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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 1 PROJETO TÍTULO: AVALIAÇÃO DE PATOLOGIAS PROVENIENTE DA ETAPA DE QUEIMA NA PRODUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ALUNO: DANIELA DOS SANTOS MENEZES PROFESSORA: DRA. ROSANE MARIA PESSOA BETANIO OLIVEIRA SÃO CRISTÓVÃO, 18 DE AGOSTO DE 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 2 1. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA De acordo com a definição dada pela Associação Brasileira de Cerâmica (ABCERAM), “material cerâmico compreende todos os materiais inorgânicos, não metálicos, obtidos geralmente após tratamento térmico em temperaturas elevadas”. Existem atualmente diversos segmentos na indústria cerâmica onde foram agrupados produtos que são processados de forma similar para melhor classificá-los. Porém, produtos semelhantes podem fazer parte de segmentos distintos como é o caso do revestimento semi-poroso e a cerâmica vermelha. [1] As cerâmicas vermelhas são assim chamadas em consequência da sua coloração caraterística avermelhada e são empregadas na construção civil, adornos e utensílios de uso domésticos. O grupo da cerâmica branca é amplo e compreende materiais de corpo branco e recobertos com uma camada incolor e vítrea transparente, com o aprimoramento desses vidrados usados é possível obter produtos brancos mesmo com a matéria-prima contendo um certo grau de impurezas. Os materiais refratários compõem um grupo com um gama de produtos, que tem como finalidade ser tolerável a altas temperaturas nas condições específicas de processo e em ambientes industriais, são produzidos e implantados em grandes fornos sendo de interesse maior a longa durabilidade desses refratários, pois o custo de manutenção é muito mais elevado do que o de aquisição. Já os isolantes térmicos são abrangidos em parte pelo grupo dos refratários, dos não-refratários e fibras ou lãs cerâmicas que apresentam características físicas de alta resistência ao transporte de calor, podendo trabalhar a temperatura de 2000°C ou mais dependendo dos seus elementos químicos na sua composição. [1] A vasta indústria de materiais cerâmicos ainda comtempla os abrasivos, vidros, cimentos e cerâmica avançada, que vem ganhando destaque nas últimas décadas em consequência ao desenvolvimento de novas tecnologias para aprimoramento de diferentes áreas, como a biomédica, eletrônica, aeroespacial, nuclear e muitas outras. Consolidado como um segmento robusto, os materiais de revestimento também conhecido como placas cerâmicas, são aqueles materiais usados na construção civil para revestimentos de pisos, piscinas, bancadas e paredes de ambientes externos e internos. As designações para as peças produzidas são variadas: grés, porcelanato, azulejo, pastilhas, lajota, entre outros. A massa utilizada no processo produtivo de revestimentos cerâmicos tem importância significativa para obtenção de produtos de qualidade, variáveis com teor de umidade da massa e pressão aplicada na compactação influem diretamente na densidade do compacto, que por sua vez está associada ao aumento da resistência mecânica e redução da absorção de água. As características de corpos cerâmicos são decorrentes de sua composição química e do processo de fabricação da cerâmica que lhe deu origem, como temperatura de queima, quantidade de determinados componentes e também tamanho médio de grãos utilizados na fabricação. Defeitos como trincas e porosidade não desejada são decisivos para a qualidade final do produto. [2] É importante que seja reduzido os custos com peças não conformes em função da etapa de queima e que se garanta um revestimento cerâmico que atenda com êxito as suas funções. Nesse sentido, o presente projeto visa avaliar o surgimento de não conformidades e a desclassificação do revestimento cerâmico após o processo de queima. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 3 2. OBJETIVOS Este projeto tem como objetivo primário a avaliação de defeitos provenientes da etapa de queima na produção de revestimentos cerâmicos e assim entender melhor as causas, propor soluções ou minimizar sua ocorrência. O objetivo secundário é através de simulação por elementos finitos submeter o modelo teórico as mesmas condições de queima que o corpo de prova real e comparar os resultados. Os objetivos propostos serão alcançados em 30 dias para conclusão da disciplina de Engenharia de Cerâmica. 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA As normas ISO 13006 / NBR 13818/1997 estabelecem uma série de exigências necessárias para que os revestimentos cerâmicos possam receber o Certificado de Conformidade conferido pelo CCB-INMETRO. No que se refere às características dos produtos, as normas ISO 13006 / NBR 13818/1997 estabelecem uma série de requisitos relacionados às características visuais, geométricas, físicas e químicas. [5-6] [12] Aos materiais de revestimento geralmente podem ser atribuídas as seguintes características: máxima estabilidade dimensional durante queima, com valores de retração praticamente nulos (inferiores a 1%); porosidade compreendida entre 3 e 18% (expressa como absorção de água); valores de módulo de ruptura do produto queimado entre 200 e 250 Kgf/cm2. As características técnicas citadas acima devem ser consideradas indicativas e como parâmetros de enquadramento do produto sob o perfil mercadológico, para uma dada aplicação. Entre a classificação geral das cerâmicas de revestimento estão incluídos produtos obtidos seja pelo processo de biqueima ou no monoqueima. Conforme a norma européia UNI EN 87, as cerâmicas em geral são classificadas em vários grupos os quais por sua vez dependem do método de fabricação e do valor de absorção de água do produto acabado. [3] É possível observar na literatura sobre processamento dos revestimentos cerâmicos é comum o uso do termo “queima ou sinterização”, sendo que ambos os processos envolvem altas temperaturas com o objetivo de sinterizar (densificar) a peça. Entretanto, a definição para sinterização é um processo no qual pós com preparação cristalina ou não, uma vez compactados, são submetidos a temperaturas elevadas, ligeiramente menores que a sua temperatura de fusão. A sinterização é um mecanismo que ocorre durante a queima. Mas foi adotado neste trabalho os termos queima ou sinterização como processos semelhantes para a fabricação das placas, já que a finalidade de ambos as etapas é obter uma peça sólida e densa. [7] A parte que interessa para efeito de projeto é depois da secagem, porém antes dessa etapa outras foram fundamentais para obtenção da peça conforme pode-se observar no fluxograma (Figura 1). UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 4 Figura 1: Processo de fabricação dos revestimentos por via seca. Fonte: ABCERAM. 2017. [1] 3.1 Variações superficiais durante a queima (esmaltes e engobe) O aspecto superficial é uma característica que ganhou destaque nas recentes décadas passadas, a aparência brilhosa é geralmente transparente (frita ‘‘cristalina’’) ou mesmo opaco (fundamentalmente brancos), raramente mates. A aplicação dos esmaltes tem relação direta com os problemas que podem surgir, porque os esmaltes são formulados a partir de fritas dos mais variados tipos dependendo da técnica de queima a ser empregada e a composiçãodessas fritas que contém elementos químicos como o chumbo, cério e boro usados para fins decorativos, mas que induzem a redução a resistência à abrasão. Como alternativa para o problema, o chumbo foi trocado parcialmente por outros elementos fundentes. Corrigindo consideravelmente o defeito. [4] Além da temperatura de amolecimento, outros fatores importantes e úteis na definição do perfil térmico de uma frita para monoporosa, são por exemplo: a tensão superficial e a viscosidade a uma dada temperatura. Uma baixa tensão superficial favorece a eliminação de eventuais bolhas de gás presentes na fase vítrea que formam o esmalte, durante queima baixos valores de viscosidade a uma dada temperatura, favorecem ao contrário, uma melhor extensão do esmalte melhorando também a sua molhabilidade quando em contato com o engobe e/ou suporte cerâmico. [3] UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 5 O engobe deve entender uma composição mais ou menos vítrea que normalmente é aplicada sobre um suporte cerâmico. Entre as funções principais do engobe pode-se mencionar: inibir eventuais reações entre o esmalte e impurezas; cromóforas provenientes da massa; ajuste do acordo dilatométrico entre suporte e esmalte; diminuição do custo do esmalte aplicado já que a aplicação deste implica em menores quantidades de esmalte depositado. 