2. Marque a alternativa correta em relação aos fundamentos 
do esporte:
I. O sistema de jogo refere-se à distribuição dos jogadores nas 
três zonas, geralmente utilizadas, sejam elas, defesa, meio de 
campo e ataque.
II. A estratégia é sempre individual, não havendo motivo para 
que possa haver uma estratégia coletiva.
III. A estratégia é sempre coletiva, não havendo motivo para 
que aconteça um direcionamento de estratégias individuais 
que interajam com as ações coletivas de uma equipe.
IV. A tática escolhida no desempenho de uma equipe, 
certamente depende da distribuição dos jogadores em campo, 
ou seja, do sistema de jogo.
São corretas:
a) A alternativa I.
b) As alternativas I e IV.
c) Nenhuma das alternativas.
d) Todas as alternativas
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Seção 2
Sistemas de jogos no futsal
Introdução à seção 
Nesta seção você poderá entender de que forma os sistemas de jogo no futsal 
serão aplicados e as táticas presentes no futsal. Poderá entender a importância da 
movimentação dos jogadores, tanto para o desenvolvimento dos jogadores quanto 
para a melhora dos aspectos coletivos exigidos no futsal.
Há uma entrevista3, em que Juca Kfouri conversa com o professor Manuel 
Sergio, referência na área futebolística via livros e pesquisas, aliando 
um caráter filosófico ao desenvolvimento do esporte e dos jogadores 
(inserindo questões motoras importantes a serem consideradas). Toda a 
entrevista poderá ser assistida, clicando-se na continuação do programa.
Na obra O modelo estratégico-tático do jogo de futsal na ótica de técnicos de 
sucesso e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem-treinamento 
de jogadores jovens4, de Santana (2006), é possível ter contato com o ensino do 
futsal a partir de elementos estratégicos e táticos e entender que esses elementos 
influenciam nos sistemas de jogos do futsal.
3Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=88o2SqMTKKc>. Acesso em: 27 fev. 2016 
(9min49seg).
4SANTANA, W. C. O modelo estratégico-tático do jogo de futsal na ótica de técnicos de sucesso 
e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem-treinamento de jogadores jovens. 2006.
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A evolução do futebol deve bastante à evolução das ciências do desporto que, 
seguindo princípios de Garganta (1997), propõem uma indissociabilidade entre aquilo 
que se realiza durante os dias ou semanas que antecedem a preparação de uma 
partida e o jogo em si (o campeonato, copa ou torneio). E, principalmente, nos dias 
de preparação que antecedem à partida será possível ao jogador adaptar-se ao que 
se espera dele durante o jogo (GARGANTA, 1997). Dissociar a preparação da prática 
competitiva, ou seja, o treinamento da partida, em si, significa diminuir a eficácia e a 
relação entre estes dois fenômenos. Portanto, para que sejam eficazes, é preciso que 
sejam indivisíveis, guardadas as devidas características de cada etapa. Além do exposto, 
a soma de características da equipe desafiante ou desafiada fará com que sejam 
distintos os momentos de jogo com uma equipe x ou uma equipe y. A forma como 
acontecerá determinada partida depende desta relação, de acordo com orientaçãode 
Gréhaigne (1989).
Ao iniciar a prática esportiva, a depender da técnica empregada pelo professor ou 
técnico, o ensino será diretivo ou ocorrerá de maneira a propiciar uma prática mais 
autônoma ao aluno ou atleta praticante do futebol. É nesse sentido que a possibilidade 
de desenvolver a criatividade e a capacidade de reagir a situações inesperadas vai ao 
encontro da melhora cognitiva que Tiegel e Greco (1998) defendem. O aprimoramento 
dos elementos necessários a um bom desempenho do futebol dependeriam, de acordo 
com esta visão, de uma otimização da cognição a partir de estímulos corretos. No 
aspecto educativo, é possível perceber que um bom trabalho na modalidade do futebol 
e do futsal, ou em suas práticas pré-desportivas, poderá propiciar um desenvolvimento 
da aprendizagem em aspectos diversos, devido, entre tantas possibilidades que estas 
modalidades propiciam, à complexidade de movimentos e à dinamicidade desta 
modalidade. Desta forma, a autonomia citada pelos autores, se bem conduzida, poderá 
ser alcançada como resultado de melhora e de desenvolvimento humano adequado.
Encontrar uma forma de desenvolver habilidades por meio do futebol passa pelo 
aprimoramento técnico que, por si só, já exige um raciocínio estratégico importante 
para o desenvolvimento do cérebro, pois, ao utilizar os componentes anatômicos e 
fisiológicos decorrentes da movimentação corporal exigida pelo futebol e pelo futsal, 
há elementos neurológicos sendo constante e ininterruptamente solicitados, de acordo 
com Castro (1994).
