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Metodologia do 
ensino do futsal 
e futebol
UNIDADE 4
MÉTODOS E 
PROCEDIMENTOS DE 
INTERVENÇÃO NO ENSINO 
DO FUTSAL E FUTEBOL
Seção 1 | Ensino do futebol e futsal como forma de 
desenvolvimento humano
Objetivos de aprendizagem: 
Esta unidade permitirá compreender aspectos do ensino do futebol e 
do futsal. Os elementos a serem abordados em relação ao ensino destas 
modalidades dizem respeito ao desenvolvimento humano dos praticantes 
das modalidades, tendo em vista as dimensões que podem ser estimuladas, 
se o ensino for bem conduzido pelo profissional responsável. Além dos 
aspectos cognitivos e motores, essa unidade tem como objetivo abordar 
questões sobre o ensino do futebol e do futsal como veículos de reflexões 
sociais ou desprovidas de elementos críticos. O planejamento será um dos 
eixos que necessitam ser compreendidos quando o assunto é o ensino de 
modalidades esportivas. Mostrar a importância da metodologia de ensino 
é primordial dentro desta unidade, já que diz respeito a uma das principais 
dimensões a serem adquiridas para quem deseja trabalhar com os processos 
de ensino-aprendizagem presentes no futebol e no futsal.
 Tiago Tristão Artero
Unidade 4
O futebol e o futsal poderão, de maneira inequívoca, auxiliar de 
maneira bastante relevante no desenvolvimento do ser humano. De 
maneira plena, buscar meios para que estas modalidades permitam o 
desenvolvimento cognitivo e motor é uma função dos professores, a 
partir de uma visão que considera o futebol e o futsal como meios de 
melhorar a aprendizagem de um indivíduo.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
114
O planejamento no ensino do futebol e do futsal, assim como o 
planejamento para todo profissional que vai trabalhar com os processos 
de ensino-aprendizagem é fundamental. Saber as possibilidades de 
emprego desta modalidade para que os seus praticantes sejam de 
alguma forma beneficiados, assim como toda a equipe, é algo que pode 
ser proporcionado a partir de um bom planejamento.
Há vários métodos que podem ser aplicados no ensino do futebol 
e do futsal. É possível e importante saber que o professor ou técnico 
podem utilizar ferramentas mais globais ou proporcionar ações motoras 
em etapas. A ação de quem ensina poderá visualizar o desenvolvimento 
de uma técnica em etapas ou de uma maneira mais ampla, em contextos 
diferentes, com objetivos diferentes. Portanto, saber qual método será 
empregado no ensino do futebol e do futsal auxiliará uma ação docente 
mais efetiva.
Seção 2 | O planejamento no ensino do futebol e do futsal
Seção 3 | Métodos a serem aplicados no ensino do futebol 
e do futsal
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
115
Introdução à unidade
A unidade contém importantes conteúdos voltados aos profissionais que desejam 
utilizar o futebol e o futsal como meio de desenvolvimento da motricidade, da 
cognição, do conhecimento processual, conhecimento declarativo, da criatividade 
e da capacidade de tomada de decisões – possibilidade presente no futebol e no 
futsal por terem grande aceitação no Brasil. Cabe, antes de tudo, a reflexão do 
motivo com que determinada prática esportiva é ensinada ou praticada. No âmbito 
social, um viés crítico pode estar relacionado ao contexto esportivo. Os autores 
citados neste livro possuem materiais de pesquisa com opiniões acerca do uso do 
esporte como instrumento de transformação social ou como forma de adquirir 
técnicas específicas dos gestos motores solicitados por determinada prática 
esportiva, no caso em questão, do futebol e do futsal. O tecnicismo poderá estar 
presente, valorizando as questões motoras presentes nos fundamentos do futebol 
e na sua evolução tática, mas também, além da parte técnica, será abordada uma 
visão crítica que enfatize ganhos sociais. No ensino de todas as modalidades, o 
planejamento torna-se elemento fundamental no desenvolvimento das técnicas 
referentes à prática esportiva e ao aperfeiçoamento dos objetivos e das estratégias 
delineadas. No que diz respeito à metodologia empregada para o ensino do futebol 
e do futsal, serão vistos métodos que partem dos gestos específicos para uma 
abordagem motora global e os métodos que vão do todo para a parte, além da 
possibilidade de abordagem mista – métodos utilizados de acordo com a situação 
pedagógica presente no contexto. Os assuntos relacionados podem dar uma base 
importante àqueles que utilizarão o futebol e o futsal como elemento pedagógico 
para a formação de valores e de olhares críticos ou como uma prática voltada à 
competição.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
116
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
117
Seção 1
Ensino do futebol e futsal como forma de 
desenvolvimento humano
Introdução à seção
Esta seção destina-se a mostrar o uso do futebol e do futsal como meio para 
alcançar o desenvolvimento de aspectos voltados à aprendizagem e dependentes de 
uma intervenção significativa do professor, em uma visão que valorize o que cada 
situação presente nestas modalidades esportivas pode proporcionar. Desta forma, 
dar ênfase ao trabalho de aprendizagem motora e de produção de conhecimento 
pode levar a um refinamento dos gestos e à superação de dificuldades e distúrbios. O 
ensino do futebol e do futsal poderá proporcionar o desenvolvimento da inteligência 
e da criatividade, dimensões que podem estar presentes quando um aluno necessita 
escolher entre uma opção e outra no momento do jogo, interagindo com os colegas 
de equipe e com os integrantes da equipe adversária. 
Para saber mais, acesse o link disponível em: <www.educacaopublica.
rj.gov.br/biblioteca/educação_fisica/0001.html>. Acesso em: 10 mar. 
2016. Esse link contém citações da professora Suraya Darido a respeito 
de concepções pedagógicas e a relação com a Educação Física e, 
consequentemente a abordagem de conteúdos da mesma. 
Para saber mais, acesse o link disponível em: <www.efdeportes.com/
efd179/educacao-fisica-no-desenvolvimento-cognitivo.htm>. Acesso 
em: 10 mar. 2016. Esse link contém um artigo que cita elementos 
cognitivos que podem ser trabalhados na Educação Física e nos 
esportes a partir de intervenções que contenham este olhar.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
118
Atualmente, muito se prega sobre a necessidade da prática de esportes para a 
promoção de uma saúde corporal (BETTI, 1994), no entanto, isso dependerá de uma 
série de fatores que, se não forem bem conduzidos, o esperado desenvolvimento 
de um indivíduo pode não acontecer – principalmente se o contato com o esporte 
depender de uma relação entre produto e consumo (BETTI, 1994). 
Um bom trabalho do professor por meio do esporte pode ser uma forma eficaz 
de realizar intervenções com os que estão na fase da infância (VOSER; GIUSTI, 
2002). Assim, não somente as habilidades esportivas esperadas para aqueles que 
praticam determinada modalidade serão desenvolvidas, mas também elementos 
emocionais e psicossociais, como indicam Voser e Giusti (2002).
Este tipo de desenvolvimento humano – emocional, psicossocial, de promoção 
da saúde – a partir do esporte é esperado do profissional de Educação Física no 
contexto escolar e pode fazer parte de um projeto maior, muitas das vezes esperado 
pelos responsáveis. Estes podem escolher a instituição de ensino para matricular 
seus filhos com base em referências de trabalho que valorizem a cognição e o 
desenvolvimento em vários aspectos (VOSER; GIUSTI, 2002).
Outros autores, como Junior (1998) e Tani, Manoel, Kokubun e Proença (1988), 
também valorizaram a prática esportiva como formade melhorar a motricidade e 
como um elemento que auxilia na superação de doenças ou distúrbios. No caso 
do futsal e do futebol, sua complexidade e seu elemento acíclico (determinado 
por ações variadas durante uma partida e no momento dos treinamentos) são 
questões fundamentais para a evolução de uma criança ou jovem, podendo ser 
direcionadas de maneira adequada a cada indivíduo, dentro de suas possibilidades 
e limitações (JUNIOR, 1998).
Figura 4.1 | Voleio
Fonte: Disponível em: <http://www.istockphoto.com/br/fotos/futebol>. Acesso em: 15 mar. 2016.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
119
Observando a realização de um movimento complexo, como o voleio presente 
na Figura 4.1, é coerente pensar que gestos motores mais simples ou mais 
sofisticados dependerão do desenvolvimento de cada organismo e são passíveis 
de sofrerem intervenções individualizadas de profissionais, como indica Junior 
(1998). Certamente a figura em questão pode retratar um refinamento motor 
decorrente do treino e da aprendizagem de uma determinada técnica que exige 
uma habilidade motora específica.
Em uma situação de aula, há questões pedagógicas presentes que podem 
ser conduzidas pelo profissional para um trabalho que valorize não somente 
fatores orgânicos mas emocionais e sociais. Neste sentido, Mutti (2003) cita 
algumas possibilidades que podem auxiliar nesse trabalho, a partir do futsal, seja a 
motricidade envolvida nos movimentos, sejam as relações estabelecidas entre os 
indivíduos em busca de atitudes positivas. 
