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OSTEOPOROSE Faculdade de Medicina da UFPA Profª Drª Fátima lobato Sauma OSTEOPOROSE Doença osteometabólica Redução da Densidade Mineral óssea Deterioração da microarquitetura Importância: aumento das fraturas OSTEOPOROSE É uma doença silenciosa; manifestaçao clínica tardia: fratura. Característica: modificação estrutural do esqueleto na qual há perda da massa óssea e alteração progressiva da microarquitetura do osso, causando aumento de fragilidade do osso, tornando mais suscetível a fraturas promovidas por traumas menores. .Resistencia óssea: -densidade óssea ( 70 % ) -qualidade do osso (30% ) Densidade óssea: massa óssea x perda da massa óssea Qualidade do osso: microarquitetura, taxa de remodelação, número de microfaturas e grau de remodelação Outros fatores: geometria do osso, condições que propiciam quedas, saúde do paciente. FIG 1 PAG. 5 COMPOSIÇAO DO OSSO TIPOS DE OSSO: OSSO CORTICAL: Constituição: 70% a 80% do esqueleto Endosteo, periosteo e tecido cortical Formação: embrionária e crescimento rápido Remodelação: -1ª infância: osso novo no periosteo -puberdade: o. cortical e massa ossea total -adultos e envelhecimento: perda da massa óssea por perda do endosteo afilamento da cortical e alargamento da medular MAIOR RISCO DE FRATURA Microscopia: sistemas Haversianos tubos 2nm diametro e 200nm comprimento, formados por capas concêntricas de osso lamelar, entre os quais se encontram os osteócitos. No centro um canal c/ os vasos sanguineos OSSO CORTICAL TIPOS DE OSSO: OSSO TRABECULAR Constituição: lâminas horizontais e verticais Função: resistência mecânica Remodelação: capas internas e externas Nutrição: na superficie, não tem irrigação própria. Preda da massa óssea: 1º trabéculas horizontais afinam-se microfaturas Perda da conectividade entre as trabéculas Diminuição da resistência mecânica do osso MAIOR RISCO DE FRATURAS OSSO Trabecular Osso trabecular Composição celular do osso: HIDROXIAPATITA- 65 % MATRIZ ÓSSEA- colágeno (90%), proteoglicanos e lipídeos CÉLULAS: - de revestimento - Osteócitos - Osteoblasblastos - Osteoclastos a) OSTEOBLASTO b) OSTEÓCITO c) PRÉ-OSTEOBLASTO REABSORÇÃO FORMAÇÃO ÓSSEA OSTEOPOROSE “ Doença óssea que modifica a estrutura do osso, deixando-o mais oco e mais frágil, causando fraturas.” 1. Consensus Development Conference, JAMA 2001; 285: 785-95. Proporções da População <5% 5-9% 10-14% 15-19% 20%+ Dados não disponíveis População com 65 anos ou mais, 2025 OMS 98067 A população mundial está envelhecendo, E com isso aumenta a frequência das doenças da terceira idade, como osteoporose e osteoartrite. Estas são as doenças que mais comprometem a qualidade de vida. OSTEOPOROSE Ocorre durante o envelhecimento, mas não está ligada diretamente a este processo. É mais comum em mulheres Progressão lenta Assintomática, antes da fratura, principal complicação Exames diagnósticos previnem evolução silenciosa Pode ter sua evolução retardada por medidas preventivas. Projeção para alcançar 3.250 milhões na Asia em 2050 Adaptado de Cooper C et al, Osteoporosis Int, 1992;2:285-289 1950 2050 6 0 0 3 2 5 0 1950 2050 6 6 8 4 0 0 1950 2050 7 4 2 3 7 8 1950 2050 10 0 6 2 9 Número total de fraturas de quadril: 1950 = 1.66 milhões 2050 = 6.26 milhões PROJEÇÃO DE FRATURAS DE QUADRIL EM TODO O MUNDO PREVALÊNCIA DE FRATURA OSTEOPORÓTICA 1,5 milhão ao ano nos Estados Unidos: 80% mulheres Após a primeira fratura vertebral, o risco de uma pessoa ter outra aumenta de 2 a 4 vezes. Custo (U$ 17 bilhões) > câncer de mama, AVC, Diabetes e Doenças pulmonares crônicas 1. National