A estratégia poderá ser observada não apenas como algo relacionado à organização 
de uma equipe, mas também como elemento individual. A estratégia de uma equipe 
dependerá, certamente, da estratégia individual e da percepção do jogador (GARGANTA, 
1997). Garganta (1997) ainda cita a importância, em um nível estratégico, de o jogador 
poder perceber sua tomada de decisão e de informações, dando ênfase à melhora da 
própria percepção.
O alcance do futebol e do futsal é potencializado quando uma partida é transmitida 
por algum meio de comunicação e a estratégia de uma equipe é explicitada, fazendo 
Sistema de jogos
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com que os expectadores sintam-se envolvidos no processo de organização do time 
pelo qual estão torcendo (COELHO, 2003).
O que ocorre é que, no momento em que uma emissora está transmitindo 
determinada partida, ou nos instantes que a antecedem, a geração de uma expectativa 
pode ser realizada, analisando-se qual a tática e qual o sistema de jogo serão 
empregados coletiva ou individualmente, buscando, dessa forma, promover o jogo. 
Neste sentido, Camargo (1998) orienta aos que trabalham com o futebol, realizando a 
função de comentarista e analista, entenderem estes termos, devido à importância dos 
meios de comunicação na promoção do futebol, como um todo, e de uma partida, 
em específico. Para que se compreenda a influência dos meios de comunicação 
nos esportes, algumas modalidades tiveram que adaptar sua estratégia aos moldes 
comerciais televisivos, para que ficassem em um formato possível de ser transmitido 
e proporcionassem ao expectadores o máximo de emoção durante uma partida – 
questão bastante recorrente no esporte, nas últimas décadas, segundo Tubino (1992).
Um bom profissional do jornalismo, portanto, é aquele capaz de conhecer os 
princípios técnicos e táticos empregados por uma equipe, para que, ao entrevistar um 
jogador ou um técnico de um time, possa abordar a contento os aspectos ocorridos 
na partida e de organização da equipe, fazendo com que, de acordo com Coelho 
(2003), torne-se importante esta compreensão das questões estratégicas do futebol 
por parte de quem trabalha com o esporte, mas não é, em sua formação, da área 
esportiva.
Desta forma, as atividades desenvolvidas pelo profissional de Educação Física 
poderão propiciar a tomada de atitudes inteligentes e, para que uma partida efetive-
se de forma ordenada – em um contexto em que o praticante perceba sua própria 
participação no âmbito coletivo –, é primordial o uso de uma estratégia que permita 
determinar tanto o movimento do participante durante a partida quanto sua localização 
principal em campo (BANGSBO; PEITERSEN, 2000). A partir desta interação entre o 
indivíduo e o grupo, a ação individual partirá de uma tática que terá como prioridade 
não só a ação de cada jogador, mas também uma tática que se referirá a todo o 
coletivo no momento do jogo, visando superar a outra equipe e inibir suas tentativas 
de aproximação do gol defensivo (FRISELLI; MANTOVANI, 1999).
A melhora dos praticantes individualmente e de todo o grupo que pratica (como 
um grupo de alunos, no contexto escolar ou uma equipe de treinamento) dependerá 
da aplicação das capacidades citadas anteriormente inseridas em sistemas de jogo 
e táticas definidas. Para compreender e executar as questões táticas, no futsal, é 
fundamental que o jogador saiba realizar todas as funções (VOSER; GIUSTI, 2002).
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Figura 3.11 | Posicionamento 3:1
Figura 3.12 | Sistema 2:2. Posicionamento 
básico
Figura 3.13 | Sistema 2:2. Posicionamento 
em retângulo
Figura 3.14 | Sistema 2:2. Posicionamento 
em ‘y’
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002). Fonte: Voser; Giusti (2002).
No sistema 3:1, como pode ser visto 
na Figura 3.11, há um jogador fixo pelo 
meio, um ala esquerda e um ala direita, 
e à frente há um pivô.
O sistema 2:2, visto na Figura 3.12, é 
um dos primeiros sistemas a surgirem no 
futsal (em torno de 1950). É considerado 
de fácil aplicação no contexto escolar, 
devido ao seu equilíbrio entre defesa 
e ataque (VOSER; GIUSTI, 2002). Nas 
suas variações, podem ser citados o 
posicionamento em retângulo (Figura 
3.13), posicionamento em “y” (Figura 3.14) 
e posicionamento em “L” (Figura 3.15), de 
acordo com Voser e Giusti (2002).
