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MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 1 OSTEOPOROSE PROF. GLÁUCIO DE CASTRO DEFINIÇÃO » Doença esquelética caracterizada por baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, causando fragilidade óssea e aumento no risco de fraturas » Perda da matriz óssea e do cálcio que está ligado nessa matriz » Osteoporose não dói, exceto se houver fratura EPIDEMIOLOGIA » Mulher aos 50 anos: risco de fratura o Colo do fêmur o Rádio distal o Vértebras » Altos índices de óbito pós fraturas de quadril » Fraturas de colo: mortalidade pós fratura de quadril – 20-24% no 1° ano → 50% de incapacidade » Fraturas vertebrais: mulheres com fraturas vertebrais têm aumento da mortalidade (risco de 2,8 em 10 anos) » Aumento do risco de novas fraturas CONSEQUÊNCIAS DA FRATURA VERTEBRAL » Altos custos pessoais » Redução de capacidade pulmonar » Cifose e lombalgia limitante » Compressão abdominal » Dispepsia » Refluxo » Diminuição da auto-estima » Diminuição do score geral de saúde ETIOPATOGENIA » Desequilíbrio formação / reabsorção óssea o Quando ocorre desequilíbrio na matriz óssea há reabsorção o Se começa a sintetizar menos e reabsorver mais → perda de massa óssea → balanço negativo o Osteoporosose → não consegue mais restaurar o osso ao estado origininal o Fratura osteoporótica: quebra do tecido trabecular e o osso achata » Perda de trabéculas ósseas = diminuição da resistência o Com a perda de massa óssea o tecido esponjoso começa a perder trabéculas o Trabéculas dissolvidas não voltam mais o Com a perda de trabéculas → lacunas no tecido HISTOLOGIA » Osso trabecular o Osteoblastos na superfície óssea o Osteócitos no centro → se nutrem e se interligam pelos canais de Volkmann o Osteoclastos → reabsorver ossos. ▪ Vida curta ▪ Linhagem hematogênica o À medida que vai reabsorvendo libera proteínas que vão sinalizar para formação óssea o Processo lento → pode levar até 200 desde ativação dos osteoclastos, até o osso estar finalizado MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 2 FATORES DE RISCO: » Genéticos: determina o limiar máximo ósseo de cada pessoa o Pico de massa ósseo o Candidatos ▪ Genes: receptor da vit-D; colágeno T-1; Receptor de E2, interleucina e fator beta de crescimento tecidual » Fratura prévia antes dos 50 anos » História familiar de pais ou gêmeos com fraturas » Baixo peso (IMC < 19) » Hipogonadismo primário » Deficiência de estrogênio antes dos 45 anos » Alcoolismo » Inatividade física » Raça branca » Desnutrição / anorexia DOENÇAS ASSOCIADAS COM OSTEOPOROSE: » Endócrinas o Glucocorticóide → excesso de corticoide tanto exógeno quanto endógeno o Hormônio tireoidiano o Hipogonadismo o Prolactinoma o Hiperparatireoidismo o Hipercalciúria idiopática o DM ▪ Tipo 1: tem perda de massa óssea ▪ Tipo 2: tem aumento de massa óssea, mas fratura mais que outras pessoas » Imobilização → Astronauta » Doenças gastrointestinais o Gastrectomias / cir. Bariátricas o Sind de má absorção o Cirrose biliar primária o Doença celíaca » Doenças do tecido conectivo → Homocistinúria » Doenças reumáticas o Espondilite anquilosante o Artrite reumatóide o Lupus eritematoso sistêmico » Outras → Parkinson OSTEOPOROSE ASSOCIADA A MEDICAÇÕES: » CORTICOIDE → principal!! » Anticonvulsivantes » Heparina » Metotrexate » Ciclofosfamida » Agonistas GRH. » Lítio » Ciclosporina » Alumínio » Álcool » Tamoxifeno na pré-menopausa » Omeprazol » Inibidores de recaptação de serotonina » Clopidogrel? » Glitazonas Proteínas que fazem parte da rede de ativação dos osteoblastos e osteoclastos Ciclo normal de massa óssea na mulher Aos 35 anos: ambos os sexos perdem massa continuamente A mulher tem a menopausa, que acentua essa perda TODAS AS DOENÇAS SISTÊMICAS TEM RELAÇÃO COM PERDA DE MASSA ÓSSEA - Se tem aumento de citocinas tem perda de massa óssea MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 3 FATORES DE RISCO PARA FRATURAS: » Densidade mineral óssea » Geometria óssea: comprimento do eixo do quadril, ângulo fêmur-colo » Idade (independente da DMO) » Risco de quedas: idade, uso de medicações, drogadição, alterações de marcha, fraqueza muscular, déficit visual e auditivo, déficit de equilíbrio » História de fraturas prévias » Obesidade TÉCNICAS DE MEDIDA DA MASSA ÓSSEA » Densitometria óssea o Diagnóstico: L1-L4, colo femoral, fêmur total o Seguimento: L1-4, fêmur total o Local alternativo: rádio 33% o Muito sujeita a falsos aumentos por osteófitos por exemplo » Tomografia quantitativa de coluna » Radiofrequency Echographic Multi » Spectrometry » Ultrassonometria de calcâneo CRITÉRIOS DA OMS. PARA O DIAGNÓSTICO DE OSTEOPOROSE » Normal (escore T) o Até -1,0 desvio padrão da média do adulto jovem-pico » Osteopenia o Entre-1,0e-2,5desviopadrãoabaixodoadultojovem-pico » Osteoporose o Desvio padrão de pelo menos -2,5 » Osteoporose severa o Desvio padrão de pelo menos -2,5 e uma fratura por fragilidade óssea INDICAÇÕES PARA DENSITOMETRIA: » Todas as mulheres acima de 65 anos » Mulheres pós-menopausa <65anos, com fatores de risco para fratura » Mulheres no climatério com fator de risco para fraturas » Homens > 70 anos » Homens <70 anos com fator de risco para fratura » Adultos com fraturas por fragilidade » Adultos com condições associadas a baixa massa óssea » Adultos em uso de medicamentos indutores de perda óssea » Monitorização de tratamento » Evidências radiográfias de osteopenia e/ou fratura vertebral » Presença de fatores de risco maiores: o Anorexia nervosa, síndormes disabsortivas, hipogonadismo, IRC, imobilização prolongada, Cushing, hipertiroidismo, terapia com corticosteróides. Menopausa precoce (<45a), amenorreia primária, IMC <19, hiperparatiroidismo » Pode ser colorida ou Preto e branco » Branco mais massa óssea, verde menos massa óssea » Prestar atenção se as marcações das vértebras estão corretas » Até -1: normal » -1 a -2,5: osteopenia » > -2,5: osteoporose T-score – comparação com adultos jovens - Mulheres pós-menopausa - Homens > 50 anos Z-score – comparação com a mesma faixa etária -Mulheres pré-menopausa -Homens < 50 anos - Baixa massa óssea para a idade MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: » Osteomalácia » Osteogenesis imperfecta » Osteodistrofia renal » Hiperparatiroidismo » Mieloma múltiplo linfoma / leucemia » Neoplasias OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA → INVESTIGAÇÃO: » Cálcio » Fósforo » TSH » 25 hidroxivitamina D » Calciúria de 24 horas / relação cálcio/creatinina na urina » Hemograma » Análise de urina » Fosfatase alcalina » Testes de função hepática e renal » VHS, PCR » PTH » Eletroforese de proteínas » FSH, LH, estradiol, prolactina, testosterona » pH sérico MARCADORES DE FORMAÇÃO ÓSSEA E REBASORÇÃO ÓSSEA: » Formação óssea o Fosfatase alcalina total o Fosfatase alcalina óssea o Osteocalcina o Osteonectina o Pro peptídeo do colágeno tipo 1–PNP1 » Reabsorção óssea o Fosfatase ácida (tartrato resistente) o Relação cálcio/creatinina urina o Relação hidroxiprolina/creatinina o Hidroxiprolina o Crosslink de oxipiridinolina/piridinolina o N- telopeptídeo e C-telopeptideo (CTX) OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICOIDE: » Frequência de uso oral GC na comunidade o 0,5-0,9% da população geral o 1-3% mulheres/homens acima dos 50 anos (US) o Mais comum em indivíduos idosos – mais comorbidade » Incidência da Osteoporose induzida porGlicocorticoides o 30-50% pacientes tratados > 6 meses o Fraturas – 17% a 33% terapia crônica o Fraturas vertebrais – somente 30% sintomáticas TIPO DE OSSO MAIS FREQUENTEMENTE ENVOLVIDO? » Perda de osso trabecular o 10-20% - 3 meses iniciais da terapia o 2% ao ano após » Perda de osso cortical (colo de fêmur) o 2-3% no primeiro ano o Perda lenta e continua CLASSIFICAÇÃO: » Osteoporose Primária Tipo I (ou pós-menopausa) o Mulheres na pós-menopausa o Perda óssea acelerada o Acomete osso trabecular o Fraturas: vertebrais e de punho (Colles) » Primária Tipo II (ou senil) o Homens e mulheres após 70 anos o Perda óssea lenta e progressiva o Osso trabecular e cortical o Fraturas: vertebrais e quadril Osteoporose Secundária: causas endócrinas, nutricionais, uso de medicamentos, etc.. MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 5 OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICOESTEROIDE: PROFILAXIA DA OSTEOPOROSE » Profilaxia Primária o Nutrição adequada, exercícios o Evitar fatores de risco o Exposição ao sol » Profilaxia secundária o Menopausa o Corticoterapia o Menor dose, menor tempo o Suplementação de Cálcio e vitamina D o Bisfosfonados TRATAMENTO TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO » Programas de treinamento de equilíbrio (Tai Chi Chuan) » Exercícios físicos - caminhar 40 min. 4 vezes por semana OBJETIVOS DO TRATAMENTO 1–Prevenir fraturas 2 – Aumentar a densidade mineral óssea? Requerimento de cálcio » 0 - 6 meses - 400 mg » 6 meses - 1 ano - 600 mg » 1 - 8 anos - 500-800 mg » 9 - 18anos - 1300mg » Gestantes e mulheres amamentando - 1300mg » 19-50anos - 1200mg PREVENÇÃO DE QUEDAS » Correção de déficit visual e auditivo » Evitar tapetes escorregadios e altos (irregulares) » Luminosidade adequada » Animais de estimação » Suporte para apoio em banheiras, chuveiros, corrimão nas escadas » Piso adequado (anti-derrapante) » Itens acessíveis sem subir degraus » Sapatos adequados » Áreas de passagem sem obstáculos Inibe a formação óssea diretamente ↓ absorção de cálcio intestinal ↑ excreção de cálcio urinário Hiperparatireoidismo secundário ↓níveis de testosterona - homens ↓andrógenos adrenais - mulheres 3-20% perda da massa óssea em 1 a 2 anos Corticosteróide em dias alternados não reduz perda óssea MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 6 TRATAMENTO: » Dietético ou alimentar? » Carbonato de cálcio o 40% de cálcio elementar o Ingerido com refeição o Custo menor o Maior incidência de flatulência e constipação (20%) » Citrato de cálcio o 24% de cálcio elementar o Boa absorção, mesmo com estômago vazio