3.2 Queima – Monoporosa É o momento da produção tem grande relevância já que nesta etapa se desenvolvem reações que determinam as características e aspecto final do produto. O processo de queima destes produtos merece atenção especial já que a massa (considerada o suporte) com materiais carbonáticos e, portanto, de ser compatível com a estrutura dos esmaltes. De fato, o esmalte deve conter uma frita de composição eutética (facilmente fundida), e apresentar uma certa refratariedade, uma discreta permeabilidade aos gases até temperaturas compreendidas entre 950 e 1030 °C, para então fundir-se bruscamente. Ficou evidente a evolução tecnológica em relação a interação massa e esmalte durante a queima, para demostrar com clareza os acontecimentos, a Figura 2 compreende a uma cursa típica de queima (monoqueima porosa): o primeiro trecho (A-B) da curva até 800 °C corresponde a fase de pré-aquecimento do material e a dissociação dos materiais argilosos; o intervalo da curva correspondente ao trecho (B-C) entre os 800 e 900°C desenvolve-se a decomposição dos carbonatos com a emissão de gás carbônico. É importante que neste intervalo térmico o esmalte mantenha uma certa porosidade para favorecer a expulsão dos gases; já no intervalo (C-D) da curva entre 900 e 1100 °C desenvolvem-se as reações de síntese entre os óxidos alcalinos terrosos (CaO, MgO) provenientes da decomposição de carbonatos, com fases amorfas residuais. A formação destes novos compostos é de fundamental importância para o ajuste e a definição das características físico- mecânicas do produto; e por fim, na zona de máxima temperatura, trecho (D-E), completa-se o processo de sinterização. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 6 3.3 Defeitos que podem surgir durante a queima Alguns desses defeitos que tem origem em uma fase do processamento ou a peça por ter sido manuseada erroneamente após acabado. As principais patologias apresentadas pelos revestimentos cerâmicos em uso são: fissuras nas placas cerâmicas, descolamento, deterioração das juntas entre placas cerâmicas (fissuras ou falhas), estrias no esmalte, furos no esmalte, formação de aglomerados no esmalte, entre outras coisas. Abaixo estão descritos os mais comumente encontrados. 3.3.1 “Estrias no esmalte” As “estrias no esmalte”, “retração”, “gretas”, etc., consiste de “trincas” na superfície esmaltada, que podem chegar a ter vários centímetros de extensão. Essas trincas, um defeito, conhecido industrialmente como com aspecto similar ao de “estrias” (FIGURA 3), geralmente são paralelas aos lados e ocorrem com mais frequências nas regiões centrais das peças, muito embora também sejam encontrados nas regiões mais próximas às bordas. [8] Levando em consideração que a propagação de estrias pode levar a fissuras e fratura de caráter frágil, comportamento típico para os materiais cerâmicos. 3.3.2 “Pingos de Fornos” É um defeito definido como material vitrificado transparente de coloração levemente amarelada que permanece aderido sobre a superfície esmaltada do revestimento cerâmico na forma aproximada de círculos, cujo diâmetro varia entre 10 e 50 mm. Como a maioria dos defeitos na queima, esses “pingos” ocorrem aleatoriamente durante a produção, o mecanismo de surgimento está ligado a um defeito na volatilização e posterior condensação de chumbo, largamente empregado nas composições dos esmaltes do passado (Figura 4). No entanto, nenhuma análise mais precisa foi realizada para confirma esta hipótese. Pela análise visual da anomalia é possível constatar que o aspecto da mancha amarela é de queda de gotas de um líquido viscoso sobre a superfície das peças em movimento no interior