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Figura 3.16 | Sistema 2:2 em situação de 
ataque e defesa.
Figura 3.15 | Sistema 2:2. Posicionamento 
em “L”
Figura 3.17 | Sistema 2:1:1 Figura 3.18 | Sistema 1:2:1
Fonte: Voser; Giusti (2002).Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002). Fonte: Voser; Giusti (2002).
Segundo Voser e Giusti (2002), uma movimentação a ser destacada no sistema 2:2 
é a decorrente de situação de ataque e defesa (vista na Figura 3.16).
O sistema 2:1:1, visto na Figura 3.17, retrata dois jogadores na defesa auxiliando na 
armação, outro em uma posição centralizada da quadra, como armador, e um no 
ataque. Uma variação do sistema 2:1:1 é quando o jogador do meio da quadra recua, de 
acordo com a necessidade do jogo, fazendo com que o sistema se torne 3:1 (VOSER; 
GIUSTI, 2002).
A Figura 3.18 mostra a possibilidade de utilizar um jogador fixo que realiza funções 
basicamente defensivas (VOSER; GIUSTI, 2002).
A Figura 3.19 demonstra o sistema 3:1 com pivô que, segundo Voser e Giusti (2002), 
é um dos mais utilizados atualmente e exige um bom condicionamento físico, por ser 
de grande movimentação. Ainda no sistema 3:1, pode ser visto, na Figura 3.20, a tática 
de rodízio; na Figura 3.2, a tática de rodízio de três por trás; na Figura 3.22, a tática de 
rodízio de quatro pelas alas; na figura 3.23, a tática de rodízio de quatro pelo meio; e, na 
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102
Figura 3.24, pode ser visto o sistema 3:1 com tática de rodízio de quatro pelas alas em 
diagonal (VOSER; GIUSTI, 2002).
Figura 3.19 | Sistema 3:1 com pivô
Figura 3.23 | Sistema 3:1 com tática de 
rodízio de quatro pelo meio
Figura 3.21 | Sistema 3:1 com tática de 
rodízio de três por trás
Figura 3.20 | Sistema 3:1 com a tática de 
rodízio
Figura 3.24 | Sistema 3:1 com tática de 
rodízio de quatro pelas alas em diagonal
Figura 3.22 | Sistema 3:1 com tática de 
rodízio de quatro pelas alas
Fonte: Voser; Giusti (2002).Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
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O sistema exposto nas Figuras 3.26 e 3.27 é considerado por Voser e Giusti (2002) 
como de grande risco, pois, geralmente, o goleiro auxilia no ataque.
passes entre dois jogadores e um deslocamento para frente e para trás com vistas a 
encontrar um espaço vazio e receber novamente a bola.
O sistema exposto na Figura 3.25 é 
considerado por Voser e Giusti (2002) 
como uma inovação, pois os componentes 
da equipe não assumem posição fixa, no 
entanto, exige movimentação de difícil 
execução.
Voser e Giusti (2002) citam 
três principais formas de realizar 
movimentações no futsal. A Figura 3.28 
mostra a movimentação paralela, em 
que um componente sairá da defesa 
paralelamente à linha lateral da quadra até 
chegar ao ataque. Já a Figura 3.29 retrata 
a saída do jogador da defesa ao ataque 
em uma movimentação diagonal; e, por 
fim, na Figura 3.30, é possível observar a 
movimentação em vai-e-vem, fruto de 
Figura 3.26 | Sistema 1:3 em linha
Figura 3.28 | Movimentação paralela
Figura 3.27 | Sistema 1:3 em coluna
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Fonte: Voser; Giusti (2002).
Figura 3.25 | Sistema 4:0 em linha
Fonte: Voser; Giusti (2002).
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Figura 3.29 | Movimentação diagonal Figura 3.30 | Movimentação vai-e-vem
Fonte: Voser; Giusti (2002). Fonte: Voser; Giusti (2002).
• De que forma a prática do futebol pode auxiliar no 
desenvolvimento cognitivo de um indivíduo?
• Até que ponto a mídia e os meios de comunicação, em 
geral, influenciam taticamente o futebol?
• Onde se inicia e onde termina a função de um jogador em 
seus aspectos individuais e coletivos, quando a estratégia 
de jogo e os sistemas são considerados?