É justamente no momento do jogo que essas questões serão trabalhadas, 
necessitando-se estender a análise das situações vividas, principalmente no 
contexto escolar – de maneira educativa –, de forma a desenvolver a criticidade 
nos participantes do processo, esquivando-se de visões meramente tecnicistas 
(KUNZ, 2006). As definições de Mutti (2003) e Kunz (2006) vão ao encontro de 
um tipo de esporte que incentive as relações entre os indivíduos, valorizando-se 
a coletividade e buscando visões cada vez mais críticas, de maneira que o futsal 
e o futebol sirvam para o desenvolvimento do ser humano de uma maneira mais 
holística, ou seja, considerando-o como sujeito integral.
Greco (1995) destaca que quanto mais a metodologia de ensino do futebol 
ou do futsal usada pelo professor estiver relacionada com a prática real do jogo 
em si, melhor poderá contribuir para a melhora da capacidade de aprender, em 
especial o conhecimento declarativo processual. Em síntese, o conhecimento 
declarativo processual pode ser definido a partir da capacidade do aluno em 
declarar/explicar, que, segundo Greco (1995), é uma habilidade que verbaliza o 
que ocorreu durante o jogo, em um processo de acesso às memórias formadas 
em relação ao momento da partida. Igualmente importante é o conhecimento 
processual, e, de acordo com Queiroga (2005), uma forma simples de definir este 
conceito refere-se à forma de realizar algo. Explicar o que foi realizado e como 
isso foi realizado também depende da memória, no entanto, de uma memória 
relacionada ao conhecimento processual.
O conhecimento declarativo processual mostra-se fundamental à medida em 
que, de acordo com Queiroga (2005), fazem parte de um arcabouço de habilidades 
a serem desenvolvidas. Essas habilidades podem contribuir de maneira bastante 
relevante no aprendizado do futebol e do futsal. 
Desenvolver habilidades e ter consciência do processo motor exigido nas 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
120
habilidades do futebol e do futsal podem estar entre os objetivos buscados pelo 
professor quando realiza a definição de qual método irá utilizar para o ensino 
destas modalidades.
O ganho cognitivo decorrente do aprendizado do futebol também está 
relacionado com o conhecimento convergente e com o conhecimento divergente 
(STERNBERG, 2000). O primeiro, de acordo com Sternberg (2000), está ligado 
ao desenvolvimento cognitivo. O autor relaciona o conhecimento convergente 
à capacidade de escolher, entre várias possibilidades, a melhor. Este aspecto 
cognitivo é observável no futebol e no futsal, pois em todo momento os praticantes 
necessitam tomar decisões e fazer escolhas. Já o aspecto divergente, segundo 
Sternberg (2000), está ligado aos processos criativos, em que alternativas podem 
ser criadas a partir deste tipo de conhecimento. Para que essas alternativas sejam 
criadas uma análise das possíveis soluções deve ser realizada. 
Esta busca pela elaboração de soluções, ainda de acordo com Sternberg 
(2000), refere-se ao conhecimento divergente no momento em que um jogador, 
ao se deparar com determinada situação em uma partida, poderá encontrar um 
meio de atingir um objetivo voltado a questões ofensivas ou defensivas.
Durante uma partida de futebol ou de futsal, em que crianças ou jovens estão 
conduzindo e realizando passes, entre tantos outros jogadores no momento do 
jogo, os elementos cognitivos estão sendo constantemente solicitados. O autor 
indica que na prática de uma modalidade esportiva a capacidade de escolha e de 
tomada de decisões está presente durante todo momento de jogo. Ao escolher 
conduzir a bola, driblar ou realizar um passe, uma quantidade grande de variáveis 
pode interferir neste processo, fazendo com que a criatividade tenha que ser 
desenvolvida para a busca de determinadas soluções (STERNBERG, 2000). 
Em relação ao aprendizado dos movimentos utilizados nos esportes, na 
infância, a característica recreativa proporciona uma série de experiências 
motoras que auxiliam no desenvolvimento dos gestos motores específicos das 
modalidades esportivas (PAES, 1989). Portanto, o aspecto lúdico possui importante 
função na aquisição das experiências motoras. Diversos autores apontam para a 
necessidade de ampliar as experiências motoras na fase da infância, motivo pelo 
qual, segundo Vieira (1999) e Oliveira (2001), muitos atletas na fase adulta relatam 
terem experimentado ricas experiências motoras.
A necessidade de experimentar diversas ações motoras na fase da infância 
confirma a crítica realizada por Oliveira (2001) em relação às ações motoras 
especializadas contidas nos esportes (especialização precoce que limita as 
possibilidades de vivenciar diversas formas de realizar determinado movimento). 
Especificamente no caso do futebol e do futsal, Paes (1989) afirma que deve ser 
valorizado o desenvolvimento do domínio corporal e a execução dos fundamentos 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
121
técnicos a partir de uma vivência menos rígida em relação à execução motora.
O revés da especialização precoce dos gestos motores contidos nos esportes 
é a estabilização do avanço motor dos alunos. Uma das possíveis soluções é 
oferecer experiências motoras enriquecedoras que podem ser transferidas de um 
esporte para outro, de acordo com Bayer (1994). 
Neste sentido, Paes (1989) enfatiza a necessidade de que a fase da infância seja 
considerada como uma fase generalizada, uma vez que as experiências motoras 
diversificadas contribuem para a aquisição de gestos motores mais complexos 
– a partir da adolescência. Esta liberdade contida nos movimentos é defendida 
também por Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), uma vez que na transição entre 
a fase da infância para a adolescência também ocorre uma migração entre um 
estágio motor que vai da transição para a aplicação. Como exemplo, Gallahue, 
Ozmun e Goodway (2013) citam que crianças que chutam objetos de diferentes 
formatos, pesos e dimensões ampliam os padrões de movimento, de maneira 
que, ao chegar na adolescência, poderão manifestar um melhor refinamento nos 
movimentos especializados esperados para o futebol ou futsal.
Gomes (2002) concorda com a necessidade de diversificar as experiências 
motoras quando cita umcampeão de natação que, durante a infância, praticou 
futebol, cross-contry, entre outras modalidades. Este nadador tornou-se campeão 
mundial, fato que Gomes (2002) relaciona com a quantidade de estímulos e o 
desenvolvimento psicomotor adquiridos na infância.
Quando chega a fase da adolescência, Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) 
citam a passagem do estágio de aplicação para o estágio de estabilização, sendo 
que, o estágio de estabilização estende-se para a fase adulta e permanece por 
toda a vida do indivíduo. Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) citam as habilidades 
esportivas como um desenvolvimento dos movimentos fundamentais ou, ainda, a 
combinação de movimentos fundamentais.
Quando Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) citam os movimentos 
fundamentais, referem-se a locomover-se, manipular e estabilizar. Citam que nos 
esportes esses movimentos são exigidos constantemente. Esta concepção parte 
de uma abordagem chamada desenvolvimentista.
Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) indicam que, para que a performance 
de um movimento exigido no esporte (por exemplo, no futebol ou futsal) seja 
desenvolvida, os padrões executados necessitam ser elevados de maneira que 
ocorra um refinamento constante.
Para que o conceito de padrão de movimento seja compreendido, Gallahue, 
Ozmun e Goodway (2013) indicam de maneira exemplificativa que o movimento 
das extremidades do corpo são formas organizadas de ações motoras, sendo 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
122
diferente do movimento fundamental de determinado esporte (pois o padrão 
motor pode ser direcionado para um esporte, tornando-se, a partir daí, um 
movimento fundamental). Para que isso ocorra, Gallahue, Ozmun e Goodway 
(2013) destacam que é preciso que ocorra o desenvolvimento motor, ou seja, um 
processo contínuo de mudança no comportamento motor, podendo, para isso, 
utilizar-se do esporte para promovê-lo.
No caso do futebol, de acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), 
imprimir ou receber força de um objeto, como uma bola, são formas de manipulá-
los. Portanto, o fundamento do chute é uma forma de manipular o objeto (a bola), 
assim como a execução de fundamentos, como o passe, o cabeceio e o drible. 
Este movimento pode estar condicionado a um movimento de ‘estabilidade com 
manipulação’, quando o jogador, por exemplo, realiza um chute em uma bola 
rolada em sua direção. 
De acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), o movimento de 
estabilidade está relacionado ao equilíbrio tanto em um movimento estático 
quanto em um movimento dinâmico. A defesa de um chute pelo goleiro é uma 
ação eminentemente de estabilidade, assim como a execução da esquiva e dos 
giros.
É certo que para executar uma ação motora direcionada ao futebol ou ao 
futsal, a coordenação óculo-pedal (capacidade de coordenar as ação da visão e do 
movimento dos pés), o equilíbrio e a percepção motora são exigidas (GALLAHUE; 
OZMUN; GOODWAY, 2013).