e em acloridria o Custo maior o Menor incidência de efeitos adversos gastrointestinais o Pode ser usado nos pacientes com litíase renal » Lactato de cálcio - 13% de cálcio elementar » Gluconato de cálcio - 9% de cálcio elementar ESTROGÊNIO » Antirreabsortivo » Efetivo em reduzir a perda rápida da menopausa inicial » Aumenta massa óssea e diminui o risco de fraturas » Pode ser usado profilaxia e tratamento da ostoporose, mas apenas se indicado para tratamento da síndrome climatérica » Risco da reposição Hormonal o Sangramento vaginal, sensibilidade da mama o TVPA, TEP o Aterotrombose o Risco maior de neoplasia mama o Risco leve de neoplasia de endométrio o Risco leve de neoplasia de ovário RALOXIFENO 60mg/dia » SERM → Efeitos agonistas no osso e antagonista na mama e útero » Antirreabsortivo » Aumenta massa óssea na coluna e no quadril » Reduz fraturas vertebrais » Reduz Colesterol total e LDL » Reduz neoplasias de mama RE+ » Eventos adversos: o Ondas de calor o Câimbras nos membros inferiores o Tromboembolismo venoso – 2 a 3 vezes maior (similar a estrogênio) o Risco estimado – 2 a 3 casos/10.000 mulheres/ano o Aumento do risco de AVC em população de alto risco CALCITONINA » Peptídeo de 32 aminoácidos sintetizado pelas células C. da glândula tireóide » Antirreabsortivo » Calcitonina de salmão-potência maior » Calcitonina 100u SC/dia ou 200 UI intranasal » Aumenta massa óssea e reduz fraturas vertebrais » Segunda linha » Resposta analgésica nas fraturas Cálcio » Pré-menopausa:1.000 mg/dia Pós-menopausa: 1.200 – 1.500 mg/dia Vitamina D » Concentração Sérica de 25-hidroxivitamina D 3 o Ideal > 30. Insuficiência 20-30 ng/ml o Deficiência <20 ng/ml » Complementação ou Suplementação o Vitamina D 3 (Colecalciferol) - 800 UI/dia » Deficiência: o Exemplo: Vitamina D3 50.000 UI/sem - 8 semanas MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 7 BISFOSFONATOS: » Alendronato 10 mg/d, 70 mg/sem » Risedronato 5 mg/d, 35 mg/sem, 150mg/m » Ibandronato 150 mg /m, 3 mgEV a cada 3m » Zoledronato 5 mg EV/ano » Análogos do pirofosfato com estrutura comum p-c-p » Inibem a farnesil-pirofosfato sintase o Enzima da via do mevalonato » Inibe a reabsorção óssea » Aumentam a massa óssea em coluna e fêmur » Reduzem fraturas vertebrais e de quadril » Efeitos adversos: o Úlceras esofágicas / pepticas o Hipocalcemia (EV) o Sindrome gripal (EV) o Osteonecrose de mandíbula o Fraturas femorais atípicas » Contra-indicações: o Hipocalcemia o Insuficiência renal (ClCr <30) o DRGE / dismotilidade esofagiana Osteonecrose de mandíbula: » Área de exposição óssea em região oral » Mecanismo controverso » Geralmente após procedimentos dentários » Mais comum com uso de ac. zoledrônico em doses oncológicas Fraturas atipicas de fêmur: » Têm sido descritas com uso prolongado de bisfosfonados » Etiologia desconhecida – redução excessiva turnover ósseo? » Fraturas espontâneas muitas vezes precedidas por dor no local » Aumento do risco: diabetes, inibidores de bomba de prótons. DENOSUMAB » Anticorpo monoclonal anti-RANKL » Inibe formação de osteoclastos – antirreabsortivo » 60mgSc6/6m. HORMÔNIO DA PARATIREÓIDE » Secreção contínua do PTH tem efeito catabólico no osso » PTH intermitente e em baixa dose tem efeito anabólico no osso trabecular » Aumenta fatores de crescimento e genes formadores de osso » PTH