1. A respeito do sistema 1:3 do futsal, assinale a alternativa 
incorreta:
a) Este sistema poderá ser trabalhado a partir de funções bem 
definidas para cada jogador em quadra, de maneira que haja a 
especialização de um jogador para cada função.
b) Neste sistema é possível a utilização do pivô.
c) O sistema 3:1 é um dos mais usados atualmente e exige um 
bom condicionamento físico. 
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105
2. No futsal há algumas movimentações possíveis de serem 
realizadas, citadas por Voser e Giusti (2002). Assinale a 
alternativa correta:
a) Na movimentação paralela, um componente sairá da defesa 
paralelamente à linha de fundo para marcar receber a bola e 
marcar o gol.
b) Na movimentação diagonal, é preciso que o jogador esteja 
no ataque para realizar esta movimentação.
c) A movimentação em vai-e-vem, fruto de passes entre dois 
jogadores e um deslocamento para frente e para trás com vistas 
a encontrar um espaço vazio e receber novamente a bola.
d) Na movimentação paralela, um componente sairá do ataque 
paralelamente à linha lateral para realizar uma marcação e 
evitar o gol do adversário.
e) A movimentação em vai-e-vem ocorre sempre com a posse 
de bola.
d) O sistema 3:1 propicia o uso da tática de rodízio de três 
por trás e a tática de rodízio de quatro pelas alas, entre outras 
táticas possíveis de serem aplicadas neste sistema.
e) O rodízio de quatro pelas alas permite que seja realizada 
uma movimentação em diagonal pelos jogadores das alas.
Nesta unidade é importante que você tenha notado a importância 
do papel individual de um praticante de futebol na contribuição 
das funções coletivas da equipe. É válido que tenha podido 
observar que o sistema e a estratégia de uma equipe dependerão 
da movimentação de um jogador e da estratégia executada por 
ele em interação com todo o time. Perceba, também, que o 
futebol e o futsal podem ser valiosos aliados no desenvolvimento 
do indivíduo, seja pelo caráter coletivo da prática, seja pelas 
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106
possibilidades individuais de aprendizagem que o futebol, em 
sua dinamicidade e complexidade, proporciona. Segundo Kunz 
(2006), as questões técnicas não devem ser predominantes, mas 
sim a participação de todos e o potencial de cada indivíduo em 
poder contribuir. Desta forma, é preciso um envolvimento ativo 
dos alunos e uma intervenção relevante de todos os envolvidos 
no processo. A culminância das ações planejadas no dia a dia 
dos alunos deve ser buscada, a fim de que soluções sejam 
encontradas tanto em relação aos sistemas de jogos escolhidos 
quanto nas diversas formas de desenvolvimento que o esporte 
proporciona. É preciso conhecer os sistemas de jogos e as táticas 
que serão empregadas esquivando-se do conhecimento relativo 
somente ao “fazer”, principalmente, valorizando-se o “pensar”, 
pois o futsal não deve ter um fim em si mesmo, segundo Kunz 
(2006), mas pode servir como um meio de avanços de todo um 
grupo de alunos.
Para concluir a necessária compreensão dos conteúdos desta 
unidade, tenha claro a diferença dos sistemas de jogo no futebol 
e no futsal. Perceba, também, o quanto o futebol permite 
assumir funções e, por outro lado, o quanto o futsal necessita 
de jogadores que consigam executar funções parecidas entre 
todos os componentes de uma equipe. Visualize as formas de 
movimentação possibilitadas pelos sistemas de jogo e como 
essa movimentação pode se alterar conforme o contexto de 
jogo modifica-se. Os sistemas e as estratégias adotados definirão 
de maneira significativa as características ofensivas ou defensivas 
a partir da adaptação de uma equipe ao tipo de jogo exigido 
em cada contexto. Conforme os conceitos acerca da evolução 
dos sistemas de jogos foram evoluindo, as estratégias e os 
esquemas empregados sofreram modificações. Isto também se 
deu conforme o conceito de competitividade avançou na prática 
esportiva do futebol e do futsal. É válido lembrar, também, que 
o fato de uma equipe escolher um sistema de jogo de caráter 
ofensivo ou defensivo dependerá da interação com a outra 
equipe desafiante e, taticamente, é importante saber como isto 
ocorre.
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1. Em relação a sistema, técnica, estratégia e esquema:
I. São elementos que podem ser aplicados de maneira 
educativa e, desta forma, contribuir para o desenvolvimento 
cognitivo e motor do aluno ou do atleta praticante de futebol.
II. Não possuem nenhuma relação com o desenvolvimento 
do indivíduo, visto que estes conceitos dizem respeito a um 
esporte eminentemente competitivo, destinado a poucos.