Uma importante relação realizada por Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) e 
que serve como base de análise para professores e técnicos de futebol ou futsal é 
o fato de que o estímulo motor específico a estas modalidades permitem melhora 
na performance que, em alguns casos, supera a diferença de idade (quando se 
compara jogadores de diferentes idades mas com performances diferentes, 
mesmo que com vantagem para um jogador mais novo que teve oportunidade de 
treino e desenvolvimento das habilidades específicas do futebol ou futsal). 
Esta visão em relação à aquisição das habilidades específicas é justificada por 
Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) ao citarem as fases do desenvolvimento motor 
e a importância das situações vividas. Relatam que um indivíduo, mesmo estando 
em uma idade (dez anos) correspondente ao início do desenvolvimento dos 
movimentos especializados, poderá demonstrar uma habilidade correspondente 
ao estágio de utilização ao longo da vida. De acordo com essa visão é viável buscar 
um desenvolvimento precoce de um aluno, desde que ocorra pareamento com 
os indivíduos em outras áreas do desenvolvimento, buscando-se, desta forma, 
condições viáveis de proficiência em ações motoras diversas (GALLAHUE; OZMUN; 
GOODWAY, p. 24, 2013). 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
123
Figura 4.2 | Habildades do futebol 
Fonte: Gallahue, Ozmun e Goodway (2013).
A Figura 4.2 traz, de acordo com a visão de Gallahue, Ozmun e Goodway 
(2013), uma relação de habilidades presentes e necessárias para a prática do 
futebol e do futsal. Como é possível notar, a tabela cita três tipos de movimentos 
fundamentais (manipulação, locomoção e estabilidade). O direcionamento 
dos movimentos fundamentais é realizado a fim de que se desenvolvam os 
movimentos especializados do esporte (no caso, os fundamentos técnicos, como 
o chute, a finta, o amortecimento da bola, o drible, entre outros). O professor ou 
técnico poderá atuar tendo em vista, tanto o desenvolvimento dos movimentos 
fundamentais quanto o desenvolvimento dos movimentos especializados.
De acordo com Gallahue, Ozmun e Goodway (2013), um cuidado a ser tomado 
no ensino da prática do futebol e do futsal – e que influencia no desenvolvimento 
cognitivo/motor – é a garantia de que, ao aproximar-se da fase da adolescência, 
não haja lesões na condução dessas modalidades, visto que pode haver um 
aumento na prática (por haver disputas e competições em temporada com treinos 
durante o ano todo).
Movimentos fundamentais Habilidades do movimento especializado
MANIPULAÇÂO
• chutar
• Fazer malabarismo
• Recepção
• Lançar
• Amortecimento
LOCOMOÇÃO
• Corrida
• Saltar e dar passo 
saltado
• Corrida lateral
ESTABILIDADE
• Movimentos axiais
• Equilíbrio dinâmico
- Chute com o lado interno do pé -Chute com a parte interna do pé
- Chute com a ponta do pé - Chute com a parte externa do pé
- Chute de calcanhar - Drible
- Chute de escanteio - Passe
- Chute a gol - Voleio de goleiro
- Cabeceio
- Embaixadas
- Habilidades de goleio
- Lançar bola para o campo
- Lançamento do goleiro
- Amortecer com a sola do pé
- Amortecer com os dois joelhos
- Amortecer na barriga
- Amortecer com um joelho
- Amortecer no peito
- Com a bola
- Sem a bola
- Cabecear
- Marcação
- Habilidades de goeiro
- Habilidades de jogadores de linha
- Marcação
- Desviar-se do oponente
- Finta com a bola
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
124
É preciso tecer algumas considerações para que seja realizada uma reflexão 
sobre os motivos para ensinar-se determinado esporte a um aluno. Darido (2012) 
conceitua distintas concepções a respeito da função da Educação Física no contexto 
escolar, decorrentes de visões fundamentadas nas concepções pedagógicas. Além 
disso, cita a existência do uso da Educação Física como uma forma de premiar ou 
como um meio de castigar os alunos, advindo da prática dos professores em proibir 
ou permitir que um aluno realize a Educação Física ou participe de determinado 
esporte, sabendo de antemão do prazer que experimentam nestes momentos em 
que o corpo pode ser utilizado de maneira mais ampla, quando consideradas outras 
disciplinas ministradas eminentemente em sala de aula. 
Darido (2012) ainda aborda uma concepção que enxerga a Educação Física a 
partir de um viés construtivista, utilizando-a como meio de desenvolver o organismo 
e seu aspecto psicomotor, para que, desta forma, possa facilitar a aprendizagem, 
a alfabetização, entre outras capacidades. Uma outra concepção indicada pela 
autora é a Educação Física como forma de promoção da saúde e como ganho 
de qualidade de vida, já que, a partir do gasto energético presente nos esportes 
e da solicitação do uso dos músculos e articulações, o sedentarismopode ser 
combatido.
O desenvolvimento da motricidade e da qualidade do movimento faz parte 
de outra abordagem citada por Darido (2012), desprezando-se neste contexto as 
questões sociais e valorizando as questões motoras e toda complexidade existente 
nos movimentos exigidos pelos exercícios e pelos esportes em suas especificidades. 
A Educação Física como um meio de realizar mudanças sociais é mais uma 
dimensão possível citada por Darido (2012), em que a contextualização histórica, 
a consciência social e as possíveis mudanças decorrentes da ação ativa dos 
indivíduos na sociedade – visando mudanças na realidade – poderão ser buscadas. 
Desta forma, os conteúdos trabalhados nos esportes ou nas outras práticas da 
Educação Física necessitam de relevância social para que tenham sentido dentro 
desta abordagem.
A Educação Física em uma perspectiva cultural é mais uma abordagem citada 
por Darido (2012), em que o legado de outras gerações necessita ser preservado e 
resgatado, de forma que os alunos conheçam as práticas desenvolvidas ao longo da 
história da humanidade em sua organização social. Esse legado de outras gerações 
refere-se ao que foi desenvolvido no âmbito esportivo, ginástico e das danças.
Para Apolo (2004), ensinar futsal significa um processo de investigação dos 
indivíduos participantes, sem, necessariamente, ater-se ao porquê do ensino desta 
modalidade esportiva – visão considerada estreita, principalmente quando há o 
entendimento de que o futebol pode ser um instrumento de desenvolvimento 
social ou de alienação do indivíduo (BETTI, 1994). 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
125
• De que forma o conhecimento declarativo e processual 
é requisitado na prática do futebol e do futsal e como o 
desenvolvimento destes conhecimentos podem auxiliar 
os jogadores?
• De que forma a metodologia do ensino do futebol em um 
âmbito reflexivo pode auxiliar os praticantes de futebol e 
de futsal? 
1. Sobre o conhecimento convergente e conhecimento 
divergente, marque a alternativa correta:
a) Conhecimento convergente está relacionado aos processos 
criativos, ou seja, à criação de novas alternativas.
b) Conhecimento divergente refere-se à capacidade de 
escolher, entre várias possibilidades, a melhor. Este aspecto 
cognitivo é observável no futebol e no futsal, pois em todo 
momento os praticantes necessitam tomar decisões e fazer 
escolhas.
c) Conhecimento convergente refere-se à capacidade de 
escolher entre várias possibilidades que se mostram possíveis.
d) Conhecimento divergente diz respeito à possibilidade 
do jogador aprender os fundamentos técnicos de maneira 
significativa.
e) Conhecimento convergente refere-se à capacidade motora 
de aplicar os fundamentos técnicos de maneira mecânica.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
126
2. A respeito do desenvolvimento da criatividade do jogador, 
assinale a alternativa correta:
a) Conhecimento convergente e divergente não estão 
relacionados com a criatividade de um jogador de futebol ou 
de futsal.
b) A valorização das questões técnicas em um contexto de 
rendimento podem garantir a espontaneidade do jogador.
c) A valorização do desenvolvimento e da especialização 
precoce auxilia na melhora da criatividade do jogador de 
futebol ou de futsal, independentemente da vivência motora 
que exija outras habilidades.
d) A necessidade de experimentar diversas ações motoras 
na fase da infância limita a aprendizagem de um esporte, em 
específico.
e) A valorização do desenvolvimento do domínio corporal e a 
execução dos fundamentos técnicos a partir de uma vivência 
menos rígida em relação à execução motora podem contribuir 
para que a criatividade possa se manifestar.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
127
Seção 2
 O planejamento no ensino do futebol e do 
futsal
Introdução à seção
Na abordagem do ensino do futebol e do futsal, o planejamento faz parte da ação 
do professor ou técnico, visando alcançar determinado fim. Algumas possibilidades 
são citadas nesta seção, pois fazem parte do planejamento, como em relação aos 
momentos preparatórios, de desenvolvimento e de aperfeiçoamento, estando um 
momento ligado ao outro. Para conceber o planejamento é possível pensá-lo a partir 
de temas presentes na vida social, podendo ser um meio para que avanços sejam 
conquistados, por exemplo, na sociedade, na saúde e na política. O planejamento 
também pode fundamentar-se no aperfeiçoamento de gestos e técnicas do futebol em 
um viés tecnicista sem buscar, necessariamente, transformações sociais. Os sistemas 
de jogo e as possibilidades de estruturação de estratégias, técnicas e táticas fazem 
parte do arcabouço de conhecimentos que o professor ou técnico deve dominar para 
que faça as devidas intervenções pedagógicas.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <www.efdeportes.com/
efd149/futebol-escolar-numa-pespectiva-construtivista.htm>. Acesso 
em: 10 mar. 2016. O link apresenta conteúdos referentes ao planejamento 
realizado a partir de uma abordagem construtivista do futebol.
