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DIREITO TRIBUTÁRIO I Evolução histórica do Direito Tributário: CF/88 – Marco fundamental, intuito intervencionista – direitos sociais. Para manter os direitos sociais é necessário tributar. Era comum na década de 1987 à 1992 o governo bloquear valores específicos da conta poupança, desde que, depois de um certo lapso de tempo devolvesse. Toda vez que houvesse mudança de moeda e o governo tivesse retirado cer bto valor, deveria reverter o valor para a moeda atual. Contudo, o valor sofria alterações de 3 casas. Ex: retirou 30.000, só pagaria 10.000, possibilitando a parcela em até 6 vezes. Tipos de tributos: 1. Impostos 2. Taxas 3. Contribuições de melhorias 4. Contribuições parafiscais 5. Empréstimo compulsório (obrigatório): feito pela União Federal em 1981. Conceito de Tributo – CTN: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 5 Requisitos Básicos para ser : 1. Prestação pecuniária: Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. Não vai cair na prova, pois está em desuso. § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. *Com relação ao cheque, este apenas quitará o debito quando devidamente saldado pela instituição financeira. Em regra o pagamento é feito em dinheiro, cheque (Depende de quem vai receber, ninguém é obrigado a aceitar, visto que não tem curso forçado, outro requisito é que tem que ser compensado) ou vale postal (está em desuso). Figura como exceção a dação em pagamento de bens imóveis, quando o credor consente em receber parcela diversa da acordada, contudo, está em desuso. (Depende de lei que autorize dar imóvel em pagamento para extinguir a divida tributária). Bens móveis não são aceitos como dação em pagamento. 2. Compulsório: obrigatório, não contratual, não voluntária ou não facultativa. Luciano Amaro informa que: “o nascimento da obrigação de prestar (o tributo) é compulsório (ou forçado), no sentido que esse dever se cria por força da lei (obrigação ex lege), e não da vontade dos sujeitos da relação jurídica (obrigação ex voluntate)” Art 5º, II, CF – Só é obrigado em virtude de lei. 3. Instituído em lei: decorrente do princípio da legalidade, criado/majorado por lei ordinária (maioria simples) ou medida provisória: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: III - reservada a lei complementar; (a união federal) Exceção: criação por lei complementar (maioria absoluta)(União) - imposto sobre grandes fortunas (ISGF) - empréstimos compulsórios (Art. 148, CF) - impostos residuais/novos da União (Art. 154, I, CF) - contribuições previdenciárias novas (Art 195, CF) **Municipios e estados não criam impostos novos, somente a união pode criar. O CTN é lei complementar, foi criada como lei ordinária em 1966, mas foi recebido pela CF em 1988 com estatus de lei complementar. Mas agora só pode criar impostos através de lei ordinária e medida provisória. 4. Mediante atividade administrativa plenamente vinculada: é realizada pelo lançamento da obrigação tributária, sendo ato documental, que visa quantificar e qualificar a obrigação tributária existente. Não existe lançamento verbal. Em outras palavras, praticado o fato gerador, deverá a autoridade competente efetivar o lançamento em face do sujeito passivo, sem margem de opção, sob pena de responsabilização administrativa, art. 142, § único do CTN. Ex: Alguém que é amigo do fiscal, este pode deixa de lançar o tributo? Obviamente que não, sob pena de responsabilização funcional. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 5. Não decorra da sanção de ato ilícito: multa é diferente de tributo, pois multa pune o ato ilícito. É de se mencionar que ambos os institutos são inconfundíveis, pois o tributo deriva da incidência do poder tributário sobre a propriedade privada e a penalidade resulta do poder penal do Estado e tem por objetivo resguardar a validade da ordem jurídica, possuindo caráter punitivo ou de sanção. Em outras palavras, “Paga-se o tributo porque se realiza um fato gerador; recolhe-se a multa porque se descumpriu uma obrigação tributária”. Sempre vai ser decorrente de uma lei, sempre vai ser necessário lei para cobrar tributo. O tributo jamais vai nascer de ato ilícito, somente de atos lícitos. Princípio “non olet” – sem cheiro – atividade decorrente da atividade ilícita é tributável, ex: comprar carro com dinheiro de tráfico para IPVA. 27,5% sobre a renda + multa 150% sobre o valor – e avisa ao MP para apurar origem do dinheiro. COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS Competência tributária indelegável, intransferível e irrenunciável: art. 145-157, CF, 153 A 156 CF Competência para Criação: Aptidão para criar tributos. Atribuição concedida pela CF a determinados entes para criação de tributos no Brasil – União, Estados, Municípios e DF. A Competência tributária é a habilidade privativa e constitucionalmente atribuída ao ente político para que este, com base na lei, proceda a instituição da exação tributária, conforme arts. 153 a 156 da CF. A Constituição Federal consagrou o princípio do Federalismo, DIVIDINDO entre as Pessoas Políticas (União, Estados, DF e Municípios) o poder de Tributar. (art. 153 a 156). A competência tributária é indelegável, intransferível e irrenunciável. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. § 2º O imposto previsto no inciso III: I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; § 3º O imposto previsto no inciso IV: I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. IV - terá reduzidoseu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II - setenta por cento para o Município de origem. Competência Residual: impostos extraordinários em casos de guerra Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Competência aos Estados e DF: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; III - propriedade de veículos automotores. § 1º O imposto previsto no inciso I: I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; § 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação: a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços; IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação; V - é facultado ao Senado Federal: a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros; b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se- á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; a) (revogada); b) (revogada); VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; IX - incidirá também: a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço; b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; X - não incidirá: a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; XII - cabe à lei complementar: a) definir seus contribuintes; b) dispor sobre substituição tributária; c) disciplinar o regime de compensação do imposto; d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços; e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art.153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais mercadorias; III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por produto; b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência; c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, b. § 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. Competência dos Municípios: Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. § 2º O imposto previsto no inciso II: I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II - compete ao Município da situação do bem. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Art 147, CTN – Estudar para concursos Capacidade tributária Delegável: fiscalizar e arrecadar tributos (INSS, CRC, OAB, etc) Capacidade tributária: é a função específica de fiscalizar e arrecadar tributos, conforme art. 7º, § 3º do CTN. No Brasil é comum em relação às autarquias (INSS, CRC, OAB, etc.). PRINCÍPIOS: Sistema Tributário - Formatação (art. 145 a 162 da CF) Foi dividido em 06 (seis) partes: 1. Princípios Gerais: arts. 145 – 149-A 2. Limitações ao Poder de Tributar: arts. 150 – 152 3. Impostos da União: arts. 153 – 154 – Tributário II 4. Impostos dos Estados e Distrito Federal: art. 155 – Tributário II 5. Impostos dos Municípios: art. 156 – Tributário II 6. Repartição das Receitas Tributárias: arts. 157-162 Princípios Constitucionais 1. LEGALIDADE 2. ANTERIORIDADE OU EFICÁCIA DIFERIDA 3. IRRETROATIVIDADE 4. IGUALDADE 5. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 6. VEDAÇÃO DE CONFISCO 7. LIBERDADE DE TRÁFEGO DE PESSOAS E BENS 8. UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA 9. NÃO CUMULATIVIDADE 1. Princípio da legalidade tributária– ART. 150, I, CF e Art. 97 do CTN. Art 5º, II, CF Os entes tributantes só poderão criar ou aumentar um tributo por meio de LEI, conforme art. 150, I, da CF e art. 97 do CTN. A lei apta a instituir ou aumentar um tributo é LEI ORDINÁRIA ou Medida Provisória (art. 62 da CF). Mas como a Lei Complementar tem um quórum maior também pode criar ou aumentar tributo. Mas quando exige Lei Complementar não é possível criar por lei Ordinária Art. 62, §1º, III – É vedado MP para matérias reservadas a Lei Complementar. Exceção: Há 04 (quatro) tributos federais exigem criação por LEI COMPLEMENTAR: 1. Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF) 2. Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF) 3. Impostos Residuais da União (art. 154, I, CF) 4. Contribuições Previdenciárias Novas (art. 195, § 4º, CF) Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; Exceções: a) Tributos Federais que exigem criação por lei complementar: Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF) Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF) Impostos Residuais da União (art. 154, I, CF) Contribuições Previdenciárias Novas (art. 195, § 4º, CF) ______________________________________________________________________________ Há, ainda mais 06 exceções ao princípio da legalidade, pois há tributos que podem ser majorados por Ato do Executivo – Função Regulatória do (têm caráter extrafiscal – regulam a economia ou o mercado do país). **Aumenta o imposto de importação e baixa o IPI, assim o produto importado fica com preço maior e as pessoas passam a comprar o produto no país, isso ajuda a regular a economia. b) Tributos que podem ser majorados por Atos do Executivo em decorrência de função regulatória: têm caráter extrafiscal – regulam a economia ou o mercado do país; Imposto de Importação Imposto de Exportação Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ~ Após a edição da emenda 33/2001, foram acrescentados mais dois Tributos, um federal e outro estadual: CIDE – Combustíveis (art. 149, §2º, II, c/c art. 177, § 4º, b, CF88) ICMS – Combustíveis (art. 155, §4º, IV, CF88) Ainda, é de se mencionar que tal princípio se relaciona intimamente com o princípio da estrita legalidade descrito no art. 97 do CTN, vejamos: 1.1. Princípio da estrita legalidde - Art. 97, CTN – É um subprincípio do Princípio da Legalidade. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Requisitos para a criação do tributo: I. Alíquota: porcentagem que incide sobre a base de cálculo, ex: ipva – valor venal do veículo; II. Base de cálculo: unidade de medida onde vai incidir a norma tributária III. Sujeito passivo: obrigado pelo pagamento do tributo Direto – contribuinte, ligação direta com o fato gerador, Indireto - responsável tributário, não pratica fato gerador, mas lei obriga ao pagamento. IV. Multa: penalidade pelo não pagamento (0-300%) V. Fato gerador: conduta, prática que decorre na cobrança do tributo; A falta de um dos requisitos gera nulidade formal da lei, não precisa pagar tributo. Prazo de pagamento não é elemento obrigatório, pode ser regulado por decreto legislativo. Prazo de pagamento não faz parte dos elementos obrigatórios, por isso não precisa ser fixado por lei, pode ser por portaria (Informativo STF 134), contudo, há divergência em relação a alguns doutrinadores, mas, para concursos, mencionar que não é obrigatório. Atualização monetária da base de cálculo: jurisprudência entende que não configura majoração e, portanto, atualização não necessita de previsão legal. Contudo, não