do forno. [9] Figura 3: Defeito de “estria no esmalte” em detalhe. [8] Figura 4: Representação esquemática do defeito “pingo de forno”. [9] UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 7 3.3.3 “Furos no esmalte” Hoje em dia esse defeito conhecido como “furo no esmalte” é o mais encontrado na produção de revestimentos produzidos por via seca e por via úmida e/ou em massas formuladas com outras argilas. Consiste de pequenos furos na superfície esmaltada da peça, e peças não esmaltadas do produto que está apresentando o defeito, geralmente apresentam na superfície e interior (pode-se ver em fraturas) pontos pretos e brilhantes. [10] Alguns “furos” podem chegar a atravessar a camada do esmalte como é mostrado na Figura 10, e está associado a presença de um poro logo abaixo da superfície do suporte. As formas arredondadas, tendendo a esféricas, indicam que o poro foi produzido pela deformação viscoelástica do material. A composição química foi investigada e constatou que o “furo” aparece quando o gás carbônico (CO2) liberado pela decomposição do calcário não consegue sair totalmente do interior das peças em decorrência da composição alcalina os esmaltes, induzindo a formação de depósitos de cálcio quando há a expulsão do gás no interior da bolha. Tornando a peça inutilizável por não atender aos padrões estéticos e pela perda de propriedades mecânicas. [10] Através desta leitura acima fica evidente que não é nada interessante o surgimento de anomalias (defeitos) nos revestimentos cerâmicos após a queima, pois invalida o uso e causa prejuízos financeiro e ambientais a empresa produtora das peças e aos consumidores. Dito isto, é de extrema importância industrial a avaliação dessas patologias para que possa minimiza-las ou eliminá-las. 4. METODOLOGIA A escolha do projeto foi uma tomada de decisão em virtude da inviabilidade de uso dos equipamentos em geral e caracterização de materiais no Departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade Federal de Sergipe no presente ano. Sendo assim, pensando de forma a sugerir uma solução para um determinado problema de Engenharia de Cerâmicas, encontrei a possibilidade de em conjunto com a empresa Cerâmica Sergipe de selecionar e analisar peças fora do padrão de aceitabilidade conforme com a norma NBR 13818/1997. Figura5: Imagem de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) da seção transversal da peça contendo o defeito furo no esmalte. [10] UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 8 4.1 Planejamento experimental As peças que serão utilizadas para esse trabalho serão cedidas pela empresa Cerâmica Sergipe cujo nome fantasia Escurial Revestimentos Cerâmicos, e serão avaliadas em triplicata para todas as análises. As etapas de preparação da massa, granulação, prensagem, secagem e queima serão realizadas na empresa, pois o meu objetivo de estudo e avaliação são as não conformidades oriundas de uma única etapa do processo (queima/sinterização) em escala industrial (Figura 6). As peças a serem trabalhadas devem atender aos padrões conforme NBR 13818/1997. Todavia será feita as medições geométricas para obter as dimensões (comprimento e largura), espessura e planaridade (curvatura central, curvatura lateral, empeno). A empresa poderá me passar também, os valores de resistência mecânica a flexão a verde e nos corpos de prova após a queima, bem como os fragmentos do ensaio mecânica realizado. 4.1.1 Ensaio de Absorção de Água (AA) Ensaios será feito em todos os corpos de prova que foram sinterizados, com o ciclo de queima realizado na empresa, aproximadamente de 23 minutos. O ensaio de absorção será feito após a fratura do corpo de prova no ensaio de flexão, pesando os fragmentos antes e após a permanência de 3 horas em banho com água fervente. Logo em seguida os fragmentos são secos e pesados novamente. Figura 6: Fluxograma do procedimento experimento para a análise de patologias. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 9 As peças serão submetidas ao teste de absorção de água segundo a norma NBR 13818 [5], com imersão em água fervente por 3 horas e pesagem antes e depois da imersão. Os resultados são expressos percentualmente (Equação 1), na qual m1 é a massa seca e m2 a massa úmida, representadas com no mínimo uma casa decimal. AA = [ (m2–m1) / m1].100 Essa análise será realizada para saber o teor de absorção de água e consequentemente a densidade do compacto, pois através de relatos na literatura constatou- se que existe uma relação direta entre alta absorção de água e surgimento de defeitos. [8][9][10] 4.1.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) Esta técnica poderá ser utilizada no projeto para identificação da forma e estrutura de poros e a observar imperfeições nos corpos de prova sinterizados. O equipamento utilizado será o da marca EOL (JSM-5700). 4.1.3 Microscopia Ótico Técnica que faz uso de um microscópio acoplado a uma lupa que permite um aumento um aumento na escala de mícrons, que se mostra de grande interesse para análise da superfície e torna-se necessário na investigação de detalhes nas patologias, visando identificar a origem e a melhor forma de eliminação/prevenção destes defeitos. O equipamento utilizado será o da marca Leica DM 2500 M. 4.2 Simulação e modelagem Será estabelecido no software condições de contorno para um modelo que simula ao ambiente real de produção dos revestimentos cerâmicos. Impondo as mesmas condições de processamento, atribuindo propriedades mecânicas e térmicas e espero correlacionar os resultados experimentais com os simulados via software ABAQUS CAE. Equação 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 10 4 INFRAESTRUTURA DISPONÍVEL Os equipamentos necessários para a realização deste projeto foram mencionados acima na metodologia, no entanto na tabela abaixo estão listados pela sequência de uso. Tabela 1: Lista dos equipamentos e técnicas de caracterização se deseja usar durante a execução do projeto. Materiais e equipamentos Local de execução Status de funcionamento Régua, paquímetro e esquadros Complexo Laboratorial de Engenharia de Materiais Não se aplica Balança analítica Complexo Laboratorial de Engenharia de Materiais Em funcionamento Manta térmica Departamento de Engenharia de Materiais Em funcionamento Flexímetro de flexão em 3 pontos Departamento de Engenharia de Materiais Não funciona* Microscópio Ótico Departamento de Engenharia de Materiais Em funcionamento Microscopia Eletrônica de Varredura Departamento de Engenharia de Materiais Em funcionamento *Seria interessante que na Cerâmica Escurial fosse feita a fratura da peça pelo ensaio mecânico de flexão. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 11 5 RESULTADOS ESPERADOS Os defeitos originados na fabricação ou durante o uso dos produtos cerâmicos representam prejuízos financeiros para as empresas e podem comprometer sua imagem, caso estes cheguem ao consumidor. Quando os defeitos são conhecidos, o corpo técnico das empresas geralmente consegue atuar para eliminar os defeitos do processo produtivo e prevenir que os mesmos voltem a ocorrer. Entretanto, em alguns casos, torna-se necessário investigar com maiores detalhes estas patologias, visando identificar a origem e a melhor forma de eliminação ou prevenção destes defeitos. Neste sentido, as análises de absorção de água, microscopia ótica e eletrônica, podem contribuir de maneira efetiva para otimização da eficiência da empresa fornecedora dos corpos de prova. O resultado esperado é o cumprimento dos objetivos primário e secundário, dentro do prazo de 30 dias para conclusão da disciplina de Engenharia de Cerâmica. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 12 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Associação Brasileira de Cerâmica (ABCERAM). São Paulo. Disponível em: <http://abceram.org.br/>. Acesso em: 15 ago. 2017. [2] Oliveira, H. A.; Nascimento, L. C.; Macedo, Z. S.; Oliveira, R. M. P. B. Avaliação da Umidade de Granulação na Prensagem de Massas para Placas Cerâmicas de Revestimento Semi-Poroso. UFS, São Cristóvão – SE. Cerâmica Industrial, 20 (5/6) setembro/dezembro, 2015. [3] Oliveira, A. P. N. Tecnologia de Fabricação de Revestimentos Cerâmicos. UFSC, Florianópolis – SC, Cerâmica Industrial, 5 (6) novembro/dezembro, 2000. [4] A.P. Novaes de Oliveira. ‘‘Revestimentos Cerâmicos: Fundamentos Tecnológicos’’, Cerâmica Informação. (n. 5) agosto/setembro 1999, pg. 29-39. [5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR13818/1997: placas cerâmicas para revestimento: especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1997. [6] Melchiades, F.G. et al. Controle Dimensional e do Formato de Revestimentos Cerâmicos. Parte I: Dimensões. Cerâmica Industrial, 6 (5) setembro/outubro, 2001. [7] RICHERSON, D. W. Densification. In Modern ceranic engineering: properties, processing and use in design. 3rd New York: Taylor & Francis, 2006. [8] Hashimoto, A. Y. et. al. Estudo do Defeito Denominado “Estrias no Esmalte” em Revestimentos Cerâmicos. Cerâmica Industrial, 8 (1) janeiro/fevereiro, 2003. [9] Roveri, C. D. et al. Redução das Perdas Causadas Pelos “Pingos de Fornos” na Fabricação de Revestimentos Cerâmicos. Cerâmica Industrial, 6 (4) julho/agosto, 2001. [10] Melchiades,F.G. et al. Alternativas para Eliminar (ou reduzir) os Furos no Esmalte Causados por Partículas de Calcário em Revestimentos Fabricados por Via Seca. São Carlos -SP. Cerâmica Industrial. 6 (1) janeiro /fevereiro, 2001. [11] Kingery, W.D.; Bowen, H.K.; Uhlmann, D.R., “Introduction to ceramics”, New York, Wiley- Interscience, 1976, p. 414 – 420. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 13 [12] INSTITURO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA – INMETRO. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp/>. Acesso em: 15 ago. 2017. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 14 CRONOGRAMA FÍSICO DESCRIÇÃO DA META FÍSICA ATIVIDADES INDICADOR FÍSICO DE EXECUÇÃO (RESULTADOS ESPERADOS) LOCAL DE EXECUÇÃO DURAÇÃO PREVISTA 28/ago a 01/set 04/set a 08/set 11/set a 15/set 18/set a 22/set 25/set a 27/set RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO Meta 1 Obtenção dos revestimentos cerâmicos secos e queimados Espera-se utilizar os revestimentos como corpos de prova secos e queimados cedidos pela empresa (Cerâmica Escurial) Cerâmica Escurial Prof. Rosane Maria Ensaio mecânico de flexão nos revestimentos cerâmicos verdes Espera-se verificar as conformidades estruturais dos corpos de prova com base na NBR 13818 Departamento de Engenharia de Materiais Técnico responsável e/ou usuário habilitado Simular as condições industriais de tratamento superficial antes da queima do revestimento cerâmico Espera-se fazer o uso dos engobes e/ou vidrados cedidos pela empresa (Cerâmica Escurial) Complexo Laboratorial de Engenharia de Materiais Daniela dos Santos Menezes Processo de queima Espera-se a obtenção de peças com uma boa densificação e integridade estrutural Complexo Laboratorial de Engenharia de Materiais Daniela dos Santos Menezes Meta 2 Caracterização morfológica do revestimento cerâmico Espera-se observar e avaliar possíveis patologias oriundas da queima, bem como a presença e sua distribuição Departamento de Engenharia de Materiais Técnico responsável e/ou usuário habilitado UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS DISCIPLINA: ENGENHARIA DE CERÂMICAS 15 Ensaio mecânico de flexão revestimentos cerâmicos sinterizados Espera-se correlacionar morfologia com resistência mecânica através da medida da variação do módulo de ruptura à flexão. Departamento de Engenharia de Materiais Técnico responsável e/ou usuário habilitado Análise de absorção de água Espera-se submeter as amostras ao teste seguindo a NBR 13818 Complexo Laboratorial de Engenharia de Materiais Daniela dos Santos Menezes Meta 3 Analisar por simulação computacional no software ABAQUS por elementos finitos Deseja-se utilizar os dados referentes as caracterizações para simular as condições de contorno no processo de queima e comparar os resultados obtidos. Departamento de Engenharia de Materiais Daniela dos Santos Menezes Meta 4 Preparação do relatório final Conectar todos os resultados e prever condições de surgimento de patologias durante e após a queima Departamento de Engenharia de Materiais Daniela dos Santos Menezes