Em relação ao planejamento, segundo Freire (2003), dificilmente a escola 
considera as questões culturais nas quais os alunos estão inseridos. Em sua função 
educativa, a escola deveria considerar o ensino do futebol e do futsal de maneira 
diferente da que normalmente é praticada nas ruas (FREIRE, 2003).
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
128
Distanciar-se do aspecto eminentemente excludente (decorrente, muita vezes, da 
competitividade que afasta os mais “fracos”) e buscar enriquecer processos culturais por 
meio do futebol e do futsal são alternativas coerentes para o ensino destas modalidades 
no contexto escolar.
Freire (2003) configura a “pedagogia de rua” como aquela que não tem por base 
os aspectos educativos. Mesmo sendo lúdica, utiliza-se de elementos excludentes e 
competitivos que contribuem para a geração de estigmas (que se estendem, por vezes, 
no decorrer dos anos).
O planejamento direcionado para o ensino de futsal, de acordo com Apolo 
(2004), deve seguir algumas etapas. O autor defende que ele seja feito no momento 
preparatório, em que as ações são organizadas, bem como os objetivos são buscados. 
Esta primeira etapa é importante, pois fornece as direções iniciais para que sejam 
consideradas questões como o nível da turma e a escolha de materiais. Segundo Apolo 
(2004), após desenvolver a ação em si, período em que a interação entre docente e 
discente necessita ocorrer. 
Após esta etapa surge o momento de aperfeiçoar a ação. Esta última fase poderá ser 
colocada em prática via análise do alcance ou não dos objetivos propostos inicialmente. 
Para isto, avaliações poderão ser realizadas com o intento de melhorar o planejamento 
(APOLO, 2004).
A fim de observar o planejamento voltado ao ensino do futebol e do futsal, Voser 
e Giusti (2002) concebem esta ação de maneira similar à de Apolo (2004). Voser e 
Giusti (2002) referem-se, além das etapas propostas – de avaliação inicial, definição 
dos objetivos e dos assuntos a serem abordados, formas de aplicação das atividades, 
materiais a serem utilizados e avaliação –, um planejamento para o ano todo, outro para 
um agrupamento de meses e outro planejamento referente ao trabalho do conteúdo 
para aplicação em cada dia.
Compreender a dimensão das ações práticas e do desenvolvimento da motricidade 
serve como base para o trabalho de um professor de Educação Física. No entanto, Kunz 
(2006) indica uma outra concepção de ensino e do porquê ensinar futebol ou futsal. 
Relaciona motivações de desenvolvimento da análise crítica, rumo a uma emancipação 
social em decorrência de um trabalho reflexivo, tanto por parte dos professores quanto 
por partedos alunos. Desta forma, o significado de cada movimento e as adaptações 
motoras decorrentes das experiências sociais vividas em modalidades esportivas como 
o futebol ou o futsal são caminhos para abordar os praticantes.
O porquê de ensinar um esporte (como o futebol ou o futsal), segundo Kunz (2006) 
justifica-se como uma possiblidade de desenvolver um olhar crítico sobre o próprio 
esporte e sobre a sociedade.
Desta forma, proporcionar momentos reflexivos, permitido pela aproximação do 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
129
professor aos alunos pode servir para o desenvolvimento de um olhar crítico – presente 
antes de uma partida, durante e depois. Para Mutti (2003), o futsal, além dos significados 
implícitos nesta prática, em particular aqueles desenvolvidos em momentos de jogo, 
pode contribuir para aumentar o arcabouço de situações vividas. Essas situações vividas, 
citadas por Mutti (2003), conferem uma quantidade necessária de conhecimentos 
práticos exigidos por essa modalidade esportiva.
O refinamento motor e a evolução nos movimentos exigidos pelo futsal poderão ser 
trabalhados em contextos distintos, necessitando, para isso, de intervenções de ensino 
realizadas por um profissional de Educação Física (MUTTI, 2003). Este autor enfatiza que 
as situações de aprendizagem, decorrentes dessas intervenções, necessitam valorizar a 
dimensão da motricidade.
Saber porque ensinar futebol ou futsal pode auxiliar na definição do planejamento 
do professor, uma vez que vai ao encontro da necessidade de observar as ações 
que estão no entorno da prática dessas modalidades (BETTI, 1994). Esta visão está 
direcionada rumo a um olhar crítico a respeito da maneira como ocorre o aprendizado 
e as relações sociais envolvidas nas práticas esportivas (BETTI, 1994). O autor ainda 
valoriza a importância de sair de um papel passivo na prática esportiva, incorporando 
novos olhares a respeito do consumo do futebol enquanto produto. Esse papel passivo 
diz respeito à população crescente de indivíduos que entram em contato com o futebol 
e o futsal por meio de imagens (televisivas, jornalísticas, em matérias da internet), sem 
necessariamente praticar uma modalidade esportiva (BETTI, 1994).
Betti (1994) reforça, ainda, a importância de mudar este panorama a partir de 
um novo olhar, que permita compreender o futebol e o futsal como modalidades 
esportivas a serem efetivamente praticadas, o que faz diferença tanto no papel do 
ensino do professor quanto no contexto dos alunos. Portanto, ensinar o futebol e o 
futsal e permitir que os alunos pratiquem-nos em um contexto educativo – ou, até 
mesmo, competitivo – é primordial enquanto uma opção que mobiliza as relações 
sociais e promove ganho relacionado à cultura corporal. 
Há autores que indicam a discussão sobre a função de ensinar o futebol e o 
futsal de maneira crítica como algo dispensável, por exemplo, Voser e Giusti (2002) 
entendem essas práticas como forma de melhorar a questão motora em um contexto 
desenvolvimentista (ou seja, que valoriza o ganho motor e a o aprendizado do gesto 
técnico).
Já na visão de Kunz (2006) um planejamento direcionado por olhar crítico irá 
preocupar-se com objetivos do ensino do futsal, ou seja, em que contexto (social 
e político) está havendo a prática da modalidade. Kunz (2006) também ratifica a 
importância de saber com que fins o futsal é praticado. Apolo (2004) defende que os 
alunos sejam mobilizados a partir de questões que gerem interesse a partir de um 
ensino relevante para eles, de maneira que se envolvam na prática e que o esporte 
seja um gerador de significados.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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130
Em relação às questões técnicas, o planejamento pode estar voltado, por 
exemplo, para os fundamentos do futebol e do futsal e para os elementos táticos. 
Tanto os fundamentos quanto a questão tática são aspectos importantes para que a 
movimentação (no campo ou na quadra) ocorra de maneira consciente (VOSER; GIUSTI, 
2002). Os autores diferenciam técnica e tática empregadas durante os treinamentos 
ou durante um jogo, podendo, ambas, serem abordadas em um contexto de ensino 
(seja nos gestos desempenhados nos fundamentos do futebol e do futsal, seja na 
movimentação dos jogadores empregada em determinado sistema de organização 
dos integrantes de uma equipe em campo/quadra). 
Quando nos atemos às questões técnicas e táticas – descritas por Voser e Giusti 
(2002) – é possível ter contato com os conteúdos que atendem ao aperfeiçoamento 
dos gestos, movimentos e desempenho. Portanto, o planejamento será realizado 
em consonância com estes objetivos, devendo estar presente nos planos, meios de 
melhorar a dimensão motora e tática dos jogadores, no âmbito individual e coletivo. 
Em contrapartida, autores como Betti (1994) e Kunz (2006) promovem uma análise 
do esporte enquanto ganho de autonomia e promoção de uma análise crítica de 
sociedade, tendo o esporte como meio.
• O momento preparatório, segundo Apolo (2004), é um 
momento de aperfeiçoamento ou de organização das 
ações iniciais a serem seguidas? Qual a importância que 
pode ser atribuída ao momento preparatório?
• Existe um consenso acerca da concepção de 
planejamento e dos objetivos inerentes a ele ou existem 
concepções diferentes sobre ele? Quais visões podem 
ser citadas?