pode exceder índice oficial de correção monetária, pois o excesso configura majoração. Não há majoração de tributo quando a alíquota permanece a mesma e o que aumenta é a base de calculo. Ex: IPTU – INCC aumenta 6%, através de decreto é possível um município atualizar a base de calculo até o índice oficial. Se aumentar acima do índice oficial incide em majoração de imposto, e necessita de lei para isso. Pode o legislador atualizar o valor monetário do tributo sem previsão legal, contudo, esta atualização não pode exceder ao valor do índice oficial de correção monetária, sob pena de majoração e necessariamente violação ao princípio da legalidade. Ex: Os Muncípios atualizam a base de cálculo do IPTU (valor venal do município) anualmente, contudo, o índice permitido deve ser apenas o oficial, no caso em comento, o INCC. 2. Princípio da Anterioridade (anual) tributária: “eficácia diferida”. Entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro (01/01 a 31/12) em que tenha sido publicada a lei (criação majoração). Os entes tributantes não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei. Isso foi feito para não pegar contribuinte de surpresa e garantir a Segurança Jurídica. DECORAR AS DUAS TABELAS ABAIXO PARA PROVA Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; Exceção: podem ser cobrados no mesmo exercício: Imposto de Importação Imposto de Exportação Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II, CF88) Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública (art. 148, I,) CIDE – Combustíveis (art. 149, §2º, II, c/c art. 177, § 4º, b, CF88) ICMS – Combustíveis (art. 155, §4º, IV, CF88) c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; Princípio da Noventena - aguardar 90 dias para ser cobrado, contados da criação/majoração. Exceção: podem ser cobrados no mesmo exercício sem aplicar noventena: Imposto de Importação Imposto de Exportação Imposto de Renda (IR) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) Imposto Extraordinário de Guerra (art. 154, II, CF88) Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública (art. 148, I,) Alterações na base de cálculo do IPTU e IPVA Imposto sobre produtos industrializados (IPI), CIDE e ICMS sobre Combustíveis não podem ser cobrados imediatamente – princípio da noventena. Imposto de renda (IR): Não precisa aguardar os 90 dias, mas só pode entrar em vigor no exercício financeiro seguinte – 01 de janeiro. Ocorrerá a incidência da lei em 1º de janeiro para os tributos que forem criados ou majorados entre o dia 01 de janeiro e dia 02 de outubro de um determinado ano. EXERCÍCIO: A União Federal majorou o imposto de renda no dia 31/12/2017, sendo que a lei foi publicada no mesmo dia e constou no corpo da lei que a sua vigência coincidia com a data de sua publicação e a eficácia conforme os princípios constitucionais tributários. Indique a vigência e eficácia da legislação: R: Cobrança a partir de 01.01.2018, não segue a regra da noventena, pode ser cobrado de forma majorada em 01.01. EXERCÍCIO: O município de SMO majorou o ISS no dia 31/07/2017, majorando de 2 pra 5% o ISS sobre serviços da rede hoteleira. O decreto foi publicado no dia 31/07/2017 e por lapso não foi mencionado sua data de vigência. Indique vigência e eficácia conforme os princípios tributários: R: Não pode majorar por decreto – vício formal EXERCÍCIO: A União Federal majorou por decreto (pode) o IPI no dia 31/07/2017, sendo que a sua vigência coincidiu com a sua publicação. Indique vigência e eficácia conforme os princípios tributários: R: Pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro. Aplica-se a noventena. (31/10/2017) EXERCÍCIOS 1. A União Federal majorou o imposto de renda no dia 31.12.2015 e, no mesmo dia, publicou a lei no DOU. A majoração consistia no acréscimo de 10% sobre a maior alíquota do imposto. Indique a vigência e a eficácia da legislação. R: Cobrança a partir de 01.01.2016, não segue a regra da noventena, pode ser cobrado de forma majorada em 01.01. 2. O município de SMO majorou o IPTU no dia 20.11.2015 e publicou o decreto no dia 30.01.2016 e por lapso não mencionou a data da vigência do decreto. Indique a vigência e a eficácia da legislação. R: Não pode majorar por decreto – vício formal Caso fosse por Lei: Prazo a partir da data da publicação – 45 dias Cobrança no exercício financeiro seguinte – 01.01.2017.. Anterioridade Especial: Aplica-se nas contribuições sociais previdenciárias, devendo estas aguardarem o prazo de 90 dias para serem aplicadas. 3. Princípio da irretroatividade da norma tributária: Não pode tributar fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei. Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; Art. 144, CTN. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Exceção: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando sejaexpressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Lei interpretativa: lei criada para resolver outra lei – não existe mais, mas há possibilidade legal; Fatos não definitivamente julgados: quando a penalidade for mais benéfica ao sujeito passivo; As alíquotas são sempre mutáveis – lei vigente da época: penalidade pode retroagir. A municipalidade pode isentar juros e penalidades, mas não pode isentar multas e correção monetária em razão do princípio da isonomia. 4. Princípio da igualdade – isonomia: refere-se à igualdade total, ou seja, quem praticou fato gerador incide no pagamento do tributo. Não existe diferenciação com relação ao fato gerador, independentemente de outras características. CF, Art. 150: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; Quem é obrigado a pagar: Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais; II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. 