III. Podem ser influenciados pelos meios de comunicação, 
visto que o formato de uma partida, de um clube conhecido 
e que necessita gerar lucro, deve adaptar-se às necessidades 
da mídia, para que seja comercialmente aceitável.
IV. Dependem de um bom desenvolvimento da equipe em 
seus aspectos individuais e coletivos, visto que, mesmo em um 
sistema ofensivo ou defensivo, a movimentação e a estratégia 
escolhida poderão ser direcionadas tanto para os jogadores, 
individualmente, quanto para a equipe como um todo.
São corretas:
a) A alternativa I.
b) As alternativas I, III e IV.
c) Nenhuma das alternativas.
d) Todas as alternativas.
e) As alternativas I e III.
2. Assinale a alternativa correta em relação ao futebol:
I. Observado a partir de um olhar de desenvolvimento humano, 
o futebol, em sua complexidade, pode auxiliar o indivíduo em 
questões de aprendizagem, se bem conduzido pelo professor 
e/ou técnico.
II. A estratégia exige um aprendizado significativo, pois todo 
conhecimento praticado é formulado no cérebro e, desta 
maneira, pode ser colocado em prática a partir de determinada 
forma de movimentação individual e em equipe.
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III. Não serve para auxiliar a área cognitiva do aluno, já que a 
competição e a cooperação dificilmente geram avanços na 
área deaprendizagem.
IV. A estratégia e o sistema de jogo estão relacionados com 
a competição, não havendo qualquer ganho cognitivo em 
relação ao esporte de competição.
As corretas são:
a) A alternativa I.
b) As alternativas I e II.
c) Nenhuma das alternativas.
d) Todas as alternativas.
e) As alternativas II e III.
3. A respeito das movimentações no futebol e no futsal, 
assinale a alternativa incorreta:
a) É possível citar três principais formas de realizar 
movimentações no futsal: a movimentação paralela, a 
movimentação diagonal e a movimentação em vai-e-vem.
b) O técnico deverá considerar os talentos individuais, a 
capacidade de cada jogador e o papel de cada um para definir 
as necessárias movimentações em campo e em quadra.
c) Quando se pensa na tática e na movimentação a ser 
realizada durante uma partida, é preciso considerar elementos 
individuais, como os estilos de jogo, pois embora uma equipe 
possua uma tática e um sistema de jogo, os jogadores que 
desempenham os papéis durante uma partida sempre estão 
realizando ações individuais e coletivas.
d) Quando há um norteamento sobre a posição dos 
jogadores, é importante lembrar que a organização não é 
estática, irá variar conforme o desenvolvimento do jogo e a 
movimentação dos jogadores das duas equipes.
e) A movimentação de um jogador e de uma equipe pode ser 
definida com vistas à vitória de um time, independentemente 
dos fatores que se desenvolverão durante uma partida.
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5. Assinale a alternativa correta em relação ao futebol e ao 
futsal:
a) Sistema não exige uma constância e geralmente é alterado 
durante uma partida.
b) Os elementos táticos possuem pouca relação com a 
equipe adversária, pois são definidos anteriormente ao jogo, 
diferentemente do sistema de jogo, que é flexível em cada 
momento da partida.
c) O Sistema é definido pelas ações ofensivas e defensivas 
realizadas em decorrência das ações do adversário, no 
transcorrer de uma partida.
d) No futebol, o sistema é formado por onze jogadores, 
número que já era utilizado pelas equipes inglesas, a partir do 
século XX.
e) A Tática é definida pelas ações ofensivas e defensivas 
realizadas em decorrência das ações do adversário, no 
transcorrer de uma partida.
4. Em relação aos sistemas de jogo do futebol e do futsal, 
assinale a alternativa incorreta:
a) Escolher um sistema para uma equipe significa organizar 
o posicionamento dos jogadores na defesa, meio de campo 
e ataque, por exemplo, distribuindo-os a partir de sistemas 
como o 4:4:2 ou o 4:3:3.
b) Sistema e tática possuem definições similares, uma vez que 
tática significa a ação ofensiva de um sistema.
c) A adequação na forma de jogar refere-se às possíveis 
táticas a serem aplicadas durante um jogo, diferenciando-se 
do conceito de sistema que, geralmente, é definido antes da 
partida.
d) Futebol e futsal possuem sistemas de jogos, no entanto 
os jogadores assumem funções diferentes devido às 
peculiaridades de cada modalidade.
e) No futsal, uma variação do sistema 2:1:1 é quando o jogador 
do meio da quadra recua, fazendo com que o sistema torne-
se 3:1.
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111
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