1. Sobre o planejamento voltado ao ensino do futebol e do 
futsal, assinale a alternativa correta:
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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2. Em relação ao planejamento no futebol e no futsal, assinale 
a alternativa incorreta:
a) Em relação às questões técnicas, o planejamento pode estar 
voltado, por exemplo, para os fundamentos do futebol e do 
futsal e para os elementos táticos.
b) Os autores diferenciam técnica e tática empregadas 
durante os treinamentos ou durante um jogo e não podem ser 
abordadas em um contexto de ensino, pois técnica e tática são 
dimensões competitivas.
c) O planejamento pode estar voltado para ganho de autonomia 
e promoção de uma análise crítica de sociedade, tendo o 
esporte como meio.
d) A utilização do esporte como um meio para alcançar uma 
visão crítica de sociedade proporciona a mudança desse 
panorama a partir das relações sociais.
e) Um indivíduo poderá exercer um papel ativo em relação ao 
futebol e ao futsal quando, de fato, praticar o esporte e deixar 
de lado um papel passivo como espectador.
a) O planejamento deve considerar questões como a avaliação 
inicial, a definição dos objetivos e dos assuntos a serem 
abordados e as formas de aplicação das atividades.
b) Os materiais que serão utilizados no ensino do futebol dizem 
respeito à execução dos fundamentos técnicos, não havendo 
relação com o planejamento.
c) O planejamento deve ser realizado sempre para o ano todo, 
pois realizar o planejamento para um agrupamento de meses 
não auxilia o ensino de maneira significativa. 
d) Não saber porque ensinar futebol ou futsal pode auxiliar na 
definição do planejamento do professor, uma vez que vai ao 
encontro da necessidade do professor focar-se na sua ação 
docente.
e) Condicionar o aprendizado do futebol à necessidade de 
sair de um papel ativo na prática esportiva, para que os alunos 
possam realizar um papel passivo auxilia no planejamento.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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Seção 3
Métodos a serem aplicados no ensino do 
futebol e do futsal
A metodologia voltada ao ensino do futsal pode ser concebida a partir de um 
método parcial, global ou misto. Cada método empregado gera um tipo específico 
de ensino ou de treinamento e influencia no planejamento do profissional que está 
trabalhandocom determinado grupo. Cada método de ensino do futebol ou do 
futsal possui vantagens e desvantagens que serão descritas no decorrer desta seção. 
Alguns métodos poderão estimular a motivação e a criatividade dos alunos, enquanto 
outros poderão gerar ganhos motores mais detalhados e refinados, a depender da 
concepção do método empregado e escolhido pelo professor ou técnico na definição 
do trabalho que será realizado. Um aspecto a ser destacado é que a metodologia vai 
além dos momentos do jogo, em si, extrapolando sua importância para momentos de 
reflexão pré e pós-jogo, bem como nos treinamentos.
O planejamento voltado ao ensino do futebol e do futsal está intrincado a muitas 
outras questões, como, por exemplo, ao método que será empregado. Mutti (2003) 
indica que a metodologia escolhida por um professor para ser aplicada equivale a um 
caminho utilizado para chegar a um determinado objetivo. Esse método servirá, ainda 
segundo o autor, para direcionar o ensino de acordo com as diversas possibilidades 
dispostas. Mutti (2003) indica, para o ensino do futsal, possíveis métodos a serem 
aplicados, como o método parcial, o método global e o método misto.
Para saber mais, acesse o link disponível em: <www.efdeportes.com/
efd50/passe.htm>. Acesso em: 10 mar. 2016. Esse link contém um artigo 
que compara os métodos de ensino do futebol em uma pesquisa que 
tem como público crianças submetidas e distintos tipos de intervenções 
em relação ao treinamento.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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134
O método parcial de ensino voltado ao futsal, de acordo com Costa (2003) é 
aplicado a fim de alcançar uma ação motora mais detalhada e correta em cada parte 
da execução proposta. O revés desta forma de trabalho é, segundo o autor, a falta de 
motivação, muitas das vezes decorrentes de um ambiente pouco estimulante quando 
há a aplicação desta metodologia.
A metodologia parcial é similar ao que Reis (1994) classifica como método 
analítico-sintético, em que, conforme as técnicas vão sendo dominadas em partes, 
outras são solicitadas, até que a modalidade esportiva possa ser praticada. Portanto, é 
um método que se configura em treinar os gestos e ações em um contexto fora do 
jogo para, somente depois, ser inserido em uma situação de jogo (SANTANA, 2006).
O trabalho individualizado, da parte para o todo (parcial), por vezes, de acordo com 
Reis (1994), pode ser desestimulante, pois é treinado fora do contexto de jogo, em 
situações simuladas. 
Costa (2003) indica algumas desvantagens na aplicação da metodologia de ensino 
parcial, pois a motivação para a prática fica comprometida, bem como o ato de 
reproduzir toma o lugar do ato de criar. Ainda há, como consequência, insuficiente 
realidade neste tipo de treino, já que as situações específicas da prática esportiva não 
estão presentes, visto que as ações simulam uma partida (COSTA, 2003). A crítica 
em relação a esse método, tecida por Garganta (1995), vai ao encontro de que 
os momentos lúdicos ficam comprometidos, e, de acordo com o autor, nesses 
momentos há ganho de criatividade a partir das descobertas – diferentemente do que 
ocorre em uma situação com características eminentemente técnicas.
Porém, para Costa (2003) há vantagens no ensino parcial, como a aquisição de 
um gesto motor correto dos fundamentos técnicos, a possibilidade de intervenção do 
professor de Educação Física ou técnico ao realizar adequações nos movimentos no 
mesmo instante da execução, a capacidade do profissional visualizar a evolução do 
gesto e a possibilidade de considerar o nível de aprendizagem motora de cada aluno, 
já que a orientação pode ser específica, caso a caso (COSTA, 2003).
Uma metodologia que valorize o ensino do movimento de maneira global, 
conforme indicado por Costa (2003), define um ambiente mais estimulante, pois 
proporciona uma execução menos fragmentada e que valoriza, de maneira um pouco 
mais intensa, a espontaneidade.
Santana (2006) refere-se a este método global como global-funcional, momento 
em que as condições do jogo podem ter sua complexidade, aos poucos, aumentada, 
permitindo ao aluno um aprendizado progressivo e motivador. Segundo o autor, a 
motivação pode vir em grande parte do atendimento à vontade do aluno em jogar 
– no caso, futebol ou futsal. Neste contexto, jogos pré-desportivos poderão ser 
aplicados, até que o esporte, com suas regras e características mais formais, possa 
ser desenvolvido. O gesto desenvolvido, de acordo com Santana (2006), ocorrerá a 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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135
partir de um movimento contextualizado, realizado do início ao fim em uma situação 
de jogo, denominado global. O caráter motivador auxilia no caso do trabalho com 
turmas, em especial no contexto escolar, para que se efetive o aprendizado de maneira 
significativa.
Com relação às desvantagens do método global, o gesto técnico correto, muitas 
vezes, pode demorar a ser alcançado, gerando desmotivação no aprendiz (COSTA, 
2003; GRECO, 1995). Neste método não há um acompanhamento passo a passo 
de cada etapa do gesto motor, mas sim uma exploração dos movimentos de uma 
maneira mais livre e geral (pois o aluno executará cada técnica a partir das situações 
surgidas nos jogos, e não isoladamente em cada gesto motor). O olhar do professor 
ou técnico a respeito da evolução da aprendizagem técnica e motora fica prejudicado, 
devido ao caráter coletivo desse tipo de método aplicado que não permite ao professor 
intervenções pormenorizadas em cada etapa do gesto motor. O aluno, neste caso, 
executa o gesto do início ao fim, sem a fragmentação em relação às etapas do 
movimento/técnica empregada. As limitações do aluno quanto ao seu rendimento 
e desempenho, de acordo com considerações de Costa (2003), não podem ser 
atendidas em cada etapa do gesto motor. 
O equilíbrio entre os dois métodos descritos anteriormente, segundo Costa (2003), 
poderá ser alcançado a partir do uso de um método misto. Desta forma, serão reunidos 
aspectos da metodologia de ensino parcialmente detalhada e globalmente aplicada.
Os fundamentos do futsal, segundo Mutti (2003), serão trabalhados a partir 
da metodologia que contemple as técnicas presentes nesta modalidade, com as 
devidas indicações de como elas serão realizadas. É certo que, segundo o autor, as 
adequações dos movimentos necessitam ser realizadas de forma cuidadosa, já que há 
muitas possibilidades de conceber a melhor maneira de ensinar cada técnica como da 
parte para o todo ou vice-versa. 
O direcionamento do treino com base na repetição e na aquisição de gestos 
técnicos passo a passo está em contraposição à atuação do profissional que valoriza 
a resolução de situações e o desenvolvimento da criatividade. Esta última concepção, 
fundamentada na resolução de problemas, de acordo com Bayer (1990), pode ser 
chamada de “pedagogia das situações”, pois essa pedagogia tem como base a análise 
de cada situação (no caso, esportiva) e a sua resolução.
De maneira similar, Garganta (1998) destaca uma abordagem de cunho mecanicista 
e outra que garante uma melhor compreensão das situações de jogo. No primeiro 
caso, Garganta (1998) indica que é dada ênfase aos fundamentos do futebol e do 
futsal e na sua execução motora. Já na segunda situação valoriza-se a compreensão 
do jogo como um todo, da tática envolvida e da complexidade que, pouco a pouco, 
torna-se crescente, conforme a melhora da equipe e das capacidades do jogador.