5. Princípio da capacidade contributiva: Quanto mais se ganha, mais se paga (tributos diretos). Tributos indiretos: todos são tarifados da mesma forma, independente de quanto recebe. Neste caso não ocorre a incidência do princípio. Ar. 145, 1º, CF: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Fundamento constitucional da progressividade das alíquotas, ex: IPTU 6. Princípio da vedação de confisco: Tributação extremamente exagerada. Administrativamente não ocorre mudança da multa. Através do Judiciário será definido pelo caso concreto se houve cobrança por meio de confisco ou não, podendo pagar multas exageradas. CF, Art. 150: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV – utilizar tributo com efeito de confisco; Ex: pena de perdimento para veículo (mercadoria LÍCITA), se os produtos ultrapassarem 50% do valor do carro, perde o carro se não, pode recorrer exigindo o carro de volta. 7. Princípio da liberdade ao tráfego de pessoas e bens: Não pode limitar tráfego por meio de tributos interestaduais e intermunicipais. CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; Exceção: tempos de guerra. Pedágio constitucionalmente legalizado 8. Princípio da uniformidade geográfica: a União é obrigada a instituir tributos de forma uniforme no país. Tributos federais tem a mesma alíquota. CF, Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio- econômico entre as diferentes regiões do País; Exceção: atenuação para incentivos fiscais para promover equilíbrio sócio- econômico no país entre as diferentes regiões ( peculiaridades de cada Estado). CF, Art. 19: É vedado à União: III - É vedado à União: criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 9. Princípio da não cumulatividade: Aplicado para 3 impostos: ICMS Imposto sobre Produtos Industrializados (ipi) Impostos Residuais da União A incidência do imposto ocorre sobre o valor agregado ou acrescido em cada operação e não sobre o valor total, proibindo-se a tributação em cascata. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: § 2º O imposto previsto no inciso II (II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal) atenderá ao seguinte: I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal; Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º O imposto previsto no inciso IV (IV - produtos industrializados;) II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; EX: ICMS VALOR VALOR REVENDEDOR VALOR CONSUMIDOR 1.000,00 3.000,00 6.000,00 10% 10% 10% Apenas sobre valor agregado, assim: Entre 1.000 e 3.000,00= 2.000,00. Já entre 3.000,00 e 6.000,00= 3.000,00 ~ Retirando 10% de cada agregação: 100,00 200,00 300,00= PAGARÁ 600,00 LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvona etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Imunidades: determinadas pessoas jurídicas e políticas, bem como determinados bens, não pagam impostos por conta da norma constitucional, sequer praticam fato gerador. CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Imunidade mesmo que esteja escrito “isentas”. Isenção: a lei dispensa o pagamento de tributo, mesmo que seja praticado o fato gerador, conforme requisitos subjetivos comprovados – a mesma lei que cria a isenção cria os requisitos. Não incidência: fatos diários praticados por todos, mas que não há incidência da norma tributária. Ex: respirar, correr. A qualquer momento pode se tornar norma de incidência. Ambas as expressões devem estar expressas nas leis. Espécies de Imunidades: a) Recíproca ou intergovernamental: União, Estados, DF e Municípios não podem cobrar impostos uns dos outros, devido à isonomia entre os entes constitucionais. Ex: carros prefeitas, viaturas, são isentas ao imposto IPVA, mas pagam taxas de licenciamento. Imunidade estendida às autarquias e fundações públicas: § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. b) Para templos: busca preservar a liberdade religiosa no país, independente da extensão do templo, inclusive, estende-se aos anexos (casa paroquial, casa do pastor e cemitério). O requisito é a renda para finalidade da igreja, não afetando a livre concorrência. Apenas com relação aos impostos!! Cultos demoníacos não tem imunidade tributária. c) Patrimônio: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (art. 150, VI, C, CF) ~ Cumprir de forma cumulativa o art. 14 do CTN: Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001) II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. Entidades de assistência social também são imunes a contribuições sociais (além dos impostos): 195, § 7º, CF: São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Partidos políticos registrados no TSE; Sindicatos patronais não tem imunidade, apenas sindicatos dos trabalhadores. d) Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão: Objetivo de difundir a cultura, acesso à informação, atinge bens (imunidade objetiva). Não importa o cunho cultural que venha nos jornais, periódicos e revistas. Abrange apenas impostos que incidem sobre os livros, vendedor de livro paga IR. Papel tem imunidade tributária, a tinta não tem. Revistas da Avon/Jequiti não têm imunidade tributária, por conta do cunho comercial; Playboy e G magazine têm imunidade tributária; Discussão no STF sobre a imunidade tributária de ebooks. e) Fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser: objetiva combater a piratria. Fonogramas – músicas Videofonogramas – vídeos com sons musicais Músicas instrumentais não têm imunidade tributária. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS CTN, Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. A Constituição Federal, em seu artigo 145, trouxe mais duas espécies tributárias, os empréstimos compulsórios e as contribuições parafiscais, totalizando 05 espécies tributárias. 1. Impostos: Art. 16 da CTN e 145 da CF. Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Finalidade: custear as despesas do Estado. Requisito: não ser vinculado a nenhuma atividade estatal, somente é cobrado pela prática de fato gerador, sendo assim, deve pagar sem cobrar nada do Estado. Os impostos devem custear serviços públicos e gerais, como educação, segurança pública. CF, Art. 167, IV – é vedada a vinculação da receita do imposto à órgãos, fundo ou despesa. Lista de impostos: taxativa da CF. Federais: Art. 153. Estaduais: Art. 155 Municipais: Art. 156 CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS: -DIRETOS – Carga econômica é suportada pelo contribuinte, aquele que deu ensejo ao fato gerador. Vinculação direta com a situação jurídica. -INDIRETOS – Terceira pessoa, não praticou o fato gerador, mas fica responsável pelo pagamento do tributo. O imposto não é assumido por quem praticou o fato gerador. Ex: recolhimento de INSS pela UNOESC e não pelo prof. Andrey, pois Andrey possui vinculação direta com a UNOESC, portanto, responsabilidade de recolhimento recai para UNOESC. Ex: IPI, ICMS -PESSOAIS – Levam em conta condições particulares do contribuinte, qualidades pessoais juridicamente qualificadas do contribuinte. Ex: IR -REAIS – Levam em consideração a matéria tributária, ou seja, o próprio bem ou coisa, sem cogitar situações pessoais do sujeito passivo. Ex: todos os demais impostos, exceto o IR.INDEPENDE DA CONDIÇÃO PESSOAL, BASTA A PRÁTICA DO FATO GERADOR. - FISCAIS– Intuito estritamente arrecadatório, prover o Estado;ex: IR, ITCMD - EXTRAFISCAIS - Objetiva regular o mercado ou a economia do pais, ex: IOF, IPI - IMPOSTOS DIVIDIDOS SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO IMPOSTA PELO CTN – NÃO CAI NA PROVA * IMPOSTO SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR * IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA * IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO * IMPOSTOS ESPECIAIS -IMPOSTOS PROGRESSIVOS, PROPORCIONAIS E SELETIVOS -Progressivos: -Proporcionais: sempre a mesma alíquota, muda apenas a base de cálculo. Quanto mais se ganha, mais se paga, proporcional à riqueza, valor... - Seletivos: apenas impostos indiretos, tributação será mais onerosa a produtos menos essenciais. 16.08.2016 TAXAS – somente paga a taxa se ganhar “serviço” em troca – serviços públicos, ex: custas judiciais, taxa para emissão de RG., não são valores altos; Tributo vinculado à atividade estatal específico. Pode ser de dois tipos: Taxa de serviço e taxa de polícia Taxa de serviço: SERVIÇO PÚBLICO, ESPECÍFICO E DIVISÍVEL Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelocontribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. SERVIÇO EFETIVO – pago e uso de forma imediata, ex: custas judiciais SERVIÇO POTENCIAL – paga e o serviço fica a disposição; ex: taxa de lixo Taxa de polícia ou Fiscalização – ART. 78, CTN Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 1966) Atividade fiscalizatória deve ser palpável, concreta, ex: alvarás, licenças, taxa de anúncios... Taxas não são preços públicos, não são obrigatórias, são contraprestação de um serviço particular. NÃO PODEM TER A MESMA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO (art. 145, P.2º, CF e art.77, CTN) Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: [...] II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Taxa de licenciamento de veículo tem sido questionada se é inconstitucional, pois o pagamento não traz nenhum serviço em troca. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA–REGULADA POR DECRETO LEI 195/67 (recepcionado como lei ordinária) Todos os entes tributantes podem cobrar, contudo, na prática o município é quem mais cobra. Tem por fato gerador a valorização de imóveis do contribuinte em decorrência da execução de obras públicas pelos entes tributantes. Base de cálculo é obtida pela subtração do valor do imóvel depois da obra com o valor que ele possuía antes da obra. REQUISITOS – ART. 81 E 82 CTN 1º. Erro – COBRAR CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA SEM TER LEI ESPECÍFICA 2º erro – PEDIR SE O CONTRIBUINTE QUER PAGAR Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I - publicação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto;demonstrar área abrangida, terrenos beneficiados e valor de absorção para cada terreno, zonas que terão direito a pagar a contribuição. b) orçamento do custo da obra;deve discriminar tudo que será gasto. c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;qual valor que o município vai absorver e qual valor as partes vão absorver. Com quanto o município contribui e quanto será dividido para os beneficiados. d) delimitação da zona beneficiada;quanto mais próximo da área da obra, mais valorizada será e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;dizer quanto vai valorizar separadamente ou num todo; II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. § 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização. § 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo. SÓ HÁ COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA SE HOUVER VALORIZAÇÃO! DECRETO 195/67 Art 1º A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato gerador o acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas. Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos de praças e vias públicas; II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos; III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive tôdas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema; IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de comodidade pública; V - proteção contra sêcas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de drenagem em geral, diques, cais, desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação; VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem; VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em desenvolvimento de plano de aspecto paisagístico. ESTAS OBRAS POR SI SÓ GERAM VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA. Art. 82, II, CTN + ART. 5º, 195/67 - II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; Art 5º Para cobrança da Contribuição de Melhoria, a Administração competente deverá publicar o Edital, contendo, entre outros, os seguintes elementos: I - Delimitação das áreas direta e indiretamente beneficiadas e a relação dos imóveis nelas compreendidos; II - memorial descritivo do projeto; III - orçamento total ou parcial do custo das obras; IV - determinação da parcela do custo das obras a ser ressarcida pela contribuição, com o correspondente plano de rateio entre os imóveis beneficiados. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, também, aos casos de cobrança da Contribuição de Melhoriapor obras públicas em execução, constantes de projetos ainda não concluídos. Art 9º Executada a obra de melhoramento na sua totalidade ou em parte suficiente para beneficiar determinados imóveis, de modo a justificar o início da cobrança da Contribuição de Melhoria, proceder-se-á ao lançamento referente a êsses imóveis depois de publicado o respectivo demonstrativo de custos. ART. 177, CTN – APENAS A LEI ESPECÍFICA PODE CONCEDER ISENÇÃO. Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às contribuições de melhoria; II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS – ART. 148,CF Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Artigo está em desuso pois a união é quem pede o empréstimo, na prática político que pega empréstimo compulsório cava a própria cova. Ex: Collor e o congelamento das poupanças. Existem dois tipos de empréstimos compulsórios, inciso I e II: - Caráter urgente – respeita noventena; - despesas extraordinárias–não respeita a anterioridade ESTUDAR ATÉ EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS. 2ª prova: CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS - art. 195, CF Contribui, mas nem sempre terá algo em troca – visam manter determinados setores públicos funcionando ativamente, com contribuições de toda a coletividade. Até quem não contribui é beneficiado. As contribuições entregues não podem ser devolvidas a quem contribuiu, por conta do solidarismo. - contribuições profissionais - coorporativas: tendem a fomentar os órgãos que fiscalizam as profissões no Brasil. Sindical – art. 578, CLT: Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades, serão, sob a denominação de "Contribuição Sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo. É tributo, exceto a contribuição confederativa (art. 8, IV, CF) não é tributo, pois é facultativa. Anuidade – criar autarquia federal para fiscalizar as profissões – manter ativos os conselhos regionais no Brasil, ex: CRM, CRO, CRC, CREA OAB não é contribuição anuidade (não é tributo) porque não é considerada autarquia. ADIN 3026/DF. - Contribuições interventivas (CIDES):contribuição de intervenção no domínio econômico. Ex: CIDE combustível (Lei 10.336/01), recolhe para investir em infraestrutura e malha rodoviária. Fato gerador: comercialização no mercado interno e importação; Em regra, quem paga a CIDE é o consumidor final. Contribuintes: produtor, formulador, importador pessoa física ou jurídica, que realizarem operações de importação e de comercialização no mercado interno de combustíveis. Base de Cálculo: é a unidade de medida estipulada na lei para os produtos importados e comercializados no mercado interno (Quantidade comercializada). A Cide-Combustíveis incidirá no mercado interno , assim como na importação, com as seguintes alíquotas: (Legislação: Lei 10.336/01 , arts. 5 o .e 9 o ; e Dec 5.060/04 , art. 1º ) a) R$ 100,00 (cem reais) por metro cúbico de gasolinas e suas correntes; e b) R$ 50,00 (cinquenta reais) por metro cúbico de óleo diesel e suas correntes. c) Zero, para os seguintes produtos: I - querosene de aviação; II - demais querosenes; III - óleos combustíveis com alto teor de enxofre; IV - óleos combustíveis com baixo teor de enxofre; V - gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e VI - álcool etílico combustível. - Contribuições sociais: Destinam a custear a Seguridade Social(saúde, assistência e previdência), previstas no art. 195,CF Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 03 fontes de custeio: Contribuições Gerais: instituídas pela União, por lei ordinária, respeita o princípio da anterioridade tributária. o Contribuição salário-educação: (ART. 212, P.5, CF): fomentar e trazer o ensino fundamental básico para toda a população. Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Decreto nº 6.003, de 2006) o Contribuições destinadas as Serviços Sociais Autônomos ( Sistema “S”): SESIS, SENAI, SENAC, SEST, SEBRAE. Exige-se tal contribuição dos empregadores, destinando-se recursos às entidades privadas. Alíquota pode chegar até 5.8%, dependendo do ramo de atuação da empresa. Contribuições Sociais-Previdenciárias: modalidade de tributo vinculado, objetiva custear a previdência social, mantê-la ativa. A previdência social não recebe contribuições apenas dos seus próprios segurados. Deve ser criada por lei complementar, obedece apenas a anterioridade especial, podem ser cobrados 90 dias após a sua contribuição. o 1ª. Fonte de custeio da seguridade social: o importador: Art. 195, IV da CF, art. 149, p. 2º., da CF e Lei n. 10.865/2004. Restou instituído o PIS/PASEP-Importação e COFINS-Importação. O fato gerador é a entrada de produtos estrangeiros no território nacional ou o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego e remessa de valores a residentes ou a domiciliados no exterior, como contraprestação por serviço prestado. o 2ª. Fonte de custeio: Receitas de loterias (art. 195, III da CF e 212 do Decreto 3048/99) - É tributado 48% em benefício da seguridade social. o 3ª. Fonte de custeio: trabalhador (art. 195, II da CF): varia de 8% a 11%, paga sobre a remuneração do segurado. o 4ª. Fonte de custeio: empregador e a empresa (art. 195, I da CF): dividem-se em 04 (quatros) espécieis: o 4.1 Contribuição Social Patronal sobre Folha de Pagamentos: Visa custear o regime geral de Previdência Social, incidindo sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, a pessoa física (alíquota de 20%). o 4.2 Contribuição PIS/PASEP: São destinadas à promoção e integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas e à formação do patrimônio do servidor público (LC nº 07/70, LC nº 08/70). o Contribuintes: pessoas jurídicas de Direito Privado e as que lhes são equiparadas, inclusive empresas públicas e sociedades de economia mista. Há três modalidades de contribuição: PIS/PASEP sobre o Faturamento: base de cálculo é o faturamento mensal . PIS/PASEP Folha de Salários: base de cálculo sobre o total da folha de pagamento mensal dos empregados da pessoa jurídica. PIS/PASEP Importação: incide sobre produtos estrangeiros ou serviços o 4.3 Contribuição sobre o Lucro Líquido (art. 195, I da CF e art.28 da Lei 9430/96): Aplica-se sobre o auferimento do lucro, após certos ajustes. o 4.4 Contribuição Para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) – (art. 195, I, “b” da CF e Lei 10.833/2003): Incide sobre o faturamento mensal bruto e após a dedução das parcelas do faturamento. Outras contribuições: Pode ser criada contribuição previdenciária nova por lei complementar. (195, p. 4º, CF) Existem 03 (três) contribuições, vejamos: 1ª. Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira CPMF – Extinta. Incidia na alíquota de 0,38% e destinava os valores arrecadados para: 0,20% para a saúde, 0,10% para Previdência Social e 0,8% para fundo de combate a pobreza. 2ª. Contribuição para custeio da iluminação pública (COSIP): - Art. 149-A da CF. Tem por objetivo custear o serviço de iluminação pública e pode ser cobrada na fatura de consumo de elétrica. 3ª. Contribuição para o Fundo de Garantia e Tempo de Serviço – FGTS (Lei. 8036/90): Tem natureza trabalhista e social, logo, não se aplicando as normas relativas a prescrição e decadência tributária. A prescrição é de 5 anos. CONTINUAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Essas contribuições têm como finalidade manter a previdência funcionando. Essas contribuições respeitam apenas a anterioridade especial, ou seja, podem ser cobradas 90 dias após a sua instituição. FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO São os lugares onde nascem as regras jurídicas ainda não existentes. Fonte, segundo os dicionários, é aquilo que se origina, produz, é origem ou causa. FONTES REAIS É a incidência da norma. São os fatos do dia a dia que são previstos em lei como tributáveis, ou seja, se praticar o fato terá que pagar o tributo.EX Auferir renda. FONTES FORMAIS É o conjunto de normas do Direito Tributário, estando inseridas no art. 96 e 100 do CTN. São divididas entre fontes primárias e fontes secundárias. Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS – 1 – Constituição Federal; 2 – Emendas a Constituição e tratados internacionais – direitos humanos; 3 - Leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias e decretos, tratados internacionais; 4 – Resolução do Senado. A principal fonte primária é a Constituição Federal. Sua modificação se dá por emendas constitucionais ou por revisão. EMENDA: é a modificação de certos pontos, cuja estabilidade o legislador constituinte não considerou tão grande como outros mais valiosos, se bem que submetida a obstáculos e formalidades mais difíceis que os exigidos para a alteração das leis ordinárias. REVISÃO: é uma alteração anexável, exigindo formalidades e processos mais lentos e dificultados que a emenda, a fim de garantir uma suprema estabilidade do texto constitucional. EMENDAS À CONSTITUIÇÃO A iniciativa para propor emendas constitucionais é mais restrita do que aquela exigida para o processo legislativo ordinário, cabendo somente aos seguintes (ART. 60, CF): 1) Ao Presidente da República; 2) A um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados; 3) A um terço, no mínimo, dos membros do Senado Federal; 4) A mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Para ser aprovada, precisa ser votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, com pelo menos 3/5 dos votos dos respectivos membros. Aprovada a será promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado com o respectivo número de ordem LEI ORDINÁRIA É a espécie mais comum, é a lei do dia a dia das casas, pois, para ser aprovada, apenas necessita de maioria simples, ou seja, 50% + 1 dos presentes. Ex.: Se há 100 deputados. Para abrir a seção é obrigatório a presença do quorum de 50% dos presentes, sendo que, comparecendo 60 deputados, a lei será votada e será aprovada se conseguir 30 + 1, ou seja, 31 votos está aprovada uma lei ordinária. Lembre que a lei é a base do direito tributário, devendo aumentar/diminuir, instituir/extinguir, conceder isenções e retirar as mesmas, etc. 1. Somente a Lei Ordinária estabelece: a) Instituição de Tributos e sua extinção b) Majoração de tributos e sua extinção c) Definição do fato gerador, base de cálculo e contribuintes de cada tributo 2. Cominação de Penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos 3. Hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidade. LEIS COMPLEMENTARES As leis complementares se diferenciam das ordinárias apenas em relação ao quorum de votação, pois, conforme reza o art. 69 da CF, devem ser aprovadas mediante maioria absoluta. Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. Ex.: Se há 100 deputados. Para aprovação da lei complementar, deve ser considerada aprovada se obtiver 50 votos mais 1, ou seja, com 51 votos será aprovada a lei 1. Estabelecer normas gerais sobre: a) Definição de tributos e suas espécies b) Impostos previstos na Constituição c) Conceito de fato gerador, base de cálculo e contribuintes d) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributário e) Tratamento tributário cooperativas 2. Dispor sobre conflitos de competência entre a União, Estados, DF e Municípios 3. Regular as limitações Constitucionaisao Poder de Tributar 4. Definir tratamento diferenciado para micro e pequenas empresas. LC e LO não possuem hierarquia entre elas, o que existe é apenas uma diferença em relação ao quórum de votação e aprovação. O CTN foi criado como uma lei ordinária, contudo, em 1988 a lei foi recepcionada pela CF como lei complementar. OBS Em concursos públicos, sempre responder que o CTN é uma lei ordinária, com status de lei complementar. DECRETOS São expedidos pelo chefe do executivo (presidente, governador ou prefeito) com o fim de explicar como a lei deverá ser cumprida pela administração pública. OBS O decreto não pode ser inconstitucional, ele será ilegal. A Lei regula a CF e o decreto regula a Lei. Se o decreto trouxer algo que não está dito na Lei ele será ilegal. Somente a lei pode ser inconstitucional. Não existe decreto autônomo, todo decreto regula uma Lei. O decreto deve mencionar algo que já está previsto na Lei. O decreto deve estar previsto na Lei. LEI DELEGADA É equiparada a lei ordinária, diferindo apenas na forma de elaboração. art. 68, cf – estabelece que as leis delegadas serão elaboradas pelo presidente que pedirá delegação ao congresso nacional. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. § 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda. MEDIDAS PROVISÓRIAS Em caso de relevância e urgência o presidente da república poderá adotar medidas provisórias com força de lei. O prazo da MP é de 60+60 e quando chegar no 45º dia tranca a pauta das casas, portanto, deve ser votada imediatamente. A medida provisória só pode ser cobrada depois que for convertida em lei. IMPORTANTE A medida provisória jamais pode versar em assuntos que devem ser versados por lei complementar. DECRETO LEGISLATIVO – ART. 59, CF É ato emanado do congresso nacional, em decorrência do exercício de sua competência, não estando sujeito à sanção do presidente da república. é usado para aprovar tratados. Art. 59. Os projetos de lei relativos à organização da seguridade social e aos planos de custeio e de benefício serão apresentados no prazo máximo de seis meses da promulgação da Constituição ao Congresso Nacional, que terá seis meses para apreciá-los. Parágrafo único. Aprovados pelo Congresso Nacional, os planos serão implantados progressivamente nos dezoito meses seguintes. RITO DE APROVAÇÃO Segue como regra o rito da lei ordinária e ingressa no ordenamento com força de lei ordinária. Se aprovar tratado sobre direitos humanos, em 2 turnos de votação, por 3/5 de votos, será equivalentes ás emendas constitucionais (art. 5º, §3º). RESOLUÇÕES – ART. 59, VIII, CF É norma que resulta de deliberação do Congresso Nacional ou de uma de suas Casas. Seu procedimento é diferente da lei ordinária, porém nasce com força de lei. VIII - a vinculação de recursos à manutenção e desenvolvimento do ensino estabelecida no art. 212 da Constituição Federal suportará, no máximo, 30% (trinta por cento) da complementação da União, considerando-se para os fins deste inciso os valores previstos no inciso VII do caput deste artigo; SENADO pode editar Resolução para estabelecer: • Alíquotas ICMS operações interestaduais e de exportação. • Alíquotas mínimas operações internas • Alíquotas máximas operações internas para resolver conflito específico entre Estados • Alíquotas máximas para o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação TRATADOS INTERNACIONAIS Buscam evitar a bitributação internacional. no direito tributário os tratados são importantes nos campos dos impostos de importação, exportação e ir. Tratados revogam a legislação interna e serão observados pela legislação que lhes sobrevenha (art. 98, CTN). Tratado entre Brasil e EUA para que o primeiro não cobre IPI sobre as importações de produtos industrializados norte-americanos. Note-se que todos os artigos do RIPI continuam vigorando, exceto para as relações comerciais entre Brasil e EUA . Ainda, ver súmulas 20 e 71 do STJ e 575 do STF. Súmula 20, STJ: A mercadoria importada de país signatário do GATT é isenta do ICM, quando contemplado com esse favor o similar nacional. Súmula 71, STJ:O bacalhau importado de país signatário do GATT é isento do ICM. Súmula 575, STF:À mercadoria importada de país signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-se a isenção do imposto de circulação de mercadorias concedida a similar nacional. FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS – art. 103, CTN – regulam as fontes formais primárias, mas não podem criar tributos. Atos normativos: instruções normativas – o próprio órgão cria um entendimento da legislação sobre sua aplicabilidade ou não. Práticas reiteradas da autoridade administrativa; Decisões administrativas com eficácia normativa; Convênios – firmados entre os entes, que flexibilizam suas normas. São normas que devem complementar as leis em sentido amplo. E se uma Fonte Formal Secundária interpretou equivocadamente a LEI e deixou de cobrar tributo durante 02 anos de várias empresas. O que fazer? O pagamento do tributo é obrigatório. Deverá cobrar o tributo do período, sem contudo incluir qualquer espécie de penalidade: multa, juros de mora e correção monetária. ATOS NORMATIVOS São comandos gerais dos órgãos do Executivo, com o objetivo de propiciar a correta aplicação da Lei, efetuando orientações gerais aos contribuintes e aos servidores. Ex: Instruções Normativas do INSS, da Receita Federal do Brasil. Entram em vigência na data de sua publicação, conforme art. 103, I do CTN. PRÁTICAS REITERADAS DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS São os usos e costumes adotados reiteradamente pela Administração Pública (e NÃO pelos contribuintes) São usados quando a autoridade fiscal interpreta reiteradamente uma norma jurídica em determinado sentido, fazendo com que o sujeito passivo creia que, seguindo aquele entendimento, estará agindo corretamente Qualquer mudança de interpretação só produzirá efeitos para situações futuras, pois o contribuinte fica protegido pela prática reiterada da Administração. Só são aceitos os costumes interpretativos. Não são fontes secundárias os costumes introdutórios ou ab-rogatórios. DECISÕES COM EFICÁCIA NORMATIVA Quando a Lei confere eficácia normativa a decisões administrativas elas serão uma fonte secundária do Direito Tributário. Exemplo: Tribunal de Impostos e Taxas (TIT): Suas decisões se aplicam apenas ao caso concreto. Mas poderá alcançar outros casos, nos termos da lei, se a decisão for unânime e não contrariar a jurisprudência do Poder Judiciário Note-se que ter-se-á criado um precedente de observância obrigatória, passando a ser aplicado a todos casos semelhantes Entram em vigor 30 dias após a sua publicação, conforme art. 103, II do CTN. CONVÊNIOS Quando a Lei confere eficácia normativa a decisões administrativas
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