diminui apoptose dos osteoblastos TERIPARATIDE (PTH 1-34) » 20 μg/SC/d » Aumento da massa óssea » Redução de fraturas vertebrais e não vertebrais » Indicações: o Osteoporose com alto risco de fratura » Efeitos colaterais: o Hipercalcemia o Ratos – osteossarcoma ROMOSOZUMAB – ANTI-ESCLEROSTINA » 210 mg SC por 12 meses » Osteoporose com alto risco de fratura MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 8 MONITORIZAÇÃO DO TRATAMENTO » Fraturas » Densitometria óssea o Anualmente nos 2 primeiros anos o Após → a cada 2 anos ou anual » RX coluna » Marcadores de reabsorção / formação ósseas DURAÇÃO DO TRATAMENTO Férias do tratamento: » TRH, denosumab → não e possível » Teriparatida → usar por apenas 2 anos, após, antireabsortivo » Alendronato → após 5 anos, se não houver fratura e houver ganho de massa óssea » Zoledronato → 3 anos » Risedronato, ibandronato? INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA » Causas de aumento de risco de fratura: Osteopenia / osteoporose o 70 anos: 26% têm função renal normal » Densitometria óssea não é muito confiável → não tratar até ter 100% de certeza o IR leve: pode tratar se tiver evidencias clínicas de osteoporose o IR grave: não tratar » Osteodistrofia renal » CKD-BMD: Doença renal crônica-doença mineral óssea CKD-BMD: Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorders» Desordem sistêmica do metabolismo ósseo e mineral, manifestada por um dos seguintes fatores ou suas combinações: o Anormalidades do metabolismo de Ca, Pi, PTH e vit. D; o Anormalidades de turnover ósseo, mineralização, crescimento linear ou força óssea; o Calcificação vascular ou de partes moles o Secundária a: diminuição da síntese renal de 1,25 (OH) vit. D, hiperfosfatemia, hipocalcemia, aumento dos níveis de PTH, acidose metabólica crônica, hipogonadismo o Aumento de reabsorção óssea, diminuição da formação óssea, alteração da mineralização do osteóide OSTEODISTROFIA RENAL » Formas: o Hiperparatiroidismo secundário o Osteomalácia o Adinâmica » Diagnóstico: Bx óssea » DMO – massa óssea pode ser normal, baixa ou alta o Baixo valor preditivo p/ fraturas nessa população não discrimina os pacientes com e sem fraturas prevalentes o Valores baixos tendem a estar associados a fatores de risco clássicos para osteoporose INTERPRETAÇÃO DE BAIXA MASSA ÓSSEA EM IRC: » Estágios 1-3 (ClCr >30): osteoporose pode ser diagnosticada pelos critérios habituais, na ausência de alterações laboratoriais típicas de CKD-BMD » Estágio 4-5(ClCr <30): primeiro excluir CKD-BMD (avaliar Bqa e marcadores de metabolismo ósseo) o Bx óssea » Tratamento de portadores de IRC com baixa massa óssea: o Estágios 1-3: tratamento usual para osteoporose o Estágio 4-5: primeiro excluir CKD-BMD off-label MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 9 OSTEOMALÁCIA: » Defeito da mineralização óssea » Causas: o Deficiência de vitamina D o Hipofosfatemia ▪ Hereditárias/oncogênicas (tumores mesenquimais) – fosfatoninas: FGF 23, FGF 7, sFRP-4, MEPE » Acidose tubular renal » Síndrome de Fanconi (tubulopatia proximal) » Vitamina D-dependente o Tipo I: def de 25(OH) 1 alfa hidroxilase o Tipo II: mutação do VDR » Drogas o Antiepiléticos o Fe EV o Etidronato o Alumínio o Rifampicina o Isoniazida o Tenofovir QUADRO CLÍNICO: » Deformidades de ossos longos » Hipotonia, fraqueza muscular » Dor óssea DIAGNÓSTICO » RX o Pseudofraturas (Looser zones) o Vértebras biconcavas (casos severos) o Raquitismo: placas de crescimento alargadas e bicôncavas » DMO » Testes laboratoriais específicos » Biópsia óssea INSUFICIÊNCIA DE VITAMINA D » Causa mais comum de osteomalácia » Fraqueza muscular, dor óssea » Fases o I – pré-osteomalácia: aumento de FA, PTH, turn-over ósseo e perda óssea cortical o II – osteomalácia: acúmulo de osteóide não- calcificado o III – ausência de calcificação do osteóide » Diagnóstico: Níveis de Ca, Pi e FA não são confiáveis para diagnóstico de hipovitaminose D » TRATAMENTO o 2.000-10.000 UI/dia o Vitamina D3 50.000 UI/semana por 8 semanas OSTEOMALÁCIA HIPOFOSFATÊMICA » Oncogênica o Tumores mesenquimais o Secretam fosfatoninas: FGF 23, FGF 7, sFRP-4, MEPE » Tratamento → Formas ligadas ao X o Doses altas de fosfato e calcitriol o Limitado por nefrocalcinose e hiperparatiroidsmo secundário (diminuição da abs de Ca por Pi oral) o Vit D e fosfato estimulam a produção de FGF 23 » Tratamento → Oncogênica o Ressecção do tumor o Cintilografia com octreotide MED XXVI SMEN - REUMATOLOGIA Lígia Rodrigues Vicentin 10 DOENÇA ÓSSEA DE PAGET » Segunda doença óssea metabólica mais frequente » Resulta de alterações do turn-over ósseo, caracterizadas por excesso de reabsorção e de formação ósseas » > 40 anos, predomínio de sexo masculino » Incidência variável: o Alta em alguns países: Reino Unido (3,1%), Nova Zelândia, Estados Unidos, Holanda (3,6%) o Baixa em populações asiáticas e africanas o Brasil: relatos de grande número de pacientes em Florianópolis e Recife ETIOLOGIA » Genética o 15-40% dos pacientes – formas similares o Formas familiares: autossômica dominante com penetrância incompleta o Mutações do gene do Sequestossomo 1 » Infecções virais? - paromixovirus FISIOPATOLOGIA » Ativação excessiva de osteoclastos - lise óssea » Intensa atividade osteoblástica » Síntese óssea desordenada - desorganização da arquitetura óssea usual, crescimento e deformidades ósseas QUADRO CLÍNICO » Maioria: portadores assintomáticos » Dor óssea, deformidades ósseas, fraturas, osteoartrite secundária, neuropatias compressivas, surdez, hipertensão intracraniana, osteossarcoma » 10-35 % monostóticos » Locais mais frequentes: pelve (30-75%), coluna (30-75%), crânio (25-65%) e ossos longos proximais (25-35%) DIAGNÓSTICOS » Aumento dos níveis de fosfatase alcalina óssea (muito intensos em degeneração sarcomatosa) » RX o Áreas de lise óssea o Áreas de esclerose óssea, espessamento da cortical – Trabeculado grosseiro o Deformidades » Cintilografia óssea → hipercaptação TRATAMENTO Indicações » Dor óssea » Presença de doença ativa em locais que podem resultar em complicações » Pré cirurgias em osso pagético » Fraturas? Bisfosfonados: » Zoledronato 5 mg EV 18/18m » Pamidronato 60 mg EV 3/3 m – Alendronato 40 mg VO/dia » Risedronato 30 mg vo/dia CONTROLE DO TRATAMENTO » FA óssea » Cintilografia óssea OSTEOGENESIS IMPERFEITA » 90% - mutação genes p/ colágeno tipo I » Fragilidade óssea desde a infância » Outras (variáveis): baixa estatura, dentinogenese imperfeita, escleras azuladas » Diversos tipos: variável, desde letal ao nascimento até formas leves, com fraturas predominando na infância e na idade adulta » Bisfosfonados
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