Cada situação apresentada no futsal deve ser analisada, de maneira que a 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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136
metodologia do profissional de Educação Física seja adequada, visto a necessidade de 
atingir alguns objetivos individuais e coletivos (COSTA, 2003). 
O que Costa (2003) sugere, de fato, é que o alunopraticante da modalidade 
esportiva seja estimulado em sua capacidade de criação e no desenvolvimento de sua 
inteligência, já que são estas características que podem proporcionar que ele encontre 
formas de resolver as situações que ocorrerão durante o jogo.
Neste sentido, Rezer (2003) sugere que situações sejam problematizadas durante e 
após os jogos, para que a capacidade de resolvê-las seja desenvolvida no contexto da 
prática esportiva. Uma destas situações, conforme indicação de Santana (2006), pode 
ser, por exemplo, em relação à localização do adversário em campo, a movimentação 
com e sem a bola e as possibilidades de ação diante de situações imprevisíveis surgidas 
durante a realização de uma partida.
Em uma dimensão que valoriza o desempenho e a aprendizagem motora, Costa 
(2003) cita que a forma de ministrar determinada aula em âmbito de aprendizado 
do esporte necessita de metas e uma forma de ensinar que valorize o maior 
desenvolvimento em um mínimo de tempo. Desta maneira, não somente o gesto 
técnico irá desenvolver-se, como também o condicionamento e a motricidade 
especificamente necessária à modalidade esportiva escolhida (COSTA, 2003).
Muitos professores executam suas metodologias de ensino voltadas para o futebol, 
para o futsal e para tantas outras vivências esportivas, às vezes, sem atentarem-se sobre 
qual método estão aplicando, muitas vezes, utilizando-se do método parcial, global ou 
misto (COSTA, 2003). Isto é um problema quando concebemos que a metodologia 
escolhida e a concepção de ensino é parte importante da atuação docente (DARIDO, 
2012).
A contrapartida de Kunz (2006) sobre a temática de metodologia no ensino do 
futsal diz respeito à desconstrução e reconstrução do esporte, da maneira em que 
se encontra tradicionalmente organizado, gerando argumentos e pontos de vista 
dotados de questionamentos que permitam aos alunos desenvolverem suas próprias 
criações e soluções para os problemas gerados no contexto da prática esportiva. Esta 
visão promove ganhos aos alunos, na medida que eles adquirem maior autonomia e 
capacidade de escolha.
Jogos e materiais audiovisuais como filmes poderão fazer parte do arcabouço de 
recursos aplicados pelo professor, visando auxiliar o método de trabalho escolhido 
pelo mesmo, de acordo com Costa (2003). Com esses materiais, especificidades, 
como as regras, a movimentação dos jogadores, entre tantos outros fatores que 
influenciam a organização de uma equipe poderão ser analisados. O viés empregado 
como método também poderá buscar uma diferenciação sobre os objetivos da 
prática de determinado esporte, no caso do futebol e do futsal, a respeito de uma 
prática voltada ao rendimento ou como meio de conhecimento do esporte e suas 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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137
particularidades técnicas, táticas, entre outras (COSTA, 2003). 
No sentido contrário vai Kunz (2006), quando defende que na metodologia de 
ensino do futsal a abertura para os questionamentos que permitam ao aluno defender 
seu ponto de vista e alcançar meios comuns de beneficiar o caráter social ganha 
força. Portanto, há uma diferenciação metodológica entre a reprodução de conceitos 
e práticas (advindos da mídia e do senso comum) e a criação – esta última defendida 
por Kunz (2006).
O desenvolvimento de valores que contribuam para determinado ganho social, a 
partir de uma valorização do aspecto coletivo e do trabalho com turmas mistas (de 
idade e nível técnico diferentes), é uma opção a ser considerada, de acordo com Kunz 
(2006). O autor sinaliza que neste tipo de trabalho o processo de aceitação necessita 
estar presente – contrariamente ao viés competitivo, muitas vezes, de segregação. 
Este processo está presente em grande parte dos estudantes e faz parte de uma 
cultura de competitividade e exclusão presente na sociedade. Para que tais problemas 
sejam equacionados, Kunz (2006) sugere que haja uma mudança no tipo de trabalho 
realizado na Educação Física e com os esportes, visitando uma relação equilibrada 
entre teoria e prática.
No que diz respeito à metodologia empregada pelos professores, Daólio (1997) 
indica a necessidade de estimular questões técnicas aos alunos, com base na cultura 
corporal que trazem de seu contexto social. Bayer (1994) indica a necessidade de 
agrupar diferentes modalidades a partir de características em comum, para que possa 
ser realizado um trabalho integrado. Essas características dizem respeito a alguns 
gestos motores e algumas táticas que possuem similaridades em seus objetivos, como 
a defesa de um alvo, ações de ataque e desenvolvimento da capacidade de decisão 
dos alunos, bem como a resolução de problemas (GARGANTA, 1998).
Daolio (2002) destaca a necessidade do indivíduo poder influenciar seu meio de 
maneira positiva, utilizando, para isso, os saberes que já possui de experiências vividas. 
Da mesma forma, poderá adquirir e melhorar seu conhecimento tático, tanto a partir 
de aspectos individuais quanto de elementos que envolvem todo o grupo do qual 
participa. Souza (1999) sugere que, para isso, alguns questionamentos podem ser 
realizados, como “o que fazer”, “quando fazer” e “por que fazer”. Esses questionamentos 
permitirão pensar a própria prática motora no contexto de uma modalidade esportiva, 
levando o aluno a pensar sobre as situações de jogo que aparecem em muitos 
momentos no decorrer de uma partida.
Essa metodologia fundamentada nos questionamentos permitirá, aos alunos, 
entender os princípios operacionais de um jogo coletivo (BAYER, 1994). Permitirá, 
também, entender que, na menor parte do tempo, suas ações táticas ocorrerão 
com a bola, necessitando, desta maneira, pensar nas muitas formas de agir durante a 
partida e durante os momentos que estão sem a bola, de acordo com Santana (2006). 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
U4
138
Participar de forma ativa, conhecendo a tática envolvida, para Bayer (1994), permite 
indicar um sentido ao jogo, já que as ações técnicas e os fundamentos necessitam da 
noção tática.
Em relação aos jogos desportivos coletivos, Garganta (1998) afirma que podem 
gerar melhoras no âmbito social, afetivo, técnico e tático (tanto o futebol quanto o 
futsal enquadram-se na classificação de “jogos desportivos coletivos”). Um dos pontos 
afirmados por Garganta (1998) é que os jogos desportivos coletivos propiciam o 
desenvolvimento de situações de cooperação e competição, ambas as situações 
exigem a tomada de decisões frente aos desafios do jogo. Segundo Garganta (1998), 
a adaptação do jogador às diversas situações surgidas em uma partida propiciam a 
melhora na capacidade de interpretar de diversas formas as informações surgidas.
Inseridos nas características dos jogos desportivos coletivos estão o jogo anárquico, 
descentralizado, estruturado e elaborado. De acordo com Garganta (1995), para melhor 
compreender as etapas pelas quais os alunos interagem no aprendizado do jogo, 
metodologicamente é válido saber que o jogo esportivo passa por alguns momentos. 
O autor classifica o primeiro momento como uma etapa de anarquia, em que não 
há organização na movimentação, há um excesso de oralidade no momento do 
jogo e concentração de indivíduos próximos à bola (geralmente ocorrido na infância, 
mas podendo estender-se por outras faixas etárias). Nesta etapa, crianças ou jovens 
buscam, de maneira contínua, o contato com a bola, sem atentarem-se ao fato de que 
poderiam estar posicionados no campo ou na quadra de maneira que possam auxiliar 
uma estratégia definida para a equipe e receber a bola em momentos oportunos.
No segundo momento, de acordo com Garganta (1998), há um processo de 
descentralização, em que a concentração inicial excessiva desfaz-se e há certa 
distribuição dos praticantes no espaço destinado à prática esportiva, utilizando-se, parase comunicarem, de gestos com significados direcionados para melhor organização 
do jogo. Nesta etapa, há uma melhor movimentação na quadra ou no campo em 
relação à fase anterior. A interação entre os jogadores, de acordo com Garganta 
(1998), acontece por meio de uma comunicação cada vez menos oral (como era 
predominante na fase anterior) e enfatizando-se gestos que permitem a um jogador 
saber quando irá receber a bola ou, ainda, quando o colega da mesma equipe poderá 
movimentar-se para receber a bola.
No próximo momento, há uma fase de estruturação, fase em que, gradualmente, o 
jogo torna-se uma prática com melhor organização na relação entre os componentes 
da mesma equipe. Nesta etapa, há a comunicação mais efetiva por meio dos gestos e o 
posicionamento dos jogadores na quadra ou no campo mostra-se melhor distribuído.
A melhora nesta organização é definida por Garganta (1998) como fase elaborada. 