Osteoporosis Foundation (NOF). Clinician´s Guide to Prevention and Treatment of Osteoporosis, 2008 AS FRATURAS POR OSTEOPOROSE SÃO AS DOENÇAS MAIS FREQUENTES E IMPACTANTES NA TERCEIRA IDADE! Riggs BL, Melton LJ. Bone 1995 Heart and Stroke Facts, 1996, American Heart Association Cancer Facts & Figures, 1996, American Cancer Society 1 500 000* 0 500 1000 1500 2000 Fraturas por osteoporose * incidência anual em todas as idades † estimativa anual em mulheres com ≥ 29 anos ‡ estimativa anual em mulheres com ≥ 30 anos § 1996 casos novos, todas as idades 513 000 † 228 000 ‡ 184 300 § 750 000 vertebral 250 000 outros locais 250 000 antebraço 250 000 quadril Ataque cardíaco AVC Câncer de pulmão In c id ê n c ia A n u a l x 1 0 0 0 OSTEOPOROSE: EPIDEMIOLOGIA 10.000.000 americanos 80% mulheres 20.000.000 brasileiros 30 % pós-menopausa problema de saúde pública OSTEOPOROSE: FATORES DE RISCO Outros: doenças drogas Não modificáveis sexo idade história familiar tamanho dos ossos etnia Modificáveis níveis hormonais dieta atividade física álcool tabagismo CLASSIFICAÇÃO DA OSTEOPOROSE Primária: Tipo I: alta reabsorção + formação óssea normal TipoI: reabsorção normal + formação óssea lenta Criptogenética: adulto jovem Secundária : associada a fatores (doenças) que causam perda de massa óssea OSTEOPOROSE TIPO I perda pós-menopausa 5 a 10 anos de perda acelerada 10 a 15% de osso cortical 25 a 30 % de osso trabecular “Por que algumas mulheres são poupadas?” OSTEOPOROSE TIPO I OU PÓS-MENOPAUSA fratura do rádio (Colles) fratura de vértebras fratura de colo de fêmur OSTEOPOROSE TIPO II senil ambos os sexos perda cortical e medular equilibradada fratura de quadril, corpos vertebrais pelve, punho, úmero proximal e tíbia proximal PATOGÊNESE DA OP SENIL Idade avançada função renal produção de 1,25 diidrocolecalciferol absorção intestinal de cálcio Hiperparatireoidismo 2rio leve função osteoblástica OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA: DOENÇAS ASSOCIADAS hipercortisolismo hiperparatireoidismo primário ou secundária hipertireoidismo acromegalia leucoses cirrose biliar primária doença inflamatória intestinal doença celíaca pós-gastrectomia homocistinúria hemocromatose doenças reumáticas inflametórias QUADRO CLÍNICO doença “silenciosa” perda de 30 a 40% de MO = fratura 1/3 distal do rádio, vértebras, fêmur, úmero e metatarsos raquialgia por esmagamento vertebral acentuação da cifose torácica - “corcunda de viúva” acentuação da lordose cervical e e retificação da lordose lombar - limitação do campo visual, predisposição a desequilíbrio e quedas fratura de quadril – óbito por infecções ou complicações cirúrgicas OSTEOPOROSE: CORCUNDA DE VIÚVA OSTEOPOROSE: ANALISANDO FATORES sexo - mulheres + predispostas e > longevidade idade - associação positiva peso - < que 50K ou IMC< 19 ou fartura prévia história familiar - hereditariedade etnia - brancos e orientais > negros OSTEOPOROSE:ANALISANDO FATORES níveis hormonais - menopausa precoce natural ou cirúrgica / testosterona em homens (hipogonadismo e excesso de álcool) / amenorréia por exercício físico e anorexia dieta - pobre em Ca e Vit D/ excesso de proteína, fibras e sódio exercícios - contra a resistência da gravidade / imobilização / viagens espaciais fumo - de estrogênio e menopausa precoce álcool - má nutrição> risco de quedas, ação direta no osso OSTEOPOROSE: ANALISANDO FATORES corticóides - depende do tempo e dose usada /reduz a produção e aumenta a destruição óssea / osso trabecular methotrexato - ostepenia difusa/ osso cortical anticonvulsivantes - redução da calcemia e de -25-OH-D - aumento de FA falta de exposição solar AVALIAÇÃO LABORATORIAL hemograma completo Calcemia, fosfatemia e fosfatase alcalina calciúria de 24 h creatinina urina EAS *Bone Min and Res, 2003 INDICATIVOS DE FORMAÇÃO ÓSSEA fosfatase alcalina osso específica osteocalcina n-telopeptídeo INDICATIVOS DE REMODELAÇÃO ÓSSEA piridinolina deoxipiridinolina hidroxiprolina ALTERAÇÕES RADIOLÓGICAS DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO densitometria com dupla emissão de raios X coluna lombar coxo-femural direita rádio distal esqueleto total DENSITOMETRIA ÓSSEA Quando solicitar ? mulheres: 65 anos ou mais menos de 45 anos com deficiência estrogênica peri e pós-menopausa + 1 fator de risco maior ou dois menores; amenorréia secundária mais de 1 ano baixo IMC ( < 19) DENSITOMETRIA ÓSSEA Quando solicitar ? (continuação) indivíduos:- com fratura atraumática - com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais - uso prolongado de corticóides - perda de estatura ou hipercifose torácica - uso de medicações osteopenizantes - portadores de doenças osteopenizantes homens com 70 anos ou mais monitorar mudanças na massa óssea decorrente da evolução da doença e dos diferentes tratamentos ANÁLISE DA DENSITOMETRIA ÓSSEA Valores do T escore > -1 de -1 a -2.5 < -2.5 < -2.5 com fratura Diagnóstico normal osteopenia osteoporose osteoporose estabelecida ALTERAÇÕES DENSITOMÉTRICAS TRATAMENTO MEDIDAS GERAIS -Imobilização: - Fisioterapia: pós-operatórios de fraturas - Atividade física e estabilidade - Aprimoramentos domiciliares - Redução da probabilidade de quedas MEDIDAS GERAIS Nutricional: - Ca++, proteínas e vitamina D - Manter funções musculoesqueléticas - Diminuição de complicações no PO - Cálcio 1.000mg/dia - Vitamina D - Proteínas 1g/kg/dia MEDIDAS GERAIS PARA TRATAMENTO reduzir bebidas alcóolicas e café evitar tabagismo atividades físicas: caminhadas, musculação e corridas leves exposição solar freqüente: 15”/dia DROGAS MODIFICADORAS DO METABOLISMO ÓSSEO Antireabsortivos TRH SERMs bisfosfonados* calcitonina cálcio e vitamina D Formadores ósseos PTH MEDIDAS FARMACOLÓGICAS Bifosfonatos: - Potentes inibidores da reabsorção óssea - Biodisponibilidade oral: - Alendronato, - Risedronato - Ibandronato: fraturas vertebrais - Zolendronato Perfil de segurança: esofagite, osteonecrose de mandíbula, síndrome flu-like BISFOSFONADOS Alendronato - uso semanal: 70mg/semana Risendronato -semanal(35mg) - mensal ( 150mg ) Ambos: - jejum de 30 min - não deitar após - ingestão somente com água - reduz fraturas em 50% SERMS modulador seletivo do receptor do estrogênio Raloxifeno 60 mg/dia fraturas, melhora perfil lipídico e risco de câncer de endométrio risco de tromboembolismo PTH- TEREPARATIDA ( FORTEO ) estimula a formação óssea ativa osteoblastos injetável alto custo MEDIDAS FARMACOLÓGICAS Ranelato de estrôncio - Inibe reabsorção óssea - Estimula formação óssea - Redução de fraturas não-vertebrais - BMD: aumento pela deposição artefato - TVP: discreto aumento MEDIDAS FARMACOLÓGICAS Denosumab - Anticorpo humanizado monoclonal anti-RANKL - Reduz osteoclastogênese - Aumento da BMD em fêmur e vertebras IMPACTO DAS FRATURAS VERTEBRAIS NA OSTEOPOROSE : CONDIÇÕES ASSOCIADAS Dor – aguda ou crônica Diminuição da estatura Cifose dorsal Alargamento da caixa torácica Alterações ventilatórias Hiperlordose lombar Protrusão abdominal Hérnia hiatal Refluxo gastro-esofágico Hipomotilidade intestinal Redução da absorção intestinal Hipotrofia muscular Alterações do equilíbrio Quedas Fratura de quadril = dor
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