A condição motora e de movimentação bem como a capacidade de enxergar o jogo 
– a partir de uma melhor distribuição de seus componentes no espaço – evoluem, 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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139
de acordo com o desenvolvimento dos momentos do jogo. Nessa fase elaborada, 
segundo Garganta (1998), a compreensão dos fundamentos técnicos e da organização 
da equipe na quadra e no campo está mais desenvolvida.
Garganta (1998) ressalta que, conforme a necessidade de falar enquanto joga vai 
dando lugar a uma gestualidade específica, um novo tipo de comunicação sobre os 
elementos de determinada prática esportiva desenvolve-se, rumo a uma fase elaborada, 
na qual a vontade de estar com a bola a todo o momento desfaz-se, dando lugar a 
formatos diferentes de organização, tanto da movimentação dos componentes do 
jogo quanto do direcionamento que darão estrategicamente à partida.
Dimensões similares podem ser encontradas em práticas esportivas distintas, em 
muitos casos com uma bola, utilizando, para movimentá-la, os membros inferiores, 
superiores ou ainda outro objeto, um espaço destinado à prática esportiva e à disputa 
com outra equipe, tudo isto gerenciado por regras, limitações e possibilidades impostas 
por elas (BAYER, 1994).
Tanto o futebol quanto o futsal são modalidades que envolvem tanto o auxílio 
entre os componentes da mesma equipe quanto uma disputa com os membros da 
equipe adversária, busca-se a realização das metas propostas – no caso da principal, 
o gol (SANTANA, 2006). É uma prática esportiva que necessita de invasão do campo 
adversário, diferentemente de outras modalidades como o voleibol ou o tênis, em que 
não há invasão. Por se tratarem de modalidades de invasão, o futebol e o futsal exigem 
uma organização dos espaços bastante complexa, já que a ação motora para ocupar 
determinado local, mantendo o controle da bola ou buscando manter o controle, não 
é algo simples (SANTANA, 2006). A recuperação da posse de bola é tão importante 
quanto a capacidade de manter sua posse, já que uma rápida movimentação rumo 
ao gol contrário exige da outra equipe uma busca constante na recuperação dela 
(SANTANA, 2006).
Quando analisamos estes aspectos sobre a dinâmica de jogo, avanço e defesa, 
bem como a movimentação rumo ao cumprimento dos objetivos do jogo – seja de 
manter a posse da bola, avançando à quadra adversária, seja defendendo a própria 
quadra –, citada por Santana (2006), é primordial recordar o que Garganta (1995) 
indica a respeito dos momentos de evolução de um jogo a partir de um trabalho 
realizado com determinada equipe ou grupo de alunos. Em especial, as crianças são 
beneficiadas por um trabalho voltado ao aprendizado do futsal ou do futebol, pois, ao 
adquirirem a capacidade de movimentação, comunicação (oral ou gestual) e controle 
da bola, estão desenvolvendo-se de maneira bastante intensa, caso o trabalho seja 
bem conduzido pelo profissional de Educação Física ou técnico (VOSER; GIUSTI, 
2002). 
Voser e Giusti (2002) ressaltam que elementos emocionais e cognitivos estão 
sendo desenvolvidos quando há o emprego do esforço necessário para manter a 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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posse de bola, avançar rumo ao gol do lado da quadra do adversário e para realizar 
uma interação com a equipe adversária. Essa interação é citada por Garganta (1995) 
como uma possibilidade de aplicação dos elementos táticos, podendo ser vista nos 
momentos em que o jogador decide realizar um toque de bola ou, simplesmente, em 
uma movimentação que realiza sem a posse de bola.
No momento da escolha da metodologia de ensino a ser aplicada no ensino 
do futebol e do futsal é necessário considerar o desenvolvimento da resistência, da 
velocidade, da agilidade e da flexibilidade (FREIRE, 2003). Para que estas capacidades 
sejam desenvolvidas, é necessário que estejam vinculadas ao desenvolvimento da 
noção espaço-temporal. Uma determinada situação de jogo exigirá um “sem número” 
de combinações destas habilidades, conceito que valoriza a aprendizagem de ações 
motoras básicas (no caso de indivíduos que não adquiriram um conjunto de habilidades 
motoras condizentes com a idade ou com o contexto em que se encontram). Neste 
caso, a metodologia irá voltar-se às atividades mais elementares, melhorando o gesto 
motor por meio, por exemplo, de pré-desportivos (FREIRE, 2003).
A metodologia de ensino poderá voltar-se ao trabalho de cada fundamento e das 
situações de jogo. No caso da finalização, além das diversas partes do corpo possíveis 
de serem utilizadas (por exemplo, o pé, a cabeça, o ombro), há outras capacidades 
que necessitam ser desenvolvidas como a propriocepção, a rápida movimentação e a 
capacidade de estar em equilíbrio no momento de finalização (FREIRE, 2003).
Freire (2003) sugere algumas possibilidades de intervenção do professor no ensino 
da habilidade de finalização, como realizar a atividade chamada “gol a gol” (em que um 
jogador realizará um chute rumo ao gol adversário do próprio campo de defesa, e vice-
versa). Outra atividade sugerida por Freire (2003) para auxiliar no desenvolvimento de 
habilidades voltadas à finalização é o “controle” (jogo que realiza-se a partir de passes e 
chutes ao gol com a bola controlada sem que haja contato com o chão no momento 
da execução destes fundamentos). No caso da “rebatida”, os jogadores chutarão – a 
partir da marca do pênalti ou outra marcação escolhida – de maneira bastante veloz, 
de maneira que a bola seja rebatida e proporcione uma nova oportunidade de marcar 
o gol (FREIRE, 2003). Nos “cruzamentos” é possível realizar um passe a partir da linha 
de fundo, com a bola alta, a meia altura ou rasteira, para que outros jogadores possam 
finalizar com diferentes partes do corpo (menos com os braços e mãos). No caso da 
atividade chamada “pivô”, o jogador que chutará ao gol realiza um passe para outro 
que está de costas para a meta adversária, este, por sua vez, devolve a bola para o que 
iniciou a jogada que, por fim, realiza a finalização com o objetivo de obter o gol. Mais 
uma atividade de finalização a ser citada refere-se à “corrida sob a corda”, em que o 
objetivo é chutar ao gol após passar por baixo de uma corda que está sendo segurada 
por outros colegas (FREIRE, 2003).
Todas as atividades exemplificadas por Freire (2003) são direcionadas para 
adquirir melhor capacidade de finalização e direcionam um trabalho coletivo que 
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exige do jogador uma gama de outros fundamentos e habilidades, como o passe, 
o cabeceio, a movimentação, a corrida, o salto, entre outros. De acordo com Freire 
(2003), a finalização, assim como o passe ou o lançamento, poderá ser executada 
com diferentes intensidades e distâncias, exigindo, desta maneira, diferentes graus de 
habilidades dos praticantes do futebol ou do futsal.
Comopôde ser visto nesta seção, há muitos pontos de vista a serem considerados 
na escolha de uma metodologia de ensino voltada ao futebol e ao futsal. Cabe ao 
professor analisar os métodos e as possibilidades de desenvolvimento de seus alunos, 
conhecendo as aplicações possíveis nos mais variados contextos nos quais os 
processos de ensino-aprendizagem acontecerão.
• Como o método parcial pode ser descrito no trabalho com 
o futebol ou o futsal e na abordagem dos fundamentos 
destes?
• Como o método global pode ser descrito no trabalho com 
o futebol ou o futsal e na abordagem dos fundamentos 
destes?
1. Em relação às vantagens e desvantagens do método parcial 
e do método global, assinale a alternativa correta:
a) O método parcial permite o aprendizado da técnica durante 
a situação de jogo, não se preocupando com as etapas do 
gesto motor.
b) A valorização das concepções críticas a respeito do ensino 
do futebol e do futsal estão relacionadas com o método parcial 
que permite a visão do “todo”.
c) A estrutura de ensino do método parcial permite a 
compreensão de cada etapa do gesto motor exigido para a 
aprendizagem do fundamento técnico.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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d) O método global ensina cada etapa do gesto motor até que 
se alcance uma compreensão global.
e) Tanto o método parcial quanto o método global não se 
relacionam com o método misto de ensino dos fundamentos 
do futebol e do futsal.
2. Para a utilização dos métodos de ensino nos esportes, é 
possível definir fases como a anarquia, a descentralização, a 
estruturação e a fase elaborada. Assinale a alternativa correta:
a) A fase de anarquia é a fase mais refinada entre as outras fases.
b) Na fase de descentralização os jogadores já conseguem 
comunicar-se efetivamente a partir de gestos motores.
c) Na fase de anarquia não predomina a oralidade durante uma 
partida de futebol ou futsal.
d) Na fase elaborada predomina a oralidade para que os 
jogadores possam comunicar-se.
e) Na fase elaborada há uma organização dos jogadores em 
quadra ou em campo que permite a execução de técnicas e 
táticas mais avançadas.
O planejamento anual, o semestral ou bimestral e o diário 
necessitam ser realizados para que haja uma programação 
a ser seguida, cada qual com suas características e objetivos 
diferentes, visto que a avaliação de uma equipe – ou individual 
voltada aos participantes de uma equipe – poderá ter caráter de 
análise das técnicas obtidas ou dos avanços sociais decorrentes 
do uso do esporte como um meio de auxílio à sociedade. O 
ensino do futebol e do futsal deve ser realizado a partir de visões 
que consideram estas modalidades esportivas como meios de 
alcançar ganho técnico, tático e motor, mas, também, como 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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uma forma de gerar mudanças sociais e gerar uma visão crítica 
que pode estimular a espontaneidade e uma mudança do 
ambiente no qual os indivíduos estão inseridos. Por um lado, 
pode haver a busca pelo desenvolvimento da motricidade e, por 
outro, pode ser estimulado a busca por um significado para os 
movimentos executados em determinado contexto. Quando o 
futebol e o futsal são utilizados como forma de contribuir para 
o desenvolvimento humano de um indivíduo ou de um grupo 
de alunos configuram-se como uma importante ferramenta 
na busca de soluções necessárias para resolver as situações de 
jogo surgidas. Para que este intento seja realizado, a criatividade 
é outro elemento, a ser desenvolvido, que está relacionado 
aos ganhos cognitivos que estas modalidades proporcionam. 
Desta forma, fique atento ao significado de conhecimento 
convergente e conhecimento divergente, perceba como estes 
tipos de saberes podem estar presentes no futebol e no futsal, 
bem como o conhecimento declarativo e o processual. Esses 
conhecimentos dependerão das experiências vividas no futebol 
e poderão ser frutos de um trabalho consciente do profissional 
de Educação Física em busca do desenvolvimento humano de 
seus alunos. Os autores citados neste material indicam formas 
de conceber o ensino do futebol e do futsal, por exemplo, 
indicando o método parcial, global e misto, em fases distintas, 
como a que vai da anarquia até a estruturação. Os elementos e 
dimensões citados irão dar sentido às muitas possibilidades de 
ensino do futebol e do futsal.
Para encerrar o estudo desta unidade, é preciso, antes de tudo, 
que o material indicado na bibliografia seja pesquisado e as 
questões para reflexão sejam compreendidas a partir do que 
foi discorrido em cada seção. O ensino do futebol e do futsal 
estão condicionados a muitas dimensões, as quais foram citadas 
neste material. Dimensões relacionadas ao desenvolvimento 
humano – motor, social, de desenvolvimento cognitivo, entre 
outros – dimensões decorrentes da compreensão do porquê 
o esporte está sendo ensinado e para que fim o processo 
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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de ensino e aprendizagem do esporte acontecerá; outras 
dimensões que valorizam o planejamento e as formas com 
que poderá ser desenvolvido; por fim, o ensino do futebol e 
do futsal está relacionado à dimensão metodológica, tanto a 
partir de concepções dos métodos de treino quanto a partir de 
concepções sobre o porquê do aprendizado de determinado 
esporte (para fins sociais ou para a melhora das técnicas, por 
exemplo). Como visto, há distintas formas de trabalho, muitas 
vezes, decorrentes das diferentes concepções pedagógicas, 
às vezes contrárias, como em relação ao método de ensino 
empregado parcial, global ou misto. Abordagens que valorizam 
questões sociais ou aspectos motores são distintas em suas 
concepções e exigem abordagens de ensino e de treinamento 
diferentes. Questões técnicas, táticas e referentes aos sistemas 
de jogo necessitam ser observadas quando se busca a evolução 
de uma equipe ou grupo de alunos nas questões específicas do 
futebol e do futsal.
1. A respeito das distintas concepções em relação à Educação 
Física, citadas por Darido (2012), assinale as alternativas 
corretas:
I. A concepção construtivista na Educação Física possui como 
prerrogativa o uso do castigo e da premiação, visto que os 
esportes geram prazer e a permissão ou a proibição de sua 
prática pode auxiliar os alunos a se concentrarem em outras 
disciplinas existentes no contexto escolar.
II. A Educação Física como promotora da saúde – podendo, 
para isso, ser utilizado esportes, como o futebol e o futsal – 
visa alcançar melhora na análise crítica da sociedade.
III. O uso da Educação Física para desenvolver a motricidade 
possui, em suas prerrogativas, uma busca pela qualidade dos 
movimentos.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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2. Em relação ao ensino do futebol e do futsal, tendo em 
vista a melhora nos aspectos técnicos, assinale a alternativa 
correta:
a) A melhora nos gestos motores, a partir de uma metodologia 
de ensino parcial, pauta-se na intervenção dos movimentos 
como um todo em situações de jogo.
b) O desenvolvimento de um indivíduo em um esporte pode 
ser alcançado, segundo o método global, utilizando-se de 
um treino de cada gesto motor de forma separada para até 
alcançar um nível satisfatório na ação motora.
c) O método de ensino misto alterna momentos de 
detalhamento dos gestos técnicos, que permitem uma 
avaliação e desenvolvimento do gesto de maneira parcial, 
com vivências de jogo que favorecem a motricidade em um 
nível global.
d) Os gestos técnicos podem ser desenvolvidos, a partir 
do método parcial, dando-se ênfase à espontaneidade no 
movimento.
e) Na escolha do método parcial, global ou misto, o professor 
sempre estará valorizando a criatividade nos movimentos.IV.O uso da Educação Física e dos esportes para que 
mudanças sociais sejam alcançadas pode ser trabalhado tendo 
como objetivo principal a melhoria da saúde da sociedade, 
justificando, desta maneira, as mudanças sociais necessárias.
Estão corretas:
a) As alternativas I e II.
b) A alternativa III.
c) As alternativas I e IV.
d) As alternativas III e IV.
e) Nenhuma das alternativas.
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3. A respeito do desenvolvimento das capacidades de um 
indivíduo que podem ser obtidas a partir da prática dos 
esportes, assinale a alternativa incorreta:
a) O conhecimento processual e o conhecimento declarativo 
podem ser trabalhados permitindo aos praticantes do futebol 
e do futsal o uso da criatividade e da capacidade de tomar 
decisões durante um jogo.
b) O método global, quando utilizado como forma de ensino 
dos esportes, favorece a espontaneidade e a motivação do 
aluno, tendo como desvantagem a dificuldade em corrigir 
detalhes do gesto motor exigido, por exemplo, pelo futebol.
c) O ensino do futebol e do futsal poderá pautar-se com 
vistas ao desenvolvimento motor do indivíduo, mas também 
afetivo, social e técnico.
d) O desenvolvimento cognitivo de um aluno poderá 
ser alcançado por meio do futebol e do futsal devido ao 
grande arcabouço que oferecem no trabalho de ensino e 
aprendizagem.
e) Uma possibilidade de desenvolvimento do indivíduo por 
meio do esporte relaciona-se à migração entre um estágio 
motor que vai da “aplicação” para a “transição”’ (GALLAHUE; 
GOODAY; OZMUN, 2013).
4. Sobre o ensino do futebol e do futsal, assinale a alternativa 
incorreta:
a) A “pedagogia das situações” refere-se à aquisição de 
possíveis soluções padronizadas, a partir das diferentes 
situações surgidas nos esportes.
b) A busca pelo desenvolvimento da capacidade de analisar 
as diversas situações surgidas na prática do esporte e resolver 
problemas oriundos destas situações pode ser chamada de 
“pedagogia das situações”.
c) Em contraposição a um ensino do futebol e do futsal com 
fins mecanicistas está o ensino destas modalidades visando a 
compreensão da complexidade das situações esportivas e o 
desenvolvimento da criatividade.
Métodos e procedimentos de intervenção no ensino do futsal e futebol
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5. No tocante a escolha da metodologia para o ensino do 
futebol e do futsal, assinale a alternativa correta:
a) Problematizar as situações de jogo e analisar as possibilidades 
de ação são funções do professor, não do aluno, já que este 
irá jogar de acordo com as orientações do professor.
b) Em uma dimensão que valoriza o desempenho e a 
aprendizagem motora, a prioridade é problematizar as 
situações a partir de uma análise social.
c) Buscar uma desconstrução e reconstrução do esporte em 
suas bases de organização tradicionais são prerrogativas de 
uma metodologia que valoriza o desenvolvimento motor e 
dos fundamentos técnicos.
d) Jogos e materiais audiovisuais são recursos dispensáveis no 
ensino do futebol e do futsal, já que são modalidades práticas.
e) Permitir ao aluno desenvolver suas próprias criações e 
soluções para os problemas poderá, na visão de Kunz (2006), 
ser realizado descontruindo e reconstruindo o esporte em 
suas bases tradicionalmente organizadas.
d) Após desenvolver a ação em si, período em que a interação 
entre docente e discente necessita ocorrer, surge o momento 
de aperfeiçoar a ação. Estas etapas auxiliam na análise do 
alcance ou não dos objetivos propostos inicialmente.
e) Para melhorar o planejamento no ensino do futebol e do 
futsal, avaliações poderão ser realizadas com o intento de 
melhorar o planejamento, de acordo com Apolo (2004).
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